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Avaliação de

contaminação e
remediação da planta
industrial e da área
circundante da Solvay
em Santo André

Agosto 1999
Avaliação de contaminação e remediação da planta industrial e
da área circundante da Solvay em Santo André
Por Darryl Luscombe; PhD, MRACI
Greenpeace
Agosto de 1999

1.1 REQUISITOS PARA AVALIAÇÃO DO LOCAL 3


1.2 USO DOS VALORES ALVO E DE INTERVENÇÃO HOLANDESES 4
1.3 AVALIAÇÃO DO SEDIMENTO 6
1.4 AVALIAÇÃO DE CONTAMINAÇÃO DE DIQUES DE RESÍDUOS 8
1.5 ÁREA DE REMEDIAÇÃO 9
1.6 FINGERPRINTING 10
1.7 CONCLUSÃO 10
1.8 REFERÊNCIAS 12

Greenpeace Brasil
Rua Alvarenga, 2331
055509-006 São Paulo – SP
www.greenpeace.org.br

2
1.1 REQUISITOS PARA AVALIAÇÃO DO LOCAL

De acordo com a Agência Americana para Registro de Doenças e Substâncias Tóxicas


(ATSDR), há uma série de requisitos local ou sítio-específicos, para avaliação de saúde
pública1. Requisitos semelhantes são necessários, para uma série de outras agências
nos E.U.A., Austrália e União Européia. Como exemplo, as exigências da ATSDR
encontram-se listadas na Tabela 1.

Para a Greenpeace, os itens em destaque (negrito) na Tabela 1 não foram


adequadamente tratados pela Solvay, em nenhuma documentação atualmente disponível.
Em particular, as deficiências relacionadas ao histórico do local da planta da Solvay
devem ser fornecidas, como uma questão de urgência. Não está claro como a Solvay
selecionou o espectro de substâncias químicas para análise, sem antes avaliar todo o
histórico de uso industrial do local, bem como avaliar todos os possíveis contaminantes e
resíduos que podem ser encontrados na área.

Além do mais, qualquer avaliação do potencial de contaminação e requisitos para análise


química do local da planta, dos Diques ou do Rio Grande, devem ser baseados em todos
os possíveis contaminantes gerados na planta da Solvay, tanto atual, como
historicamente. Além disso, uma avaliação completa do estado atual de contaminação
deve ser realizada dentro e ao redor do local da fábrica, para determinar a probabilidade
de contaminação corrente.

Tabela 1. Requisitos Para Avaliação do Local (Site). A deficiência de dados da


Solvay está destacada em negrito.
GERAL
• Área geográfica ou fonte, para as quais o plano amostral deve ser desenhado para
representar
• Intensão da estratégia amostral, isto é, definição da média ou do espectro de
concentrações.
• Bases racionais ou método estatístico utilizado para seleção dos locais para
amostragem, i.e., randômico, grade, estratificado, composto, etc.
• Equipamento utilizado para amostragem e método(s) para descontaminação entre
amostras.
• Localização e razões para seleção de amostras de "background".

HISTÓRIA DO SITE
• Datas de operações e eventos significativos (ex., incêndios, troca de
proprietários ou produtos, etc.).
• Descrição de liberações prévias e ações tomadas pela instalação, para
remediá-las.
• Descrição das barreiras físicas para prevenir o transporte de poluentes (ex., navios,
muros de contenção, , cercas, diques).
• Condição estrutural atual dos "containers", vasilhames e construções
contendo substâncias.
• Informação operacional presente e passada sobre o tratamento, estocagem ou
descarte de resíduos perigosos no site.
• Uso atual (e usos passados, caso tivessem sito diferentes) de todos os
edifícios e áreas onde o público ou trabalhadores possam ficar expostos a

3
contaminantes, ex., antigos edifícios de formulação de pesticida e área de
lavagem externa, convertidos em áreas de atendimento diário ou escritórios.

RELAÇÃO COM A COMUNIDADE VIZINHA


• Atividades no local e número estimado de pessoas envolvidas em cada
atividade (ex., trabalho, caça, pesca etc.)
• Cópia de planos de relações com a comunidade
• Tipos de barreiras ou sinais utilizados para evitar acesso do público.
• Freqüência estimada de atividades no local.
• Número e tipos de outras fontes potenciais de contaminação ambiental, em
até 1,6 Km do site (ou dentro da área potencialmente afetada).

