A INSERÇÃO DO GÊNERO DIGITAL BLOG NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Leonardo Neves de Macêdo1

Maria Lúcia Serafim2

RESUMO: O presente artigo fruto de estudo monográfico fundamenta-se na

crença de que a inserção de gêneros digitais, no caso desta pesquisa o
escolhido foi o blog, na prática pedagógica do professor possibilite motivação e
aprendizagem ao professor e aos estudantes. O objetivo foi inserir os alunos
numa vivência didática com a ferramenta, integrando este site aos estudos da
disciplina. O percurso da pesquisa pautou-se: na forma como o professor se
apropriou dos gêneros digitais para que estes fossem inseridos na sua prática
pedagógica; na capacidade dos alunos de desenvolver habilidades cognitivas,
sociais e de comunicação quando orientados pelo professor no uso de
ferramentas digitais como o blog. A pesquisa realizou-se na Escola Normal
Estadual Padre Emídio Viana Correia na cidade de Campina Grande – PB e
foram participantes focais: 01 professor de Biologia e 23 alunas do 2º ano D,
nos meses de maio a junho de 2009, sendo de natureza qualitativa,
exploratória e de intervenção aliando alguns dados quantitativos, mas com
ênfase nos relatos escritos na forma de diário, de estilo informal e narrativo,
realizados a partir de intervenção na realidade escolar.

Palavras-chave: Prática Pedagógica, Tecnologias Digitais, blog.

ABSTRACT: This article results from a monographic study, based on the belief
that the inclusion of digital genres in the case of this study was chosen to blog
in practice of the teacher motivation and learning allows the teacher and
students. The goal was to insert students in a teaching experience with the tool,
integrating this site to study the discipline. The course of the research was

1
Graduado em Licenciatura em Computação pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB.
leocg2002@hotmail.com

2
Pedagoga, habilitada em Supervisão Escolar, Latu Sensu em Psicologia educacional e do
Desenvolvimento, e em Tecnologia Educacional, Mestra em Ciências da Sociedade,
Professora efetiva do Centro de Educação da UEPB, atuando com práticas pedagógicas de
computação no curso de Licenciatura em Computação – CCT maluserafim@hotmail.com
 2
based: the way the teacher got hold of digital genres so that they were inserted
in their teaching, the students' ability to develop cognitive, social and
communication when directed by the teacher in the use of digital tools like the
blog. The research took place in the State Normal School Padre Emidio Viana
Correia in the city of Campina Grande - PB, focal participants were: 01 biology
teacher and 23 students from Year 2 D, in May and June 2009, having
qualitative, exploratory and intervention nature combined with some quantitative
data, but with emphasis on the written accounts in the form of daily, informal
style and narrative, made from intervention in the school.

Keywords: Pedagogical Practice, Digital Technologies, blog.

Introdução
Numa sociedade que aprende e se desenvolve na presença de novos
mecanismos de ensino e aprendizagem que são as tecnologias digitais, cada
vez mais recursos tecnológicos e a internet são utilizadas em várias tarefas,
das mais simples às mais complexas, como forma de obter melhores
resultados. A questão aqui abordada é a inserção do uso de uma ferramenta
assistida por computador, como um software ou uma página da internet, mais
especificamente um site do tipo gênero digital: o blog, que tem se revelado uma
interface que aproxima os professores de seus alunos e que promove o
aprendizado quando utilizado de forma complementar ao desenvolvimento de
uma disciplina escolar. O gênero digital blog é uma ferramenta facilitadora de
interação e comunicação, dada a sua exposição midiática.
A fundamentação teórica do estudo alicerçou-se na contribuição de
autores que tratam as tecnologias digitais como potencializadoras de novos
saberes, formas de pensar e que podem ser incorporadas à prática
pedagógica, dando lugar a novos movimentos didáticos do professor na escola
e na sala de aula. Quanto à metodologia, é de natureza qualitativa, exploratória
e de intervenção3, aliando dados quantitativos, mas com ênfase maior nos
relatos escritos em forma de diário, de estilo informal e narrativo, realizados a
partir de intervenção na realidade escolar, dando justificativa para que o

3
Na pesquisa intervenção a expectativa esta vinculada à multiplicidade de questões que vão permitindo
explorar outros caminhos com a comunidade envolvida. Este movimento indica que a instituição escolar
não existe fora da realidade sócio-histórica. Para Veiga Neto (1996), o desafio dos pesquisadores é
ultrapassar as representações que estruturam as tradições e hábitos da comunidade investigada.

