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Curso Técnico em Química Industrial – 1ª Etapa - Disciplina Psicologia

Professor – Cláudio Vieira de Lima

A) FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA

FILOSOFIA: ETIMOLOGIA E UTILIDADE


A filosofia no Ocidente é um saber regrado, teórico. Constitui-se na busca da construção de um discurso
lógico.
“A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo.”

Merleau-Ponty

A origem da palavra filosofia é grega e significa amor à sabedoria (fhilos = amor, amante, amigo; shopos
= sabedoria, verdade, conhecimento). Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria e respeito pelo
saber.
A filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural
e humana, da origem e causas das ações humanas e do próprio pensamento é um fato tipicamente grego. No
oriente teremos um outro tipo de característica filosófica, onde a filosofia é vista como um modelo de vida, um
conjunto de normas e regras a serem seguidas e o filósofo é considerado um mestre a ser seguido.
Sendo assim, qual a importância e a utilidade da Filosofia nos currículos atuais, na formação educacional
e profissionalizante? Para responder a estas questões, necessitaremos recorrer a indagações sobre questões
éticas fundamentais da filosofia: o que posso saber? O que devo saber? Quais as relações de objetividade,
subjetividade e transcendência permeiam a vida dos seres humanos?
Na busca das respostas a todas estas indagações e utilizando o conceito de que a filosofia é um saber
regrado, constatamos sua utilidade e importância no fato de nos proporcionar condições para refletirmos
acerca dos diversos saberes, não permitindo que nos delimitemos a um mundo fechado, pronto e acabado. A
Filosofia nos proporciona condições não só para transitarmos, mas também para questionarmos os mais
diversos campos do saber.
PARA REFLETIR
Somos convidados diariamente para abraçar o desafio de agir eticamente nas situações comuns, refletir
a respeito com freqüência, não pela preocupação com a “salvação da alma”, por receio do pecado, mas por
desejar uma vida de melhor qualidade. Segundo o professor Zadznajder, esta ética, que parecia vir do céu,
chega pela terra, pela materialidade.
Vivemos um momento concreto de dificuldades de natureza ética que se manifesta na desvalorização
das coisas nacionais, no esvaziamento de instituições que não correspondem aos objetivos para os quais
foram criadas (saúde e educação, por exemplo), na deterioração das relações entre os grupos sociais, na
descrença que há em relação aos que se dedicam à visão curta e estreita, fruto de uma sociedade em que há
um predomínio da mediocridade em detrimento da grandeza.
Essa falta de grandeza se encontra refletida, por exemplo, na existência de pobres que lutam pela
sobrevivência, em circunstâncias miseráveis e degradantes, quase além da capacidade de entendimento de
nossa sofisticada imaginação, lado a lado a um consumismo extenuante e supérfluo das elites. Por fim,
também faz parte das dificuldades éticas uma sociedade do medo em termos nos tornado fruto da
insegurança, da violência, da indiferença, da tolerância, do desencanto, do desemprego e da degradação do
mundo do trabalho, em que já não vislumbramos um futuro, nem cultivamos a esperança.
Na ausência de uma reflexão ética sobre o cotidiano, tendemos a tudo banalizar e aos poucos nos
tornamos insensíveis ao sofrimento dos outros.
ATITUDE FILOSÓFICA: A BUSCA
Admirar-se para problematizar.
Atitude filosófica é o questionamento mais profundo sobre as coisas. O que é o tempo? O que é a
verdade? O que é um valor? É o desejo de conhecer porque cremos no que cremos, porque sentimos o que
sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos.
A atitude filosófica leva à atitude crítica que pode ser negativa ou positiva. A negativa se caracteriza a um
não ao senso comum, às crenças infundadas e repetidas irrefletidamente, aos “pré-conceitos”. A positiva se
caracteriza numa interrogação sobre o ser das coisas, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores
e sobre nós mesmos.

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DO MITO AO LOGOS

Através de um longo processo histórico, a filosofia surge a partir da recusa do mito como explicação para
o ser das coisas e acontecimentos. Existe um movimento do mito ao logos, do saber mítico ao pensamento
racional.
O mito é uma narrativa que conta a história das origens. Trata-se de uma narrativa tradicional, ligada à
autoridade do passado, que integra cultura de um povo. O mito utiliza elementos simbólicos e sobrenaturais,
sendo que suas narrativas normalmente referem-se a um tempo imemorial, não-histórico, que condiciona o
presente e procura dar um sentido a existência humana.
A Filosofia nasce procurando desenvolver um logos racional em oposição ao saber alegórico da narrativa
mítica. Entretanto, logos e mitos são duas metades de uma mesma linguagem e desempenham duas funções
igualmente importantes.
Narra sentido
Linguagem Palavra
Demonstração prova

O logos é uma argumentação que pretende convencer, provar. O mito tem por finalidade apenas a si
mesmo. Acredita-se neles ou não. Ele representa a parcela não-racional presente no pensamento. A força da
mensagem dos mitos reside na capacidade que eles têm de sensibilizar as estruturas profundas,
inconscientes do psiquismo humano.
A linguagem narrativa não tem uma seqüência lógica. A força dela não é a força de demonstrar e sim de
sensibilizar. A linguagem demonstrativa é lógica, científica, passa pelo crivo da razão.

O CONHECIMENTO: EPISTEMOLOGIA E ÁREAS DO CONHECIMENTO


O que é Conhecimento?
Conhecer é representar o que é exterior a mente. A representação é um processo pelo qual a mente
torna presente diante de si algo que lhe é externo, em forma de uma imagem, idéia ou conceito.
Para que haja conhecimento é necessária uma dupla polaridade:
• Polaridade do sujeito cognoscente;
• Polaridade do sujeito cognoscível.
S O Toda consciência é intencional.
Áreas do Conhecimento
Senso Comum: Conhecimento espontâneo da realidade, elaboração irrefletida do saber.
Filosofia: Conhecimento baseado na reflexão acerca dos mitos que impedem a visão da realidade.
Religião: Conhecimento de crenças e dogmas que definem a relação do homem com o sagrado.
Artes: Expressão do conhecimento que traduz a emoção e a sensibilidade.
• Condições de Possibilidades do Conhecimento: Ceticismo e Dogmatismo
É possível o conhecimento?
Só haverá conhecimento, se o sujeito conseguir apreender o objeto, ou seja, representá-lo mentalmente.
O idealismo é a corrente de pensamento que privilegia a polaridade do sujeito, enquanto que o realismo
e o materialismo acentuam a polaridade do objeto.
É possível o sujeito apreender o objeto?
O ceticismo atesta a impossibilidade de se conhecer a verdade. O dogmatismo por sua vez afirma a
possibilidade de uma verdade absoluta.

FILOSOFIA E CIÊNCIA
Relações e Contradições:
A ciência vem do latim scientia que significa “sabedoria”, “conhecimento”. Podemos dizer, de modo bem
simples, que a ciência se caracteriza pela busca de conhecimento sistemático e seguro dos fenômenos do
mundo.
Um dos objetivos básicos da ciência é tornar o mundo compreensível, proporcionando ao ser humano
meio de exercer controle sobre a natureza. Assim, desenvolvendo uma visão positivista da ciência Bronowski
afirma que através do conhecimento científico o “homem domina a natureza não pela força, mas pela
compreensão”.

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Mas será isto possível?
O filósofo alemão Nietzsche já dissera que não. Para ele, não é natural e pacífico conhecer a natureza.
O conhecimento se dá através da força e da dominação, isto é, todo conhecimento implica poder.
Sobre esta relação entre ciência e poder, Horkheimer e Adorno diriam, tempos depois: “o ditador trata o
homem como o homem trata a natureza: ele os conhece para melhor os controlar.”
Assim, nessa visão negativa da ciência a insaciável sede de conhecimento transformou o mundo num
inferno tecnológico e causou certa regressão dos valores humanos.
Cabe, portanto, à filosofia refletir sobre essa ambigüidade da ciência, suas pretensões, suas
possibilidades, seus acertos e seus erros, buscando compreender algumas questões como, por exemplo: qual
a especificidade do saber científico, quais as condições e limites desse conhecimento, qual o sentido da
ciência, qual o valor da ciência para a vida humana, quais os limites da atividade científica.
O MITO DA CIÊNCIA
Rubem Alves chama a atenção para o perigo de mitificar a ciência e os cientistas. Ele afirma: “O cientista
virou um mito. E todo mito é perigoso, porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento. Este é um
dos resultados engraçados (e trágicos) da ciência. Se existe uma classe especializada em pensar de maneira
correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente
fazer o que os cientistas mandam.”
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência, p.11.

ASPECTOS IDEOLÓGICOS: FILOSOFIA TEMÁTICA


TRABALHO E IDEOLOGIA
Visão filosófica do trabalho:

Pelo trabalho o homem se autoproduz: desenvolve habilidades e imaginação, aprende a conhecer as


forças da natureza e a desafiá-las, conhece as próprias forças e limitações, relaciona-se com os
companheiros e vive os afetos de toda relação, impõe-se uma disciplina.

Através do trabalho, o homem não permanece o mesmo, pois o trabalho altera a visão que ele tem do
mundo e de si mesmo.
Trabalho e alienação

Alienação é a perda da autonomia, é ser comandado de fora. Segundo Karl Marx o surgimento do
capitalismo determinou um trabalho que intensifica a procura do lucro confinando o operário à fábrica,
retirando dele a posse do produto. Ocorre então o que Marx chama de fetichismo da mercadoria, ou seja, o
produto é mais importante que o operário que o produz, o que leva à humanização da mercadoria e a
coisificação do homem, sendo o próprio homem transformado em mercadoria (sua força de trabalho tem um
preço no mercado). “racionalização” do processo de trabalho traz em si uma irracionalidade básica.
Desaparece a valorização do sentimento, da emoção, do desejo.

Qual o posicionamento dos profissionais da saúde, de modo geral, dentro da teoria


de Marx?

MERCADO DE TRABALHO
PARA REFLETIR

Nossa sociedade é regida pela solidariedade orgânica, ou seja, há a divisão especializada do trabalho de
acordo com a necessidade. Isto implica em uma série de concepções a respeito do valor do trabalho, do
comportamento humano no trabalho, a busca por novas especializações, o próprio valor do trabalho bem
como o novo perfil profissional exigido pelo mercado.
O
objetivo do trabalho é produzir produtos (bens ou serviços) para satisfazer as necessidades das pessoas.
Todo trabalho é um projeto de vida e um veículo do aprendizado. Na era do conhecimento, deixar de aprender
hoje significa impossibilitar o aprendizado do amanhã. Para que isto não ocorra, o profissional necessita
estudar e se atualizar continuamente.

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Novo Perfil Profissional
O trabalho em equipe hoje é altamente valorizado e o grande diferencial é a forma com que o profissional
irá lidar com as diferenças individuais. Mas não só saber trabalhar em equipe é garantia de sustentação no
mercado de trabalho, há ainda a exigência de outras habilidades importantes tais como: competência técnica,
competência interpessoal, iniciativa e dinamismo, facilidade de comunicação.
O Comportamento Humano no Trabalho
O comportamento humano é complexo e resulta da inter-relação de variáveis internas e externas. As
variáveis internas que influem no comportamento humano são: a competência (compreende ações
adequadas), energia biopsíquica (direciona as atividades) e ideologia (abrange idéias, valores sociais,
políticos e religiosos).
GLOBALIZAÇÃO
O Mundo Globalizado
Não existe um modelo de humanização válido para todo o tempo e lugar, uma vez que os projetos
variam de acordo com o texto histórico-social vivido. Toda mudança na história da humanidade provoca o que
chamamos de ruptura de paradigma, ou seja, as normas, os padrões, os exemplos que orientam a
compreensão do mundo e de nós mesmos.
Depois do Renascimento e da Idade Média, a humanidade através de vários movimentos filosóficos,
artísticos, políticos, etc., conheceu o que chamamos de modernidade.
A constatação de que nem sempre o progresso melhorou a qualidade de vida humana, tem nos levado a
repensar os valores da modernidade. As grandes descobertas tecnológicas no campo da automação, robótica
e microeletrônica transformaram radicalmente não só as fábricas, mas o setor de serviços, a cidade e o
campo, as residências, os transportes e a comunicação. A influência esmagadora da mídia e da informática
no cotidiano das pessoas fez mudar a maneira de sentir e de pensar, devido ao predomínio da imagem, da
informação abundante e fragmentada, fatores que provocam inclusive alterações na percepção humana de
tempo e espaço.
Mas o que mudou? No mundo do trabalho muitos conceitos se alteram. A ampliação do setor de
serviços, acelerada pelo refinamento da sociedade informatizada, desloca cada vez mais o núcleo das
atividades para a região urbana, a automação atinge as fábricas e também o campo, o mercado exige um
trabalhador de formação abrangente, capaz de se adaptar com rapidez a condições sempre diferentes, que
pedem iniciativa, capacidade de decisão, criatividade e disponibilidade para o novo. Tudo isso contribuindo, é
claro, para o desemprego estrutural.
A globalização da economia permitiu ao mercado mundial determinar a produção, distribuição e consumo
de bens. Na política houve o fortalecimento do neoliberalismo e o confronto de forças no espaço
mundializado.
No campo do saber, novas tecnologias eletroeletrônicas e a tendência holística no lugar da
especialização (interdisciplinaridade). Na educação, verificou-se a necessidade de cuidar da “educação
permanente” e acesso à informação mediante uma autoformação. Na comunicação, uma grande utilização
das infovias.
Na cultura, houve o advento da cultura de massa, descaracterizando as culturas tradicionais e as
diferenças individuais. Assim, nas minorias surgiram as bandeiras mundiais que lutam pela ecologia, direitos
humanos, emancipação dos excluídos do poder como mulheres, negros, gays, etc.
VIOLÊNCIA
A violência no dia-a-dia:
Quando assistimos a algum programa de televisão sobre a violência, é inevitável que o enfoque principal
seja o roubo à mão armada, o assassinato e o estupro, enfim, os atos de indivíduos isolados que amedrontam
as famílias nas grandes cidades.
Será que as piores formas de violência são estas? Afinal, o que é a violência?
Existe a violência quando alguém voluntariamente faz uso da força para obrigar uma pessoa ou um
grupo a agir de forma contrária à sua vontade, quando os impede de agir de acordo com sua própria intenção
ou, ainda, quando priva alguém de um bem. Dentre os diversos tipos e violência destacaremos três tipos de
violência que ocorrem com mais freqüência que são: a violência física, a violência simbólica e a violência
passiva.
Erroneamente as pessoas associam a pobreza como a principal causa da violência, o que não é
verdade. Pesquisas apontam como principal causa da violência a insensibilidade humana, ou seja, apontam
que a violência tende a progredir em sociedades cujos indivíduos permanecem poucos criativos, que
perderam o sentido da existência e a esperança em dias melhores.

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Não resta dúvida que a questão da violência passa pela questão da ética e da política. Portanto, a sua
diminuição só será possível quando baseada em um projeto social voltado para uma política verdadeiramente
democrática e para formação moral das pessoas.

LIBERDADE

“Nossa liberdade é uma liberdade condicionada, uma liberdade em condição humana, nossa vida se
desenvolve entre os limites inacessíveis de uma liberdade zero e de uma liberdade infinita.”
Georges Gusdorf
Somos livres ou determinados pelo momento e pelo meio?
Mal-entendida, negada, almejada, sobretudo usurpada, a liberdade sempre foi uma questão fundamental
na história da Filosofia e da humanidade.
O conceito de liberdade é complexo. Como se definiria liberdade? Se pensarmos em autodeterminação,
em alternativas de escolhas, em decisão, em fazer ou não algo sem sermos obrigados a isso, estará, quem
sabe, no caminho certo. Mas logo teremos que enfrentar outros desafios: como somos livres, se não podemos
fazer tudo o que queremos? Os fatos que mudam os rumos de nossas vidas e de nosso país podem ser
evitados ou previstos? É possível construir uma nova sociedade justa e fraterna?
Na verdade, não existe liberdade zero. Por mais escravizada que se ache uma pessoa, sempre lhe sobra
algum poder de escolha. Nem que seja entre a vida e a morte. Somos, pois, limitados, condicionados,
determinados por uma série de fatores que não dependeram nem dependem de nossa vontade.
Mas as restrições à liberdade não são criadas apenas pelos indivíduos, isoladamente. É na organização
social e política que é engendrada a maioria dos entraves à liberdade. Um povo de analfabetos, doentes e
famintos tem uma liberdade de acordo com suas condições subumanas.
É na ação, na prática, que se constrói a liberdade, a partir dos desafios que os problemas do existir
apresentam ao ser humano. As soluções não decorrem de escolha entre alternativas dadas, mas exigem
imaginação criadora, invenção, “ardis da razão”.
A questão da liberdade perpassa por duas correntes de pensamento, ou seja, o determinismo absoluto e
ao fatalismo. No determinismo absoluto o homem é previsível e controlável como uma máquina (mecanismo)
e o fatalismo ou destino é a crença de que os fatos de nossa vida dependem não só do exercício de nossa
liberdade, mas da vontade de forças superiores, como Deus ou deuses. Se não existe liberdade, também não
existe responsabilidade. Se somos determinados pelo destino, não há como responsabilizar os desonestos,
os exploradores, os ladrões e os assassinos, pois seriam todos vítimas do destino.
Sugestão de Filmes: O Instinto, Contato e O Óleo de Lorenzo.
EXERCÍCIOS
1. Com base no que leu e discutiu em sala de aula, conceitue Filosofia e descreva sua utilidade dentro
da sua profissão
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2. A que busca a atitude filosófica se propõe e o que ela acredita conseguir através desse caminho?
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3. Descreva como se deu a passagem do mito ao logos.
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4.O que é conhecimento, como ele se dá e quais são as condições de possibilidades do conhecimento?
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5. Em sua opinião, a verdade existe?
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6. Qual é o papel fundamental da Filosofia na Ciência?
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7. Você concorda que as considerações científicas aceitas de forma irrefletida podem vir a se tornar um
dogma? Justifique.
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8. Analise a seguinte frase de Rubem Alves: “Quanto maior a visão em profundidade, menor a visão
em extensão. A tendência da especialização é conhecer cada vez mais de cada vez menos.”
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9. Quais são as conseqüências da globalização para a área da saúde?
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10. Indique as principais causas da violência e como ela se estrutura.
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11. Qual a relação existente entre individualismo e liberdade?


