Unidade
Curricular:
Métodos
e
Técnicas
de
Pesquisa
Docente:
Ana
Maria
Guedes
Ferreira
Aluno:
Natacha
Generao
Mendonça
Barreto;
Línguas,
Literaturas
e
Culturas:
Monodisciplinar
de
Alemão.
ANO
LECTIVO
2010/2011
Calendários
no
Antigo
Egipto
Após
alguns
agradecimentos
feitos
pelo
professor,
este
começou
a
sua
conferência
com
a
seguinte
afirmação:
“os
romanos
nunca
se
deram
bem
com
a
contagem
do
tempo”,
assinalando,
logo
de
início,
que
ao
longo
da
conferência
iria
haver
uma
comparação
constante
entre
o
calendário
egípcio
e
o
calendário
romano.
Começando
pelo
calendário
dos
romanos,
estes
no
ano
753
a.C.
tinham
um
calendário
lunar
de
dez
meses
que
desprezava
sessenta
dias
do
ano,
tendo
assim,
cada
ano,
somente
trezentos
e
quatro
dias.
Quarenta
anos
depois,
passaram
a
ter
um
calendário
lunar
e
solar
com
doze
meses,
deixando
cada
um
de
ter
trinta
dias
e
passando
a
ter
vinte
e
nove.
Mas
continuava
a
ser
impreciso,
pois
de
dois
em
dois
anos,
acrescentavam
um
novo
mês
e
a
quantidade
de
dias
por
ano
variava
entre
os
358
e
os
378
dias.
Anos
mais
tarde,
Júlio
César
adopta
o
calendário
egípcio
de
365
dias,
calculado
na
Época
Pré-‐Dinástica
ou
até
mesmo
antes
do
final
do
Neolítico,
e
passa
a
ser
utilizado
no
Império
Romano.
Este
calendário
foi
obtido
através
do
cálculo
da
media
do
registo
sistemático
dos
dias
impostos
pela
observação
lunar
ou
de
uma
estrela
de
referência.
Os
egípcios,
ao
contrário
dos
romanos
pragmáticos,
acreditavam
na
eternidade,
aliás,
em
duas:
a
djet,
a
eternidade
linear,
que
começava
com
a
coroação
de
um
novo
rei
e
estava
ligada
à
permanência,
duração,
quotidiano
e
o
profano;
e
a
neheh,
a
eternidade
cíclica
que
baseava-‐se
nos
astros
e
no
Sol,
relacionado
com
o
“nascer”,
“transformar-‐se”,
tradições
e
rituais
religiosos
e
o
sagrado.
Como
acreditavam
na
eternidade,
1461
anos
eram
perfeitamente
plausíveis.
O
calendário
egípcio
inicial
era
muito
diferente
do
dos
romanos.
Com
o
sistema
de
canal,
há
uma
desvalorização
do
ciclo
lunar,
em
que
um
ano
corresponde
a
354
dias,
mas
também
não
é
posto
completamente
à
margem.
Logo,
o
calendário
egípcio
era
solar
e
lunar
e
tinha
três
estações:
Akhet,
que
começava
no
início
do
ano,
que
era
a
19
de
Julho,
e
durava
até
Novembro;
Peret,
que
começava
em
Novembro
e
terminava
em
Março;
e,
por
fim,
de
Março
a
Julho,
Chemu.
Cada
estação
tinha
quarto
meses,
cada
um
com
o
seu
nome,
que,
por
sua
vez,
tinham
três
semanas
(cada
um
com
dez
dias).
Ainda
tinham
dias
epagómenos,
que
eram
dias
que
se
adicionavam
ao
ano
para
completar
os
365
dias
do
ano
(14,
15,
16,
17
e
18
de
Julho)
e
eram
dias
que
festejavam
o
nascimento
dos
deuses
egípcios
Osíris,
Hórus,
Seth,
Ísis
e
Néftis.
Também
tinham
um
ciclo
baseado
na
elevação
helíaca
de
Sírio,
o
primeiro
decano,
que
marcava
o
início
do
ano,
e
a
estrela
mais
brilhante
do
hemisfério
Sul.
Os
decanos,
também
chamados
de
ankhu,
ou
seja,
“os
que
vivem”,
eram
36
estrelas
visíveis
que
só
viviam
durante
dez
dias.
Em
vez
de
utilizarem
dois
calendários,
consolidaram
os
ciclos
do
Sol,
da
Lua
e
de
Sírio
num
sistema
único,
o
calendário
faraónico,
que
acabava
com
o
atraso
que
o
calendário
tinha
em
relação
ao
tempo
dos
astros
de
um
dia
de
quatro
em
quatro
anos
depois
dos
1461
anos
do
período
sotíaco
e
esse
dia
deixaria
de
ser
epifenómeno.
Eles
tinham
como
objecto
de
medição
a
Clepsidra
de
Karnak
e
foram
feitos
três
registos:
o
primeiro
era
o
sotíaco,
o
segundo
era
o
lunar
e
o
terceiro
era
o
das
festividades
principais
dos
doze
meses.
O
tecto
de
Ramesseum,
para
além
desses
registos,
tem
ainda
um
primeiro,
anterior
a
esses,
que
corresponde
ao
ano
móvel
ao
qual
se
reportam
todos
os
ciclos.
Em
Buto,
foi
descoberta
uma
placa
de
Djer
da
I
Dinastia,
que
evocava
a
componente
solar
do
rei,
o
tempo
real,
o
Faraó
no
palácio,
“Hórus,
aquele
que
socorre
Dep
(Buto)”,
“Hórus,
aquele
que
acaba
[com
a
fome]
em
Dep”,
“no
dia
em
que
a
inundação
chegar
com
o
Sírio”
e
“abertura
do
ano”.
Para
terminar
a
conferência,
o
professor
Telo
Ferreira
Canhão
explicou
que
o
calendário
egípcio
ainda
sofreu
uma
última
alteração,
feita
por
Gregório
VIII
em
1582,
sendo
o
nosso
calendário
actual,
então,
baseado
no
modelo
egípcio.
Bibliografia:
CANHÃO,
Telo
Ferreira
–
Alexandria
ad
Aegyptum:
Calendários
no
Antigo
Egípto.
Comunicação
apresentada
no
Anfiteatro
Nobre
da
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
do
Porto.
Porto,
21
de
Outubro.