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Aula 11. Funes harmnicas. O Problema Diriclet.

O ncleo
de Poisson para o disco e para o semiplano superior. (7 horas)

Uma funo u : Ω → C, de classe C 2 se diz harmnica se

∂2u ∂2u
∆u(x, y) = + 2 = 0, ∀ (x, y) ∈ Ω.
∂x2 ∂y
O operador ∆ chama-se o operador de Laplace. Utilizando as condies de Cauchy-
Riemann, notamos que as partes reais e imaginrias de uma funo f, analtica em Ω, s
exemplos de funes harmnicas em Ω. Duas funes u, v : Ω → R so chamadas de funes
harmnicas conjugadas se e somente se a funo f = u + iv analtica.
fcil de provar que se o conjunto Ω simplismente conexo, ento toda funo
harmnica u admite uma conjugada harmnica. H, portanto uma relao muito estreita
entre funes harmnicas e funes analticas.
Vamos considerar agora uma funo analtica num conjunto simplismente conexo
que no contm a origem; pelas condies de Cauchy-Riemann em coordenadas polares
∂u 1 ∂v ∂v 1 ∂u
= =− .
∂r r ∂t ∂r r ∂t
A fim de obter uma equao com derivadas parcias envolvendo apenas a funo u,
derivamos a primeira equao em relao variavel r, e nela substituimos o valor de

∂2v ∂2v ∂ 1 ∂u
= = [− ],
∂r∂t ∂t∂r ∂t r ∂t
obtido derivando a segunda relao, em relao varivel t. Fazendo as contas, obtemos

1 ∂ 2 u 1 ∂u ∂ 2 u
∆pol u(r, t) = + + 2 = 0.
r2 ∂t2 r ∂r ∂r
Esta a expreso do operador de Laplace em coordenadas polares.

Exemplo. Prove que a funo u(r, t) = logr harmnica em C − {0} e mostre que
sua conjugada harmnica v(r, t) = ”argt”. (com os ajustes evidentes...)

Observamos que se representamos no plano r − t as curvas de nvel das funos


u(r, t) e v(r, t) obtemos duas retas ortogonais; essa no uma coincidncia. Vale de
fato um resultado mais geral:

Proposio. Se f = u + iv conforme em Ω, ento as curvas de nvel das funes u


e v so ortogonais.

Seja z0 = x0 + iy0 ∈ Ω e sejam

γ = {(x, y) ∈ Ω : u(x, y) = u(x0 , y0 )}, Γ = {(x, y) ∈ Ω : v(x, y) = v(x0 , y0 )}.

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1
2

As imagens destas curvas de nvel pela transformao f sero contidas nas retas u =
u(x0 , y0 ) e v = v(x0 , y < 0) do plano imagem (w). Como estas curvas so ortogonais
e como f preserva ngulos entre curvas (sendo conforme em z0 ), segue que as curvas
de nvel das funes harmnicas associadas so ortogonais.

Aplicao. Linhas de fluxo

Seja f = u + iv uma funo analtica no dominio U do plano complexo. Vimos


que as curvas de nvel de v so ortogonais s de u. Consequentemente, as curvas de
nvel de v tm o campo tangente paralelo com gradu.
~ uma curva γ tal que
Por definio, uma curva integral para o campo vetorial G
~
γ 0 (t) = G(γ(t)), t ∈ (a, b).
Pela unicidade das solues das equaes diferenciais, as curvas de nvel de v so
~ = gradu. Quando u representa
precisamente as curvas integrais do campo vetorial G
uma temperatura (que uma funo harmnica), deduzimos o seguinte:

Se f = u + iv analtica e se u representa a temperatura nos pontos do dominio


Ω, ento o fluxo de calor occore ao longo das curvas de nvel da funo v.

Podemos entender agora melhor a utilidade das representaes conformes de um


dominio simplismente conexo Ω, no semiplano superior. Com efeito, se f : Ω →
{y > 0}, um isomorfismo analtico, ento a imagem das curvas de nvel {(x, y) :
v(x, y) = C} so precisamente as retas v = C do plano (w). Em outras palavras,
as curvas de nvel de v (que so as linhas de fluxo da temperatura u, so mandadas
em linhas horizontais pela transformao f. As curvas de nvel de u (as isotermas),
so mandadas nas retas u = C, do plano (w). Vamos imaginar agora que no ponto
ao infinito temos uma fonte de calor mantida numa temperatura constante e que o
eixo dos x isolado termicamente. As isotermas sero retas verticais e as linhas de
fluxo, linhas orizontais. Poi bem, a natureza dos fenomenos fisicos de tal modo
que as linhas de fluxo de calor num conjunto Ω conformemete equivalente com o
semiplano superior so exatamente as curvas de nvel da funo v. O mesmo (talvez
mais sugestivo) vale para escoramento uniforme de um fluido, em tormo de um
obstacolo.

Exercicio. i) Prove que a imagem do conjunto Ω = {(x, y) : x2 + y 1 >


1, y > 0} pela transformao f (z) = z + z1 o semiplano superior. Indque a
correspondncia das fronteiras.
ii) Deduza a equao das linhas de fluxo do fluido, no plano (z).

Teorema do Valor mdio das funes harmnicas. Seja u analtica em Ω,


z0 ∈ Ω e r > 0 tal que D(z0 , r) ∈ Ω. Ento
Z 2π
u(z0 ) = u(z0 + reit )dt.
0

Exercicio!
3

Na realidade a propriedade do valor mdio caracteriza as funes harmnicas; mais


precisamente vale o seguite resultado, cuja prova supera os nossos prpositos.

