º 98 — 20 de Maio de 2011
de 20 de Maio 1— .....................................
2 — A elaboração dos orçamentos é enquadrada num
quadro plurianual de programação orçamental, que tem
Quinta alteração à Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto em conta os princípios estabelecidos na presente lei e
(lei de enquadramento orçamental)
as obrigações referidas no artigo 17.º
A Assembleia da República decreta, nos termos da 3 — Os orçamentos integram os programas, medidas
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: e projectos ou actividades que implicam encargos plu-
rianuais, os quais evidenciam a despesa total prevista
Artigo 1.º para cada um, as parcelas desses encargos relativas ao
ano em causa e, com carácter indicativo, a, pelo menos,
Objecto
cada um dos três anos seguintes.
A presente lei procede à quinta alteração da lei de en- 4— .....................................
quadramento orçamental, aprovada pela Lei n.º 91/2001, 5— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2829
Artigo 5.º c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...]
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— ..................................... f) As receitas que resultem da disponibilização
2— ..................................... efectiva ou presumível de um bem ou serviço público
3 — O Orçamento do Estado e os orçamentos das regi- quando essa disponibilização é realizada em regime de
ões autónomas e das autarquias locais devem apresentar, concorrência com o sector privado podem, por expressa
nos termos do artigo 32.º, o total das responsabilidades estatuição legal, ser afectas à cobertura da correspon-
financeiras resultantes de compromissos plurianuais, cuja dente despesa;
natureza impeça a contabilização directa do respectivo g) As receitas afectas ao financiamento da segurança
montante total no ano em que os compromissos são as- social, nos termos legais.
sumidos ou os bens em causa postos à disposição do
Estado. 3 — (Revogado.)
Artigo 6.º
[...]
Artigo 8.º
1— ..................................... [...]
2— ..................................... 1— .....................................
3— ..................................... 2— .....................................
4 — (Revogado.) 3 — As despesas são ainda estruturadas por programas.
5 — O disposto nos n.os 1 e 3 não se aplica aos activos 4— .....................................
financeiros. 5— .....................................
6 — As operações de gestão da dívida pública directa
6— .....................................
do Estado são inscritas nos correspondentes orçamentos
que integram o Orçamento do Estado nos seguintes termos: 7 — A estrutura dos códigos da classificação eco-
nómica das receitas e das classificações económica e
a) As despesas decorrentes de operações de derivados funcional das despesas é definida por decreto-lei, po-
financeiros são deduzidas das receitas obtidas com as dendo a especificação desagregada do terceiro nível de
mesmas operações, sendo o respectivo saldo sempre detalhe ser definida por portaria do membro do Governo
inscrito em rubrica da despesa; responsável pela área das finanças.
b) As receitas de juros resultantes de operações as-
sociadas à emissão e gestão da dívida pública directa Artigo 9.º
do Estado e ou à gestão da Tesouraria do Estado são
abatidas às despesas da mesma natureza; [...]
c) As receitas de juros resultantes das operações as- 1— .....................................
sociadas à aplicação dos excedentes de Tesouraria do 2 — As receitas e as despesas efectivas são as que
Estado, assim como as associadas aos adiantamentos de alteram definitivamente o património financeiro líquido.
tesouraria, são abatidas às despesas com juros da dívida 3 — O património financeiro líquido é constituído
pública directa do Estado. pelos activos financeiros detidos, nomeadamente pelas
disponibilidades, pelos depósitos, pelos títulos, pelas
7 — O disposto nas alíneas do número anterior não acções e por outros valores mobiliários, subtraídos dos
dispensa o registo contabilístico individualizado de to- passivos financeiros.
dos os fluxos financeiros, ainda que meramente escri- 4 — A diferença entre as receitas efectivas e as des-
turais, associados às operações nelas referidas, nem a pesas efectivas corresponde ao saldo global.
apresentação de todos eles na Conta Geral do Estado. 5 — A diferença entre as receitas efectivas e as des-
8 — A inscrição orçamental dos fluxos financeiros
pesas efectivas, deduzidas dos encargos com os juros
decorrentes de operações associadas à gestão da carteira
de activos dos fundos sob administração do Instituto da dívida, corresponde ao saldo primário.
de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança
Social, I. P., é efectuada de acordo com as seguintes regras: Artigo 11.º
[...]
a) As receitas obtidas em operações de derivados
financeiros são deduzidas das despesas decorrentes das 1 — (Anterior corpo do artigo.)
mesmas operações, sendo o respectivo saldo sempre 2 — Todos os serviços e fundos autónomos que ainda
inscrito em rubrica de receita; não apliquem o plano oficial de contabilidade pública ou
b) Os juros corridos recebidos nas vendas de valores outro plano de substituição ficam sujeitos à disciplina
representativos de dívida são deduzidos dos juros corridos financeira dos serviços integrados, sendo a estes equi-
pagos na aquisição do mesmo género de valores, sendo parados para todos os efeitos, sem prejuízo do regime
o respectivo saldo sempre inscrito em rubrica de receita. especial de autonomia administrativa e financeira que
decorra de imperativo constitucional, da sua integração
Artigo 7.º nas áreas do Serviço Nacional de Saúde, da regulação
[...] e supervisão, bem como do facto de se tratar de orga-
nismos especialmente competentes para a gestão dos
1— ..................................... fundos comunitários que tenham a autonomia indispen-
2— .....................................
sável à sua gestão.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 — O disposto nos números anteriores não abrange
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . as entidades que aplicam o sistema de normalização
2830 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011
uma proposta de lei com o quadro plurianual de pro- Governo, à Assembleia da República, no prazo de três
gramação orçamental. meses a contar da data da sua posse.
2 — A proposta referida no número anterior deve ser
apresentada e debatida simultaneamente com a primeira Artigo 12.º-F
proposta de lei do Orçamento do Estado apresentada Discussão e votação
após tomada de posse do Governo.
