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Ano 11 | Número 3 | Setembro 2008

“Ceux qui veulent opposer le Laboratoire à la


Clinique et la Clinique au Laboratoire n’ont
rien compris ni à la Clinique ni au Laboratoire.”
– C. Richet, Lição Inaugural na Faculdade de Medicina de Paris

Eletroforese de Proteínas

1. Histórico
O termo “proteína” foi criado por Mulder, em 1839, referindo-se às substâncias químicas que integra-
vam a matéria viva, tanto animal como vegetal. O nome se originou do grego “proteios”, que significa
“primário”, “essencial”, em função da sua significância biológica, já na época apontada pelo autor.
Alguns anos mais tarde, em 1851, utilizando uma técnica de precipitação com ácido acético, Panum
conseguiu separar uma fração das proteínas, que designou “caseína do soro”, sendo, posteriormente,
em 1862, chamada de “globulina” ou “substância fibroplástica”, por Schimidt. Em 1866, Kuhne foi
o primeiro a citar as frações protéicas, obtendo duas partes, uma através da precipitação com anidro
carbônico, que denominou de “paraglobulina”, e outra com ácido acético, que denominou de “alca-
lialbuminato”, tendo sido posteriormente denominada de “seroglobulina”, por Weil e Hynius.
A comprovação de que as partículas coloidais, no caso concreto as proteínas, podem ser separadas
através das suas características de mobilidade frente a campos elétricos, constituindo o fundamento
da eletroforese, teve início com os estudos de Michaelis, em 1909, que idealizou o tubo em “U”. A
técnica foi aperfeiçoada por Sverdberg e Scott (1924), Sverdberg e Tiselius (1926) e Theorell (1935).
O desenvolvimento de metodologias para a medição dos componentes protéicos no sangue teve
início no final do século XIX, com a publicação, em 1878, do “Traité pratique et elementaire de
chimie médicale” (Tratado prático e elementar de química médica), por Mehu, um químico francês
do Hospital Necker de Paris, que propunha um método para a quantificação do que designou de
albumina ou albuminóides. O método que veio a se tornar a base para o sistema atual de eletroforese
para a separação de proteínas foi desenvolvido no início dos anos 1930 por Arn Tiselius, ganhador
do prêmio Nobel

2. Conceitos
Eletroforese é um termo bastante amplo, que se refere à migração de solutos e partículas em um meio
líquido, sob influência de um campo magnético. As proteínas possuem cargas positivas e negativas,
sendo sua mobilidade eletroforética diretamente proporcional à carga da partícula e inversamente
proporcional à viscosidade do meio. Existem atualmente dois tipos de metodologia de eletroforese:
2.1 Eletroforese convencional por zona
Existem atualmente dois tipos de metodologia de Eletroforese. Na metodologia convencional, de
eletroforese por zona, as proteínas migram em meio de suporte poroso como acetato de celulose, gel
de agarose ou poliacrinamida, gerando um eletroferograma por zonas de proteínas.
2.2 Eletroforese capilar
A eletroforese capilar baseia a separação das proteínas pelo seu tamanho e outras propriedades
físico-químicas, através do fluxo em um tubo capilar. O método é semelhante à HPLC (Cromatografia
Líquida de Alta Performance) , que utiliza colunas similares à agarose, fornecendo resultados com-
paráveis à eletroforese em gel de agarose.
Devido à sua alta resolução, a eletroforese capilar permite a separação de bandas pouco visíveis no
método convencional, como os picos de Beta1 (transferrina e hemopexina) e Beta2 (complemento
C3), resultando em um padrão de seis bandas. Estas características permitem ganho adicional na
avaliação de pacientes com gamopatias monoclonais.
Ano 11 | Número 3 | Setembro 2008

