Em 02-08-10
Prof. Joaquim
Roseli – roseli.rosendo@mte.gov.br
DIREITO TRIBUTÁRIO I
1. CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO:
Hugo de Brito Machado: DIREITO TRIBUTÁRIO é o ramo do direito que se ocupa das relações
entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributarias de qualquer espécie, limitando o
poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder.
Luciano Amaro: define DIREITO TRIBUTÁRIO como sendo a disciplina jurídica dos tributos, com
que se abrange todo conjunto de princípios e normas reguladores da criação, fiscalização e
arrecadação das prestações de natureza tributaria.
Portanto, é o ramo do direito que elenca uma série de normas e princípios voltados para
instituição, fiscalização e arrecadação de tributos.
OBS.: A função do DIREITO TRIBUTÁRIO é de proteger o cidadão contra a ganância
arrecadadora do Estado.
Art. 5°, CF: Princípio da RESERVA LEGAL LEI = O tributo está na lei, ou seja, só
há tributo se houver lei, por isso o administrador não pode mudar o tributo a seu bel prazer.
PACIFICAÇÃO SOCIAL
Direito processual: serve para efetivar um pretenso direito que não está sendo cumprido
Exemplo: A (locador) faz um contrato de locação com B (locatário)
O locador tem o direito material de receber o pagamento da locação bem como o locatário tem
o direito de usufruir do objeto locado. A obrigação do locador é deixar o locatário usufruir do que
locou, assim como o locatário tem a obrigação de pagar por essa locação. Caso não ocorra o
pagamento entra o direito processual (na justiça)
2) TAXAS – é um tributo vinculado a um agir estatal. As taxas são abordadas no art. 77 a 80,
CTN.
Art. 145, II, CF: taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA a atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I – utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de
utilidade ou de necessidade públicas;
III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito
das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios aquelas que,
segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito
Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas
pessoas de direito público.
OS IMPOSTOS
Art. 16, CTN: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
OBS.: O imposto é o tributo não-vinculado à atividade estatal. Tal gravame, ligando-se à
atividade do particular (eu ajo, eu pago), visa custear as despesas públicas gerais do Estado
(saúde, segurança púbica, iluminação pública).
Os impostos são tratados, no plano da distribuição das competências, no texto constitucional.
IMPOSTOS ≠ TAXAS
b) e taxas de serviço: tem previsão legal no art. 145, II, CF, e art. 77, CTN
10
Qual o fato gerador? A prestação de serviços. Os serviços públicos devem ser específicos e
divisíveis (é quando se pode mensurar o que cada tomador do serviço usufrui desse serviço).
O Art. 79, CTN: Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I – utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de
utilidade ou de necessidade públicas;
III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.
A SÚMULA n°670 DO STF considerou a taxa de iluminação pública ilegal. Mas como os
municípios perderam muito dinheiro e apelaram para o art. 149-A, da CF (incluído pela EC
39/2002).
SÚMULA n°670 DO STF: Iluminação Pública – Taxa = O serviço de iluminação pública não
pode ser remunerado mediante taxa.
Art. 149-A, da CF: Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos artigos 146,
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no artigo 195, § 6º, relativamente às contribuições a
que alude o dispositivo.
Verificar a RE/STF n°185.050 que trata da questão da taxa de iluminação pública para
contribuição de iluminação pública.
A utilização do serviço pode ser efetiva ou potencial:
a) efetiva: quando o serviço é efetivamente utilizado: emissão de passaporte – nesse caso a taxa
deve ser cobrada.
b) potencial: a taxa só deve ser cobrada se a utilização do serviço for compulsória (obrigatória):
taxa de esgoto.
Em 23-08-10
TAXA x TARIFA PÚBLICA
RE 209.365-3/SP
a) Serviços públicos propriamente estatais – em cuja prestação o Estado sem vale do
exercício de soberania, visualizada sob o ponto de vista interno e externo. Esses serviços são
indelegáveis, porque somente o Estado pode prestá-los. São remunerados, por isso mesmo,
mediante taxas.
11
b) Serviços públicos essenciais ao interesse público – são os serviços prestados ao
interesse da comunidade. São remunerados mediante taxas, e porque as atem remuneradas são
essenciais do interesse público à comunidade, ou à coletividade, a taxa incide sobre a utilização
efetiva ou potencial do serviço.
Ex.: coleta de lixo, sérvio de sepultamento....
c) Serviços públicos não essenciais – e que, quando não utilizados disso não resulta dano ou
prejuízo para a comunidade ou para o interesse público. Esses sérvios são, em regra, delegados,
pois podem ser concedidos e podem ser remunerados mediante preço público.
