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Este artigo científico possui como objetivo principal uma abordagem


acerca da violência, como meio de manifestação do terrorismo, embasado na ótica
constitucional, que serve de alicerce para a introdução de outros prismas que permitem
uma maior visão da amplitude e importância da temática.
Por meio do conhecimento adquirido, nas aulas que nos foram
ministradas, textos de base, palestras e busca individual da aquisição do saber por
embasamento doutrinário, desenvolvemos tal artigo com a busca da melhor amostra do
que foi aprendido.
No decorrer deste artigo pode ser observada a sua grande relevância para
a obtenção do conhecimento, auxiliando para uma melhor formação do corpo
acadêmico envolvido na mesma, proporcionando aos discentes um vasto percurso sobre
os ramos do Direito colocando-nos diante de um assunto de significativa repercussão
nos cenários social e jurídico.
Se procurarmos em um dicionário o significado do termo violência,
encontraremos a seguinte definição: “qualidade de violento; ato violento; ato de
violentar; agressão”. No entanto, sabemos que o real sentido e os efeitos que essa
palavra pode causar são bem mais profundos e abrangentes que qualquer mera
conceituação, como se pode perceber a partir da leitura de um texto informativo, de
autoria desconhecida, disponibilizado no site do SERASA, que diz que:
“Segundo o Dicionário Houaiss, violência é a ‘ação ou
efeito de violentar, de empregar força física (contra
alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém);
ato violento, crueldade, força’. No aspecto jurídico, o
mesmo dicionário define o termo como o
‘constrangimento físico ou moral exercido sobre
alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de
outrem; coação’. Já a Organização Mundial da Saúde
(OMS) define violência como ‘a imposição de um grau
significativo de dor e sofrimento evitáveis’. Mas os
especialistas afirmam que o conceito é muito mais
amplo e ambíguo do que essa mera constatação de que a
violência é a imposição de dor, a agressão cometida por
uma pessoa contra outra; mesmo porque a dor é um
conceito muito difícil de ser definido. (...)”.

Constitucionalmente falando, todo cidadão tem o direito de ir e vir, bem


como à segurança e igualdade, sendo estes invioláveis. Acredita-se que a violência está
diretamente relacionada à pobreza e esta, por sua vez, é o reflexo de mais uma mazela
do sistema, gerada pela ausência de um Estado forte e preocupado com a implantação
de políticas públicas essenciais, como saúde, educação e saneamento básico. Nas áreas
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onde tais recursos são disponibilizados de modo irrisório, comprovadamente, o índice


de violência é bem mais elevado.
Falta de Estado representa impunidade e, conseguintemente, expansão do
crime e a fuga da prerrogativa de garantia da ordem pública das mãos das autoridades
estatais. Sabendo que o tema violência abrange inúmeras searas do constitucionalismo e
que terrorismo e violência estão diretamente ligados, percebe-se num olhar
retrospectivo, que a violência coadunada com a coação social surgiu mundialmente no
século XX, a partir da experiência da II Guerra Mundial e deixou sequelas que
assombram a atualidade.
Logo, tudo aquilo que é prejudicial ao homem e fere quaisquer de seus
direitos, pode ser entendido como violência, capaz de manifestar-se de diversas
maneiras, sendo a agressão, sua face mais conhecida.
Pode ser definido como agressivo todo e qualquer comportamento
direcionado à provocação de danos a alguém ou alguma coisa. Tais danos podem ser
físicos ou psicológicos, uma vez que a agressão não é somente caracterizada pelo
aspecto propriamente físico, podendo também ser verbal, desde que haja a intenção de
magoar ou destruir uma pessoa ou um objeto.
Alguns estudiosos acreditam que a agressão deriva de um processo
biológico, isto é, faz parte da natureza humana e é fomentada através de influências
bioquímicas, neuronais e hormonais.
Os psicólogos sociais, por sua vez, não só discordam como também
criticam as teorias baseadas no comportamento essencialmente instintivo do homem,
alegando que este, ao longo do tempo, desenvolveu mecanismos refinados para o
controle de seus impulsos, além de defenderem que se alguém age de maneira violenta,
exclusivamente impulsionado por seus instintos, isso descaracteriza a agressão, haja
vista que esta é peculiarmente marcada pela intencionalidade do agente.
Portanto, é possível aferir que a agressividade não é uma particularidade
inerente ao ser humano, não “nasce com ele”, mas é adquirida no decorrer de sua vida.
Sobre esse processo de contração de determinado comportamento, existem diversas
explicações psicológicas que o justificam, como por exemplo, as teorias da
aprendizagem e da frustração.
A primeira teoria pode ser subdividida em instrumental e observacional.
A aprendizagem instrumental parte da idéia psicanalítica de que, se uma atitude recebe
um reforço positivo, provavelmente, irá se repetir futuramente. O comportamento
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agressivo pode ser reforçado implícita ou explicitamente, de diversos modos, dentre os