SUBSTÂNCIAS IDENTIFICADAS
• Lista dos nomes químicos e os números do "Chemical Abstract System" (CAS) se
forem conhecidos.
• Estimativa de quantidade de contaminantes liberados para cada meio (solo, ar,
superfície da água e águas subterrânea).
• Concentração máxima, espectro e extensão da contaminação em cada meio
(incluindo biota). Identificação de resíduos e quantidades.
• Documentação de qualquer fenômeno químico, mecânico, meteorológico, ou
outros fenômenos que possam rapidamente alterar o estado físico atual dos
produtos químicos presentes ou as condições gerais do site (ex., área de
terremotos, alagamentos, etc.)

1.2 USO DOS VALORES ALVO E DE INTERVENÇÃO HOLANDESES

A Solvay escolheu os Valores de Intervenção Holandeses para Remediação do Solo


como os parâmetros para a presente avaliação de contaminação no site da empresa
(Solvay).

É de grande preocupação o fato de que Solvay não forneceu qualquer justificativa para o
uso dos Valores de intervenção Holandeses nesta investigação, ou qualquer avaliação da
relação entre os Valores Alvo e de Intervenção. Mais ainda, não há justificativa científica
adequada para a aplicabilidade dos valores Holandeses para o site em São Paulo, nem
tampouco qualquer avaliação de solo/sedimento ou critério de remediação para águas
subterrânea, como usados em outros países (ex. EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália).

Na verdade, embora os Valores Holandeses tivessem sido escolhidos pela Solvay para
esta análise, eles não seguiram todos os requisitos determinados pelo Ministério
Holandês. 2

Por exemplo, na avaliação dos perigos associados com contaminação por metais
pesados, os Valores de Intervenção Holandês devem ser relacionados ao conteúdo de
matéria orgânica e argila no solo, e não meramente ao valor da citado na Tabela, como
um Valor de Intervenção.3 Há uma correção similar que deve ser aplicada aos
contaminantes orgânicos. A Solvay não fez esta correção em nenhum dos documentos
disponíveis.

4
A relação entre % argila, % matéria orgânica, o Valor de Intervenção para Solo Padrão e
o Valor de Intervenção Específico do Site para Metais Pesados é obtida a partir da
seguinte fórmula de correção para o tipo de solo:

Ie = Ist x A + B x %(argila) + C x %(matéria orgânica) (1)


A + Bx25 + Cx10

onde:
Ie = valor de intervenção para o solo em avaliação (mg/kg)
Ist = valor de intervenção para o solo padrão (mg/kg)
%argila = percentagem de argila medida no solo em avaliação
%mat.org. = percentagem de matéria orgânica medidano solo em avaliação
A, B e C = constantes que dependem da substância (ver tabela 1)

A fim de aplicar a correções do tipo de solo para os Valores de Intervenção na fórmula (1)
(Ie e Ist) são substituídos pelos valores alvo.

Tabela 2. Constantes Substância-dependente para metais4


Substância A B C
Arsênico 15 0.4 0.4
Bário1 30 5 0
Cádmio 0.4 0.007 0.021
Cromo 50 2 0
Cobalto1 2 0.28 0
Cobre 15 0.6 0.6
Mercúrio 0.2 0.0034 0.0017
Chumbo 50 1 1
Molibdênio2 1 0 0
Níquel 10 1 0
Zinco 50 3 1.5

Adicionalmente, os Valores de Intervenção Holandeses são baseados em um volume


amostral especificado em 25 m3. Conforme citado na relevante Circular do Ministério
Holandês do Meio Ambiente, 5

“…os valores de intervenção estão relacionados a parâmetros espaciais.


Estes valores são considerados como tendo sido excedidos, e portanto o
solo sendo seriamente contaminado, se a concentração média solo/
sedimento de pelo menos uma substância em pelo menos 25 m3 de
solo-volume', (i.e. aproximadamente 7 x 7 x 0,5m), ou concentração
água subterrânea em pelo menos 100 m3 de ‘solo-volume’, excederem o
valor de intervenção. Os protocolos para as investigações preliminares
e adicionais do local descrevem a maneira na qual a conformidade com
padrões deve ser testada. Os protocolos prescrevem a amostragem,
baseada em grade retangular de 7 x 7m.