3 — O quadro plurianual de programação orçamental 1 — A proposta de lei do Orçamento do Estado é
é actualizado anualmente, para os quatro anos seguintes, discutida e votada nos termos do disposto na Consti-
na lei do Orçamento do Estado, em consonância com os tuição, na presente lei e no Regimento da Assembleia
objectivos estabelecidos no Programa de Estabilidade e da República.
Crescimento a que se refere o artigo 12.º-B. 2 — A votação da proposta de lei do Orçamento do
4 — O quadro plurianual de programação orçamental Estado realiza-se no prazo de 45 dias após a data da sua
define os limites da despesa da administração central admissão pela Assembleia da República.
financiada por receitas gerais, em consonância com os 3 — O Plenário da Assembleia da República discute
objectivos estabelecidos no Programa de Estabilidade e vota, na generalidade, a proposta de lei do Orçamento
e Crescimento. do Estado, nos termos e nos prazos estabelecidos no
5 — O quadro plurianual de programação orçamental Regimento da Assembleia da República.
define ainda os limites de despesa para cada programa 4 — O Plenário da Assembleia da República discute
orçamental, para cada agrupamento de programas e na especialidade a proposta de lei do Orçamento do Es-
para o conjunto de todos os programas, os quais são tado, nos termos e prazos estabelecidos no Regimento
vinculativos, respectivamente, para o primeiro, para o da Assembleia da República.
segundo e para os terceiro e quarto anos económicos 5 — Com excepção das matérias votadas na especia-
seguintes. lidade pelo Plenário, nos termos do n.º 4 do artigo 168.º
6 — As leis de programação financeira e as transfe- da Constituição, a votação na especialidade da proposta
rências efectuadas no âmbito da lei de financiamento da de lei do Orçamento do Estado decorre na comissão
segurança social ficam sujeitas aos limites resultantes parlamentar competente em matéria de apreciação da
da aplicação dos n.os 4 e 5. proposta de lei do Orçamento e tem por objecto o ar-
7 — As despesas relativas a transferências resultan- ticulado e os mapas orçamentais constantes daquela
tes da aplicação das leis de financiamento das regiões proposta de lei.
autónomas e das autarquias locais, as transferências 6 — Quaisquer matérias compreendidas na fase de
para a União Europeia e os encargos com a dívida pú- votação na especialidade da proposta de lei do Orça-
blica estão apenas sujeitos aos limites que resultam da mento do Estado podem ser objecto de avocação pelo
aplicação do n.º 4. Plenário da Assembleia da República, nos termos pre-
8 — Os saldos apurados em cada ano nos progra- vistos no respectivo Regimento.
mas orçamentais e o respectivo financiamento, nome- 7 — No âmbito do exame e da discussão da proposta
adamente as autorizações de endividamento, podem de lei do Orçamento do Estado, a Assembleia da Repú-
transitar para os anos seguintes, de acordo com regras blica pode realizar quaisquer audições nos termos gerais.
a definir pelo Governo. 8 — Para efeitos do disposto no número anterior,
9 — A dotação provisional prevista no n.º 5 do ar- pode, designadamente, a Assembleia da República con-
tigo 8.º concorre para os limites a que se refere o n.º 4 e vocar directamente, a solicitação da comissão especiali-
pode destinar-se a despesas de qualquer programa. zada permanente competente em matéria orçamental, as
entidades que não estejam submetidas ao poder de direc-
Artigo 12.º-E ção do Governo e cujo depoimento considere relevante
para o cabal esclarecimento da matéria em apreço.
Prazos de apresentação da proposta
de lei do Orçamento do Estado
Artigo 12.º-G
1 — O Governo apresenta à Assembleia da Repú-
Publicação do conteúdo integral do Orçamento
blica, até 15 de Outubro de cada ano, a proposta de lei
do Orçamento do Estado para o ano económico seguinte, O Governo assegura a publicação anual do conteúdo
acompanhada por todos os elementos a que se referem integral do Orçamento do Estado até ao final do segundo
os artigos 35.º a 37.º mês após a entrada em vigor da lei do Orçamento do
2 — O prazo a que se refere o número anterior não Estado.
se aplica nos casos em que:
a) O Governo em funções se encontre demitido em Artigo 12.º-H
30 de Setembro; Prorrogação da vigência da lei do Orçamento
b) A tomada de posse do novo Governo ocorra entre
1 — A vigência da lei do Orçamento do Estado é
15 de Julho e 30 de Setembro;
prorrogada quando se verifique:
c) O termo da legislatura ocorra entre 30 de Setembro
e 31 de Dezembro. a) A rejeição da proposta de lei do Orçamento do
Estado;
3 — Nos casos previstos no número anterior, a pro- b) A tomada de posse do novo Governo, se esta tiver
posta de lei do Orçamento do Estado para o ano eco- ocorrido entre 1 de Julho e 30 de Setembro;
nómico seguinte, acompanhada pelos elementos a que c) A caducidade da proposta de lei do Orçamento do
se referem os artigos 35.º a 37.º, é apresentada, pelo Estado em virtude da demissão do Governo proponente
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2835
financiada por receitas gerais, em consonância com os 4 — O Plenário da Assembleia da República discute na
objectivos estabelecidos no Programa de Estabilidade e especialidade a proposta de lei do Orçamento do Estado,
Crescimento. nos termos e prazos estabelecidos no Regimento da As-
5 — O quadro plurianual de programação orçamental sembleia da República.
define ainda os limites de despesa para cada programa 5 — Com excepção das matérias votadas na especia-
orçamental, para cada agrupamento de programas e para o lidade pelo Plenário nos termos do n.º 4 do artigo 168.º
conjunto de todos os programas, os quais são vinculativos, da Constituição, a votação na especialidade da proposta
respectivamente, para o primeiro, para o segundo e para de lei do Orçamento do Estado decorre na comissão
os terceiro e quarto anos económicos seguintes. parlamentar competente em matéria de apreciação da
6 — As leis de programação financeira e as transfe- proposta de lei do Orçamento e tem por objecto o ar-
rências efectuadas no âmbito da lei de financiamento da ticulado e os mapas orçamentais constantes daquela
segurança social ficam sujeitas aos limites resultantes da proposta de lei.