quais destaca-se a aprovação social, a troca por recompensas (como dinheiro e status) e,
especialmente, a impunidade.
No que tange a violência, o Código Tributário Nacional dispôs apenas
sobre o poder de policia em seu art. 78, regulando a segurança.

Art. 78 - Considera-se poder de polícia atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.

Na aprendizagem observacional, acredita-se que o homem começa a agir


de certa maneira após observar a ação de outras pessoas e passa a adotar aquela postura
observada como um modelo a ser seguido. Neste caso, os modelos reproduzidos são
costumeiramente percebidos não somente no convívio direto, mas também através da
televisão e outros meios de comunicação, ao assistir filmes ou programas que enfatizem
a violência, por exemplo.
Já a teoria da frustração-agressão origina-se na idéia de que uma
experiência frustrada pode acarretar em uma reação agressiva, isto é, o indivíduo pode
produzir a agressão quando se deparar com algum impedimento, ilegítimo ou
inesperado, que inviabilize o seu objetivo final. Vale ressaltar que a frustração nem
sempre gera a agressão diretamente e sim algum tipo de raiva ou aborrecimento, que por
sua vez, resulta em uma agressão provocada pela presença de um estímulo, como por
exemplo, uma arma de fogo.
Novamente, a psicologia social vem discordar da teoria proposta, sob o
argumento de que já foram registrados inúmeros casos de violência, nos quais os
agressores não manifestavam raiva, nem excitação e tão pouco eram motivados por
alguma frustração.
Assim como pode apresentar diferentes aspectos de origem, a agressão
também pode ser subclassificada quanto aos motivos ou intenções que a provocam. Tal
critério permite o entendimento de diversas formas de agressividade, como por
exemplo, a agressão hostil; instrumental; simbólica; e sancionada.
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A primeira é decorrente de alterações emocionais (como a raiva) e


vislumbra a produção de dor ou ferimento a outrem. O segundo tipo de agressão tem
por objetivo atingir uma terceira pessoa (fim) e, para tal, é necessário prejudicar, ferir
ou magoar uma outra pessoa ou objeto (meio). Já a agressão simbólica se dá mediante
ofensas, calúnias ou impedimentos que partem do agente para a vítima, podendo ser
hostil ou instrumental. Por fim, a agressão sancionada é o que usualmente chamamos de
legítima defesa e, por apresentar esse aspecto de proteção, acaba sendo aceita pela
sociedade.
Muitas formas de violência, que se configuram em meio para alcançar os
objetivos terroristas, encontram-se tipificadas no Código Penal Brasileiro, como por
exemplo, os crimes de perigo comum, ameaça, assassinatos, seqüestros, confrontos
armados, danos à propriedade (pública e privada), incitação à violência, dentre outros
que perfazem e servem de alicerce para o terrorismo.
O terrorismo é um grande exemplo de agressão instrumental, uma vez
que pessoas inocentes são agredidas para chamar a atenção ou atingir dados grupos
políticos, étnicos ou religiosos. Além de ser considerado, por seus adeptos, um ato
altruísta, pois eles entendem que manifestam toda a sua capacidade de abnegação e
amor ao “próximo” (leia-se próximo como ideologia, proveniente da cultura do
terrorista) ao demonstrar coragem de morrer em prol de uma causa maior.
Considera-se terrorismo determinadas ações criminosas, que a partir do
uso sistemático do terror e da violência física ou psicológica praticados contra
determinada sociedade, têm por objetivo afetar, enfraquecer ou desestabilizar regimes
políticos, religiosos ou étnicos, tornando-os mais vulneráveis e instáveis.
Tais ações podem ser ilustradas através do assassinato de líderes
políticos ou religiosos, a explosão de bombas em locais públicos e de grande
rotatividade. Dois exemplos bastante significativos para demonstrar a tragédia causada
pelos atentados terroristas são: a explosão de duas bombas que destruíram o prédio da
embaixada de Israel, em Buenos Aires, em 1994, matando aproximadamente 80
pessoas, e a explosão de um prédio do serviço público federal norte-americano, em
Oklahoma, que ocasionou a morte de 200 pessoas, em abril de 1995.
Por ser dotado de um acentuado grau de gravidade, causar profunda e
consensual repugnância por ofender, irremediavelmente, valores morais e de
indiscutível legitimidade, em especial a dignidade da pessoa humana, o terrorismo é
considerado crime hediondo.
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Nesse contexto, a constituinte de 88, introduziu, no art. 5º, do capítulo


