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Economia Pública

Aula 20

V – Tributação;

3 – Impostos sobre o rendimento;


1.1 – Impostos sobre o rendimento e oferta de trabalho.

Bibliografia : Stiglitz (1986) : Cap 19

Pontos a abordar :

1 – A função oferta de trabalho;


2 – Efeito rendimento e efeito substituição;
3 – Incidência de um imposto proporcional sobre a oferta de trabalho;
4 – Incidência de um imposto progressivo sobre a oferta de trabalho;
5 – Comparação entre os vários tipos de imposto.

1 – A função oferta de trabalho;

A oferta de trabalho é tradicionalmente modelizada como sendo função do lazer e


do consumo de bens e serviços. O imposto altera o comportamento do indivíduo, que
ajustará a quantidade de trabalho fornecida (trabalhará mais ou terá de reduzir o
consumo dos bens e serviços). Se ajustar a quantidade de trabalho, o indivíduo
trabalhará mais e reduzirá o seu tempo de lazer, pelo que neste caso não necessitará de
reduzir o seu consumo ou reduzi-lo-á numa menor proporção.
No gráfico abaixo, o imposto sobre o trabalho faz rodar a restrição orçamental
para baixo no eixo do consumo, por forma que o indivíduo mantenha o tempo de lazer e
como não trabalha mais, reduz o seu consumo de E para E’.

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2 – Efeito rendimento e efeito substituição nos impostos

O imposto sobre o trabalho reduz o consumo individual por duas razões :

(i) Porque retira dinheiro ao indivíduo (efeito rendimento);


(ii) Porque altera os preços relativos tornando o consumo mais caro (efeito
substituição).

Na figura acima desagrega-se o efeito rendimento do efeito substituição. O


movimento de E para E’ e a correspondente redução no consumo representa a redução
devido à diminuição da riqueza, sendo o efeito rendimento. O movimento de E’ para E*
representa a redução no consumo devido à alteração dos preços relativos, sendo o efeito
substituição.
Neste exemplo o efeito rendimento e o efeito substituição trabalham na mesma
direcção, reduzindo o consumo, mas na realidade o efeito rendimento pode compensar o

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efeito substituição. O efeito total depende da elasticidade de substituição entre o


consumo e lazer.
As curvas de indiferença do gráfico correspondem a uma situação de elasticidade
intermédia, entre a elasticidade zero (curvas de indiferença em L, que não possuem
efeitos substituição) e a elasticidade infinito (curvas de indiferença lineares).

3 – Oferta de trabalho com imposto proporcional

Em geral no contexto do mercado de trabalho o efeito de substituição e o efeito


rendimento trabalham de forma contrária. Com o efeito rendimento o indivíduo trabalha
mais, com o efeito substituição o indivíduo trabalha menos.

O imposto muda a restrição orçamental e o efeito rendimento faz o consumo


passar de E para E’, enquanto a alteração nos preços relativos faz o consumo passar de
E’ para E*. Os dois efeitos trabalham em oposição. Devido ao efeito rendimento o
consumo de lazer e o consumo de bens diminuem, mas devido ao efeito substituição
entre lazer e consumo, o resultado final pode ser uma das duas: (i) o individuo trabalha
menos e consome mais lazer. Nesta situação o efeito substituição e o efeito rendimento
trabalham no mesmo sentido reforçando-se mutuamente e dando origem a uma
diminuição na oferta de trabalho. (ii) o individuo trabalha mais para compensar o

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rendimento perdido. Nesta situação o efeito rendimento e o efeito compensação


compensam-se. Esta é considerada a situação de referência na economia, sendo ilustrada
no gráfico abaixo.
Se o efeito rendimento compensar o efeito substituição, a curva da oferta terá uma
inclinação para trás.

O aumento de salário induz uma redução na oferta de trabalho. Se a curva de


oferta de trabalho tiver esta forma um imposto que reduz o salário induz o aumento da
oferta de trabalho.
Conclui-se que um imposto proporcional sobre o rendimento reduz o rendimento
após imposto. Nesta nova situação o indivíduo altera a sua afectação do tempo a
rendimento e lazer. Passará a trabalhar mais e a dispender menos tempo em lazer para
compensar a diminuição do rendimento devido ao imposto.

4 – Incidência de um imposto progressivo sobre a oferta de trabalho

Se o imposto sobre o trabalho for um imposto progressivo, como de facto acontece


com o IRS, a restrição orçamental não é linear. Os indivíduos com rendimento baixo
tendem a receber um subsídio (ex: rendimento mínimo garantido) até a um determinado
nível e a partir desse nível pagam um imposto. Ilustremos graficamente esta situação.