2.3 Vantagens da Eletroforese capilar


Figura 1
Estudos clínicos demonstram uma maior sensi-
bilidade da eletroforese capilar (93 a 95%) para a Eletroferograma por análise capilar, mostrando
detecção de gamopatias monoclonais, em relação as diferentes zonas de proteínas.
à eletroforese por zona em gel de agarose (86 a
91%). A eletroforese capilar é particularmente mais
sensível à detecção de componentes monoclonais
em pequenas concentrações, especialmente IgA
ou cadeias leves, que podem não ser detectadas
pela técnica em gel de agarose, devido à co-mi-
gração com a transferrina e o C3. Outra vantagem
é a não detecção dos picos de fibrinogênio pela
eletroforese capilar, que é uma constante fonte de
resultados falsamente positivos quando se utiliza
a metodologia convencional de eletroforese por
zona. O fibrinogênio, normalmente ausente nas
amostras de soro, pode ser detectado em casos de
coagulação incompleta do sangue (amostra processada em tempo insuficiente) ou quando o paciente se
encontra sob utilização de drogas anticoagulantes.
O aumento da sensibilidade com a eletroforese capilar, permite ainda uma maior detecção dos casos de
bisalbuminemia adquirida, que pode ter relevância em algumas situações clínicas como em casos de
fístulas pancreáticas, presença de ascite e uso de antibióticos.
Outra vantagem do método por capilaridade é a possibilidade de automação total do processo, que ga-
rante maior qualidade e rapidez de resultados.

Figura 2
Zonas de eletrofores com correlação com as diferentes proteínas.

Nota:
Pre A = pré-Albumina Pl = plasminogênio Cer = ceruloplasmina
Alb = albumina Hpx = hemopexina CRP = proteína C reativa
a1 Ac = alfa1-Antiquimiotripsina Hpt = haptoglobina Fibr = fibrinogênio
a1 Ag = alfa1-glicoproteína ácida AT3 = pré-Albumina IgA, IgD, IgE, IgG,
a1 At = alfa1-antitripsina b Lp = beta-lipoproteína IgM = imunoglobulinas
a2M = alfa2-macroglobulina C1q; C1r, C1s, C3, C4, Tf = transferrina
aLp = alfa-lipoproteína C5, C1inh = complemento FB = fator B
richet nouvelles