aplicação dos n.os 4 e 5. 6 — Quaisquer matérias compreendidas na fase de vo-
7 — As despesas relativas a transferências resultantes tação na especialidade da proposta de lei do Orçamento
da aplicação das leis de financiamento das regiões autóno- do Estado podem ser objecto de avocação pelo Plenário
mas e das autarquias locais, as transferências para a União da Assembleia da República, nos termos previstos no res-
Europeia e os encargos com a dívida pública estão apenas pectivo Regimento.
sujeitos aos limites que resultam da aplicação do n.º 4. 7 — No âmbito do exame e da discussão da proposta de
8 — Os saldos apurados em cada ano nos programas lei do Orçamento do Estado, a Assembleia da República
orçamentais e o respectivo financiamento, nomeadamente pode realizar quaisquer audições nos termos gerais.
as autorizações de endividamento, podem transitar para 8 — Para efeitos do disposto no número anterior, pode,
os anos seguintes, de acordo com regras a definir pelo designadamente, a Assembleia da República convocar
Governo. directamente, a solicitação da comissão especializada per-
9 — A dotação provisional prevista no n.º 5 do artigo 8.º manente competente em matéria orçamental, as entidades
concorre para os limites a que se refere o n.º 4 e pode que não estejam submetidas ao poder de direcção do Go-
destinar-se a despesas de qualquer programa. verno e cujo depoimento considere relevante para o cabal
esclarecimento da matéria em apreço.
Artigo 12.º-E
Artigo 12.º-G
Prazos de apresentação da proposta
de lei do Orçamento do Estado Publicação do conteúdo integral do Orçamento
1 — O Governo apresenta à Assembleia da Repú- O Governo assegura a publicação anual do conteúdo in-
blica, até 15 de Outubro de cada ano, a proposta de lei tegral do Orçamento do Estado até ao final do segundo mês
do Orçamento do Estado para o ano económico seguinte, após a entrada em vigor da lei do Orçamento do Estado.
acompanhada por todos os elementos a que se referem os
artigos 35.º a 37.º Artigo 12.º-H
2 — O prazo a que se refere o número anterior não se Prorrogação da vigência da lei do Orçamento
aplica nos casos em que:
1 — A vigência da lei do Orçamento do Estado é pror-
a) O Governo em funções se encontre demitido em rogada quando se verifique:
30 de Setembro;
b) A tomada de posse do novo Governo ocorra entre a) A rejeição da proposta de lei do Orçamento do Estado;
15 de Julho e 30 de Setembro; b) A tomada de posse do novo Governo, se esta tiver
c) O termo da legislatura ocorra entre 30 de Setembro ocorrido entre 1 de Julho e 30 de Setembro;
e 31 de Dezembro. c) A caducidade da proposta de lei do Orçamento do Es-
tado em virtude da demissão do Governo proponente ou de
3 — Nos casos previstos no número anterior, a proposta o Governo anterior não ter apresentado qualquer proposta;
de lei do Orçamento do Estado para o ano económico se- d) A não votação parlamentar da proposta de lei do
guinte, acompanhada pelos elementos a que se referem os Orçamento do Estado.
artigos 35.º a 37.º, é apresentada, pelo Governo, à Assem-
bleia da República, no prazo de três meses a contar da data 2 — A prorrogação da vigência da lei do Orçamento do
da sua posse. Estado abrange o respectivo articulado e os corresponden-
Artigo 12.º-F tes mapas orçamentais, bem como os seus desenvolvimen-
tos e os decretos-leis de execução orçamental.
Discussão e votação 3 — A prorrogação da vigência da lei do Orçamento do
1 — A proposta de lei do Orçamento do Estado é discu- Estado não abrange:
tida e votada nos termos do disposto na Constituição, na a) As autorizações legislativas contidas no seu articu-
presente lei e no Regimento da Assembleia da República. lado que, de acordo com a Constituição ou os termos em
2 — A votação da proposta de lei do Orçamento do que foram concedidas, devam caducar no final do ano
Estado realiza-se no prazo de 45 dias após a data da sua económico a que respeitava a lei;
admissão pela Assembleia da República. b) A autorização para a cobrança das receitas cujos re-
3 — O Plenário da Assembleia da República discute e gimes se destinavam a vigorar apenas até ao final do ano
vota, na generalidade, a proposta de lei do Orçamento do económico a que respeitava a lei;
Estado, nos termos e nos prazos estabelecidos no Regi- c) A autorização para a realização das despesas relativas
mento da Assembleia da República. a serviços, programas e medidas plurianuais que devam
2842 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011
secretarias de Estado e os serviços nele inseridos, nos 2 — No orçamento do subsector dos serviços e fundos
termos da respectiva Lei Orgânica. autónomos, incluindo o de cada um destes serviços e fun-
4 — São inscritos em título próprio os encargos gerais dos, as respectivas despesas estruturam-se ainda por pro-
do Estado correspondentes às despesas: gramas, nos termos do disposto nos artigos 18.º a 21.º
a) Dos órgãos de soberania que não disponham de auto-
nomia administrativa e financeira, bem como dos serviços Artigo 25.º
e outros organismos seus dependentes; Equilíbrio
b) Dos restantes serviços e outros organismos que não
1 — O orçamento de cada serviço ou fundo autónomo
disponham de autonomia administrativa e financeira, não
é elaborado, aprovado e executado por forma a apresentar
integrados em ministérios;
saldo global nulo ou positivo.
c) Das transferências para os orçamentos dos órgãos
de soberania e outros organismos não integrados em mi- 2 — Para efeitos do cômputo do saldo referido no nú-
nistérios, que disponham de autonomia administrativa e mero anterior, não são consideradas receitas provenientes
financeira; de activos e passivos financeiros, bem como do saldo da
d) Das transferências para os orçamentos das regiões gerência anterior, nem as despesas relativas a activos e
autónomas; passivos financeiros.
