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BC1707 – Métodos Experimentais em Engenharia

Expressão de valores experimentais


A terminologia utilizada nos métodos experimentais existentes está
tendendo a ser padronizada [1,2]. Nesta apostila, são apresentados a terminologia
e os métodos para cálculo e representação dos resultados experimentais

Mensurando

O objetivo de uma medição é determinar o valor do mensurando, isto é o


valor da grandeza específica a ser medida. São exemplos de grandezas a
temperatura, a tensão, a massa etc. Já o mensurando inclui o método de medição
e o procedimento previsto.
Exemplo de Mensurando:
A temperatura média da cidade de Santo André (TMSA), às 14 horas,
calculada pela média aritmética da temperatura medida com termômetro de álcool,
protegido do sol e de intempéries em 4 pontos geográficos distintos.
Neste mensurando, a temperatura é medida por um método específico de
medição, baseado na relação entre o volume do álcool e sua temperatura. O
procedimento inclui número de pontos, cuidados durante a medição e outros
aspectos.

Grandezas de Influência

Diversos fatores que não são o mensurando e afetam o seu valor:


–Componentes da função que define o mensurando. Por exemplo: na
determinação da TMSA, as temperaturas de cada ponto são grandezas de
influência;
–Qualidade da instrumentação e da sua calibração;
–Condições ambientais que interferem no mensurando (mas não estão definidas
como sendo o mensurando). Por exemplo, o efeito da umidade nos instrumentos.
–Flutuações nas medições devidas a fenômenos não relacionados com o
mensurando. Por exemplo: a experiência do operador em obter valores do
termômetro a álcool;
–Outros...

Repetitividade e reprodutibilidade

Ao obter um resultado a partir de várias medições nas mesmas condições


de repetitividade, espera-se alguma variação entre os resultados devida a efeitos
aleatórios imprevisíveis. Nas mesmas condições, espera-se que os resultados
sejam compatíveis. São exemplos de condições de repetitividade:
–tempo entre medições;
–instrumentação;
–local;
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–operador;
–etc.
A estimativa da repetitividade nas condições definidas é objeto de qualquer
experimento.
Todos os resultados obtidos devem incluir informações que permitam
reproduzir os resultados. Assim as condições de repetitividade devem ser
descritas.
Naturalmente, é possível modificar algumas condições de medição e
manter a capacidade de estimar o mensurando. Ao indicar os resultados obtidos
nesta nova condição, chamada de condição de reprodutibilidade, deve-se
informar as modificações introduzidas.
Ensaios repetidos em diversas condições permitem avaliar tanto as
variações devidas às condições de repetitividade como às de reprodutibilidade.
Outros métodos podem ser utilizados para estimar estas variações, entre eles a
experiência do operador.

Algarismos significativos

Ao representar um resultado experimental é necessário manter o número


de algarismos significativos compatível com as incertezas de medição. Assim, um
procedimento adequado para identificar o número de algarismos de um resultado
é:
a) obtém-se o resultado com o número de algarismos suficiente;
b) estima-se a incerteza do resultado (será discutido nos próximos itens);
c) com esta incerteza gera-se um intervalo de resultados com uma
determinada probabilidade;
d) este intervalo deve ser representado com um ou no máximo dois
algarismos significativos;
e) o resultado é apresentado com número de algarismos compatível com o
intervalo.
Por exemplo, suponha que foram medidos um valor de tensão e um de
corrente sobre um resistor de:
V = 1,0 V; I= 3,0 A.
A resistência experimental seria
a) R = V/I = 0,33333333333333 ohms
b) A incerteza padrão foi estimada como 0,5% do valor da resistência;
c) O intervalo escolhido foi de 1,0% (k =2, 95% )
d) U= 0,0034 ohms( o intervalo sempre é arredondado para cima);
e) R = (0,3333+/-0,0034) ohms (k =2, 95% )

A seguir será analisado como estimar a incerteza padrão.


