Personagens:
Luma – Vagalume
Logri – Grilo
Fumiga – Formiga
Herber – Sapo
Sinopse – Coitada da Luma, perdeu sua luz. E agora? Mas ela tem amigos
super especiais, que são diferentes e que fazem a diferença. E quem é que faz
a diferença é não é diferente? Uma linda estória de amizade que vai além de
qualquer diferença.
(Entrada do público, há várias borboletas no palco. O palco é um jardim. As
pra cá, as luzes se apagam. Ao acender das luzes, no palco não há mais
(Entra um grilo com um violino nas mãos. Ele tenta tocar o violino e tira notas
desafinadas)
Grilo – Preciso tocar. Preciso tocar. Só uma nota. (para o violino) Só uma
notinha! Por favor, seja meu amigo. O que eu fiz para você? Diz! Mas diz com
uma nota bem bonita. Aí. Aí. Como pode um grilo não saber tocar uma nota se
quer?
caída no chão.)
Grilo – Se eu não tocar pelo menos uma nota, não vou conseguir participar do
grilau que vai acontecer amanhã à noite lá no lago. O que será de mim?
(nesse momento, enquanto anda de um lado para outro, ele vê o corpo caído e
dá um grito)
Grilo – Ahhh!! Por São Grilopoldo. O que é isso? (ele fica em pânico. Tenta
gritar e sua voz não sai. Treme. Reza. Se benze.) Acho que devo pedir ajuda.
(tenta sair do lugar) Mas como? Não consigo me mexer. O susto me deixou
paralisado!
Luma - Eu sou Luma. Sou uma vagalume. Na verdade meu nome é Vagaluma.
Grilo – Um nome muito bonito. Mas, o que você estava fazendo caída ali no
chão?
AHHHHHH!
Luma – AHHHHHHHHHH!!!
Grilo – AHHHHHHHH!!!!
Sapo – (coaxando)
Luma – AHHHHHHHH!!!!
Grilo – AHHHHHHHH!!!
Sapo – Eu?!
Grilo – Ele?
Luma – É! Ele!
Sapo – (pensa, olha de um lado pra outro) Verdade. Nunca comi mesmo. Será
Grilo – Não se preocupe. Ele é meu amigo. O Nome dele é Herber. Ele não
vegetariano.
Luma – Ah!
Sapo – Eu ouvi. Eu ouvi. Já disse para você não ficar falando isso por aí.
Grilo – Desculpa.
Luma – (se aproxima do sapo interessada) Tudo bem. Pode contar pra mim.
Luma – Saporigena?!
Sapo – (sapo sorri) Muito Obrigado! Então, na minha família todos são
vegetarianos. É uma coisa de geração, sabe? Passa de pai para filho. Mas não
assim.
Grilo – Nós grilos também temos uma coisa que passa de geração para
geração, mas não é hábito alimentar. No nosso caso é música. E aqueles que
Sapo – Daí, quando eu vim pra cá, meus amigos sapos não entendiam isso,
Sapo – Porque eu não poderia ser diferente, deveria ser igual a eles. Aí, viviam
língua e o comi. Eca! Não gostei nada, nada. E além do mais me fez um mal
danado. ( coaxando)
Grilo – (para Luma) Ele comeu um mosquito da dengue. Ficou quase um mês
Luma – Coitado! Ouvi falar que esse mosquito faz muito mal mesmo.
Grilo – Pois é! Esse é o único inseto que eu torço para os humanos destruir.
Luma – Eu também. (para o sapo) Acho que você não deve se preocupar com
Sapo – Agora já não me importo mais. Por isso sou amigo dos insetos.
Sapo – Nossa! Uma vagalume sem luz. Acho que agora você também é
diferente.
Luma – É, mas assim eu jamais vou conseguir conhecer o maior e mais lindo
vagalume de todos. Ele vem me ver todas as noites. Passa voando lá no céu.
Ele é lindo, forte, grande, e suas luzes brilham mais que as estrelas.
