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O estudo panorâmico do Antigo Testamento das Escrituras Sagradas dá ao aluno de


teologia uma visão ampla do contexto literário, histórico, social, cultural, político e geográfico em
que ocorreram as narrativas bíblicas do mundo de então. Forma-se uma base para estudos mais
aprofundados dos personagens bíblicos, dos períodos patriarcais, da Lei, dos juízes, reis, sacerdotes
e profetas, e de toda a história bíblica que norteia o plano de Deus para a salvação da humanidade.

A princípio, ver-se-á neste compêndio um pouco da língua hebraica, pela qual fora
escrita quase a totalidade dos livros do cânon do Antigo Testamento, seguido da apresentação do
mesmo, sua transmissão ao longo do tempo, contextualizando a história, a sociedade e a geografia
dos tempos bíblicos. Com isso, espera-se poder fornecer um bom material aos amantes das
Escrituras que desejam conhecer melhor as origens e bases de sua fé.

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A primeira característica é o alfabeto hebraico ou "alefbets". Os caracteres são as duas


primeiras consoantes no "alefbets". É composto por 22 letras:

1) Letra ÁLEF - Não possui 2) Letra BÊT - Equivale à letra "B".


som próprio. Pode, porém
assumir o som de vogais,
dependendo da palavra.
3) Letra GUÍMEL - Equivale 4) Letra DÁLET - Equivale à letra "D".
à letra "G".

5) Letra HÊ - Equivale à letra 6) Letra VAV - Equivale à letra "V" ou "W",


"H", levemente aspirado, mas pode ter som de vogal "U" ou de vogal
como o "H" em inglês. É "O", dependendo da palavra.
muda no final .
7) Letra ZÁIN - Equivale à 8) Letra KHÊT - Representa-se o KHÊT de
letra "Z". forma transliterada por "KH". Seu som é como
o som do "R" na palavra "RUA".
9) Letra TÊT - Equivale à 10) Letra YOD - Equivale à letra "Y".
letra "T". Apresenta som de "I", embora seja uma
consoante.

11) Letra KAF - Equivale à 12) Letra LÂMED - Equivale à letra "L".
letra "K".

13) Letra MEM - Equivale à 14) Letra NUN - Equivale à letra "N".
letra "M".

15) Letra SÁMEK - Equivale 16) Letra AYIN - Esta letra também não possui
à letra "S". som próprio e não possui correspondente em
português. Pode, contudo, assumir o som de
diferentes vogais, dependendo da palavra.
17) Letra PÊ - Equivale à 18) Letra TSADE - Esta letra também não
letra "P". possui correspondente em português. Equivale
a um "T" seguido de "S" ou "Z". Pode ser
transliterado como "TS" ou "TZ".
19) Letra QÔF - Equivale à 20) Letra RÊSH - Equivale à letra "R"
letra "Q". intermediária em português, como na palavra
"CARO".

21) Letra SHIN - Equivale às 21) Letra SIN - Equivale à letra "S".
letras "SH", com o mesmo
som de um "CH" em
português.
22) Letra TAV - Equivale à
letra "T".

Observação: O número 21 aparece repetido para as letras SHIN e SIN, de fato são uma única letra
no alefbets. O ponto superior à direita ou esquerda foram adicionados para indicar quando esta letra
soa como "S" ou como "SH" em cada palavra. Tais pontos não fazem parte da escrita original do
hebraico.




No hebraico arcaico, mais antigo, não existiam vogais na escrita, as pessoas aprendiam o
som de cada palavra e inseriam na leitura o som das vogais destas palavras, os sons de vogais
existiam, mas não havia representação escrita destes sons.

Desse modo, como exemplo, a palavra "computador" ficaria assim: "CMPTDR". Então,
você leria "COMPUTADOR", inserindo todas as vogais não presentes na escrita.
Assim era o hebraico arcaico até a época dos massoretas. A partir destes, houve a
preocupação de que ninguém mais soubesse como se pronunciavam as palavras. Foi então criado
um sistema de sinais, chamados de "SINAIS MASSORÉTICOS", para indicar as vogais no idioma
hebraico. O hebraico moderno conta com um sistema de sinais massoréticos com a finalidade de
indicar a pronúncia das vogais. Tal sistema ajudou a preservar a pronúncia original das palavras.


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Normalmente um livro escrito em alguma linguagem ocidental, a lombada fica à esquerda e


folheamos as páginas virando-as da direita para a esquerda. Quando abrimos, por exemplo, uma
Bíblia Hebraica, a lombada deverá ficar à direita, e folhearemos as páginas da esquerda para a
direita.