5
A fim de determinar se os valores de intervenção são ultrapassados em
uma secção de 25m3, amostras podem ser retiradas dos quatro cantos,
a uma profundidade de 0,5m. Se for usado um procedimento para
coleta de amostras diferente do recomendado nos protocolos, a
pessoa encarregada deve ela mesma garantir e demonstrar de
modo adequado, que o critério de 25m3 está sendo atendido.”

A Solvay apenas apresentou dados para a camada superficial dos sedimentos, e não
forneceu qualquer dado sobre a contaminação abaixo de 15-25 cm. do topo. Então, é
impossível avaliar a extensão total da contaminação e qual o volume de remediação
necessário. Isto deve ser abordado como tópico de urgência.

Na avaliação da Solvay da extensa contaminação dos Diques, a avaliação fornece um


numero completamente inadequado de amostragem para se atingir estes critérios. A
respeito da avaliação de Diques, o nível atual poderia ser considerado, na melhor das
hipóteses, como uma investigação preliminar.

Além disto, Solvay não adotou o critério Holandês para investigação adicional no local.
De acordo com a Circular do Ministério Holandês:

Os protocolos para investigação preliminar e adicional do site determinam


que o montante ½( valores de intervenção + valor alvo) devem ser usados
como critério para determinar se há necessidade de investigação adicional.
Para aquelas substâncias para as quais o valor alvo não se encontra
estabelecido, o montante ½(valores de intervenção) deve ser utilizado ao
invés de ½(valores de intervenção + valor alvo).

Assim, se os Valores do Critério Holandês forem usados na avaliação da


contaminação em Diques, a Solvay deve providenciar a amostragem suficiente
para permitir uma avaliação adequada do local, baseada no volume apropriado de
solo/calcário que permita uma avaliação adequada do local em questão. Mais
ainda, Greenpeace acredita que uma avaliação completa do site deve levar em
consideração uma avaliação completa de todos os critérios internacionais
disponíveis e em total conformidade com as diretrizes para amostragem e
avaliação.

1.3 AVALIAÇÃO DO SEDIMENTO

A escolha dos Valores de Intervenção Holandeses para Remediação do Solo, para


avaliação dos sedimentos do Rio Grande, sem nenhuma justificativa adequada, gera
preocupações. Adicionalmente, os Valores Holandeses não se baseiam no teste da
toxicidade real para a biota aquática. De acordo com a Agência Nacional de Pesquisa
Holandesa, RIVM,6:

“Para o sedimento não há dados disponíveis sobre toxicidade. [Risco Máximo


Aceitável- MAR] valores MAR para o sedimento portanto derivam indiretamente dos
valores MAR para água, utilizando-se o método de Equilíbrio
Compartimentalizado.”

6
Tal abordagem pode não ser efetiva na identificação de efeitos tóxicos em uma ampla
variedade de espécies aquáticas. Adicionalmente, os efeitos eco-toxicológicos utilizados
na derivação dos Valores de Intervenção Holandeses são, 7

“…quantificados em termos de concentrações no solo no qual 50% das


espécies realmente (ou potencial) existentes podem sofrer efeitos
adversos.”

Há um amplo espectro de critérios para o sedimento que foram avaliados em extensos


testes de campo e laboratoriais, particularmente nos Estados Unidos.8 O uso destes
valores, e a metodologia utilizada para derivá-los encontrou larga aplicabilidade nos EUA,
Canadá e Austrália.9 Uma seleção de critérios para o sedimento para efeitos em
organismos bênticos para o metal pesado mercúrio, é mostrada na Tabela 3.

Comparado aos níveis de mercúrio encontrados na superfície do Rio Grande na


vizinhança da planta da Solvay,10 há uma razão considerável para preocupação com a
saúde ambiental do rio. Por exemplo, mais de 60?% das amostras de sedimentos de
superfície para mercúrio foram maiores que o valor AET-H de 2,1 ppm, e 80?% estavam
acima do critério de nível de Efeitos Provável (PEL) para água doce.