e) Das transferências para as autarquias locais. 3 — Nos casos em que, durante o ano a que respeitam os
orçamentos a que se refere o n.º 1, a execução orçamental
5 — Em cada capítulo são agrupadas todas as despesas do conjunto das instituições do sector público administra-
que concorram para uma mesma finalidade e, designada- tivo o permitir, poderá o Governo, através do Ministro das
mente, as despesas de uma direcção-geral, inspecção-geral Finanças, dispensar, em situações excepcionais, a aplicação
ou serviço equivalente, incluindo as despesas de todos os da regra de equilíbrio estabelecida no mesmo número.
serviços que lhe estiverem subordinados. 4 — Nos casos em que seja dispensada a aplicação
6 — No mesmo capítulo podem agrupar-se as despesas da regra de equilíbrio, nos termos do número anterior, o
de duas ou mais direcções-gerais, inspecções-gerais ou Governo:
serviços equivalentes, desde que os serviços em causa a) Aprovará as correspondentes alterações orçamentais
desenvolvam actividades afins. que sejam da sua competência;
7 — Em casos excepcionais, devidamente justificados b) Proporá à Assembleia da República as correspon-
nos elementos complementares da proposta de lei do Or- dentes alterações orçamentais que sejam da competência
çamento do Estado, podem ser inscritos na classificação deste órgão.
orgânica capítulos especiais. Artigo 26.º
Artigo 23.º Recurso ao crédito
Saldo primário dos serviços integrados 1 — É vedado o recurso ao crédito pelos serviços e
fundos autónomos.
1 — Os serviços integrados têm de apresentar saldo 2 — Exceptua-se do disposto no número anterior a con-
primário positivo, salvo se a conjuntura do período a que tracção de empréstimos que dêem origem:
se refere o orçamento justificadamente o não permitir.
2 — Os relatórios da proposta de lei do Orçamento do a) A dívida flutuante, nos termos do disposto na alínea a)
Estado e da Conta Geral do Estado apresentam a justifica- do artigo 3.º da Lei n.º 7/98, de 3 de Fevereiro;
ção a que se refere a parte final do número anterior. b) A dívida fundada, nos termos do disposto na alínea b)
3 — (Revogado.) do artigo 3.º da Lei n.º 7/98, de 3 de Fevereiro, desde que se
verifique a situação prevista no n.º 3 e na alínea b) do n.º 4
SECÇÃO IV do artigo anterior e que o correspondente endividamento
Orçamento dos serviços e fundos autónomos líquido seja autorizado pela Assembleia da República.
b) As despesas globais do sistema especificam-se de pelo Estado, através do Governo, e pelos serviços e fundos
acordo com a classificação económica e funcional; autónomos, durante o ano económico;
c) As receitas de cada subsistema especificam-se de f) A determinação dos montantes suplementares ao
acordo com a respectiva classificação económica; acréscimo de endividamento líquido autorizado, nos casos
d) As despesas de cada subsistema especificam-se de em que se preveja o recurso ao crédito para financiar as
acordo com a respectiva classificação económica e funcional. despesas com as operações a que se refere a antecedente
alínea d) ou os programas de acção conjuntural;
2 — O orçamento da segurança social pode ser estru- g) A determinação das condições gerais a que se de-
turado por programas. vem subordinar as operações de gestão da dívida pública
3 — As despesas do orçamento da segurança social legalmente previstas;
serão estruturadas por classificação orgânica a definir por h) A determinação do limite máximo das garantias pes-
decreto-lei. soais a conceder pelo Estado, através do Governo, e pelos
serviços e fundos autónomos, durante o ano económico;
Artigo 28.º i) A determinação do limite máximo dos empréstimos a
conceder e de outras operações de crédito activas, cujo prazo de
Equilíbrio reembolso exceda o final do ano económico, a realizar pelo Es-
1 — As receitas efectivas do orçamento da segurança tado, através do Governo, e pelos serviços e fundos autónomos;
social têm de ser, pelo menos, iguais às despesas efectivas j) A determinação do limite máximo das antecipações
do mesmo orçamento. a efectuar, nos termos da legislação aplicável;
2 — Os saldos anuais do subsistema previdencial re- l) A determinação do limite máximo de eventuais com-
vertem a favor do Fundo de Estabilização Financeira da promissos a assumir com contratos de prestação de serviços
Segurança Social, nos termos da Lei de Bases da Segu- em regime de financiamento privado ou outra forma de
rança Social. parceria dos sectores público e privado;
3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, não são con- m) A determinação dos limites máximos do endivida-
sideradas as receitas provenientes de activos e passivos mento das regiões autónomas, nos termos previstos na
financeiros, bem como, do saldo da gerência anterior, nem respectiva lei de finanças;
das despesas relativas a activos e passivos financeiros. n) A eventual actualização dos valores abaixo dos quais
os actos, contratos e outros instrumentos geradores de des-
Artigo 29.º pesa ou representativos de responsabilidades financeiras
directas ou indirectas ficam isentos de fiscalização prévia
Recurso ao crédito pelo Tribunal de Contas;
O recurso ao crédito no âmbito do sistema de segurança o) O montante global máximo de autorização financeira ao
social só é permitido ao Instituto de Gestão Financeira Governo para satisfação de encargos com as prestações a li-
da Segurança Social, e desde que não dê origem a dívida quidar, referentes a contratos de investimento público no âm-
fundada. bito da Lei de Programação Militar, sob a forma de locação;
p) As demais medidas que se revelem indispensáveis à
correcta gestão financeira dos serviços integrados, dos ser-
CAPÍTULO II viços e fundos autónomos e do sistema de segurança social
no ano económico a que respeita a lei do Orçamento.
Lei do Orçamento do Estado
2 — As disposições constantes do articulado da lei do
Artigo 30.º Orçamento do Estado devem limitar-se ao estritamente ne-
Conteúdo formal e estrutura cessário para a execução da política orçamental e financeira.