A escrita hebraica é feita da direita para a esquerda, a partir da primeira linha superior, e
descendo linha a linha. Há uma inversão de lateralidade em relação à escrita ocidental.

Em segundo lugar, é preciso entendermos que em hebraico não existem vogais, mas apenas
consoantes, embora algumas destas consoantes, eventualmente atuem com o som de vogais.

Duas destas consoantes são especialmente usadas para vogais, e em si não possuem som
algum, senão o som de vogal que adquirem dependendo da palavra em que estão. Estas consoantes
são o ÁLEF (primeira letra do "alefbets" hebraico) e o ÁYIN.

Relembre abaixo como é a forma quadrática destas duas letras:

ÁLEF ÁYIN

Denomina-se forma quadrática ao tipo de letra usado para imprensa, aquela que não é
manuscrita. Os caracteres hebraicos quadráticos são os que primeiramente se estuda.

Outra letra hebraica que pode assumir sons de vogais é o VÁV, porém esta letra tem o seu
som próprio quando não está sendo usada como vogal. O VÁV, quando é usado com o seu próprio
som, corresponde ao nosso "V" como em "VALE".

Relembre abaixo como é a forma quadrática da letra VÁV:

Em hebraico não existe diferença de letras maiúsculas e minúsculas na escrita.

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Embora o hebraico não utilize letras maiúsculas ou minúsculas na sua escrita, há um fator
peculiar para 5(cinco) letras específicas quando as mesmas se encontram no final de qualquer
palavra. Estas cinco letras, no final de uma palavra, apresentam forma diferente, chamada de forma
final ou "SOFIT". Veja na tabela abaixo as formas normais e finais destas cinco letras:
FORMA NORMAL FORMA FINAL

   + c

Como vimos anteriormente, os sinais massoréticos não faziam parte do hebraico arcaico,
originalmente, tendo sido criados numa época em que havia temor de que a língua hebraica caísse
no esquecimento e se tornasse impossível saber como as palavras eram pronunciadas.

Os sinais massoréticos, em sua maioria, são colocados abaixo das letras, mas alguns também
são colocados acima ou na linha média da letra. Vamos então conhecê-los:

LONGAS CURTAS SEMIVOGAIS

VOGAL "A"
Qamets Gadol Qamets Qaton Patar Shevau Qamets Shevau Patar

VOGAL "E"
Tserê Segol Shevau Shevau Segol
VOGAL "I"

Hireq Gadol Hireq Qaton

VOGAL "O"

Vav Roulem Roulem

VOGAL "U"

Vav Shúreq Qibuts

Em hebraico existem vogais LONGAS (Gadol), CURTAS (Qaton) e SEMIVOGAIS


(Shevau). Para melhor entendimento, precisaremos explicar alguns dos massoréticos fora da ordem
em que aparecem na tabela acima.

QAMETS - O massorético "qamets" pode representar a vogal "A" longa, ou a vogal "A" curta, não
havendo diferença no sinal massorético entre os dois casos. Somente pelo conhecimento da
etimologia da palavra somos capazes de saber se estamos diante de um "Qamets Gadol" (qamets
longo) ou de um "Qamets Qaton" (qamets curto). No caso da vogal "A" curta, o "Qamets Qaton", o
som realmente pronunciado não é de "A", mas sim, de uma sonoridade entre o "A" e o "O", mais
fácil de pronunciarmos se usarmos o ditongo decrescente "AO". O "Qamets Qaton" é a primeira
vogal usada tanto no Nome do Criador, YAOHU, como no Nome do Messias, YAOHUSHUA,
conforme as seguintes figuras:

Os Nomes do Criador, YAOHU, e do Messias YAOHUSHUA, acima, apresentam mais três


vogais: o "Vav Shúreq" (U longo), o "Qibuts" (U curto) e o "Patar" (A curto), sobre as quais
falaremos a seu tempo.

VAV SHÚREQ E QIBUTS - São as representações longa e curta, respectivamente, da vogal "U". O
Vav Shúreq faz parte do Nome do Criador, YAOHU, e também do Nome do Messias,
YAOHUSHUA. O segundo "U" do Nome do Messias é representado por um massorético Qibuts,
por ser curto.

PATAR - É a vogal "A" breve. É usada sob a letra AYIN final do Nome do Messias YAOHUSHUA.

IMPORTANTE: Quando falamos sobre sinais massoréticos, esclarecemos que são sinais
adicionados à escrita hebraica, e que não faziam parte do hebraico original.