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Incerteza de medição

A incerteza de medição é um valor que reflete a falta de conhecimento


exato do valor do mensurando. Embora haja métodos para avaliar a incerteza,
eles não substituem o “raciocínio crítico, a honestidade intelectual e a habilidade
profissional” [2].
Assim a qualidade e a utilidade da Incerteza dependem da compreensão,
análise crítica e integridade daqueles que atribuem seu valor.

Efeitos aleatórios e sistemáticos

Mesmo que as condições de repetitividade sejam mantidas, resultados de


medições podem apresentar efeitos aleatórios. Estes podem ser causados, por
exemplo, por variações não previsíveis nas grandezas de influência.
A determinação do mensurando por meio de valores médios pode reduzir
os efeitos aleatórios de forma significativa. Quanto maior o número de medições
utilizado para determinar o mensurando, menor tende a ser a variância deste valor
médio.
Algumas das grandezas de influência produzem uma tendência nos
resultados de medições. Um exemplo é o produzido por um instrumento que tende
a medir valores superiores aos valores verdadeiros. Esta tendência é causada por
efeitos chamados de sistemáticos.
Um certificado de calibração pode ser utilizado para corrigir esta tendência.
Mesmo este certificado deve apresentar incerteza nesta correção, pois a
calibração é um processo experimental. Desta forma, só é possível ter uma idéia
do valor verdadeiro. A melhor estimativa deste valor é chamada de valor
verdadeiro convencional.

Avaliação do Tipo A e do Tipo B

Há duas formas para avaliar as componentes de incertezas:


- Tipo A: obtida por uma análise estatística dos valores medidos;
- Tipo B: obtida de outras formas.

A incerteza Tipo A normalmente é estimada a partir da variância (s2) por


meio de "n" medições.
s2 = 1/(n-1).Σ ( X(i) - Xmédio )2
Caso o mensurando seja definido como a média de “n” medições, a
variância é calculada por:
2 2
smedia = s /n
Um exemplo de mensurando definido como uma média é o número de
veículos que desce para a Baixada Santista por hora nos finais de semana.
Em avaliações tipo A, o valor da incerteza (u) normalmente é escolhida
como sendo a raiz da variância:
u=s
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É possível determinar matematicamente a variância de distribuições de


probabilidades definidas. Dentre as infinitas distribuições possíveis são mais
comuns:

Distribuição normal
Histograma de uma distribuição normal de
temperatura (50 pontos)
σ
16
F 14
r
e 12
q
10
8
6
4
2
0
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Temperatura (oC)

Fig. 1) Gráfico de uma distribuição normal

Em uma distribuição normal a incerteza padrão é calculada por:


u=s=σ

Distribuição retangular (ou uniforme)


a
Frequência

Grandeza

Fig. 2) Gráfico de uma distribuição retangular com amplitude “2 a”

Em uma distribuição retangular de amplitude “2 a” ( +/- a)


u = a/√3

Distribuição Triangular
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Frequência

Grandeza

Fig. 3) Gráfico de uma distribuição triangular com amplitude “2 a”

Em uma distribuição triangular de amplitude +/- a, a incerteza padrão:


u = a/√6
Muitas vezes não é possível medir mais de uma vez o mensurando. Por
exemplo, caso o mensurando seja o recorde de uma determinada modalidade de
esporte, normalmente o valor medido é obtido por uma única medição. O mesmo
pode ocorrer com a medição de alguma grandeza de influência. Neste caso a
incerteza pode ser estimada por métodos não estatísticos. Estes métodos são do
tipo B. Alguns exemplos de incerteza obtidos por métodos do tipo B (muitas vezes
chamada de incerteza tipo B):

- a resolução de Instrumentos. A incerteza associada pode ser estimada a partir:


