m
Dona Clarice sempre gostou de animais. Sabendo disso, seu falecido marido,
há cerca de 15 anos atrás decidiu presenteá -la com um papagaio, espécie da
fauna silvestre brasileira.
Tão logo levado ao convívio da família, ainda filhote, a ave recebeu o nome de
Louro, passando a ser o centro das atenções da casa. Foi ensinado a falar,
cantar, assobiar e comer na mão de Dona Clarice, por todo esse período.
Certa feita, Dona Clarice recebeu em sua casa a visita da Polícia Militar
Ambiental, em atendimento à uma denúncia anônima, que ao confirmar a
manutenção da ave em cativeiro, lavrou Boleti m de Ocorrência (BO), ao
argumento de que a criação ilegal de animais da fauna silvestre brasileira em
cativeiro constitui, além de irregularidade administrativa, ilícito civil e penal.
Aduziu que criou por todo esse período tão somente uma única ave
silvestre, não tendo, em absoluto nenhum intuito comercial ou de
tráfico de animais, reafirmando não existir o propósito lesivo ao meio
ambiente.