Luma – Eu vou me casar com ele. ( triste) Mas com a luz apagada, ele jamais
assim.
Sapo – Eu também acho. Mas o engraçado é que antes de serem lindas, elas
Grilo – Verdade! Tem umas que além de ser mal encarada, ainda queimam.
Luma – É o ciclo de vida delas. Primeiro elas são ovos, daí se transformam em
lagartas, depois se fecham na casinha chamada pupa e depois saí uma linda
Sapo – ( fazendo fofoca) Dizem que elas se fecham na pupa porque não
Grilo – É.( pensando) Será que dentro da pupa tem um salão de belezas?
Luma – Claro que não! Isso é a mãe natureza. Ela que dá a beleza pra elas.
(para o sapo) E isso que você disse sobre as gozações, não é verdade.
Conheço muito bem as borboletas, e elas aceitam todas as formas de vida que
Formiga – Desculpa. Não foi minha intenção. (olhando para Luma) Quem é
você?
música o grilo pára de fazer bittbox e começa a dançar break, ou rip rop)
Música
Lá estava ela
Algo a derrubou
O que aconteceu
Oferecer um carinho
Sapo – (encabulado) É. Sou uma saporigena, mas, fui criado no gueto. Aprendi
Grilo – Tenho o mesmo problema do amigo sapo. Todos os grilos tocam algum
instrumento. E eu não consigo tocar nada. A única coisa que faço é esse
Luma – Mas é linda sua dança. Não entendo por que não te aceitam.
Formiga – O maior problema é que você não aceita sua diferença. Você diz
Formiga – Tá vendo!
Sapo –(para formiga) Você diz isso por que sua comunidade é muito grande. E
lá existem várias formigas de várias formas. E vocês trabalham tanto que nem
dá tempo de reparar nas diferenças dos outros. Nós não! Somos poucos.
Formiga – Claro que tenho! Todos nós temos algo diferente. Olha meu
tamanho. Na minha turma sou a mais baixinha. Também sofri no começo, pois
alguns queriam tirar sarro da minha baixa estatura. Mas eu tiro de letra. Ajudo
os mais altos a fazerem coisas que eles não conseguem fazer, e com isso
(formiga canta uma linda canção que diz para eles olharem para dentro de si.)
Música.
Formiga – Obrigado. Agora vocês me dêem licença que tenho que carregar
algumas folhas lá para minha casa. Tenho que aproveitar o verão, porque daí
vem o inverno e nós formigas ficamos em casa, e não saímos para nada. (para
Sapo – Dona Fumiga! Volte aqui. Você não pode ir. Precisamos achar uma
Luma – Amigos, não se preocupem comigo. Vou ficar bem. (triste) Tchau. Até
um dia!
Sapo – Sabe?
Formiga – Sei.
Grilo – ( para Luma) Ele com certeza vai resolver seu problema.
Luma – Espero.
derrepente o grilo)
Grilo – Um Greenlo.( ri muito, olha para os dois, que estão com cara de bã, vai
Pardal – Eu estava tentando fazer uma fórmula para ajudar a Dona Joaninha a
não ter mais dores nas costas, mas acho que exagerei num dos ingredientes
da fórmula.
Luma – É ele que vocês querem que me ajudem? To fora. Até!! (vai saindo)
Pardal – Sim! Uma homenagem de meu pai a ele mesmo. Meu pai também se
ele foi um legitimo canário da terra, e foi criado por Sur Thomas Edison.
Sapo – Nossa!
Pardal – Então. Depois de viver anos ao lado dele, meu
Grilo – Legal! Mas será que você vai conseguir ajudar a Luma?
Pardal – ( para Luma) Pelo que vejo você é a vagalume que está sofrendo do
Luma – Sim!
Pardal – Interessante!
ferramentas que carrega) Já sei! Vamos tentar isso. (lhe dá algo para beber)
Pardal – Na verdade eu não sei bem o que é. Achei lá perto do lago, numa
latinha de alumínio.
Formiga –( para o pardal) E você vai dar pra ela beber? Por quê?