   

LUZ DIA
(ÔR) (YÔM)

BOM CIDADE
(TÔV) (IR)

VOZ HOMEM
(QÔL) (ISH)

EU POVO
(ANI) (ÁM)

CAVALO CASA
(SUS) (BAYITH)

RETO;
LEI
JUSTO
(TÔRÁH)
(TSADIQ)

TERRA SOL
(ERETS) (SHEMESH)


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O Antigo Testamento não é a totalidade da literatura produzida pelo povo hebreu. É o
resultado de uma seleção de livros aos quais se reconhece autoridade e que são, por isso, chamados
canônicos.

A palavra >  em grego significa "regra". Portanto, o cânon foi o método utilizado para
distinguir os livros que seriam inspirados por Deus, dos que seriam apenas históricos, também
chamados de ³apócrifos´.

A história da formação do Velho Testamento começa com Moisés, que recebeu a revelação divina
em várias formas e depois transcreveu-a em livros. Ele redigiu-os usando livros, tradição oral, oráculos
recebidos diretamente de Deus além do fato de que participou de toda a história narrada entre Êxodo e
Deuteronômio. Ele recebeu ordens expressas de escrever (Êxodo 17.14; 24.4, 7; 34.27-28). Relatou os
acontecimentos da época (Nm 33.2). No fim de sua vida, com os cinco primeiros livros praticamente
terminados, já tinha perfeita percepção de que estes livros tornar-se-iam normativos para o povo: seriam ³o
Livro da Lei´, os cinco primeiros livros (Dt 28.58,61; 29.20-29; 30.10; 31.9-13, 19, 22, 24-26).

Embora a obra que temos hoje seja completa e acabada, pode-se notar, aqui e ali, possíveis unidades
menores que foram incorporadas, pelo próprio Moisés na sua obra. Uma unidade que foi obviamente
revelada antes de sua incorporação foram ³Os Dez Mandamentos´ (Êxodo 20.1-1-17; Deuteronômio 5.1-21).
Alguns conseguem ver em Êxodo 21-23 uma primeira unidade de material escrito, chamada ocasionalmente
de ³Livro da Aliança´ (Êxodo 21.7) e que teria sido um dos primeiros agrupamentos de leis, dadas a Moisés
e usadas num dos primeiros rituais da aliança. Por outro lado, não era a primeira coisa que Moisés já tinha
escrito (Êx 17.14). Há também versos que mostram que uma composição recebeu, do próprio Moisés, uma
adição. Levítico 26.46 tem uma frase conclusiva que é repetida em Levítico 27.34. Estas repetições podem
indicar a suplementação do relato anterior com o novo material.

Devemos lembrar que Moisés viveu com o povo de Israel por quarenta anos no deserto, e teria não
somente tempo mas conhecimento e condições para escrever.

Durante a época de Moisés e depois dele, outros profetas continuaram sua obra oral e escrita (Êx
15.20; Nm 12.6; Dt 18.15-22; 34.10; Jz 4.4; 6.8). Os sacerdotes e levitas foram encarregados de guardar,
colecionar e copiar os livros do Velho Testamento. O tabernáculo e depois, o templo, eram o centro de
reunião dos materiais inspirados (Dt 17.18-20; 31.9-13,24-29).

Os livros estavam disponíveis aos líderes da nação e do sacerdócio. Caso eles fossem também
profetas, como era o caso de Josué, eles também acabariam por escrever algo ou até uma obra inteira que
seria incorporada à coleção de livros sagrados (Josué 1.8; 24.26; 25.21). O período da conquista da terra de
Canaã e também dos Juízes, evidencia a presença dos livros pela prática dos seus ensinos: a aliança foi
lembrada (Juízes 2.1-5) e alguns rituais foram praticados (Juízes 13.2-7,13-14).

Samuel, como ³primeiro profeta´, tratou de dar impulso à historiografia profética (1 Samuel 10.25; 1
Crônicas 29.29). Os profetas foram os historiadores de Israel: eles narravam os acontecimentos,
privilegiando os assuntos que interessavam ao desenvolvimento dos propósitos de Deus para o seu povo (2
Crônicas 9.29; 12.15; 13.22; 20.34; 26.22; 32.32; 33.18, 19)

No período dos reis e profetas, bastante material já estava centralizado no templo de Jerusalém (2
Crônicas 34.14-18; Jeremias 36). Os reis Davi, Salomão, Josias, Ezequias e os vários profetas são escritores
ou divulgadores dos livros bíblicos. Os reis deviam sempre obedecer a lei (2 Reis 14.6). Os textos de alguns
livros foram sendo compilados durante o período dos reis. A frase final do Salmo 72.20 mostra que houve
uma época em que a coleção dos Salmos terminava ali. Depois ela foi ampliada. Da mesma forma Provérbios
25.1, mostram que o livro de Provérbios foi ampliado. Todas estas compilações a amplificações dos livros
ocorrem dentro da inspiração divina, através do Espírito Santo.

