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Nº 10/2010

1. SUMÁRIO EXECUTIVO 1
2. CONJUNTURA ECONÔMICA BRASILEIRA 2
3. RIO DE JANEIRO 7
4. ARTIGO GNI: Superporto do Açu torna Arco Ferroviário Metropolitano do Rio de Janeiro 10
inevitável e urgente

Análise e Textos:

Diretoria de Desenvolvimento Econômico


GEE/Gerência de Estudos Econômicos
GNI/Gerência de Infraestrutura e Novos Investimentos

Produzido com informações disponíveis até 12/11/2010

1. SUMÁRIO EXECUTIVO

Ao longo deste ano, observou-se expressivo crescimento do produto


Bens de consumo interno bruto impulsionado pela expansão dos investimentos, refletidos
ganham espaço e no crescimento da produção de máquinas e equipamentos. A partir
mantém ritmo de de setembro, sob influência dos avanços da renda e do crédito,
crescimento
registrou-se crescimento mais acelerado da produção dos segmentos
ligados ao consumo, com efeitos positivos no mercado de trabalho
nacional, especialmente nos setores de Alimentos e Vestuário, que
apresentaram robustos saldos líquidos de contratações. Cenário análogo se configurou no Estado
do Rio de Janeiro, com crescimento das indústrias de bens de consumo semi e não duráveis.
Como resultado do forte aquecimento do mercado de trabalho fluminense, a renda seguiu
avançando em ritmo mais intenso do que o observado em nível nacional.

Ao mesmo tempo em que se observa expressivo progresso no quadro setorial, a pujança brasileira
vem trazendo desafios para a política econômica. De um lado, a expansão da demanda alterou
a trajetória arrefecedora da inflação. Do outro, as transações correntes seguem com saldo
deteriorado diante do intenso crescimento da absorção doméstica e dos fortes aumentos dos
custos das exportações.

Ao final desta publicação, o artigo especial trata das urgências em termos de desenvolvimento
ferroviário para o atendimento à demanda do transporte urbano e de cargas no estado do Rio
de Janeiro.

1
Novembro de 2010
2. CONJUNTURA ECONÔMICA BRASILEIRA
INFLAÇÃO

Assim como contribuíram de forma decisiva para redução recente


Inflação da inflação, os preços dos alimentos também foram o fator
acelera diante da determinante para a alta dos índices de preços nos dois últimos
alta dos alimentos meses. Como sinalizado nas edições anteriores dessa revista, esse
movimento decorre do choque de oferta de produtos agrícolas
no mundo, ocasionado pelos persistentes problemas climáticos
nos principais países produtores. Assim, após três meses de inflação
próxima de zero, entre junho e agosto, o IPCA apresentou forte aceleração: 0,45% em setembro
e 0,75% em outubro. Com isso, a inflação acumula em 12 meses 5,20%, resultado acima do
centro da meta de 4,5% estabelecida para este ano.

É importante entender essa aceleração recente da inflação. Diante de uma demanda global
deprimida e de um movimento de apreciação do real frente ao dólar, até meados deste
ano, o baixo nível dos preços dos bens comercializáveis delineava um cenário inflacionário
benigno, apesar da aceleração dos preços ligados à atividade doméstica. No entanto, nos
últimos três meses houve alinhamento das duas categorias de preços, o que resultou na
aceleração observada para o IPCA. O Gráfico abaixo ilustra esses movimentos.

EVOLUÇÃO DO IPCA POR CATEGORIAS - ACUMULADO EM 12 MESES (%)

Serviços Não-Comercializáveis Comercializáveis


7,5
7,19
7,0
7,08
6,5
6,0
5,5
5,0 4,67
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
mai/09

ago/09

out/09

mai/10

ago/10

out/10
jan/09

mar/09
abr/09

jun/09
jul/09

set/09

nov/09
dez/09
jan/10

mar/10
abr/10

jun/10
jul/10

set/10
fev/09

fev/10

Fonte: IBGE e FGV Elaboração: FIRJAN

Em resumo, o quadro atual de deterioração da inflação está relacionado ao aquecimento


da demanda doméstica e à alta dos preços cotados no mercado internacional, especialmente
de produtos alimentícios.