Tabela 3. Uma Seleção de Critério de Efeitos no Sedimento, para Mercúrio11


Concentração de Sedimento
ER-L ER-M AET- AET-H TEL PEL TEL PEL
(ppm) (ppm) L (ppm) (marinh (mari (água (água
(ppm) o) nho) doce) doce)
(ppm) (ppm) (ppm) (ppm)
0.15 0.71 0.59 2.1 0.13 0.696 0.147 0.486

ER-L = Espectro de Efeitos Baixo; ER-M = Espectro de Efeitos Médio; TEL = Nível de
Efeitos Limítrofe; PEL = Nível de Efeitos Provável; AET-L = Limiar De Efeitos Aparentes
Baixo; e AET-H = Limiar de Efeitos Aparentes Alto.∗

A extensão atual da amostragem analítica dos sedimentos do Rio Grande é considerada


pelo Greenpeace como sendo completamente inadequada. Não houve testes para toda a
gama de contaminantes potenciais associados com a manufatura de EDC/VC/PVC. Uma
lista dos componentes químicos identificados adjacentes à fabrica de PVC na Turquia são
mostrados na Tabela 4. Juntamente com uma história detalhada dos processamentos,
operações e práticas de descarte de resíduo industriais de Solvay, isto forma a base de
um abrangente conjunto de análises que determinam a extensão da remediação
necessária nos sedimentos do Rio Grande.

Na pior das hipóteses, as avaliações do sedimento devem ser feitas para dioxinas
(incluindo furanos), PCBs, PAHs, e outros químicos identificados como sendo liberados
em quantidades significativas em operações históricas de Solvay.


Uma avaliação completa dos métodos utilizados para derivar estes valores de critério podem ser encontrados nas referências 9 e 11
e referências aí contidas.

7
Além do mais, a Solvay não forneceu nenhum dado para demonstrar que o mercúrio,
dioxinas, PCBs, PAHs, e outros componentes químicos preocupantes, não estão se
acumulando na biota aquática em níveis que possam causar efeitos adversos tóxicos,
e/ou representar um sério risco de saúde para consumidores de peixes do rio.

A biodisponibilidade dos contaminantes presentes nos sedimentos do Rio Grande só


pode ser demonstrada por um programa cuidadosamente desenhado e estatisticamente
válido de amostragem e análise da biota da área em questão. Tal estudo deve ser
realizado para demonstrar claramente a extensão completa da responsabilidade civil da
Solvay na poluição do meio ambiente aquático.

Tabela 4. Lista dos componentes químicos encontrados em sedimentos em uma fábrica


de PVC na Turquia – ver p. 11

1.4 AVALIAÇÃO DE CONTAMINAÇÃO DE DIQUES DE RESÍDUOS.

O nível atual de avaliação de Diques de Resíduos é claramente inadequado para permitir


uma análise detalhada das necessidades de remediação da área.

Por exemplo, não foi fornecida história detalhada do despejo de resíduos na área. Deve-
se assumir que a Solvay está ciente da extensão total dos materiais despejados em
Diques, e os constituintes químicos do resíduo.

É surpreendente que os Diques de Salmoura não tenham sido analisados para


dioxinas/furanos. O material é presumivelmente o resíduo das células eletrolíticas de
mercúrio e contém níveis extremamente altos de mercúrio. Estudos da Suécia em lodos
provenientes de eletrólise de baterias de mercúrio em uma fábrica de PVC encontrou
níveis de dioxina de até 650,000 pg/g.12

A avaliação de todo o processo histórico do site e resíduos, como discutido acima, deve
ser usada como base para seleção de elementos químicos de escolha para uma
avaliação apropriada da extensão completa da contaminação na área.

A metodologia de amostragem usada parece ter sido uma tentativa preliminar de criar um
quadro geral da contaminação nos Diques. O quadro apresentando por estes dados é
preocupante e demonstra contaminação excessiva. Entretanto é claramente insuficiente
para permitir uma avaliação detalhada quanto à remediação a ser executada. Como
discutido acima, a densidade da amostragem é também muito abaixo da requerida pelo
critério Holandês para Remediação do Solo, utilizado pela Solvay para avaliação do site.