Os profetas pregaram e escreveram suas obras (Is 30.8; Jr 25.13; 29.1; 30.2, 36.1-32; 51.60-64; Ez
43.11; Hc 2.2; Dn 7.1; 2 Cr 21.12). Eles sabiam que estavam deixando suas obras para o futuro e até
enviaram-nas para outros lugares (Jr 29.1; 36.1-8; 51.60-61; 2 Cr 21.12). Liam, citavam e usavam as obras
uns do outros (Is 2.1-5 e Mq 4.1-5; Jr 26.18 cita Mq 3.12), atestando a existência da coleção de livros
inspirados (Dn 9.2). Entendiam que seus livros tornar-se-iam obra de referência e consulta no futuro (Is
34.16; Dn 12.4).

Este material inspirado foi levado ao exílio e à dispersão (Dn 9.2), quando os judeus foram
deportados da Palestina. Talvez tenha sido trazido de volta por aqueles que iriam iniciar a religião dos
samaritanos (2 Rs 17.24-41). Mas, o grande retorno da lei à Palestina ocorreu com Esdras, sacerdote e grande
escriba (Ed 7; Ne 8-10). O oficio de Esdras como sacerdote e levita mostra que, no Velho Testamento, os
sacerdotes eram os que centralizaram e preservaram o Velho Testamento. Os últimos profetas a escreverem
Ageu, Zacarias e Malaquias tiveram suas obras reconhecidas e incorporadas no Velho Testamento, assim
também, os últimos livros históricos tais como Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

Segue-se então o chamado período intertestamental ou interbíblico onde se costuma dizer que houve
quatrocentos anos de silêncio profético, até João Batista. Não houve profetas e nem foram incluídos livros na
coleção de livros sagrados. Muita coisa foi escrita neste período, mas nada inspirado por Deus.

O texto hebraico do Velho Testamento foi preservado pelos judeus na maioria dos casos. Mais ou
menos ao redor dos anos 500 a 900 d.C. eruditos judeus chamados Massoretas introduziram um sistema de
pontos colocado acima, abaixo e entre o texto consonantal do Velho Testamento, de forma a marcar a
vocalização do texto (Além disto eles cercaram o texto de uma série de anotações chamadas Massorá, que
garantiam a imutabilidade do texto). Estes pontos, chamados pontos vocálicos, exerceriam a função de
vogais, mas tinham a vantagem de nada acrescentar ou tirar do texto consonantal inspirado. Este sistema
preservou a pronúncia do hebraico que, nesta época, era língua dos eruditos judeus. Foi o texto hebraico
preservado por este grupo de eruditos judeus que chegou aos dias de hoje.

O rigor com o qual os judeus transmitiram a Bíblia Hebraica até hoje pode ser visto nas prescrições
abaixo, preservadas no Talmude:

³Um rolo de sinagoga deve ser escrito sobre peles de animais limpos, preparadas por um judeu, para
o uso particular da sinagoga. Estas devem ser unidas mediante tiras [de couro] retiradas de animais limpos.
Cada pele deve ter conter um certo número de colunas, igual em toda a extensão do códice. A altura da
coluna não deve ser menor do que 48 nem maior do que 60 linhas; e a largura deve ser de 30 letras. Toda a
cópia deve ser primeiro dotada de linhas; e se três palavras forem escritas nela sem uma linha, será sem
valor. A tinta deve ser preta, não vermelha, verde nem de qualquer outra cor e deve ser preparada de acordo
com uma receita definida. Uma cópia autêntica deve ser o modelo do qual o transcritor não deve desviar-se
até nos menores detalhes. Nenhuma palavra, letra e nem ainda um ±  deve ser escrito de memória sem que
o escriba não a tenha olhado no códice que está a sua frente. ... Entre cada consoante deve intervir o espaço
de um cabelo ou de um pavio; entre cada palavra o espaço será de uma consoante estreita; entre cada novo
    ,ou secção, o espaço será de nove consoantes; entre cada livro, três linhas. O quinto livro de
Moisés deve terminar exatamente com uma linha, mas os restantes não necessitam terminar assim. Além
disto, o copista deve sentar-se com vestimenta judia completa, lavar todo o seu corpo, não começar a
escrever o nome de Deus com a pena recentemente molhada na tinta e mesmo que um rei lhe dirigisse a
palavra enquanto estava escrevendo este nome, deve não dar atenção a ele.´
  ' -
Os livros do Antigo Testamento foram escritos essencialmente em hebraico. Essa língua
semítica - aparentada, portanto, com o árabe e o babilônico - é bastante diferente das línguas
européias. A transmissão do texto se dá com fortes influências dos massoretas, que eram os
transmissores e fixadores da tradição textual surgidos por volta do século X d.C.