2
Novembro de 2010
Acumulado
2010 no Ano
Variação
Ativos Financeiros Acumulada
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out 2010 2009 2008
nos últimos
12 meses
IBOVESPA (fechamento) 65.401 66.503 70.371 67.529 63.046 60.935 67.515 65.145 69.429 70.673
Variação Mensal (%) -4,65 1,68 5,82 -4,04 -6,64 -3,35 10,80 -3,51 6,58 1,79 14,83 3,04 63,90 -41,68
Taxa de Juros Over Selic (% a.m.) 0,99 0,99 0,99 1,07 1,07 1,15 1,21 1,21 1,21 1,21
Taxa de Juros Over Selic (% a.a.) 8,65 8,65 8,65 9,40 9,39 10,16 10,66 10,66 10,66 10,66
Dólar Comercial (fechamento)
R$/US$ - Venda 1,87 1,81 1,78 1,73 1,82 1,80 1,76 1,76 1,69 1,70
Variação Mensal (%) 7,67 -3,40 -1,66 -2,83 4,98 -0,84 -2,46 -0,07 -3,52 0,42 -4,72 -2,29 -25,37 19,42
Fonte: BACEN / ANDIMA / IPEADATA

2009 2010 Acumulado


Índices de Preços (%) Ano 12 meses
Set Out Ago Set Out
2008 2009 2010*
IGP-DI FGV 0,25 -0,04 1,10 1,10 1,03 9,10 -1,43 9,11
IPC-DI FGV 0,18 0,01 -0,08 0,46 0,59 6,07 3,95 4,96
IPA-DI FGV 0,29 -0,08 1,70 1,47 1,32 9,80 -4,08 11,04
INCC-DI FGV 0,15 0,06 0,14 0,21 0,20 11,87 3,25 7,08
IGP-M FGV 0,42 0,05 0,77 1,15 1,01 9,81 -1,72 8,81
IPC-M FGV 0,28 0,03 -0,27 0,34 0,56 6,07 3,97 4,65
IPA-M FGV 0,53 0,04 1,24 1,60 1,30 10,84 -4,42 10,67
INCC-M FGV 0,07 0,13 0,22 0,20 0,15 12,00 3,22 6,97
INPC IBGE 0,16 0,24 -0,07 0,54 0,92 6,48 4,11 5,39
IPCA IBGE 0,24 0,28 0,04 0,45 0,75 5,90 4,31 5,20
IPCA-RJ IBGE 0,19 0,39 0,01 0,28 0,42 6,36 3,85 5,16
Núcleos IPCA
Médias aparadas com suavização 0,39 0,31 0,33 0,43 0,55 4,82 4,35 5,31
IPCA - Dupla Ponderação 0,39 0,33 0,19 0,39 0,55 6,08 4,73 5,05
IPCA - Exclusão (2) 0,31 0,24 0,12 0,37 0,44 5,71 4,73 5,15
Fonte: FGV / IBGE
* Dado referente ao último mês divulgado

2010 2011
Expectativas de Mercado* Há 4 Há 1 Há 4 Há 1
Hoje Hoje
semanas semana semanas semana
IPCA (%) - Mediana 5,15 5,29 5,31 4,98 4,99 4,99
Taxa de Câmbio - fim de período 1,75 1,70 1,70 1,80 1,78 1,77
Taxa Selic - fim de período 10,75 10,75 10,75 11,75 11,75 11,75
Fonte: BACEN * Dados referentes a 12/11/2010.

3
Novembro de 2010
SETOR EXTERNO

Em setembro, o balanço de pagamentos apresentou o maior


superávit do ano (US$ 11,6 bilhões), apoiado no resultado, igualmente
Altos custos inibem recorde, da entrada líquida de investimentos externo direto
exportações – IDE - (US$ 5,4 bilhões) e em carteira (US$ 8,6 bilhões), impulsionados
pela operação de capitalização da Petrobras. O déficit em conta
corrente manteve-se na média de 2010 (US$ 3,9 bilhões). Dessa forma,
pela segunda vez em 2010 (como em maio), foi alcançada a
sustentabilidade econômica das contas externas brasileiras – IDE maior que déficit em conta
corrente.

No entanto, o pontual resultado positivo de setembro não é capaz de encobrir a atual conjuntura
brasileira de necessidade de financiamento externo. Tanto as importações (US$ 17,7 bilhões) como
os gastos com a conta de serviços (US$ 3,2 bilhões) - e suas rubricas aluguel de equipamentos
(US$ 1,3 bilhão) e viagens (US$ 1,1 bilhão) – também foram recordes históricos em setembro.