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TEXTOS COMPLEMENTARES
1.Bioética

O fascínio que a genética desperta fica ligado aos mitos de que ela pode prever o futuro e criar (mito do
divino) e transformar um ser em outro (mito do mágico). Que o projeto genoma nos dará o grande livro da vida
que bastará ler página para conhecer o destino de uma pessoa é uma afirmação devastadora do ponto de
vista ético e ridícula do ponto de vista científico. Do conhecimento básico da genética, como já mencionado, o
ambiente é que modula a expressão dos genes. Nascemos com os genes que nos permitirá desenvolver a
fala, mas se não houver o convívio com quem fala, ela jamais se desenvolverá. A possibilidade de se
humanizar é genética, mas a humanização não é geneticamente determinada. A humanização só é concebida
no interior da sociedade. O ser do indivíduo é determinado pelos seus conhecimentos, seus valores, suas
tradições. Assim, o grande livro da vida vai falar bem mais da animalidade do homem do que da sua
humanidade.
Podemos imitar, copiar, transferir a vida, entendida como a molécula do DNA, mas criar a vida “de novo”
não está ao nosso alcance.
2.Consciência Crítica – Consciência de Valores
A expressão “Consciência crítica” teve um momento muito forte no Brasil, durante o período em
que sofríamos com as perseguições políticas. Ter-se como crítica era motivo para que a pessoa fosse
colocada sob reserva pelo regime, pois essa expressão era muito usada pelos grupos contrários à
política adotada. Ser consciente significava posicionar-se contra essa política. Os adeptos do regime
não usavam muito ou quase nunca essa expressão.
Por consciência podemos entender o fato de termos a percepção do que se passa em nós e ao nosso
redor. Pode-se dizer que uma pessoa tem consciência quando consegue perceber o mais claramente possível
o que está se passando e vivendo na sociedade de que participa, do mesmo modo como aquilo que ocorre
com ela pessoalmente.
A expressão crítica nos dá a idéia de que ser crítico é ter um cuidado no modo de abordagem. É fazer
uma análise atenta e minuciosa. É refletir, ou seja, ter crítica não é só, como muitos pensam, falar mal ou bem
de alguém. Em muitas situações, normalmente se usa a palavra crítica para falar mal; outros usam a
expressão crítica positiva, mas, mesmo assim, falam o negativo, talvez para que este não seja chocante para
a pessoa, para que esta não se “ofenda”. Acima de tudo, devemos saber que, para ser crítico ou refletir de
modo crítico, é preciso que tenhamos critérios.
Os critérios são buscados nos valores, a partir do que podemos estabelecer como sendo crítico ou não.
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Para servirem de critérios, os valores devem ser explícitos. Critérios não-explícitos são uma forma de
camuflar, esconder a análise que fazemos, até mesmo como um modo de não sermos avaliados por aquilo
que fazemos ou dizemos.
Fazer uma crítica é ter um cuidado no estabelecimento de critérios, para uma decisão, avaliação de algo
que temos diante de nós. E, a partir daí, podemos decidir o que é verdadeiro e falso, o que se deve fazer ou
não. É uma forma de decisão com mais clareza e segurança.
Os Valores
Vistos os conceitos de consciência e crítica e tendo percebido que os termos podem ser usados em
contextos diferentes para situações diferentes, cabe-nos buscar uma forma de podermos aprender a fazer
crítica. Não nascemos críticos e, muito menos, conscientes. Nossa consciência e criticidade dão-se pelo modo
como nos inserimos na realidade.
O modo de inserção revela os critérios, os valores que admitimos ou não. Nossa necessidade de critérios
fundados em valores tornou-se extremamente importante pelo fato de vivermos em uma sociedade
manipuladora. Os dados, quando nos chegam, estão muitas vezes maquiados pelos mais diferentes
interesses e, portanto, precisam ser discernidos.
Os valores, uma vez bem estabelecidos e definidos, é que nos possibilitarão configurar a vida de modo
que possamos ser críticos, não manipulados. Uma vez tendo os critérios de forma clara, ficamos até
surpresos, pois eles nos possibilitam sermos criativos diante da realidade.
A partir disso, podemos dizer que temos um pensamento crítico quando temos um certo rigor em nosso
modo de pensar e viver. Do mesmo modo, devemos saber que, para sermos críticos, devemos ser criativos
naquilo que percebemos como aceitável ou não, desenvolvendo então nossas potencialidades pessoais,
culturais, etc. Assim, ter consciência crítica é não se lamuriar com os fatos, mas ser criativo diante deles,
buscando uma inversão da realidade manipulada, agindo com valores.
Critérios de Escolha
Mas, ainda assim, podemos nos perguntar: como escolher com critérios, vivendo em uma sociedade que
nos oferece as mais diferentes possibilidades valiosas? Devemos reconhecer que não é fácil . Que tipo de
valores devemos escolher? Que critérios devemos ter para escolher esses valores? Embora nos seja difícil
elucidar a totalidade dessa resposta, podemos esboçar alguns critérios que nos ajudarão na escolha.
Em primeiro lugar, devemos escolher aqueles valores que edificam, realizam tanto a dimensão pessoal
como a social. Não sobrepor uma a outra, embora devamos saber que, às vezes em determinados
momentos, uma precisa estar menos valorizada para que tanto o pessoal como o social atinjam o que todos
buscamos, ou vice-versa. Segundo, escolher o que é de maior abrangência possível, ou seja, aqueles valores
que tenham maior durabilidade e sejam os mais amplos possíveis, que beneficiam a todos o melhor possível.
Ter consciência crítica é fazer a vida com escolhas que sejam as mais claras e seguras possíveis. Se
tivermos a certeza de que essas escolhas foram as mais bem avaliadas, teremos maior segurança no que
fazemos.
Enfim, ter consciência crítica é fazer a vida acontecer em todas as suas dimensões possíveis e que esta
seja boa para todos quando dela participem e dependem.

Questões para Debate

1 – Como é possível ser crítico numa sociedade globalizada como a nossa?


2 – As pessoas, em geral, na sociedade em que você vive, preocupam-se em ter uma visão crítica
de sua realidade? Por que?
3 – Que valores você destacaria como sendo os mais necessários para ser consciente da sua
realidade? José Antônio F. Meister, professor de Filosofia na PUC/RS.

3.O Ser Humano: Sujeito ou Objeto


“Eu sou mais eu.” Você já ouviu esta expressão em algum comercial. Algum pai, alguma mãe já a
“engoliu” como desaforo de adolescente. Para este, é o supremo argumento dos próprios atos;
decidir o destino da própria vida. Esta é a grande conquista da modernidade.
O homem contemporâneo de fato conquistou a sua autonomia ou apenas criou formas mais sofisticadas
de dominação? O homem é sujeito ou objeto de sua existência? O homem não nasce pronto, precisa tornar-
se.
É de todos conhecida a frase do filósofo Heidegger: “O homem é um ser-no-mundo.” O termo mundo é
empregado em múltiplos sentidos, mas sempre designa uma totalidade, um conjunto. Assim falaremos de três
mundos: o objetivo, o subjetivo e o simbólico. O mundo subjetivo é o que habitualmente chamamos de
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mundo, o conjunto de seres que compõem a natureza, o universo, o cosmos. O mundo subjetivo é a
totalidade de nossas capacidades inferiores, como a inteligência, os sentimentos, a vontade. É o que
queremos indicar quando falamos “lá dentro”, “lá no fundo”. O mundo simbólico é o conjunto de signos,
símbolos, mitos, expressões que compõem a linguagem humana.
O primeiro mundo que se descobre é o objetivo. O recém-nascido não terá mais a temperatura
constante: será frio e quente. O aconchego do ventre materno é trocado por um amontoado de panos e até
fraldas por trocar. Não adianta chorar, é necessário passar por este conflito com a realidade objetiva.
Pelos três anos a criança começa a dar-se conta de si, do seu eu, a consciência. Descobre o mundo
inferior. Muitas vezes diz: “será que tem outro eu igual a eu”. É possível pensar; dizer isto é meu; ter
segredos. Mas tudo passa. “Será que eu também vou ter um fim?” É o pesadelo da morte. É a dura
descoberta do mundo subjetivo.
O Domínio dos “Símbolos”
O problema que queremos refletir é como o ser humano liga estes dois mundos. O objetivo e o subjetivo
passam pela mediação do mundo simbólico. Com o choro a criança manifesta que está com fome, que quer
atenção. Ela compreende e controla o seu mundo pela linguagem. Com uma fórmula matemática posso
representar o movimento de um carro. Com uma música posso manifestar o quanto gosto de uma pessoa.
Todo agir humano passa pela linguagem. Os símbolos são criações abstratas com as quais representamos e
relacionamos o mundo que nos cerca.
A linguagem não é a criação isolada de uma pessoa, envolve uma comunicação lingüística. Com a
linguagem aprendemos o mundo humano. Dentro deste mundo construímos nossa existência. Em 1920, na
Índia, foram encontradas duas meninas que viviam com lobos. Amala com um ano e meio, morreu um ano
depois e Kamala, com oito anos, morreu em 1929. Kamala comunicava-se com gestos, usava em torno de 50
palavras, cumpria apenas ordens simples. Teve uma humanização muito lenta. A americana Helen Keller
nasceu cega, surda e muda. Até os sete anos esteve completamente afastada do mundo humano. Quando a
professora Anne explorou seus outros sentidos, tornou possível a aprendizagem do mundo simbólico humano.
Estes exemplos mostram que o acesso ao sujeito passa necessariamente pelo mundo da linguagem. Aí
construímos pensamentos, sonhos, ídolos, ideais, mitos, sentimentos, ciência e o sentido para a própria
existência. Depois da era da ciência, estamos retornando à linguagem mítica. O não é tanto uma explicação
da realidade, mas tem a força de mover as atitudes das pessoas.
O mito é uma construção no mundo da linguagem ainda sem crítica sobre a realidade como sobre o
sujeito. No campo religioso as pessoas buscam cada vez mais o milagre que arrasta milhares de pessoas. No
campo econômico é conhecida a afirmação: a propaganda é a alma do negócio. Na realidade o mito é a alma
do negócio e a propaganda uma fábrica de mitos. Nos anos 50 era necessário fumar para ser homem. Hoje,
fumar é sentir-se herói. Pensando bem, ser macho, ser herói, o que isso tem a ver com tabaco, alcatrão,
nicotina?
A forma de escravizar as pessoas nos dias de hoje é dominar o seu mundo simbólico. Talvez dê para
entender porque na América Latina as ditaduras militares foram substituídas por grandes redes de televisão.
Ser sujeito ou ser objeto depende de nossa capacidade de discernir e dispor sobre o nosso mundo simbólico.

Questões para Debate


4 – Em que consiste a verdadeira liberdade? Bruno Odélio
5 – Quais são os mitos que nos enganam? Birck, professor
6 – Quais são as principais escravidões que tornam a pessoa de Filosofia na
objeto? PUC/RS.

4.O Sonho dos Ratos

Era uma vez um bando de ratos que viviam no buraco do assoalho de uma casa velha.
Havia ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, da
roça e da cidade.
Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam imanados em torno de um sonho comum:
um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo seria a suprema
felicidade...
Bem pertinho modo dizer. Na verdade, o queijo estava imensamente longe, porque entre ele e os ratos
estava um gato... O gato era malvado, tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas
bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo e,
era uma vez um ratinho...
Os ratos odiavam o gato.
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Quanto mais o odiavam mais irmãos se sentiam.
O ódio a um inimigo comum os tornava cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse
ou sonhavam com um cachorro...
Como nada pudessem fazer, reuniam-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o
comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica
filosófica dos gatos. Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais.
“Quando se estabelecer a ditadura dos ratos”, diziam os camundongos, “então todos serão felizes...”
- O queijo é grande o bastante pra todos, dizia um.
- Socializaremos o queijo, dizia outro.
Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções.
Era comovente ver tamanha fraternidade.
Como seria bonito quando o gato morresse! Sonhavam.
Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia.
Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem; crescem sempre.
E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando “o queijo já”... Numa bela manhã, o gato tinha sumido.
O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria uns poucos passos para fora do buraco.
Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era. O gato havia
desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um grito retumbante de alegria. Todos se
lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum.
E foi então que a transformação aconteceu. Bastou a primeira mordida. Compreenderam,
repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de
crescer, diminuem. Assim, quanto maior o número de ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os
ratos começaram a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam, cada um para a boca dos
outros, para ver quanto queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram. Arreganhavam os dentes.
Esqueceram-se do gato. Eram seus próprios inimigos.
A briga começou.
Os mais fortes expulsaram os mais fracos a dentadas.
E, ato contínuo, começaram a brigar entre si.
Alguns ameaçaram chamar o gato, alegando que só assim se estabeleceria a ordem. O projeto de
socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos: “Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado dos
seus proprietários para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo
dono.” Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar
esperando...
Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que havia acontecido. O
mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo.
Tinham todo o jeito do gato, o olhar malvado, os dentes à mostra.
Os ratos magros nem mais conseguiam perceber a diferença entre o gato e os ratos de agora. E
compreenderam, então, que não havia diferença alguma. Pois todo rato dono do queijo vira gato. Não é por
acidente que os nomes são tão parecidos.
RATO + QUEIJO = GATO
Rubem Alves
5. Individualismo e Responsabilidade
O ser humano pode ser definido um ser extraordinário e surpreendente. Extraordinário porque
não existe outro igual a ele: é único; e surpreendente porque não se apresenta de forma pronta, porém
se faz continuamente. Devido a estas características ele é um ser que necessita ser educado.
Na educação do ser humano temos que levar em conta duas características fundamentais: a
singularidade e pluralidade. A singularidade mostra que ele é um indivíduo e a pluralidade que ele é um ser
social, vive com outros. Portanto, a educação do ser humano necessita superar a tensão do individual frente
ao coletivo.
A fim de que se possa ter uma noção mais clara do tema individualismo e responsabilidade, é preciso
compreendê-lo unindo estes três aspectos: o antropológico, o educacional e o ético.
O Antropológico
O ser humano se distingue de todos os demais seres vivos pelo fato de que reúne em sua natureza três
aspectos fundamentais: o cognitivo, o volitivo e o sensorial. São três aspetos que interagem num todo, não
podendo ser separados um do outro. O cognitivo diz respeito à dimensão do conhecimento: o volitivo à
dimensão emocional, do desejar, do querer; e o sensorial à dimensão dos sentidos. Estes três aspectos dão
ao ser humano a característica de ser extraordinário e surpreendente.

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Ser um ser único é uma vantagem e, ao mesmo tempo, uma desvantagem. A vantagem está no fato de
que o ser humano tem um potencial quase ilimitado de realizações, podendo, com isso, desenvolver suas
capacidades e determinar objetivos para a sua vida.
A desvantagem está no fato de que nunca está definitivamente pronto e, por isso, sempre revela alguma
carência e necessidade. E é justamente por isso que se reveste de fundamental importância o processo
educativo do ser humano para: 1) dar sentido às suas realizações e, 2) dar conteúdo às suas necessidades.
O Educativo
O que é educação? Para muitos hoje não está clara a diferença entre ensino e educação. Por ensino se
entende o conteúdo transmitido pelas diversas matérias que compõem os programas dos cursos de 1º, 2º e 3º
graus. Por educação se entende o processo de formação do ser humano para exercer sua cidadania.
Enquanto que o objetivo do ensino é formar o indivíduo, a educação se preocupa em formá-lo para a
sociedade. Hoje o ensino está reduzido a ser um processo formal que se dá dentro de uma instituição
chamada Escola. Mesmo que haja muitas críticas a este processo o maior erro, porém, que hoje está se
cometendo é que, juntamente com a institucionalização do ensino, se quer igualmente institucionalizar a
educação.
É um equívoco lastimável confiar o processo educativo do ser humano a instituições cujos fins não são
propriamente os educativos. A educação é um processo muito mais amplo, que inicia na família passa pela
escola, pela igreja, enfim, por todas as instituições que promovem o homem, a cultura e os valores da
sociedade. Querer reduzir e atrelar a educação ao ensino formal da escola é querer decretar a falência de
ambas e, o pior, a do próprio ser humano e da sociedade.
Não que a escola seja apta para assumir ambas as tarefas, porém, a educação transcende à escola. O
ser humano passa pela escola e não permanece nela. Ele está no mundo, na cultura, na sociedade.
A instituição que no passado desempenhou um papel fundamental no processo educativo do ser humano
mas que hoje, por passar por sérias crises, está relegada a um plano secundário na questão da educação, é a
família. Ela, como já diziam os latinos, por ser a “célula mãe” da sociedade, deveria ser revitalizada para que
pudesse cumprir sua importante e decisiva função de educadora do ser humano.
Infelizmente, mas esta é a triste realidade, a grande maioria das famílias abriu mão do direito de educar
seus filhos e transferiu à escola o compromisso da educação.
O Ético
Só o ser humano é um ser ético. As diferentes espécies de animais se relacionam de forma instintiva
com os demais membros do grupo. Eles não possuem moral e, por isso, não têm a necessidade de vínculos
éticos. Somente o ser humano, devido às características antropológicas, se relaciona com os demais
membros de sua espécie, não de forma instintiva, mas de forma racional, responsável e consciente.
É, pois, tarefa da Ética explicitar os princípios pelos quais o indivíduo deve agir para que assuma, de
forma responsável e consciente, sua conduta frente ao semelhante para promover o bem comum.
O ser humano não nasce com uma ética pronta e definida, mas ela precisa ser construída através do
processo educativo. E para isso temos que ter muito claro quais são os valores permanentes que formarão o
indivíduo para que ele assuma com responsabilidade e consciência a construção de uma sociedade mais
justa, fraterna e humana.
Individualismo e responsabilidade não são simples conceitos filosóficos, mas são o eixo motriz da vida
humana. Infelizmente a realidade dos fatos nos mostra que o ser humano, a educação, os valores, a ética, a
cultura e a sociedade não fazem parte das preocupações e decisões políticas dos nossos governantes de
hoje.
Questões para Debate

1 – O que significa dizer que o ser humano não está pronto, mas se faz continuamente?
2 – Em que situações concretas o coletivo interfere no individual?

Nereu Ruben Haag, professor no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da PUC/RS.


B)PSICOLOGIA
Definindo a Psicologia
Psicologia: A Palavra Psicologia é derivada das palavras gregas
Psique = alma
Logos = estudo
E, hoje em dia é comumente definida como a ciência que estuda o comportamento e os processos
mentais.

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Se imaginarmos alguém que, ao fazer vários exames médicos se depara com a notícia de que
biologicamente nada tem, questionaremos então, porque ela se queixa de desânimo, angústia, e de não estar
se sentindo bem? Essa atitude denuncia que o corpo não é formado somente por parte biológica, mas
também, por ou outro lugar de onde vem essas queixas e a que denominamos psiquismo. Sendo assim,
podemos dizer que Psicologia estuda o Psiquismo.
Dentre os assuntos investigados pelos psicólogos estão: o desenvolvimento, as bases fisiológicas, o
ajustamento, a linguagem, a consciência e a emoção. Desta maneira, a Psicologia aborda três divisões
principais:
•Psicologia Geral
•Psicologia Experimental
•Psicologia Aplicada
A Psicologia Geral abrange todos os aspectos da Psicologia em si, ou seja, estuda os fenômenos
psíquicos em suas manifestações gerais. Analisa o ser humano como um ser Bio-psico-social.
A Psicologia Experimental é destinada a observar manifestações psíquicas, formulando teorias e
técnicas para compreender e modificar comportamentos.
A Psicologia Aplicada utiliza os princípios e descobertas da Psicologia geral para fins de situações
práticas da vida cotidiana. Ela subdivide-se em Psicologia Educacional. Psicologia organizacional e Psicologia
aplicada à indústria.
Muitas pessoas confundem Psicólogos e Psiquiatras, provavelmente pelo fato de que ambos podem
trabalhar em campos ligados à saúde mental, diagnosticando e tratando de pessoas com problemas
psicológicos leves ou graves. A diferença entre esses dois profissionais se dá através da formação
acadêmica. Os Psicólogos Clínicos normalmente passam cerca de cinco anos na faculdade aprendendo
sobre comportamento normal e anormal, aplicação de testes, diagnóstico e tratamento. Preparam-se para a
realização de pesquisas que aprimorem a compreensão desses assuntos. Após sua formação, Os Psicólogos
Clínicos trabalham como estagiários em clínicas, hospitais e como professores de comportamento em
instituições de ensino e universidades. Recebem o título de Ph.D em Filosofia (Doutor em Psicologia).
Os Psiquiatras, diferente dos Psicólogos, completam a faculdade de Medicina e já saem com o título de
Doutor em medicina (M.D.). Para se qualificarem como Psiquiatras, tornam-se residentes em uma instituição
de saúde mental por três anos em hospitais psiquiátricos e recebem treinamento para detectar e tratar de
distúrbios emocionais, utilizando métodos psicológicos, bem como drogas, cirurgia e outros processos
médicos.
Personalidade
A idéia de buscar fora da pessoa os elementos que explicassem seu comportamento e sua desenvoltura
vivencial teve ênfase com as teorias de Russeau, segundo a qual era a sociedade quem corrompia o homem.
Subestimou-se a possibilidade da sociedade refletir, exatamente, a totalidade das tendências humanas. Seres
humanos que trazem em si um potencial corruptor o qual, agindo sobre outros indivíduos sujeito à corrupção,
produzem um efeito corruptível. Ou seja, trata-se de um demérito tipicamente humano.
Outra concepção acerca da Personalidade foi baseada na constituição biotipológica, segunda a qual a
genética não estaria limitada exclusivamente à cor dos olhos, dos cabelos, da pele, à estatura, aos distúrbios
metabólicos e, às vezes, às malformações físicas, mas também, determinaria as peculiares maneiras do
indivíduo relacionar-se com o mundo: seu temperamento, seus traços afetivos, etc.
“PERSONALIDADE É A ORGANIZAÇÃO DINÂMICA DOS TRAÇOS NO INTERIOR DO EU,
FORMADOS A PARTIR DOS GENES PARTICULARES QUE HERDAMOS, DAS EXISTÊNCIAS
SINGULARES QUE SUPORTAMOS E DAS PERCEPÇÕES INDIVIDUAIS QUE TEMOS DO MUNDO,
CAPAZES DE TORNAR CADA INDIVÍDUO ÚNICO EM SUA MANEIRA DE SER E DE DESEMPENHAR
O SEU PAPEL SOCIAL.”
Portanto, o ser humano não pode ser considerado como um produto exclusivo de seu meio, tal como um
aglomerado dos reflexos condicionados pela cultura que o rodeia e despido de qualquer elo mais nobre de
sentimentos e vontade própria. Não pode, tampouco, ser considerado um punhado de genes, resultando
numa máquina programada a agir desta ou daquela maneira, conforme teriam agido exatamente os seus
ascendentes biológicos. Se assim fosse, passaria pela vida incólume aos diversos efeitos de suas vivências
pessoais. Sensatamente, o ser humano não deve ser considerado nem exclusivamente ambiente, nem
exclusivamente herança, antes disso, uma combinação destes dois elementos em proporções completamente
insuspeitadas.

