1.6.3.
Sintomas A: Odores desagradáveis
P Causas:
- Sobrecarga de esgotos com conseqüente diminuição do tempo de detenção;
- Presença de substâncias tóxicas no esgoto;
- Queda brusca nas temperaturas de esgotos.
P Prevenção e recuperação:
- Se existir uma lagoa facultativa após a lagoa anaeróbia, a medida mais fácil
pra reduzir os maus odores é recircular o líquido da lagoa facultativa para a
entrada do esgoto na lagoa anaeróbia, na seguinte proporção: vazão de
recirculação da lagoa facultativa igual a 1/6 da vazão afluente à lagoa
anaeróbia;
- Quimicamente poderá se reduzir os maus odores adicionando-se porções de
nitrato de sódio em vários pontos da lagoa anaeróbia;
- A adição de cal, 120g de cal para cada 10m3 do volume da lagoa, poderá
também elevar o pH do esgoto e, conseqüentemente, cessar a fase de
fermentação ácida responsável pela produção de gás sulfídrico;
- A adição de cloro deve ser evitada, uma vez que, embora cause
rapidamente o desaparecimento dos maus odores, causará problemas
posteriores para reinício das atividades biológicas necessárias ao
tratamento;
- Como medida paliativa, na ausência de todos esses recursos, poderá ser
lançado, sobre a superfície da lagoa, óleo queimado, que formará sobre o
líquido, uma cobertura protetora, diminuindo a área de desprendimento dos
gases.
Sintomas B: Proliferação de insetos.
O aparecimento de moscas e insetos junto às lagoas indica problemas operacionais.
P Causa:
- Material gradeado ou areia removida (caso existam as unidades grades de
barras e caixas de areia) não enterradas convenientemente ou mesmo
deixados expostos em algum ponto da área externa da lagoa;
- Crescimento de vegetais no talude interno da lagoa, na parte em que o nível
de água está em contato com o talud e;
- A origem de grandes quantidades de moscas poderá também ser
proveniente da película da escuma e óleo sempre presente nas lagoas
anaeróbias, bem como sua disposição inadequada, quando removida.
P Prevenção e Recuperação:
- Havendo grade ou caixa de areia junto à lagoa, o material removido deverá
ser aterrado em valas previamente abertas para este fim. Para maior
segurança, poderá ser lançado querosene sobre o material gradeado, e a
seguir, com o cuidado devido, pode-se atar fogo, para logo em seguida
cobrir com terra, nivelando o terreno;
- Os vegetais deverão ser cortados tão logo ocorra o aparecimento dos
mesmos. Todo cuidado deverá ser dado para que os vegetais removidos não
venham a cair na massa líquida;
- Quando ocorrer moscas junto às lagoas anaeróbias, é sempre conveniente
revolver, com o auxílio de um rastelo ou jato de água, a camada de material
flutuante que cobre as lagoas anaeróbias. Uma outra operação que poderá
ser executada é aplicar, somente sobre a camada de escuma, algum
pesticida ou inseticida em quantidades adequadas de modo a não prejudicar
o funcionamento normal da lagoa.
Sintoma C: Crescimento de vegetais.
P Causas: deve-se diferenciar vegetais aquáticos de vegetais terrestres. Os vegetais
aquáticos são aqueles que aparecem no talude interno das lagoas anaeróbias e que vêm
sempre associados a um ciclo de problemas, ou seja: vegetais → insetos e larvas → ratos →
cobras. Estes vegetais se não forem removidos, poderão prejudicar seriamente até mesmo a
segurança dos taludes, uma vez que com a presença de insetos e aparecimento de ratos, esses
problemas de vazamento e erosão dos mesmos.
P Prevenção e Recuperação
- Para vegetais aquáticos, o melhor corretivo é a remoção total dos mesmos,
evitando nessa operação que os mesmos caiam dentro da lagoa;
- Para vegetais terrestres, isto é, arbustos, ervas, capins que crescem
externamente ao talude, poderá ser aplicado algum produto químico (por
exemplo, arsenito de sódio na proporção de 20 g/m2 ) o que eliminará, por
cerca de 3 anos, novos aparecimentos dessas ervas;
- Poderá ser usada a tradicional capina do terreno.
Sintoma D: Vegetação
P Causas: A vegetação interna em uma lagoa de estabilização facultativa ocorre
quando se tem um baixo nível operacional da lagoa (menor que 60 cm). Este nível
operacional pode ser devido à infiltração ou à pequena contribuição de esgotos. Nas lagoas
com nível operacional acima de 90 cm, dificilmente aparecerá vegetação no fundo da lagoa.
Poderá ocorrer a presença dos mesmos no talude interno, em contato com o líquido.
Associados aos vegetais estarão presentes larvas de insetos, moscas, mosquitos, rãs,
ratos, pássaros e crianças.
P Prevenção e Recuperação:
- Os vegetais nas margens internas deverão ser cortados, evit ando-se que os
mesmos caiam dentro da lagoa;
- Nos projetos novos, deve-se prever a proteção interna do talude na região
do N.A., com uma camada de concreto magro ou material equivalente;
- Os vegetais que crescem no interior da lagoa deverão ser removidos com o
auxílio de canoas ou dragas. Para isso, o nível de água deverá ser reduzido
ao máximo possível, para que se arranque ou se corte estes vegetais em seu
ponto mais inferior;
- Havendo recursos disponíveis na ocasião da construção da lagoa, deverá ser
prevista uma compactação do fundo da lagoa com argila (camada de 10
cm) e a aplicação de herbicida.