referente aos direitos e garantias individuais, o inc. XLIII, estatuindo que a “lei
considerará inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o
tráfico de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
los, se omitirem” e o inc. XLIV, que versa da seguinte maneira: “constitui crime
inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático”.
Deste modo, verifica-se a iniciativa de considerar o terrorismo e os
outros crimes supracitados, como uma espécie maior, imperativa e categórica de crime
profundamente repugnante e, portanto merecedora de uma ação punitiva
especificamente mais severa.
No entanto, ao analisarmos o referido inciso, podemos afirmar que essa
não é uma norma auto-executável, em virtude de não descrever objetivamente o
terrorismo. Portanto, tem sua eficácia limitada, haja vista que não tem o condão de
produzir todos os seus efeitos, necessitando, assim, de uma norma integrativa
infraconstitucional.
Devemos ressaltar que há certa dificuldade para se estabelecer uma
definição do tipo penal de terrorismo, já que este possui diversas formas de
manifestação, como por exemplo, o terrorismo político, anarquista e o estatal. Defini-lo
apenas como ato de rebeldia ou de resistência ao estado é abordar apenas parte do
problema, por outro lado, enquadrar as ações do Estado ou as de seus governantes e
administradores, caracterizadoras do terrorismo, é tarefa bastante difícil e complexa, em
virtude dessas muitas ações já configurarem crimes autônomos, como homicídio, lesões
graves, extorsões, seqüestros, genocídios, etc..
O Direito Penal Brasileiro desconhece o crime de terrorismo. Se,
conforme mencionado acima, este se manifesta através de atos de violência e de
destruição despropositadas e decorre de uma posição de extremismo político,
verificamos que, em nosso sistema punitivo, inexiste a incriminação de tais ações com o
nomen júris de terrorismo. Se um indivíduo, por qualquer motivo que não seja de ordem
política, com a denotação de uma bomba, causa a morte de dezenas de pessoas num
aeroporto, não cometerá crime contra a segurança nacional, nem muito menos de
terrorismo, mas diversos homicídios comuns qualificados, em concurso formal
impróprio.
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Contudo, não podemos olvidar que a Lei nº 7.170/83, que “define os


crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social”, pune a conduta de
“Praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias
de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragem, depósitos e
outras instalações congêneres”, com a pena de três a dez anos de reclusão, (art. 15, §§ 1º
e 2º).
Não restam dúvidas de que, do ponto de vista da tipicidade objetiva, esta
forma de ação delituosa pode ser vista como uma espécie de terrorismo, principalmente
se praticada com o objetivo de infringir a ordem ou de causar danos ao Estado
Democrático. Porém, como no Direito Penal prevalece a regra da interpretação
restritiva, se a lei se refere ao ato de sabotagem, torna-se inadmissível atribuir-lhe a
marca jurídica do crime de terrorismo.
Já o art. 20, caput, da mesma lei, pune com a pena de três a dez anos de
reclusão quem “Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, manter em cárcere
privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de
terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à
manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas”. Do ponto de vista
técnico-jurídico, a redação deste dispositivo legal, bastante confusa e ambígua, é
insuficiente para construir uma definição jurídica de terrorismo como tipo penal
autônomo.
Por isso, em conseqüência do princípio da legalidade, ninguém poderá
ser punido por este tipo de crime, enquanto uma lei específica não definir objetivamente
o tipo de conduta denominada terrorista. É preciso que a lei descreva, com precisão e de
forma objetiva, quais as ações caracterizadoras de um possível tipo legal de terrorismo.
Ou seja, o crime previsto no art. 20, caput, da Lei de Segurança Nacional (LSN), não
pode receber o nomen júris de terrorismo, principalmente para o fim de ser marcado
com o rótulo da hediondez e de sofrer as conseqüências penais previstas na Lei de
Crimes Hediondos (LCH).
Para Leal (1996), “a falta de um tipo penal que atenda, no momento
presente, à denominação de especial de ‘terrorismo’ e que, ao invés de uma pura
‘cláusula geral’, exponha os elementos definidores que se abrigam nesse conceito, torna
inócua, sob o enfoque de tal crime, a regra do art. 2° da lei n° 8.072/90”.
Portanto, sob a ótica da extraterritorialidade, se um grupo terrorista
brasileiro viesse a cometer atentados no exterior, onde o fato fosse punível, e ainda que
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eles retornassem para o território brasileiro, tal grupo não seria punido de acordo com as
normas brasileiras, mesmo existindo o princípio da Justiça Universal e da
Extraterritorialidade Condicionada, uma vez que em nossos dois dispositivos legais
existentes sobre o tema, ou seja, as Leis citadas acima, não há a descrição da conduta
típica punível, portanto “não há crime sem lei anterior que o defina”. Logo tal grupo,
iria ser punido apenas no exterior onde possui lei anti-terrorismo.
Não há possibilidade de lutar contra possíveis ataques terroristas apenas
com o direito Penal. A questão que se torna relevante não é a luta contra o terrorismo ou
sua repressão e sim a prevenção. No Código Tributário Nacional não há normas que
regulem prevenção terrorista, no Brasil é cobrada a responsabilidade de se ter uma
atuação efetiva contra o terrorismo, uma vez que este pode ser alvo estratégico de grupo
desta ordem, pelo fato de existirem embaixadas americanas em nosso território, não
estando isento assim de ataques ou atentados.
De acordo com informações da Agência Brasileira de Terrorismo, o
orçamento brasileiro corresponde a cerca de apenas 50% do que seria tido como o ideal.
E sem orçamento adequado, a ação preventiva não pode ser concretizada.
Vale ressaltar que o terrorismo não vigora somente onde prevalece a
arrogância ou ambição de uma nação, em que a imposição pseudo-cultural e a quebra de
um regime coadunam-se com o intuito do enriquecimento da nação impositora. No
âmbito nacional, as estruturas sociais se desintegram a cada dia, através da corrupção,
nepotismo, evasão de divisas, desvios de verbas, negligência, crimes fiscais,
impunidade, injustiça, entre outros.
No que concerne ao discurso humanitário, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos (1948), introduziu mundialmente, através de guerras a precedentes
históricos, uma imagem inédita de cidadania a igualdade, garantindo a prevalência de
tutelas constitucionais nas possíveis Constituições dos países da atualidade, conferindo
à pessoa humana garantias fundamentais, compondo-se de direitos civis e políticos (arts.
3º a 21), bem como direitos sociais, econômicos e culturais (arts. 22 a 28).
Segundo Norberto Bobbio (1992) “os direitos humanos nascem como
direitos naturais universais, desenvolvem-se como direitos positivos particulares
(quando cada Constituição incorpora Declarações de Direitos) para finalmente encontrar
a plena realização como direitos positivos universais”.
Hodiernamente, a defesa da liberdade conjuga-se com a utopia de
igualdade, o que não condiz com as políticas públicas que os governos adotam em
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alguns países, principalmente na América Latina a na África, as quais consistem no