Pardal – Por que estava escrito na latinha que esse liquido da força e deixa
você aceso a noite toda. Pelo menos à noite ela vai acender.
Grilo – Esses humanos! Não param de jogar lixo nas ruas, lagos e jardins.
Luma – A nossa sorte é que vem aí uma geração de crianças que estão cada
vez mais preocupadas com o meio ambiente. Elas com certeza mudarão seus
hábitos. Assim nossos filhos e netos terão uma vida muito melhor.
Pardal – Mas...
Formiga – Nem mais nem menos. Isso pode fazer mal para ela.
Grilo – (para pardal) Você não tem mais nenhuma idéia para ajudá-la?
Sapo – Pense!
Pardal – ( pensando) Outro dia estudei a vida dos vagalumes. A luz deles
chamado luciferina. O oxigênio é enviado aos fotócitos que passa a reagir com
a luciferina e com a enzima luciferase. Da reação entre essas duas substâncias
Luma – (para todos) Isso tudo que ele disse é verdade.( para o pardal) Mas
mas como podemos ver você está inteira. Não há nenhum tipo de machucado
(Luma mostra o local ao pardal que começa a investigar, ele sai do palco em
uma lateral ou no fundo. Todos ficam cochichando quando pardal volta e fala)
(formiga e Luma ficam esperando. Eles voltam empurrando uma pilha grande)
Todos – Ahhhhh!!!
Pardal – Ela por acidente encostou-se a um dos pólos, e com certeza foi no
Grilo – Mas e agora? O que poderemos fazer para que ela volte a ter a luz que
tinha antes?
Luma – Olhem lá. (todos olham para cima) O grande vagalume está passando!
Sapo – Vamos logo senhor pardal. O que temos mesmo que fazer?
Pardal – Vamos todos dar as mãos formando uma corrente. Sr Grilo fica no
lado direito da pilha, Sr Sapo no lado esquerdo. Sra Formiga fica no centro
junto comigo. Assim que estivermos todos nos devidos lugares. Senhorita
Pardal – Nós iremos passar uma corrente elétrica que deverá acender
(todos se olham)
Grilo – OK!
(eles ficam na posição conforme pedido pelo pardal, com eles nada acontece,
mas quando Luma pega na mão do pardal, as luzes ficam todas piscando, um
(as luzes se acendem, Luma está caída no chão. Todos ficam olhando, o Grilo
Sapo – Oba!
Formiga – Eh!
Todos – Eh!!!!
referencia ao avião.)
Luma – O que?
Sapo – Ele precisa contar que enquanto você estava caída ele passou duas
vezes aqui.
Se você contasse, ela teria uma grande decepção. Ela é nova e com certeza
um dia irá saber. Mas quando esse dia chegar, ela estará grande o suficiente
Formiga – Isso mesmo. E sonhar é uma das melhores coisas que podemos
Pardal – Bom amigos! Preciso ir! Tenho que terminar meu novo invento.
Pardal – Estou inventando um alarme sonoro que toda vez que um humano
joga lixo nos rios, nas praças, nas ruas ou em qualquer lugar inadequado, ele
dispara. Acredito que fazendo isso, outros humanos conscientes irão chamar
sua atenção, e não mais teremos lixos espalhados em tudo o que é lugar.
Formiga – Se essa pilha não estivesse aqui no jardim. Nossa amiga Luma não
teria sofrido esse grave acidente, que quase tirou a possibilidade de sonhar.
Grilo – Pois é. Os humanos sabem que esse tipo de lixo tem que ser jogado
dia ver nosso céu mais estrelado, nossos rios mais limpos e nosso ar melhor
para se respirar.
Pardal – Mas isso vai acontecer sim! As crianças irão cuidar muito bem de
Vamos mostrar a todos nossas diferenças. Mas que somos seres felizes do
(todos saem o grilo fazendo bittbox, o sapo cantando, a formiga falando mais
que a boca, todos abraçados. Luma volta dá tchau, e sua luz se apaga.)
Black-out.
Fim.