Ex.: serviço telefônico, serviço postal....
Obs.: O contribuinte somente está obrigado a pagar uma taxa em razão da utilização potencial
quando o serviço que ensejar a cobrança da taxa for de utilização obrigatória. Caso contrário, se
o serviço não for de utilização obrigatória, a obrigação da taxa somente ocorrerá se houver uma
efetiva utilização do serviço. Em ambos os casos, o serviço deverá estar ao serviço do
contribuinte.
4. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
OBS.: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA é o poder político e indelegável de instituição dos tributos
(art. 7° e SS, CTN). Quanto aos IMPOSTOS, a competência na CF é privativa.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA como o poder juridicamente limitado que determina a incidência,
a base de cálculo e a alíquota, o sujeito passivo da obrigação, formas de lançamento e cobrança
e provê os meios de arrecadação e fiscalização.
É atribuída constitucionalmente à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Portanto, a Constituição Federal não cria tributos: ela atribui competência para que os entes
públicos os instituam. Caberá a essas pessoas políticas instituir os tributos da sua respectiva
competência, mediante regra geral por meio de LEI ORDINÁRIA, ressalvadas as hipóteses
reservadas a lei complementar (empréstimos compulsórios e os chamados impostos e
contribuições residuais).
A competência para a instituição de tributos pode ser privativa, comum, residual, e, ainda,
especial ou extraordinária e cumulativa.
a) A COMPETÊNCIA PRIVATIVA dos entes delegados pela CF que determina quem pode criar
os tipos de impostos autorizados por lei, e diz respeito aos IMPOSTOS.
Como a Constituição Federal aponta quais são os impostos que cada uma das pessoas políticas
de direito público pode instituir, conforme se verifica nos art. 153 (privativa da União), 155
(privativa dos Estados e do Distrito Federal) e 156 (privativa dos Municípios), denomina-se essa
competência como privativa; somente o ente dotado de uma dada competência poderá instituir o
respectivo imposto.
a.1) Art. 153, CF impostos federais UNIÃO
a.2) Art. 155, CF impostos estaduais ESTADO e DF
a.3) Art. 156, CF impostos municipais MUNICÍPIO e DF
O art. 153, da CF, aponta que somente a UNIÃO poderá instituir os impostos sobre:
1) importação de produtos estrangeiros (II),
2) exportação de produtos nacionais ou nacionalizados (IE),
13
3) a renda ou proventos de qualquer natureza (IR),
4) produtos industrializados (IPI),
5) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários (IOF),
6) a propriedade territorial rural (ITR), e
7) grandes fortunas (IGF).
Aos ESTADOS e ao DISTRITO FEDERAL, conforme o art. 155 da CF, compete a instituição dos
impostos sobre:
1) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITD),
2) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), e
3) a propriedade de veículos automotores (IPVA).
Já o art. 156 da Constituição Federal estabelece que compete aos Municípios instituir impostos
sobre:
1) a propriedade predial e territorial urbana (IPTU),
2) a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
por acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição (ITIV ou ITBI), e, ainda,
3) serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II (CF), definidos em lei
complementar (ISS).
OBS.: Algumas funções dessa competência podem ser delegadas; o CTN, entretanto, veda que
a chamada COMPETÊNCIA PLENA (a que inclui o ato de legislar, instituindo o tributo) seja
delegada – art. 7º. Embora, classicamente, a doutrina relacione a competência privativa aos
impostos, não há como negar que a competência para instituir empréstimos compulsórios (art.
148, CF) também é privativa da União.
Em xx-08-10
17
Sistema Tributário Nacional
Art. 145 a 162, CF: xxxx
Conjunto de normas – competência tributária – serve para garantir a autonomia do Estado.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA = o poder, atribuído pela CF, observada as normas gerais de
direito tributário compreendendo a competência legislativa, administrativa e judicante.
- A aptidão para criar, in abstrato, tributo.
O Princípio da discriminação de renda limita o exercício da competência tributária.
Elege os fatos econômicos sobre os quais recai essa tributação, distribuindo esse fato
econômico.
→ Conceito
1. Competência Tributaria
- Conceito
- Espécies de competência
2. Espécies de tributos
· Taxas
18
· Contribuições sociais
· Imunidades
· Conceito
· Recíproca
· Religiosa
· Cultural
· Partidos políticos
4. Assistência Social
5. Princípios
Legalidade
Anterioridade
Isonomia
Irretroatividade
7. Impostos
Federais
Estaduais
Municipais