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Portfolio de Interpretação e
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Produção de Textos II
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Contribuição das noções de língua,texto
e discurso para o ensino de produção e
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leitura de textos.
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9/5/2011
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Curso Administração de Empresas -1F
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Quando nos comunicamos lingüisticamente não o fazemos com frases sucessivas, mas
com textos, isto é, proferimos uma seqüência organizada de frases relacionadas num
todo, ou seja, texto é uma unidade se sentido no universo da comunicação humana, tudo
o que falamos ou escrevemos tem um sentido, em uma situação de interação quando
falamos ou escrevemos, sempre estabelecemos contato com outra pessoa, inclusive com
nós mesmos.
Pensar o texto é repensar a vida, tudo o que aconteceu e pode ser pensado, expresso por
meio da língua: fala (ou escrita), música, pintura, etc.
De acordo com (Koch, 2001) conforme a perspectiva teórica que se adote, o mesmo
objeto pode ser concebido de maneiras diferentes. O conceito de “texto” não foge à
regra, ou seja, varia conforme o autor e/ou a orientação teórica adotada.
Desde as origens da Lingüística de Texto até nossos dias, o texto foi visto de diferentes
formas. Em um primeiro momento, foi concebido como: unidade lingüística; sucessão
ou combinação de frases; cadeia de pronomes ininterruptos; complexo de proposições
semânticas.
Desta forma, o texto deixa de ser entendido como uma estrutura acabada (produto),
passando a ser abordado no seu próprio processo de planejamento, verbalização e
construção.Normalmente, um texto é bem maior do que uma frase, no entanto, algumas
vezes ele pode coincidir com o tamanho de uma frase (como é o caso de “Essa menina é
um anjo”) e, dependendo das condições, até de uma palavra.
“Como assim?”, você poderá perguntar. “Como é que eu posso saber se uma frase ou
uma palavra é um texto ou não?”
Há uma diferença básica. Uma frase ou uma palavra solta, jogada ao léu, não é um
texto, mas frases e palavras, ditas (ou escritas) por alguém e dirigidas a uma outra
pessoa (e até quando alguém se dirige a si mesmo, como nos “exames de consciência”),
são textos.
Dessa maneira, a porta está aberta ou fogo são apenas frase e palavra quando não as
reconhecemos em uma situação comunicativa “verdadeira”. No entanto, caso “a porta
está aberta” ou “fogo” sejam identificadas como emissões de uma certa pessoa, em uma
certa situação comunicativa, então teremos texto.
Se estiver frio e alguém, dentro de uma sala, diz a outra pessoa “A porta está aberta”,
está comunicando o fato ou pedindo para que a porta seja fechada. Aí temos um texto.
Se as pessoas estão assistindo a um filme e alguém, dentro do cinema, grita “Fogo!”,
para avisar que todos correm perigo, teremos também um texto.
A coerência tem a ver com o “todo” que o texto é, principalmente se levarmos em conta
que um texto é o produto final da interação de interlocutores (quem diz ou quem escreve
e quem ouve ou lê) e o texto propriamente dito. Isso significa que não há textos, autores
ou leitores coerentes em si mesmos, isto é, a coerência depende dos interlocutores e do
que é comunicado.
É a coerência que faz com que uma seqüência lingüística qualquer seja vista como um
texto, porque é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações
(sintático-gramaticais, semânticas e pragmáticas) entre os elementos da seqüência
(morfemas, palavras, expressões, frases, parágrafos, capítulos, etc), permitindo construí-
la e percebe-la na recepção, como constituindo uma unidade significativa global.
Portanto é a coerência que dá textura e textualidade à seqüência lingüística, entendendo-
se por textura ou textualidade aquilo que converte uma seqüência lingüística em texto.
Assim sendo, podemos dizer que a coerência dá inicio à textualidade. (Koch &
Travaglia, 1989.p.45)
É bom lembrarmos que a coerência diz respeito a diversos fatores que, embora
presentes em um texto, também estão fora dele, ou seja, refere-se tanto ao modo como
empregamos a língua, quando falamos ou escrevemos, quanto à necessidade de
considerar as pessoas a quem nos dirigimos, lembrando-nos de que precisamos adequar
nossas comunicações a essas pessoas.