De acordo com o Ministro do Meio Ambiente de Ontário, Canada, a amostragem deveria,:


13

" ser conduzida em todas áreas potencialmente contaminadas identificadas na


fase 1 da avaliação do site. Um número suficiente de amostragem de sites
deveria ser claramente estabelecidos para delinear cada área potencial de

8
contaminação. Isto necessita que alguma amostragem se dê em áreas não
suspeitas de contaminação. O padrão real e número de amostras locais
dependerão dos métodos estatísticos escolhidos para analisar dos dados
químicos resultantes e os parâmetros químicos sendo medidos, da mesma
maneira como os fatores acima. Por exemplo, o uso de geoestatística como
uma ferramenta de interpretação poderia gerar um plano amostral diferente
de métodos interpretativos convencionais. A profundidade da amostragem
dependerá da natureza e localização da fonte (i.e. subterrânea vs. superficial),
estratigrafia do solo (i.e. areia vs. argila), e o tipo de contaminante (i.e. móvel
vs. não-móvel); porém, a amostragem deve se estender além da zona de
contaminação.

Não está claro no programa de amostragem usado pela Solvay que seja utilizado
qualquer método estatístico para avaliar a suficiência do programa de amostragem
adotado. A metodologia com base estatisticamente válida deve ser aplicada ao programa
de amostragem, a fim de permitir tomada de decisões quanto à válida remediação.

Devido à natureza dos despejos de resíduos, ao longo do tempo nos Diques, é óbvio que
pontos mais perigosos de contaminação serão mais provavelmente encontrados no
material lodoso. Como resultado, um número significativo de locais de amostragem será
necessáriopara identificar as áreas de preocupação.

Também gera preocupação o fato de que a própria documentação da Solvay indique uma
contaminação de mercúrio em cursodas águas subterrâneas, no Rio Grande. Isto é
claramente inaceitável e deve ser abordado como uma questão de urgência.

1.5 ÁREA DE REMEDIAÇÃO

O objetivo final da investigação presente deve ser a descontaminação de todo resíduo


perigoso no local. O único meio pelo qual toda a poluição futura desta sensível área
ecológica pode ser eliminada é através da remoção da fonte de contaminação.

A proposta de conter os resíduos em Diques por meio de barreiras geotécnicas e


hidráulicas é uma solução essencial a curto prazo. Entretanto, a Greenpeace acredita que
a real responsabilidade civil da Solvay neste caso deverá ser endereçada somente
através do tratamento de áreas significativamente contaminadas. Apenas deixar o
problema enterrado não constitui uma solução de longo prazo e resultará somente em
legado para o futuro. Como Solvay gerou a contaminação por meio de suas próprias
práticas, ela deve arcar com os custos da correção.

Para garantir que não seja gerada poluição futura após remediação da área, a Solvay
deve se comprometer para eliminar qualquer possibilidade de poluição futura, através do
compromisso com uma política de descarga tóxica zero para o meio ambiente.

Tecnologia para o tratamento de contaminação por organoclorados e metais pesados tem


sido aplicada por toda a América do Norte, Europa e Austrália. A incineração não é
considerada uma solução apropriada para a remediação dos sedimentos do Rio Grande,
nem dos Diques. A incineração de organoclorados pode causar poluição posterior por
dioxina, e a incineração de materiais contaminados com mercúrio resultará em emissões
significativas deste metal para um ambiente mais amplo.

9
Uma série de tecnologias não-incineradoras tem sido desenvolvida nos últimos 15 anos
para suplantar as desvantagens da incineração. Uma cópia de Relatório recente do
Greenpeace, avaliando estes tipos de tecnologia segue em anexo.

1.6 FINGERPRINTING

Em 1998 foi descoberta na Europa contaminação da polpa cítrica brasileira por dioxina,
usada como ração para gado leiteiro.

De acordo com a avaliação do Ministério da Agricultura e Abastecimento e da União


Européia, a Solvay foi a uma fonte de dioxina por meio da venda de cal contaminada a
produtores de polpa cítrica. Adicionalmente, de acordo com a CETESB, a Solvay
forneceu cal à indústria de polpas cítrica e amostras do seu deposito de resíduos
confirmaram que o cal estava contaminado com dioxina.

Embora a Solvay admitisse ser uma possível fonte de furanos para a polpa cítrica, negou
a responsabilidade pelo componente 2,3,7,8-TCDD da contaminação. Entretanto, estudos
recentes da CEGEQ demonstraram claramente que o simples aquecimento da cal da
Solvay pode gerar quantidades significativas de 2,3,7,8-TCDD e que o perfil de
congêneres gerado é compatível com o da polpa cítrica contaminada.

O Greenpeace crê que, com base nesta última evidência, a Solvay deve acatar a total
responsabilidade pela da comercialização de cal contaminada por dioxina.