 - + c

Chama-se texto massorético a forma textual oficial definitivamente fixada no judaísmo por
volta do século X d.C., época na qual floresciam em Tiberíades, na família dos Ben Asher, os mais
célebres massoretas. O mais antigo manuscrito "massorético" que possuímos foi copiado entre 820-
850 d.C. e contém apenas o Pentateuco. Nossas Bíblias hebraicas modernas reproduzem esse texto
tal como foi copiado no manuscrito B 19a (L), de Leningrado (c. 1008).

O fato de a escrita hebraica anotar de modo preciso apenas as consoantes tornou ambíguos
certos textos bíblicos. Por volta do século VII d.C., encontrou-se um meio preciso para anotar as
vogais e para indicar a vocalização tradicional das frases e membros de frases, graças a um sistema
complexo de pontos e de traços que acompanham o texto consonântico. Assim se fixou por escrito
uma tradição de leitura e de exegese desenvolvida no judaísmo no curso do primeiro milênio de
nossa era e da qual os ³targumin´ (traduções aramaicas da Bíblia hebraica) são as testemunhas fiéis.
Resquícios de algumas traduções gregas realizadas sob a influência do rabinato no curso dos dois
primeiros séculos (as de Teodocião, de Áquila e de Símaco) permitem remontar ainda mais longe na
história desta tradição de exegese.

 - + c

O texto consonântico que serviu de base para a atividade dos massoretas (= texto
protomassorérico) tinha já suplantado no judaísmo todas as outras formas textuais rivais pelo fim do
século I d.C.

A partir de 1947, foram descobertas, às margens do mar Morto, em grutas ao redor da ruína
de khirbet Qumran', alguns rolos de livros bíblicos quase completos e de milhares de fragmentos
abandonados no século I de nossa época. Isso permitiu constatar que, na época de Jesus, circulavam
na Palestina certo número de livros bíblicos em formas textuais por vezes divergentes do texto
protomassorético. Conheciam-se já, antes da descoberta dos manuscritos de Qumran e do Deserto
de Judá, algumas formas não-massoréticas do texto do Antigo Testamento: por exemplo, aquele que
a comunidade dos samaritanos conservou para o Pentateuco, ou então o que serviu de base para a
antiga tradução grega dos Setenta (?   ). Essas duas últimas formas textuais, apesar de
conservadas em manuscritos mais recentes que os manuscritos do Deserto de Judá, remontam aos
três últimos séculos antes de Cristo.

Em todas essas formas do texto pré-massorético podemos encontrar por vezes um texto mais
claro e inteligível do que o massorético. Daí a tentação de muitos exegetas, sobretudo entre 1850 e
1950, de a elas apelar para corrigir o texto massorético nos trechos considerados alterados.
  &  - 

É certo que determinado número de alterações diferenciam o texto protomassorético do texto


original.

- Por exemplo, o olho do copista saltou de uma palavra a outra semelhante, situada algumas linhas
abaixo, omitindo tudo aquilo que as separava.

- Do mesmo modo, certas letras, sobretudo quando mal-escritas, muitas vezes foram mal-lidas e
mal-reproduzidas, pelo copista seguinte.

- Ou então um escriba inseriu no texto que ele copiava, e às vezes num lugar inadequado, uma ou
várias palavras que encontrara à margem: termos esquecidos, variantes, glosas explicativas,
anotações etc.

- Ou ainda alguns escribas piedosos pretenderam melhorar por meio de correções teológicas uma
outra expressão que lhes parecesse suscetível de interpretação doutrinalmente perigosa.