Nesse quadro, com ainda três meses para o final do ano, o déficit em conta corrente em 2010
(US$ 35 bilhões) bateu novo recorde anual, ao superar o total acumulado em 1998 (US$ 33,4
bilhões). Entretanto, naquele ano, esse déficit em relação ao PIB era o dobro do observado neste
ano (2,5%).

A redução do saldo na balança comercial brasileira está por trás dessa deterioração das
transações correntes – na comparação com o ano passado, 35% até outubro. Por sua vez, esta
se explica pelo salto dos custos de exportação, que dobraram nos últimos cinco anos.

Os dados apresentados pela edição 2011 do Doing Business – pesquisa do Banco Mundial com
183 países – revelaram na rubrica “Comércio Exterior” a queda do Brasil em 16 posições frente a
2010 – para a 114ª colocação. O País encontra-se atrás de China e Índia, bem como Peru, Chile
e Equador. No último ano, ficou mais demorado (13 dias) e mais caro (US$ 1.790 por container) se
exportar no Brasil. Para se ter uma idéia, Cingapura – líder do ranking - leva apenas cinco dias
para exportar e exige metade da documentação, ao custo 73% inferior ao brasileiro.

Nesse sentido, a desburocratização das operações de comércio exterior, bem como o


desenvolvimento do sistema logístico brasileiro e a desoneração tributária são fundamentais
para o incremento das exportações, com vistas a retomar o patamar de US$ 40 bilhões do saldo
comercial, observado entre 2005 e 2007. Por enquanto, o Banco Central projeta US$ 11 bilhões
para 2011.

BRASIL Acumulado no ano Total em


ago-10 set-10 out-10
(US$ bilhões) out-10 out-09 2009

Balança Comercial FOB 2,4 1,1 1,9 14,6 22,5 25,3


Exportações FOB 19,2 18,8 18,4 163,3 125,9 153,0
Importações FOB 16,8 17,7 16,5 148,7 103,4 127,7
Total em
ago-10 set-10 out-10 out-09
2009
Reservas Internacionais 261,3 275,2 284,9 232,9 239,1
Acumulado no ano Total em
jul-10 ago-10 set-10
set-10 set-09 2009
Transações Correntes (4,5) (2,9) (3,9) (35,1) (12,1) (24,3)
Investimento Direto
2,6 2,4 5,4 22,6 17,7 25,9
Estrangeiro no País
Balanço de Pagamentos 1,8 4,4 11,6 34,5 29,1 46,7

Fonte: SECEX/BACEN

Para maiores informações sobre o comércio exterior fluminense, veja a publicação mensal do
Rio Exporta - Boletim de Comércio Exterior do Rio de Janeiro.
4
Novembro de 2010
NÍVEL DE ATIVIDADE

Após apresentar expressivo crescimento no início do ano, a


Demanda produção industrial brasileira registrou acomodação (-0,2%),
de final de ano segundo dados do IBGE. Apesar disso, a atividade fabril registrou
impulsiona avanço de 6,3% frente a setembro de 2009 e 11,2% (recorde
indústria nacional histórico) no acumulado em 12 meses. Num cenário onde as
economias desenvolvidas ainda apresentam crescimento
moderado, o consumo doméstico sustenta o dinamismo da
atividade fabril brasileira.

As preparações para o mês de dezembro, quando historicamente o consumo acentua-se,


refletiram-se no crescimento da produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis
(1,3%). Ilustrando esse quadro, os itens Vestuários e acessórios e Bebidas avançaram 1,3% e
4,0% no mês e 9,0% e 9,4% no confronto com o mesmo período do ano anterior, respectivamente
– Gráfico.

Crescimento Interanual (Set/10 x Set 09)

13,1% 13,7%

9,1%

6,2%

2,5%

Perfumaria, sabões, Alimentos Vestuário e acessórios Calçados e artigos de Bebidas


detergentes e c ouro
produtos de limpeza

Fonte: IBGE Elaboração: FIRJAN

Cabe ressaltar também a expressiva variação mensal da atividade Edição, impressão e


reprodução de gravações (15,5%), que cresceu graças às demandas por livros didáticos para
o ano letivo de 2011 e, pontualmente, por material gráfico eleitoral.