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O Papel Social como Personalidade
Este tipo de consideração sobre a Personalidade ressalta o papel constituído pelos sentimentos, atitudes
e comportamentos que a sociedade espera do ocupante de uma posição em algum lugar da estrutura social.
As pessoas tendem adaptar-se ao papel a elas designado. As pessoas que encontram um padre pela frente
têm expectativas comuns sobre como ele deve se comportar, da mesma forma que o doente tem expectativas
diante de seu médico, este de seus clientes e assim por diante.
Todos desempenham muitos papéis sociais, cada um a seu tempo. Papel de criança pré-escolar, de
criança escolar, de universitário, de enamorado, de profissional, de traído, de cúmplice, etc. Há papéis de pai,
de filho, de chefe, de subalterno, enfim, estamos sempre a desempenhar algum papel social. Jung chama de
Persona esta nossa apresentação social. A palavra Persona, de origem grega, significa máscara, ou seja,
caracteriza a maneira pela qual o indivíduo vai se apresentar no palco da vida em sociedade. Portanto,
diante do palco existencial cada um de nós ostenta sua Persona mas há, porém, uma respeitável distância
entre o papel do indivíduo e aquilo que ele realmente é, ou entre aquilo que ele pensa ou pensam que é e
aquilo que ele é de fato.
Na realidade, considerar a Personalidade através do papel social pode não refletir a verdade dos fatos.
Mais apropriado seria argüirmos, pelos papéis sociais, a Persona de cada um. A abordagem mais adequada
seria através dos Traços, de uma forma mais superficial e objetiva e/ou através do “eu”, de maneira mais
subjetiva e profunda.
Personalidade: Ambiente ou Genética?
Há em biologia uma fórmula muito significativa e de validade indiscutível: FENÓTIPO = GENÓTIPO +
AMBIENTE. Entende-se por Fenótipo o estado atual no qual se encontra o indivíduo aqui e agora, por
Genótipo entende-se seu patrimônio genético e, em nosso caso, por Ambiente nos referimos às influências do
destino sobre o desenvolvimento do ser.
De maneira geral, o estado em que se apresenta o indivíduo num dado momento deve ser entendido
como uma conjugação entre seu patrimônio genético e influência ambiental a que se submeteu. Em outras
palavras, uma somatória daquilo que ele trouxe para a vida com aquilo que a vida lhe deu. Podemos assim,
considerar a Personalidade como sendo composta de elementos constitucionais ou genotípicos e de
elementos ambientais ou paratípicos. O resultado final do indivíduo, tal como se encontra no momento atual,
será o seu fenótipo.
A discussão acerca da preponderância de elementos ambientais ou constitucionais na gênese da
Personalidade é antiga, acirrada, infindável e inconclusiva. A tendência moderna e Politicamente Correta seria
entender a pessoa como um resultado de influência preponderantemente ambiental mas, como o
Politicamente Correto sempre se caracteriza por acentuada demagogia, melhor seria uma concepção mais
sensata.
Traços da Personalidade
Um traço de personalidade é uma característica duradoura do indivíduo e se manifesta na maneira deste
se comportar em qualquer situação. Há traços que podem ser mais acentuados em umas pessoas e em
outras, não.
São traços de personalidade:
1)Sociabilidade: Facilidade de relacionar-se, de estabelecer contatos sociais. Esta pessoa inicia
facilmente contatos sociais, entrosa-se facilmente em grupos.
2)Liderança: Capacidade de planejar, organizar e conduzir os membros do grupo a atingir determinados
objetivos, dividindo responsabilidades e conseguindo a ajuda dos demais integrantes do grupo.
3)Dinamismo: Trata-se da disposição para agir e realizar grandes atividades, de doar para um trabalho
grande quantidade de energia.
4)Emotividade: Pessoa que se emociona facilmente frente a situações agradáveis ou desagradáveis. A
pessoa muito emotiva costuma se envolver na situação, não conseguindo encontrar soluções muito
satisfatórias. (Um auxiliar de enfermagem precisa estar sempre atento para não demonstrar suas
preocupações para o paciente).
5)Iniciativa: Facilidade de imaginar soluções, de tornar providências de decidir frente a situações
diferentes. A pessoa de iniciativa não costuma ficar à espera de soluções dos outros. (É importante
que um auxiliar de enfermagem tenha iniciativa mas, quem tem dúvidas ao que deve fazer, a melhor
opção é ir atrás da enfermeira chefe, que saberá orientá-lo corretamente).
6)Disciplina: É a facilidade de aceitação às normas de trabalho preestabelecidas e de trabalhar
metodicamente, a disciplina leva o sujeito a seguir planos e regras que conduzem ao trabalho bem
feito e eficiente, ao invés de fazer tudo à sua maneira e, às vezes, incorretamente.

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7)Autocontrole: É a capacidade que o sujeito tem de controlar as próprias reações emocionais ou de
expressá-las de modo socialmente aceitável. Toda profissão que implica no relacionamento com
outras pessoas, exige essa capacidade.
8)Perseverança: Capacidade de prosseguir na tarefa iniciada e levá-la até seu término, mesmo que
durante sua realização ocorram solicitações para outras atividades também interessantes.
9)Afirmação: É uma característica de pessoas que atuam no sentido de superar obstáculos ou barreiras
que lhe dificultam seus objetivos. A falta de afirmação pode levar um indivíduo a acomodar-se,
conformar-se com sua atual situação de lutar pelo que realmente deseja.
10)Flexibilidade: Facilidade de se adaptar às mudanças, de modificar seus planos quando necessários e
de aceitar os pontos de vista de outras pessoas.
11)Empatia: Capacidade de colocar-se no lugar dos outros, de sentir ou perceber suas dificuldades,
tristezas, alegrias, etc. A empatia é de suma importância para os profissionais que lidam
compessoas e que devem ouvi-las e assisti-las.
12)Egocentrismo: É a característica da pessoa que busca, antes de tudo, a satisfação de suas próprias
necessidades e interesses, sem levar em conta as necessidades de outros. É um traço que, quando
muito acentuado, pode dificultar a adaptação a profissões que envolvam trabalhos de equipe.
Alguns pesquisadores estudaram a personalidade. Dentre eles destacaremos Jung, Carl Rogers e
Sgmund Freud.
Carl Gustav Jung
Dentre todos os conceitos de Carl Gustav Jung, a idéia de introversão e extroversão são as mais usadas,
Jung descobriu que cada indivíduo pode ser caracterizado como sendo primeiramente orientado para seu
interior ou para o exterior, sendo que a energia dos introvertidos se dirige em direção a seu mundo interno,
enquanto a energia do extrovertido é mais focalizada no mundo externo. Entretanto, ninguém é totalmente
introvertido ou extrovertido. Algumas vezes a introversão é mais apropriada, em outras ocasiões a
extroversão é mais adequada; as duas atitudes se excluem mutuamente, de forma que não se pode manter
ambas ao mesmo tempo. Também enfatiza que nenhuma das duas é melhor que a outra, citando que o
mundo precisa dos dois tipos de pessoas. Darwin, por exemplo, era predominantemente extrovertido,
enquanto Kant era introvertido por excelência. O ideal para o ser humano é ser flexível, capaz de adotar
qualquer dessas atitudes quando for apropriado, operar em equilíbrio entre as duas.
As Atitudes: Introversão e Extroversão
Os introvertidos concentram-se prioritariamente em seus próprios pensamentos e sentimentos, em seu
mundo interior, tentando a introspecção. O perigo para tais pessoas é imergir de forma demasiada em seu
mundo interior, perdendo ou tornando tênue o contato com o ambiente externo.
O cientista distraído, estereotipado, é um exemplo claro deste tipo de pessoa absorta em suas reflexões
em notável prejuízo do pragmatismo necessário à adaptação.
Os extrovertidos, por sua vez, se envolvem com o mundo externo das pessoas e das coisas. Eles
tendem a ser mais sociais e mais conscientes do que acontece à sua volta. Necessitam se proteger para não
serem dominados pelas exterioridades e, ao contrário dos introvertidos, se alienarem de seus próprios
processos internos. Algumas vezes esses indivíduos são tão orientados para os outros que podem acabar se
apoiando quase exclusivamente nas idéias alheias, ao invés de desenvolverem suas próprias opiniões.
As Funções Psíquicas
Jung identificou quatro funções psicológicas que chamou de fundamentais: pensamento, sentimento,
sensação e intuição. E cada uma dessas funções pode ser experienciada tanto de maneira introvertida quanto
extrovertida.
O Pensamento
Jung via o pensamento e o sentimento como maneiras alternativas de elaborar julgamentos e tomar
decisões. O Pensamento, por sua vez, está relacionado com a verdade, com julgamentos derivados de
critérios impessoais, lógicos e subjetivos. As pessoas nas quais predomina a função do Pensamento são
chamadas de Reflexivas. Esses tipos reflexivos são grandes planejadores e tendem a se agarrar a seus
planos e teorias, ainda que sejam com contraditória evidência.
O Sentimento
Tipos sentimentais são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles preferem emoções
fortes e intensas ainda que negativas, a experiências apáticas e mornas. A consciência e princípios abstratos
são altamente valorizados pela pessoa sentimental. Para ela, tomar decisões deve ser de acordo com
julgamentos de valores próprios, como por exemplo, valores do bem ou do mal, do certo ou do errado,
agradável ou desagradável, ao invés de julgar em termos de lógica ou eficiência, como faz o reflexivo.
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A Sensação
Jung classifica a sensação e a intuição juntas, como as formas de aprender informações, diferentemente
das formas de tomar decisões. A Sensação refere-se a um enfoque na experiência direta, na percepção de
detalhes, de fatos concretos. A Sensação reporta-se ao que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. É a
experiência concreta e tem sempre prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência.
Os tipos sensitivos tendem a responder à situação vivencial imediata, e lidam eficientemente com todos
os tipos de crises e emergências. Em geral eles estão sempre prontos para o momento atual, adaptam-se
facilmente às emergências do cotidiano, trabalham melhor com instrumentos, aparelhos, veículos e utensílios
do que qualquer um dos outros tipos.
A Intuição
A intuição é uma forma de processar informações em termos de experiência passada, objetivos futuros e
processos inconscientes. As implicações da experiência (o que poderia acontecer, o que é possível) são mais
importantes para os intuitivos do que a experiência real por si mesmo. Pessoas fortemente intuitivas dão
significado às suas percepções com tamanha rapidez que, via de regra, não conseguem separar suas
interpretações conscientes dos dados sensoriais brutos obtidos. Os intuitivos processam informação muito
depressa e relacionam de forma automática, a experiência passada com as informações relevantes da
experiência imediata.
Tipos Psicológicos
Normalmente, uma combinação das quatro funções resulta numa abordagem equilibrada do mundo para
a pessoa. Jung considera que, pra nos orientarmos, temos que ter uma função que nos assegure do concreto
que está aqui (sensação). Em seguida, uma segunda função que estabeleça o que é concreto percebido
(pensamento), depois, uma terceira função que declare se isto nos é ou não apropriado ou que valor isso tem
(sentimento), finalmente, uma quarta função que indique de onde isto veio e para onde vai (intuição).
Entretanto, ninguém igualmente bem todas as quatro funções. Cada pessoa tem uma dessas funções
fortemente predominante, e tem também uma segunda função auxiliar, parcialmente desenvolvida. As outras
duas funções restantes em geral são inconscientes e a eficácia de sua ação será bem menor. Quanto mais
desenvolvidas e conscientes forem as funções dominante e auxiliar, mais profundamente inconscientes serão
as funções opostas.
E quais seriam, segundo Jung, as funções consideradas opostas? O Sentimento se opõe à Intuição.
Assim sendo, a pessoa jamais seria predominantemente Sentimental tendo em segunda prevalência o
Pensamento, ou seja, jamais seria Sentimental-Reflexiva, mas poderia ser Sentimental-Intuitiva, por exemplo.
Segundo essa caracterização de personalidade de Jung, teríamos 4 tipos psicológicos mistos: Reflexiva-
Sensitiva (caso prevaleça o Pensamento em primeiro plano e a Sensação em segundo, sobre as outras duas
bastante apagadas); Sensitiva-Reflexiva, Intuitiva-Sentimental e Sentimental-Intuitiva.
Nosso tipo funcional indica nossas forças e fraquezas relativas e o estilo de atividade que tendemos a
preferir. A tipologia de Jung é especificamente útil no relacionamento interpessoal, ajudando-nos a
compreender os relacionamentos sociais. Ela descreve como as pessoas percebem, usam critérios, agem e
fazem julgamentos. Por exemplo, os oradores Intuitivos-Sentimentais não terão um estilo de conferência
lógico, firmemente organizado e detalhado como são os oradores Reflexivos-Sensitivos.
É provável que seus discursos sejam divagações que apresentam o sentido de um tema abordando-o
sob vários ângulos diferentes, ao invés de desenvolvê-lo sistematicamente.
Jung chamou as funções menos desenvolvidas em cada pessoa de funções inferiores. Inferior é a função
menos consciente, mais primitiva e menos diferenciada. Essa função inferior pode representar uma influência
demoníaca para algumas pessoas, pelo fato de terem pouco ou nenhum entendimento ou controle sobre ela.
Por exemplo, tipos cuja função mais forte é a intuitiva, podem achar que os impulsos sexuais parecem
misteriosos ou até perigosamente fora de controle pelo fato de haver excessiva falta de contato com a função
sensitiva.
Segundo Jung, todo indivíduo possui uma tendência para a individuação ou auto desenvolvimento.
Individualização significa tornar-se único, homogêneo, na medida em que por individualidade entendemos
nossa singularidade mais íntima, última e incompatível, significando também que nos tornamos o nosso
próprio si mesmo. Pode-se traduzir individuação como se tornar si mesmo, ou realização do si mesmo.
Individuação é um processo de desenvolvimento da totalidade, e, portanto, de movimento em direção a uma
liberdade.
Jung descreve ainda, que devemos ser aquilo que somos e precisamos descobrir nossa própria
individualidade, aquele centro da personalidade que é eqüidistante do consciente e do inconsciente.
Precisamos visar este ponto ideal em direção ao qual a natureza parece estar nos dirigindo. Só a partir
deste ponto podemos satisfazer nossas necessidades.

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Carl Rogers
Uma premissa fundamental da teoria de Carl Rogers é o pressuposto de que as pessoas usam sua
experiência para se definir. Em seu principal trabalho teórico de 1959, Rogers define uma série de conceitos a
partir dos quais delineia teorias de personalidade e modelos de terapia, mudança de personalidade e relações
interpessoais.
O Campo da Experiência
Há um campo de experiência único para cada indivíduo. Este campo de experiência ou “campo
fenomenal” contém tudo o que se passa no organismo em qualquer momento, e que está potencialmente
disponível à consciência. Inclui eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma
consciência, mas poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos. É um mundo privativo e pessoal
que pode ou não corresponder à realidade objetiva.
De início a atenção é colocada naquilo que a pessoa experimenta como seu mundo, não na realidade
comum. O campo de experiência é limitado por restrições e limitações biológicas. Temos tendência a dirigir
nossa atenção para perigos imediatos, assim como para experiências seguras ou agradáveis, ao invés de
aceitar todos os estímulos que nos rodeiam.
Congruência e Incongruência
Congruência e definida como o grau de exatidão entre a experiência da comunicação e a tomada de
consciência. Ela se relaciona às discrepâncias entre experimentar e tomar consciência. Um alto grau de
congruência significa que a comunicação (o que se está expressando), a experiência (o que está ocorrendo
em nosso campo) e a tomada de consciência (o que se está percebendo) são todas semelhantes. Nossas
observações e as de um observador externo seriam consistentes.
Crianças pequenas exibem alta congruência. Expressam seus sentimentos logo que seja possível com o
seu ser total. Quando uma criança tem fome ela toda está com fome, neste exato momento! Quando uma
criança sente amor ou raiva, ela expressa plenamente essas emoções. Isto pode justificar a rapidez com que
a criança substitui um estado emocional por outro. A expressão total de seus sentimentos permite que elas
liquidem a bagagem emocional que não foi expressa em experiências anteriores.
A congruência é bem descrita por um Zen-budista ao dizer: “Quando tenho fome, como; quando estou
cansado, sento-me; quando estou com sono, durmo.”
A incongruência ocorre quando há diferenças entre a tomada de consciência, a experiência e a
comunicação desta. As pessoas que parecem estar com raiva (punhos cerrados, tom de voz elevado,
praguejando) e que replicam que de forma alguma estão com raiva se interpeladas, ou as pessoas que dizem
estar passando por um período maravilhoso mas que se mostram entediadas, isoladas ou facilmente doentes,
estão revelando incongruência. É definida não só como inabilidade de perceber com precisão, mas também
como inabilidade ou incapacidade de comunicação precisa. Quando a incongruência está entre a tomada de
consciência e a experiência, é chamada repressão. A pessoa simplesmente não tem consciência do que está
fazendo. A maioria das psicoterapias trabalha sobre este sintoma de incongruência ajudando as pessoas a se
tornarem mais conscientes de suas ações, pensamentos e atitudes na medida em que estes as afetas e aos
outros.
A maioria dos sintomas descritos na Literatura psiquiátrica pode ser vista como formas de incongruência.
Para Rogers, a forma particular de distúrbios é menos crítica do que o reconhecimento de que há uma
incongruência que exige uma solução.
A incongruência é visível em observações como, por exemplo, “não sou capaz de tomar decisões”, “não
sei o que quero”, “nunca serei capaz de persistir em algo”. A confusão aparece quando você não é capaz de
escolher dentre os diferentes estímulos aos quais se acha exposto. Considere o caso de um cliente que
relata: “Minha mãe pede-me que cuide dela, é o mínimo que posso fazer. Minha namorada recomenda que eu
me mantenha firme para não ser puxado de todo lado. Penso que sou muito bom para minha mãe, mais do
que ela merece. Às vezes a odeio, às vezes a amo. Às vezes é bom estar com ela, às vezes ela me diminui.”
O cliente está assediado por estímulos diferentes. Cada um deles é válido e conduz a ações válidas por
algum tempo. É difícil diferenciar, dentre estes estímulos, aqueles que são genuínos daqueles que são
impostos. O problema pode estar em reconhecê-los como diferentes e ser capaz de trabalhar sobre
sentimentos diferentes em momentos diferentes. A ambivalência não é rara ou anormal; não ser capaz de
reconhecê-la ou enfrentá-la pode ser uma causa de ansiedade.
Tendência a Auto-Atualização
Há um aspecto básico na natureza humana que leva uma pessoa em direção a uma maior congruência e
a um funcionamento realista. Além disso, este impulso não é limitado aos seres humanos; é parte do
processo de todas as coisas vivas. É este impulso que é evidente em toda vida humana e orgânica, expandir-