2
 3
pesquisador tenha mantido contato direto com os participantes do estudo. O
intuito da pesquisa foi incorporar à prática pedagógica do professor de Biologia
o gênero digital blog como parte de sua metodologia de trabalho, como
também inserir as alunas numa vivência didática com a ferramenta blog,
integrando este site aos estudos da disciplina.
As questões que nortearam o estudo foram: Como será que o professor
está se apropriando de gêneros digitais, tipo blog, de modo que possam ser
inseridos na sua prática pedagógica? Será que as alunas da escola investigada
estão tendo informação, acesso e vivência utilizando o blog no seu processo de
aprendizagem?

1. As Tecnologias Digitais e a Educação.

O avanço assustador das telecomunicações aliado ao aperfeiçoamento
de ferramentas como o computador, a Internet, o telefone celular, entre outros,
têm mudado radicalmente a maneira como realizamos algumas tarefas simples
do dia-a-dia e já se discute abertamente o impacto, cada vez maior, do uso das
chamadas tecnologias digitais da informação e da comunicação nossa
sociedade.
Assim, com as distâncias sendo encurtadas, e a troca de informação
acontecendo numa velocidade cada vez maior, não precisamos mais sair de
casa para realizar algumas tarefas simples como ir ao banco, fazer compras
num supermercado, ir ao trabalho, visitar uma biblioteca, encontrar pessoas e
até mesmo ir à escola. Vemos que a humanidade se torna cada vez mais
dinâmica, pessoas se aproximam ao mesmo tempo em que estão afastadas
por grandes distâncias geográficas, o ser, o falar e o vestir, mudam na
velocidade da comunicação digital, bem como a lista de saberes e
competências profissionais. Sobre as constantes mudanças que as tecnologias
nos proporcionam Lèvy (1993, p.102) nos traz:
não há identidade estável na informática porque os computadores,
longe de serem os exemplares materiais de uma imutável idéia
platônica, são redes de interfaces abertas a novas conexões,
imprevisíveis. Que podem transformar radicalmente seu significado e
uso. O aspecto da informática mais determinante para a evolução
cultural e as atividades cognitivas é sempre o mais recente,
relaciona-se com o último envoltório técnico, a última conexão
possível, a camada de programa mais exterior. Eis por que nossa
análise de informatização não estará fundada na definição da
informática. Partiremos antes das redes e de sua evolução.

3
 4
Acredita-se ser importante retomar a idéia de que, mesmo com todos os
avanços teóricos, ainda é perceptível que o processo de informatização da
sociedade, articulado com os sistemas midiáticos de comunicação, não deve
reduzir-se a uma mera atualização dos meios tradicionais de comunicação, de
envio e recebimento de dados, informações e imagens.
Percebe-se que o processo que nos trouxe à sociedade da informação é
irreversível e que, cabe à educação, através de sua estrutura mais importante,
a escola, ajudar-nos na adaptação.

2. Prática Pedagógica, e a Inserção do Computador/Internet como Cultura

Escolar.
A efetiva articulação educação e tecnologia vêm caminhando, mas
muitos mitos se mantêm no imaginário de alguns professores. Desta forma, as
tecnologias que estão presentes na sociedade e, conseqüentemente, na escola
precisam ser compreendidas como elementos de medição à prática
pedagógica, atuando na Zona de Desenvolvimento Proximal4 dos sujeitos.
Neste cenário atual é preciso interrogar-se sobre: Como pensar computador e
Internet como elementos culturais de aprendizagem? Para possivelmente se
responder a esta indagação pode-se usufruir os fundamentos do pré-
computacional Vygotsky (1994), já que a premissa básica de sua teoria é a de
que o ser humano aprende e se desenvolve do coletivo para o individual,
mediado pelos signos e este é um dos aspectos ratificados por Lèvy (1993) no
tocante à ampliação, exteriorização e transformação das funções cognitivas
dos sujeitos.
É competência do professor, ficar a par das questões relativas à
sociedade da informação. A educação aliada ao computador e a internet vem
se apresentando como um dos grandes desafios do nosso tempo.
Acostumados ao modelo tradicional de aula, onde o professor repassa
conhecimentos prontos é até natural que haja, de início, um desconforto em
relação à ambientes interativos.
Para formar um professor que seja capaz de usar informática na
mediação do processo de ensino-aprendizagem faz-se necessário que este

4
Definido por Vygotsky, ZDP, é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma
determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com
companheiros mais capazes.

