18/03/2011
E-Mail c/ Planos para Estudo
direitodoconsumidorufba@gmail.com
Senha: temqueestudar
BIBLIOGRAFIA:
Claudia Lima Marques, Vasconcelos e Benjamin e Leonardo Rosco Beça
Bruno Miragem
Cavalieri
Rizzatto Nunes
João Batista de Almeida
P/ Concursos Públicos:
Leonardo Medeiros Garcia
Felipe Peixoto Braga
AVALIAÇÃO:
Todas as avaliações terão questões doutrinárias e questões práticas.
O CDC poderá ser consultado, desde que não seja anotado (poderá ser marcado).
OBS.: Todos os Domingos ela envia os planos de aula, questões, provas etc. Para o e-mail no topo.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Não importa qual a sua qualidade de pessoa: se casado, solteiro, com ou sem filhos, empresário,
advogado, pobre ou rico; não há quem não seja consumidor. Esta matéria se mostra importante por
isto.
1. ORIGENS HISTÓRICAS
Constata-se desde o período da antiguidade uma situação dispersa de consumo. NEWTON DE
LUCCA (USP) nos traz no seu livro aspecttos referentes ao Código de Hamurábi, que diz, já 3 mil
anos atrás, que o enriquecimento através da venda de mercadorias que não atendessem aos padrões
de qualidade seria ilícito.
No decorrer da Idade Média, a produção restrita não permitiu que normas fossem positivadas para
os adquirentes de produtos e serviços. Vamos observar um movimento de fato, social, para a
proteção dos direitos dos consumidores na década de 60. Em 15 de março de 1962, o presidente
americano John Kennedy declara que consumidores somos todos nós, e somos a classe mais
desorganizada do mundo. No berço do consumo, o presidente incentiva a criação destas leis.
Também nos anos 60, houve a publicação de um livro de Sinclair, chamado A Selva. Esta obra nos
traz a realidade do consumidor americano, que deveria ter acesso a produtos de qualidade e higiene
adequadas. Neste mesmo ano, o presidente Roosevelt publicou atos que protegiam consumidores.
Já em 73, a ONU publica a resolução 543/73, a “Carta dos Direitos do Consumidor”. Os futuros
advogados que, porventura, litigariam contra empresas multinacionais precisariam conhecer e se
utilizar deste documento, por isto apresenta tão grande importância.
Em 1972 tivemos a Convenção de Estocolmo, onde muito se discutiu sobre a situação do
consumidor.
Existe hoje o que se chama PARLATINO, que é um grupo de 22 países da América Latina que se
reúnem periodicamente para discutir estas questões de consumo. Em razão disto, apenas 4 países
não têm nenhuma norma de proteção ao consumidor: Cuba, Antilhas Holandesas, Aruba e
Suriname.
A Argentina possui um código muito bem elaborado, similar, inclusive, ao Código Brasileiro. O
Paraguai, por outro lado, deixa um pouco a desejar pois não contempla a responsabilidade objetiva.
Ex.: um carro que começa a enferrujar rápido. Não se analisa mais se havia consciência do
responsável pelo fato, mas o problema em concreto.
Existe uma discussão sobre a criação de um código unitário consumeirista para a América Latina
toda.
4. FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
A Constituição Federal estabelece a competência da União para questões de matéria civil. PORÉM!
Questões de direito do consumidor NÃO se incluem em direito civil. A competência é concorrente
entre União e Estados na produção de normas sobre a produção e consumo.
§ 2º. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
Ora, o direito do consumidor não aniquila o direito civil, nem vice versa. O que ocorre é que o
direito do consumidor se encontra num patamar de maior fragilidade; e para esta fragilidade, o
diploma legal mais interessante é o do consumidor e não o civil.
OBS.: O direito do consumidor, posto dentro das garantias individuais, e portanto cláusula pétrea
(Art. 60, §4o)art. 5o, XXXII cc art. 170, V, é direito fundamental.
19/03/2011
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nosso CDC não nos traz um conceito específico sobre o que seja relação de consumo. O que temos,
na verdade, são os conceitos rationae personae sobre quem é o consumidor e quem é o fornecedor.
Além deste, há no CDC o aspecto rationae material, mas vamos estudar em outro momento.
É a pessoa física que adquire um produto, consome-o para si ou para sua família. Ele não intende
entregar aquele bem ou serviço para outro. Mas se eu ponho em minha residência aquele bem e uma
visita utiliza, ele é consumidor? COM CERTEZA. Afinal, consumidor não é apenas quem adquire,
mas também quem usa.
Não será consumidor padrão, e não poderá invocar o CDC para resolver problemas que tenha
havido com o produto aquela pessoa que o adquire com a intenção de revenda. Não se admite que o
consumidor seja aquele que adquire para dar origem a outro bem. Por isto, a expressão que deve-se
ter em mente é: DESTINATÁRIO FINAL.
OBS.: Quando falamos nisto, temos o aspecto fático e o aspecto econômico, que são exigidos ao
mesmo tempo! Ora, tiro o produto do mercado, de forma fática, e não crio outro bem, que é tirar do
mercado de forma econômica.
