Faculdade de Direito
Departamento de Direito Privado
APOSTILA 11
No inciso VI, apesar da revogação do Decreto 24.150/34 pela Lei 8.245/91 (Lei do
Inquilinato) subsiste a necessidade de registro, em cumprimento de mandado judicial, da
sentença que deferir ação renovatória proposta pelo locatário de imóvel comercial.
No inciso VII, há uma exceção ao registro obrigatório. A finalidade desse dispositivo torna
desnecessária a tradução, pelo tradutor público, dos documentos apresentados para registro
pelo interessado. (ver art. 148, 1a parte, da LRP)
Art. 129. Os atos especificados nos nove incisos contidos nesse artigo compreendem
alternativas de caráter não exaustivo de obrigatoriedade especial de registro. A parte final
do dispositivo revela a principal finalidade desse tipo de registro.
1o) Esse item fez com que a súmula 442 do STF perdesse a eficácia. A hipótese é de duplo
registro obrigatório, tanto no registro de títulos e documentos, como no registro imobiliário
(art. 167, I, 3, da LRP).
4o) Por tratar de locação, seria de melhor técnica que estivesse junto ao item 1o). As
principais relações inerentes à locação de serviços, reguladas pela CLT, não são submetidas
ao registro de títulos e documentos. Entretanto, um número crescente de prestadores de
serviços próprios da complexidade da vida moderna, com natureza eventual alheia a relação
de emprego, vem sendo levado ao registro de títulos.
Obs.: Súmula 92 do STJ : “A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não
anotada no Certificado de Registro de veículo automotor”
Obs.: Súmula 489 do STF : “A compra e venda de automóvel não prevalece contra
terceiros de boa-fé, se o contrato não foi transcrito no Registro de Títulos e Documentos.”
– Essa súmula não se aplica às questões envolvendo responsabilidade civil (ver também
súmula 132 do STJ).
6o) Documento de “procedência estrangeira” deve ser entendido como documento lançado
em língua diferente da portuguesa. A expressão refere-se tanto ao documento vindo do
exterior como ao documento feito dentro do país. Pode mesmo não ser escrito em língua
viva; nem em idioma correspondente a uma certa nacionalidade, como, por exemplo, o
latim e o esperanto. Atentar para o fato de que para simples conservação não há
necessidade de tradução, conforme a 1a parte do art. 148 da LRP.
Obs.: Súmula 259 do STF : “Para produzir efeito em juízo não é necessária a inscrição,
no Registro Público, de documentos de procedência estrangeira, autenticados por via
consular”
Art. 130. O termo “todos” não é absoluto, tendo em vista a exceção disposta no inciso VII
do art. 127 da própria LRP. “circunscrições territoriais diversas” = comarcas diferentes.
Art. 134. A autorização prevista nesse dispositivo foi derrogada pela Lei 8.935/94, que
concede relativa independência aos notários e registradores.
Art. 148. Esse dispositivo pode ser desdobrado em duas partes. A 1a trata da natureza de
conservação e perpetuidade do registro de títulos e documentos. Para esse fim não é
necessária a tradução dos documentos lançados em língua estrangeira. A 2a parte trata da
natureza primordial do registro de títulos e documentos, que é a de produzir eficácia contra
terceiros, sendo necessária a tradução de todo e qualquer documento que seja apresentado
para registro.
Art. 156. Trata da suscitação de dúvida no registro de títulos e documentos. (ver arts. 198 e
296 da LRP)