A lei do Orçamento do Estado contém o articulado e os Artigo 32.º
mapas orçamentais.
Mapas orçamentais
Artigo 31.º
Articulado Os mapas a que se refere a alínea a) do n.º 1 do arti-
go anterior são os seguintes:
1 — O articulado da lei do Orçamento do Estado con-
tém, designadamente: Mapa I, «Receitas dos serviços integrados, por classi-
ficação económica»;
a) A aprovação dos mapas orçamentais; Mapa II, «Despesas dos serviços integrados, por classi-
b) As normas necessárias para orientar a execução or- ficação orgânica, especificadas por capítulos»;
çamental; Mapa III, «Despesas dos serviços integrados, por clas-
c) A indicação do destino a dar aos fundos resultantes sificação funcional»;
dos eventuais excedentes dos orçamentos dos serviços Mapa IV, «Despesas dos serviços integrados, por clas-
integrados e dos serviços e fundos autónomos; sificação económica»;
d) A eventual indicação das verbas inscritas no orça- Mapa V, «Receitas dos serviços e fundos autónomos,
mento que, para assegurar a consecução de objectivos de por classificação orgânica, com especificação das receitas
política orçamental, ficam cativas, até o Governo autorizar globais de cada serviço e fundo»;
a sua utilização, total ou parcial, nos casos em que a evo- Mapa VI, «Receitas dos serviços e fundos autónomos,
lução da execução orçamental o permita; por classificação económica»;
e) A determinação do montante máximo do acréscimo Mapa VII, «Despesas dos serviços e fundos autónomos,
de endividamento líquido e as demais condições gerais a por classificação orgânica, com especificação das despesas
que se deve subordinar a emissão de dívida pública fundada globais de cada serviço e fundo»;
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2847
Mapa VIII, «Despesas dos serviços e fundos autónomos, despesas de cada um dos respectivos serviços, especifica-
por classificação funcional»; das, até aos níveis máximos de desagregação, de acordo
Mapa IX, «Despesas dos serviços e fundos autónomos, com as classificações económica e funcional.
por classificação económica»; 4 — O orçamento de cada serviço e fundo autónomo
Mapa X, «Receitas da segurança social, por classifica- apresenta as respectivas receitas e despesas especificadas,
ção económica»; até aos níveis máximos de desagregação, de acordo com
Mapa XI, «Despesas da segurança social, por classifi- as classificações económica e funcional.
cação funcional»; 5 — Os desenvolvimentos orçamentais dos serviços
Mapa XII, «Despesas da segurança social, por classi- integrados, o orçamento de cada serviço e fundo autónomo
ficação económica»; e o orçamento da segurança social evidenciam as despesas
Mapa XIII, «Receitas de cada subsistema, por classifi- relativas aos programas e medidas a cargo da respectiva
cação económica»; entidade gestora.
Mapa XIV, «Despesas de cada subsistema, por classi- Artigo 36.º
ficação económica»;
Conteúdo do relatório
Mapa XV, «Despesas correspondentes a programas»;
Mapa XVI, «Repartição regionalizada dos programas 1 — O relatório da proposta de lei do Orçamento do
e medidas, de apresentação obrigatória, mas não sujeito Estado contém a apresentação e a justificação da política
a votação»; orçamental proposta.
Mapa XVII, «Responsabilidades contratuais plurianuais 2 — O relatório referido no número anterior inclui a
dos serviços integrados e dos serviços e fundos autónomos, análise dos principais elementos relativos aos seguintes
agrupadas por ministérios»; aspectos:
Mapa XVIII, «Transferências para as regiões autónomas»;
Mapa XIX, «Transferências para os municípios»; a) Evolução e projecções dos principais agregados ma-
Mapa XX, «Transferências para as freguesias»; croeconómicos com influência no Orçamento do Estado;
Mapa XXI, «Receitas tributárias cessantes dos serviços b) Evolução da situação financeira do sector público
integrados, dos serviços e fundos autónomos e da segu- administrativo e, em particular, do Estado, incluindo ser-
rança social». viços integrados, serviços e fundos autónomos e sistema
de solidariedade e segurança social;
Artigo 33.º c) Linhas gerais da política orçamental;
Espécies de mapas orçamentais d) Adequação da política orçamental proposta às obri-
gações decorrentes do Tratado da União Europeia e da
(Revogado.) União Económica e Monetária;
Artigo 34.º e) Impacte orçamental das decisões relativas às políticas
Proposta de lei
públicas;
f) Medidas de racionalização da gestão dos dinheiros e
1 — A proposta de lei do Orçamento do Estado tem outros valores públicos;
uma estrutura e um conteúdo formal idênticos aos da lei g) Outras matérias relevantes para a apresentação e
do Orçamento. justificação das principais decisões e políticas orçamentais
2 — A proposta de lei do Orçamento é acompanhada propostas.
