Objetivos: Estando as construções geométricas cada vez mais ausentes dos currı́culos
escolares, este trabalho pretende ajudar a resgatar o assunto do esquecimento e mostrar a
sua importância como instrumento auxiliar no aprendizado da geometria. Os problemas
de construção são motivadores, às vezes intrigantes e frequentemente conduzem à des-
coberta de novas propriedades. São educativos no sentido que em cada um é necessária
uma análise da situação onde se faz o planejamento da construção, seguindo-se a execução
dessa cosntrução, a posterior conclusão sobre o número de soluções distintas e também
sobre a compatibilidade dos dados.
Aqui, trataremos das construções elementares, ou seja, da criação das primeiras ferramen-
tas que serão utilizadas na solução dos exercı́cios propostos e das expressões algébricas,
onde interpretaremos geometricamente algumas equações da álgebra.
Texto:
Introdução
As construções com régua e compasso já aparecem no século V aC, época dos
pitagóricos, e tiveram enorme importância no desenvolvimento da matemática grega. Na
grécia antiga, a palavra número era usada só para inteiros e uma fração era considerada
apenas uma razão entre estes números. Estes conceitos, naturalmente, causavam difi-
culdades nas medidas das grandezas. A noção de número real estava ainda muito longe
de ser concebida, mas, na época de Euclides (século III aC) uma idéia nova apareceu.
As grandezas, no lugar de serem associadas a números, passaram a ser associadas a seg-
mentos de reta. Assim, o conjunto dos números continuava discreto e o das grandezas
contı́nuas passou a ser tratado por métodos geométricos. Nasce então neste perı́do uma
nova álgebra, completamente geométrica onde a palavra resolver era sinônimo de cons-
truir. Nessa álgebra, por exemplo, a equação ax = b não tinha significado porque o lado
esquerdo era associado à área de um retângulo, o lado direito a um segmento de reta e um
segmento de reta não pode ser igual a uma área. Entretanto, resolver a equação ax = bc
significava encontrar a altura x de um retângulo de base a que tivesse a mesma área de
um retângulo de dimensões b e c.
Construções Geométricas
P
Perpendiculares
Paralelas
Bissetriz B
Arco Capaz M
θ
Consideremos dois pontos, A e B sobre um cı́rculo. Para
M'
P
lados do ângulo θ e um cı́rculo de mesmo raio com cen- Q'
θ
tro em A determinando P em AB. Em seguida com
′
V Q
θ
traçada por A encontra a mediatriz de AB em O, cen-
tro do arco capaz. O arco de centro O e extremidades O
A B
Para dividir um segmento AB, por exemplo, em 5 partes P1 P2 P3 P4
A2
A4
A1 A2 , A2 A3 , A3 A4 e A4 A5 . As paralelas a A5 B traçadas
A5
A 4a proporcional
b x
Esta relação é equivalente a ax = bc que discutimos na b
B
x
introdução deste trabalho, usando as idéias dos gregos D
√ x a
Se x = a2 + b2 onde a e b são segmentos dados, então b x
a
x é a hipotenusa de um triângulo retângulo cujos catetos b
são a e b.
√
Se x = a2 − b2 então x é agora um cateto de um
triângulo retângulo de hipotenusa a, onde o outro cateto
é igual ab.
Média Geométrica Q
2. Construir o triângulo ABC sendo dados o lado BC, a altura h relativa a esse lado
e o ângulo Â.
10. São dados dois pontos A e B de um mesmo lado de uma reta r. Construir um
cı́rculo passando por A e B que seja tangente a r.