Para DE LUCCA, este é aquele consumidor que completa o ciclo econômico do bem, que é
produzido, transportado, posto à venda e por fim o adquire. Este autor cita diversos aspectos do
consumo na sua obra:
DICA: Para o consumo sob o aspecto filosófico, veja “O Homem Vazio”, de Enrique Rojas. Para o
aspecto psicológico, a obra de Lipovesky. Para o aspecto sociológico, a obra de Jean Calais-Aulay.
Para que se abra uma ação em coletividade, não é necessário que se tenha prova de vááários
consumidores com reclamação. NÃO. Basta que tenha como se provar que há o interesse de uma
coletividade, mesmo que indeterminável, envolvido com aquele fornecedor.
Portanto, não é somente quem compra um apartamento que está em construção que, se sofrer um
dano, será consumidor. Aplica-se o CDC inclusive se um morador do prédio ao lado sofrer um dano
em razão daquela construção.
OBS.: O Ministério Público não entra com ações individuais, mas apenas as coletivas. Desta forma,
no caso citado acima, foi considerada uma coletividade afetada pelas ações do fornecedor.
OBS.: Algo que estudamos aqui, note, não é só quem é protegido ou não pelo CDC. Não se pode
esquecer que ainda temos o Direito Civil. Estamos vendo quem pode ser protegido “extra” pela
defesa do consumidor, entende? Não quer dizer que, quem não está incluso nesta lista estará
desprotegido e sairá prejudicado. Vemos apenas que algumas vezes poderemos aplicar o CDC, que
será mais benéfico, e às vezes o Direito Civil mesmo.
Pense que há uma propaganda enganosa, um outdoor, e não se pode determinar quem foi
prejudicado por esta. O fornecedor fica impune? Não. Não é possível determinar, mas ainda assim
será possível utilizar-se de uma ação civil pública contra o fornecedor, pois há ali embutido um
interesse, embora difuso. Para a adoção de providências, não é preciso ter alguém definido, pois o
tratamento protetivo será equiparado.
O STJ, por vezes, tem considerado a pessoa jurídica com base apenas na vulnerabilidade, mesmo
que a destinação fático-econômica não seja constatada: bagunçou tudo.
Iaí? Você é consumidor ou tomador de serviços? Olha, com a mudança do Art. 114, I/CF com a
EM-45/04, criou-se uma grande discussão a respeito.
Uma corrente chamada “reducionista”, que não vê na alteração do artigo nenhuma mudança
material. Outra, chamada “ampliativa extremada”, vê que qualquer questão relacionada a serviço
iria para a justiça do trabalho. Outra, chamada “ampliativa ponderada”, diz que existem relações
chamadas bifrontes: o consumidor, que não é prestador de serviço de um lado e do outro um
prestador de serviço que não configura vínculo trabalhista. A última é mais razoável.
Nenhum livro tem isso. Tem-se considerado que nestas relações bifrontes deve-se analisar se o
consumidor é destinatário final. Se for, não há que se falar em Justiça Trabalhista. Note que, no
momento em que houver uma habitualidade envolvida na relação, já entramos em questões
realmente trabalhistas.
Uma corrente diz que não se aplica o CDC nas relações entre consumidor e advogado.
O STJ se divide. A 3ª Turma diz que aplica; a 4ª Turma não aplica. A corrente que não aplica afirma
que o Estatuto da OAB (Lei 8.906) é uma lei específica que se aplica. A corrente majoritária, que
aplica, pensa que outras categorias, com seus conselhos e regras específicas, aplicam o CDC mesmo
assim: então por que não o advogado? Não tem solução pronta.
OBS.: A cobrança de honorários advocatícios não se faz também na Justiça do Trabalho, mas na
Justiça Comum.
25/03/2011
O CONCEITO DE FORNECEDOR E OS BENS DE CONSUMO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
OBS.: A pessoa do cessionário. Aquele que adquiriu um bem (imóvel) de terceiro, que não o
fornecedor, e que havia adquirido o bem originariamente. Questões de consumidor que tenham
atingido o originário cabem ser reclamadas pelo cessionário, SIM.
“Subconsumidor” é uma expressão cunhada por Ricardo Lorenzzetti, um argentino que escreve
muito sobre o tema. Ela refere a consumidores ainda mais vulneráveis que o consumidor comum.
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas, nacionais ou estrangeiras, de direito público e privado podem
ser caracterizados como fornecedores de produtos e serviços.
OBS.: Lembre-se que fundações têm como nota essencial o patrimônio afetado para uma finalidade
social; enquanto que a da associação é o grupo de pessoas juntas por uma finalidade.
Estas três podem ser consideradas fornecedoras. Mas mesmo nas que não visam lucro, como as
associações e fundações? SIM. Se ela coloca no mercado produtos e serviços constantemente com
profissionalismo, ela será considerada sim fornecedora. Não é a questão do lucro.