4
 5
domine o computador a fim de integrá-lo à sua disciplina. No entanto, essa
desenvoltura em relação ao manuseio do computador às vezes não ocorre de
maneira rápida. Portanto, o objetivo de um curso de formação deve ser
propiciar as condições necessárias para que o professor domine o computador,
um processo que exige profundas mudanças na sua maneira de pensar, para
que o mesmo não se sinta ameaçado pela tecnologia.

3. A Ferramenta blog e o seu Uso na Educação

A ferramenta blog é definida segundo Hewitt (2007, p.15) “blog é a
contração da expressão inglesa weblog. Logo significa diário, como o diário de
um capitão de navio. Weblog, portanto, é uma espécie de diário mantido na
internet por um ou mais autores regulares". Acredita-se que o primeiro blog
surgiu em meados de 1999 e o número não parou de crescer desde então.
Atualmente, o blog evoluiu e já existem vários formatos com características
específicas como fotoblog (ou fotolog), o vídeoblog (vídeolog ou vlog) ou
moblog (para tecnologias móveis como o PDA).
Quanto à funcionalidade, e esta é uma característica poderosa do blog
em relação ao seu uso num contexto educacional, o mesmo se diferencia de
ferramentas como o chat e a lista de discussão, por exemplo, pela facilidade de
criação, edição e publicação, podendo assim, ser utilizado como um espaço
virtual para escrita onde todos podem interagir, trocar informações, enfim, um
verdadeiro ambiente colaborativo de produção de conhecimento.
Sobre a possibilidade do uso do gênero digital blog na vida escolar,
Moran (2007, p.108) aponta que:
Os blogs, flogs (fotologs ou videologs) são utilizados mais pelos
alunos que pelos professores, principalmente como espaço de
divulgação pessoal, de mostrar a identidade, onde se misturam
narcisismo e exibicionismo (em diversos graus). Atualmente há um
uso crescente dos blogs por professores dos vários níveis de ensino,
incluindo o universitário. Os blogs permitem a atualização constante
da informação pelo professor e pelos alunos, favorecem a
construção de projetos e pesquisas individuais e em grupo, a
divulgação de trabalhos. Com a crescente utilização de imagens,
sons e vídeos, os flogs têm tudo para explodir na educação e
integrarem-se com outras ferramentas tecnológicas de gestão
pedagógica. As grandes plataformas de educação a distância ainda
não descobriram e incorporaram o potencial dos blogs e flogs.

O uso de blogs na educação deve ser incentivado graças às

características atraentes que estes oferecem a professores, pois os blogs são:
ambientes dinâmicos que podem ser construídos e modificados de acordo com

5
 6
a necessidade de professores e alunos; ferramentas que potencializam os
espaços de autoria e autonomia; fáceis de manusear, uma vez que, para
edição de websites já não é preciso conhecer sobre linguagens como o html ou
protocolos como o ftp.
A tecnologia utilizada nos blogs permite que os usuários publiquem os
conteúdos através do navegador, de forma rápida e simples, transformando o
usuário em autor e organizador. Dentro do blog o usuário pode alterar o nome,
o endereço, a descrição, a forma de publicação, a periodicidade dos arquivos,
a aparência visual da página (cores, imagens, etc), e ainda, acoplar outras
mídias (como textos, vídeos ou links para outras páginas) e ferramentas.
Assim, o site do tipo blog, por ser um gênero digital mediado por
computador se configura, também, numa ferramenta geradora e mantenedora
de relações bastante complexas e de valores que possibilitam construir as
redes sociais na internet e, ao gerar relações sociais, vão gerar em seguida
laços sociais. Recuero (2009, p.36).

