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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA DE FAMÍLIA


DA COMARCA DE...............

(Qualificação da parte autora e do advogado) vem através de


seus advogados constituídos, propor a presente

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE

em face de qualificação do réu que deverá seguir o


procedimento especial, assim sendo pelas razões de fato e de
direito a seguir expostas e ao final requer:
I- DOS FATOS
As Rés são filhas legítimas de nome do pai, falecido em ....
de ....... de .....
O falecido manteve relacionamento amoroso com a mãe da
Autora, e apesar de não tê-la reconhecido no registro de
nascimento, nunca escondeu a paternidade.
Mantinha contato com o pai e todos sabiam que era filha do
falecido, tanto que na certidão de óbito do mesmo consta que este
deixou 3 (três) filhas maiores.
II - DO DIREITO

III - DO PEDIDO
Vistos os argumentos aduzidos, requer a Vossa Excelência:
1. Sejam citadas as Rés para que, querendo, tempestivamente
apresente sua defesa em forma de contestação, sob pena de não o
fazendo, serem-lhe aplicados os efeitos da revelia e confissão.
3. Que desde já seja autorizado por esse MM Juízo a realização de
prova pericial laboratorial por meio de exame de DNA, junto ao
órgão público competente ou em caso de produção por entidade
particular, seja o Requerido condenado nas custas e demais
exames necessários para a elucidação da verdadeira relação de
parentesco sangüíneo.
4. A produção de provas por todos os meios em direito admitidas,
especialmente o depoimento pessoal do Requerido, sob penas de
confissão, juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas
que serão arroladas no momento oportuno e demais provas que se
fizerem necessárias.
Por fim, pede-se que a presente seja julgada PROCEDENTE com a
condenação do Requerido ao pagamento de uma pensão
alimentícia em caráter definitivo, custas processuais e honorários
advocatícios e demais cominações de praxe, bem como a
conseqüente expedição de mandado de retificação ao cartório de
registro civil para fazer constar todas as qualificações pertinentes
à filiação da menor, resultantes desta ação.
À presente ação dá-se o valor de R$ ... (.... reais) para os efeitos
legais.
Nestes termos, pede deferimento.
Recife-PE, 10 de junho de 2005.
Nome do Advogado
OAB n. ...

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE


PATERNIDADE CUMULADA COM PETIÇÃO DE HERANÇA -
FILIAÇÃO RECONHECIDA POR MEIO DE EXAME DE DNA -
SENTENÇA QUE DECLARA A PATERNIDADE E DETERMINA A
INCLUSÃO DO PATRONÍMICO PATERNO AO NOME DO
MENOR/INVESTIGANTE - INSURGÊNCIA OBJETIVANDO A
EXCLUSÃO DO SOBRENOME PATERNO - IMPOSSIBILIDADE -
DIREITO INDISPONÍVEL - AUSÊNCIA DE MOTIVO JUSTIFICÁVEL E
MAIORIDADE DO POSTULANTE - DECISÃO MANTIDA - RECURSO
DESPROVIDO.
A inclusão do patronímico do investigado é consectário lógico da procedência
da ação de investigação de paternidade, só podendo ser excluído se presente
algum motivo justificável ou após a maioridade do investigante quando poderá
fazer a opção pela permanência ou não do patronímico do genitor.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 2003.029369-8,


da comarca de Palmitos, em que é apelante R. A. S., assistido por sua mãe, I.
D. S., e apelados V. F., G. F., R. F. C., I. F., L. F. e M. F.:

ACORDAM, em Segunda Câmara de Direito Civil, por votação unânime,


negar provimento ao recurso.
Custas na forma da lei.

Perante o juízo da comarca de Palmitos, R. A. S., assistido por sua mãe, I. D.


