Eletroforese de Proteínas
1. Histórico
O termo “proteína” foi criado por Mulder, em 1839, referindo-se às substâncias químicas que integra-
vam a matéria viva, tanto animal como vegetal. O nome se originou do grego “proteios”, que significa
“primário”, “essencial”, em função da sua significância biológica, já na época apontada pelo autor.
Alguns anos mais tarde, em 1851, utilizando uma técnica de precipitação com ácido acético, Panum
conseguiu separar uma fração das proteínas, que designou “caseína do soro”, sendo, posteriormente,
em 1862, chamada de “globulina” ou “substância fibroplástica”, por Schimidt. Em 1866, Kuhne foi
o primeiro a citar as frações protéicas, obtendo duas partes, uma através da precipitação com anidro
carbônico, que denominou de “paraglobulina”, e outra com ácido acético, que denominou de “alca-
lialbuminato”, tendo sido posteriormente denominada de “seroglobulina”, por Weil e Hynius.
A comprovação de que as partículas coloidais, no caso concreto as proteínas, podem ser separadas
através das suas características de mobilidade frente a campos elétricos, constituindo o fundamento
da eletroforese, teve início com os estudos de Michaelis, em 1909, que idealizou o tubo em “U”. A
técnica foi aperfeiçoada por Sverdberg e Scott (1924), Sverdberg e Tiselius (1926) e Theorell (1935).
O desenvolvimento de metodologias para a medição dos componentes protéicos no sangue teve
início no final do século XIX, com a publicação, em 1878, do “Traité pratique et elementaire de
chimie médicale” (Tratado prático e elementar de química médica), por Mehu, um químico francês
do Hospital Necker de Paris, que propunha um método para a quantificação do que designou de
albumina ou albuminóides. O método que veio a se tornar a base para o sistema atual de eletroforese
para a separação de proteínas foi desenvolvido no início dos anos 1930 por Arn Tiselius, ganhador
do prêmio Nobel
2. Conceitos
Eletroforese é um termo bastante amplo, que se refere à migração de solutos e partículas em um meio
líquido, sob influência de um campo magnético. As proteínas possuem cargas positivas e negativas,
sendo sua mobilidade eletroforética diretamente proporcional à carga da partícula e inversamente
proporcional à viscosidade do meio. Existem atualmente dois tipos de metodologia de eletroforese:
2.1 Eletroforese convencional por zona
Existem atualmente dois tipos de metodologia de Eletroforese. Na metodologia convencional, de
eletroforese por zona, as proteínas migram em meio de suporte poroso como acetato de celulose, gel
de agarose ou poliacrinamida, gerando um eletroferograma por zonas de proteínas.
2.2 Eletroforese capilar
A eletroforese capilar baseia a separação das proteínas pelo seu tamanho e outras propriedades
físico-químicas, através do fluxo em um tubo capilar. O método é semelhante à HPLC (Cromatografia
Líquida de Alta Performance) , que utiliza colunas similares à agarose, fornecendo resultados com-
paráveis à eletroforese em gel de agarose.
Devido à sua alta resolução, a eletroforese capilar permite a separação de bandas pouco visíveis no
método convencional, como os picos de Beta1 (transferrina e hemopexina) e Beta2 (complemento
C3), resultando em um padrão de seis bandas. Estas características permitem ganho adicional na
avaliação de pacientes com gamopatias monoclonais.
Ano 11 | Número 3 | Setembro 2008
Figura 2
Zonas de eletrofores com correlação com as diferentes proteínas.
Nota:
Pre A = pré-Albumina Pl = plasminogênio Cer = ceruloplasmina
Alb = albumina Hpx = hemopexina CRP = proteína C reativa
a1 Ac = alfa1-Antiquimiotripsina Hpt = haptoglobina Fibr = fibrinogênio
a1 Ag = alfa1-glicoproteína ácida AT3 = pré-Albumina IgA, IgD, IgE, IgG,
a1 At = alfa1-antitripsina b Lp = beta-lipoproteína IgM = imunoglobulinas
a2M = alfa2-macroglobulina C1q; C1r, C1s, C3, C4, Tf = transferrina
aLp = alfa-lipoproteína C5, C1inh = complemento FB = fator B
richet nouvelles
Conclusões
A eletroforese de proteínas permanece como uma forma fácil e comum de investigação, sendo de utilidade para a
confirmação de caos de estados inflamatórios ou infecciosos, com respectivas elevações poli ou monoclonais de
gamaglobulinas. A eletroforese capilar torna o teste mais sensível e específico, possibilitando a detecção de alter-
ações que não poderiam ser vistas através das técnicas tradicionais.
Referências Bibliográficas
1. Didier Le Carrer, Serum protein Electrophoresis Immunofixation, Edition FM-BIO, Vanves, 2005.
2. J. Villar Caso, Las proteínas Del Plasma, Editorial Científico-Médica-Barcelona, 1950.
3. Burtis CA, Ashwood ER. Tietz, Fundamentals of Clinical Chemistry 5th Ed., 2001.
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