De um modo geral, podemos dizer que os fatores que garantem a coerência atravessam
o texto, mas vêem do exterior, dos cuidados que precisamos tornar para que nossos
textos possam garantir eficácia e surtir efeito. Já a coesão, por sua vez, é interna ao texto
e refere-se a elementos lingüísticos propriamente ditos, utilizados e manifestados no
texto. Há fatores de coerência que estão implícitos no texto, mas os elementos de coesão
encontram-se, sempre, explicitados.
Podemos dizer que a coerência é o resultado das relações estabelecidas entre o emissor,
o receptor e o texto propriamente dito. A coesão por sua vez, embora também esteja
ligada ao todo e às relações autor/texto/receptor, é um fenômeno localizado, explícito,
com marcas lingüísticas evidentes, fáceis de serem apontadas, ou seja, diz respeito à
ligação das partes de um texto, às relações entre seus segmentos.
Podemos afirmar que tanto a coerência como a coesão passam a constituir as duas faces
de uma mesma moeda, isto é, o verso e o reverso desse complexo fenômeno que é o
texto.
Tipo ou gênero textual é o nome dado às formas mais ou menos estáveis com que as
pessoas podem se comunicar e interagir. Apesar de irem se alterando com o passar do
tempo, essas formas encontram relativa fixação que permite aos homens estabelecerem
seus contatos.
A palavra gênero sempre foi bastante utilizada pela retórica e pela literatura com um
sentido especificamente literário, identificando os gêneros clássicos: o lírico, o épico, o
dramático; e os gêneros modernos da literatura, como o romance, a novela, o conto, o
drama, etc.
No dia-a-dia, desde que nos levantamos, nós nos comunicamos por meio dessas formas,
desses “tipos ou gêneros”. Podemos dar-lhes nomes: cumprimento (“Bom dia”, “Olá,
Dona Maria”), pergunta (“Não dormiu bem? Por que essa cara azeda?”), ordem (“Vá
lavar essa cara para vir tomar café!”) e assim por diante. Esses exemplos fazem parte
dos gêneros falados.
Os textos escritos são mais complexos: carta, receita, bula, notícia esportiva, horóscopo,
conto, novela, romance, crônica, resenha, monografia etc. Os tipos não têm fim.
Aparecem e podem desaparecer, mudar. Até a metade do século XX a televisão estava
apenas se iniciando. As telenovelas, como gênero, apareceram mais tarde.
Os recados nas secretárias eletrônicas são um bom exemplo dos gêneros mais novos. As
cartas enviadas pelo correio foram bastante desativadas. As conversas telefônicas
substituíram muitas cartas enviadas pelo correio. Os e-mails eletrônicos (correio via
Internet) estão substituindo ainda mais o papel, o envelope e o selo.
Dois grandes “gêneros” textuais parecem ser básicos em originar todos os outros, que
seriam “partes” ou combinações deles: a narração e dissertação.
Quando falamos e escrevemos, desejamos exercer uma influência sobre um outro que
nos escuta e lê; entretanto, esse outro também tem seus modos de pensar, ver, sentir e
compreender a realidade, e com certeza vai situar nossa fala e escrita no projeto que ele
tem de vida. A língua é a mediadora, a corda, mas o jogo do estica-estica está na
linguagem.
Qualquer ato de fala situa-se em um contexto sociocultural e reflete esse contexto nas
escolhas textuais e gramaticais. O problema está em adequarmos a fala às expectativas
de nossos interlocutores naquele momento específico. Deparamos-nos com uma
situação básica denominada avaliação, ou seja, na fala medimos as competências
performativas de nossos parceiros, e eles fazem o mesmo conosco.
A língua é uma herança, ao mesmo tempo cultural e social, e nem mesmo o discurso da
globalização consegue apagar os traços humanos da diversidade e da identidade. Não há
falante/escritor fale/escreva da mesma forma. Inicialmente, temos um estilo próprio que
expressa nosso ponto de vista sobre o mundo e a sociedade: ele é a bagagem que
acumulamos com nossas experiências pessoais e únicas. Essas experiências se
manifestam no nosso vestuário,andar, comportamento e, lógico na nossa fala e escrita.