3. Principais proteínas encontradas nas bandas eletroforéticas


3.1 Albumina pal inibidor das proteinases plasmáticas. A ceru-
Elevado: Desidratação aguda loplasmina contem 95% do cobre sérico. Níveis
diminuídos ocorrem na doença de Wilson, des-
Diminuido: analbuminemia, inflamações, doença nutrição, síndrome nefrótica, e enteropatia perde-
hepática, glomerulopatias, lesão tubular, enteropa- dora de proteínas. Níveis elevados podem estar
tia perdedora de proteínas, doença inflamatória in- associados à reações do tipo “fase aguda”.
testinal, desnutrição protéica, linfomas, leucemias,
hipertireoidismo e uso de corticóides. Durante a 3.3 Beta Globulina
gravidez os níveis diminuem até a oitava semana, A fração beta 1 corresponde a transferrina e he-
retornando ao normal em cerca de oito semanas mopexina e a fração beta 2 corresponde ao com-
após o parto. A bisalbuminemia, que é uma anor- plemento C3. A transferrina é a principal proteína
malidade caracterizada pela presença de uma dupla responsável pelo transporte de ferro. Em casos de
banda na zona de albumina, pode ser congênita e anemia ferropriva, seus níveis se encontram eleva-
sem significância clínica, ou adquirida, e estar rela- dos. Níveis elevados podem ser encontrados em ca-
cionada à utilização de antibióticos ou à presença sos de reação de fase aguda, neoplasias, desnutrição
de ascite ou de fístula pancreática. protéico-calórica e na perda de proteínas (síndrome
O aumento da intensidade da interzona albu- nefrótica, enteropatia perdedora de proteína).
mina/alfa-1 globulina pode acontecer em casos O complemento C3 é uma proteína de fase aguda
de alcoolismo crônico e gravidez. A diminuição fraca e tardia, podendo também se encontrar ele-
está associada à cirrose, hepatites e inflamações. vada na obstrução biliar.
3.2 Alfa-1 Globulina 3.4 Gama Globulina
Esta banda é composta basicamente pela alfa- A fração gama corresponde à zona de migração das
1-antitripisina. O restante (10%) se deve à alfa- imunoglobulinas (G, A, M, D, E). A interpretação
1-glicoproteína ácida, alfa-fetoproteína e certas de variações nesta zona depende da faixa etária e
proteínas carreadoras. As elevações desta zona também de um mínimo de informações clínicas.
estão associadas à reação de fase aguda, cirrose,
disproteinemia familiar idiopática, Doença de Hipogamaglobulinemia
Hodgkin, carcinomatose metastática, úlcera pép- • Hipogamaglobulinemia fisiológica no recém-nato.
tica, gravidez, enteropatia perdedora de proteína, • Imunodeficiência isolada ou total (envolvendo
estresse, colite ulcerativa, uso de estrógenos, cor- as três classes de imunoglobulinas, G, M, A), em
ticóides e antiinflamatórios. A diminuição nesta crianças e adultos.
banda pode estar associada a hepatites virais agu- • Hipogamaglobulinemia secundária, devido à
das, má-absorção, enfisema pulmonar, síndrome utilização de corticóides, terapia imunossupres-
nefrótica e ao jejum prolongado. sora, quimioterapia ou radioterapia.
• Hipogamaglobulinemia do mieloma de cadeias
3.3 Alfa-2 Globulina leves: o diagnóstico será confirmado através da
Composta pela haptoglobina, alfa-2 macroglobu- detecção de proteína de Bence-Jones na urina.
lina e ceruloplasmina. Esta zona encontra-se ra-
Hipergamaglobulinemia
ramente diminuída, uma vez que a diminuição
• Hipergamaglobulinemia policlonal (aumento
de um dos componentes é compensada pela el-
difuso), observado principalmente em infecções
evação dos demais. Pode se encontrar elevada
hepáticas, AIDS ou doenças auto-imunes.
nas seguintes situações: Febre reumática, analbu-
• Hipergamaglobulinemia monoclonal (pico mo-
minemia, senilidade, hipoalbuminemia, glomeru-
noclonal homogêneo), podendo estar associada
lonefrite, cirrose, diabetes, disproteinemia familiar
com doença maligna (mielona ou doença de
idiopática, Doença de Hodgkin, doença aguda,
Waldenström), em conjunto com leucemia lin-
carcinomatose metastática, cirrose hepática, in-
fática crônica ou linfoma, ou gamopatia be-
farto agudo do miocárdio, mixedema, síndrome
nigna, vista em pacientes idosos.
nefrótica, osteomielite, úlcera péptica, pneumo-
• Na presença de pico monoclonal na zona gama,
nia, poliarterite nodosa, enteropatia perdedora de
é necessário a eliminação da possibilidade de se
proteína, artrite reumatóide, sarcoidose, estresse,
tratar de fibrinogênio remanescente (o que não
colite ulcerativa e uso de corticóides.
ocorre com a utilização de eletroforese capilar).
A haptoglobina é uma glicoproteína de síntese • Hipergamaglobulinemia oligoclonal (vários e
hepática, que se liga de forma irreversível à he- pequenos picos). Em casos específicos, a hiper-
moglobina após a hemólise das hemácias. Valores gamaglobulinemia é resultante da elevação de
diminuídos de haptoglobina são marcadores de subclasses de imunoglobulinas. Estas bandas
hemólise. A alfa-2 macroglobulina é o princi- são derivadas da síntese de anticorpos contra
vários antígenos e só podem ser identificadas quando são utilizadas metodologias de alta resolução, como a
eletroforese capilar. Geralmente, estas imunoglobulinas correspondem a:
- Doenças auto-imunes: artrite reumatóide, síndrome de Sjögren, lupus eritrematoso, esclerose sistêmica progressiva.
- Anticorpos contra proteínas virais: HIV, hepatite viral, meningite, infecção por citomegalovirus.
- Resposta auto-imune em pacientes transplantados sob terapia imunossupresora.
- Resposta imune em indivíduos normais: 1 a 5% dos indivíduos normais podem apresentar forma oligoclonal
sem significado clínico. Este tipo de elevação monoclonal geralmente está presente em baixas concentrações
e de forma transiente.

Conclusões
A eletroforese de proteínas permanece como uma forma fácil e comum de investigação, sendo de utilidade para a
confirmação de caos de estados inflamatórios ou infecciosos, com respectivas elevações poli ou monoclonais de
gamaglobulinas. A eletroforese capilar torna o teste mais sensível e específico, possibilitando a detecção de alter-
ações que não poderiam ser vistas através das técnicas tradicionais.

Referências Bibliográficas
1. Didier Le Carrer, Serum protein Electrophoresis Immunofixation, Edition FM-BIO, Vanves, 2005.
2. J. Villar Caso, Las proteínas Del Plasma, Editorial Científico-Médica-Barcelona, 1950.
3. Burtis CA, Ashwood ER. Tietz, Fundamentals of Clinical Chemistry 5th Ed., 2001.

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