A questão da habitualidade é um pouco vaga, pois não se conceitua: todo dia? Mês? Não se sabe. É
preciso que o juiz observe, no plano fático, como a pessoa jurídica atua. Se ela tem conhecimento e
modus operandi profissional, a habitualidade até torna-se um problema menor (ao meu ver).
OBS.: TODA instituição educacional é mantida por uma Pessoa Jurídica! Então, se for um dia
entrar com ação contra uma instituição de ensino, entre contra o MANTENEDOR, pois é quem gere
financeiramente!
3.1.1. As Franquias
Quando compro um hambúrguer no McDonalds numa franquia, quem devo acionar? A franquia ou
o dono da marca? Pela Teoria da Aparência, estou comprando A MARCA. Não me interessa se é a
franquia que não segue as orientações contratuais do franqueador. É complicado para o consumidor,
se a responsabilidade for da franquia.
3.1.3. O Leilão
No leilão a instituição financeira que disponibiliza o bem não pode se responsabilizar por um vício
que haja, e se aplica o Código Civil. Isto porque ele não está lá como fornecedor, e sim como
organizadora de um evento em que se venderá um produto para sanar uma dívida.
3.1.4. O Condomínio
A figura do consumidor não pode jamais fazer parte do ente fornecedor. E o condomínio é uma
associação formada por todos os condôminos. Como é que vai-se permitir ao condômino que entre
com ação de proteção ao consumidor contra si próprio em parte? Não pode. Aplica-se o Código
Civil.
Se alguém de fora escorregar e machucar-se, pode entrar com ação contra o condomínio com o
CDC; se for condômino, utiliza-se do CC. É o jeito. Proteção menor.
OBS.: MESMO que o condomínio preste um serviço geral, para gente de fora e para os
condôminos. Funciona com o CC pros condôminos e CDC pros de fora.
É possível suspender estes serviços de energia elétrica, água etc. No caso de inadimplemento?
NÃO. Temos a Lei de Concessões (Lei 8.987/95) que no artigo 6o prevê a suspensão. Porém, as leis
10.848 e 10.847 exigem a devida notificação. Mas o STJ até 2002 não admitia DE FORMA
ALGUMA a suspensão, e alguns autores como Leonardo Rosco Bessa também não admite. Por
diversos motivos, esta suspensão seria INCONSTITUCIONAL (inclusive da dignidade humana).
A partir de 2002, o STJ repensou pelo Princípio da Solidariedade, pois o inadimplente naturalmente
repassará o custo da água para os adimplentes. Então, para alguns tipos de estabelecimentos não
pode ocorrer o corte; para os estabelecimentos privados, é preciso se analisar caso a caso. Hoje em
dia, é possível.
OBS.: Hoje em dia, as pessoas muito pobres, miseráveis, ainda assim precisam pagar o que se
chama Tarifa Social. Isto é necessário, para se evitar abusos.
Quando a entidade pública está de acordo, é conivente com a prática, pode-se sim entrar com ação
contra o ente, público (Secretarias e Ministérios) ou não (COELBA, no caso do intermédio de plano
de saúde). A “Teoria do Fornecedor Equiparado” de Leonardo Bessa é que diz isso.
4. OS ENTES DESPERSONALIZADOS
Os entes despersonalizados são considerados fornecedores também. LEIA MAIS SOBRE.
Em 2009 veio a Súmula 381 do STJ. Ela diz que nos contratos bancários as cláusulas abusivas não
podem ser reconhecidas ex oficio pelos juízes.
OBS.: Estes dois conceitos (produto e serviço) são meio que mesclados. Quando se vai ao teatro ou
cinema, há um produto? Um serviço? Não. É um bem imaterial: a cultura. São conceitos tirados do
Direito Civil, também.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Art. 4º. A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios:
4. OBJETIVO GERAL
O objetivo geral seria equilibrar as relações entre fornecedores e consumidores. Não é uma defesa
certa do consumidor, mas uma defesa pautada na busca pela equivalência de condições para litigar.
5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
6.3. Comunidade
Temos o dever de discutir, de participar dos processos deliberatórios.
8. PRINCÍPIOS BÁSICOS
2) Geral ou Específica;
Geral é quando o problema ataca toda uma coletividade contratante, no momento. Específica,
porém é quando é atacada a vulnerabilidade na individualidade de um contratante, abusiva ou
3) Conjuntural ou Estrutural.
Conjuntural refere-se a algo específico, num momento específico. Há um grupo específico que sofre
abusos. Estrutural diz respeito a um sistema como um todo.
Traz ainda o aspecto Cognoscitivo. Será que conhecemos todos os aspectos referentes aos produtos
e serviços que nos são disponibilizados? Esta vulnerabilidade cognoscitiva pode vir sob o aspecto
técnico e sob o do conhecimento jurídico.
Paulo Valério Dal Pai Moraes, autor gaúcho, acrescenta à vulnerabilidade os aspectos Legislativos
(que sofrem influências e pressões dos fornecedores, que é muito maior que a dos consumidores),
Psíquica () e Ambiental ().
