BRASILEIRAS”.
PERGO, Vera Lucia (UEM)1)
destacar questões práticas como não estar em sereno à noite e ter que ficar sem
dormir, os Mestres justificam-se com razões históricas:
A festa tem lugar em data marcada pelo mestre (...). Os foliões comparecem
uniformizados e os palhaços vestem-se a caráter. A festa realiza-se na casa do
mestre, que a fez ornamentar festivamente para a ocasião. Serve-se uma lauta
ceia, em que não vigoram as proibições contra a bebida. Os foliões sentam-se
a uma mesa com o mestre e o contramestre às cabeceiras, mas os palhaços
em geral tomam lugar em mesa separada ou, excepcionalmente, fazem-no
somente depois de servidos os foliões. Amigos e conhecidos, a convite do
mestre, podem participar do ágape. Antes ou depois da ceia, o mestre
comanda uma oração de agradecimento ou faz um pequeno discurso alusivo à
jornada (CASTRO e COUTO, 1977, p. 6).
Esses jongos, violas, círios e ofícios são bens vivos mantidos pelas pessoas
que os praticam. Preservá-los é valorizar seu conhecimento e ação. A
salvaguarda desses bens está, portanto, orientada para a valorização do ser
humano, para a garantia e para a melhoria das condições sociais, culturais e
ambientais que permitem sua permanência.
Essa iniciativa é também mais um passo no sentido de ampliar a rede de
parceiros já constituída em torno de uma tarefa que é monumental em face da
nossa enorme diversidade, e que só chegará a bom termo se for compartilhada
(BENS IMATERIAIS, 2007, p. 5).
Notas
1
Graduada pela Universidade Estadual de Maringá, possui título de Especialista em História e
Sociedade e está por obter o título de Especialista em Patrimônio Cultural e Memória Social pela mesma
Universidade e ambos sob a orientação da Professora Doutora Sandra de Cássia Araújo Pelegrini.
2
MOURA, Antonio Paiva. Turismo e Festas Folclóricas no Brasil. In: FUNARI, Pedro Paulo & PINSKY,
Jaime (orgs). Turismo e patrimônio cultural. São Paulo: Contexto, 2004, 4ª ed.
3
REISADO e Folia de Reis do Dragão do Mar. Disponível em: http://www.nelson.com.br [Acesso em:
11/09/05].
4
TREMURA, Welson Alves. A música caipira e o verso sagrado na folia de reis. Disponível em:
http://www.hist.puc.cl/historis/iaspmla.html. [Acesso em: 10/09/05].
5
CASTRO, Zaíde Maciel de e COUTO, Aracy do Prado. Folia de Reis. Cadernos de Folclore nº 16. Rio
de Janeiro: Arte-FUNARTE, Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, 1977.
6
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A Folia de Reis de Mossâmedes. Cadernos de Folclore nº 20. Rio de
Janeiro: Arte-FUNARTE, Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, 1977.
9
7
Sobre a figura dos palhaços atentar-se para estudos como os de PORTO, Guilherme. As Folias de
Reis no Sul de Minas. Rio de Janeiro: MEC/SEC/FUNARTE - Instituto Nacional de Folclore, 1982.
Castro e Couto (1977) e Moura (2004).
8
CÂMARA CASCUDO, Luis da. Dicionário do Folclore Brasileiro. Belo Horizonte: Editora Italiana,
1984.
9
CARNEIRO JR. Renato Augusto. Festas populares do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da
Cultura, 2005.
10
RECOMENDAÇÃO DE PARIS 32ª SESSÃO. Cartas Patrimoniais. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=271. [Acesso em 04/03/07).
11
PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL. Disponível em:
http://www.iphan.gov.br/bens/P%Imaterial/imaterial.htm. [Acesso em: 23/07/05].
12
CUNHA. Manuela Carneiro da. Patrimônio imaterial e biodiversidade. In: Revista do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional. Nº 32/2005.
13
IPHAN. Disponível em: http://www.iphan.gov.br/. [Acesso em: 10/09/05].
14
BENS IMATERIAIS. Os sambas, as rodas, os bumbas, os meus e os bois. A trajetória da
salvaguarda dos bens imateriais no Brasil (1936-2006). Disponível em: http://www.iphan.gov.br/.
[Acesso em: 15/02/07].
15
FUNARI, Pedro Paulo e PELEGRINI, Sandra C. A. O Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de
Janeiro: Zahar, 2006.