Roteiro de Aula:
1.Bem Jurídico Ambiental: Conceito legal, art.3º, inciso I, da Lei Federal nº 6.938, de 1981: o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Meio Ambiente Natural (ar, solo, água,
fauna, flora). Meio Ambiente Artificial (espaço urbano construído). Meio Ambiente Cultural (art.216
da CF/88, patrimônio histórico, artístico, arqueológico, etc) 1.1 Natureza Jurídica: bem de
interesse difuso (bem de uso comum do povo). 1.2 Titularidade: Metaindividual e transgeracional
(das presentes e futuras gerações).1.3 Matriz Constitucional: art. 225 (Macro-bem). 1.4 Atividade
Econômica: art.170, inciso VI da CF/88: defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação.
4. Responsabilidade Ambiental (art.225, §3º da CF/88). Dano ambiental: qualquer lesão ao meio
ambiente causada por condutas ou atividades de pessoa física ou jurídica de direito público ou
privada. 4.1 Responsabilidade Administrativa. É objetiva, salvo nos casos de aplicação de multa
simples que se exige a negligência ou o dolo. (§2º do art. 3º do Decreto Federal nº 6.514, de 22
de julho de 2008) 4.2 Responsabilidade Civil: Independe de culpa e independe de a atividade ser
lícita ou ilícita. Havendo dano ao meio ambiente, deve haver a reparação. 4.3 Responsabilidade
Penal. Comete crime a pessoa física e a pessoa jurídica (inovação constitucional).
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
5. Licenciamento Ambiental: Lei Federal nº 6.938, de 1981. Decreto Federal nº 99.274, de 1990.
(Resolução nº 237/97 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente) 5.1 Definição:
procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as normas técnicas. 5.2 Órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente-
SISNAMA. Órgãos ambientais da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. 5.3 Licença
Ambiental (Princípio da Prevenção): ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente,
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas
pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental. 5.4 Fases: 1) Licença Prévia (fase preliminar de planejamento), 2) Licença de
Instalação (início da implantação do projeto aprovado) e 3) Licença de Operação (início da
atividade licenciada). 5.5 Prazos de cada licença: LP até 5 anos, LI até 6 anos e LO até 10 anos.
5.6 Revisão da Licença ambiental.
6. Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EPIA/RIMA. Previsão legal: Lei Federal nº 6.938, de
1981. Carta de 1988: manteve o EPIA. 6.1 Finalidade: Avaliar os impactos positivos e negativos
dos empreendimentos, atividades e obras. É parte integrante do licenciamento ambiental. 6.2
Quando é necessário? Nos casos de significativa degradação ambiental 6.3 Quem paga a sua
realização: o proponente do projeto. 6.4 Quem elabora o EPIA/RIMA: uma equipe multidisciplinar.
6.5 A responsabilidade pelo EPIA/RIMA é do proponente do projeto. 6.6 Audiência Pública
(princípio da publicidade, da participação): objetivo: informar e discutir com os cidadãos as
implicações do projeto. Só será obrigatória quando requerida pelo MP, por 50 cidadãos ou mais,
ou por entidade civil.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
10. Recursos Hídricos: Competência para legislar sobre águas: art.22, inciso IV da CF/88
(competência privativa da União). 10.1 Dominiliadade das águas: União e Estados. 10.2 Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos: composição e objetivos. 10.3 Previsão Legal:
Lei nº 9.433, de 1997 e nº 9.984, de 2000. Política Nacional de Recursos Hídricos. Usos múltiplos
e racional. Gerenciamento por bacia hidrográfica. Cobrança pelo uso da água. Conselho Nacional
de Recursos Hídricos. Agência Nacional de Águas – ANA. Comitês de Bacia Hidrográfica.
11. Principais meios judiciais de proteção ambiental. 11.1 Ação Civil Pública (Lei Federal nº
7.347, de 1985) Legitimados ativos: Ministério Público, União, Estados e Municípios; Defensoria
Pública, autarquias, empresas públicas, sociedade de economia mista e associações (ONGS)
11.2 Mandado de Segurança Coletivo: previsto na CF/88. O direito líquido e certo estaria
consubstanciado no direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225 da CF/88)
11.3 Ação Popular. Art.5º, inciso LXXIII, da CF/88. Lei Federal nº 7.374, de 1985. Legitimado
ativo: qualquer cidadão. 11.4 Mandado de Injunção. Previsto na CF/88. É cabível toda vez que a
falta de norma regulamentadora de um dispositivo constitucional ou infra-constitucional torne
inviável que o meio ambiente se mantenha ecologicamente equilibrado. 11.5 Ação Direta de
Inconstitucionalidade – (busca a declaração de inconstitucionalidade de uma Lei ou ato normativo
violador do meio ambiente)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Referências Bibliográficas:
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 4ª edição, Rio de Janeiro: Lumens Juris, 2000.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito de Águas. São Paulo: Atlas, 2001.
LEME MACHADO, Paulo Afonso. Direito Ambiental Brasileiro. 11ª edição, São Paulo: Malheiros,
2003.
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente – A gestão ambiental em foco. 5ª edição, São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2007.
MUKAI, Toshio. Direito Ambiental Sistematizado. 3ª edição, Rio de Janeiro: Forense, 1998.
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 2ª edição, São Paulo: Malheiros, 1997.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A) Sendo o meio ambiente um bem difuso, o dano ambiental também tem natureza
exclusivamente difusa, razão pela qual é vedado ao indivíduo — vítima direta de um dano —
reivindicar indenização a si próprio.
B) Quanto à extensão, o dano ambiental pode ser patrimonial, quando disser respeito à perda
material do bem ambiental, ou extrapatrimonial, quando ofender valores imateriais, reduzindo o
bem-estar do indivíduo ou da coletividade ou atingindo o valor intrínseco do bem.
C) Dada a irreversibilidade do dano ambiental, a única forma de reparação contra esse tipo de
dano, na via judicial, é a indenização pecuniária, a qual deverá resultar em recursos para a
minimização dos impactos na área afetada pela atividade lesiva.
D) A responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente é de natureza objetiva, sendo
imprescindíveis, para sua caracterização, o elemento culpa e a comprovação do indiscutível
caráter lesivo da atividade desenvolvida pelo agente.
QUESTÃO 24
Segundo o jurista Vladimir Passos de Freitas, na concepção moderna de meio ambiente,
este é considerado não apenas como a natureza mas também como as modificações que o
homem nela vem introduzindo. Assim, assinala o jurista, é possível classificar o meio
ambiente em ambiente natural, que compreende a água, a flora, o ar, a fauna, e ambiente
cultural, que abrange as obras de arte, imóveis históricos, museus, belas paisagens, enfim,
tudo o que possa contribuir para o bem-estar e a felicidade do ser humano.
Considerando tal concepção, assinale a opção correta.
A) A Constituição Federal admite formas específicas de proteção do patrimônio cultural, tais como
o tombamento, o registro, o inventário, a retrocessão e a desapropriação.
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QUESTÃO 93
Relativamente aos princípios gerais do direito ambiental e a suas formas de materialização,
assinale a opção correta.