Entretanto, a expectativa dos empresários com relação ao crescimento do consumo no final


deste ano não se alicerça apenas sobre o componente cíclico das vendas no varejo. Para se
ter uma idéia, os principais meios de concessão de empréstimos para pessoa física para
aquisição de bens de consumo (ex-veículos), crédito pessoal e cartão de crédito, já acumulam
crescimento de 28,2% e 39,1%, em 12 meses, segundo o Banco Central do Brasil. Esses números
se traduzem em melhoria das expectativas para o crescimento das vendas para os próximos
meses.

Em suma, em setembro, o comportamento da indústria brasileira foi delineado pelo


arrefecimento de setores que intensificaram a produção no início do ano – tendência natural
de acomodação – e pela incubação de um trimestre final que se prenuncia marcado pela
elevação do consumo, resultante da expansão do emprego, da massa salarial e do crédito
pessoal, como visto anteriormente.

5
Novembro de 2010
Set10/ Set10/ Acumulado Acumulado
Categorias de Uso
Ago10(*) Set09 no ano 12 meses
Bens de Capital (2,6) 15,9 26,5 18,1
Bens Intermediários (0,5) 5,9 14,2 12,3
Bens de Consumo 0,9 4,3 8,1 7,8
Duráveis (1,3) (0,2) 13,6 16,3
Semiduráveis e não-duráveis 1,3 5,8 6,5 5,4
Atividades Industriais
Indústria Geral (0,2) 6,3 13,1 11,2
Indústria de Transformação (0,2) 5,9 13,0 11,2
Indústria Extrativa 2,5 13,5 14,6 11,6
Fonte: PIM-PF/IBGE * série com ajuste sazonal

Mercado de Trabalho - Em setembro, foram criados +246.875 postos de trabalho no Brasil,


conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Essa expansão foi propiciada pelo
ótimo desempenho nos setores de Indústria de Transformação (+94.205), Serviços (+94.202) e
Comércio (+55.051) e observada em 26 dos 27 estados brasileiros. Os dados acumulados de
2010 mostram que a geração de empregos celetistas do país ultrapassa 2,2 milhões de postos,
dos quais 27% da indústria de transformação.

O excelente resultado da Indústria de Transformação no mês refletiu o elevado saldo de


contratações das indústrias de Alimentos, bebidas e álcool etílico (+49.569), Mecânica (+6.283)
e Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecido (+8.166). Cabe destacar o melhor mês de
setembro para o Comércio varejista (+46.824), o que reflete o aumento das contratações
para atender a demanda de final do ano.

Um mercado de trabalho aquecido também foi captado pela Pesquisa Mensal do Emprego
(IBGE). A desocupação registrada em setembro de 6,2% é a menor desde que a série teve
início em 2002 (Gráfico). Por fim, o poder de compra do trabalhador, representado pelo
rendimento médio real habitual, cresceu tanto na passagem mensal quanto na interanual
(1,3% e 6,2%, respectivamente), alcançando R$1.499,00 no mês.

A expectativa para o final do ano é que a taxa de desocupação mantenha a trajetória


cadente observada nos anos anteriores, sobretudo devido ao aumento dos contratos
temporários para atender o aumento da demanda de final de ano.

Taxa de desocupação - Brasil (% )


9,5

9,0

8,5

8,0

7,5

7,0

6,5 6,80
6,20
6,0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2009 2010

Fonte: PME/IBGE

6
Novembro de 2010
3. Rio de Janeiro

Diante de um patamar de produção elevado, em setembro, a


indústria fluminense acompanhou a tendência brasileira e registrou
Cadeia automotiva: acomodação (-1,8%). Ainda assim, a produção avançou 4,0% na
vetor da indústria comparação com igual mês do ano anterior. Esse resultado foi
estadual propiciado pelo bom desempenho da Indústria de Transformação
(5,4%), que registrou crescimento recorde de 10,3% no acumulado
em doze meses.

O recorte trimestral da atividade fabril esboça um retrato interessante para o Estado. Frente
ao volume produzido no terceiro trimestre de 2009, a indústria de transformação cresceu
9,6%. Ainda que o desempenho do setor automobilístico siga responsável pela maior parte
da taxa, cabe destacar o crescimento de setores ligados ao consumo pessoal como o de
perfumaria e o têxtil. Assim como em âmbito nacional, as atividades têm intensificado sua
produção para atender às encomendas para o fim do ano, puxadas pela perspectiva de
demanda robusta. No mesmo sentido, a metalurgia segue ilustrando o caráter pró-cíclico da
atividade e destaca-se como um dos motores da economia fluminense.