4. Relatos do Estudo: Lugar do Vivido.

Esta sessão apresenta os resultados do estudo e sua análise em relatos
em forma de diário, ancorando-se na abordagem qualitativa, dando sentido à
intervenção realizada no campo escolar. Os vários relatos se inter-relacionam
naquilo que se pode chamar de movimento constante no confronto teoria-
empiria.

4.1 Buscando Aliados para “blogosfera” - dia 14/05/2009 entre 16:00 -

17:00h
Neste dia, conversamos com a direção e explicamos as nossas
necessidades sobre a questão da pesquisa de inserção do blog na prática
pedagógica do professor de Biologia. Em seguida, visitei o laboratório da
escola para verificar as suas condições.
Ao chegar lá, verifiquei que o laboratório conta apenas com 8
computadores completos (monitor, teclado, mouse, CPU, estabilizador) e 1
impressora multifuncional, dos quais apenas 3 funcionam e tem internet (2 não
ligam, 3 não tem sistema operacional e a impressora está sem cartucho).

6
 7
4.2 Oficinando: Criação do blog – Produto Didático, o blog do professor.
Logo após a apresentação do tutorial sobre construção de blogs,
definimos os temas que seriam abordados com base na turma escolhida.
Expliquei para o professor o modo informal de comunicação possibilitada pelo
blog, por se tratar de um diário virtual. O screenshot abaixo mostra o produto
didático do trabalho:

Figura 01 – Screenshot da página principal do blog criado durante o estudo

4.3 Sensibilizar como Etapa de Apropriação: É hora da Turma - Dia

23/05/2009 entre 16:30-17:30h
Hoje, tivemos uma conversa de sensibilização com a turma sobre o uso
de tecnologias digitais na vida escolar e logo depois apresentamos o blog para
as alunas. O professor repassou, de maneira geral, com a turma, os conteúdos
abordados no blog e como eles serão usados de forma complementar ao
conteúdo exposto em sala. Neste mesmo dia, apliquei um questionário para as
alunas na busca de coletar destas, dados anteriores à convivência com o blog
do professor.

4.3.1. Apresentando os Dados Coletados

100,0%

90,0%

80,0%

70,0%
60 ,9%
60,0%

50,0%
39,1%
40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
sim não

Figura 02 - Percentual de alunas que possuem computador

7
 8

100,0%
não respondeu
90,0%
80,0% 73,9% 0,0%
Escola
70,0%
4,3% 21,7%
60,0%
Lanhouse
50,0% 47,8% 17,4%
40,0%
Casa de amigos,
30,0% 21,7% visinho, etc.
20,0% Biblioteca Pública
4,3% 52,2%
10,0%
0,0% outros
não sim não
respondeu

Figura 03 – Acesso a internet Figura 04 - locais de acesso a internet

8% 3% 6%
0%
4% não respondeu
17%
22% não respondeu Fins Acadêmicos
Diar iament e
Pesquisas
Semanalment e

4% 57%
Mensalment e Entretenimento
Rarament e
44% Trabalho
nunca visit ou
13%
22% Outros

Figura 05 – freqüência de acesso à internet Figura 06 - Fins com que utilizam a internet

4.4. Do Entrelace à Síntese - Dia 29/05/2009 entre 16:00 -17:30h

Hoje foi o último encontro. O professor fez questionamentos às alunas
acerca dos assuntos abordados no blog como forma de levantar indicadores de
aprendizagem significativa que possam ter sido motivados pela introdução
deste gênero digital na sua prática pedagógica. Ainda nesta sessão apliquei,
então, um segundo questionário para as alunas, com o objetivo de verificar os
contornos finais do estudo sobre a inserção do blog na prática pedagógica do
professor de Biologia.

Indicadores de respostas das alunas:

1º - Contribuição do blog ao processo de aprendizagem da disciplina
Todos responderam que o blog do professor foi útil para o processo de
aprendizagem. Depoimentos como: ”Sim, porque achei o aprendizado mais
eficaz.” Fortalecem a validade da inserção do gênero digital blog, como
possibilidade aliada à prática docente.
2º- Inserção do blog na metodologia do professor de Biologia.

