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2- A vida de Luís de Camões
2.1- A infância
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Luís Vaz de Camões, filho único de Simão Vaz de
Camões e de Ana Sá Macedo, terá nascido por volta de 1524
provavelmente em Lisboa.
Pertencia a uma família da pequena nobreza, de origem
galega que veio para Portugal no reinado de D. Fernando,
século XIV.
Em 1527, devido à grande epidemia da peste, D. João
III e a Corte foram para Coimbra, e Simão Vaz de Camões
acompanhou o rei, com a sua mulher e o seu filho que tinha
apenas 3 anos. Quando D. João III regressou a Lisboa, esta
família manteve-se em Coimbra em companhia de um
familiar, D. Bento de Camões, cónego de Santa Cruz.. Mais
tarde devido ao estado precário da sua casa, Simão Vaz de
Camões partiu para a Índia em busca de melhor fortuna,
deixando a sua mulher sozinha com o filho, sendo ela
auxiliada pelo cunhado, que se tornou protector do seu
sobrinho. Há quem diga que ele morreu em e também há quem
afirme que ele regressou a Portugal.
Dos seus estudos não se sabe nada de concreto, mas
contudo há referências que o poeta deixou na sua obra que
faz crer que Luís de Camões terá estudado em Coimbra,
onde foi despertado para os ideais do Humanismo.
Fig. - Coimbra
no século XVI
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em Lisboa ora em Coimbra, por isso quando ela voltou para
Coimbra, em 1537, Luís Vaz, que era como o poeta era mais
conhecido entre os escolares, matriculou-se em Teologia.
2.2- A juventude
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A sua vida de estudante tornou-se muito desordeira e
irrequieta. O seu tio D. Bento andava muito desgostoso,
porque desejava que o sobrinho seguisse a vida eclesiástica,
e via-o muito galanteador de damas, mostrando assim pouca
vocação para a igreja.
Chegando aos 17 anos, em 1541, conseguiu licença para
deixar as aulas de Teologia, e seguir o curso de Filosofia. Já
então se revelava poeta, e compôs uma elegia à paixão de
Cristo, que ofereceu ao tio, que lhe agradou muito,
reconhecendo o grande estro poético do sobrinho.
Camões terá frequentado centros aristocráticos, onde
teve acesso às obras de Petrarca - a quem tomou por modelo
-, Bembo, Garcilaso, Ariosto, Tasso, Bernardim Ribeiro,
entre outros.
Dominava a literatura clássica da Grécia e Roma, sabia
ler latim e italiano e sabia escrever castelhano.
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separação, trocando os estudos pelo ambiente de culta
galanteria existente na corte de D. João III, conquistando
rapidamente a fama de bom poeta e a sua superioridade e o
seu feitio de altivo e brigão não deixaram de suscitar.
No Paço conheceu Dona Catarina de Ataíde, dama da
Rainha, por quem se apaixonou e devido a essa paixão teve de
abandonar a corte. Também se diz que Camões se terá
atrevido a levantar os olhos de amor à Infanta D. Maria,
irmã do rei.
Em 1548 alistou-se no Ultramar. E em 1549
seguiu para Ceuta, o que era comum na carreira
dos jovens militares, e por aí ficou durante dois
anos vendo a decadência portuguesa, e num
combate contra os mouros perdeu o olho direito.
Regressou a Lisboa, em 1551 e voltou à vida de boémia.
Em 1552, no dia do Corpo de Deus, envolveu-se numa
briga durante a procissão na qual feriu um rapaz do Paço,
chamado Gonçalo Borges, e por isso foi preso no Tronco da
cidade. A sua mãe súplica de perdão ao agredido e passados
alguns meses é libertado por carta régia de perdão sendo
inteiramente desculpado pelo agredido e pelo rei.
Em 1553 embarcou para a Índia na armada de Fernão
Álvares Cabral, na nau S. Bento que largou de Lisboa.
Chegou a Goa, capital portuguesa na Índia, seis meses
depois e tomou parte da expedição organizada pelo Vice-Rei
D. Afonso de Noronha contra o Rei de Chembé.
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Na Índia não era feliz. Goa decepcionou-o. Tomou parte
em várias expedições e patrulhou o Mar Vermelho, ora servia
como soldado ora como funcionário.