A boa-fé objetiva serviria, de acordo com Meneses Cordeiro, para a interpretação dos contratos
(principalmente no campo do contrato massificado), para a integração destes contratos e para o
controle das cláusulas abusivas. Deve-se sempre analisar o caso concreto do ponto de vista da boa-
fé para ambos os lados: do fornecedor e do consumidor.
OBS.: Cláusula geral é algo que está no ordenamento, mas com conteúdo vago. A boa-fé objetiva é
um comportamento ético válido na situação problematizada.
01/04/2011
o
DIREITOS-BÁSICOS DOS CONSUMIDORES (Art. 6 /CDC)
2. EDUCAÇÃO
3. INFORMAÇÃO
Segundo Rizzatto Nunes, temos o direito de sermos informados, de informar e se informar. Ora,
primeiro tenho de conhecer o que estou contratando; se estou com problema com determinado
serviço ou produto, preciso que alguém me ouça; e tenho o direito de me informar, eu como
consumidor, tenho de ser bem atendido se alguma informação que desejo não é fornecida
naturalmente.
A teoria da imprevisão não será aplicada sempre. Se você só atrelar a fato extraordinário, corre-se o
risco de um super endividamento do consumidor. Se a pessoa se ativer apenas a esta teoria, o
consumidor terá que manter um contrato abusivo até o fim. Conheça a teoria abaixo.
FALTOU COISA
Leonardo Rosco Bessa, Xisto Thiago falam sobre isto. O primeiro começa seu texto declarando tal
expressão como infeliz. Quando falamos em dano moral lembramo-nos do conceito de direito civil
como desrespeito à circunstância psíquica, ética do ser humano (ou da pessoa jurídica). Como é que
se consegue identificar se a coletividade teve sua condição desrespeitada se às vezes não é possível
identificar o grupo afetado? Ele desenvolve seu trabalho afirmando que a expressão é complicada,
mas devemos ter o cuidado para que os pressupostos para a responsabilização do fornecedor em
face do Dano Moral Coletivo não sejam idênticos à responsabilidade civil clássica.
Temos uma Ação ou Omissão, um nexo que vai ligá-la a um resultado que gera um dano ou
prejuízo a alguém. Neste caso específico, observaremos no dano moral coletivo a ação ou omissão,
o nexo, mas o dano é impersonificável. Ora, mas temos que saber distinguir o dano causado aos
indivíduos que, em geral, estão aglomerados (direitos individuais homogêneos) do dano coletivo!
Por mais que o Art. 95/CDC seja genérico “tem que pagar”, os valores serão calculados em cima
dos danos de cada cidadão (no primeiro caso que foi aglomerado em prol da celeridade processual).
No segundo caso, do dano moral coletivo, os fundos serão revertidos a um fundo de proteção do
consumidor.
Mas não seria um bis in idem, pagar para os indivíduos e pagar o dano coletivo ao fundo? Mas a
doutrina põe isto como uma busca de uma função pedagógica para o fornecedor, uma função
preventiva. Não repetição desta espécie de ato. Não é a função ressarcitória mais.
É necessário não estimular o enriquecimento sem causa, e desestimular a prática reiterada destes
comportamentos. E, como empresa não tem coração, mas bolso, é o que precisa ser feito.
7. ACESSO À JUSTIÇA
Não é apenas o acesso ao Judiciário, mas aos órgãos responsáveis. Além de uma assistência ao
consumidor de forma efetiva.
8. FACILITAÇÃO DA DEFESA
Não são cumulativos, mas alternativos! Veja a conjunção “ou”. Será OU Hipossuficente OU
Verossímil. E lembre-se de que a hipossuficiência é também fática. E a verossimilhança refere-se a
algo que seja crível, aspectos que revelam, pelas regras ordinárias da nossa convivência de que ele
ocorreu e está assentado na ordem jurídica. A verossimilhança não é a prova cabal, total da coisa,
mas indícios de que aquilo acontece com freqüência!
A inversão do ônus da prova é obrigatória ou não? O juiz não está obrigado a conceder; é preciso
analisar a ação concreta. A inversão do ônus da prova não se dá automaticamente (ope legis, ou por
força da lei). Ao contrário, ela decorre de ato do juiz, portanto de diz que ela é ope judicis. Ônus é
algo que facilita a proteção dos direitos, não é uma obrigação.
O momento mais oportuno seria mesmo no momento da sentença, pois a inversão do ônus da prova
é regra de julgamento e não de procedimento. A professora concorda com a do despacho de
saneador, bem como a maior parte dos juízes.
OBS.: O STJ, sempre nos entristecendo, diz que não se confunde inversão do ônus da prova com
produção de prova pericial. Tendo o juiz decretado a inversão, a produção da prova pericial seria do
fornecedor, mas por não se confundir os encargos, quem deve pagar os encargos periciais é o
consumidor. Ou seja, serve pra nada.
9. O DECRETO 6.523/08
10.2. Acesso
Este decreto está relacionado ao SAC (via telefone: Call center). Nós, consumidores de produtos e
serviços, temos direito a ter acesso ao número que entra em contato com a empresa fornecedora.