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se, estender-se, tornar-se autônomo, desenvolver-se, amadurecer a tendência a expressar e ativar todas as
capacidades do organismo na medida em que tal ativação valoriza o organismo.
Rogers sugere que em cada um de nós há um impulso inerente em direção a sermos competentes e
capazes quanto o que estamos aptos a ser biologicamente. Assim como uma planta tenta tornar-se saudável,
como uma semente contém dentro de si impulso para se tornar uma árvore, também uma pessoa é impelida a
se tornar uma pessoa total, completa e auto-atualizada.
O impulso em direção à saúde não é uma força esmagadora que supera obstáculos ao longo da vida:
pelo contrário, é facilmente embotado, distorcido e reprimido. Rogers o vê como a força motivadora dominante
numa pessoa que está funcionando de modo livre, não paralisada por eventos passados ou por crenças
correntes que mantinham a incongruência. A suposição de que o crescimento é possível e central para o
projeto do organismo é crucial para o restante do pensamento de Rogers.
Para Rogers, a tendência à auto-atualização não é simplesmente mais um motivo. É importante observar
que esta tendência atualizante é o postulado fundamental da teoria rogeriana.
Crescimento Psicológico
As forças positivas em direção à saúde e ao crescimento são naturais e inerentes ao organismo.
Baseado em sua própria existência clínica, Rogers conclui que os indivíduos têm a capacidade de
experimentar e de se tornarem conscientes de seus desajustamentos. Isto é, você pode experimentar as
incoerências entre seu autoconceito e suas experiências reais. Esta capacidade que reside em nós é
associada a uma tendência subjacente à modificação do autoconceito, no sentido de estar realmente de
acordo com a realidade. Rogers postula, portanto, um movimento natural para a resolução e distante do
conflito. Vê o ajustamento não como um estado estático, mas como um processo no qual novas
aprendizagens e novas experiências são cuidadosamente assimiladas.
Rogers está convencido de que estas tendências em direção à saúde são facilitadas por qualquer
relação interpessoal na qual um dos membros esteja livre o bastante da incongruência para estar em contato
com seu próprio centro de autocorreção. A maior tarefa da terapia é estabelecer tal relacionamento genuíno.
Aceitar-se a si mesmo é um pré-requisito para uma aceitação mais fácil e genuína dos outros. Em
compensação, ser aceito por outro conduz a uma vontade cada vez maior de aceitar-se a si próprio.
Este ciclo de autocorreção e auto-incentivo é a forma principal pela qual se minimiza os obstáculos ao
crescimento psicológico.
Sigmund Freud
Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental.
Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada
pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção
consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos
mentais “parecem” ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar e descrever os elos ocultos que
ligavam um evento consciente a outro. O ponto de partida dessa investigação é o fator da consciência.
A teoria de Freud teve e tem até hoje influência na Psicologia, Sociologia, Pedagogia, em novelas, no
romance, no teatro e forma especialistas em profissões como Psicologia, Medicina e Serviço Social.
Freud afirma que nada acontece por acaso com o comportamento das pessoas. Tudo está determinado
pela reação da pessoa com o ambiente no qual ela vive. Quando há conflito entre a pessoa e o ambiente,
esse acontecimento causa tensão. A psicanálise trabalha com os princípios chamados de redução de tensão,
através da análise do inconsciente.
Níveis de Manifestações Mentais
As atividades mentais podem se manifestar em três planos ou níveis: o consciente, o subconsciente e o
inconsciente.
Consciente: Corresponde a tudo que o indivíduo faz em determinado instante com percepção do ato.
São fenômenos mentais que se processam em nossa mente e que tomamos conhecimento imediatamente.
Ex.: Sei que neste momento estou estudando Psicologia. Segundo Freud, o consciente é somente uma
pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes num dado momento. O interesse de Freud
era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele dominava Pré-
Consciente e Inconsciente.
Subconsciente (Ou Pré-Consciente): Corresponde a tudo aquilo que o indivíduo pode recordar ou
lembrar em instante seguinte. Age como um “arquivo” em nossa mente. É no subconsciente que ficam
guardadas as experiências pelas quais passamos, nossas lembranças e recordações. Ex. É muito comum
quando estamos conversando com alguém e somos interrompidos, esquecer o que falávamos. Minutos
depois recordamos em que ponto da conversa paramos. Estritamente falando, o Pré-Consciente é uma parte
do Inconsciente, uma parte que pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos
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são facilmente acessíveis fazem parte do Pré-Consciente. Estas podem incluir lembranças de ontem, o
segundo nome, as ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro e
perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas. O Pré-Consciente é como uma vasta
área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções.
Inconsciente: Corresponde a tudo aquilo que não pode vir à tona voluntariamente. São os fenômenos
totalmente esquecidos por nós e que realizam em nossa mente sem nossa percepção. O inconsciente se
manifesta através de nossos sonhos e atos falhos. No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis
à consciência. Além disso, há também material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Este
material não é esquecido nem perdido mas, não obstante, não é permitido ser lembrado. Memórias muito
antigas quando liberadas à consciência, podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional.
“Aprendemos pela experiência que os processos mentais inconscientes são em si mesmos extemporâneos.
Isto significa em primeiro lugar que não são ordenados temporalmente, que o tempo de modo algum os altera,
e que a idéia do tempo não lhes pode ser aplicada.” (1920, livro 13, pp.41-2 na ed. bras.).
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali, estão os princípios
determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os instintos.
O Aparelho Psíquico
As observações de Freud revelaram uma série interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um
instinto opunha-se outro. Eram proibições sociais que bloqueavam pulsões biológicas e os modos de
enfrentar situações freqüentemente chocavam-se uns com outros. Ele tentou ordenar este caos aparente
propondo três componentes básicos estruturais da psique: o Id, o Ego e o Superego.
ID: Corresponde à porção mais profunda e hereditária do aparelho psíquico, onde se encontram os
nossos instintos e impulsos. Ignoramos as tendências do Id, na maioria das vezes, pois são inconscientes. O
Id é a estrutura da personalidade original, básica e central do ser humano, exposta tanto às exigências
somáticas do corpo às exigências do ego e do superego. As leis lógicas do pensamento não se aplicam ao Id,
havendo assim, impulsos contrários lado a lado, sem que um anule o outro, ou sem que um diminua o outro.
(1933, livro 28, p.94, na ed. bras.) O Id seria o reservatório de energia de toda a personalidade. O Id pode ser
associado a um cavalo cuja força é total, mas que depende do cavaleiro para usar de modo adequado essa
força. Os conteúdos do Id são quase todos inconscientes, eles incluem configurações mentais que nunca se
tornaram conscientes, assim como o material que foi considerado inaceitável pela consciência. Um
pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência mas localizado na área do Id, capaz de influenciar
toda vida mental de uma pessoa.
Pelo ID, podemos explicar muitos comportamentos. As pessoas em que nelas predominam
comportamentos ditados pelo ID, são impulsivas, imorais, guiadas pelo pensamento mágico e não lógico,
agem conforme a emoção. São, por isso, desadaptadas à vida social comum. Então, às vezes, fora da
realidade.
EGO: O Ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. O Ego se
desenvolve a partir do Id, à medida que a pessoa vai tornando consciência de sua própria identidade, vai
aprendendo a aplacar as constantes exigências do Id.
Serve de intermediário e equilíbrio entre o ID e o mundo exterior, controlando assim, o comportamento.
Como a casca de uma árvore, O Ego protege o Id, mas extrai dele a energia suficiente para suas
realizações. Ele tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade.
O EGO protege as pessoas do perigo, apresentando-lhes o medo. Assim, vai acumulando experiências e
adaptando o indivíduo ao mundo em que vive, de forma útil e conveniente ao seu desenvolvimento. O ego se
esforça pelo prazer e busca evitar o desprazer. (1940, nº 7, pp. 18-19 na ed.brás.) Assim sendo, o ego é
originalmente criado pelo Id na tentativa de melhor enfrentar as necessidades de reduzir a tensão e aumentar
o prazer. Contudo, para fazer isto, o Ego tem de controlar ou regular os impulsos do Id, de modo que a
pessoa possa buscar soluções mais adequadas, ainda que menos imediatas e mais realistas.
Pessoas guiadas pelo Ego orientam-se pela razão, são práticas, cautelosas, sensatas, ponderadas, mais
racionais.
SUPEREGO: Desenvolve-se pela incorporação à estrutura psíquica de regras e normas ditadas pelo
mundo exterior. Representa a herança sócio-cultural do indivíduo enquanto ID representa a herança biológica.
Portanto, são forças opostas que estão em constante conflito. Está voltado para consciência moral, tendo a
preocupação de decidir o que é certo ou errado para agir dentro dos padrões da sociedade. Os indivíduos
com predominância do SUPEREGO são angustiados, tímidos, indecisos e receosos, além de possuírem um
exagerado sendo de responsabilidade.
Relação entre os Três Subsistemas
Estas estruturas psíquicas não podem ser consideradas isoladamente, pois se independem, existindo um
equilíbrio entre elas. Caso não haja esse equilíbrio e uma das estruturas não realistas (Id ou Superego)
predominante, a personalidade tenderá a padrões desviados da normalidade.
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O exemplo a seguir ilustra a atuação dessas três estruturas: Uma pessoa gostou de um determinado
objeto e sentiu-se tentada a roubá-lo (id). Imediatamente pensa: não posso, não devo roubá-lo (superego). O
ego aconselha: você poderá adquiri-lo, se trabalhar e economizar parte de seu salário.
Mecanismos de Defesa
Estes surgem com a função de proteger o indivíduo das exigências e tentações impostas pelo meio, as
quais visam sua instabilidade emocional.
a)Compensação: Mecanismo de defesa com que o indivíduo, inconscientemente, tenta compensar uma
deficiência (real ou imaginária) pela aquisição de alguma coisa. Ex.: pessoa que se sente inferiorizada
por ter um defeito físico e adquire bastante conhecimento, chegando a destacar-se no grupo.
b)Deslocamento: Neste caso, o indivíduo desloca um sentimento ou impulso do objeto original para um
substituto. Ex.: uma criança, não podendo aceitar a idéia de odiar o pai, desloca o sentimento para os
cavalos, passando então a temer estes animais.
c)Fantasia: Para equilibrar os conflitos da realidade em que o homem vive, onde muitas das suas
necessidades não são satisfeitas, o homem recorre à fantasia, ao devaneio. A fantasia é a imaginação
criadora do homem, para ter, através dela, o que a realidade lhe nega. Ele, então, foge mentalmente
da situação frustradora vivendo, em imaginação, situações naquela espécie de mundo em que
gostaria de viver. Ex.: aluno que sente os professores extremamente exigentes, imagina-se no futuro,
como um professor compreensivo.
d)Formação Reativa: Mecanismo pelo qual as atitudes e sentimentos exteriorizados são o oposto dos
realmente desejados. Ex.: a mãe superprotetora, que cerca o filho de todos os cuidados mas que,
inconscientemente, o rejeita. Seus impulsos hostis poderão ser satisfeitos, pois, agindo assim, tolherá
a liberdade e o desenvolvimento do filho.
e)Introjeção: O indivíduo transfere para si elementos da personalidade do outro. Ex.: menino que se
identifica com as atitudes paternas e passa a ter um comportamento semelhante ao do pai.
f)Negação: O indivíduo nega a existência de determinada situação para proteger-se do sofrimento. Ex.:
um indivíduo que não aceita sua doença e continua fazendo as coisas como se nada tivesse mudado.
g)Projeção: Neste caso, o indivíduo não aceita tributos próprios, projetando-os a outrem. Ex.: rapaz que
não gosta de seu superior e de quem depende, passa a considerar que este (o superior) o persegue.
h)Racionalização: Consiste na justificativa das próprias falhas com argumentos lógicos, coerentes e até
brilhantes. Graças a este artifício, os pretextos são considerados razões e assim, o indivíduo se
tranqüiliza. Ex.: um trecho da fábula de La Fontaine, “A raposa e as uvas verdes”.
i)A raposa queria saborear algumas uvas que não conseguiu colher, porque não as alcançava. Então
disse: – Ora, estão verdes.
j)Repressão: Impede que pensamentos dolorosos ou perigosos cheguem à consciência. É o principal
mecanismo de defesa, do qual se derivam os demais. O indivíduo mantém fora da consciência
sentimentos e idéias inaceitáveis. Ex.: duas amigas da alta sociedade, que tiveram sortes
diferentes.

Posteriormente, ao serem apresentadas, a senhora que teve problemas financeiros não reconheceu
a amiga. Mais tarde descobriu que o esquecimento ocorreu por ter sentido, na época da dificuldade, muita
raiva da amiga. Assim, para não reviver momentos desagradáveis, esqueceu-se de tudo.
A repressão nunca é realizada de uma vez por todas, mas requer consumo de energia para manter-se,
enquanto o reprimido faz tentativas constantes para encontrar uma saída. Sintomas histéricos têm sua origem
numa repressão. Algumas doenças psicossomáticas tais como asma, artrite e úlcera, cansaço excessivo,
fobia, impotência e frigidez derivam de sentimentos repressivos.

k)Sublimação: A ação desejada é modificada conforme as demandas do meio. Ex.: mulher que não tem
filhos e se dedica a creches e orfanatos. Um homem que gostaria de dar um soco em seu chefe e com
muita raiva, dá um soco sobre a mesa. A sublimação é o deslocamento de uma energia pulsional para
um fim socialmente aceito. É o desvio de nossas sociedades (sexo e agressão) para atividades como
artes, ciências, etc.
l)Transferência Afetiva: Aqui, um fato ou objeto neutro adquire força atrativa ou repulsiva suficiente para
determinar um comportamento. Ex.: um determinado perfume pode lembrar uma pessoa querida; uma
música pode significar uma pessoa que esteja muito distante.
m)Regressão: O indivíduo regride a um estágio inferior de desenvolvimento para fugir da ansiedade. Ex.:
uma criança que já controlava os esfíncteres, volta a urinar na cama após o nascimento de um irmão
mais novo.

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A maioria desses mecanismos de defesa é inconsciente, sendo utilizados como tal. Muitas vezes o
indivíduo não tem consciência que os está usando.
Relações Humanas
“O homem que caminha para o futuro não pode se deixar influenciar por
limites de conhecimentos. Todos os dias estamos sentados em uma sala de aula,
a sala que ministra a aula da vida.”
“Toda pessoa que queira se sobressair, social ou profissionalmente, precisa
ter consciência que o homem é evolução contínua, intelectual e espiritual.”
Este trecho tem a proposta de efetuar uma consciência no indivíduo, sob o
enfoque das relações humanas, fazendo-o conhecer os seus limites e
necessidades, preparando-o para o relacionamento interpessoal social e
profissional.
Objetivos Específicos
•Interpretar os fatores determinantes das diferenças individuais como preponderantes para o estudo das
relações humanas; e explicar os fatores que determinam um relacionamento harmonioso no ambiente
social e profissional.
Objetivos Operacionalizados
• Distinguir os tipos de variáveis que interferem na determinação das diferenças individuais;
• Expressar a definição de personalidade;
• Interpretar a influência das variáveis determinantes das diferenças individuais sobre o desempenho
funcional;
• Expressar a definição “comportamento humano”;
• Identificar os aspectos que devem ser observados para se estabelecer boas relações humanas;
• Ter consciência das dificuldades e conflitos em grupos sociais;
• Conhecer o processo da comunicação, percepção e suas regras.
Conceito das Relações Humanas

Onde houver duas pessoas, com certeza teremos um relacionamento


kDiante do crescimento demográfico, mobilidade espacial de indivíduos e de grupos, multiplicabilidade
de aspectos da vida moderna, número elevado de instituições e de grupos aos quais pertencemos (às vezes
até mesmo involuntariamente), contatos rápidos e superficiais que necessitamos manter com diferentes
pessoas de classes sociais, além de outros fatores, vieram alertar os psicólogos, administradores, educadores
e demais profissionais, quanto à importância do estudo das relações humanas. Não é surpresa para ninguém
que as pessoas diferem umas das outras, não havendo dois seres iguais no mundo. O homem sempre teve
consciência das suas características individuais, das suas necessidades diferenciadas. Vejamos o exemplo de
dois irmãos que foram gerados por pais de uma única família, tiveram a mesma criação, a mesma educação
social e moral, mas desde pequenos demonstram características diferentes de comportamento no caráter
moral e social. Então, façamos as perguntas:
“Por que os indivíduos diferem entre si? Quais são os fatores que produzem variações
comportamentais?”
Essas perguntas estimulam longas discussões. Além de sua importância teórica, o problema da causa
das diferenças individuais tem significado prático de longo alcance em muitos campos. Entender o que
impulsiona o indivíduo para estabelecer seus contatos, bem como as formas de comportamento adotados em
uma ou outra situação são temas que, entre outros, vão servir de subsídio para um relacionamento
interpessoal rico e produtivo.
Sendo assim, qualquer atividade destinada a melhorar o desenvolvimento das relações entre as pessoas
precisa basear-se na compreensão dos aspectos que influenciam o total desenvolvimento. Observar com
atenção os fatores que caracterizam uma relação harmoniosa entre as pessoas é saber respeitar cada
indivíduo com suas características e peculiaridades. Não é fácil aceitas às vezes nem mesmo as nossas
próprias atitudes, então precisamos aprender que, se quisermos nos relacionar adequadamente com outro
indivíduo, precisamos nos relacionar bem primeiro com nós mesmos, vencendo nossos obstáculos internos
(medos, desconfiança, insegurança, etc.). Como lido no início do teste, “Onde há duas pessoas, há um
relacionamento”, e assim sendo, com certeza estaremos falando em conflitos de crenças, costumes, gostos,
educação, etc., pois relacionamentos são repletos de “surpresas”, que distinguem um indivíduo do outro.
Se abordarmos as relações humanas num contexto mais profundo, perceberemos que as nossas
começam quando ainda estamos no útero de nossas mães. O primeiro contato, a primeira sensação de
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segurança, vem deste íntimo uterino, quando estamos sendo gerados. Infelizmente não nos lembramos das
palavras carinhosas e nem dos afagos, mas essas primeiras informações nos são registradas no sótão do
nosso sub-inconsciente, e desta fase surgem as nossas primeiras características como indivíduo.

Relações Interpessoais, Social e Profissional


“Relações Humanas”. Juntas, estas duas palavras traduzem o significado do convívio social humano.
Os relacionamentos podem existir por vários motivos.
Não podemos nos relacionar com as pessoas profissionalmente ou simplesmente porque tivemos
empatia por ela(s), ou ainda por vários outros motivos. O que devemos avaliar no momento do
relacionamento é o seu propósito, principalmente para que não se tenha ambivalência nas interpretações.
No momento, falamos do ponto de vista profissional. Se as pessoas aprendessem a se relacionar
profissionalmente de forma correta, poderíamos evitar muitos problemas nos locais de trabalho.
No ambiente de trabalho o que predomina e o que devemos avaliar são as condições para uma
verdadeira harmonia entre o homem e o trabalho, e vice-versa.
Identificando o real motivo e o propósito de um relacionamento, estaremos caminhando dentro de um
processo evolutivo para alcançarmos com êxito um bom relacionamento com os nossos colegas de trabalho.
A base concreta para um bom relacionamento é ter percepção dos nossos deveres e obrigações, e dos
limites e regras que fazem a relação social ser harmônica.

