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RESUMO DE DIREITO CIVIL OBRIGAÇÕES

PARTE II

1. Formas híbridas das obrigações

Figuras híbridas (cruzamento ou mistura de espécies diferentes) ou


intermediárias são as que se situam entre o direito pessoal e o direito
real. Alguns juristas preferem a expressão obrigação mista. São
elas: obrigações propter rem, os ônus reais e as obrigações com
eficácia real.

1.1. Obrigações “propter rem”:

• Conceito: é a que recai sobre uma pessoa, por força de um direito


real. Só existe em razão da situação jurídica do obrigado, de titular do
domínio ou de detentor de determinada coisa. (Ex.: obrigação imposta
aos proprietários e inquilinos de um prédio de não prejudicarem a
segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos – art. 1277 do CC;
obrigação de indenizar benfeitorias – art. 1.219 do CC; obrigação
imposta ao condômino de concorrer para as despesas de conservação
da coisa comum – art.1315, etc.).

LEMBRE-SE: a prestação é imposta em função da titularidade


da coisa. Portanto, uma vez substituído o titular passivo, ao
adquirente recai o dever de prestar o que se encontra ligado à
coisa.

Essa substituição só vigora enquanto a obrigação real,


continuando ligada a determinada coisa, não ganhar autonomia.
Ex.: terceiro que recebe imóvel do proprietário anterior com obra
em contravenção do direito da vizinhança, não irá reparar os
danos causados, mas estará impedido de fazer obra dessa
espécie.

• Caracteriza-se pela origem e transmissibilidade automática. O


adquirente do direito real não pode recusar-se em assumi-la.

• É importante ressaltar, também, que o caráter de tipicidade da


obrigação propter rem decorrente da sua acessoriedade como direito
real. Diferente das servidões em que a lei permite a sua criação pela
convenção dos respectivos titulares do domínio.

• Natureza jurídica: a doutrina moderna entende que a obrigação


propter rem situa-se no terreno fronteiriço entre os direitos reais e os
pessoais (obrigacionais). Direito misto – tem características de direito
real por recair sobre uma pessoa que fica adstrita a satisfazer uma
prestação, e de direito real, pois vincula sempre o titular da coisa.

1.2. Ônus reais

• Conceito: são obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade,


constituindo gravames ou direitos oponíveis erga omines. O titular só
poderá exercer o direito se suportar o ônus (Ex.: servidão – art.1382;
renda constituída sobre os imóveis – art. 803 e 813. Este instituto está
em desuso – o proprietário do imóvel obrigava-se a pagar prestações
periódicas de sua soma determinada. Art. 754 do CC de 1916)

• Aderem e acompanham a coisa. Quem deve é esta e não a pessoa.

• O titular da coisa deve ser devedor, sujeito passivo de uma obrigação.

1.3. Obrigações com eficácia real

• Conceito: são as que, sem perder seu caráter de direito a uma


prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira
direito sobre determinado bem.

• Certas obrigações resultantes de contratos alcançam, por força de lei,


a dimensão de direito real.

• Ex.: art. 27 da Lei Inquilinária (Lei 8.245/91):

“Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou


promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento, o
locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado, em
igualdade de condições com terceiros, devendo o locador
dar-lhe conhecimento do negócio mediante notificação
judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca.

Parágrafo único. A comunicação deverá conter todas as


condições do negócio e, em especial, o preço, a forma de
pagamento, a existência de ônus reais, bem como o local e
horário em que pode ser examinada a documentação
pertinente.”

Existirá um direito real para o inquilino se tiver registrado


devidamente o contrato, o qual lhe permitirá haver o imóvel,
ou então, exclusivamente, um direito pessoal estampado em
um pedido de perdas e danos. O contrato de locação, com
registro imobiliário, permite que o locatário oponha seu
direito de preferência erga omnes (contra todos).

• Situação semelhante é a do compromisso de compra e venda, em


que, uma vez inscrito no Registro Imobiliário, o compromissário
passará a gozar de direito real, oponível a terceiros.

2. Modalidades das obrigações

Modalidade é o mesmo que espécies. Não há uniformidade de


critério entre os autores, variando a classificação conforme o enfoque
e a metodologia adotada.

• Quanto ao objeto: dar, fazer (obrigações positivas) e não fazer


(obrigação negativa). Há casos em que a obrigação de fazer pode
abranger a obrigação de dar. Ex.: contrato de empreitada com
fornecimento de material.

• Quanto aos seus elementos: dividem-se as obrigações em:

*Simples: 1 sujeito ativo 1 sujeito passivo 1 objeto


todos os elementos no singular. Ex.: João
obrigou-se a entregar a José um veículo.

*Composta ou complexa: quando um dos elementos acima


estiver no plural, a obrigação será composta. Ex.:
João obrigou-se a entregar a José um veículo e
um animal (dois objetos).
A) No exemplo acima será obrigação composta
por multiplicidade de objetos. Esta, por sua
vez, pode ser dividida em:

A.1) cumulativas ou conjuntivas: os objetos


encontram-se ligados pela conjunção “e”, ex.:
obrigação de entregar um veículo “e” um animal;

A.2) alternativas ou disjuntivas: estão ligados


pela disjuntiva “ou”, ex.: entregar um veículo “ou”
um animal. Nesse caso o devedor libera-se da
obrigação entregando o veículo ou o animal.