Precisa estar disponibilizado nos materiais do fornecedor, bem como via internet. Se a empresa atua
em conjunto com outras empresas, é preciso a garantia de pelo menos um telefone que dê canal
único e ágil a elas.
Precisamos também o atendimento 24hrs. Além disto, não é preciso informar milhares de dados
para iniciar o atendimento. Se eu quiser cancelar, suspender ou fazer uma reclamação, qualquer
atendente deveria ser competente para tal.
No fim das contas, isso é tudo uma letra morta. Sem efetividade.
Foi trabalhada inicialmente por Antonio Herman de Vasconcelos e Benjamin. Ele trabalha o art. 8o
e seguinte, tratando
Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não devem gerar perigoà saude ou
integridade do consumidor, a não ser que aquele risco seja inerente ao mal uso do produto. Mas é
necessário que estes produtos sejam disponibilizados apenas se forem fornecidas as informações
necessárias.
1. A TEORIA DA QUALIDADE
1) A Inerente
Refere-se ao produto que, em si, demonstra que se não for bem utilizado, segundo seu manual de
uso, poderá causar danos ao consumidor. Ex.: faca de cozinha, motosserra, produtos químicos.
2) A Adquirida
Também pode ser adquirida. O fornecedor não deve colocar no mercado de consumo produtos que
saiba ou que deveria saber que podem ser nocivos. Mas esta periculosidade é aquela que se
descobre após o produto ser colocado no mercado.
3) A Exagerada
É aquela que pressupõe tal periculosidade que impede a continuação de sua circulação no mercado.
É a impossibilidade TOTAL de Ex.: brinquedos com peças muito pequenas
1.2. O “Recall”
O “Recall” está aí nesse ponto, regulado pela Portaria 789/2001 do DPDC. O fornecedor, tomando
conhecimento que determinado produto tornou-se nocivo, ele PRECISA avisar os consumidores e o
poder público, que deve ser feito de forma ampla, pelos meios de comunicação de massa.
Se eles não fizerem o recall adequado, ele arcará com os prejuízos. Mas, às vezes, o consumidor
não atende ao recall. E o poder público também tem o dever de cuidar destas situações e deve forçar
um recall se for percebido o problema por ele.
Temos várias teorias em relação à causalidade também. Como se analisa o vínculo entre o resultado
e a ação ou omissão. As teorias mais importantes, mais utilizadas para isto são: EQUIVALÊNCIA
DOS ANTECEDENTES (pressupõe que, para identificarmos se a causa deu origem a
determinado evento, devemos analisá-la suprimindo a causa. Se o evento ocorreria da mesma
forma, não deu causa. Não é uma teoria muito utilizada);
DA CAUSALIDADE ADEQUADA (esta tem prestígio. Está voltada para a análise objetiva das
causas. O que mais se aproxima daquele resultado);
e a DA INTERRUPÇÃO DO NEXO CAUSAL (tem origem no CC, Art. 432. Tem bastante
aceitação também. Vai-se interrompendo o caso em vários fatos, pra ver se o resultado se daria da
mesma forma).
Vícios de qualidade, por sua vez, não se confundem com vícios por inadequação, gênero do qual
vícios de qualidade são espécie (juntamente com os de quantidade).
3. ACIDENTES DE CONSUMO
Os acidente de consumo estão atrelados à responsabilidade pelo fato do produto. É ocasionado pelo
DEFEITO. Este, por último, pode ser vislumbrado por diferentes aspectos. É possível que ocorra
um defeito com base em um destas três necessidades dos produtos.
- Defeito do Projeto;
- Defeito de Execução;
- Defeito de Informação.
3.1. O Defeito
Art. 12, § 1°. O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
Defeito (ou vício por insegurança) é um termo utilizado estritamente pelo direito para designar vício
que afeta a incolumidade física ou psíquica, bem como a segurança e ou saúde do consumidor. O
vício por inadequação, diferente, é aquele que afeta a incolumidade econômica, pois havia a
ausência de idoneidade do serviço para atendimento dos fins esperados. Se tivermos um produto
defeituoso, teremos um acidente de consumo, bem como a responsabilidade pelo fato. Se tivermos
somente um vício por inadequação, teremos somente a responsabilidade pelo vício no produto ou
serviço. O defeito estará submetido ao regime da prescrição, enquanto que o por inadequação estará
submetido ao regime da decadência.
OBS.: Antônio Herman usa muito a expressão OBSOLESCÊNCIA PLANEJADA. Quer dizer que
muitos fornecedores fazem produtos ou serviços com a qualidade questionável, para que você se
depare com um vício em breve e seja obrigado a comprar outro produto.
09/04/2011
RESPONSABILIDADE EM FACE DOS VÍCIOS DOS PRODUTOS E SERVIÇOS
Já o termo “vício por inadequação”, ampara muito bem todos estes problemas.
OBS.: Além disto, os vícios redibitórios estão muito ligados ao contrato formal. Os por
inadequação, nem tanto. Os contratos verbais
Produtos duráveis são aqueles que não se exaurem mediante um único ato de fruição. O Não
durável é o que tem sua essência esgotada com rapidez.