Produção Industrial - Variação - 3º tri/10 x 3º/09

Veíc ulos automotores 51,4%

Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza 26,4%

Têxtil 16,8%

Metalurgia básic a 12,5%

Minerais não metálicos 8,7%

Outros produtos químicos 7,9%

Bebidas 5,8%

Refino de petróleo e álcool 3,4%

Borracha e plástico 1,9%

Edição, impressão e reprodução de gravaç ões 0,6%

Alimentos -0,8%
Fonte: IBGE Elaboração: FIRJAN
Farmacêutic a -3,0%

A leve retração observada pela indústria farmacêutica pode ser explicada pelo alto nível de
produção no terceiro trimestre do ano anterior, quando se intensificou a pandemia de gripe
H1N1 e os laboratórios experimentaram maior demanda de fármacos ligados à prevenção
da doença.

De maneira geral, o arrefecimento registrado em setembro foi uma resposta esperada depois
das sucessivas renovações de recordes registradas em 2010. Apesar disso, o quadro geral da
indústria fluminense é incontestavelmente positivo, direcionado por uma indústria de base
sólida e um setor de bens de consumo em expansão, aparelhando-se para atender a um
mercado interno mais vigoroso e à intensificação das demandas de outras indústrias
- especificamente da cadeia do petróleo e do transporte.

7
Novembro de 2010
Acum. no ano contra
Variação sobre o mês anterior Variação sobre o mesmo
mesmo período do ano
Nível de Atividade (com ajuste sazonal) mês do ano anterior anterior
RIO DE JANEIRO (%) 2010 2009
jul/10 ago/10 set/10 jul/10 ago/10 set/10
Jan-Set Jan-Set
Produção Ind. Total IBGE 0,80 0,65 -1,80 7,60 8,13 3,99 9,27 (6,48)
Vendas Reais Ind. Transf. FIRJAN 3,03 -0,13 -3,03 14,91 13,88 8,58 19,04 -18,59
Massa Salarial Ind. Transf. FIRJAN -0,10 1,91 0,37 7,00 9,67 6,91 7,57 -0,52
Horas Trabalhadas Ind. Transf. FIRJAN -2,85 2,59 1,61 7,63 20,77 10,83 11,16 -4,46
Pessoal Ocupado Ind. Transf. FIRJAN 0,53 1,50 0,86 8,02 9,38 9,39 6,86 -0,38
Média
Taxa Mensal Taxa mensal no ano anterior
Jan-Set
jul/10 ago/10 set/10 jul/09 ago/09 set/09 2010 2009
Utilização da Cap. Instalada* FIRJAN 83,83 83,98 83,21 79,80 80,08 81,16 82,51 79,87
Tx. de Desemprego Aberto IBGE 5,40 5,70 5,30 6,30 5,60 5,50 5,76 6,33
Fonte: IBGE, FIRJAN * Percentual da Capacidade Instalada da Indústria

Indicadores Industriais FIRJAN

A pesquisa de Indicadores Industriais de setembro revelou ritmo moderado das vendas industriais
fluminenses. Entretanto, as variáveis de produção e mercado de trabalho evidenciaram
perspectiva de um quarto trimestre mais aquecido para a atividade.

As vendas reais recuaram 3,0% comparativamente a agosto, na série com ajuste sazonal, em
decorrência do desempenho de Material eletrônico e comunicação (-18,19%), Veículos
automotores (-13,91%), Alimentos e bebidas (-8,38%), Refino, combustível nuclear e álcool
(-6,22%) e Têxteis (-5,13%) que apresentaram recuo das vendas abaixo da média da indústria
de transformação. Nos dois primeiros casos, houve normalização das vendas após entrega
de grandes encomendas no mês anterior. No caso de Alimentos e Refino, o menor número de
dias de setembro influenciou no volume das vendas. Na indústria têxtil, importante empresa
extinguiu uma de suas linhas de produção, o que afetou o faturamento.