. da experiência do operador;
. do método de medição;
. do bom senso;
. da qualidade da escala;
. da qualidade do ponteiro.
Equipamentos digitais ou analógicos que apresentam uma resolução "2a",
normalmente contribuem com uma incerteza do tipo B de amplitude igual a sua
resolução, com distribuição retangular (também chamada de uniforme). Em
equipamentos analógicos a resolução normalmente é dada pela diferença entre
duas indicações (ou marcações) consecutivas.
- a resolução de outros equipamentos digitais, como calculadoras, computadores.
Estes também apresentam uma resolução “2 a”. Por exemplo, o valor de π em
algumas calculadoras é dada por π = 3,1415927 (2 a = 0,0000001);
– os valores publicados por autoridade competente (ex: constante de Avogadro =
6,022 136 7 (36) x 1023 mol-1 (incerteza padrão de 0,60 ppm. – (36) indica o valor
da incerteza padrão de 36 nos dois últimos algarismos significativos do dado)
(CODATA 1986))–as de especificação da instrumentação, associada ao valor de
manual dos equipamentos utilizados ou do certificado de calibração
–as obtidas a partir de limites baseados na experiência pessoal. Por exemplo,
supondo que a altura de uma pessoa é descrita em um prontuário médico como
sendo 1,82 m, uma boa estimativa é que os limites sejam de +/- 0,5 cm (amplitude
de 1 cm). Assim, assume-se a distribuição retangular de amplitude (2 a) de 1 cm.
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Combinação de incertezas

Normalmente mais de uma grandeza de influência atua no mensurando. A


forma de combiná-las pode ser estudada a partir de teorias estatísticas. A
referência [2] padroniza um método que é baseado no conceito de distribuição
normal, e no fundamento que resultados obtidos por diversas medições ou
grandezas de influência tendem a levar o mensurando a uma distribuição normal.
Para estudos mais precisos pode ser necessário um cuidado estatístico
maior. De forma simplificada, pode-se adotar o seguinte método de combinação:
- identifica-se a incerteza de cada grandeza de influência;
- calcula-se a incerteza padrão (ui), supondo-se uma determinada
distribuição de probabilidades;
- identifica-se a o efeito da variação de cada grandeza de influência no
mensurando, determinando-se o coeficiente de sensibilidade ci;
- identifica-se a contribuição de cada grandeza de influência no
mensurando uc(i)=ci.ui;
- supondo-se que todas as grandezas de influência são independentes [4],
ou seja, que uma não modifica a probabilidade da outra, calcula-se a incerteza
combinada uc =√ Σ uc(i)2 (obs: caso esta hipótese não seja aplicável, é necessário
estimar como uma grandeza afeta a outra, por meio da covariância [4]) ;
- caso seja interessante apresentar os resultados por meio de um intervalo
de resultados com um determinado nível de confiança, determina-se a incerteza
expandida. Deve-se sempre informar qual o fator de abrangência (k) utilizado. Um
valor de k normalmente utilizado para distribuições aproximadamente normais é
k=2, para um intervalo com aproximadamente de confiança.
Determinação do coeficiente de sensibilidade

A variação do mensurando com uma determinada grandeza de influência


pode ser obtida experimentalmente.

Temperatura média de 4
o
C pontos
o
C ci ~ 2o C/hora

Horário (no dia)


Horário (zoom)
0:00 12:00 24:00
13:30 14:00 14:30
Fig 4) Exemplo do coeficiente de sensibilidade da grandeza de influência “horário
de medição” no mensurando “TMSA”.
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O coeficiente de sensibilidade também pode se calculado a partir da


equação que define o mensurando, a partir da sua derivada parcial.
Por exemplo:
TMSA = (T1+T2+T3+T4)/4.
O coeficiente de sensibilidade de TMSA em relação a T1 é ci =
∂(TMSA)/∂(T1) = 1/4

Determinação da contribuição de uma grandeza de influência na incerteza padrão


do mensurando

A contribuição da incerteza padrão de cada grandeza de influência (ui) no


mensurando (u c(i)) pode ser calculada por:
•uc (i)= ci.ui
Por exemplo: resolução de 1 minuto no relógio
• u(h) = (0,5/√3)/60 = 0,0049 hora
• uc(h) = (2 oC/hora) . 0,0049 hora = 0,0098 oC