pelos desenvolvimentos orçamentais, pelo respectivo rela- Artigo 37.º
tório e pelos elementos informativos previstos na presente
secção, bem como por todos os demais elementos necessá- Elementos informativos
rios à justificação das decisões e das políticas orçamental 1 — A proposta de lei do Orçamento do Estado é acompa-
e financeira apresentadas. nhada, pelo menos, pelos seguintes elementos informativos:
3 — Os elementos informativos a que se refere o nú-
mero anterior podem ser apresentados sob a forma de a) Indicadores financeiros de médio e longo prazos;
anexos autónomos ou de elementos integrados no relatório b) Programação financeira plurianual;
que acompanham a proposta de lei. c) Memória descritiva das razões que justificam o re-
curso a parcerias dos sectores público e privado, face a
Artigo 35.º um programa alternativo elaborado nos termos do n.º 2
do artigo 19.º;
Desenvolvimentos orçamentais d) Informação individualizada sobre despesas anuais e
1 — Os desenvolvimentos orçamentais que acompanham plurianuais com parcerias público-privadas;
a proposta de lei do Orçamento do Estado compreendem: e) Estimativa do orçamento consolidado do sector pú-
blico administrativo, na óptica da contabilidade pública e
a) O desenvolvimento das receitas e das despesas dos na óptica da contabilidade nacional;
serviços integrados; f) Memória descritiva das razões que justificam as dife-
b) Os orçamentos dos serviços e fundos autónomos; renças entre os valores apurados, na óptica da contabilidade
c) O orçamento da segurança social. pública e na óptica da contabilidade nacional;
g) Orçamento consolidado dos serviços integrados e dos
2 — O desenvolvimento das receitas dos serviços in- serviços e fundos autónomos e orçamento consolidado do
tegrados integra um quadro de observações que indicam, Estado, incluindo o da segurança social;
designadamente, as principais características de cada ru- h) Situação do endividamento global do conjunto das
brica de receitas e as respectivas bases legais. administrações públicas e das empresas públicas, das em-
3 — Os desenvolvimentos das despesas dos serviços presas de capitais públicos, das parcerias público-privadas,
integrados organizam-se por ministérios e apresentam as das empresas regionais e das empresas municipais;
2848 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011
i) Situação da dívida pública, das operações de tesou- 2 — A segregação de funções a que se refere o número
raria e das contas do Tesouro; anterior pode estabelecer-se entre diferentes serviços ou
j) Situação financeira e patrimonial do subsector dos entre diferentes agentes do mesmo serviço.
serviços integrados; 3 — Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada,
l) Situação financeira e patrimonial do subsector dos mesmo que seja legal, sem que, cumulativamente:
serviços e fundos autónomos;
m) Situação financeira e patrimonial do sistema de so- a) Tenha sido objecto de correcta inscrição orçamental;
lidariedade e de segurança social; b) Esteja adequadamente classificada.
n) Transferências financeiras entre Portugal e o exterior
com incidência na proposta de orçamento; 4 — A liquidação e a cobrança podem, todavia, ser
o) Transferências orçamentais para as regiões autónomas; efectuadas para além dos valores previstos na respectiva
p) Transferências orçamentais para os municípios e inscrição orçamental.
freguesias; 5 — As dotações constantes do orçamento das despesas
q) Transferências orçamentais para as empresas públi- constituem o limite máximo a utilizar na realização destas.
cas e outras instituições não integradas no sector público 6 — Nenhuma despesa pode ser autorizada ou paga sem
administrativo; que, cumulativamente:
r) Elementos informativos sobre os programas orça- a) O facto gerador da obrigação de despesa respeite as
mentais; normas legais aplicáveis;
s) Justificação das previsões das receitas fiscais, com
b) A despesa em causa disponha de inscrição orçamen-
discriminação da situação dos principais impostos;
tal, tenha cabimento na correspondente dotação, esteja
t) Benefícios tributários, estimativas das receitas ces-
santes e sua justificação económica e social; adequadamente classificada e obedeça ao princípio da
u) Despesas cruzadas pelas diversas classificações or- execução do orçamento por duodécimos, salvas, nesta
çamentais; última matéria, as excepções previstas na lei;
v) Identificação de medidas destinadas à cobertura da c) A despesa em causa satisfaça o princípio da economia,
receita cessante que resulte da criação ou alargamento de eficiência e eficácia.
quaisquer benefícios fiscais.
7 — Salvo disposição legal em contrário, o cabimento
2 — A apresentação dos elementos informativos sobre a si- a que se refere a alínea b) do número anterior afere-se
tuação patrimonial dos serviços e fundos autónomos depende pelas rubricas do nível mais desagregado da classificação
da aplicação a cada um do Plano Oficial de Contabilidade económica e respeitando, se aplicável, o cabimento no
Pública (POCP). programa, projecto ou actividade.
Artigo 38.º 8 — O respeito pelos princípios da economia, eficiência
e eficácia, a que se refere a alínea c) do n.º 6, deverá ser
Prazos de apresentação verificado, em particular, em relação às despesas que, pelo
(Revogado.) seu elevado montante, pela sua continuidade no tempo,
uma vez iniciadas, ou por qualquer outro motivo envolvam
Artigo 39.º um dispêndio significativo de dinheiros públicos.
Discussão e votação 9 — Para além dos requisitos exigíveis, a realização de
qualquer despesa à qual esteja consignada determinada
(Revogado.)
receita fica também condicionada à cobrança desta receita
Artigo 40.º em igual montante.
Publicação do conteúdo integral do Orçamento Artigo 43.º
(Revogado.) Competência
Artigo 41.º 1 — O Governo define, por decreto-lei, as operações
Prorrogação da vigência da lei do Orçamento de execução orçamental da competência dos membros do
Governo e dos dirigentes dos serviços sob sua direcção
(Revogado.) ou tutela.
2 — Em cada ano, o Governo estabelece, por decreto-
TÍTULO III-A -lei, as disposições necessárias à execução da lei do
Execução orçamental Orçamento do Estado, incluindo o da segurança social
respeitante ao ano em causa, sem prejuízo da aplicação
imediata das normas desta lei que sejam exequíveis por
CAPÍTULO I si mesmas.
Execução orçamental 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
Governo deve aprovar num único decreto-lei as normas de
Artigo 42.º execução do Orçamento do Estado, incluindo as relativas
ao orçamento dos serviços integrados, aos orçamentos dos
Princípios
serviços e fundos autónomos e ao orçamento da segurança
1 — As operações de execução do orçamento das recei- social.
tas e das despesas obedecem ao princípio da segregação das 4 — O disposto no número anterior não impede que,
funções de liquidação e de cobrança, quanto às primeiras, durante o ano económico, sejam aprovados outros decretos-
e de autorização da despesa, de autorização de pagamento -leis de execução orçamental, sempre que tal se justifi-
e de pagamento, quanto às segundas. que.
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2849
Sem prejuízo das formas próprias de efectivação das 1 — A Conta Geral do Estado compreende mapas con-
restantes modalidades de responsabilidade a que se refere tabilísticos gerais referentes à:
o artigo anterior, a responsabilidade financeira é efecti- a) Execução orçamental;
vada pelo Tribunal de Contas, nos termos da respectiva b) Situação de tesouraria;
legislação. c) Situação patrimonial;
d) Conta dos fluxos financeiros do Estado.
