1. Introdução
A gestão de recursos hídricos, através de bacia hidrográfica, tem papel
fundamental na gestão ambiental porque a água é um indicador que se presta a
modelagens de simulação. É possível reproduzir o funcionamento hidráulico e
ambiental a partir de uma base técnica: informação sobre apropriação (uso e
poluição) da água e características fisiográficas da bacia e do corpo d'água em si.
A base técnica permite, por outro lado, acrescentar ao cenário futuro os
interesses dos diversos atores envolvidos em determinada bacia.
Conseqüentemente, avalia-se quem ganha e quem perde nesses cenários
extrapolados. Trata-se de uma base econômico-financeira que permitirá
quantificar os investimentos necessários, bem como o valor a ser cobrado para
sua cobertura. A disposição do usuário em pagar advém, principalmente, da
certeza de que a gestão lhe dê quanto à necessidade do investimento para seu
negócio. Quanto melhor a qualidade da gestão, menor o caráter impositivo da
cobrança.
A expressão institucional do acordo de benefícios e perdas deverá ocorrer
em um comitê - denominado Comitê de Bacia - que reúna os diferentes interesses.
A gestão compreende, ainda, uma agência executiva, que realiza as tarefas
relativas ao cumprimento das decisões do comitê, bem como submete a ele outras
ações.2 Isso conforma uma base político-administrativa cujos princípios
fundamentais de gerenciamento podem ser assim sintetizados:
2. Conceito
A gestão de recursos hídricos pode ser definida como o conjunto de ações
destinadas a regular o uso, o controle e a proteção dos recursos hídricos, em
conformidade com a legislação e normas pertinentes.
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3. Instrumentos de gestão:
Instituída pela Lei N.º 11.996/92, a Política Estadual dos Recursos Hídricos,
fundamentada em princípios básicos de descentralização, integração e
participação, disponibilizou instrumentos legais de gestão que são essenciais ao
controle dos recursos hídricos, para garantir que a água, recurso indispensável ao
desenvolvimento socioeconômico, seja usada de forma racional e justa pelo
conjunto da sociedade, em todo o território cearense.
Os principais instrumentos de gestão estão classificados em 4 categorias
principais:
a) Instrumentos Legais, Institucionais e de Articulação com a Sociedade:
Arcabouço legal (leis, decretos, portarias, resoluções); órgão gestor;
conselhos de recursos hídricos; sistema de gestão; comitês de bacias; agências
de bacias; associações de usuários de água; campanhas educativas; e
mobilização social e comunitária;
b) Instrumentos de Planejamento:
Planos estaduais de recursos hídricos; planos de bacias; enquadramento de
cursos de água; modelos matemáticos de qualidade e de fluxos (simulação); e
programas de economia e uso racional de água;
c) Instrumentos de Informação:
Sistemas de informação; redes de monitoramento quantitativo e qualitativo
de água; redes hidro-meteorológicas; cadastros de usuários de água; cadastros de
infra-estrutura hídrica; e sistemas de suporte à decisão;
d) Instrumentos Operacionais:
Outorga de água; licença para obra hídrica; cobrança; fiscalização dos usos
da água; operação de obras de uso múltiplo; manualização da gestão e da
operação; manutenção e conservação de obras hídricas; proteção de mananciais;
e controle de eventos críticos, entre outros.
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1. Introdução
A cobrança pelo uso da água prevista na legislação brasileira data do início
do século XX, quando analisamos o Código Civil em seu artigo 68, I - que prevê
que a utilização da água pode, ser gratuita ou retribuída, ou seja, vislumbra-se
aqui que o uso da água poderá ser cobrado, é a primeira vez que se cogita a
possibilidade de cobrança pelo uso da água, embora de forma genérica.
Já na década de 30 com a promulgação do Código de Águas de 1934, o
Decreto 24643/34, que nos trás a previsão da cobrança da água, em seu artigo 36
§20 - O uso comum das águas pode ser gratuito ou retribuído, conforme as leis e
regulamentos da circunscrição administrativa a que pertencerem.