Determinação da incerteza padrão combinada


Para obter a incerteza padrão combinada, para grandezas de influência
independentes:
• uc 2 = Σ uc(i)2A resolução do termômetro e do relógio são um exemplo de
grandezas de influência independentes, afinal uma não interfere na outra.
Exemplo de aplicação
A temperatura média da cidade de Santo André (TMSA), às 14 horas é um
mensurando calculado pela média aritmética da temperatura medida com
termômetro de álcool, protegido do sol e de intempéries em 4 pontos geográficos
distintos.

Em um determinado dia foram obtidos os seguintes valores de medição:

T1= (24,1 +/- 1,0)oC ;


T2= (24,4 +/- 1,0) oC;
T3= (25,0 +/- 1,2) oC;
T4= (24,2 +/- 1,0) oC

Observações:
1) Todos os valores foram obtidos às 14h00 utilizando um relógio de resolução
de 1 minuto.
2) Para a estimativa da incerteza das temperaturas foram utilizadas as
seguintes fontes de incerteza:
- a especificação do termômetro;
- a repetitividade estimada pelos operadores (urepe).
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Afirma-se que o valor indicado da incerteza corresponde a uma incerteza


expandida calculada pela multiplicação da incerteza padrão pelo fator de
abrangência k=2, gerando um intervalo que envolve o valor verdadeiro
convencional com uma confiança de aproximadamente 95%.

Para o cálculo do mensurando e de sua incerteza, inicialmente é feita uma


avaliação do mensurando. A experiência do operador indica as seguintes fontes
de incerteza:
- as temperaturas de cada ponto;
- o horário da medição;
- a reprodutibilidade da medição associada à modificação do local de medição, já
que o mensurando indica 4 pontos geográficos quaisquer, e, naturalmente, as
medições foram realizadas em pontos específicos.

Contribuição das temperaturas (Ti) na incerteza padrão combinada do


mensurando (uc (Ti))

Incerteza padrão das temperaturas de cada ponto

A observação 2 indica que a incerteza padrão da grandeza de influência


“temperatura do ponto” pode ser estimada por:
Incerteza expandida (intervalo) = k.u(T1) => 1,0 = 2 . u(T1) => u(T1) = 0,5 oC.
Da mesma forma:
u(T2) = 0,5 oC;
u(T3) = 0,6 oC (observe que as incertezas de cada operador podem ser distintas);
u(T4) = 0,5 oC.

Coeficiente de sensibilidade das temperaturas (cTi)

Como o mensurando é definido pela média aritmética de 4 pontos,

TMSA = (T1+T2+T3+T4) / 4,

o coeficiente de sensibilidade pode ser calculado pela derivada parcial do


mensurando (TMSA) em relação a cada temperatura. Neste caso, o coeficiente é
de 0,25 (oC/ oC) para todos os locais de medição.

Determinação de uc(Ti)

uc(Ti) = cTi . u(Ti)


Portanto
uc(T1) = 0,5.0,25 = 0,125 oC;
uc(T2) = 0,5.0,25 = 0,125 oC;
uc(T3) = 0,6.0,25 = 0,15 oC;
uc(T4) = 0,5.0,25 = 0,125 oC;
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Contribuição do horário de medição (u(h)) na incerteza padrão combinada do


mensurando (uc (h))

Incerteza padrão do horário de medição

A informação sobre a incerteza do horário de medição está apenas


associada a resolução do relógio. Supondo que o operador tenha feito a análise
das grandezas de influência de forma correta, o valor da incerteza padrão pode
ser calculado supondo-se uma distribuição retangular de amplitude (2 a) de 1
minuto. Assim:

u(h) = a/√3 = 0,5/√3 minutos. Transformando-se em horas,


u(h) = 0,0049 horas (a incerteza é sempre arredondada para cima).