Alguns doutrinadores mencionam uma espécie


“sui generis” da modalidade alternativa, a
facultativa: trata de obrigação simples ficando
porém ao devedor, e só a ele, exonerar-se
mediante o cumprimento de prestação diversa da
pretendida – obrigação com faculdade de
substituição. Neste caso ela é vista só sob a ótica
do devedor, pois se observarmos sob o prisma do
credor ela será simples.

B) Por outro lado, caso haja mais de um sujeito


seja ele ativo ou passivo, será obrigação
composta por multiplicidade de sujeitos.
Estas, por sua vez, podem ser:

B.1) divisíveis: o objeto da prestação pode ser


dividido entre os sujeitos – cada credor só tem o
direito à sua parte, podendo reclamá-la
independentemente do outro. E cada devedor
responde exclusivamente pela sua quota. Se
houver duas prestações o credor pode exigi-la
dos dois devedores (CC art. 257);

B.2) indivisíveis: o objeto da prestação não pode


ser dividido entre os sujeitos (CC, art. 258).
Lembrando que neste caso, cada devedor é
responsável por sua quota parte, todavia, em
função da indivisibilidade física do objeto (ex.:
cavalo) a prestação deve ser cumprida por inteiro
(art. 259 e 261);

B.3) solidárias: independe da divisibilidade ou da


indivisibilidade, pois resulta da lei ou da vontade
das partes (CC art. 265). Pode ser ativa ou
passiva. Se existirem vários devedores solidários
passivos, cada um deles responde pela dívida
inteira. O devedor que cumprir sozinho a
prestação pode cobrar, regressivamente, a quota-
parte de cada um dos co-devedores (CC, art.
283).

LEMBRE-SE: Nos três casos só há necessidade


de saber se uma obrigação é divisível, indivisível
ou solidária quando há multiplicidade de
devedores ou de credores.

• Obrigações de meio e de resultado: na primeira o devedor promete


empregar seus conhecimentos, meios e técnicas para a obtenção de
determinado resultado, sem no entanto responsabilizar-se por ele. Ex.:
advogados, médicos, etc.; na segunda o devedor dela se exonera
somente quando o fim prometido é alcançado. Se não for alcançado
responderá pelos prejuízos do insucesso. Ex.: transportador – levar o
passageiro são e salvo a seu destino, cirurgião plástico no caso de
trabalho de natureza estética.

• Obrigações civis e naturais: a primeira encontra respaldo no direito


positivo, podendo seu cumprimento ser exigido pelo credor, por meio
de ação; na segunda o credor não tem o direito de exigir a prestação,
e o devedor não está obrigado a pagar, todvia se este,
voluntariamente, paga, não cabe o pedido de restituição da
importância (retenção – único efeito que o direito positivo dá à
obrigação natural) Ex.: dívida prescrita CC art. 882 e dívida de jogo
CC art. 814.
• Obrigações de execução instantânea, diferida e periódica:
Quanto ao momento em que devem ser cumpridas, as obrigações
classificam-se em: a) momentâneas ou de execução instantânea,
que se consumam num só ato, sendo cumpridas imediatamente após
sua constituição, ex.: como na compra e venda à vista; b) de
execução diferida, cujo cumprimento deve ser realizado também em
um só ato, mas em momento futuro, ex.: entrega, em determinada
data, do objeto alienado; c) de execução continuada ou de trato
sucessivo, que se cumpre por meio de atos reiterados, como ocorre
na prestação de serviços, na compra e venda a prazo ou em
prestações periódicas etc.

• Obrigações líquidas e ilíquidas: líquida – certa quanto à sua exis-


tência, e determinada quanto ao seu objeto - expressa por uma cifra,
por um algarismo; Ilíquida, ao contrário, é a que depende de prévia
apuração, pois o seu valor, o montante da prestação, apresenta-se
incerto.

• Obrigações principais e acessórias: as primeiras subsistem por si,


sem depender de qualquer outra, ex.: entregar a coisa, no contrato de
compra e venda; as segundas têm sua existência subordinada a outra
relação jurídica, ou seja, dependem da obrigação principal, ex.: fiança,
juros, etc. Vale ressaltar que a nulidade da obrigação principal implica
a das obrigações acessórias, mas a recíproca não é verdadeira, pois a
destas não induz a da principal (CC art. 184, 2a parte).

BIBLIOGRAFIA

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Paulo: Rideel, 2007.

GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume II:


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atual. São Paulo: Saraiva, 2008.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro, volume 2: teoria


geral das obrigações. 5. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008.

MONTEIRO, Washington de Barros, Curso de Direito Civil, v.4: direito das


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PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito civil: teoria geral


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VIANA, Marco Aurélio Silva. Curso de direito das obrigações. 1.ed. Rio de
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