S., promoveu, em 19-12-02, ação de investigação de paternidade c/c petição
de herança contra V. F., G. F., R. F. C., I. F., L. F. e M. F. herdeiros do espólio
de A. F., aduzindo, em síntese, que o de cujus manteve um relacionamento
amoroso extraconjugal por vários anos com sua geratriz, período durante o
qual mantiveram relações sexuais, que resultaram na sua concepção.
Requereu o reconhecimento da paternidade e a participação equivalente aos
demais herdeiros na partilha dos bens deixados pelo falecido.
À inicial foram acostados os documentos de fls. 10 a 13.
Em audiência, a proposta conciliatória restou inexitosa (fl. 36). Na
oportunidade, os requeridos pleitearam a realização do exame de DNA, com o
qual concordou a genitora do autor.
Os demandados não apresentaram contestação.
Aportou aos autos o laudo pericial de DNA confirmando a paternidade
invocada (fls. 45 a 54).
As partes se manifestaram sobre o laudo pericial (fls. 57 e 58).
O representante do Parquet opinou pela procedência do pedido.
Sentenciando, a MMa. Juíza de Direito julgou procedente o pedido para
declarar que o autor é realmente filho do de cujus, que então passará a
chamar-se R. A. F., tendo ainda o direito à sucessão de bens de seu progenitor.
Por fim, condenou os requeridos ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios.
Foram interpostos embargos declaratórios pelo autor (fls. 71 e 72), os quais
foram parcialmente acolhidos, para manter o sobrenome paterno e alterar
apenas o erro de grafia do nome intermediário e incluir o sobrenome da mãe
(fl. 74).
Inconformado, o autor apelou tempestivamente, insurgindo-se contra a parte
da sentença que determinou a inclusão em seu nome do patronímico paterno,
sob o argumento de que tal decisão fere seus interesses e foge do que fora
pleiteado, posto que nenhum pedido houve para que o nome fosse alterado.
Sustentou ainda que, se o direito ao nome é personalíssimo, não há obrigar o
seu detentor a receber nome indesejado. Requereu, ao final, o provimento do
recurso para que seja excluído o sobrenome paterno, mantendo-se apenas o
materno.
O recurso foi contra-arrazoado.
O Ministério Público opinou pelo desprovimento do recurso.
Os autos ascenderam a esta Corte de Justiça e, pela douta Procuradoria-Geral
de Justiça, manifestou-se o Exmo. Sr. Dr. Jobél Braga de Araújo pelo
desprovimento do apelo.

É o relatório.