Coeficiente de sensibilidade do horário de medição(ch)

Neste caso não há uma equação que relacione diretamente a temperatura


do mensurando com o horário de medição. Há uma curva média experimental que
pode ser utilizada para o cálculo do coeficiente. Como mostrado anteriormente,
esta curva indica que uma boa estimativa do coeficiente de sensibilidade para às
14 horas é:
ch ~ 2 oC/hora

Determinação de uc(h)

uc(h) = ch . u(h) = 0,0098 oC

Contribuição da reprodutibilidade (u(repro)) na incerteza padrão combinada


do mensurando (uc(repro))

Incerteza padrão associada à reprodutibilidade

A incerteza padrão neste caso pode ser estimada por um método estatístico (Tipo
A). Será utilizado a variância (é o usual) das 4 medições.
O valor médio das 4 medições é:
Valor médio = (24,1 + 24,4 + 25,0 + 24,2) / 4 = 24,425 oC.

A variância é calculada por


s(repro)2=1/3((24,1-24,425)2+(24,4-24,425)2+(25,0-24,425)2+(24,2-24,425)2 =
= 0,1625 oC2

A incerteza padrão, por se tratar de uma média de n = 4 medições, é calculada por

uc(repro) = √(0,1625 / 4) = 0,2016 oC


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Coeficiente de sensibilidade (crepro)

O coeficiente de sensibilidade é de 1 oC/oC, ou seja para cada oC de variação da


temperatura média, há uma variação de 1 oC na TMSA. Afinal, o mensurando está
definido como a média de temperaturas de 4 pontos.

Determinação de uc(repro)

uc(repro) = crepro . u(repro) = 0,2016 oC

Incerteza padrão combinada do mensurando

A incerteza padrão combinada do mensurando pode ser calculada a partir da


equação:

uc2 = uc(T1)2 + uc(T2)2+ uc(T3)2+ uc(T4)2+ uc(h)2+ uc(repro)2

uc2 = 0,1252 + 0,1252 +0,152 +0,1252 +0,00982 + 0,20162

uc =0,3319 oC

Incerteza Expandida (U)

Para fins de representação do valor do mensurando, a incerteza pode ser


expandida por um fator de k=2, para definir o um intervalo de aproximadamente
95% de confiança, supondo-se uma distribuição normal, e um número de graus de
liberdade elevado. Assim, o intervalo de cerca de 95% de confiança pode ser
estimado como:
U = 2 . 0,3319 ~ 0,67 oC
Normalmente um terceiro algarismo não apresenta nenhuma significância
estatística. Em boa parte das vezes, apenas um algarismo representa bem a
incerteza expandida.

Sobre o número de graus de liberdade

Quando incertezas obtidas de diversas formas são combinadas, a definição


da distribuição resultante não é simples. De forma geral, pode-se supor que com
um número significativo de variáveis aleatórias, o mensurando acaba por ter uma
distribuição de probabilidades em torno do valor experimental aproximadamente
do tipo normal [3].
Para distribuições normais, o conhecimento do número de graus de
liberdade permite calcular o fator de abrangência k de forma mais precisa.
Livros de estatística podem ser utilizados para identificar o número de graus
de liberdade de forma mais precisa, o que permite identificar o valor de k de forma
mais adequada.
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Normalmente o número de graus de liberdade da incerteza de uma


grandeza está associado ao número de medições que foram realizadas para
conhecê-la. Para incertezas estimadas a partir da experiência, assume-se um
número de graus de liberdade infinito. Para incertezas obtidas a partir de “n”
medições o número de graus de liberdade é “n-1”.
Uma fórmula sugerida na literatura [2] para determinar o número de graus
de liberdade efetivo (ou total) de forma mais precisa é a fórmula de Welch-
Satterthwaite:

νeff = uc4 / Σ (uc(xi)4/νxi),

Para o caso de apenas uma grandeza de influência possuir um número de


graus de liberdade diferente de infinito, a fórmula se resume a
νeff = νxi . (uc / uc(xi)) 4,

Assim, no exemplo:
uc = 0,3319 oC
u (repro) = 0,2016 oC, com νrepro = 3,

portanto
νeff = 22

Para uma incerteza expandida obtida a partir da multiplicação da incerteza


padrão por 2 (k=2), e para νeff = 22, o intervalo +/- 2.uc, estatisticamente, envolve o
valor verdadeiro com a probabilidade de 94,2%, ao invés dos “aproximadamente
95%” citados.