A) Substituição do Produto;
B) Abatimento do Preço;
C) Restituição do Valor, atualizado e corrigido.
Isto tudo resolve o dano CIRCA REM (que circunda a coisa), mas as chateações, não ter podido
fazer seu trabalho etc., não se resolveu. A isto chamamos dano EXTRA REM. E, mesmo
solucionando a questão do produto, é possível pedir indenização.
OBS.: Estas alternativas não seguem uma ordem de preferência. Eu posso pedir qualquer um.
A) Re execução do Serviço;
B) Abatimento do Valor;
C) Restituição.
OBS.: Se na re execução é exigida a prestação de terceiros, eu não sou obrigado a pagar por isto.
Não se aplica com relação a produtos que têm variação de suas características naturalmente.
5. OS SERVIÇOS PÚBLICOS
16/04/2011
A GARANTIA DOS PRODUTOS E SERVIÇOS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Às vezes o fornecedor declara desconhecer o vício, ou mesmo que o consumidor fez mal uso do
produto. Note o Art. 23 do CDC:
Ou seja, a ignorância sobre determinado vício não exclui a responsabilidade dele sobre os danos
causados. Porém, veremos à frente que o mal uso do produto por parte do consumidor, desde que
seja de sua exclusiva culpa, exime sim o fornecedor.
Mas, se o fornecedor concede uma garantia contratual, como ele deve se portar? O Art. 50 do CDC
exige que:
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida
mediante termo escrito.
A partir do caput podemos inferir que a garantia total, havendo contratação de garantia extra, é a
soma da legal com a contratual. Mas, digamos que a loja conceda uma garantia de 30 dias. E aí?
Como é a contagem da garantia total?
Ok. Então, com base nestes prazos já sabemos a partir de quando contar a garantia legal e quanto
ela dura.
Mas há controvérsias sobre quando é que começa a contar estes prazos, apesar do texto legal muito
claro. Há três correntes diferentes. Pelo Código Civil, primeiro se conta a garantia contratual, para
depois começar a contar a garantia legal. Mas mesmo no CDC, tem-se a previsão (Art. 26) que dá a
entender que primeiro se conta a garantia legal, para depois contar a contratual. Cláudia Lima
Marques traz que não se pode prender a essa questão, porque se deve usar o que mais ajuda o
consumidor:
Ex.: Minha geladeira tem garantia quanto a problemas elétricos. Aí ela tem um outro problema
visível, eu vou ficar esperando a garantia contratual acabar para depois usar da legal? Não. Elas
duas correm ao mesmo tempo.
O STJ tem entendido que podemos somar os prazos. Então, apesar de correrem juntas as garantias
legais e contratuais, somam-se os prazos. Além disto, cabe saber, do mesmo artigo, que:
OBS.: Outra coisa, diferente, é a garantia ESTENDIDA! Mas para que eu iria querer a garantia
estendida? Se existe a proteção legal? A proteção legal dá todos os aparatos para que o consumidor
se proteja com eficiência.
Na medida em que o bem ou produto sai da esfera física do fornecedor, mesmo que ele não tenha
ainda ordenado a entrada no mercado de consumo, já haverá responsabilidade como fornecedor por
acidentes com aquele produto.
OBS.: Veja que diferença. Se a enfermeira aplica o produto que foi comprado vencido, a culpa não
será exclusiva dela, e o fornecedor responderá. Mas, se ela aplicar o produto que foi vendido bom, e
que, estocado no hospital, deixou-se passar do vencimento, a culpa será exclusiva dela. Para se
responsabilizar o fornecedor, basta um dedinho de culpa; mas se nem isso houver, não façamos
injustiças.
O CDC não traz nenhuma norma que traz também o caso fortuito e a força maior. E alguns autores
não permitem, de forma alguma (como Nelson Nery) a exclusão desta responsabilidade. Mas, temos
que verificar se este caso fortuito é interno à atividade de produção do fornecedor ou se é externo a
esta atividade. Sendo externo, é adequado excluir a responsabilidade.
29/04/2011
DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Se uma empresa põe um produto no mercado, e em seguida encerra suas atividades, a quem se pode
recorrer? Quem paga pelos danos? Ou dá assistência técnica? Ou arca com os custos? A empresa
não existe mais. Isto já ocorreu com relação aos planos de saúde. Então, é aí que se torna necessário
aplicar a desconsideração da pessoa jurídica.
A pessoa jurídica funciona como um véu protetor das pessoas que a constituem, os seus sócios. E às
vezes, não de forma irresponsável, é necessário retirar este véu para que as pessoas sejam
ressarcidas pelos seus danos materiais e morais.
Em 1809, nos EUA, tivemos um caso célebre de um homem que depositou boa parte de seu
numerário financeiro a um banco, e num declínio econômico, houve a inadimplência contratual e o
banco não disponibilizava mais seu dinheiro. Ele então pleiteou esta desconsideração para se
ressarcir diretamente dos sócios. O caso Salomon, na Inglaterra, foi semelhante, um tempo depois.
Já no Brasil, tivemos em 1979 a primeira obra versando sobre o instituto, de Rubens Requião.