Apesar dessa queda pontual, o resultado dos primeiros nove meses superou em 19,1% o
observado no mesmo período de 2009. Os aumentos mais relevantes nessa análise foram
observados em Edição e impressão (+69,85%), Veículos automotores (+53,10%) e Metalurgia
básica (+50,59%), que já retornaram ao patamar do período pré-crise.

Em contraposição à trajetória das vendas, as horas trabalhadas na produção revelaram


variação positiva de 1,6% no dado dessazonalizado, indicando maior atividade no final do
terceiro trimestre. Em setembro, essa variável superou em 10,0% o observado no ano passado.
A comparação do período janeiro-setembro de 2010 frente ao mesmo período de 2009 também
foi positiva (+11,2%). Os destaques nessa comparação ficaram por conta de Veículos
automotores (+41,9%), Material eletrônico e comunicação (+23,6%), Edição e impressão
(+17,1%), Metalurgia básica (+16,8%), Borracha e plástico (+16,6%) e Vestuário (+16,5%).

O nível de utilização da capacidade instalada registrou estabilidade na série com ajuste


sazonal (de 83,8% para 83,6%) entre agosto e setembro. Nos nove meses do ano, a variável
alcançou o nível de 82,6%, superior ao do mesmo período de 2009 (79,9%). Na média de 2010,
os setores com maior grau de ocupação foram Veículos automotores (96,0%), Outros
equipamentos de transporte (95,5%), Produtos de metal (90,9%) e Minerais não metálicos (90,6%).

Quanto ao mercado de trabalho, a pesquisa revelou alta de 0,9% do pessoal ocupado frente
a agosto, na série com ajuste sazonal. Desde maio de 2009 a variável vem registrando aumento
ininterrupto e neste mês atingiu o nível mais alto de toda a série histórica da pesquisa. Os
setores com as maiores admissões de pessoal foram Máquinas, aparelhos e material elétrico

8
Novembro de 2010
(+11,6%), que apresentou resultados acima da média da indústria, seguido por Veículos
automotores (+5,9%) e Máquinas e equipamentos (+2,4%), em especial pela perspectiva de
aumento das encomendas e realização de novos projetos. O terceiro trimestre do ano encerrou
com variação positiva de 6,9% em relação ao mesmo período de 2009, sob influência de
Veículos automotores (+23,2%), Metalurgia básica (+19,5%), Edição e impressão (+16,1%) e
Máquinas, aparelhos e material elétrico (+15,6%).

Em linha com os resultados observados nas horas trabalhadas e no pessoal ocupado, a massa
de salários cresceu 0,4% na série com ajuste sazonal, com destaque para Máquinas, aparelhos
e material elétrico (+12,8%), Produtos de metal (+5,4%) e Veículos automotores (+4,1%).
Observou-se que nesses setores os resultados foram consequência do aumento de horas extras
pagas, indicando um aumento de produção, além de acerto em banco de horas e
contratações ocorridas em algumas das empresas pesquisadas. A variável também mostrou
alta nas demais comparações: 7,0% com relação a setembro de 2009 e 7,6% frente à média
do ano anterior.

Mercado de Trabalho

Em setembro, foram criados +21.649 empregos celetistas no Estado do Rio de Janeiro, segundo
o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho e Emprego
(CAGED/MTE). Com esse resultado, o ano de 2010 vem se configurando como o melhor da
história quanto à geração de emprego e acumula 149.247 vagas criadas com carteira assinada
desde o início do ano.

Em linha com o movimento de expansão encontrado no Estado, a Indústria fluminense mostrou


robustez nos resultados de suas três áreas e gerou mais de 3.200 postos de trabalho em setembro:
na indústria extrativa desde fevereiro de 2006 não se via um saldo de mais de 370 vagas; em
serviços industriais de utilidade pública o saldo de 215 vagas é a melhor marca para o mês; e
na indústria de transformação o saldo de 2.756 empregos formais manteve os altos níveis de
contratações observados nos últimos meses, contribuindo para a marca recorde de 26.047
novos postos criados com carteira assinada em 2010.

Dentre os 12 subsetores que compõem a indústria de transformação, nove apresentaram


saldo positivo, com destaque para o setor de Produtos alimentícios, bebidas e álcool (+739)
que apresentou o maior número de empregos formais criados, dos quais 63% na capital. O
aquecimento das atividades para atender à maior demanda por ocasião das festas de final
do ano foi motivo de contratações na Indústria do Vestuário e Artefatos de Tecido (+336). Na
indústria Química (+675), também é observado esse efeito nas atividades de cosméticos e
perfumaria, bem como de embalagens plásticas, porém o maior contratante nesta indústria
em setembro foi a atividade de refino de petróleo.