Representação do valor do mensurando

O mensurando TMSA pode ser apresentado como sendo:

TMSA = (24,4 +/- 0,7) oC,


Deve-se indicar que a incerteza expandida foi obtida com um fator de abrangência
k=2, com um nível de confiança de aproximadamente 95%, para uma distribuição
considerada normal.

O objetivo desta indicação é que caso o TMSA seja a grandeza de


influência de outro mensurando, sua incerteza possa ser corretamente propagada.

Muitas vezes os resultados são apresentados na forma de uma tabela como


a abaixo
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Tabela dos componentes de incerteza do Mensurando TMSA = (T1+T2+T3+T4)/4


Componente Fonte da Valor da Coeficiente Contribuição Graus de
incerteza incerteza de liberdade
padrão sensibilidade
Temperatura
u(T1) 0,5 (oC) 0,25 0,125 oC infinito
do ponto 1:*
Temperatura
u(T2) 0,5 (oC) 0,25 0,125 oC infinito
do ponto 2
Temperatura
u(T3) 0,6 (oC) 0,25 0,15 oC infinito
do ponto 3
Temperatura
u(T4) 0,5 (oC) 0,25 0,125 oC infinito
do ponto 4
Resolução 0,0049 2
u(h) o 0,0098 oC infinito
do relógio (hora) ( C/hora)
Reprodu- 0,2016
u(repro) o 1 0,2016 oC 3
tibilidade ( C)

uc = 0,33 oC νeff = 22

* Os componentes da incerteza das diversas grandezas de influência, se


conhecidos, também podem discriminados diretamente na tabela do TDMA. Por
exemplo, foi identificado que T1 possui duas grandezas de influência: a
especificação do termômetro e a repetitividade da medição. Estas duas
componentes poderiam estar descritas nesta tabela, para fins de maior
transparência na declaração da incerteza.

Sobre a comparação entre dois valores experimentais

As técnicas estatísticas permitem avaliar cuidadosamente a probabilidade


de dois resultados serem compatíveis entre si.
Uma das técnicas que é muito utilizada em comparações interlaboratoriais é
o erro normalizado (En). Suponha que dois valores experimentais tenham sido
obtidos:
V1 = Va +/- UVa, com ka conhecido, bem como com a respectiva
probabilidade do valor verdadeiro convencional estar no intervalo.
V2 = Vb +/ UVb, idem para kb
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Pode-se calcular a incerteza do valor Va e Vb a partir da incerteza


expandida:
uVa = UVa/ka
uVb = UVb/kb

O erro normalizado é calculado como:

En =|Va - Vb| /( uVa2 + uVb2) 0.5

Caso o erro normalizado seja menor que 1, o valores são compatíveis, se


estiver entre 1 e 2 a comparação é questionável, e se for maior que 2, a
probabilidade dos valores serem iguais é desprezada.

Bibliografia
[1] Inmetro, Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de
Metrologia. Rio de Janeiro: Ed. SENAI, 2007. Disponível em:
<http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/vim.pdf. Acesso em 11 de fevereiro
de 2009.[2] Inmetro, Guia para a Expressão da Incerteza de Medição, 3 edição
brasileira em língua portuguesa, Rio de Janeiro: ABNT,Inmetro, 2003
[3].Vuolo, J.H. Fundamentos da Teoria dos Erros, 2 ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 1996.
[4] Larson, T; Farber, B, Estatística Aplicada. Tradução de Cyro Patarra, 2 ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

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