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UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE CIÊNCIAS

RELATÓRIO LABORATORIAL

CARACTERIZAÇÃO DE AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS

DATA :Lisboa, 18 de Março de 1999


I - OBJECTIVO
Com esta experiência pretende-se observar reacções caracteristicamente coradas
devido à presença de certos grupos químicos nos aminoácidos e à existência de ligações
peptídicas.

II - INTRODUÇÃO

As proteínas podem desdobrar-se por hidrólise em aproximadamente 20


aminoácidos. Utilizando reagentes que coram de modo característico é possível
identificar a presença de alguns desses aminoácidos.
Os aminoácidos têm todas as reacções químicas características de compostos que
possuem grupos amina e carboxilo, isso deixa no entanto de acontecer quando se unem
por ligações peptídicas pois perdem essas funções.

COO- H O H H O
+ +
H3N---C---H H3N---C---C---N---C---C
R R1 R2 O

Fórmula geral de um aminoácido Ligação peptídica

As proteínas são polipéptidos constituídos por cinquenta ou mais resíduos de L-α-


aminoácidos, sendo constituintes fundamentais da célula onde desempenham funções
diversas.
Podem ser caracterizadas a diferentes níveis. Fisicamente podem ser, globulares
(se solúveis na água) ou fibrosas (se insolúveis na água). Funcionalmente dividem-se em
dois grandes grupos; as catalíticas ou enzimáticas que são responsáveis pela catálise da
maior parte das reacções celulares e as não catalíticas que se distribuem em
transportadoras como a hemoglobina; receptoras, membranares e hormonais;
transportadoras, específicas ao nível da membrana; estruturais como o colagénio;
contrácteis como a actina; hormonais como a insulina e desempenhando funções de
defesa contra organismos estranhos (anticorpos). Podem ser classificadas
estruturalmente como primárias, secundárias, terciárias ou quaternárias. Quanto ao seu
estado de associação podem ser consideradas conjugadas se estiverem associadas a
substâncias não proteicas, ou simples se o não estiverem.
O facto de a maioria das proteínas ser solúvel em água poderá ser atribuído às
interacções que se estabelecem entre as moléculas de água e os grupos polares e/ou
ionizados das moléculas proteicas. Qualquer agente que altere a constante dieléctrica ou
força iónica de uma solução aquosa influencia a solubilidade das proteínas, ocorrendo a
precipitação quando as forças de atracção proteína-água são excedidas pelas forças de
coesão entre as diferentes moléculas proteicas.
No intuito de caracterizar aminoácidos e proteínas podem realizar-se várias
reacções coradas.
A reacção da ninidrina é usada na detecção de aminoácidos por ser característica
da função amina primária. A ninidrina é um poderoso agente oxidante que reage com α-
aminoácidos, entre pH 4 e 8, originando um composto púrpura, que não apresenta
sempre a mesma intensidade de coloração. Os aminoácidos prolina e hidroxiprolina são
excepções pois apresentam coloração amarela.
A reacção de Vogel permite a identificação de grupos R tiólicos. A presença destes
grupos é detectada devido à formação de um precipitado escuro de sulfureto de chumbo.
Durante o aquecimento dos compostos em meio básico, o enxofre presente na cadeia
lateral do aminoácido origina sulfureto de sódio e com a adição de acetato de chumbo há
formação do precipitado acima referido.
A reacção xantoproteica é característica de grupos R benzénicos. Os aminoácidos
que possuem uma estrutura com anéis aromáticos formam derivados nitrosos amarelos
quando sujeitos a aquecimento com ácido nítrico concentrado. Os sais destes derivados
apresentam uma coloração laranja.
No que se refere à reacção do Biureto este detecta a presença de ligações
peptídicas. Os compostos com duas ou mais ligações peptídicas tomam uma coloração
violeta, devido ao complexo entre cada ião de cobre e quatro átomos de azoto (dois de
cada ligação). A intensidade da cor varia com a concentração de proteínas.
As proteínas na sua forma natural são chamadas de nativas. Qualquer alteração na
sua estrutura original designa-se de desnaturação, esta pode ocorrer com uma extensão
variável, e se resultar numa alteração profunda de configuração haverá perda da sua
actividade pois a função de uma proteína depende das suas características
conformacionais específicas.

IV - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS


REACÇÃO DA NINIDRINA

SOLUÇÃO TESTADA OBSERVAÇÕES RESULTADO


Branco Incolor Negativo
Clara de ovo Roxo Positivo
Glicina Roxo escuro Positivo
Desconhecida Roxo escuro Positivo

REACÇÃO DE VOGEL

SOLUÇÃO OBSERVAÇÕES RESULTADO


TESTADA + NaOH + acetato de chumbo
Branco Incolor Incolor Negativo
Clara de ovo Incolor Castanho escuro Positivo
Glicina Incolor Incolor Negativo
Cisteína Amarela Precipitado castanho Positivo
Desconhecida Incolor Incolor Negativo

REACÇÃO XANTOPROTEICA

SOLUÇÃO OBSERVAÇÕES RESULTADO


TESTADA + ácido quente + base
Branco Incolor Incolor Incolor Negativo
Clara de ovo Amarelo c/ Coagulado Alaranjado c/ Positivo
coágulos amarelo em coágulos
brancos cima amarelos
Glicina Incolor Incolor Incolor Negativo
Tirosina Alaranjado Amarelo Laranja Positivo
esverdeado
Fenilalanina Incolor Incolor Amarelo Positivo
Desconhecida Alaranjado Amarelo Laranja Positivo
esverdeado

REACÇÃO DO BIURETO

SOLUÇÃO TESTADA OBSERVAÇÕES RESULTADO


Branco Azul claro Negativo
Clara de ovo Complexo violeta Positivo
Glicina Azul claro Negativo
Desconhecida Azul claro Negativo

AGENTES DESNATURANTES DE PROTEÍNAS

AGENTE OBSERVAÇÕES RESULTADO


DESNATURANTE
Calor Solução branca opaca Positivo
Ácido tricloroacético Solução branca opaca Positivo
Ácido perclórico 10% Solução branca opaca Positivo
Ácido metafosfórico Incolor Negativo

V - INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

A reacção da ninidrina foi positiva com todas as soluções testadas.