1.7 CONCLUSÃO

A Solvay contaminou extensivamente uma sensível área ecológica. Anos de despejo de


resíduos de forma irresponsável deixou um legado devastador de poluição tóxica que
permeando todo o ambiente e poluindo o Rio Grande. De acordo com a avaliação da
própria Solvay, há mais de 11 toneladas de percloroetileno e mais de 50 toneladas de
mercúrio nos Diques de resíduos e há poluição por mercúrio e organoclorados nas águas
subterrâneas e sedimentos do rio.

Infelizmente, os estudos até então conduzidos pela Solvay são inadequados para avaliar
de forma acurada a extensão completa da contaminação. No entanto, a informação
disponível indica que há necessidade de ação imediata de contenção, bem como
avaliação adicional quanto às opções para remediação.

Para que sejam tomadas medidas adequadas quanto à remediação e a caracterização


adequada de todo o local, é essencial estabelecer as áreas que devem ser corrigidas
(clean-up) utilizando tecnologia não-incineradora. Isto deve incluir os diques para
resíduos, os sedimentos do Rio Grande e o local da fábrica propriamente dito.

10
Tabela 4. Lista dos componentes químicos encontrados em sedimentos em uma fábrica
de PVC na Turquia

11
1.8 REFERÊNCIAS
1
ENVIRONMENTAL DATA NEEDED FOR PUBLIC HEALTH ASSESSMENT - A Guidance Manual. U.S.
Department of Health and Human Services, Agency for Toxic Substances and Disease Registry, Atlanta,
Georgia, June 1994.
2
Circular on intervention values for soil remediation, from The Minister of Housing, Spatial Planning and the
Environment, J.G.M. Alders, Directorate-General for Environmental Protection, Department of Soil Protection
(IPC 625), The Hague, Netherlands
3
ibid.
4
ibid.
5
ibid.
6
RIVM Report number 670101001 & 670101002 "Desire for levels. Background study for the policy
document "Setting Environmental Quality Standards for Water and Soil" Meent D van de ; Aldenberg T ;
Canton JH ; Gestel CAM van ; Slooff W 147 pages, 1990
7
Circular on intervention values for soil remediation, from The Minister of Housing, Spatial Planning and the
Environment, J.G.M. Alders, Directorate-General for Environmental Protection, Department of Soil Protection
(IPC 625), The Hague, Netherlands
8
The Incidence And Severity Of Sediment Contamination In Surface Waters Of The United States: Volume
1: National Sediment Quality Survey September 1997, Office of Science and Technology United States
Environmental Protection Agency, Washington, DC 20460, and references therein.
9
Adapted from, Ingersoll, C.G., P.S. Haverland, E.L. Brunson, T.J. Canfield, F.J. Dwyer, C.E. Henke, N.E.
Kemble and D.R. Mount, Calculation and evaluation of sediment effect concentrations for the amphipod
hyalella azteca and the midge chironomus riparius. National Biological Service Final Report for the U.S.
Environmental Protection Agency Great Lakes National Program Office (GLNPO) Assessment and
Remediation of Contaminated Sediment (ARCS) Project, EPA 905-R96-008,September 1996.
10
Qualidade das aguas e sedimentos do Rio Grande na area de influencia da Solvay Indupa Do Brasil S.A.,
Texto, Figuras e Anexos, Bottura Consultoria, Agosto 1999.
11
Adapted from, Ingersoll, C.G., P.S. Haverland, E.L. Brunson, T.J. Canfield, F.J. Dwyer, C.E. Henke, N.E.
Kemble and D.R. Mount, Calculation and evaluation of sediment effect concentrations for the amphipod
hyalella azteca and the midge chironomus riparius. National Biological Service Final Report for the U.S.
Environmental Protection Agency Great Lakes National Program Office (GLNPO) Assessment and
Remediation of Contaminated Sediment (ARCS) Project, EPA 905-R96-008,September 1996.
12
Rappe C, Kjeller L, Kulp S-E, de Wit C, Hasselsten I and Palm O, Levels, Profiles and Patterns of PCDDs
and PCDFs in samples related to the Production and Use of Chlorine. Chemosphere, 23 (1991) 1629-1636.
13
Guidance on Sampling and Analytical Methods for Use at Contaminated Sites in Ontario, Ontario Ministry
of Environment and Energy Standards Development Branch, December, 1996

12

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