Porém, este instituto, de origem norte-americana, expandiu-se pela Europa e teve como primeiro
autor do tema o alemão Ralph Serick. Houve também a análise francesa de Salleilles, onde se
chamou o instituto de “afastamento da personalidade jurídica”; na Itália, de “superamento da
personalidade jurídica”; e na Espanha, de “desestimação da personalidade jurídica”. No sistema
norte-americano é a disregard doctrine.
Tudo isto vai de encontro à máxima latina societas distat a singuli (que a sociedade é distante da
estrutura física dos seus sócios). Ela cede espaço para a desconsideração.
Aplicamos a regulação do CDC (apesar das diversas menções nos outros ramos do direito) porque
protege melhor o consumidor.
Gustavo Tepedino defende que o Art. 28 do CDC deve ser utilizado na área cível, por ser muito
mais vantajoso para as execuções em casos de dissolução da pessoa jurídica, por exemplo. Joseane
Suzart discorda: argumenta que é muito aberto e dá margem a arbitrariedades. Além disto, ensejaria,
muitas vezes – pela carência de critérios – a invasão da esfera patrimonial dos ex-dirigentes mesmo
quando não houvesse razões fraudulentas para tal.
§ 2º: As sociedades controladas (que têm por trás sociedades controladoras) serão apenas
subsidiariamente responsáveis. A responsabilização ocorre diretamente à empresa que controla ela.
Normalmente é solidária, e até se pode entrar com ação contra todas. Mas o próprio juiz precisa
ater-se à subsidiariedade desta responsabilidade.
§ 3°. As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
§4º: As sociedades coligadas (que possuem mais que 10% do capital de outras empresas, sem
controlá-la) terão sua responsabilização apenas por culpa. A empresa que produz, de fato,
responderá em caráter objetivo; a sociedade coligada, com caráter subjetivo.
§ 5°. Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que
sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores.
§ 5º: diz que toda vez que a pessoa jurídica for um obstáculo ao consumidor, ela será afastada. E
isto é uma chave para a posição arbitrária do Judiciário, pois não se exige justificação. É preciso
saber por que se está pedindo uma desconsideração da pessoa jurídica, mesmo quando ela é
claramente necessária. O juiz precisa fundamentar todos os seus atos.
Toda oferta, tendo sido materializada em publicidade ou não, integrará o contrato! Mesmo que não
esteja lá, é considerado como complemento. Já no âmbito cível, os Arts. Trazem a possibilidade
para o fornecedor de encontrar brechas para não cumprir o que está na oferta:
O nosso CDC
OBS.: A exceção à língua portuguesa é pela inserção de termos que são uso cotidiano.
Mas estes conceitos são um pouco vagos. Isto se resolve na Lei 10.962/04, regulamentado pelo
Decreto 5.903/06.
O preço dos produtos deve ser apresentado não apenas nas parcelas, segundo esta lei. É preciso ter o
valor total do produto
E esta ostensividade? Eu vislumbro de que forma? Significa afirmar que o consumidor tem acesso
ao bem se precisar de ajuda, de suas características, preço etc. Todo produto precisa ser posto de
forma clara, efetivamente, e acessível.
Art. 427. (…) características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de
validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e
segurança dos consumidores.
Agora, a lei exige que a distância entre o prateleira do produto e um leitor ótico não seja menor que
15 metros, para que o consumidor tenha acesso aos preços antes do momento da aquisição.
Além disto, enquanto importados, é preciso que seja mantido o fornecimento de peças e
componentes para reposição.
Quando as ligações forem onerosas o consumidor não é obrigado a suportar publicidade enquanto
ele não é atendido. Mas mesmo que elas sejam gratuitas, toda publicidade tem limites!
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus
prepostos
ou representantes autônomos.
O inciso II nos possibilita aceitar outro produto se aquela oferta não for cumprida, mas também
posso não aceitar e exigir indenização, como indica o inciso III.
Mas e se existir o que Antonio herman chama de “promessa hiperbólica” ou “promessa exagerada”?
Como naquela propaganda do adocica da Skol? Que indica que se você utiliza tal produto algo vai
acontecer com você. Isto não é considerado abusivo, mas uma “promessa exagerada”.
06/05/2011
PUBLICIDADE E PROPAGANDA (Arts. 36 e 37)
O próprio Mario Frota, na sua obra sobre publicidade juvenil, diz que a publicidade busca chamar
sua atenção para a aquisição de produtos e serviços.
Se eu trago ideias para o público para revelar opções filosóficas, metodológicas etc., tudo bem. Mas
quando trago a publicidade institucional ou propaganda, o escopo é VENDER. Portanto, apesar
deste dispositivo, estamos lidando com discurso comercial, que precisa ser observado,
acompanhado e regulamentado. É em função disto os Arts. 36 e 37 do CDC, e temos o CONAR
(Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária).
Inclusive, ele pode editar normas a respeito da publicidade, com base na Lei 9.294/96.