emprego das necessidades básicas elementares, como educação, saúde, moradia, etc.. A
priorização dessas necessidades, segundo PIOVESAN (2000), é fundamental para a
primazia da dignidade, além de ser um requisito indispensável para a titularidade de
direitos.
Os direitos humanos baseiam-se na proteção aos bens jurídicos
considerados essenciais para a dignidade da pessoa humana e são frutos do simbolismo
da luta de classes e ações sociais do pós-guerra. Atualmente percebe-se que o problema
já não é fundamentá-los e sim protegê-los, de forma que os cidadãos que tiveram seus
direitos fundamentais corrompidos, agora pudessem garantir a ordem jurídica e social
que lhes foi dada.
Ao representarmos tais fatos de violência e terrorismo, torna-se
impossível a dissociação da omissão do Estado em relação a estes atos, implicando em
uma análise de até onde vai sua responsabilidade civil perante os fatos.
Ainda sob a ótica constitucional, Lex Mater, em seu art. 37, narra que
pessoas jurídicas de direito público, tal qual as de direito privado prestadoras de serviço
público, responderão pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a
terceiros, seja por dolo ou culpa. Podemos ressaltar que no decorrer do tempo houve a
necessidade de expandir a responsabilidade objetiva do Estado, considerando que este
agia livremente, sendo que tais normas que o dotam de tal responsabilidade surgiram,
gradativamente, no decorrer das reformas constitucionais.
Claramente, percebe-se através desta norma (art.37, CRFB), que não
existe a necessidade de dolo efetivo, bastando a existência de um nexo de causalidade
entre a omissão e o resultado, que se fosse estendido à visão civilista, configuraria ato
ilícito (art.186, Código Civil), que é qualquer ato que, por ação ou por omissão,
negligência ou imprudência, violar direito de outrem, ainda que moral.
No entanto, não se pode só incumbir o Estado sobre estas
responsabilidades, deve-se levar em consideração a responsabilidade civil individual
sobre seus atos.
Sílvio Rodrigues (2007) afirma que a responsabilidade civil se dá a partir
de análise combinada do art. 186 (que narra ato ilícito) com o caput e parágrafo único
do art.927, que versa sobre responsabilidade civil, bem como a responsabilidade do
agente do ato ilícito em reparar o dano, sendo ele dotado ou não de culpa, derivando de
qualquer natureza, ainda seja ela apenas um risco ao direito de um terceiro; partindo da
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concepção de que o direito é uma ciência criada para disciplinar as relações e a vida dos
indivíduos, sejam eles de direito público ou privado (Regina Beatriz Tavares da Silva
APUD Alvino Lima).
Apesar da definição de ato ilícito brotar a partir da omissão ou ação
voluntária, ao se expor a responsabilidade, vai-se alem do que se previa como ilicitude,
estendendo-se, por bem, a mera possibilidade dos direitos alheios serem feridos, ou seja,
bastando que a ação, ou omissão, seja potencialmente arriscada a outrem, ressaltado o
fato de que a culpa e o risco se completam pela finalidade da reparação (Washington de
Barros Monteiro, 2007).
Regina Beatriz Tavares da Silva (2008) defende o caráter genérico destas
normas, que dispõem responsabilidade civil e ato ilícito, para a maior aplicabilidade
possível dos direitos comuns e humanos, extraindo da lei o máximo de seus preceitos.
Salienta ainda a importância de desta responsabilidade, que tange toda a extensão legal,
sendo a égide do ramo cível, mas permeando todos os outros ramos, tanto de natureza
privada quanto pública, por tratar-se da proteção ao direito da pessoa em suas mais
variadas relações.
O terrorismo viola vários direitos básicos da essência da dignidade da
pessoa humana e grande exemplo disso foram as violações cometidas na base militar de
Guantánamo, na ilha ditatorial de Fidel Castro (Cuba), onde inúmeros prisioneiros de
guerra norte-americanos foram impiedosamente torturados, física e psicologicamente.
Sem falar no cerne dessas atrocidades, nas guerras contra o terror, onde milhares de
civis inocentes ficam no meio do fogo cruzado e têm suas moradias implodidas com
bombas e tiros, o que fere totalmente o direito à moradia e, principalmente, o direito à
vida.
É possível concluir que o terrorista é, de fato, um criminoso e, por
conseguinte, merece ser punido. Se um cidadão agride a até mesmo mata outro, por
qualquer que seja o motivo, este sofrerá uma pena e deverá cumpri-la de acordo com a
lei. A sociedade clama por justiça e o Estado, através do seu Poder Judiciário, deve
exercer seu papel e fazer valer o que prega nossa Lex Mater. Quando se fala em
terrorismo, concomitantemente se fala em um Estado afetado diretamente, onde a
sociedade não somente irá sentir-se ofendida, como exigirá medidas de segurança e
atitudes severas e eficientes das autoridades.
No entanto, surgem os questionamentos: como punir determinado ato de
terror? Como o Estado deve se defender? Ora, a primeira resposta seria o “contra-
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ataque”, mediante atos proporcionalmente violentos, mas esse não é o procedimento