8
 9
Quando perguntadas se o método utilizado poderia se estender a outras
disciplinas 80% responderam que sim, com destaque para a possibilidade de
visualização das imagens no momento em que estão estudando determinado
assunto. Neste indicador é evidente que o blog para o professor orientador da
disciplina traz vantagens no que diz respeito à ampliação da pesquisa do aluno.
3º- Dificuldades na utilização do blog:
Neste indicador foi perceptível o modo como as alunas definiram seu
percurso, pois houve uma divisão nas respostas: 40% responderam que
tiveram alguma dificuldade. Dificuldades essas sempre relacionadas ao
manuseio do computador. Já 60% não tiveram dificuldade nem com o blog nem
com a metodologia.
4º- Vantagens e desvantagens na utilização do blog:
As vantagens destacadas, dizem respeito: a forma ágil de se trabalhar, a
curiosidade que fica aguçada com o uso da Internet, o dinamismo da pesquisa
e da aula. E como desvantagem, uma participante marca bem que esta
metodologia gerou a possibilidade de dispersão quando da pesquisa na
internet.
5º- Experiência ao utilizar o suporte do blog no processo de aprendizagem
É relevante destacar algumas falas das participantes do estudo
expressas diante da experiência vivida no âmbito do uso do blog no seu
cotidiano de estudo: Fala 01 – “A experiência foi bem aproveitada, pois fiquei
sabendo um pouco mais sobre gripe suína e efeito estufa”. Fala 02 - “Chamou-
me bastante atenção esse tipo de aprendizagem. Facilitou bastante, pois
ajudou a “pegar” melhor os assuntos e reforçou bastante meus
conhecimentos”. Fala 03. “Achei muito interessante porque é uma aula
diferente e bem mais fácil de aprender”. Fala 04. “Gostei muito. Espero que
haja mais. A experiência foi brilhante não só para mim, mas para todas as
alunas que participaram dessa nova experiência”.

5. Tecendo Considerações Finais

Foi possível constatar a motivação do professor, ao ver seu trabalho
adentrar pelos meios digitais, através do blog, e das alunas ao sentirem as
benéfices que o uso de recursos digitais podem proporcionar com a geração de
aprendizagem significativa na disciplina de Biologia. Os achados da pesquisa
expostos nos relatos apontam: a possibilidade da apropriação dos gêneros

9
 10
digitais como o blog a medida que professor e alunas foram sensibilizadas para
este cenário de aprendizagem mesmo numa escola que não dispõe de um
projeto pedagógico claro para a presença do computador e da internet; ser
possível aliar o pedagógico e o tecnológico a medida que professor e alunas
foram orientador e acompanhados nesta trajetória de intervenção; a facilidade
de utilização do site blog e a presença desse na metodologia o professor; e que
o nível de satisfação com a aprendizagem na disciplina no tocante aos
assuntos abordados e revisados foi positivo.
Ressalta-se que escola e professor necessitam de sintonia para que
cada um possa exercer bem seu papel dentro do desafio de educar sob
mediação das tecnologias digitais. Cabe a escola, inserir as tecnologias digitais
no seu Projeto Político Pedagógico, possuir um laboratório com estrutura capaz
de receber com qualidade os alunos e ter em seu quadro de funcionários um
profissional capacitado para gestão destes recursos. Ao professor, cabe a
iniciativa de se atualizar em relação uso de tecnologias digitais no processo de
mediação pedagógica para que os recursos oferecidos pela escola não fiquem
subutilizados.
Conclui-se, portanto, que apesar das constatações sobre as dificuldades
encontradas para inserir qualitativamente as tecnologias da informação e
comunicação no ambiente escolar, houve avanços no que diz respeito à
conscientização tanto por parte da escola, como de professores e alunos diante
desta vivência interventiva.

Referências

HEWITT, Hugh. Blog: entenda a revolução que vai mudar o seu mundo.
Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2007.

LÈVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: O futuro do pensamento na

era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.

MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar

lá. Campinas: Papirus.

RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre. Sulina, 2009.

VYGOTSKY, Lev Semynovitch. A formação social da mente: o

desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. COLE, et al.
(org). São Paulo: Martins Fontes, 1994.

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