Algumas dessas alterações podem ser detectadas e corrigidas graças às formas textuais não-
massoréticas, quando estas se verificam isentas de alteração.

c c  - 

Que forma de texto escolher? Noutras palavras, como chegar a um texto hebraico o mais
próximo possível do original? Alguns críticos não hesitam em "corrigir" o texto massorético cada
vez que ele não lhes agrada, seja por motivo literário, seja por motivo teológico. Por reação, outros
se atêm ao texto massorético, mas quando ele é manifestamente insustentável, procuram encontrar
numa ou noutra das versões antigas uma variante que lhes pareça preferível. Esses métodos não são
científicos, sobretudo o primeiro. São perigosamente subjetivos.

Atualmente, um melhor conhecimento da exegese targúmica e das literaturas antigas do


Oriente Próximo permite explicar certas passagens até hoje obscuras.

Mas a solução verdadeiramente científica consistiria em fazer com a Bíblia hebraica o que se
faz com o Novo Testamento e com todas as obras da Antiguidade: um estudo bastante minucioso do
conjunto das variantes, estabelecendo "a árvore genealógica" dos testemunhos que possuímos -
texto massorético, múltiplos textos de Qumran, Pentateuco samaritano, versões gregas da
?   (com suas três revisões sucessivas), da  (de Orígenes), de Áquila, de Símaco, de
Teodocião, versões aramaicas dos ³ ´, versões siríacas   
        
   , versões latinas antigas e a Vulgata de Jerônimo, versões coptas, armênias etc. - e assim,
sem nenhuma conjetura subjetiva, restabelecer o arquétipo à base de todas as testemunhas.
c -* . c c 

Para entender o que fala cada livro é salutar que se entenda o que se passava na época. Cada
um dos livros é fruto da história e da percepção do povo de Deus em determinado tempo da
Caminhada. E isto influencia desde a maneira de escrever, quanto os questionamentos feitos, as
ênfases dadas. Para uma melhor aplicabilidade didática, dispor-se-á a seguir o Antigo Testamento
em três períodos:

 
  % #

GÊNESIS - Há a narração da criação, a história de Adão, do pecado original, da povoação da terra,


de Noé, do dilúvio, do repovoamento da terra. Estes acontecimentos marcam a história do Povo de
Deus, como o início do mundo e de suas características.

A partir do cap. 12 (cerca de 1800-1250 a.C.) Deus faz uma aliança com Abraão. Esta
aliança centralizará para sempre a escolha dos eleitos por Deus. Este seria seu Deus e ele e sua
descendência seria seu povo. É desta promessa que surge para sempre a eleição de Israel e de sua
linhagem, e que será lembrada por todo o povo judeu como sua escolha irrevogável.

Teve por filho, Isaac, que teve por filho Jacó, ambos mantiveram a aliança. Jacó volta a se
relacionar com Deus como eleito. Foi chamado por Deus de Israel, por isso o povo de Jacó foi
chamado de Israelita. Este teve doze filhos, que seriam os patriarcas, os descendentes destes doze
filhos de Judá repartiriam a terra prometida em doze estados semi-independentes na nação de
Canaã.

ÊXODO - O Povo de Deus se multiplica no Egito, viram milhares de milhares, passam a ser
escravizados. Este livro surgiu entre os israelitas. Narra a história de Moisés que por chamado e
orientação de Deus os tira do Egito. A história de sua saída do Egito, cercada de sinais e
manifestações de Deus torna-se algo dentre o que há de mais caro na história judaica, e a grande
eleição de Deus por seu povo, dando-lhe o dom de seus preceitos e mandamentos.

LEVÍTICO, NÚMEROS, DEUTERONÔMIO - Partindo ainda do livro do Êxodo, seguido por


Levítico, Números e Deuteronômio, narra-se a história do povo de Deus durante seus quarenta anos
vagando no deserto, após seu desagrado a Deus (em Números 12). Narra os feitos de Deus, lado a
lado com as várias murmurações e infidelidades do Povo de Deus. Prossegue com as várias
intercessões de Moisés, mas também o povo de Deus seguindo, por seus altos e baixos, como povo
eleito. Mais do que tudo isto encontra-se nestes livros, a lei de Deus e suas orientações ao povo de
Deus. E se tornam junto com o Gênesis, o Pentateuco (os cinco livros da Lei).

JOSUÉ, JUÍZES, SAMUEL, REIS, CRÔNICAS E RUTE - Há a Morte de Moisés conduzindo o


povo a Canaã, a terra prometida. Josué e os israelitas entraram em Canaã para consquistá-la.
Divisão das doze tribos na terra parcialmente conquistada, e o povo relaxando de lutar contra eles.

