Etiologia
Trauma direto – impacto direto na articulação
Trauma indireto – não ocorre no local da articulação, mas à distância e afeta suas
estruturas
o Ex.: trauma na parte interna do pé, se transmite sobre o joelho entorse.
Mecanismo do trauma
Trauma em valgo trauma direto na face lateral do joelho ou face medial do
tornozelo (jogador de futebol)
o Mecanismo mais comum
o Tíbia forçada para dentro com rotação externa em relação ao fêmur
o Lesões:
Colateral interno (medial) superficial
Colateral interno (medial) profundo Tríade do infeliz
Menisco medial
Cruzado anterior
Fratura do platô tibial externo paciente chega com fratura do platô,
não adianta só tratar ligamentos rompidos
Tríade do infeliz
Trauma em varo
o Menos comum
o Tíbia é forçada para dentro com rotação interna em relação ao fêmur
o Lesões:
Colateral externo (lateral) sem lesão meniscal
Cruzado anterior
Fratura do platô tibial interno
Obs.: não tem relação com o menisco
Clínica
Depende da intensidade do trauma
o Grau I: lesão mais leve, de poucas fibras – estiramento do ligamento;
sintomatologia pobre – deambula, leve claudicação, edema discreto +/4,
pouca dor, tratamento: respouso por 4-5 dias, AINE e gelo
Radiografia normal – estiramento sem rotura ou instabilidade
Tratamento conservador – ótimo prognóstico
o Grau II: comprometimento de até 1/3 das fibras do ligamento; marcha
dificultada e com apoio, claudicação intensa, edema ++ a +++/4, dor,
impotência funcional, testar estabilidade do joelho – rotura parcial com
instabilidade parcial
Conduta: RX obrigatório para afastar fratura
Tratamento: AINE + imobilização de 10-14 dias
o Grau III: não deambula e não apóia o membro, edema intenso ++++/4,
equimose, testar estabilidade ligamentar, fazer radiografia – rotura completa
com instabilidade total – sensação de que o joelho vai sair do lugar
Conduta: RX e outros exames se necessários
Tratamento: depende do tipo de lesão
Teste de estabilidade: testar o ligamento, fazer comparação entre os 2
lados (medial e lateral), RX com estresse
Obs.: graus II e III com sangramento são graves
Sinais e sintomas:
Dor início imediato. Nas ligações ligamentares é precedida de estalido. Doem pouco
após o trauma inicial, devido ao extravasamento de líquido da articulação.
Marcha alterada, geralmente com atitude de flexão
Derrame hemartrose (derrame de sangue); faz punção para diagnóstico; comum
em lesões do LCA. Joelho volumoso (graus 2 e 3)
o Sinal da tecla +: vê se tem derrame dentro do joelho
o Punção articular: alivia a dor; dá dica ao diagnóstico pela cor do líquido (se
sangue puro lesão ligamentar; se gordura: fratura)
o “pivot shift test” joelho estendido, fazer rotação interna da tíbia, segurando
o pé e flexionar vagarosamente o joelho positivo: estalo (redução súbita da
subluxação)
LCP
o Gaveta posterior joelho flexionado a 30º e pé sobre a mesa – segurar
panturrilha e tracionar a perna posteriormente. Grau de instabilidade costuma
ser menor que do LCA.
Exames complementares
Radiografia simples
Radiografia de estresse – sinal do bocejo (joelho ou tornozelo)
o Abertura do espaço articular for < ou = 5mm grau I
o Abertura do espaço articular for entre 5 e 10mm grau II
o Abertura do espaço articular for > que 10mm grau III
RNM: dúvida diagnóstica e suspeita d lesões ligamentares associadas
Tratamento
Graus I e II: conservador
o Proteção: muletas
o Repouso
o Ice – crioterapia (20 min – 4 vezes/dia)
o Compressão (bandagem) – joelho não pode ficar imobilizado muito tempo,
pois atrofia – imobilização leve de 3-4 dias
o Elevação
o Fisioterapia – fundamental
o Punção articular, AINE – melhora da dor
Grau III – cirúrgico
o Paciente com instabilidade significativa do joelho
o Paciente que realiza atividade esportiva ou recreacional que demanda joelho
Lesões meniscais
Meniscos
o Os meniscos são fibrocartilagens com formato semilunar que dão estabilidade
e amortecem os choques no joelho.
o Cobrem metade a 2/3 da superfície articular da tíbia.