Como podemos observar a cobrança pelo uso da água já não era
propriamente uma novidade no campo normativo brasileiro. O Código Civil faculta
a cobrança pela utilização do bem público, o Código de Águas já previa a
possibilidade de remuneração pelo uso das águas públicas, em análise ao artigo
36, § 20, verifica-se a possibilidade retribuição pelo uso das águas comuns,
todavia, nunca se implementou esse princípio, no que se refere ao pagamento
pelo uso das águas comuns.
A Lei Federal 9433/97 também conhecida como a Lei da Águas, que instituiu
a Política Nacional dos Recursos Hídricos, e em um de seus instrumentos prevê a
cobrança pelo uso da água.
Sendo a água um bem de domínio público, recurso natural limitado, dotado
de valor econômico, é passível de cobrança; e o Estado, por meio de políticas
públicas, adotará medidas que assegurem a água em quantidade e qualidade
visando a sua disponibilidade para estas e futuras gerações.
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3. Fato gerador
A cobrança pelo uso da água tem como fundamento os princípios do
"poluidor-pagador" e "usuário-pagador", previsto na Lei 6938/81 - Política
Nacional do Meio Ambiente, Art. 4° - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de
recursos ambientais com fins econômicos.
Conforme o princípio "poluidor-pagador", o poluidor que comprometer a
qualidade da água deve pagar pelo dano, promovendo a despoluição, e o custo
proveniente para esse procedimento deverá ser internalizado, assumido pelo
empreendedor. Ou seja, se uma empresa exerce determinada atividade poluidora
e com isso causar a degradação dos recursos hídricos, o custo para fazer a
despoluição deverá ser assumido por essa empresa, não podendo esse ônus ser
repassado para o Estado, pois se assim fizesse, ou seja usar as finanças públicas
para recuperar as águas poluídas, causaria um ônus para sociedade, pois em
sendo o dinheiro do Estado proveniente da arrecadação de impostos, estaria
onerando toda a sociedade.
Assim pelo princípio mencionado aquele que diluir efluentes nos cursos
d'água, deverá pagar por esse uso. Já o "usuário-pagador", este deverá pagar
pela utilização que fizer da água, pois sendo a água um bem de domínio público e
dotado de valor econômico, oneraria os demais usuários que não fizessem o uso
da água. Assim, paga-se pela utilização da água, em detrimento dos demais.
Logo, analisando conjuntamente os dos dois princípios, temos que, a
obrigação imposta ao poluidor pagador é de arcar com os custos da atividade
poluidora, que em decorrência de sua atividade produtiva, causar danos ao meio
ambiente e a terceiros, é um custo que aquele deverá prever no seu processo
produtivo; e ao usuário pagador caberá o pagamento pela exploração econômica
que faz dos recursos hídricos, pagando conforme o volume de água que dispuser
em seu benefício.
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o artigo 44, inc. III: mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso dos
recursos hídricos.
Aos Comitês de Bacias Hidrográficas, caberá estabelecer os mecanismos de
cobrança pelo uso dos recursos hídricos, sugerindo os valores a serem cobrados
e, mediante aprovação poderá se efetivar a cobrança pelo uso da água.
Verificamos essa competência quando na análise do artigo 38 da Lei das águas:
"Compete aos Comitês de Bacias Hidrográficas, no âmbito de sua área de
atuação: I - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos
e sugerir os valores a serem cobrados; e IX - estabelecer critérios e promover o
rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo".
A aplicação dos recursos provenientes da cobrança pelo uso da água,
deverá ser feita prioritariamente na bacia onde estes foram gerados, leitura do
artigo 22, caput da LF 9433/97.
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ação de diversos lobies. Naquele estado – o qual foi por longos anos pioneiro no
desenvolvimento dos conceitos do direito dos recursos hídricos – existe, no
entanto, uma grande variedade de estudos teóricos e propostas científicas na área
da cobrança pelo uso da água.
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2. O que é outorga
OUTORGA - Derivado de outorgar (dar consentimento), do latim popular
auctorisare (autorizar), é tido na significação jurídica como o consentimento, a
autorização, a concessão ou o poder.