Com a morte de Josué, as tribos se dispersaram para restabelecer a situação do povo, surgiu
entre eles os Juízes - Autoridade política e religiosa que mantinha a unidade do povo ± sendo o 1°
Juiz - Josué e último juiz - Samuel. Quando Samuel estava velho o povo pediu um rei:
R 1° rei: Saul, que fez um reinado pequeno, e que desagradando a Deus foi deposto em prol
de Davi.

R 2° rei: Davi, que venceu seus inimigos e agradou a Deus. Demonstra-se como a mais
ilustre figura de Rei de Israel, mesmo em suas quedas se entrega humildemente a Deus e
alcança dele sempre sua misericórdia.

R 3° rei: Salomão, que fez um grande reinado, majestoso e soberano, dentre outras coisas é
quem constrói e consagra o Santuário. Viria a desagradar a Deus a fim da vida.

A partir daqui há a posterior divisão do Reino, logo após Salomão. O Reinado dos dois é
narrado nos livro de Samuel, dos Reis, e mais tarde pelo livro das Crônicas dos Reis de Israel.

  + - 

LIVROS POÉTICOS E PROFÉTICOS ± Naum profetiza a queda de Nínive - 612), Jeremias e


Habacuque predizem a invasão dos caldeus e as desgraças de Judá), Ezequiel, o exílio da Babilônia.
Em Lamentações narra-se a ruína de Jerusalém e do Templo.

Três grandes fatos históricos contextualizam a narrativa desse período:

1. DIVISÃO DO REINO (971)

Depois da morte de Salomão, devido à palavra de Deus que lhe foi contrária ao fim de sua
vida, no reinado de seu filho o reino se dividiu - as 12 tribos se dividiram em 2 reinos:

R Reino do Norte - 10 tribos do norte - reino de Israel, inicialmente governado por Jeroboão
I, capital Samaria. Este Reino desagradou muito a Deus no decorrer de sua história.

R Reino do Sul - 2 tribos do sul - reino de Judá, governado por Roboão, capital Jerusalém.
Este reino foi aos poucos desagradando a Deus.

É nesta época que surgem os profetas, grandes, conhecidos e perseguidos entre eles. Os Reis
exprimiam a disposição do povo, ao ler o II Livro dos Reis vemos como Deus é fiel em ir atrás do
povo de Deus (por meio dos profetas, de sinais e de prodígios) a partir de seus reis, mas vemos
também como a grande maioria deles é infiel e idólatra. Surge aqui o mais expoente dos profetas do
Antigo Testamento: Elias.

2. DOMÍNIO DA ASSÍRIA (721)

Longe da bênção de Deus, Samaria (Reino do Norte) é invadida pela Assíria, alguns são
exilados, outros fogem para Jerusalém (Reino do Sul), levando o livro de Deuteronômio (livro da
Lei) - em 622 o rei Josias, reformando o Templo em Jerusalém encontra o Deuteronômio e faz a
reforma religiosa que dá base ao judaísmo, nome pelo qual aquele povo vai ficando conhecido.

3. DOMÍNIO DA BABILÔNIA (597)


Em 597 os babilônios invadiram Jerusalém, que ia se demonstrando mais e mais longe de
Deus. Em 587 Nabucodonosor rei da Babilônia toma e destrói Jerusalém, o templo, levando seus
habitantes para o exílio da Babilônia. Surge na Babilônia ± Ezequiel e Daniel; em Judá - Jeremias.
Com isto o Povo de Deus vai fazendo história na terra do exílio.

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ESDRAS, NEEMIAS E PROFETAS PÓS-EXÍLIO ± Nos tempos dos profetas Joel, Ageu,
Zacarias, Malaquias e Obadias (539-490), Ciro, rei da Pérsia atacou Babilônia e assumiu o domínio
do Império babilônico (538). Agora império Persa. O povo retornou para Palestina, a fim de
restaurar a cidade e reconstruir o Templo. Diante de histórias da dificuldade profunda de fazê-lo,
Neemias e Esdras narram este período do Povo de Deus.

O Povo passa por um período de grande fidelidade a Deus, que lhes livra dos inimigos que
surgem. Mas com o tempo vem o arrefecimento da religiosidade dos mesmos. Em 490 a.C. os
persas foram derrotados pelos gregos, os quais impuseram aos judeus a sua cultura. Mas os judeus
fiéis reagiram com a chamada Revolta dos Macabeus, durante o Império Grego.

Em 63 a.C. os romanos dominaram os gregos. Começou o Império Romano que domina os


judeus e fica cada vez mais forte a cultura da vinda do Messias, que iria restaurar seu povo e a
chegada do dia do Senhor.