A glicina em contacto com a ninidrina sofre uma grande oxidação e origina um
composto de cor púrpura resultante da reacção da função amina primária existente
nos aminoácidos. A clara de ovo, que é uma proteína, logo constituída por
aminoácidos, vai reagir com a ninidrina uma vez que esta pelo seu elevado poder
oxidante provoca quebra de ligações peptídicas originando aminoácidos livres na
solução permitindo assim a reacção com a função amina primária formando um
composto de cor púrpura. Esta quebra de ligações peptídicas também pode ter sido
originada pelo calor a que a solução foi submetida para que a reacção com a ninidrina
se desse.
O resultado obtido com a solução desconhecida faz-nos crer que esta seja uma
solução de aminoácidos.
No tubo de controlo a reacção foi negativa já que nele não existiam aminoácidos.
Quanto à reacção de Vogel esta é positiva nos tubos contendo clara de ovo e
cisteína uma vez que após o aquecimento em meio básico o enxofre, presente tanto na
cadeia lateral da cisteína e laterais dos aminoácidos que constituem a clara de ovo,
originam sulfureto de sódio o qual forma um precipitado escuro PbS quando se adiciona
acetato de chumbo.
No caso da glicina e da solução desconhecida a reacção é negativa uma vez que
não existem grupos R tiólicos. No tubo de controlo a reacção foi negativa por não
existirem aminoácidos na mesma.
A reacção xantoproteica é positiva nos tubos que contêm clara de ovo, tirosina,
fenilalanina e solução desconhecida pois estas são soluções que apresentam
aminoácidos com grupos R benzénicos formando derivados nitrosos originando derivados
amarelos quando aquecidos com ácido nítrico concentrado. Quando se acrescentou
hidróxido de sódio (NaOH) a cor das soluções passou a ser cor de laranja (excepto com a
solução de fenilalanina em que a reacção positiva é menos pronunciada) devido à
formação de sais destes derivados. No tubo que contém a solução desconhecida a
reacção é também positiva pelo facto dos seus aminoácidos conterem grupos R
benzénicos. A reacção xantoproteica foi negativa nos tubos com glicina e de controlo já
que a glicina não é um aminoácido com grupo R benzénico e a solução de controlo não
tinha aminoácidos.
Nos tubos em que se efectuou o teste do Biureto este só foi positivo no tubo com a
solução de clara de ovo visto esta se tratar de uma proteína. Nos tubos com glicina,
solução desconhecida e solução de controlo o teste foi negativo. Nas duas primeiras
dever-se-à ao facto destas não apresentarem ligações peptídicas e o tubo de controlo
não conter nem proteínas nem péptidos.
A desnaturação das proteínas por factores químicos e pelo calor foi bem observável
excepto num caso. O tubo que continha a solução de clara de ovo e que se submeteu à
acção do calor apresentou um resultado positivo à desnaturação da proteína ao adoptar
um aspecto branco opaco, resultante da destruição do nível estrutural secundário e
terciário. Também os tubos com solução de clara de ovo aos quais se juntou ácido
tricloroacético e ácido perclórico tiveram reacção que demonstram a desnaturação da
proteína tendo esta precipitado devido à alteração provocada no pH o que vai influenciar
a solubilidade das proteínas. O ácido metafosfórico foi o único que não provocou
alterações no aspecto da solução de clara de ovo, devendo-se talvez ao facto deste ácido
ser mais fraco que os anteriores e como tal não conseguir desnaturar esta proteína
(albumina).

VI - CONCLUSÃO E CRÍTICA
Com estes trabalhos práticos podemos concluir que a glicina é um aminoácido pois
possui função amina primária não apresentando no entanto, nem grupo R tiólico nem
benzénico e pelo seu estatuto de aminoácido não apresenta ligações peptídicas.
A cisteína possui um grupo tiólico.
A tirosina e a fenilalanina são dois aminoácidos que possuem na sua estrutura anéis
benzénicos.
A clara de ovo é constituída por uma proteína a albumina, pois possui ligações
peptídicas, apresenta ainda resíduos de aminoácidos tais como cisteína, pois apresenta
grupos tiólicos; a fenilalanina, a tirosina e o triptofano que têm na sua estrutura anéis
benzénicos. É desnaturável pela acção do calor e de reagentes acídicos como os ácidos
tricloroacético e perclórico, sendo o ácido metafosfórico incapaz desse efeito visto ser um
ácido mais fraco que os anteriores.

Quanto à solução desconhecida conclui-se que é um aminoácido (não tem ligações


peptídicas) que não tem grupos R tiólico, mas possui grupo R benzénico (aromático).

VII - BIBLIOGRAFIA

Clark, J. M.; Switzer, R. L.,”Experimental Bioquemistry”, 2nd Edition, W H. Freeman & Co


Neves, Luísa; Carreira, Teresa “Bioquímica”, Associação dos Estudantes da Faculdade
de Letras
Plummer, David J. “ NA INTRODUCTION TO PRATICAL BIOCHEMISTRY”, 1978, 2nd
Edition, McGraw-Hill Book Co.
Zubay, Geofrei L; Parson William W.; Vance Dennis E. “PRINCIPLES OF
BIOQUEMISTRY”, Elisabeth M. Sievers

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