Introdução
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A presente prática foi realizada com a finalidade de quantificar os
microrganismos amonificadores em solo nativo e agrícola. O processo pelo qual o
nitrogênio circula através das plantas e do solo pela ação de organismos vivos é
conhecido como ciclo do nitrogênio. Este ciclo é um dos mais importantes nos
ecossistemas terrestres, isto porque o nitrogênio é usado pelos seres vivos para a
produção de moléculas complexas necessárias ao seu desenvolvimento tais como
aminoácidos, proteínas e ácidos nucléicos.
O principal repositório de nitrogênio é a atmosfera, que é composta por
aproximadamente 78% de nitrogênio, onde este elemento se encontra sob a forma de
gás (N2). Outros repositórios consistem em matéria orgânica nos solos e oceanos.
Apesar de extremamente abundante na atmosfera o nitrogênio é frequentemente o
nutriente limitante do crescimento das plantas. Isto acontece porque as plantas apenas
conseguem usar o nitrogênio sob as formas de íon amônio (NH4+), íon nitrito (NO2-) e
íon nitrato (NO3-), cuja existência não é tão abundante. Estes compostos são obtidos
através de vários processos tais como a fixação e amonificação e nitrificação.
Os microrganismos estão diretamente envolvidos no ciclo do nitrogênio e a
quantificação de grupos importantes dá a indicação de como os processos estão
ocorrendo. Assim, a amonificação ou degradação dos compostos nitrogenados
orgânicos é um dos passos da mineralização do nitrogênio e permite sua
disponibilização para as plantas. Muitos microrganismos quimiorganotróficos são
capazes de efetuar esta transformação, tanto em condições aeróbias quanto anaeróbias.
Neste ultimo caso, as taxas de transformação são mais lentas. A formação de amônio é
tipicamente o resultado de um processo de excreção de N celular durante a
decomposição de formas orgânicas de N (Cardoso et al. 1992). Assim, sua
quantificação nos solos fornece um indicativo do processo de mineralização do
nitrogênio e do ciclo deste elemento no solo.
Objetivo
Métodos
Resultados e discussão
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culturais, especialmente da relação C/N, teores de lignina, celulose, hemicelulose e
polifenóis. Assim, este processo é influenciado pelos fatores que controlam o
crescimento e atividade dos microrganismos, especialmente a qualidade e quantidade de
resíduos culturais no solo.
Além de ser utilizado pelas plantas, o NH4+ pode seguir por outras vias, até ser
oxidado a NO3- (nitrato) pelo processo de nitrificação, onde microrganismos
quimiolitotróficos utilizam o NH4+ como fonte de energia, pode também ficar preso à
CTC do solo, aderido a argila (disponível) ou volatilizar dependendo das condições
ambientais. O nitrato produzido pelo uso do amônio pode ser lixiviado, utilizado pelas
plantas, ou, em condições de anaerobiose, ser utilizado por microrganismos específicos
que o utilizam como receptor final de elétrons na cadeia respiratória anaeróbia, sendo
transformado em nitrogênio gasoso novamente ou óxido nitroso, um gás potencialmente
causador do efeito estufa.
Assim, o passo da amonificação é de extrema importância para que o ciclo do
nitrogênio ocorra, permitindo que este elemento volte à atmosfera e seja novamente
fixado por meio do processo de fixação biológica no nitrogênio, ou outros processos de
fixação menos frequentes. Áreas nativas, por apresentarem maior diversidade de
substratos passíveis de decomposição que contém nitrogênio orgânico, assim como uma
maior diversidade de microrganismos, possibilitam o desenvolvimento de um maior
número de amonificadores, em comparação com as condições de agricultura, onde há
uma menor quantidade de substrato para decomposição microbiana, o que pode ter
influenciado a presença de uma menor quantidade de microrganismos amonificadores
neste tipo de solo.
Conclusão
Referências
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Cardoso, E. J. B. N.; Tsai, S. M.; Neves, M. C. P. 1992. Microbiologia do Solo.
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Campinas. 360 p.
Woomer, P. L. Most probable number counts. In: WEAVER et al.. Methods of soil
analysis. Soil Science Society of America Journal, U.S.A – SSSA book series, n.5, p.59
– 79. 1994.