Os Dez Mandamentos das Relações Humanas

1)FALE com as pessoas. Não há nada tão agradável e animado quanto uma palavra de saudação,
particularmente hoje em dia quando precisamos mais de sorrisos amáveis.
2)SORRIA para as pessoas. Lembre-se, que acionamos 72 músculos para franzir a testa e somente 14
para sorrir.
3)CHAME pelo nome. A música mais suave para muitos, ainda continua sendo o próprio nome.
4)SEJA amigo e prestativo. Se você quer ter um amigo, seja um amigo.
5)SEJA cordial. Fale e aja com toda sinceridade: tudo o que fizer, faça-o com todo o prazer.
6)INTERESSE-SE sinceramente pelos outros. Mostre que as coisas da qual gostam e com as quais se
preocupam também têm valor para você, de forma espontânea, sem precisar se envolver
diretamente.
7)SEJA generoso em elogiar, cauteloso em criticar. Os líderes elogiam. Sabem encorajar, dar confiança
e elevar os outros.
8)SAIBA considerar os sentimentos dos outros. Existem três lados em qualquer controvérsia: o seu, o do
outro, e o que está certo.
9)PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. Três comportamentos de um verdadeiro líder: ouça,
aprenda e saiba elogiar.
10)PROCURE apresentar um excelente trabalho. O que realmente vale nessa nossa vida é aquilo que
fazemos para os outros.
Relações Interpessoais
O homem começa a ser pessoa quando é capaz de relacionar-se com os outros, rompendo o mundo da
identidade infantil em que se move nos primeiros anos de sua vida, quando se torna capaz de dar e receber,
em seu relacionamento com os pais, irmãos e outras pessoas, a sua responsabilidade vai se definindo. Deixa
o egocentrismo para dar lugar ao alterocentrismo. Os psicólogos modernos dão como sinais de maturidade
humana a capacidade de estabelecer numerosas pontes de relacionamento interpessoal com as outras
pessoas. Assim se pode então definir a pessoa como sendo um ser em “relação como”.
Uma das necessidades ou realidades psicológicas, melhor psicossociais, é a de cada um precisar do
outro para realizar-se. A precisão que as pessoas têm um do outro subentende a contemplação no sentido de
ninguém ser auto-suficiente, de bastar a si mesmo. Subentende o encontro com ou outro e com os outros
para a maturação mútua da sua personalidade. Subentende ainda a superação do isolamento vivencial e
existencial. É nessas bases que se assenta a necessidade de um treinamento de relações humanas
interpessoais, para facilitar a vivência grupal e comunitária.
Reflexão
“O homem em sua jornada se assemelha a um rio: no início, pequeno e incipiente em sua nascente,
avançando de forma imperceptível. Em sua jornada, junta-se a outros filetes de água, crescendo
gradativamente e conquistando espaço. Segue em frente contornando os obstáculos, fertilizando o solo por
onde passa, contribuindo para o progresso, ou simplesmente arrastando tudo em forma de enchente.
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Prossegue adiante, recebe contribuições que o agigantam cada vez mais, até atingir o infinito do oceano, que
o acolhe, como parte do todo. Assim, é a alma humana: em sua jornada evolutiva, cresce, agiganta-se,
aprende, divide experiências, aprende a contornar os obstáculos até se reintegrar ao Pai Criador, quando
atinge os parâmetros da perfeição.”
Antônio Dermarchi
Necessidades Inter-pessoais
Todo indivíduo vem a um grupo com necessidade interpessoais específicas e interpessoais específicas e
identificadas. Essas necessidades são fundamentais porque todo ser humano, que se reúnem, em um grupo
qualquer, as experimenta, ainda em que graus diversos. Por outro lado, essas necessidades são inter-
pessoais no sentido de que somente em grupo e pelo grupo podem ser satisfeitas adequadamente.
Segundo pesquisas, consegue-se identificar três necessidades interpessoais: a necessidade de inclusão,
a necessidade de controle e a necessidade de afeição. Todo indivíduo ao entrar no grupo preocupa-se,
inicialmente, com a inclusão passando, a seguir para o controle e, finalmente, procura satisfazer sua
necessidade de afeição.
Toda vez que um novo grupo é formado ou quando se entrar pela primeira vez em um grupo, a pessoa
procura satisfazer sua necessidade de inclusão.
1.Inclusão
Define-se a necessidade de inclusão como a necessidade que experimenta, todo membro novo de um
grupo, de se sentir aceito, integrado, valorizado totalmente por aqueles aos quais se junta.
Nessa primeira fase, o indivíduo se formula as seguintes perguntas:
-Como serei aceito?
-Quem me aceitará?
-Quem me rejeitará?
-Que devo fazer para ser aceito?
É ainda durante essa primeira fase que as pessoas se dão conta se vieram ou não para o grupo certo.
Isto é, procuram sondar com os outros membros do grupo para ver com quem seu estilo de vida, seu modo de
vestir, sua maneira de falar e de ser se assemelha. É uma fase importante para estabelecer confiança e o
sentimento de pertencer. Em todo grupo onde se estabelecer. Em todo grupo onde se estabelece confiança
há um crescimento de estima e confiança pessoal. Para o funcionamento de um grupo eficaz, a satisfação da
necessidade de inclusão representa um pré-requisito indispensável.
Todo participante de um grupo pode colaborar para a sua própria inclusão e a dos outros:
-Consignando alguém como recepcionista, encarregado de saudar os participantes da reunião;
-Providenciar para que todos tenham seu crachá;
-Sugerir exercício de aquecimento e de apresentação, quando houver membros novos;
-Fazer sua própria apresentação;
-Oferecer um “cafezinho” ou algum refrigerante, no intervalo, promovendo assim maior socialização do
grupo.
2.Utilidade da Convivência
Em todo grupo humano constituído, existe a necessidade de conviver, melhor ainda, aprender a
conviver. Isso supõe um processo. Geralmente usa-se a convivência para grupos de jovens que já tiveram
algum conhecimento, embora superficial, ou para grupos que iniciam uma caminhada juntos. O conhecimento,
neste caso, é fundamental como ponto de partida.
Todos têm uma necessidade de agrupar-nos, de estar com, de estar em relação com. Observa-se que os
meios de comunicação social e a sociedade atualmente procuram formar o homem egoísta.
São muitas as utilidades prestadas pelas convivências bem planejadas e motivadas: são momentos de
conscientização ensinam o relacionamento: preparam para a convivência na vida: integram as pessoas:
aumentam o conhecimento mútuo e avaliam os relacionamentos grupais. Além disso, as convivências são
formativas: ajudam a reflexão e a interiorização pessoal, e representam uma rejeição viva à sociedade
egoísta.
3.Exigências de uma Boa Convivência

1. Nunca jogar com os sentimentos dos outros. Não causar vergonha a ninguém e muito menos diante
de outras pessoas.
2. Não queira mortificar os outros com ocorrências, sutilezas e genialidades, embora acreditem ser
superior na inteligência, cultura, dinheiro, posse, poder, beleza, aptidões... Quem for humilhado,
jamais esquecerá.
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3. Procura sempre agir com justiça, melhor ainda, com cordialidade. Assim evitará ressentimentos e
hostilidades. Uma maneira ótima de servir o próximo é amando-o.
4. Não se deixe levar por nervosismo, impaciência e egoísmo. Conduzem irremediavelmente para a
insatisfação e o descrédito.
5. Jamais corte as asas da ilusão e da esperança para os seus colaboradores: a esperança e a ilusão
alegram o coração do homem e o impulsionam até outras realidades e espaços às vezes
insuspeitos.
6. Seja respeitoso com os outros. Seja correto no falar. Procure nunca falsear a verdade ou disfarçá-la.
Jamais prejudique alguém com palavras ou por escrito.
7. Saiba acolher com sorriso. Às vezes é difícil sorrir. Porém oferecer um sorriso para alguém num
momento determinado pode trazer satisfações interiores e recompensas inesperadas.
8. Seja uma pessoa emocionalmente estável. Não passe de gritos às conversas; da alegria
incontrolada para a depressão e às lágrimas.
9. Interessar-se por quem anda ao nosso lado triste, acabrunhado, preocupado, mas com o maior
respeito por sua intimidade. Saber-se acompanhado nos momentos difíceis de uma maneira
incondicional é o melhor remédio e a demonstração de uma autêntica amizade. É uma das grandes
conquistas humanas.
10. Se queres triunfar diante dos outros, “saiba escutar”, “tenha paciência”, “fale ponderadamente” e
“saiba colocar-se” no “sapato do outro”.
PARA REFLETIR
O Homem precisa aprender a conhecer a si mesmo, e ter equilíbrio e percepção em suas atitudes
Respeito, espaço, direitos, deveres, obrigações, valores são regras que não basta conhecer, precisamos
colocá-las em prática. Assim estaremos entrando na linha do contínuo crescimento, e então o homem
entenderá que ele é o único responsável por tudo o que lhe acontecer na vida.
A consciência humana no crescimento necessita ser despertada, e todos nós temos a capacidade de
fazê-lo; mas, muitas vezes, por comodidade, preferimos deixá-la dormir... E então percebemos que dez anos
passam muito rápido, e que mais dez vêm chegando, e enfim continuamos a atribuir as nossas
responsabilidades a outras pessoas e não percebemos que esta continua sendo a atitude mais fácil e o
caminho pior...
Conceito de Grupos Sociais
Como visto em “Relações Humanas”: Onde houver dois indivíduos em convivência teremos concretizado
um relacionamento.
Aqui, veremos que, além de um relacionamento, ainda teremos a formação de um grupo social. E quais
são esses grupos, e como eles se formam?
Um grupo social será formado sempre que se tenha um objetivo comum entre os indivíduos, caso
contrário, ou seja, quando não há objetivo comum, não poderemos dizer que temos um grupo social, mas sim
um agrupamento de pessoas.
Os grupos sociais existentes são os mais diversos: família (pais, filhos, parentes...), grupos de trabalho,
grupo de cerveja, grupo do clube e esportes (natação, vôlei, futebol, etc.), ou simplesmente para conversar...
Os grupos sociais ainda recebem classificações como:
a) Se um grupo for planejado, ou premeditada a sua formação, o chamaremos de “grupo organizado”.
Exemplo: amigos de bairro, time de futebol, família, etc.
b) Se um grupo for formado esporadicamente, sem intenção “de”, chamaremos de “grupo involuntário”.
Exemplo: crianças que se reúnem um parque de diversões, pessoas que esperam por uma condução no
“ponto de ônibus”, etc.
Um grupo social ainda poderá sofrer com as individualidades de cada momento, influenciando-o ainda
mais, apesar de suas características básicas, acima vistas, serem claras.
Pesquisas efetuadas por meios sociológicos, apontam que a formação de um grupo social é baseada
muitas vezes na simpatia, na amizade e até mesmo, em alguns casos, pelo inverso (antipatia, descaso,
desinteresse, etc.). Tal constatação também indica o sucesso ou o insucesso do grupo.
Falando mais claramente, o que aproxima as pessoas são as características peculiares de cada
indivíduo, da mesma forma que os afastam também os aproximam.
Exemplo:
Uma pianista gorda pode parecer feia para uma esteticista, mas a mesma senhora pode parecer bonita e
agradável para um pianista, pois gostam da mesma coisa. Se pararmos para pensar, chegaremos à
conclusão de que esta senhora pode ser bonita para a esteticista, pois ela pode achar que a senhora lhe será
útil naquele momento, e o pianista a achará feia, pois apesar dela gostar de piano, ele preferiria estar tocando
para uma jovem. O que quero dizer é que nestes dois casos acima, apesar dos mesmos coadjuvantes, é que
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os motivos que os unem e os que os separam é o interesse e o sentimento de cada um, em um dado
momento, variável com o tempo!

Os 10 Mandamentos de um Membro de Grupo

1)Respeitar ao próximo como ser humano.


2)Evitar cortar a palavra a quem fala, esperando sua vez.
3)Controlar suas reações agressivas, evitando ser indelicado ou mesmo irônico.
4)Evitar o “pular” por cima de seu superior; quando o fizer dar uma explicação prévia, ou assim que for
possível.
5)Procurar conhecer melhor os membros do seu grupo, afim de compreendê-los e de se adaptar a
personalidade de cada um.
6)Evitar tornar a responsabilidade atribuída a outro, a não ser a pedido desde ou em caso de
emergência.
7)Procurar a causa das suas antipatias, afim de vencê-las.
8)Estar sempre sorridente.
9)Procurar definir sempre bem as palavras no caso de discussões em grupo, para evitar mal-entendidos.
10)Ser modesto nas discussões; pensar que talvez o outro tenha razão e, se não, procurar compreender-
lhe os motivos de pensar e agir.

PARA REFLETIR
As seis palavras mais importantes:
Admito que o erro é meu
As cinco palavras mais importantes:
Você fez um bom trabalho
As quatro palavras mais importantes:
Qual a sua opinião?
As três palavras mais importantes:
Faça o favor
As duas palavras mais importantes:
Muito obrigado
A palavra mais importante:
Nós
Comunicação
COMUNICAÇÃO é a utilização de qualquer meio pelo qual um pensamento é “transmitido” de pessoa a
pessoa sem perder, tanto quanto possível, sua intenção original.
O objetivo da comunicação é de influenciar para afetar com intenção, visando uma reação específica de
uma pessoa ou grupo (mudança no comportamento).
Num passado não muito distante, acreditavam que para manter uma comunicação era necessário
apenas um diálogo, ou uma escrita, mas estudos recentes da psicologia moderna constataram que alguns
itens a mais constituem uma comunicação real. Nesta constatação de processo, deve-se observar que a fonte
e o receptor são sistemas similares. Se assim não fosse, não haveria comunicação.
Vejamos:
Sabemos agora que existem vários tipos de comunicação, e que é preciso conhecê-los para termos êxito
ao estabelecer a comunicação.
Temos assim os elementos do processo de comunicação, a fonte da comunicação.
O codificador, a mensagem, o canal, o decodificador e o receptor da comunicação.
Ao tratarmos especificamente de comunicação pessoa a pessoa, que é o modelo mais simples e o que
mais nos interessa, podemos agrupar fonte e codificador num único elemento, fazendo-se o mesmo com o
decodificador e o receptor, resultando em quatro elementos:
Emissor, receptor, canal e mensagem
Observação importante: devemos ficar atentos para as falhas, as distorções, as deformações nas
mensagens, os devaneios e as falsas verdades, as quais fazem com que raramente um fato seja relatado da
maneira que realmente ocorreu.
Embora cada situação comunicativa seja única, ainda assim é possível isolar certos elementos do
processo que são comuns a toda e qualquer comunicação.
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Vejamos os tipos de Comunicação:
Comunicações Orais: são as ordens, pedidos, colóquios, “bate-papos”, comunicações telefônicas, pelo
rádio, debates, discussões, etc.
Comunicações Escritas: são as cartas, jornais impressos, revistas, cartazes, etc.
Comunicações Não Verbais: são as comunicações estabelecidas.
Por Mímicas: gestos das mãos, do corpo, da face (caretas).
Pelo olhar: podemos saber o que uma pessoa quer de nós muitas vezes pelo olhar.
Pela postura do corpo: o nosso corpo fala muitas vezes o que realmente gostaríamos de dizer
verbalmente.
Consciente ou inconscientemente: falar é um estado consciente enquanto a postura é inconsciente.
O escritor Pierre Weil fala muito bem sobre este assunto, no seu livro O Corpo Fala. Muitas vezes nós
não conseguimos harmonizar o que sai da nossa boca com o que sentimos, outras vezes, o nosso corpo fala
por si só. O corpo expressa as nossas ansiedades, desejos e conquistas de forma natural mesmo que nossas
palavras digam o contrário. Os gestos podem significar mais que você imagina!
O corpo fala sem palavras pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros. E eles têm
muitas coisas a dizer a você.
Barreiras nas Comunicações
Muitas vezes a comunicação deixa de efetivar-se por barreiras, “obstáculos” que restringem a sua
eficácia, os quais podem estar ligados ao emissor, ao receptor, ou a ambos, ou ainda a interferências
presentes no canal de comunicação.
Nós podemos entender como barreiras nas comunicações, desde as limitações de ordem emocional,
tais como a incapacidade dos interlocutores para abordar determinados temas considerados por demais
ameaçadores, até as dificuldades relacionadas à utilização dos códigos de linguagem; todos estes fatores
representam maior ou menor grau de obstáculos a uma comunicação plena.
A idéia que se tem da comunicação é que ela existe em mão dupla, ou seja, um indivíduo pode ser ou
não aceito simplesmente pela sua forma de expressar-se.
Para que haja um sentido bilateral da comunicação, é necessário que tanto o emissor quanto o receptor
percebam o outro.
Não poderá haver uma comunicação correta, ou seja, sem interferências, quando não há sintonia no que
se diz, e no que se ouve.
Aqui cito algumas barreiras a título de exemplo:
Opiniões e atitudes:
O pai pede ao filho: “Vá a padaria da esquina comprar pães.”, mas o pai não justifica qual o tipo de pão a
ser comprado. O garoto terá neste caso livre conduta para comprar o pão que ele quiser.
Egocentrismo ou Competição. Essas duas palavras, juntas, acarretam um monólogo coletivo, onde o que
predomina é o interesse individual e não o interesse do grupo.
O locutor está falando enquanto o receptor, “quem ouve”, rebate tudo o que o outro diz, sem ao menos
processar e analisar o que lhe está sendo dito. Esta atitude é muito comum para pessoas egocêntricas e/ou
competitivas, pois esses indivíduos não aceitam ser o segundo plano, eles precisam estar sempre em
evidência.
A pessoa egocêntrica ou competitiva quase sempre se envolve em situações ridículas e equívocas sem
ao menos se dar conta.
Vejamos o exemplo de um grupo de pessoas conversando, onde cada um conta uma história ou
experiência vivida: ocorre de um membro do grupo interferir dizendo que o que ele viveu ou que o que
aconteceu com ele é sempre mais interessante. Ou ainda podemos ver o exemplo de um casal, onde os dois
tentam chegar a um denominador comum, mas o que ocorre é que um dos dois precisa ceder, e o
egocentrismo não permite que o façam.
Percepção
Para ter percepção com as coisas que nos rodeiam, precisamos, antes de tudo, é ter sensibilidade.
Sabemos que a nossa percepção é influenciada por preconceitos e estereótipos. São esses fatores que nos
predispõem a fazer com que prestemos atenção ou não no que nos é dito ou vice-versa, ou ainda é assim que
fazemos que as pessoas prestem a atenção no que falamos.
É através da percepção que “captamos os fatos e adquirimos informações com auxílio de todos os
sentidos”.
A percepção não é estática; é um processo dinâmico a envolver não somente a apreensão dos estímulos
sensoriais, mas também a interpretação, por parte do receptor, da realidade observada.
Uma característica da percepção consiste no seu caráter individual, isto é, cada pessoa capta uma
mesma situação de forma única e inteiramente particular.

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Percebemos as situações de acordo com as nossas experiências anteriores, nossas expectativas e
necessidades, e também nos deixamos influenciar pelos fatores circunstanciais.
A percepção é seletiva. Não percebemos, mas é através da percepção que selecionamos com quem nos
relacionamos. Começamos um relacionamento buscando características que nos atraem no outro. Quando
nos simpatizamos com alguém, tendemos a ver e reconhecer somente as suas qualidades, eliminando quase
que por completo os seus defeitos, mas quando o indivíduo já não nos é tão querido, passamos a realçar
seus defeitos, não mais vendo qualidades mesmo que elas existam.
Frustração
A pessoa frustrada também produz uma barreira na comunicação. Inconscientemente ela bloqueia o que
lhe é dito, mas o seu problema é diferente dos casos mostrados anteriormente. A pessoa frustrada não vê
saída para os problemas que lhe são apresentados, nada tem solução. O que lhe causa um negativismo
muito grande, podendo ser passado para outras pessoas influenciáveis.
Inconsistência nas comunicações verbais e não verbais:
As comunicações verbais e não verbais nem sempre estão sintonizadas, e por este motivo causam
alguns inconvenientes quando uma ou mais pessoas tentam dialogar.
Pessoas que não conseguem concatenar e expressar os seus movimentos corporais, e até mesmo a sua
expressão verbal, em razão de suas variáveis culturais ou falta de sensibilidade nas relações humanas,
ocasiona para si o afastamento e incompreensões de seus amigos, colegas, enfim, das pessoas que a
rodeiam.
Os movimentos corporais: a voz e as expressões faciais expressam o inconsciente, muitas vezes omitido
e aflorado sem que o indivíduo perceba.
Exemplo: movimentos bruscos podem vir acompanhados de palavras dóceis, ou ainda palavras
enraivecidas podem muitas vezes ser acompanhadas de olhares mansos, etc.
Comunicação a Serviço da Qualidade
Qualquer tentativa de melhorar ou minimizar as falhas na comunicação deverá partir tanto do emissor
quanto do receptor. Procedimentos para uma comunicação eficaz: Ouvir com atenção e concentrar-se;
absorver, analisar quem nos fala, e então responder (de forma educada e equilibrada).
Não ter preconceitos com quem nos fala. Dê uma chance ao locutor de mostrar-se como pessoa única e
especial que é. Considere a individualidade alheia. As palavras são mágicas. São as verdadeiras essências
de um relacionamento, elas podem construir ou destruir um indivíduo. Seja dócil, amigo, e se precisar ser
mais duro, o faça com a consideração de que há uma pessoa, um ser humano como você na sua frente.
Considere que 70% da comunicação não é verbal.
Lembre-se:
Contato visual, demonstre atenção ao outro;
Postura, o seu corpo fala, uma postura ereta, competente e segura;
A expressão fácil causa simpatia e aproximação, seja cordial e sorria;
A aparência em geral, seja uma pessoa de hábitos limpo, asseado, com vestimenta adequada para cada
ocasião ou função profissional, cabelos, peles e unhas. Uma aparência saudável demonstra que você está de
bem com a vida e com as pessoas que o rodeiam. Pessoas que não cuidam do seu visual geralmente
acreditam não serem muito bem aceitas na sociedade. E esta forma de desleixo é inconscientemente
proposital, uma forma de chamar a atenção, de agredir o outro.
O Silêncio
O silêncio denota que alguma coisa não vai bem. O silêncio pode às vezes ser necessário, mas não por
muito tempo, quando se está num diálogo, pois o próprio nome já responde, que são duas pessoas ou mais
se comunicando, senão seria um monólogo.
“A vida é um eco, se você não está gostando do que está recebendo, então preste atenção no que
você está emitindo.”
Lair Ribeiro
Qualidade no Atendimento
Alguém que se dispõe a alcançar a competência pela qualidade na gerência de si mesmo pelo auto-
desenvolvimento sempre deve estar disposto a aprender.
Auto-desenvolvimento implica mudanças sucessivas, buscando alcançar novas atitudes, novos valores e
atos, coerentes com os objetivos perseguidos.
Cada mudança é conseguida pelo exercício de um conhecimento novo, o que equivale a dizer que o
auto-desenvolvimento é o resultado de um processo contínuo de aprendizagem.
Mas aí de quem presumir que a auto-educação se restringe a adquirir novos conhecimentos!