Passou-se então para Macau, onde exerceu o cargo de
provedor-mor de defuntos e ausentes e aí escreveu seis dos
Cantos da sua grande obra.
Na viagem de regresso a Goa, por fins de 1558, a sua
embarcação naufragou na foz do rio Mecom, salvou-se
nadando com um braço e erguendo com o outro o manuscrito
d’Os Lusíadas, então certamente já em adiantada fase de
elaboração. No naufrágio viu morrer a sua “Dinamene”,
rapariga chinesa que se lhe tinha afeiçoado.
Por entre numerosas dificuldades chegou a Goa em
1560.
A sua situação era tão precária que pede a protecção do
Vice-Rei D. Constantino num longo poema. Esse poema não lhe
serviu de nada. Foi para a prisão devido a dívidas,
conseguindo libertar-se devido a várias súplicas em verso ao
novo Vice-Rei D. Francisco Coutinho.
Em 1567 foi para Moçambique, onde vivia pobre.
Trabalhava na revisão d’Os Lusíadas e na composição de um
livro que continha muita poesia, filosofia e outras ciências ao
qual chamou Parnaso de Luís de Camões. Esse livro foi-lhe
roubado e nunca mais apareceu.
Voltou para Lisboa em 1569, quando reinava D. Manuel I,
tendo os seus amigos pago as dívidas e comprado o
passaporte. Trouxe um escravo que comprou em
Moçambique.
Fig. – Lisboa no
século XIV
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Em 1572 publicou pela primeira vez Os Lusíadas. Esta
publicação melhora um pouco as suas condições de vida.
Como retribuição pelos serviços prestados na Índia e
pela redacção da epopeia nacional, D. Sebastião concede-lhe
uma tença anual de 15.000 reis.
O resto da vida viveu miseravelmente junto da sua mãe
e do escravo, pois o seu pai e o seu tio já tinham falecido.
Assim morreu Camões, a 10 de Junho de 1580, numa
casa pobre da calçada de Santana, sendo enterrado numa
campa rasa onde um fidalgo seu amigo mandou inscrever: “
Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo.
Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu.”
O seu túmulo encontra-se no Mosteiro dos Jerónimos.
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3- A obra de Luís de Camões
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3.1- A obra épica
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As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino , que tanto sublimaram;
Os Lusíadas (Canto I)
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Os Lusíadas estão divididos em dez cantos, cada um deles
com um número variável de estrofes, que, no total, somam
1102 e 8816 versos. Essas estrofes são todas oitavas de
decassílabos heróicos, obedecendo ao esquema rimático
"abababcc" (rimas cruzadas, nos seis primeiros versos, e
emparelhada, nos dois últimos).
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identificáveis quatro partes: a proposição, a invocação, a
dedicatória e a narração.
A narração d'Os Lusíadas tem uma estrutura muito
complexa, o que decorre dos objectivos que o poeta se
propôs. Desenvolve-se em quatro planos diferentes, mas
estreitamente articulados entre si: o plano da viagem, o
plano mitológico, o plano da história de Portugal e o plano das
considerações do poeta.
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3.2- A obra lírica
Redondilhas
Sonetos
Éclogas
Odes
Sextinas
Oitavas
Elegias
Canções
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As Rimas são a primeira edição da lírica, feita a partir
de cancioneiros manuscritos, em 1595.
Fig. – As Rimas
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3.3- A obra dramática
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4- Conclusão
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5- Bibliografia
Breve História da Literatura Portuguesa – Autores:
Vida e Obra, Lisboa, Texto Editora, Outubro 1999
Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora,
1964
http://www.rede-nonio.min-
edu.pt/1cic/agrup_ovar/historia _ camoes.htm
http://www.instituto-
camoes.pt/escritores/camoes/vida.htm
http://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htm
http://www.arqnet.pt/dicionario/camoesluisvaz.html
http://www.vidaslusofonas.pt/luis_de_camoes.htm
http://www.geocities.com/atoleiros/Camoes.htm
Diciopédia 2001 – o poder do conhecimento, Porto,
Porto Editora
6- Anexos
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Fig. 1- “A morte de Camões” segundo Fig. 2- monumento de
a pintura de Domingos Sequeira Camões em Lisboa
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