O setor de Serviços, principal contratante no Estado, gerou +13.721 novas vagas, sendo a
capital responsável pela absorção de 62% dessa mão de obra. O Comércio registrou +3.753
empregos celetistas em setembro sob forte influência do início do aumento das contratações
para atender as festas de final do ano. Em ambos os casos os acumulados superam, e muito,
o desempenho verificado em 2008 e 2009.

Dados da Pesquisa Mensal do Emprego divulgados pelo IBGE também retratam o bom
momento do mercado de trabalho na região metropolitana do Rio de Janeiro. Em setembro
a taxa de desemprego registrada (5,3%) foi a menor desde o inicio da série, em 2002. Além do
mais, o poder de compra dos trabalhadores avançou 2,7% na passagem mensal e 8,8% na
interanual – ambas as variações superiores a média nacional, alcançando R$ 1.568,60 em
setembro.

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4. Aspectos de Infraestrutura e Novos Investimentos

SUPERPORTO DO AÇU TORNA ARCO FERROVIÁRIO METROPOLITANO DO RIO DE JANEIRO


INEVITÁVEL E URGENTE

A LLX, empresa de logística do grupo EBX, oficializou a escolha da Linha Litorânea da Ferrovia
Centro-Atlântica como acesso principal ao Superporto do Açu, em São João da Barra. O
anúncio, feito durante um evento na sede do Sistema FIRJAN, em 18 de outubro, não trouxe
surpresas para especialistas em logística, considerando o mix de atuação do Superporto, que
vai de minérios a petróleo, passando por produtos siderúrgicos, carvão e coque.

Dois outros fatores eram considerados decisivos para tornar a opção pela Linha Litorânea a
mais racional, pelo ponto de vista estratégico (Figura 1):

• A existência do ramal, o que implica em menor custo em relação à Linha Mineira, que
exigiria a reimplantação de trilhos em longos trechos no Norte e Noroeste Fluminense
e em Minas Gerais; e

• As conexões geradas pelo ramal, que permitirá a integração do Superporto do Açu


com o Comperj em Itaboraí, os polos petroquímico e gasquímico de Duque de Caxias,
o Porto do Rio de Janeiro, o Superporto do Sudeste – que integra o complexo industrial-
portuário de Itaguaí – e as conexões com o Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais e o
estado de São Paulo.

Figura 1 - Futura malha ferroviária fluminense integrada em bitola mista

Minas
Gerais Superporto
do Açu

São REDUC
Paulo Comperj

MRS
FCA
Acesso ao
Porto do Superporto do Açu
Rio de Janeiro
Superporto
do Sudeste

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Segundo a LLX, a negociação junto à FCA para a recuperação do ramal (que possui 300 km
e liga Ambaí, em Nova Iguaçu, a Campos dos Goytacazes) está avançada e envolve empresas
que se instalarão na zona industrial do Superporto e a Petrobras, responsável pela construção
do Comperj. A LLX construirá um ramal de 45 km ligando o Superporto, em São João da
Barra, à ferrovia, em Campos.

A previsão é de que no primeiro semestre de 2011 seja fechado um acordo para o início das
obras de rebitolagem do ramal, que ganhará um terceiro trilho para permitir o tráfego de
composições que utilizam bitolas métrica e larga (FCA e MRS, respectivamente). O investimento,
de R$ 1,2 bilhão, será realizado pela FCA mediante a existência de garantia de carga e o
ramal deverá estar operacional em 2012, concomitante ao Superporto.

O projeto é grandioso e os benefícios para o Rio de Janeiro vão além da integração ferroviária
entre as regiões mais dinâmicas do estado e a eliminação do isolamento entre as malhas
ferroviárias, trazendo para a realidade a possibilidade do compartilhamento de vias e o
aumento do volume de cargas movimentadas. Pela malha do Rio de Janeiro foram
transportadas 126 milhões de toneladas de cargas em 2009, 29% do volume nacional. Com os
portos do Sudeste e do Açu em pleno funcionamento a movimentação para atender à nova
capacidade portuária fluminense (considerando apenas esses dois novos portos) aumentará
318 milhões de toneladas/ano, um crescimento de 252%. Se a esses números for agregada a
movimentação de polipropilenos do Comperj, de 3,6 milhões de toneladas, o crescimento
será de 256% até 2016.