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É preciso, face a eles, mudar nossas atitudes e comportamentos. Um parêntese: o conceito que aqui
usamos de atitude diverge do conceito mais usado popularmente. Estamos considerando atitudes não ação o
comportamento em si, mas a “disposição mental para sentir, pensar e estamos inclinados a agir de modo
positivo ou negativo em relação a pessoas, objetos ou situações” (Aurélio Buarque de Holanda –Novo
Dicionário da Língua Portuguesa)
E não é fácil mudar atitudes e comportamentos. Como não é fácil mudarmos nossos valores e nossos
hábitos.
De modo geral, nossas atitudes provêm de nossas crenças, valores e condicionamentos. Isto é,
independentemente de poder contar com um componente racional-cognitivo, a atitude engloba uma forte base
emocional.
Essa emoção envolvida em nossas atitudes é a principal modeladora de nossos comportamentos e a
principal determinante de nossas decisões.
Em outras palavras, agimos muito mais guiados por nossas emoções do que por nosso raciocínio lógico.
Freqüentemente permanece uma grande defasagem entre os nossos comportamentos e o conhecimento
que vamos obtendo, pois as emoções envolvidas nas atitudes que os promovem bloqueiam a
aplicação do conhecimento. O que costuma gerar em nós conflitos íntimos, traduzidos por estado de
inquietação. Para aliviá-los, tendemos muito comumente (e inconscientemente), após o
comportamento guiado pela emoção, a organizar em nossa mente razões lógicas que justifiquem, embora a
posteriore, nossa ação emocional. A isso os psicólogos costumam chamar de racionalização.
Que, diga-se de passagem, temos muita dificuldade de admitir, sobretudo em nós mesmos, já que
comumente nos vemos como um ser lógico e racional. Além de justo, imparcial, verdadeiro e quase sempre
coberto de razão.
É claro que é possível sermos justamente um daqueles que compõem o quadro das exceções, a elite
minoritária e coerente das estatísticas na curva normal das imperfeições humanas. Aliás, parece que
praticamente todos nós acreditamos exatamente nessa hipótese.
O problema é que o barco dos infalíveis é muito pequeno para tanto marujo.
Daí possivelmente o fato de, por nossa habilidade de racionalizar, passamos absolutamente incólumes
por muitas situações que confrontam nossos conhecimentos, que nos checam e nos contestam. E de tão
raramente aplicarmos uma série de informações que adquirimos, apesar de, racionalmente, considerarmos
muitas delas perfeitamente válidas e amplamente proveitosas.
E lá no fundo, no mais íntimo de nós, continuamos acreditando na boa imagem que temos de nós
mesmos e confiando condicionalmente em nossos velhos hábitos e valores, desprezando os nossos
conhecimentos.
E, para uso externo, as mesmas velhas e desgastadas justificativas. “No meu caso não funciona”, “Não
há tempo”, “Quem me dera pudesse ser assim”, “Tem muita gente que deveria agir assim; não é o meu caso”,
“Já faço isso há anos”, “É pura poesia”.
É bom que nos lembremos de que a aprendizagem, como a educação e principalmente a auto-educação,
não visa apenas o conhecimento. Ela só tem sentido quando é traduzida em ação.
E se nossas ações são promovidas ou bastante influenciadas por nossas atitudes, temos de entender o
processo de aprendizagem na auto-educação não como a simples aquisição de um conjunto de regras ou
receitas para uso diário, mas como instrumento para mudança de atitude.
Vivemos hoje um mundo de regras, fórmulas, modelos, sistemas, rótulos, siglas, enfim, uma série de
técnicas e receitas para que nós, pobres normais, possamos resolver todos os nossos problemas e viver
melhor.
Mas, como diz o outro, “Na prática a teoria é outra.”
A gente vai tentando perder a barriga, fazer sucesso, controlar a mente, ficar rico, ou qualquer outra
coisa, tudo em módicas prestações diárias. E o máximo que conseguimos, na grande maioria das vezes, é
ocupar durante algum tempo, um pouco do nosso tempo de lazer.
E a gente continua tentando, acreditando, porque as soluções que nos são apresentadas parecem
lógicas e parecem sérias.
E pelo menos em alguns casos são lógicos e são sérias. E em pequenos números de casos funcionam.
Meia hora de exercícios adequados diariamente faz realmente perder a barriga.
Funciona? Não! Não fazemos exercícios.
Certamente é uma questão de atitude. E de hábitos internalizados.
Façamos algumas comparações.
Durante nossos anos de escola formal, compramos um bom livro técnico que nos foi recomendado pelo
professor e levamos um bom tempo para tê-lo. Sublinhamos as frases que achamos importantes, relemos
parágrafos ou capítulos mal compreendidos, enfim, dedicamos a ele nossa máxima atenção, procurando
aprender e mesmo memorizar o que o autor ensina. Nas horas vagas, para descansarmos pegamos um livro
qualquer de literatura.
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Lemo-lo em dois dias, sem sublinhar, sem reler capítulos, sem a preocupação de memorizar. Meses
depois, muito provavelmente relembramos com facilidade a história, os personagens, os fatos e até mesmo os
diálogos e frases de efeito do romance ou do conto do que os ensinamentos ou as frases cuidadosamente
sublinhadas, relidas e memorizadas do livro técnico.
Em certo momento de nossa vida compramos (ou ganhamos) nosso carro e resolvemos aprender a
dirigir. Matriculamo-nos numa auto-escola, tomamos dez horas de aula e pouco tempo depois podemos ser
considerados motoristas bem razoáveis. Pelo menos muito diferente do que éramos antes. Ao mesmo tempo,
chegamos à conclusão de que nosso “relacionamento interpessoal” (um cumprimento do “psicologês”) anda
mal – nosso chefe descobre isso – e inscreve-nos num excelente curso de Qualidade no Atendimento,
Relações Humanas, como fazer amigos, etc. Depois de 30 aulas, muitos filmes e exercícios, partimos
motivados para o cotidiano. Algum tempo depois, muito provavelmente continuaremos em dificuldade para
nos relacionarmos (ou, pelo menos, nosso chefe continuará pensando exatamente isso).
Por que?
São situações que envolvem aprendizagem, e, como tal, visam desejavelmente mudança de atitudes. E
necessariamente mudanças de hábito. Essas mudanças, sobretudo em seu componente emocional, é que
são capazes de criar condições não só para transformarmos os conhecimentos adquiridos em novos
comportamentos como também para criarmos em nossa mente as condições necessárias para
assimilar os novos conhecimentos.
O que nos leva realmente a aprender e mudar atitudes?
O Interesse!
Qualidade é uma questão de ATITUDE, PERSISTÊNCIA E COMPROMETIMENTO.

A Qualidade e Você
“Só chegará ao ano
Você já tinha lido, ou reparado em manchetes ISO 9000 2006 quem se adaptar”
iguais a essas aí? É, já estamos batendo na porta do
ano 2006! E tudo o que conhecemos, o que nos foi
ensinado por nossos pais, ou o que aprendemos na
escola parece ficar para trás cada vez mais rápido, Empresas
mais rápido!... As novidades, então, nem se fala! inventam Novo profissional deve
novos cargos Novo profissional deve
Chegam em velocidades cada vez maiores e acabam investir na carreira.
investir na carreira.
“atropelando” a gente. Aí estão o telefone celular, as
transmissões por satélites e a TV a cabo que não nos
deixam mentir.
E você, já tinha percebido isso? Claro que sim! Isso significa que você percebeu que, no mercado de
trabalho cada vez mais difícil, só tem bons empregos o profissional que for extremamente bem preparado.
Estar bem preparado, neste caso, significa não só fazer bem as coisas, mas também saber o que as
empresas estão fazendo em termos de melhoria de qualidade de seus produtos e serviços. E o que elas estão
exigindo de seus funcionários para que todos alcancem esse objetivo.
Por isso, nesta primeira aula, vamos explicar a você o que é essa história de qualidade total; porque, de
repente, todo mundo começou a falar sobre isso e como você poderá se preparar para enfrentar o desafio de
conseguir ou se manter em um bom emprego, mesmo em tempos de crise “braba”.

Qualidade, invenção de japonês?


Pois é, todo mundo pensa que essa história de qualidade é invenção de japonês. E a propaganda
contribui para isso: você se lembra daquele anúncio na TV que diz: “Nossos japoneses são mais criativos que
os outros”? Mas, isso não é coisa de japonês, não. A idéia de qualidade é tão velha quanto o primeiro pote de
cerâmica que o primeiro artesão fabricou milhares de anos atrás. Só que ela foi mudando...
Quando o homem começou a plantar e colher seu próprio alimento, foi praticamente obrigado a construir
abrigos duráveis, fabricar roupas, objetos, ferramentas, armas... Então, à medida que os grupos sociais iam
se organizando, essas tarefas começaram a ser divididas entre os vários membros da comunidade. Aos
artesãos de maior habilidade, era reservada a posição de destaque que a importância do seu trabalho
merecia. E eram eles mesmos que avaliavam a qualidade de seu trabalho.
Mas, o que era qualidade para aqueles trabalhadores? Talvez algo que fosse prático, como um par de
sapatos; ou resistente, como uma armadura; ou durável, como uma ferramenta, mas não necessariamente
bonito. Podia também ser algo que levasse muitos anos para ser fabricado, como uma porcelana chinesa, ou
que se destaca pela delicadeza do material com o qual era feito, como uma seda, por exemplo.
Praticidade, resistência, durabilidade, beleza eram características controladas pelo próprio artesão,
juntas ou separadas, foram durante milhares de anos, sinônimos de qualidade. Mas, o tempo passou, essa
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idéia foi modificada pela Revolução Industrial que começou lá pelo fim do século XVIII, e que introduziu as
máquinas na produção de alimentos e produtos. Com isso, foi possível produzir mais alimentos e mais bens e
as pessoas consumirem.
Isso modificou totalmente as relações sociais: as pessoas começaram a sair do campo e vir para as
cidades à procura de trabalho. As cidades cresceram, novas profissões surgiram. Dentro das fábricas, a
preocupação era com métodos que agilizassem a produção e diminuíssem os custos. A introdução
das linhas de montagem e a padronização das medidas foram conseqüências dessas preocupações.
Durante muito tempo, esse modelo de organização industrial manteve a idéia de que qualidade era
ausência de defeitos. Quer dizer, o controle da qualidade era então realizado pelo inspetor de qualidade
praticamente só depois que o produto estava pronto.
Foi aí que os japoneses entraram. Do controle de qualidade do produto, eles passaram a
controlar a qualidade do processo, quer dizer, tudo o que envolve a produção de determinado produto, e
eliminaram todas as tarefas que não acrescentassem características ao produto.
Essa foi a grande “sacada” dos espertos orientais. A depressão econômica gerada pela crise do petróleo
na década de 70 criou condições ideais para que essa idéia desse frutos. As empresas tiveram que se
reorganizar para enfrentar a crise, por isso, mudaram seu modo de administrar seus negócios. A economia
ficou cada vez mais “global”. O que acontece em Tóquio, ou na Cidade do México nos afeta imediatamente.
As empresas competem ferozmente entre si, e quem não consegue oferecer produtos de qualidade, com
custos baixos e preços competitivos, tem que fechar suas portas.
Essas mudanças na empresa afetam diretamente o posto de trabalho e, em conseqüência, o perfil do
trabalhador. Por causa disso, o operário também tem que mudar. Agora ele precisa estar sempre se
atualizando sob pena de ficar rapidamente defasado em relação aos conhecimentos necessários para realizar
seu trabalho. Quem não percebeu isso, não mudou, ou se adaptou, perdeu o emprego.

Correndo atrás do prejuízo


E como fica o Brasil nesse cenário? Bastante preocupado, porque durante muito tempo (até 1990), a
economia do nosso país foi bastante fechada e controlada. Agora, com a abertura trazida pelas leis voltadas a
partir de 1990, como por exemplo o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, as empresas brasileiras
estão começando a se preocuparem em favorecer produtos de melhor qualidade. E isso está acontecendo
não só por causa do Código, mas também por causa da entrada de produtos estrangeiros que passaram a
concorrer com os nossos.
Além dessa concorrência, bastante saudável, diga-se de passagem, iniciativas do próprio governo
brasileiro têm ajudado o nosso país a “correr atrás do prejuízo”. A mais importante de todas é o Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP). No próprio documento que descreve esse projeto, fomos
buscar o objetivo desse programa, que é: “Apoiar o esforço brasileiro de modernidade por meio da promoção
da qualidade e da produtividade, com vistas a aumentar a competitividade de bens e serviços produzidos no
Brasil.”
O que é, o que é?

ISO – Série 9000: é um conjunto de normas elaboradas pela ISO (International Organization for
Standardization, ou seja, Organização Internacional para Padronização), uma organização
internacional com sede em Genebra, na Suíça, com a finalidade exclusiva de tratar questões ligadas à
qualidade. Quando uma empresa recebe a certificação, isso significa que o conjunto de seus
procedimentos e processos está de acordo com esse conjunto de normas.

Esse programa permitiu, também, a criação do Prêmio Nacional da Qualidade para incentivar as
empresas a desenvolverem programas de qualidade próprios e que possam servir de modelos para outras
empresas.
Até o PROCON, aquele órgão que defende os seus direitos como consumidor e do qual, com certeza,
você já ouviu falar, é um resultado concreto desse programa.
Código de Defesa e Proteção do Consumidor, Prêmio Nacional de Qualidade e Produtividade,
implantação de PROCON’s, Mercosul, tudo isso está fazendo as empresas se mexerem. E isso tem tudo a ver
com você. Como?
O assunto Qualidade é uma “matéria” de escola que você tem de saber “de cor e salteado”.
Porém quanto mais você souber sobre ele, melhor. Por isso vamos propor que você leia no mínimo
dois artigos de jornais ou revistas que falem sobre Qualidade. Para ajudá-lo a reconhecer o assunto,
vamos apresentar as seguintes palavras ou expressões chave: ISO 9000, cliente certificação,
programa de qualidade, treinamento, parceria, gestão de qualidade.
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Leia e discuta com seus colegas a idéias que aparecem nos artigos escolhidos. A gente gostaria
que vocês apresentassem, principalmente, suas opiniões sobre como vocês acham que essas idéias
afetam suas vidas como trabalhadores e pessoas.
Qualidade. O que é que você tem a ver com isso?
É, meu caro, exatamente tudo! Seja como pessoa e consumidor de bens e serviços; seja como operário
na linha de produção.
Como consumidor, você tem direito de exigir que as coisas pelas quais você paga tenham, no
mínimo, a qualidade prometida pela propaganda.
E isso vale também para os serviços prestados pelo Estado nas áreas de saúde, educação e segurança.
Porque esses serviços não são gratuitos, não. Eles são pagos pelos impostos que devem ser recolhidos até
sobre uma simples caixa de fósforos que você compra.
Você deve ficar atento também para o fato de que qualidade, nesse tipo de serviço, não quer dizer
simplesmente a vaga na escola, o leito do hospital e o ladrão na cadeia. Qualidade, nesse caso, significa o
professor bem preparado, presente na sala de aula, assumindo a responsabilidade de ensinar. Significa
também, o bom atendimento no hospital, com médicos descansados, enfermeiros bem treinados e níveis de
infecção hospitalar dentro dos padrões aceitáveis. E quer dizer, finalmente, policiais corretos, educados e
realmente preocupados com a segurança da população. Se você não tem isso, está em todo o direito de
“espernear”.
Qualidade é, essencialmente, satisfação do cliente. Essa é a base para todos os programas implantados
por qualquer empresa, atingindo todos os setores, desde a portaria até o presidente. Mas, quem é o cliente?
No plano pessoal e dependendo do momento, somos todos ao mesmo tempo clientes e fornecedores.
“Como posso ser cliente e fornecedor ao mesmo tempo se nem sou dono de uma empresa, não trabalho
em balcão de loja, e ultimamente o dinheiro só dá mesmo para o essencial!” Pode sim! Observe o seu
relacionamento com a sua família. Todos os membros dela são seus clientes na medida em que precisam do
seu carinho, afeto, atenção.
No plano profissional, somos clientes dos colegas dos quais nosso trabalho depende, do mesmo modo
que colegas são clientes do trabalho que produzimos.
E o cliente espera? Ele espera receber da maneira desejada, seja lá o que for que ele compre ou
precise. No mundo dos negócios de hoje, qualidade no sentido de satisfação do cliente não é vantagem sobre
o competidor, mas alguma coisa tida como certa. Isto é, a empresa tem que ter “aquele algo mais”. Conquistar
os clientes é hoje grande objetivo das empresas para fazer frente à competição.
Isso envolve mexer com o mundo de administrador, o que significa, principalmente, ter uma noção
absolutamente clara da visão da empresa em relação a suas metas. E significa controlar rigidamente cada
etapa do processo para que nada seja esquecido. O conjunto de métodos e orientações para esse tipo de
administração é chamado de Gestão de Qualidade.
Do ponto de vista do empregado, não importa qual a posição que ele ocupe dentro da empresa, isso
significa assumir a responsabilidade total pela qualidade de seu próprio trabalho. Mas, parece que isso
também não é novo, e você até deve estar pensando: “Epa! Voltamos ao que era antes, quer dizer, aquela
história do artesão ser o responsável... Isso já foi falado no começo desta aula.”
Você tem razão. Só que o contexto é outro, porque a linha de montagem continua lá, mas organizada de
outra forma. Por causa disso, novos perfis profissionais estão surgindo. A empresa agora exige que seu
funcionário seja não apenas assíduo, pontual, limpo, organizado e bem treinado no que faz; mas que também
saiba trabalhar em grupo, solucione problemas, seja criativo, cuide da máquina sob sua responsabilidade e
forneça bons produtos ou serviços para que o seu cliente, isto é, o próximo colega que depende do trabalho
que você fez, possa também executar um bom trabalho.
Por isso, hoje em dia, preparar-se para o mercado de trabalho é muito mais do que simplesmente
aprender uma profissão. Basta lembrar que se você quiser trabalhar em um escritório, será necessário saber
mais que “datilografia”.
Você vai precisar saber mexer com um computador e conhecer uns dois ou três programas que lidem
com planilha de custos, gerenciamento de pessoal, folhas de pagamentos... Isso para não lembrar da
indústria mecânica: se você é um torneiro, por enquanto isso é ótimo. Mas os tornos CNC, comandados por
computadores estão aí. Daqui a pouco, como vai ser?
A verdade é que o trabalhador precisa também ter “aquele algo mais”, ou seja, ter habilidades que
envolvem coletar dados, analisá-los e organizá-los, fazer diagnósticos, elaborar, propor soluções e tomar
decisões.
Isso fica muito claro quando a gente lê nos jornais o quanto as empresas que optam pelos programas de
qualidade estão investindo em treinamento de pessoal. Para ter o grau de iniciativa ideal para o sucesso
desses programas é essencial que os funcionários saibam o que está acontecendo, não só na empresa, mas
no mundo à sua volta.