Medial ou interno forma de C, relação com ligamento colateral
interno mais lesado
Lateral ou externo forma circular ou de J, sem relação com
ligamento colateral externo
Quadro clínico
História – relata, às vezes, estalo no instante do evento
Dor na interlinha articular
Derrame de repetição sem sangue (sai só líquido sinovial)
Falseio: instabilidade: fragmento meniscal móvel ou lesão do LCA
associada (cai de repente enquanto anda)
Dor noturna (lesões degenerativas) – dorme com travesseiro no meio das
pernas
Exame físico
Marcha – claudicação ou não, dificuldade para descer
Atrofia do quadríceps – justifica derrame (inibição do reflexo de Leriche)
Bloqueio articular – síndrome do joelho bloqueado – bloqueio da extensão total do
joelho – posição em semiflexão, transitória, por interposição de alça ou fragmento
meniscal no centro articular
Teste de Apley – paciente em decúbito ventral e joelho dobrado a 90º, pressionar
calcanhar para baixo e fazer rotação interna e externa
Teste de McMurray – decúbito dorsal e joelho flexionado a 90º ou mais, segurar o pé e
tornozelo provocando rotação externa e interna. A seguir, estender passivamente o
joelho, mantendo rotação tibial – dor e estalido positivo para lesão meniscal
Exames complementares
RNM método de escolha para confimação diagnóstica e avaliação do tipo de lesão
(RX não dá pra ver)
Tratamento
Conservador:
o Fase aguda – suspender atividade esportiva, crioterapia
o AINE
o Fisioterapia – fortalecimento da musculatura da coxa
Cirúrgico:
o Meniscectomia parcial tira só a parte lesada, não se faz total, pois prova
artrose precoce
o Sutura meniscal
o Obs.: lesões degenerativas: operar ou não? Se tiver falseio, melhor operar
Mecanismos de lesão
1- Trauma em inversão – entorse lateral
Supinação + rotação interna sola do pé voltada para dentro
Tipo mais comum: maior que 85% dos casos
Lesões
o Ligamento talofibular anterior – 70% dos casos é isolada (primeiro a ser
estendido ou rompido)
o Ligamento calcaneofibular – 20% dos casos é associado (calcâneo supino)
o Ligamento talofibular posterior – dificilmente é lesado, preservado se houver
luxação do tornozelo
o Fratura do maléolo interno
2- Trauma em eversão – entorse medial
o Pronação + rotação externa sola do pé voltada pra fora
o Lesões
Ligamento deltóide
Fratura de arrancamento do maléolo medial – mais comum
Fratura do maléolo lateral com ou sem sindesmose
Maléolo lateral – quando lesa medial ou quando lesa ligamento
deltóide e fica solto no tornozelo
Quadro clínico
Depende da intensidade do trauma
o Grau I: sintomatologia pobre: deambula, leve claudicação, edema discreto,
dor, tornozelo estável
o Grau II: marcha dificultada e com apoio, claudicação intensa, edema ++ a
+++/4, dor, equimose, perda parcial da estabilidade
o Grau III: não deambula, dor, não apóia o membro, edema intenso, perda de
estabilidade ligamentar
Obs.: testar gaveta anterior (lesão dos 3 ligamentos) e inclinação talar: testar instabilidade do
tornozelo (integridade LTFA e LCF), na ausência de fraturas após fase inflamatória aguda do
entorse (5 dias depois).
Teste da inclinação talar: com uma das mãos segura a perna distal e com a outra
provoca inversão do pé. Na rotura grau II e III do LCF, haverá desvio angular excessivo
quando comparado com o lado oposto.
Exames complementares
RX simples: não vê lesão ligamentar, mas tem que afastar fratura associada
o Radiografias de tornozelo são obrigatórias na presença de dor maleolar
associada à dor na digitopressão maleolar ou incapacidade de sustentar o peso
no tornozelo afetado por 4 passos.
o Radiografias de pé são obrigatórias na presença de dor no médio-pé associada
à dor na digitopressão da base do 5º metatarso (fratura de Jones) ou
incapacidade de sustentar peso no tornozelo afetado por 4 passos.
RNM
Tratamento
Fase aguda: protocolo PRICE
Conservador (inclui graus II e III)
o AINE
o Fisioterapia – assim que a dor melhorar
o Imobilização – BRACE – permitindo apenas flexo-extensão durante 12 a 15 dias
– tala suropodálica – tornozelo em 90º diminui dor, edema, efeito
antiinflamatório
Quadro clínico
Evento agudo – súbita dor no calcanhar e panturrilha – após flexão plantar contra peso
do corpo
Ao exame: não consegue ficar na ponta do pé no lado afetado
Síndrome da pedrada (Martorell) pode gerar falso diagnóstico de TVP pode gerar
síndrome compartimental
o Súbita dor na panturrilha (como se alguém acertasse uma pedrada na perna)
o Estiramento dos músculos após esforço, frequentemente associado à rotura
de veias subfasciais e hematoma
Diagnóstico
Teste de Thompson
Tratamento
Cirúrgico
o Reconstrução primária ou
o Transferência da força flexora para o tendão do flexor longo do hálux
o Tenorrafia – abrir e suturar tendão; depois: imobilização por 6 semanas