Para que esse complexo sistema funcione, existe um investimento crucial, que já deveria ter
sido realizado, mas que, no momento, está apenas em planejamento: o Arco Ferroviário
Metropolitano do Rio de Janeiro, que terá 65 km e ligará Visconde de Itaboraí a Ambaí. Sem
esse trecho, que representa 22% da Linha Litorânea, o sistema não funciona ( Figura 2).

Esse trecho é dividido em três seções:

• A primeira, entre Ambaí e São Bento, foi desativada em 1988, após perder importância
com a implantação do novo traçado para o transporte de cargas entre Ambaí e o
porto do Rio de Janeiro, na década de 1970. O trecho, que pertence à FCA, possui 18,5
km e precisa ser reconstruído, uma vez que os trilhos foram retirados e o leito invadido.
A obra está avaliada em R$ 172 milhões;

• A segunda, entre São Bento e Magé, que pertence ao governo do Estado, possui 32
km e não foi desativada, mas é utilizada atualmente para o transporte de passageiros.
Os projetos prevêem o compartilhamento da via por composições de cargas e
passageiros. Precisa ser rebitolada, com a colocação do terceiro trilho. A obra está
avaliada em R$ 64 milhões; e

• A terceira, entre Magé e Visconde de Itaboraí, que pertence à FCA – foi requisitada
pelo governo do Estado, possui 15 km e precisa ser rebitolada. A obra está avaliada
em R$ 30 milhões.

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Figura 2 - Arco Ferroviário Metropolitano do Rio de Janeiro

Comperj

Ambaí – São Bento São Bento – Magé Magé – Visc. de Itaboraí Acesso ao Comperj

A ligação com o Comperj faz parte dos planos da Petrobras e terá 6,5 km.

O investimento total previsto para a implantação do Arco Ferroviário Metropolitano do Rio


de Janeiro é de R$ 266 milhões, apenas 22% do investimento total na recuperação da Linha
Litorânea, mas ele é essencial para que o estado passe a contar com um sistema ferroviário
integrado e plenamente eficiente. Neste sentido, as ligações com os portos do Rio de Janeiro
e Itaguaí, concessões da MRS, também passarão por rebitolagem, permitindo que as duas
concessionárias que atuam no estado possam acessar todos os portos.

O Arco Ferroviário trará ainda um benefício de mobilidade urbana para a Região Metropolitana
do Rio de Janeiro: o ramal Ambaí – Porto, atualmente utilizado para transporte de cargas,
poderá ser utilizado no transporte de passageiros, em uma região com uma demanda superior
a 100 mil passageiros/dia, segundo o Plano Diretor de Transporte Urbano da região
Metropolitana. O novo ramal de passageiros teria como impacto a redução do número de
viagens rodoviárias na BR 116, na Via Light, na Linha Vermelha e na Avenida Brasil.

Conclui-se que o Arco Ferroviário Metropolitano do Rio de Janeiro é inevitável e urgente por
sua importância para a integração ferroviária do estado, pela necessidade de aumentar a
capacidade de transporte de cargas em escala compatível com o crescimento da
capacidade portuária. Além dos impactos sobre a logística de carga, o Arco Ferroviário
Metropolitano contribuirá decisivamente para melhorar a mobilidade urbana na Região
Metropolitana.

EXPEDIENTE: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN)


Av.Graça Aranha, 01 Centro - Cep: 20030-002 Rio de Janeiro - RJ
Presidente: Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; Diretor Geral do Sistema FIRJAN: Augusto Franco Alencar; Diretora
de Desenvolvimento Econômico: Luciana de Sá; Gerente de Estudos Econômicos: Guilherme Mercês; Equipe:
Tatiana Sanchez, William Figueiredo, Gabriel Pinto, Jonathas Goular e Adriana Esteves; Gerente de InfraEstrutura
e Novos Investimentos: Cristiano Prado; Co-autor do Artigo GNI: Riley Rodrigues de Oliveira; Editoração Eletrônica:
Anna Speranza.

Sugestões e Informações: tel (21) 2563-4205, e-mail: estudos.pesquisas@firjan.org.br


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