O recurso é conhecido porque próprio e tempestivo, porém não merece ser


provido.
A pretensão do apelante em ver excluído o nome do pai biológico não merece
ser acolhida, haja vista que um dos efeitos da procedência da ação de
investigação de paternidade é o de atribuir ao nome do investigante o
patronímico do investigado, que até então lhe fora negado e que com a
procedência da ação lhe é deferido.
É sabido que a inclusão do nome de família do pai biológico ao nome do filho
reconhecido pode ser feito tanto de forma voluntária quanto de forma judicial,
sendo conseqüência legal e lógica do reconhecimento, não podendo ser
afastada.
O professor Sílvio Rodrigues é de igual forma peremptório:
"Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o nome
patronímico [...] A hipótese mais nítida se manifesta na ação de investigação
de paternidade em que um dos efeitos da vitória é o de atribuir ao investigante
o nome do investigado, que até então lhe fora negado e que com a sentença lhe
é deferido" ("Direito Civil", I, Saraiva, SP, p. 97 e 98).
Para o festejado Carvalho Santos, in "Código Civil Brasileiro Interpretado",
Freitas Bastos, RJ, p. 503:
"O primeiro e principal efeito do reconhecimento é de palmar evidência
consistente em definir a situação do filho natural reconhecido. Prova erga
omnes e filiação. Os outros efeitos são os seguintes: a) tem o direito de usar o
nome do pai".
O renomado civilista Caio Mário da Silva Pereira a respeito leciona:
"A adoção do nome paterno constitui para o filho um direito fundado no
vínculo de parentesco, estabelecido pela filiação, e é um efeito do
reconhecimento. Ora, o direito ao nome é uma prerrogativa individual,
intimamente ligada ao estado, e, uma vez estabelecido este, uma vez
incorporado o filho à família do genitor que o reconheceu, poderá usar o
respectivo no patronímico ainda contra a vontade de todos os membros da
família" (in "Reconhecimento da Paternidade e seus efeitos", Forense, 1977, p.
191 e 192).
Aliás, nem poderia o apelante alegar que não pediu a inclusão do patronímico
paterno ao seu nome, pois constata-se em sua petição de fl. 57 que requereu
expressamente "seja proferido julgamento no presente feito, pela procedência
do pedido inicial, ordenando ao Cartório competente a averbação da
paternidade revelada na certidão de nascimento do Autor, na forma
especificada pela legislação atinente, e incluindo o Demandante no rol de
herdeiros nos autos do Inventário n. 046.02.001088-0 [...]" (grifei). Equivoca-
se ainda o apelante ao afirmar que o direito ao nome é personalíssimo, e,
portanto, não se pode obrigar o seu detentor a receber nome indesejado, como
bem consignou o digno representante do Parquet em seu parecer lavrado às
fls. 96 a 101:
"Personalíssimo é o direito privativo ou exclusivo à pessoa, não podendo
assim ser afastado nem retirado dela. Já o direito indisponível é aquele do qual
o titular dele não pode abdicar.
"Basta a leitura do Código Civil em vigor para se verificar que o direito ao
nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome (art. 16), estão incluídos
entre os "direitos da personalidade" (Capítulo II). Sendo assim, ao nome se
aplica o seguinte dispositivo legal:
“Art. 11 - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da
personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu
exercício sofrer limitação voluntária."
“Assim, por expressa determinação legal, nem voluntariamente os direitos da
personalidade podem sofrer limitações, ou seja, são direitos indisponíveis."
Portanto, sem razão o apelante em não aceitar o patronímico do pai biológico,
haja vista que em nenhum momento trouxe justificativa plausível a ensejar o
acolhimento de sua pretensão. Ademais, o pleito do apelante chega a ser
incoerente, pois, ao mesmo tempo em que pede a exclusão do nome de família
do pai, requer a sua parte na herança por ele deixada.
Por oportuno:
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - ACORDO FIRMADO ENTRE A
AUTORA, REPRESENTADA PELA MÃE, E O RÉU, ONDE É POR ESTE
RECONHECIDA A PATERNIDADE E FIXADA A PENSÃO
ALIMENTÍCIA, MAS CONVENCIONA-SE A VEDAÇÃO DE ACRESCER
AO PRENOME DA MENOR O PATRONÍMICO PATERNO - SENTENÇA
QUE DEIXA DE HOMOLOGAR O ACORDO EM FACE À CLÁUSULA
SUPRACITADA E JULGA PROCEDENTE A AÇÃO. APELO PROVIDO,
A FIM DE, REFORMADA A DECISÃO, HOMOLOGAR O ACORDO SEM
A RESTRIÇÃO DO USO PELA AUTORA DO NOME DO PAI. O direito ao
nome paterno é um efeito do reconhecimento da filiação. É inadmissível, pois,
que, reconhecendo, por acordo nos autos, a paternidade, o réu pretenda obstar
o acréscimo do seu patronímico ao prenome da filha. (TJSC - Ap. Civ. n.
50.019, de Timbó, rel. Des. Alcides Aguiar, Quarta Câmara Civil, j. 16-5-96).
Em situações análogas, já decidiu o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. PATRONÍMICO PATERNO.


EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO É CABÍVEL PRETENSÃO DE
VER EXCLUÍDO O PATRONÍMICO PATERNO DO NOME DO
INVESTIGANTE, CUJO ACRÉSCIMO FOI DETERMINADO PELA
SENTENÇA QUE RECONHECEU A PATERNIDADE. A LEI EXIGE,
PARA TANTO, MOTIVO JUSTIFICÁVEL E MAIORIDADE DO
POSTULANTE (LEI N. 6015/73, ARTS. 56 E 57). APELAÇÃO
DESPROVIDA. (TJRS - Apelação Cível n. 599034345, Segunda Câmara de
Férias Cível, rel. Jorge Luis Dall'agnol, j. 15-6-99).
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. INCLUSÃO DO PATRONÍMICO
PATERNO NO NOME DA INVESTIGANTE. CONSEQÜÊNCIA SOCIAL
E LEGAL DO RECONHECIMENTO PATERNO. SE A AÇÃO
INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE FOI PROPOSTA, COMO AÇÃO
ATINENTE AO ESTADO DA PESSOA QUE EM ALGUNS DE SEUS
EFEITOS NÃO PODEM SER AFASTADOS PELA VONTADE DAS
PARTES ENVOLVIDAS: O ACRÉSCIMO DO NOME DE FAMÍLIA DO
INVESTIGADO É UM DELES, ATÉ COMO EXPRESSÃO DE DIREITO
BUSCADO COM O RECONHECIMENTO VISADO, JUSTAMENTE A
PROVA DE PARENTESCO PERSEGUIDA, O QUE SE CONSAGRA
PELA IDENTIDADE DO NOME DE FAMÍLIA. APELAÇÃO
DESPROVIDA. (TJRS - Apelação Cível n. 70000089680, Oitava Câmara
Cível, rel. José Ataídes Siqueira Trindade, j. 23-12-99).
APELAÇÃO. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. ACORDO ENTRE
AS PARTES. NÃO INCLUSÃO DO NOME DE FAMÍLIA PATERNO AO
NOME DA MENOR/INVESTIGANTE. IMPOSSIBILIDADE. DESCABE
ACORDO ENTRE OS PAIS PARA A NÃO INCLUSÃO DO
PATRONÍMICO AO NOME DA MENOR, POR TRATAR-SE DE DIREITO
DE PERSONALIDADE E, PORTANTO, INDISPONÍVEL. APELO
DESPROVIDO. (TJRS - Apelação Cível n. 70001935964, Oitava Câmara
Cível, rel. Alfredo Guilherme Englert, j. 15-2-01).
INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE. REGISTRO CIVIL. O NOME
DA FAMÍLIA DA MÃE E DO PAI INTEGRAM O NOME DO FILHO,
RECONHECIDO EM INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE. A
MANIFESTAÇÃO, EM AUDIÊNCIA, NO SENTIDO DE QUE O FILHO
RECONHECIDO PERMANECERIA COM O NOME ATUAL, OU SEJA,
SOMENTE COM O PATRONÍMICO DA MÃE, COM A EXCLUSÃO DO
PATRONÍMICO DO PAI, NÃO SE SUSTENTA, POR SER MENOR
IMPÚBERE, INCAPAZ DE MANIFESTAR A SUA VONTADE,
ESTANDO REPRESENTADO NO ATO PELA MÃE, QUE, AO
OBSTACULIZAR O USO DO NOME DA FAMÍLIA DO PAI PELO
FILHO, PREJUDICA OS INTERESSES DESTE. (TJRS - Apelação Cível n.
598209880, Oitava Câmara Cível, rel. Antônio Carlos Stangler Pereira, j. 25-
5-2000).
Salienta-se, ainda, que o direito de permanecer ou não com o sobrenome
paterno somente poderá ser exercido diretamente pelo filho; no entanto,
deverá primeiro atingir a maioridade para, a partir daí, fazer a opção.

Isso posto, nega-se provimento ao recurso.


Participaram do julgamento, com votos vencedores, os Exmos. Srs. Des.
Monteiro Rocha e Luiz Carlos Freyesleben, lavrando parecer, pela douta
Procuradoria-Geral de Justiça, o Exmo. Sr. Dr. Jobél Braga de Araújo.

Florianópolis, 14 de outubro de 2004.

Mazoni Ferreira
PRESIDENTE e RELATOR

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