São nossas escolhas pessoais da estrutura geral da língua: a gramática.
A variação por sexo se mostra nos termos utilizados por homens e mulheres. Por
exemplo, o uso do diminutivo é mais comum na fala da mulher do que na do homem. O
homem se preocupa em não empregar uma terminologia feminina, mais afetiva, por
conta da avaliação social de seu “machismo”.
Há ainda os intelectuais, que costumam falar por meio de alusões e citações, enfim, o
homem e suas falas, em tantas e diferentes situações sociais.
Dialetos são as variedades que ocorrem em função das pessoas que usam a língua, e
registros são as variedades que ocorrem em função do uso que faz da língua, ou como
preferem alguns, dependem do recebedor, da mensagem ou da situação (TRAVAGLIA,
1996.p.42).
Em todos os casos, devemos estar atentos para a discriminação provocada pelo uso de
variante. Como cada variante representa um grupo social, é comum as variantes de
grupos com menos destaque político, social e econômico serem desprestigiadas. Com
isso surge o preconceito lingüístico, as pessoas são julgadas pela fala/escrita que
apresentam. A pronúncia em uso em determinadas regiões do Nordeste é menosprezada
ou tratada de forma irônica em novelas televisivas. As piadas sobre o assunto são
muitas, também, em relação à fala da mulher ou do idoso.
Muitas falas, até então desprestigiadas, foram ouvidas e divulgadas, inclusive pela
escola, um pouco conservadora em relação às variantes. As academias tiveram de
compreender que o povo também falava.
A norma padrão deve ser entendida como variante de prestígio; arma poderosa na
manutenção de valores sociais e de outros, como o trabalho, as relações formais e a
auto-estima, em uma sociedade que se avalia pelo uso da linguagem verbal.
1.2.1 Variação Linguística e Produção de Texto
Muitos estudos têm sido feitos sobre questões relacionadas com o ensino da Língua
Portuguesa e, sem dúvida, a preocupação com a diversidade lingüística e com o tipo de
relação pedagógica que é mantida com a linguagem tem ocupado vasto espaço do
material produzido.
O ensino de Português tradicional, objeto de discussão por ser a disciplina que trata da
linguagem, não se preocupa com as variações lingüísticas ocorrentes nas diferentes
regiões do país. A preocupação básica é fazer com que o alune fale de acordo com a
língua escrita. Cada aluno provém de um grupo social diferente, trazendo, consigo o
modo de falar peculiar deste grupo.
Este modo de falar (que nada mais é que a maneira que este grupo expressa a língua) é
diferente de acordo com vários aspectos, diferenças sociais, econômicas, culturais. De
acordo com (FARACO, 1991) “cada uma das variantes sociais e estilísticas é avaliada
de forma diferente pela comunidade”, isto é, cada grupo social expressa a língua de
forma diferente.
O ensino de redação não se deve resumir a uma prática de produção de textos que
esgote em si mesmo, ou seja, para haver efetivamente o desenvolvimento de uma
competência especifica em leitura e produção de textos.
O leitor constrói, e não apenas recebe, um significado global para o texto, ele procura
pistas formais, antecipa essas pistas, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita
conclusões, ou seja, leitor e leitura se constituem, pois como elementos vitais desse jogo
de interlocução contínua, a alargar indefinidamente as possibilidades de atribuição de
sentidos.
Ainda de acordo com (Kleiman,2002) “leitura implica uma atividade de procurar por
parte do leitor no seu passado, de lembranças e conhecimentos, daqueles que são
relevantes para a compreensão de um texto que fornece pistas e sugere caminhos”.
Considerações Finais
O errado não é falar “nós vai”, mas usar esse tipo de concordância em uma situação de
formalidade, quando se exige o uso da língua dita “padrão” ou “culta”. Evitar,
manifestações que menosprezem os padrões regionais da língua é um primeiro passo
para elevar a auto-estima das pessoas motivando-as a aprender outras modalidades da
língua.
Referências Bibliográficas
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São Paulo,
Scipione,1991.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura ? 6.ed.São Paulo, Brasiliense, 1987.