Artigo 72.º
Remessa do parecer do Tribunal de Contas 2 — Os mapas referentes à execução orçamental são
os seguintes:
Para efeitos da efectivação de eventuais responsabili-
dades financeiras ou criminais decorrentes da execução Mapas I a XIX — de acordo com o disposto no n.º 7;
do Orçamento do Estado, o Plenário da Assembleia da Mapa XX — contas das receitas e das despesas do sub-
República pode deliberar remeter às entidades competentes sector dos serviços integrados;
2854 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011
Mapa XXI — conta consolidada das receitas e das des- sector dos serviços e fundos autónomos e do sistema de
pesas dos serviços e fundos autónomos; segurança social são os seguintes:
Mapa XXII — conta consolidada das receitas e das
a) Identificação das garantias pessoais do Estado, dos ser-
despesas do sistema de segurança social;
viços e fundos autónomos e do sistema de segurança social;
Mapa XXIII — conta consolidada do Estado, incluindo
b) Montante global das transferências e dos subsídios
a do sistema de segurança social.
para entidades privadas exteriores ao sector público ad-
ministrativo;
3 — Os mapas referentes à situação de tesouraria são c) Montante global das indemnizações pagas a entidades
os seguintes: privadas exteriores ao sector público administrativo;
Mapa XXIV — cobranças e pagamentos orçamentais; d) Créditos satisfeitos por dação em pagamento ou por
Mapa XXV — reposições abatidas nos pagamentos; compensação;
Mapa XXVI — movimentos e saldos das contas na e) Créditos objecto de consolidação, alienação, conver-
Tesouraria do Estado; são em capital ou qualquer outra forma de mobilização;
Mapa XXVI-A — movimentos e saldos das contas na f) Créditos extintos por confusão;
tesouraria do sistema de segurança social; g) Créditos extintos por prescrição;
Mapa XXVII — movimentos e saldos nas caixas da h) Créditos anulados por força de decisão judicial ou
Tesouraria do Estado; por qualquer outra razão.
Mapa XXVII-A — movimentos e saldos nas caixas da
tesouraria do sistema de segurança social. 3 — Os elementos informativos referentes à conta do
subsector dos serviços integrados são os seguintes:
4 — Os mapas referentes à situação patrimonial são a) Alterações orçamentais;
os seguintes: b) Desdobramento das coberturas em receita das alte-
Mapa XXVIII — aplicação do produto de empréstimos; rações orçamentais;
Mapa XXIX — movimento da dívida pública; c) Receitas cobradas, especificadas de acordo com a
Mapa XXX — balanço e demonstração de resultados classificação económica, comparadas com as orçamentadas
do subsector dos serviços integrados; e com as cobradas no ano económico anterior;
Mapa XXXI — balanço e demonstração de resultados d) Despesas pagas, especificadas de acordo com a classifica-
dos serviços e fundos autónomos; ção económica, comparadas com as do ano económico anterior;
Mapa XXXII — balanço e demonstração de resultados e) Despesas pagas, especificadas de acordo com a clas-
do sistema de solidariedade e segurança social. sificação funcional, comparadas com as do ano económico
anterior;
5 — O mapa XXXIII é referente à conta dos fluxos finan- f) Despesas sem receita consignada, comparadas com
ceiros dos serviços integrados do Estado. as do ano económico anterior;
6 — A apresentação dos mapas XXX a XXXI, previstos g) Despesas com receita consignada, comparadas com
no n.º 4, apenas será obrigatória quando todos os servi- as do ano económico anterior;
ços a que se referem tiverem adoptado o Plano Oficial de h) Despesas cruzadas pelas diversas classificações or-
Contabilidade Pública, devendo os balanços apresentados çamentais;
nos mapas XXX a XXXII distinguir o património dos serviços i) Desenvolvimentos das despesas;
e instituições abrangidos do património afecto por ou a j) Mapa dos compromissos assumidos.
outros serviços e instituições.
7 — Sem prejuízo do que o Governo estabelecer quanto 4 — Os elementos informativos referentes à conta do
ao conteúdo mínimo dos mapas contabilísticos gerais, a subsector dos serviços e fundos autónomos são os seguintes:
estrutura dos mapas I a XIX será idêntica à dos correspon- a) Alterações orçamentais;
dentes mapas orçamentais, devendo o seu conteúdo, bem b) Receitas cobradas, especificadas de acordo com a
como o dos restantes mapas, evidenciar, conforme os casos, classificação económica, comparadas com as orçamentadas
as principais regras contabilísticas utilizadas na execução e com as cobradas no ano económico anterior;
das receitas e das despesas, nomeadamente as que se re- c) Despesas pagas, especificadas de acordo com a classifica-
ferem a excepções à regra da não compensação e da não ção económica, comparadas com as do ano económico anterior;
consignação. d) Despesas pagas, especificadas de acordo com a clas-
Artigo 76.º sificação funcional, comparadas com as do ano económico
Elementos informativos
anterior;
e) Despesas cruzadas pelas diversas classificações or-
1 — A Conta Geral do Estado compreende elementos in- çamentais;
formativos, apresentados sob a forma de mapas, referentes: f) Discriminação das receitas e das despesas dos serviços
e fundos autónomos;
a) Em comum, às contas dos subsectores dos serviços
g) Mapa dos compromissos assumidos.
integrados, dos serviços e fundos autónomos e do sistema
de segurança social;
b) À conta do subsector dos serviços integrados; 5 — Os elementos informativos referentes à conta do
c) À conta do subsector dos serviços e fundos autónomos; sistema de segurança social são os seguintes:
d) À conta do sistema de segurança social. a) Alterações orçamentais;
b) Receitas cobradas, especificadas de acordo com a
2 — Os elementos informativos referentes, em comum, classificação económica, comparadas com as orçamentadas
às contas do subsector dos serviços integrados, do sub- e com as cobradas no ano económico anterior;
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2855
c) Despesas pagas, especificadas de acordo com a classifica- o regime de publicação das contas próprias e dos elementos
ção económica, comparadas com as do ano económico anterior; informativos, bem como a informação susceptível de ser
d) Despesas pagas, especificadas de acordo com a clas- publicada apenas em suporte informático.