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A Geografia (do grego geo=terra; grafia= descrição, tratado, estudo) é a Ciência que estuda
a Terra na sua forma. Ou seja, estuda os acidentes físicos; o clima; as populações, as divisões
políticas etc. Neste sentido, a Geografia subdivide-se em diversas outras disciplinas: a Geografia
Humana, a Geografia Econômica, a Geografia Física, a Geografia Política e a Geografia Histórica,
dentre outras. Esta última procura reconstruir os aspectos humanos, econômicos, físicos e políticos
de uma dada região do passado. É neste campo que se insere a Geografia do Mundo Bíblico ou
Bíblica, que se dedica a estudar as diversas regiões que serviram de palco para os acontecimentos
narrados nos livros da Bíblia.



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Segundo Netta Kemp de Money: "A Geografia Bíblica ocupa-se do estudo sistemático do
cenário da revelação divina e da influência que teve o meio ambiente na vida de seus habitantes".

A Geografia Bíblica, portanto, é uma disciplina muito importante, pois auxilia a todos que
querem conhecer melhor a História Sagrada e o texto bíblico através de esclarecimentos quanto aos
grupos humanos, as características físicas, os recursos econômicos e as transformações políticas das
diversas regiões citadas na Bíblia. Além disso, ela nos permite localizar e situar os relatos bíblicos
no espaço em que estes ocorreram, auxiliando-nos na reconstrução dos eventos.

Assim, por exemplo, conhecendo a Geografia Bíblica, podemos compreender melhor os


séculos de conquista de Canaã pelos israelitas, já que seremos capazes de identificar as
características culturais e localização dos diversos povos que habitavam as diferentes regiões da
Palestina no momento da chegada dos hebreus; apontar os variados acidentes físicos que
dificultavam os deslocamentos; localizar, no mapa, os locais de batalhas etc.

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A região que denominamos Mundo Bíblico situa-se, hoje, nas regiões conhecidas como
Oriente Médio e mediterrânicas (Ver mapa do Mundo Bíblico). Podemos apontar como áreas
limites do Mundo Bíblico a Península Ibérica, à ocidente, e o atual Iraque, à oriente. Os países que
são encontrados hoje nestas regiões são a Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, os diversos
países balcânicos, Turquia, Egito, Israel, Jordânia, Líbano, Síria, Iraque, Irã, Arábia Saudita e vários
emirados árabes (use o mapa Mundo para localizar estas regiões e, ao mesmo tempo, verificar a
distância entre estes países e o Brasil).

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€Y /01 23/24 - região marcada pela presença de dois grandes


rios que fertilizavam a região, tornando-a propícia para a agricultura: Tigre e Eufrates. Nesta
área, no decorrer da História, surgiram grandes e poderosos impérios: o Sumério, o Acádio,
o Babilônico e o Persa.

€Y 5 67 - extensa península formada por poucas áreas férteis e muitos desertos.
Ali se desenvolveu um importante reino, o de Sabá.
€Y 8 - Situa-se no Nordeste do continente Africano. Como a mesopotâmia, tem sua
fertilidade garantida pela presença do rio Nilo, que atravessa toda a região. Nesta região se
organizou um grande Império, o Egípcio.
€Y c9- região estratégica por seu caráter de passagem entre as diversas regiões do Mundo
Bíblico. Reunia a Síria e a Palestina. Nesta área se estabeleceram diversos povos, como os
filisteus, os fenícios, e os próprios hebreus.
€Y /- Cenário de importantes Impérios, como o Macedônico, também conhecido como
Império de Alexandre, que reuniu a Grécia, a Macedônia e o Oriente Médio, e o Romano,
que a partir da cidade de Roma, situada na atual Itália, unificou as regiões mediterrânicas da
Europa Ocidental e Oriental, o Norte da África e o Oriente Médio. Possui uma grande
diversidade geográfica e cultural. A Europa faz-se presente na Bíblia, de forma efetiva, nos
livros do Novo Testamento.

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Como podemos concluir pelo apresentado acima, era extensa a área que denominamos de
Mundo Bíblico e, por isso, são muitas e variadas as características climáticas, a hidrografia, o
relevo, a economia, a fauna e flora destas áreas. A seguir, utilizando o texto bíblico, vamos listar
algumas destas características. Leia o texto bíblico e destaque que traços físicos ou elementos de
paisagem são mencionados e, se possível, a que região ou localidade se refere: Êx 25.10; Jz 6.11;
Mt 21.18-19; Nm 11.5.

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