correto a ser adotado. O Estado não pode se igualar, até mesmo para não ferir sua
Constituição, ele tem que ser muito cauteloso para não abalar sua própria estrutura,
implantando erroneamente o chamado “terrorismo de Estado”.
Caso houvesse atos de terror por parte do Estado, seriam feridos os
direitos fundamentais da própria sociedade que o constitui, uma vez que o mesmo
passaria a reprimir as pessoas, vigiá-las, agredir cidadãos aparentemente criminosos na
tentativa de obter informações ou, simplesmente, amedrontá-los.
Os direitos humanos têm que ser respeitados e jamais violados, portanto
a sociedade afetada não pode ser submetida a determinados mecanismos de defesa,
como por exemplo, a repressão. O terrorista também tem seus direitos mínimos, por
mais cruel que seja o seu crime, ele não pode ser submetido a tratamentos degradantes,
métodos de tortura e afins, pois isso passaria por cima do próprio Estado Democrático
de Direito, já que confrontaria o texto constitucional.
Alguém que comete um ato terrorista, por mais frio e cruel que seja, tem
direito de defesa e deve ser tratado como um cidadão. A liberdade e a dignidade da
pessoa humana são princípios que garantem ao terrorista um julgamento lícito,
imparcial e dentro dos padrões do Estado. Ele terá direito, por exemplo, a um advogado
e este terá deverá exercer seu papel profissional baseado na ética, independente da
perversidade do ato, e garantir ao seu cliente tudo que está na lei, pois também se trata
de um ser humano.
Embora o terrorista já seja previamente considerado culpado, é dever do
advogado acompanhar o processo e buscar a garantia dos seus direitos fundamentais.
Violência não se paga com violência, não se pode adotar a “Lei de Talião”, onde
prevalece a política do “olho por olho e dente por dente”.
O Estado sempre tem que estar acima, devendo analisar a situação
friamente e com muita sabedoria e serenidade. Nunca deve agir pela emoção, pois desta
forma o grupo terrorista terá alcançado o seu objetivo, ao perceber que a ordem estatal
está abalada, ferida e sem princípios, após ter desconsiderado o que ele mesmo prega. O
terrorismo deve ser combatido com máximo vigor, mas não a qualquer custo.
A partir do pressuposto de que os direitos humanos constituem a base e
o ápice do ordenamento jurídico brasileiro, assegurado pela Constituição, dentre os
direitos fundamentais, fizemos uma trajetória através da violência e do terrorismo,
temática central deste artigo.
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Neste artigo, vimos através das variadas áreas do direito, Constitucional,


Civil, Penal, Tributário, bem como a psicologia aplicada e o estudo das atividades
forenses, as diversas formas de aplicabilidade de um mesmo objeto, tornando claro que
todo conhecimento adquirido é uma unidade indissolúvel de conhecimento que se
interliga e interdepende.

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