sificação funcional, comparadas com as do ano económico
anterior; Artigo 81.º
e) Despesas cruzadas pelas diversas classificações or-
çamentais; Contas provisórias
f) Mapa dos compromissos assumidos. 1 — O Governo faz publicar, no Diário da República,
no prazo de 45 dias após o final de cada trimestre, contas
6 — Os elementos informativos relativos aos progra-
mas orçamentais concluídos no ano evidenciam a des- provisórias respeitantes aos trimestres decorridos.
pesa orçamental paga relativa a cada programa, medida 2 — As contas a que se refere o número anterior contêm,
e projecto. pelo menos, os seguintes elementos:
7 — Para além dos elementos informativos previstos nos a) Mapas correspondentes aos mapas XXVI e XXVIII;
números anteriores, a Conta Geral do Estado deverá conter b) Resumos dos mapas XXVI e XXVIII;
todos os demais elementos que se mostrem adequados a
uma prestação clara e completa das contas públicas. c) Mapa correspondente ao mapa I;
8 — (Revogado.) d) Mapa apresentando a comparação, até ao nível dos
9 — O Governo definirá, por decreto-lei, o conteúdo artigos da classificação económica, entre as receitas do
mínimo dos elementos informativos. conjunto dos serviços integrados liquidadas e cobradas no
período em causa e no período homólogo do ano anterior;
Artigo 77.º e) Mapas das despesas do subsector dos serviços inte-
Apresentação das contas
grados, especificadas por título da classificação orgânica,
indicando os respectivos montantes dos duodécimos, das
1 — As contas dos serviços integrados e dos serviços autorizações de pagamento e dos pagamentos;
e fundos autónomos são prestadas, até 30 de Abril do ano f) Mapa do desenvolvimento das despesas do subsector
seguinte àquele a que respeitam, ao membro do Governo dos serviços integrados, especificadas por capítulo da clas-
responsável pela área das finanças e ao respectivo ministro
da tutela. sificação orgânica, comparando os montantes dos respecti-
2 — A falta injustificada da prestação de contas a que vos duodécimos com os das correspondentes autorizações
se refere o número anterior constitui: de pagamento expedidas no período em causa;
g) Mapas correspondentes aos mapas XXI e XXII.
a) Infracção financeira, punível com multa de valor
igual ao previsto nos n.os 2, 4 e 5 do artigo 65.º da Lei
n.º 98/97, de 26 de Agosto, alterada pela Lei n.º 35/2007, TÍTULO V
de 13 de Agosto, pela qual são responsáveis os dirigentes
dos serviços em causa; Estabilidade orçamental
b) Fundamento de recusa dos pedidos de requisição de
fundos, de libertação de créditos, de autorização de paga-
mentos e de transferências relativamente ao orçamento em CAPÍTULO I
execução, enquanto permanecer a situação de atraso.
Objecto e âmbito
Artigo 78.º
Artigo 82.º
Conta da Assembleia da República
Objecto
1 — O relatório e a conta da Assembleia da República
são elaborados pelo conselho de administração, até 31 de 1 — O presente título contém os princípios e os proce-
Março do ano seguinte àquele a que respeitam. dimentos específicos a que devem obedecer a aprovação
2 — A conta da Assembleia da República é enviada, e execução dos orçamentos de todo o sector público admi-
até 30 de Abril do ano seguinte àquele a que respeita, ao nistrativo, em matéria de estabilidade orçamental.
Governo, para efeitos da sua integração na Conta Geral 2 — No âmbito da estabilidade orçamental, o presente
do Estado. título destina-se a cumprir as obrigações decorrentes do
Artigo 79.º artigo 126.º do Tratado sobre o Funcionamento da União
Conta do Tribunal de Contas Europeia e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, até à
plena realização deste, e concretiza o disposto na parte final
Depois de aprovada, a conta do Tribunal de Contas é reme- do n.º 6 do artigo 2.º, no n.º 2 do artigo 4.º e na alínea b)
tida, até 31 de Março do ano seguinte àquele a que respeita, do artigo 17.º
à Assembleia da República, para informação, e ao Governo,
para efeitos da sua integração na Conta Geral do Estado.
Artigo 83.º
Artigo 80.º Âmbito
Publicação O presente título aplica-se ao Orçamento do Estado e aos
Depois de aprovada pela Assembleia da República, a orçamentos das regiões autónomas e das autarquias locais,
Conta Geral do Estado é publicada no Diário da República, sem prejuízo do princípio da independência orçamental
nos termos a definir pelo Governo, que definirá igualmente estabelecido no n.º 2 do artigo 5.º
2856 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011
2 — A verificação do incumprimento a que se refere concreta dos programas e medidas a inscrever no Orça-
o número anterior é comunicada de imediato ao Tribunal mento do Estado e das respectivas estruturas;
de Contas. b) O modo de aplicação do processo de orçamentação de
3 — Tendo em vista o estrito cumprimento das obriga- base zero na organização e elaboração dos orçamentos dos
ções decorrentes do artigo 126.º do Tratado sobre o Fun- serviços e fundos autónomos, no orçamento da segurança
cionamento da União Europeia e do Pacto de Estabilidade social, bem como no âmbito dos programas plurianuais dos
e Crescimento em matéria de estabilidade orçamental, serviços públicos nas áreas da saúde, educação, segurança
pode suspender-se a efectivação das transferências do Or- social, justiça e segurança pública.
çamento do Estado, em caso de incumprimento do dever
de informação estabelecido no artigo anterior e até que a Lei n.º 23/2011
situação criada tenha sido devidamente sanada.
4 — (Revogado.) de 20 de Maio