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O caminho é estudar, dominar as informações referentes ao próprio campo de trabalho, acompanhar as
tendências, estar preparado para trabalhar em células ou ilhas de produção, em resumo: não ser apenas
bom, mas o melhor de todos. Isso é o que as empresas esperam de seus funcionários. Porque o importante
para ela é vencer a competição. E isso só acontecerá se o time for realmente bom!
Por causa disso, vamos apresentar para você alguns conceitos, alguns métodos e algumas ferramentas
usadas para o acompanhamento dos processos, visando o aumento da produtividade, a melhoria da
qualidade e, finalmente, a satisfação do cliente. É uma maneira de você saber o que o espera dentro da
empresa. Queremos também que você se preocupe com isso como cidadão. Que tenha consciência de seus
deveres e de seus direitos e que possa brigar por eles de uma maneira mais firme e justa.
É hora de pensar, de refletir
Para você pensar um pouco, vamos contar uma fábula: “Era uma vez um sapinho muito distraído
que pulou dentro de uma lata cheia de água. Até aí, nada demais, porque todo o mundo sabe que sapo
gosta de água. Bem, acontece que a lata cheia de água estava em cima de um fogão e o dono do
fogão, também estava distraído, não viu o sapinho e acendeu o fogo. Como a água foi esquentando
devagar, o sapinho, no início, até que se sentiu confortável. Sem perceber o perigo que corria, foi
ficando lá pra ver o que acontecia. E aconteceu: ele morreu cozidinho da silva... O irmão desse
sapinho, também bastante distraído, ao sentir sua falta, saiu pela cozinha a procurá-lo. Seguindo a
direção do irmão, ele também chegou ao fogão. Só que, quando ele pulou na água, esta já estava
fervendo. Sem pensar duas vezes, ele tratou de cair fora. Passou um pouco de calor, mas sobreviveu.”
É claro que essa história é uma brincadeira. Mas ela pode ser usada para exemplificar o
comportamento de dois tipos de trabalhador diante das mudanças que estão ocorrendo no mercado
de trabalho. Você seria capaz de dizer que tipo de trabalhador é o sapinho que morreu e que tipo é o
que sobreviveu? E você, em que modelo acha que se encaixa? Pense nisso e discuta suas idéias com
seus colegas de classe.
ÉTICA PROFISSIONAL
Ética e Postura Profissional
Ética
O termo ética refere-se aos padrões de conduta moral, isto é, padrões de comportamento relativos ao
paciente, à instituição e aos colegas de trabalho.
Ter boa capacidade e discernimento significa saber o que é certo e o que é errado, e como agir
corretamente.
A ética do profissional de saúde refere-se ao modo responsável de procedimento, levando a todos os
profissionais a ter um comportamento todo destinado ao bem-estar físico, moral e social do paciente.
O homem deve procurar normas éticas para crescer em todos os aspectos de seu ser.

Introdução
A ética, ramo da filosofia geral, é uma ciência que estuda a moral aplicada ao comportamento humano,
no sentido de estudar e ditar normas que levam o homem a praticar o que é bom.
A ética existe em toda sociedade humana. Tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. A ética se
preocupa e pretende a perfeição do ser humano e que ele chegue a realizar-se. Também estuda o
comportamento do ser humano, para realização deste como pessoa.
Ética se refere à maneira que nós devemos viver.
Tradicionalmente, a Ética é definida como “Ciência da Moral e dos Costumes”. Mas, tanto os costumes
como a moral, variam com o tempo, o lugar e a cultura de cada sociedade. Por isso mesmo, é que não
podemos considerá-la como uma ciência acabada, fechada em princípios rígidos, pois a humanidade continua
em evolução e, portanto, a moral e os costumes também. A Ética está voltada para o belo, o bom, o justo, o
correto, o moral, ainda que estes sejam conceitos questionáveis e contraditórios. Já que historicamente
definidos.
Valores Morais e Éticos Fundamentais nos Direitos do Homem
A Ética moral divide-se em ética dos bens e ética dos valores, aquela surgida com o início da própria
disciplina. Sendo a virtude o único bem, o vício é também o único mal. A noção do dever, de vencer segundo
a razão, que significa o senso de responsabilidade, foi introduzida na ética pelos estóicos e, ética dos
valores, iniciada por Nietzsche.
Os valores são realidades que existem ao lado das coisas e das pessoas.
Valores Fundamentais dos Direitos Humanos
1.Liberdade: Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral. Poder de
exercer livremente a sua vontade com responsabilidade.
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2.Segurança: Proteção, garantia e tranqüilidade assegurada ao indivíduo e à coletividade.
3.Justiça: Virtude que consiste em dar ou deixar a cada um o que por direito lhe pertence, ou reconhecer
os direitos de alguém a alguma coisa, de atender às reclamações às suas queixas, etc.
4.Privacidade: Qualidade de privativo.
5.Direito Fundamental: Que é o “Direito Comum”. No amplo domínio do Direito privado, destaca-se o
Direito Civil como Direito fundamental a todos os homens, no sentido de disciplinar o modo de ser e
agir das pessoas.
6.Moral: Palavra que vem do latim mosmous e significa: costumes; conduta da vida; princípios; regras de
comportamento; valores “Sentimentos”. Tem sentido tradicional, conservador, fechado, e tantas vezes
até negativo. É o conjunto organizado e sistematizado de regras ou valores. É a ciência dos atos
humanos, do agir humano, dos “Bons Costumes”, dos deveres da pessoa, individualmente e perante
a sociedade.
7. Ética: Palavra originária do grego Ethos, que se refere a : Costumes; hábitos; modo de ser; caráter;
“morada”, o lugar onde se vive; organização de um povo ou de toda a sociedade. Tem sentido de
análise, de reflexão, de atenção e abertura ao mundo moderno.
É o conjunto de ações e atitudes humanas, analisadas sob o ponto de vista do bem e do mal. Fazer o
“Bem e Evitar o Mal”.
Ciência que orienta e define as leis da atividade livre da pessoa humana. Orienta a pessoa para agir livre
e corretamente em todas as situações de sua vida, nas mais variadas formas da atividade humana. Inclui o
fazer, o mudar, o senso de responsabilidade, a participação, a busca de valores, a consciência de limites, o
questionamento, a reflexão, o discernimento.
Os temas fundamentais da Ética são os da Liberdade, da Vontade e da Responsabilidade, a
Participação, a Busca de Valores, a Consciência dos Limites, o Questionamento, a Reflexão, o discernimento.
8. Deontologia: Palavra de origem grega, formada por Deon – Deontos + Logos, que significa Dever;
Obrigação; o que é preciso fazer.
Ciência dos deveres. Estudo os deveres de um grupo profissional, em relação às exigências ligadas ao
exercício da profissão
Etimologia, Moral, Ética e Deontologia, são quase sinônimos, pois todas se referem ao agir humano.
9. Bioética: Palavra oriunda do grego Bios + Ethos, que se refere à ética da vida. Trabalha as questões
que envolvem principalmente o nascer, o viver e o morrer. Os princípios fundamentais da Bioética são
Beneficência, Autonomia e Justiça.
Significado da Ética na Enfermagem
Refletir, questionar, repensar as ações que envolvem a prática da Enfermagem como uma profissão a
serviço da pessoa humana.
Trata-se de uma Ética não Fiscalizadora, Restritiva, Punitiva, mas Educadora, Solidária, Responsável,
Reflexiva, Questionadora, Comprometida, Libertadora.
Ética Profissional
É a ciência aplicada nas relações interprofissionais que se refere aos deveres, direitos relacionados
diretamente com a profissão a qual a pessoa faz parte. Ou ainda, o conjunto de normas e deveres que
orientam as relações dos profissionais entre si, com seus clientes e com a comunidade.
Este é também, o objeto da Deontologia, que é a ciência ou o tratamento dos deveres.
Objetivo da Ética Profissional
1.Orientar o aluno para o reajustamento ao ambiente da escola.
2.Compreensão da importância das boas maneiras no convívio escolar e profissional.
3.Reconhecer os valores morais nas ações humanas.
4.Facilidade para interpretar a sua conduta e a conduta dos seus semelhantes.
5.Compreensão dos ideais da profissão.
6.Fortalecer o interesse pelo aperfeiçoamento moral.
7.Desenvolvimento das responsabilidades decorrentes da situação de estudantes da área de saúde.
8.Conhecimento sobre a exigência para a:
-Prática da profissão
-Possibilidades existentes nos trabalhos
-Legislação da profissão
-Entidades de classe
Postura Profissional

31
A qualidade do trabalho profissional está intimamente ligada à sua ética; seu senso moral, seus valores e
a maneira pela qual trata as pessoas. Uma pessoa íntegra age de maneira coerente com o que fala e
acredita. Se você for leal às pessoas, elas saberão que podem confiar e contar com você.
A postura profissional compreende vários aspectos como atitude física, silêncio e discrição.
Atitude Física: Postura corporal.
Compreende um conjunto de boas maneiras, tais como:
Ficar em pé: Distribuindo de forma elegante a sua posição corpórea. Caminhar com desenvoltura, com
passos lentos e gradativos.
Subir e descer escadas: Mantendo uma posição certa evitando inclinar-se para frente ao subir.
Modos e gestos apropriados: Os gestos são também uma forma de comunicação e expressão da
pessoa.
Apresentação pessoal: Higiene corporal, uniforme limpo, discreto, em ordem e que facilita os
movimentos para o trabalho.
Quanto ao modo de falar e ao tom de voz: Falando com delicadeza, moderação, um tom de voz suave
e uma linguagem correta.
Quanto ao modo de tratar as pessoas: O profissional de saúde trabalha em colaboração, executa as
recomendações do médico e da enfermeira, devendo se integrar a eles e a todos os colegas com quem
trabalha, para alcançar o propósito (o paciente, sua saúde), pela solidariedade, pela capacidade de atuação,
tratando a todos com respeito e consideração.
Silêncio: Não se compreende a atenção, a reflexão e a observação sem silêncio. O silêncio não é
exigido para impedir a conversa e sim para garantir vantagens mais positivas.
1.O silêncio torna o ambiente de trabalho tranqüilo e seguro, inspirando mais confiança ao doente;
2.O silêncio ensina a falar. Quando se fala pouco, pensa-se mais no que vai falar;
3.O silêncio favorece a discrição e a guarda do segredo profissional e com isso, o doente acaba mais à
vontade com o profissional.
Discrição: É reserva e prudência em palavra e atos. O profissional de saúde tem necessidade de
discrição muito mais do que outros profissionais, porque ele trabalha com seres doentes, sujeitos a muitas
fraquezas e que cedem facilmente à necessidade de desabafar.
O que fazer então?
- Cumpra suas promessas – mantenha suas palavras. Fale com as pessoas e não delas.
- Admita seus erros, não tente racionalizá-los, nem culpe outras pessoas pelos seus erros.
- Não espalhe boatos, nem participe de intrigas.
- Não faça observações depreciativas a respeito das pessoas ausentes.
- Não fale negativamente dos concorrentes.
- Não critique uma pessoa na frente de outras.
- Não fale em público sobre os desacordos com sua família, seus amigos, seu chefe, seus colegas.
- Diga aquilo em que acredita e está disposto a repetir e defender.
Segredo Profissional
“Segredo é tudo aquilo que, ou por sua natureza ou por um contrato especial, deve ser considerado
oculto.”
1.Natural: É o segredo que se deve guardar pela própria natureza do fato conhecido. É parte do
relacionamento humano.
2.Prometido: É o segredo que se deve guardar em razão de uma promessa feita a quem revelou
3.Confiado: É o segredo cuja obrigação deriva de um acordo, expresso em palavras ou não, assumido
quando se decidiu exercer determinada missão.
4.Segredo Profissional: É uma espécie de segredo confiado que tem por objetivo as notícias recebidas
quando no exercício da própria função. É uma obrigação de justiça. Ele é exigido também em vista do
próprio bem comum.
Por ser assunto que envolve aspectos humanos, deontológicos e jurídicos, o segredo profissional
abrange:
-Ao paciente (Conteúdo de seu prontuário).
-Aos familiares (Fatos relacionados à vida particular do paciente).
-Aos funcionários (Colegas e Chefes).
-À instituição de saúde (Fatos relacionados ao seu funcionamento)
A cessação do segredo profissional é permitida nos seguintes casos:
-Quando houver consentimento do paciente;
-Quando o bem comum exigir;
-Para evitar graves danos a terceiros;
-Para resguardar o bem da pessoa a quem o segredo foi confiado.
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No dia-a-dia, você poderá encontrar situações embaraçosas (Família, paciente). Quando isso acontecer,
não se precipite. Haja com prudência e responsabilidade. Não se sinta envergonhada em recorrer à
enfermeira chefe. Lembre-se que o respeito ao paciente, à sua honra e à tudo aquilo que lhe pertence são
condições indispensáveis ao desempenho de sua atividade.

Ética Profissional do Profissional de Enfermagem


Ética Profissional é o conjunto de normas pelas quais o indivíduo deve orientar o seu comportamento na
profissão em que exerce.
A Ética Profissional do Profissional de Enfermagem o orienta no cumprimento dos deveres em relação
aos pacientes, às enfermeiras, aos médicos e demais pessoas com quem trabalha.
O Profissional de Enfermagem é um profissional que trabalha em colaboração: executa as ordens e
prescrições do médico e da enfermeira, mas tem a responsabilidade própria de seus atos no exercício da
profissão.
O estudo da Ética Profissional é de grande importância para a formação do estudante de enfermagem,
pois o prepara para trabalhar e comportar-se desde o tempo de estudo.
A atitude profissional ideal que o Profissional de Enfermagem compreende vários aspectos da conduta
individual, tais como atitude física, psicológica e moral.
Atitude Física: Postura Corporal
Compreende um conjunto de boas maneiras, tais como:
•Ficar de pé, distribuindo de forma elegante a sua posição corpórea.
•Caminhar, com desenvoltura, passos lentos e gradativos.
•Subir e descer escadas; mantendo uma posição certa, evitando inclinar-se para frente ao subir.
•Modos e gestos apropriados; os gestos são também uma forma de comunicação e expressão da
pessoa.
•Apresentação pessoal; higiene corporal, uniforme limpo, discreto, em ordem e que facilite o movimento
para o trabalho.
•Quanto ao modo de falar e o tom de voz; falar com delicadeza, moderação, um tom de voz suave e uma
linguagem correta.
• Quanto ao modo de tratar as pessoas; o profissional de saúde trabalha em colaboração, executa as
recomendações do médico e da enfermeira, devendo se integrar a eles e a todos os colegas com que
trabalha para alcançar o propósito (o paciente, sua saúde), tratando com respeito e consideração.
• Silêncio; não se compreende a atenção, a reflexão e a observação sem silêncio. O silêncio não é
exigido para impedir a conversa e sim para garantir mais vantagens positivas.
1) O silêncio torna o ambiente de trabalho seguro e tranqüilo, inspirando mais confiança ao doente.
2) O silêncio ensina a falar. Quando se fala pouco, pensa-se mais no que vai falar.
3) O silêncio favorece a discrição e a guarda do segredo profissional e com isso o doente sente-se mais
à vontade.
• Discrição; é reserva de prudência em palavras e atos.
O profissional de saúde tem necessidade de discrição mais que os outros profissionais, porque
trabalha com seres doentes, sujeitos a muitas fraquezas e que cedem facilmente à necessidade de desabafar.
O que fazer:
• Cumpra suas promessas, mantenha seus planos.
• Fale com as pessoas, e não delas.
• Admita seus erros. Não tente racionalizá-los, nem culpe outras pessoas pelos seus erros.
• Não espalhe boatos, nem participe de intrigas.
• Não faça observações depreciativas a respeito de pessoas ausentes.
• Não fale negativamente dos concorrentes.
• Não critique uma pessoa na frente de outras.
• Assuma sua parte de responsabilidade pelos erros cometidos por colegas, amigos e sua família.
• Não fale em público sobre os desacordos com sua família, seu chefe, seus amigos e colegas.
• Defenda os outros contra ataque injustos.
• Diga aquilo em que acredita e está disposto a repetir e defender.
• Não finja que as idéias dos outros são suas. Nem aceite crédito pela realização de outra pessoa,
baseie seu progresso em seu próprio desempenho.
• Explique as coisas de forma aberta e honesta, não mantenha nada “secreto”.
• Não adie decisões desagradáveis, reprimendas ou más notícias. Seja afável, breve e direto. Se você
estiver em dúvida quanto ao que fazer em determinada situação, faça-se as seguintes perguntas:
33
- Quais são os efeitos que estou causando a essa pessoa?
- Quais são os efeitos que esta pessoa está causando em mim?
- Eu contaria isso a minha família e aos meus amigos?

Segredo Profissional
Em contatos diários com os clientes, familiares e funcionários, o pessoal da enfermagem, como ser
humano e profissional defronta-se com problemas que não podem revelar e outros que pode ou deve revelar.
Segredo é sigilo. Segredo é tudo aquilo que deve ser conservado oculto. O segredo fundamenta-se na
confiança e na justiça.
Ao guardar um segredo indevidamente, respeitamos ou desrespeitamos a justiça, pois o segredo
pertence ao dono.
Formas de Possível Revelação do Segredo
O segredo profissional pode ser revelado de forma direta ou indireta
Revelação direta de um segredo dá-se quando são suplicados o conteúdo e o nome da pessoa a quem
pertence o segredo.
O segredo é revelado indiretamente a partir do instante em que são oferecidas pistas para o
conhecimento da coisa secreta e do dono.
Tanto na revelação direta como indireta, a injustiça é praticada da mesma forma e a responsabilidade
jurídica e ética estão presentes.
Há situações em que o segredo pode ser revelado e outras em que deve ser manifestado a quem de
direito
Podemos ser processados ou ferir a ética revelando ou guardando um segredo.
Pode-se Revelar um Segredo:
a)Quando o dono permite;
b)Quando o bem comum exige;
c)Quando o bem de terceira pessoa exige;
d)Quando o bem do depositário exige.
Deve-se Revelar um Segredo:
a)Ao se tratar de uma declaração de nascimento;
b)Para evitar um casamento, em caso de enfermidade que possam por em risco um dos cônjuges ou a
prole;
c)Na declaração de doenças infecto-contagiosas de notificação compulsória;
d)Em caso de sevícias de menores;
e)Ao se tratar de fato delitioso previsto em lei;
f)Ao se ter conhecimento de abordadores profissionais;
g)Não perícias médico-legais;
h)Nos registros dos livros hospitalares.
Aspectos Jurídicos
Para que haja quebra de segredo, é necessário:
a)Existência de um segredo;
b)Se conhecido em razão de um ofício, função, ministério ou profissão;
c)Existir a possibilidade de dano a outrem;
d)Ausência de justa causa;
e)Estar presente o dolo.
Os códigos Penal e Civil Brasileiro referem-se ao segredo profissional.
O código de deontologia, no artigo 8º, inciso II, trata do dever de guardar o segredo profissional.
• Deontologia: Estudo dos princípios, fundamentos e sistemas da moral. Tratado dos deveres.
Atitude Psicológica
Compreende algumas habilidades interpessoais, por parte do profissional de saúde em relação aos
pacientes:
• Disponibilidade
• Interesse
• Sensibilidade
• Respeito
• Aceitação
• Compreensão
• Afetividade
• Flexibilidade
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O que fazer:
• Mantendo o ambiente o mais confortável possível para o paciente;
• Acolhendo-o a cada encontro com palavras e gestos carinhosos, inclusive tocando-o;
• Colocando-se uma postura física de receptividade, permitindo que aflorem os sentimentos do paciente
e que ele os expresse.
• Observando o paciente para captar os sinais de suas necessidades e de seus desejos;
• Escutando o paciente sem ficar ofendido com sua raiva, nem tentando mudar seus sentimentos;
• Captando os incômodos do paciente a cada encontro e comunicando-lhe que compreende o conteúdo
de sua fala.
Existem formam mais fáceis e mais difíceis de viver, como existem formas mais fáceis e difíceis de
morrer. O profissional de saúde deverá usar de habilidades interpessoais, para ajudar o paciente a suportar a
sua doença ou seu sofrimento.
O profissional de saúde deve ser pessoa calma, equilibrada emocionalmente, para inspirar confiança e
ajudar seus pacientes. Muitas habilidades devem ser desenvolvidas para inspirar confiança e ajudar seus
pacientes. Muitas habilidades devem ser desenvolvidas para permitirem uma atitude psicológica boa no trato
com o paciente.
O profissional deve desenvolver algumas aptidões emocionais, cognitivas e comportamentais.
Aptidões Emocionais
Identificar e rotular sentimentos, expressar sentimentos, avaliar a intensidade dos sentimentos, lidar com
os sentimentos, adiar a satisfação, controlar impulsos, reduzir tensão, saber a diferenciação entre sentimentos
e ações.
Aptidões Cognitivas
Falar consigo mesmo (ter um diálogo interno, como uma forma de enfrentar um assunto ou reforçar o
próprio comportamento).
• Ler e interpretar indícios sociais (reconhecer influências sociais sobre o comportamento e ver-se na
perspectiva da comunidade maior).
• Usar etapas para resolver problemas e tomar decisões (controlar impulsos, prever conseqüências).
• Compreender a perspectiva dos outros.
• Compreender normas de comportamento (qual comportamento é adequado ou não).
• Autoconsciência (criar expectativas realistas para si mesmo).
Aptidões Comportamentais
•Não Verbais: Comunicar-se por contato ocular, expressão facial, tom de voz, gestos e assim por diante.
• Verbais: Fazer pedidos claros, responder eficientemente à crítica, resistir às influências negativas,
ouvir os outros, participar de grupos positivos de colegas.
Atitude Moral
É aplicação dos princípios éticos na vida profissional, implica o uso de liberdade, vontade, senso de
responsabilidade que supõem boa formação de consciência, o que é indispensável para o profissional de
saúde.
O que fazer:
Comprometa-se em dar o melhor de si em qualquer situação, “dedicando amor a tudo que fizer”.
Mudar não é Fácil
“A fórmula do progresso é a mudança”.
A essa altura, pode-se estabelecer um saudável encontro verbal. Se, por um lado, existem as
argumentações que afirmam: “Em time que está ganhando não se mexe” ou “Se melhorar, estraga”, por outro
lado, a contra-argumentação defende que “não existe nada tão bom quanto possa ser melhorado”.
Mudar não é fácil e a mudança é um jogo tão dinâmico, atualmente, que mal ela acontece já é preciso
reiniciá-la para que o crescimento e o aperfeiçoamento não parem.