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3. Objetivos da outorga
O objetivo primeiro do instrumento de outorga é assegurar o controle
quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de
acesso à água, conforme art. 11 da Lei 9433/97:
Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem
como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e
o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
A outorga de uso de água promove o acesso à água para todos os usuários,
pois, quando o usuário solicitar a sua outorga, receberá esta na forma de
autorização, concessão, ou permissão. Mediante a outorga, poderá fazer uso da
água, de acordo com as condições estabelecidas, que dependerão da capacidade
do manancial hídrico e da quantidade de água que o usuário demandar.
Com a outorga, o usuário terá um documento que lhe assegurará o direito
de uso da água naquele local, vazão, prazo e a finalidade de uso da água
outorgada.
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4. Tipos de outorga
a) Águas Federais
0s tipos de outorga previstos na legislação Federal, são a concessão e a
autorização, artigo 43 do Código de Águas e a Lei 9433, não alterou o regime de
outorgas. No entanto a Instrução Normativa 04/00 do Ministério do Meio Ambiente,
em seu artigo 20, inciso XVI, ao definir a outorga de direito de uso, refere-se a
esta como um ato administrativo de autorização e reforçando essa disposição com
a criação da ANA (Lei 9984/00) - Agência Nacional de Águas, traz em seu texto
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b) Águas Estaduais - CE
No Estado do Ceará, o Decreto n° 23.067/94 que Regulamenta o artigo 4°
da Lei n° 11. 996, de 24 de julho de 1992, na parte referente à outorga do direito
de uso dos recursos hídricos, estabelece em seu Art. 17. Para fins deste
Regulamento a outorga pode constituir-se de:
I - cessão de uso, a título gratuito ou oneroso, sempre que o usuário seja
órgão ou entidade pública;
II - autorização de uso, consistente na outorga passada em caráter unilateral
precário conferindo ao particular, pessoa física ou jurídica, o direito de uso de
determinada quantidade e qualidade de água, sob condições explicitadas;
III - concessão de uso, consistente na outorga de caráter contratual,
permanente e privativo, de uma parcela de recursos hídricos a que o particular
pessoa física ou jurídica, dela faça uso ou explore segundo sua destinação e
condições específicas.
Parágrafo Único - Enquanto não forem conhecidas e seguramente
dimensionadas as disponibilidades hídricas, serão outorgadas apenas
autorizações de uso ao particular.
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29, inc. II, da Lei 9433/97, outorgar os direitos de uso de recursos hídricos que
forem de sua competência. Em se tratando de águas cujo domínio é dos Estados,
traz a referida Lei em seu Art. 30, inc. I, a previsão da competência para outorgar
os direitos de uso de recursos, como sendo dos Estados.
Quando a outorga solicitada tiver por objeto águas de domínio da União,
caberá a ANA – Agência Nacional de Águas expedir as referidas outorgas,
previsão do artigo 40, inc. IV, da Lei 9984/00, que criou a ANA.
Em se tratando o objeto da outorga águas de domínio dos Estados, em
específico no CE, diz o Art. 10: o pedido de outorga do direito de uso de águas
será processado perante a Secretaria dos Recursos Hídricos através de
formulário padrão por ela fornecido...”
Art. 11. A Secretaria dos Recursos Hídricos terá prazo de 60 (sessenta) dias
para decidir sobre a outorga sendo-lhe facultado ouvir previamente o Comitê
Estadual de Recursos Hídricos - COMIRH, na forma do art. 33, inciso IV, da Lei n°
11.996, de 24 de julho de 1992.
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Art. 26. A outorga não implica na alienação das águas, mas o simples direito
de seu uso.
Art. 27. A outorga não confere delegação de poder público ao seu titular.
Art. 28. Sempre que os recursos hídricos se prestem a múltiplos usos, a
outorga somente poderá ser concedida se o consumo for compatível com a
multiplicidade dos usos possíveis.