A) Princípio da Identificação: toda a mensagem deve ser feita de modo que o consumidor a
identifique imediatamente e claramente como tal. É necessária clareza, precisão, ostensividade,
língua portuguesa, para que o consumidor compreenda quais são os aspectos referentes àquele
produto.
B) Princípio da Veracidade: é em função da exigência da verdade que o CDC exige que o
fornecedor detenha todos os dados informacionais, técnicos, fáticos e científicos que comprovam
que o determinado possui a capacidade descrita na divulgação.
Este ônus da prova é uma garantia institucional, ope legis, que basta a lei e não exige a decretação
do juiz.
5. PUBLICIDADE ENGANOSA
5.1. Conceito
Toda vez que se verificar uma informação falsa, total ou parcialmente, sobre os elementos de um
produto ou serviço, teremos a publicidade enganosa. Na publicidade abusiva, pode até haver a
veracidade, mas há a transgressão de valores essenciais jurídicos.
É preciso ter em mente que é preciso uma falsidade inerente às características do produto (levando
em consideração todas as informações necessárias: origens, quantidade, qualidade, preço, riscos
etc.) e que induza o consumidor a erro.
5.2. Espécies
A) Comissiva
B) Omissiva
6. PUBLICIDADE ABUSIVA
Ela não traz informações falsas. As informações são verdadeiras, mas há violações a valores
essenciais da sociedade. Em razão disto, as discriminatórias são abusivas, bem como as que
incitam a violência e as que exploram o medo ou a superstição.
Naturalmente, ela não está presa a estes aspectos. Aí é que temos as publicidades abusivas que se
aproveitam do publico infantil, bem como dos idosos, silvícolas e quem mais for, cuja capacidade
de julgamento de acordo com a sociedade seja reduzido.
Às vezes há também o desrespeito ao meio ambiente. É preciso divulgar, por exemplo, uma
motosserra, mas sem incitar a população a degradar a natureza. Da mesma forma, não é interessante
que se permita
7.5. O “teaser”
É o anúncio do anúncio! Não traz informações sobre o produto.
07/05/2011
PUBLICIDADE RESTRITA DE PRODUTOS E SERVIÇOS
O objetivo do conselho é observar como a publicidade está sendo veiculada. A própria categoria, o
mercado de fornecimento, preocupou-se em criar uma ONG para verificar o conteúdo e forma
destes instrumentos, como ele atinge a coletividade.
OBS.: Dê uma olhada no Código Nacional de Auto Regulamentação Publicitária. Também é cálida
a leitura das Resoluções 84/450 e 89/552 da CEE (Comunidade Europeia).
5. PRODUTOS FUMÍGEROS
A lei federal 9294/96, que foi modificada pela 10167/00. A publicidade só pode ser feita na parte
interna dos estabelecimentos, diz a regulamentação. Para que esta publicidade possa ser veiculada,
também, é preciso inserir informações referentes aos malefícios que aquele produto pode trazer.
A lei federal traz que é possível a utilização de produtos fumígeros em locais fechados, desde que
exista um compartimento fechado separado, isolado, com um sistema de exaustão. Uma lei
municipal, porém, a 7651, vedou totalmente a utilização destes produtos, mesmo em locais não
totalmente fechados.
É um conflito de normas, mas sabemos da competência do Município para legislar sobre matérias
de interesse local. Por enquanto, é o que sustenta a norma contra os fornecedores. Mas ela não pode
ultrapassar o que a lei federal estabelece, como ocorre neste caso.
6. BEBIDAS ALCOÓLICAS
Bebida alcoólica é aquela que ultrapassa 13o LESSAC, segundo a Lei 9.294: a cerveja, as Ices, não
estão abrangidas pela lei. E a lei veda que a publicidade seja feita entre 9 e 18hrs, mas não veda que
apareça seu símbolo como patrocínio a alguma coisa, por exemplo.
O que a lei veda utilmente é a associação a vantagens esportivas, sociais, presença de crianças na
publicidade etc.
Massagistas, enfermeiros, serviços hospitalares em geral, produtos protéticos etc. Mas temos um
problema com os produtos farmacêuticos isentos de prescrição. A ANVISA regulou, para começar a
viger em 2012, a comercialização de alimentos em farmácias.
8. DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Não podem ser vendidos, ou submetidos a publicidade desregrada. Primeiro que ele precisa ter
registro no órgão competente. Segundo que toda a publicidade feita, só poderá ocorrer dentro de
periódicos especializados, que têm público-alvo determinado.
O CONAR determina que não podem aparecer na publicidade menores de idade, ou mesmo
maiores, se aparentarem ser menores. A intenção é evitar que menores sejam estimulados a utilizar
o produto.
Além disto, é necessário coibir determinadas expressões nesta publicida (ex.: que afirmem que o
produto é totalmente não agressivo ao meio ambiente, que seria falso), bem como determinar na
publicidade a toxicidade ao meio ambiente e serres vivos. Ainda na publicidade, é necessária a
informação quanto à utilização adequada.
9. OUTROS PRODUTOS E SERVIÇOS REGULAMENTADOS
A Lei 9294 não fala sobre estes, mas o CONAR sim.