De
Sociologia
Colégio wakigawa
Professor: Ferreira
A idéia de valor, para nós, encontra na pessoa humana a sua origem primeira, como
valor-fonte de todo o mundo das estimativas, ou mundo histórico-cultural.
Quanto Kant dizia: — "Sê uma pessoa e respeita os demais como pessoas" —,
dando ao mandamento a força de um imperativo categórico, de máxima fundamental de
sua Ética, estava reconhecendo na pessoa o valor por excelência. É nesse sentido que
podemos concordar com Francisco Romero, quando diz que "ser é transcender".
De maneira que poderíamos acrescentar que, quando o homem se põe a estudar a
cultura, não faz senão estudar a si mesmo, na riqueza imprevisível de suas energias
criadoras, como se o espírito se reencontrasse ou se reconhecesse espelhando-se nos
feitos da História.
Quando verificamos a existência de valores na História, a objetividade desses valores
implica um dever, porque estamos, no fundo, obedecendo a nós mesmos, em nosso
significado universal de homens. O dever ser dos valores vem daí, da fonte de que eles
promanam.
A Cultura na visão Histórica Foi Hegel e, depois dele, Marx que enfatizaram a
Cultura como História. Para o
Primeiro, o tempo é o modo como o Espírito Absoluto ou a razão se manifesta e
desenvolvem-se através das obras e instituições – religião, artes, ciências, Filosofia,
instituições sociais, instituições políticas. A cada período de sua temporalidade, o
Espírito ou razão engendra uma Cultura determinada, que exprime o estágio de
desenvolvimento espiritual ou racional da humanidade – China, Índia, Egito,
Israel, Grécia, Roma, Inglaterra, França, Alemanha seriam fases da vida do
Espírito ou da razão, cada qual exprimindo-se com uma Cultura própria e
ultrapassada pelas seguintes, num progresso contínuo.
Para Marx, há em Hegel um engano básico, qual seja, confundir a História-
Cultura com a manifestação do Espírito. A História-Cultura é o modo como, em
condições determinadas e não escolhidas, os homens produzem materialmente
(pelo trabalho, pela organização econômica) sua existência e dá sentido a essa
produção material. A História-Cultura não narra o movimento temporal do
Espírito, mas as lutas reais dos seres humanos reais que produzem e reproduzem
suas condições materiais de existência, isto é, produzem e reproduzem as
relações sociais, pelas quais distinguem-se da Natureza e diferenciam-se uns dos
outros em classes sociais antagônicas.
O movimento da História-Cultura é realizado pela luta das classes sociais para
vencer formas de exploração econômica, opressão social, dominação política.
Despotismo asiático, modo de produção antigo (Grécia, Roma), modo de
produção feudal (Idade Média), capitalismo comercial ou mercantil, capitalismo
industrial são as maneiras pelas quais surgem e se organizam as formações
sociais, internamente divididas por lutas, cujo fim dependerá da capacidade de
organização política e de consciência da última classe social explorada
(o proletariado, produzido pelo capitalismo industrial) para eliminar a desigualdade
e injustiça históricas.
Cultura na visão antropológica ,Diferentemente de Hegel e Marx, que tomam a
Cultura pela perspectiva histórica
ou pela relação dos humanos com o tempo, a antropologia considera a Cultura
por um outro prisma.
O antropólogo procura, antes de tudo, determinar em que momento e de que
maneira os humanos se afirmam como diferentes da Natureza fazendo o mundo
cultural surgir. Tradicionalmente, dizia-se que os humanos diferem da Natureza
graças à linguagem e à ação por liberdade. O antropólogo, sem negar essa
afirmação, procura algo mais profundo do que isso como início das culturas.
Assim, para muitos antropólogos, a diferença homem-Natureza surge quando os
humanos decretam uma lei que não poderá ser transgredida sem levar o culpado à
morte, exigida pela comunidade: a lei da proibição do incesto, desconhecida
pelos animais. Para muitos antropólogos, a diferença homem-Natureza também é
estabelecida quando os humanos definem uma lei que, se transgredida, causa a
ruína da comunidade e do indivíduo: a lei que separa o cru e o cozido,
desconhecida dos animais.