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No gráfico acima temos a restrição orçamental dos indivíduos com baixo


rendimento. A restrição orçamental LL é a de pré-imposto e a LD a de pós imposto.
Note-se que no pôs-imposto a restrição orçamental aumenta com exclusão do intervalo
CD.
(i) Para um indivíduo que trabalhe pouco no intervalo LA a nova restrição
orçamental é mais inclinada. O efeito rendimento faz o indivíduo
trabalhar menos porque está em melhor situação, mas o efeito substituição
faz o indivíduo trabalhar mais porque a rendibilidade do trabalho
aumentou. Assim o efeito rendimento e efeito substituição funcionam em
direcções opostas.
(ii) Para um indivíduo que trabalhe moderadamente no intervalo BA só existe
efeito rendimento porque os preços relativos mantém-se constantes. A
nova restrição orçamental tem inclinação idêntica à anterior. O efeito
redimento faz o indivíduo trabalhar menos do que antes do imposto,
porque está em melhor situação.

(iii) Para um indivíduo que trabalhe duramente no intervalo BC o efeito


rendimento e o efeito preço trabalham no mesmo sentido, reforçando-se.
Ele possui um rendimento superior e a rendibilidade do trabalho aumenta,
pelo que trabalhará mais.

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(iv) No intervalo CD o indivíduo já não recebe o rendimento mínimo, que se


esgota, e o imposto faz com que a nova restrição orçamental seja mais
baixa após impostos. O efeito rendimento e o efeito substituição
funcionam em sentidos opostos, de acordo com a situação analisada no
capítulo anterior. O rendimento diminui fazendo o indivíduo trabalhar
menos e o efeito substituição fá-lo tarabalhar mais para compensar a
diminuição do rendimento.

Rendimento mínimo garantido com trabalho e sem trabalho

Será que o rendimento mínimo garantido constitui um incentivo ao lazer?


Considere-se um indivíduo que receba o subsídio usufruindo completamente do lazer no
ponto W, no grafico acima. Considerando a curva de indiferença é claro que o indivíduo
em W prefere trabalhar, porque com o rendimento mínimo garantido o seu rendimento
aumenta. O efeito substituição trabalhará no mesmo sentido se a rendibilidade do
trabalho aumentar, mas se a elasticidade de subsituição entre trabalho e lazer for
positiva ele trabalhará menos.
Os economistas consideram que a participação no mercado de trabalho é
fundamental para uma política de redistribuição porque induz educação, treino, sentido
de pertencer à sociedade pelo que contribui para a estabilidade social.
Pode acontecer que o indivíduo não consiga trabalhar porque não existe
divisibilidade perfeita nas horas de trabalho. Nestas condições a substituição entre lazer
e trabalho não é tão flexível como a nossa análise pretende.

Indivíduo com elevado rendimento

Considerem-se os indivíduos que pagam um imposto progressivo. Alguns estarão


no escalão 0%, outros acima, no escalão 28%, e ainda alguns estarão no escalão dos
40%.

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Um aumento no limite superior da taxa corresponde a uma rotação da restrição


orçamental no ponto que passa de BA para BG .
Na situação de equilíbrio inicial o indivíduo estava no ponto E (tangência da
restrição orçamental antes do imposto e as curvas de indiferença). Após o aumento da
taxa o indivíduo passa ao ponto E’. O efeito rendimento é pequeno mas o efeito de
substituição é elevado em relação ao efeito rendimento pelo que o indivíduo trabalhará
menos e terá mais lazer.

Participantes secundários no mercado de trabalho

Para famílias em que o marido e a mulher trabalham, o indivíduo que ganha


menos assume o estatuto de ganhador secundário. A existência de uma criança em casa
é um factor explicativo deste papel secundário. O elemento secundário embora receba
pouco rendimento paga um imposto elevado, porque o seu rendimento é adicionado ao
rendimento do marido, pelo que o seu incentivo para participar no mercado de trabalho
é bastante reduzido. Os trabalhadores secundários tendem assim a ser mais sensíveis às
variações fiscais.

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5 – Comparação entre os vários tipos de imposto

Como o efeito rendimento e o efeito substituição não são sempre os mesmos, os


estudos para analisar o impacto dos impostos sobre o mercado de trabalho têm sido de
dois tipos : (i) análise estatística ; (ii) experimentações.
Na análise estatística utilizam-se os dados agregados para estimar a elasticidade da
oferta de trabalho que relaciona os salários em função das horas de trabalho. Os
resultados permitem-nos tirar as seguintes conclusões:
¾ A oferta de trabalho de homens casados não responde a variações na taxa de
salário, e a elasticidade compensada da oferta de trabalho é baixa;
¾ A oferta de trabalho de mulheres casadas é superior, mas mais difícil de
estimar;
¾ A oferta de trabalho de mulheres que sejam chefes de família possui um valor
para a elasticidade que é intermédio entre o dos homens casados e o das
mulheres casadas;
¾ A decisão de participação é mais sensível à taxa de salário do que o número de
horas de trabalho;
¾ Os parâmetros estimados pelos métodos estatísticos tendem a ser superiores
aos obtidos na experimentação.

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