O ato de mudar para melhor é infinito.


Quem estaciona retrocede e em curto
espaço de tempo
estará desempregado ou fechando
as portas

Há muitas pessoas que querem mudar. Fazem planos, projetos e promessas, mas na primeira
dificuldade param pelo caminho. Se mudar fosse fácil, todas as pessoas estariam bem. A mudança exige não
35
apenas esforço pessoal e coletivo, mas, acima de tudo, o objetivo e a meta de melhorar sempre, rumo ao
limite da perfeição.
É perda de tempo mudar por modismo ou por achar que a mudança trará riquezas. Ela precisa caminhar
sempre para a otimização do trabalho e para não ser enfadonha nem se tornar um peso.

É claro que toda mudança tem um preço.


É o preço da coragem de quem acredita
no futuro e não recua diante
do primeiro obstáculo.
São três os motivos que provocam esse recuo: “o medo do desconhecido”, “a piora inicial que uma
mudança causa” e “o sacrifício que toda mudança exige”.
O Medo do Desconhecido
É preciso coragem para mudar. Há pessoas que se arrepiam quando ouvem pronunciar a palavra
mudança.
É impossível, a qualquer ser humano,
progredir sem enfrentar os desafios de uma
jornada sem rumo ao progresso.
A todo o momento o homem é colocado à prova pela vida e o sucesso ou o fracasso de uma pessoa está
intimamente ligado à forma como ela encara esses desafios. Existem pessoas que estão sempre fugindo dos
problemas, achando que são capazes de se esconder e ao mesmo tempo safar-se do medo, da insegurança
e do desconhecido. Não há como descobrir coisas novas e mais eficientes sem viver situações de
descobertas e desafios.
Código de Ética Profissional
Resolução Nº 311/97
Ementa: Dispõe sobre a Inscrição, Averbação e Âmbito Profissional do Auxiliar Técnico de
Laboratório de Análises Clínicas, e dá outras providências.
O Plenário do Conselho Federal de Farmácia, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Art. 6º
da Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960 e do Artigo 21 do Regimento Interno do Conselho Federal de
Farmácia.
CONSIDERANDO a Resolução 276, de 30 de outubro de 1995;
CONSIDERANDO a necessidade de consolidar: as normas de inscrição dos Auxiliares Técnicos de
Laboratórios de Análises Clínicas, averbações, âmbito profissional e outras providências;
CONSIDERANDO que os Técnicos de Laboratórios de Análises Clínicas trabalham sob a supervisão de
outros profissionais,
RESOLVE:
Das Disposições Preliminares
Artigo 1º – Para os efeitos desta Resolução considera-se:
I. Inscrição: É a transcrição de dados dos Auxiliares Técnicos de Laboratórios de Análises Clínicas, em
cadastro ou livro próprio dos Conselhos Regionais de Farmácia;
II. Averbação: É a transcrição de novos dados na Inscrição dos Auxiliares Técnicos de Laboratório de
Análises Clínicas em cadastro ou livro próprio dos Conselhos Regionais de Farmácia para controle,
fiscalização e concessão de atribuições profissionais específicas;
III. Âmbito Profissional: É a descrição da ocupação e tarefas típicas a serem realizadas pelos Auxiliares
Técnicos de Laboratórios de Análises Clínicas.
Artigo 2º – Os auxiliares de Técnicos de Laboratórios de Análises Clínicas estão sujeitos a inscrição nos
Conselhos Regionais de Farmácia no quadro de não farmacêuticos, preenchidos os requisitos dos
Regimentos Internos destes conselhos.
Parágrafo Único – São Auxiliares Técnicos, devidamente reconhecidos por curso Técnico 2º grau,
conforme regulamentação do Conselho Nacional de Educação;
Artigo 3º – As inscrições obedecerão a ordem numérica estabelecida nos Conselhos Regionais de
Farmácia e serão fixadas conforme o Quadro de Inscrição da categoria IIA – Auxiliares Técnicos de
Laboratório de Análises Clínicas;
Parágrafo único – Para inscrever-se no quadro de Auxiliar Técnico de Laboratório de Análises Clínicas,
o profissional deverá preencher requerimento padronizado e satisfazer os seguintes requisitos;
a) ter capacidade civil;
b) ter diploma ou certificado de curso técnico de 2º grau comprobatório de atividade de Auxiliar Técnico
de Laboratório de Análises Clínicas ou Técnico de Patologia Clínica devidamente autorizado por lei;
c) não ser nem estar proibido de exercer sua atividade profissional.
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Da Inscrição Provisória
Artigo 4º – Fica instituída a Inscrição Provisória a ser solicitada ao Presidente do Conselho Regional de
Farmácia com jurisdição sobre domicílio do Auxiliar Técnico de Laboratório de Análises Clínicas,
mediante requerimento, instruído dos seguintes documentos:
a) certidão expedida pelo estabelecimento de Ensino, provando que o requerente concluiu o curso e que
o seu diploma se encontra em fase de emissão ou registro nos órgãos competentes;
b) fotografias 3 x 4;
Parágrafo Único – No ato da entrega do requerimento deverá ser paga as Taxas de inscrição provisória
e a Anuidade;
Artigo 5º – A todo profissional inscrito, de acordo com esta seção será entregue um cartão de registro
provisório, conforme modelo estabelecido pelo Conselho Federal;
§ 1º – A inscrição provisória será concedido pelo prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, não
podendo ser renovado;
§ 2º – Esgotado o prazo de inscrição provisória o Conselho Regional de Farmácia adotará as
providências necessárias para apurar e punir o eventual exercício ilegal da profissão;
§ 3º – O cancelamento da inscrição provisória será comunicado às autoridades competentes pelo
respectivo Conselho Nacional de Farmácia;
§ 4º – Ao inscrito provisoriamente serão concedidos todos os direitos assegurados ao profissional com
inscrição definitiva, assim como estará sujeito a todas as respectivas obrigações;
Artigo 6º – Não será permitida a inscrição secundária de Auxiliar Técnico de Laboratório de Análises
Clínicas.
Artigo 7º – A transferência do profissional habilitado do seu conselho de origem para outro somente será
concedida através de requerimento ao Conselho Regional e destino;
Artigo 8º – Ao requerimento de transferência deverão ser juntadas:
a)carteira profissional;
b) certidão expedida pelo conselho de origem de que não possui processos de penalidades, de
cobranças ou multas;
c)comprovação de pedido de baixa no conselho de origem;
d)fotografias 3 x 4.
§ 1º – O profissional preencherá e assinará as fichas necessárias à formalização de sua transferência;
Artigo 9º – Recebido o pedido, o Presidente do Conselho Regional para o qual se destina mandará
processá-lo de acordo com as normas dessa resolução;
Artigo 10º – Deferida a inscrição pelo Presidente “ad referendum” do Plenário o CRF para o qual se
pretende transferir encaminhará ao Regional de origem a segunda via do requerimento do profissional e
nele consignará as informações acessórias necessárias aos assentamentos em seu prontuário
profissional;
Artigo 11º – A transferência será anotada na Carteira Profissional do requerente na qual se consignará o
nº da inscrição que lhe caberá no CRF do destino;
Artigo 12º – Caso o profissional volte para a jurisdição do Conselho de origem será observado o preceito
do artigo 3º;
Artigo 13º – As transferências profissionais serão obrigatoriamente comunicadas ao Conselho Federal
de Farmácia, ao qual deferiu a incumbência de organizar a relação de profissionais inscritos;
Artigo 14º – Ao indeferimento do pedido de transferência cabe recurso ao Conselho Regional e ao
próprio Conselho Federal;
Artigo 15º – Todas as despesas resultantes do pedido de transferência ocorrerão por conta do
profissional.
Da Carteira Profissional
Artigo 16º – É válida em todo o Território Nacional como prova de identidade para qualquer feito, a
carteira emitida pelos Conselhos Regionais de Farmácia, identificada como Carteira Profissional;
Artigo 17º – Aos auxiliares Técnicos de Laboratório de Análises Clínicas, Técnicos em Patologia
Clínica será entregue uma Carteira Profissional numerada e anotada na respectiva entidade contendo:
a)referência do número de folhas nela contidas;
b)expressão de validade em todo o Território Nacional como prova de identidade, conforme prescreve a
Lei nº 6.206, de 07 de maio de 1975;
c)designação do Conselho Regional de Farmácia que a expediu;
d)nome por extenso;
e)filiação;
f)nacionalidade e naturalidade;
g)data de nascimento;
h)designação do Estabelecimento de Ensino do 2º grau diplomador e seu respectivo registro;
37
i)número de inscrição conferido pelo Conselho Regional de Farmácia;
j)data de sessão que aprovou a inscrição;
k)espaço para outras observações;
l)fotografia de frente 3 x 4;
m)impressão digital do polegar da mão direita;
n)assinatura do Presidente e do Secretário Geral do CRF;
o)espaço para anotações, proibições e impedimentos no exercício da profissão, permanente ou
ocasional e para pagamento de anuidades;
p)termo de compromisso e assinatura do profissional.
Parágrafo Único – O Termo de Compromisso terá a seguinte redação: “Prometo exercer as atividades
profissionais da minha categoria de acordo com a Resolução nº 311/97 e Parecer nº 2934/75 – CFE 1º e 2º
graus aprovado em 06/08/75, sob penas das cominações legais.”
Artigo 18º – Pela expedição desta carteira será cobrada pelo Conselho Regional de Farmácia uma taxa
correspondente ao que determina a legislação vigente e na forma prevista nos artigos 26 e 27 da Lei
3.820/60;
Artigo 19º – O modelo da Carteira Profissional será uniforme e fixado pelo Conselho Federal de
Farmácia para todo o Território Nacional;
Artigo 20º – O profissional que desejar adquirir nova Carteira Profissional por extravio ou dano a
anterior, deverá se dirigir por escrito ao Conselho Regional de Farmácia que emitiu a original;
Artigo 21º – Quando se tratar de profissional transferido, o requerimento será encaminhado através do
Conselho Regional de Farmácia da jurisdição em que estiver exercendo a sua atividade;
Artigo 22º – A nova carteira será expedida com o mesmo número da extraviada ou danificada,
indicando-se na folha 2 (dois) logo abaixo do número de inscrição, em tinta vermelha, o número da via a
que corresponder, constando da mesma todos os assentamentos da respectiva ficha ou cadastro
do Profissional.
Das Anuidades
Artigo 23º – O Auxiliar Técnico de Laboratório de Análises Clínicas inscrito no Conselho Regional de
Farmácia a cuja jurisdição estiver sujeito fica obrigado ao pagamento de uma anuidade no respectivo
Conselho Regional de Farmácia até o dia 31 de março e cada ano, acrescida de 20% de mora quando
fora desse prazo.
Do Âmbito Profissional
Artigo 24º – Os Auxiliares Técnicos e Laboratórios de Análises Clínicas sob a direção técnica e a
supervisão do Farmacêutico Bioquímico deverá realizar as atividades de caráter técnico, tais como:
a)coleta de material empregando técnicas em instrumentação adequadas para testes e exames de
laboratório;
b)manipular substâncias químicas para preparo de soluções e reagentes;
c)preparar as amostras, para realização de exames;
d)orientar as atividades da equipe auxiliar, executando as técnicas e acompanhando o desenvolvimento
dos trabalhos para garantir a integridade física e fisiológica do material coletado e exatidão dos
exames e testes laboratoriais;
e)proceder a utilização de técnicas para limpeza, secagem e esterilização de material;
f)documentar as análises realizadas, registrar as cópias dos resultados preparando os dados para fins
estatísticos;
g)conhecer, montar, manejar, calibrar e conservar aparelhos simples, verificar seu funcionamento,
solicitar instruções sob os mais complexos ao seu supervisor;
h)proceder e levantamento de material revisando a provisão bem como requisição dos mesmos.
i)Obedecer as normas estabelecidas para controle de qualidade e biosegurança.
Artigo 25º – É vedado ao Técnico de Laboratório de Análises Clínicas a assinatura de laudos bem como
seus departamentos especializados inclusive nas unidades que integram o serviço público civil e militar
da administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e demais
entidades paraestatais;
Artigo 26º – Os casos omissos referentes as matérias tratadas nesta Resolução serão resolvidos do
Conselho Federal;
Artigo 27º – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 25 de Junho de 1997.


ARNALDO ZUBIOLI
Presidente-CFF
Texto: Ética Profissional

38
A expressão “ética profissional”, já por si, sugere a relação dos temas: ética e profissão. A ética
tornou-se tema de discussão já nos começos da filosofia na Grécia. Mais precisamente a partir de
Sócrates (469-399 a.C.). A reflexão ética sobre o trabalho profissional, porém, é recente. A razão é
simples. Na época de Sócrates a organização do trabalho na sociedade grega não era por profissões,
como hoje. O trabalho escravo era a forma de organização do trabalho que vinha desde os povos
antigos. Mas o fim da escravidão não é coisa tão antiga assim.
Em 1998 completamos 110 anos da abolição da escravatura no Brasil (1888). Os filósofos gregos
ensinavam como ser um virtuoso escravo. E os códigos de ética, no século XX, indicam o caminho do bom
profissional.
Profissão
Profissão, segundo os dicionários, é a atividade especializada, de caráter permanente, dentro da
globalidade do trabalho realizado numa sociedade. Significa, também, um modo de vida assumido por um
indivíduo. Requer uma escolha, uma preparação e uma especialização. As crianças e os adolescentes são
constantemente desafiados a realizarem uma escolha para duas vidas. A pergunta repete-se milhares de
vezes: o que você vai ser quando crescer? Vemos aí como o jovem é induzido para uma atividade de trabalho
bem definida e que seja mais ou menos permanente. Para realizar esta escolha direciona a ela toda a sua
formação. Ao término da segunda guerra mundial (1945) até meados dos anos 70, a economia capitalista
expandiu-se, movida pelas grandes indústrias. Henry Ford organiza a indústria automobilística, implantando a
produção em série (taylorismo). Este modelo logo é copiado pelas demais indústrias. Cada operário
desenvolve uma tarefa definida e especializada nesta verdadeira máquina de trabalho.
A profissionalização do trabalho foi o modelo de produção no “30 gloriosos” anos do pós-guerra. A
própria sociedade absorveu este modelo das indústrias. Todas as atividades bem determinadas a um
especialista que a exerça, como é o caso dos profissionais liberais. A palavra profissional está em toda a
parte: no esporte, no teatro, no cinema. O próprio lazer e a cultura tornaram-se uma indústria.
No contexto do trabalho estruturado por profissões bem definidas, a ética profissional exerce um papel
fundamental. As mais diversas profissões passam a ser regulamentadas por leis emitidas pelo Estado. As
atividades profissionais são organizadas por categorias de trabalhadores, com seus respectivos sindicatos.
Para estes que exercem a mesma profissão, faz-se necessário um padrão de comportamento profissional.
Este padrão é definido pelo código de ética e pela própria lei que regulamenta a profissão. O psicólogo, o
engenheiro, o professor seguem normas que o cidadão comum não tem. A transgressão destas normas pode
significar a perda do direito de exercício da profissão. Por exemplo, o psicólogo, como o advogado, deve
guardar segredo sobre o que um cliente lhes confidenciar.

A Crise das Profissões

O sintoma mais claro da crise profissional está estampado no rosto angustiado dos jovens. Basta
perguntar: o que você quer ser na vida? Da maioria ouvimos: não sei; eu queria ser... Aquele padrão bem
definido e seguro das profissões já não está mais tão claro assim.
A competição capitalista não mais se situa no volume ou no aumento de produção. O capitalismo atual
deslocou a competição para o campo da qualidade.
As qualidades do produto e da produção são os motores da concorrência. A palavra de ordem não é
mais a produção em série, mas a flexibilização. Flexibilização nos processos de trabalho contra a rigidez na
linha de produção em série. Esta flexibilização deve atingir as leis que regulamentam os direitos do trabalho.
A terceirização surgiu como palavra mágica. A maioria das empresas adota este modelo, instala uma
“empresa mãe” (holding), que reúne em torno de si empresas de pequeno e médio porte. Estas empresas
menores fornecem produtos e serviços terceirizados. O próprio Estado está gradativamente terceirizando
seus serviços. A terceirização tende a diminuir ou eliminar direitos sociais, rebaixar salários, estabelecer
contratos temporários, além de produzir altas taxas de desemprego. Este enxugamento do pessoal das
empresas afeta radicalmente as condições de vida e de trabalho do conjunto dos trabalhadores.
A discussão ética no trabalho vai necessariamente tomar outros rumos. A ética profissional deve alargar
seus horizontes. Ser um bom profissional ainda não significa ser uma boa pessoa. O problema do trabalho
não mais se restringe às questões da categoria profissional. A questão crucial é o trabalho no seu conjunto,
onde as desigualdades sociais se aprofundam dia após dia. Realizar a pessoa humana pelo trabalho deve ser
fim último, o objetivo da ética profissional.

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Questões para Debate

7 – Como o jovem pode enfrentar a dificuldade da escolha profissional diante da


falta de possibilidades?

8 – Quais as conseqüências sociais do espírito de competição?

9 – O que significa a realização pessoal através do trabalho?

Bruno Odélio Birck, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC/RS.


Caderno de Exercícios
01 – Defina Psicologia.
02 – Descreva as três abordagens da psicologia.
03 – Defina personalidade.
04 – Defina o papel social como personalidade.
05 – Comente: Nossa Personalidade se faz pelas células e pelo meio ambiente.
06 – Descreva com suas palavras cada traço de personalidade.
07 – Quais são as características do desajustamento de personalidade.
08 – Quais as características de uma pessoa com atitudes de introversão.
09 – Descreva com suas palavras as funções psíquicas.
10 – Defina congruência e incongruência.
11 – Descreva com suas palavras os níveis mentais
12 – O que é a tendência à auto-atualização.
13 – Descreva e explique o aparelho psíquico.
14 – Descreva com suas palavras cada mecanismo de defesa.
15 – Conceitue Relações Humanas.
16 – Quais são os dez mandamentos das relações humanas.
17 – O que é necessidades interpessoais? Cite-as.
18 – Defina convivência.
19 – Conceitue Grupo Social
20 – O que é comunicação e quais são as barreiras nas comunicações.
21 – Defina percepção e qual a sua importância?
22 – Defina qualidade no atendimento.

Referências Bibliográficas

ANGERAMI, Valdemar Augusto. A Ética na Saúde. São Paulo. Pioneiras, 1997.


DAVIDOFF, Linda. Introdução e Psicologia. São Paulo. Makron Books, 1983.
EY, Henrry. Fundamentos da Psicologia. São Paulo. Artes Médicas, 1997.
FADMAN, James. Teorias da Personalidade. São Paulo. Harbra, 1986.
KRECTT, David. Elemento da Psicologia. São Paulo. Pioneiras, 1973.
ARANHA, Maria Lúcia e MARTINS, Maria Helena. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo:
Moderna, 2000.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2002.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2000.
SANTOS, Cordi e alli. Para Filosofar. São Paulo: Sicipione, 2000.

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