Não vamos aqui entrar nos detalhes das discussões antropológicas. O importante,
para nós, é perceber que os antropólogos buscam algo que demarque o momento
da separação homem-Natureza como instante de surgimento da Cultura. Esse
algo é uma regra ou norma humana que opera como lei universal, isto é, válida
para todos os homens e para toda a comunidade.
A lei humana é um imperativo social que organiza toda a vida dos indivíduos e
da comunidade, determinando o modo como são criados os costumes, como são
transmitidos de geração em geração, como fundam as instituições sociais
(religião, família, formas do trabalho, guerra e paz, distribuição das tarefas,
formas do poder, etc.). A lei não é uma simples proibição para certas coisas e
obrigação para outras, mas é a afirmação de que os humanos são capazes de criar
uma ordem de existência que não é simplesmente natural (física, biológica). Esta
ordem é a ordem simbólica. Edward B. Tylon é considerado o pai da etnologia por
ter sido ele o primeiro a tentar sistematizas o estudo da cultura. Contudo, isto não
significa que esta idéia de evolução não tivesse sido já aventada por outros estudiosos.
Mitchell, em seu dicionário de sociologia apresenta no verbete evolução social. Em
1871 Tylor publicava seu livro primitive culture, onde procurou, principalmente, mostra
o desenvolvimento da pratica religiosa. Foi responsável pela conceituação do termo
cultura distinguindo-o do de raça. Teve o mérito de proceder à sistematização das idéias
evolucionistas a respeito da cultura.
A antropologia cultural estuda os caracteres distintos das condutas dos seres Humanos
pertencendo a uma cultura, considerada como uma totalidade irredutível à outra. Atento
ás descontinuidades (temporais, mas, sobretudo especiais) salienta a originalidade de
tudo que devemos à sociedade à qual pertencemos.
Ela conduz essa pesquisa a partir da observação direta dos comportamentos dos
indivíduos, tais como o grupo e o meio no qual nascem e crescem estes indivíduos.
Procurando compreender a natureza dos processos de aquisição e transmissão, pelo
individuo de uma cultura, sempre singular (a forma como esta não apenas informa, mas
modela o comportamento dos indivíduos, sem que este o percebam), encontra varias
preocupações comuns aos psicólogos, psicanalistas e psiquiatras.
A cultura é um patrimônio de bens que o homem acumula através da História, mas não
é apenas um cabedal de bens. O ser humano por si mesmo burila-se ou aprimora-se em
seus atos mais naturais. Cremos que o homem assinala um processo de aprimoramento
crescente através das idades. O homem civilizado, o homem culto, reveste-se de certa
"dignidade" ao realizar os atos mais naturais da vida, enriquecido de algo denunciador
de aperfeiçoamento no seio da espécie, em contraste com a rude animalidade do homem
primitivo. Temos, assim, de chegar à convicção de que não é cultura apenas o produto
da atividade do homem, porque também é cultura a atividade mesma do homem
enquanto subordinada a regras.
Notas do autor
Cultura e marginalidade cultural entendemos que a marginalidade cultural anda em
caminho inverso da cultura propriamente dita, pois a mesma não valoriza socialmente
os movimentos e grupos sociais, não se desenvolvendo de forma satisfatória com o
objetivo de se aproximar manifestando-se de forma clandestina.
Exemplo clássico são os movimentos dos grafiteiros, utilizando-se do seu poder
artístico expressando-se contra a discriminação social, em muros e paredes pela cidade
não tendo oportunidade de apresentar-se de forma digna em salões e amostrar em
galeria de arte.
Controle social tem dois tipos de controle social o interno e o externo. O externo e o
controle social fiscalizador da sociedade. Exemplo: encontra-se no poder de policia
extensiva, receita federal, ministério publico, podendo ser preventivo e repressivo. E o
interno na maioria das vezes é exercido por grupos privados de forma fiscalizadora.
Exemplo: fiscalização exercida dentro de um estádio de futebol.
Bibliografia
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