Art. 29. A outorga prevista neste Regulamento não dispensará nem
prejudicará outras formas de controle e licenciamento específicos, inclusive os
que digam com saneamento básico e com controle ambiental, previstos em lei.
a) Nível Federal
Art. 40 da Resolução 16 do CNRH, que regulamenta a outorga em nível
federal § 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em
regulamento:
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de
pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;
II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.
b) Nível Estadual - CE
Ficam dispensados da outorga - Decreto Estadual Decreto nº 23.067/94:
Art. 8°. Não se exigirá outorga de direito de uso de água na hipótese de
captação direta na fonte, superficial ou subterrânea cujo consumo não exceda de
2.000 l/h (dois mil litros por hora).
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identificação dos interesses que envolvem os recursos hídricos, a partir dos quais
serão estabelecidos os critérios de outorga.
"Em matéria de águas, o conceito de interesse abrange três esferas:
Do Poder público detentor do domínio, cujo interesse consiste no poder-
dever de administrar o bem, de acordo com a Lei, regulamentos e as decisões e
diretrizes emanadas do Sistema de Gerenciamento.
Dos usuários da água, cada qual com seu interesse específico;
Da comunidade, na prevenção do recurso, em qualidade e quantidade, para
as atuais e futuras gerações, com equilíbrio das utilizações, em níveis compatíveis
com as necessidades de ser humano, o que se traduz em interesse difuso."
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1. Órgão Gestor
A política de Recursos Hídricos do Governo do Estado criou a Companhia
de Gestão dos Recursos Hídricos - COGERH, responsável hoje pelo
gerenciamento e disciplinamento de mais de 90% das águas acumuladas no
Estado, de forma descentralizada, integrada e participativa. Estão sob a
administração da Companhia, 126 dos mais importantes açudes públicos
estaduais e federais, além de reservatórios, canais e adutoras da bacia
metropolitana de Fortaleza.
A Companhia das Águas, como vem sendo chamada, foi criada pela Lei nº
12.217, de 18 de novembro de 1993, com a finalidade de implantar um sistema de
gerenciamento da oferta de água superficial e subterrânea do Estado,
compreendendo os aspectos de monitoramento dos reservatórios e poços
artesianos, manutenção, operação de obras hídricas e organização de usuários
nas 11 bacias hidrográficas do Ceará. Através da informação e divulgação de
dados à comunidade, a COGERH pretende torná-la co-gestora dos recursos
hídricos, para que possam tomar decisões coletivas e negociadas, como também
avaliar a política de gestão a ser implementada nas bacias.
A organização e integração dos usuários de água bruta, um dos aspectos
fundamentais para o sucesso dessa nova política de recursos hídricos, é realizada
através da criação dos Comitês de Bacia. Pescadores, vazanteiros, irrigantes e
indústrias se reúnem em assembléias para deliberarem sobre o uso e a
distribuição da água, otimizando o uso dos recursos hídricos de acordo com as
ofertas disponíveis e tipo de utilização ao longo do ano. Participam também das
assembléias, representantes da sociedade civil organizada: sindicatos,
associações, prefeituras, que são os legítimos moderadores dos conflitos
inerentes ao processo.
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2. Linhas de Ação
A Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará, especialmente
através da COGERH, tem como missão efetuar gerenciamento participativo,
descentralizado e integrado dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos do
Estado.
O Programa de Gestão dos Recursos Hídricos visa à implantação e
consolidação do Sistema Estadual de Recursos Hídricos - SIGERH, promovendo:
•a implementação dos instrumentos legais de outorga de direito de uso dos
recursos hídricos, do licenciamento para as obras hídricas e da cobrança pelo uso
da água bruta;
•o monitoramento dos recursos hídricos;
•a operação e a manutenção da infra-estrutura hídrica;
•o apoio à organização dos usuários de água e ao funcionamento dos
órgãos colegiados que compõem o Conselho Estadual de Recursos Hídricos -
CONERH e Comitês de Bacias Hidrográficas;
•a fiscalização de mananciais;
•o desenvolvimento do Sistema de Informação dos Recursos Hídricos e
Meteorológicos;
•a implementação do Plano Estadual de Recursos Hídricos - PLANERH.
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