Teorema 3*. Seja u uma funo continua numa aberto conexo Ω do plano
complexo, tal que para todo ponto z0 ∈ Ω e para todo r > 0 tais que D(z0 , r) ⊂ Ω,
tenhamos Z 2π
1
u(z0 ) = u(z0 + reit dt.
2π 0
Ento u uma funo harmnica em Ω.

Uma conseqencia deste Teorema o

Principio de mximo para funes harmnicas. Se u harmnica num conjunto


aberto conexo Ω, ento u no tm pontos de mximo no interior de Ω. Prova. Na sala
de aula.

O Problema Dirichlet para o disco.

Para uma funo harmnica num disco possivel estabelecer uma frmula similar
formula de Cauchy para funes analticas, que relacione os valores da funo num ponto
interno ao disco, com os valores que essa assume na fronteira do disco.
Com efeito, seja f uma funo analtica no disco D(0, R), tal que u = Re(f ). Seja
z ∈ D(0, R). Pela frmula de Cauchy,
Z
1 f (w)
f (z) = dw.
2πi |w|=R w − z
Por outro lado, se consideramos z ∗ , o simtrico de z em relao ao circulo |w| = R,
(que est no exterior do disco), temos
Z
1 f (w)
0= dw.
2πi |w|=R w − z ∗
Somando as duas relaes,
Z
1 1 1
f (z) = ( − )f (w)dw.
2πi |w|=R w−z w − z∗
R2 it
Ora, se z = reit , z ∗ = r e e w = Reiθ , substituindo na relao acima, obtemos

R2 − r 2
Z
it 1
f (re ) = 2 2
f (ρeiθ )dθ.
2π 0 R − 2Rrcos(θ − t) + r
4

Pegando a parte real



R2 − r 2
Z
it 1
u(re ) = u(Reiθ )dθ (1)
2π 0 R2 − 2Rrcos(θ − t) + r2
Esta frmula, chamada de frmula de Poisson para o disco, expressa os valores
de uma funo harmnica u, nos pontos internos ao disco centrado em zero e de raio
R, em funo dos valores que essa assume na fronteira. claro que, via uma traslao,
podemos obter frmulas similares para discos centrados em z0 e de raio R :

R2 − r 2
Z
it 1
u(z0 + re ) = 2 2
u(z0 + Reiθ )dθ. (2)
2π 0 R − 2Rrcos(θ − t) + r

A funo

R2 − r 2
P : [0, ρ)XR → R, P (r, t) = (3)
R2 − 2rRcos(t) + r2

chama-se o ncleo de Poisson para o disco D(0, R). fcil de verificar (exercicio!) que

w+z
Pr (t − θ) = Re , z = reit , w = Reiθ .
w−z

Alm disso,
Z 2π
1
Pr (t − θ)dθ = 1, ∀t ∈ R (4)
2π 0

As frmulas (1) (2) provadas acima, sugerem o estudo das funes definidas por
uma integral de forma (1) ou (2).

Teorema 4. Seja g uma funo continua, definida nos pontos do circulo |z| = R
e seja a funo
Z 2π
1
U (z) = Pr (t − θ)g(Reiθ )dθ, z = reit .
2π 0
Ento a funo U harmnica no disco D(0, R) e seus valores na fronteira do disco,
coincidem com os da funo g. Em outras palavras, a funo U soluo do problema
Dirichlet
∆U (z) = 0 ∀z ∈ Ω, U |{|z|=R} = g.

Prova. Veja por exemplo Churchill, Cap 11, pg. 99,100.

II. O problema Dirichlet para o semiplano superior.

Agora queremos obter uma frmula resolver o Problema Dirichlet para o semi-
plano superior.
5

Teorema 5. Seja f uma função analtica no semiplano superior Ω, tal que


existem as constantes M > 0, C > 0 tal que

|z k f (z)| < M, ∀z ∈ U,

e seja u(x, y) sua parte real. Ento


Z +∞
1 yf (t)
f (z) = dt (5)
π −∞ |t − z|2
e Z +∞ Z +∞
1 yu(t, o) 1 yf (t)
u(x, y) = dt = dt (6).
π −∞ |t − z|2 π −∞ (x − t)2 + y 2
Prova. Seja z = x + iy ∈ Ω e seja R > 0 tal que o semicirculo γR : z = Reit ,
0 < t < π esteja acima do ponto z. Seja ΓR a curva fechada, delimitada por esse
semicirculo e pelo segmento de reta [−R, R] percorrida no sentido horrio. Pela
frmula integral de Cauchy,

Z Z Z R
1 f (w) 1 f (w) 1 f (t)
f (z) = dw = dw + dt.
2πi ΓR w−z 2πi γR w−z 2πi −R t−z

Como sobre γR , |f (w)| < M/Rk , a primeira das integrais tende para zero, quando
R tende para infinito; assim, passando ao limite R → ∞, obtemos
Z +∞
1 f (t)
f (z) = dt. (7)
2πi −∞ t−z

Repetindo os clculos para o ponto z, o conjugado de z, situado no semiplano inferior,


temos Z +∞
1 f (t)
0= dt, (8).
2πi −∞ t − z
Fazend a diferena, obtemos
Z +∞
1 yf (t)
f (z) = dt. (9)
π −∞ |t − z|2

Separando a parte real,


Z +∞ Z +∞
1 yu(t, o) 1 yu(t, 0)
u(x, y) = 2
dt = dt. (10).
π −∞ |t − z| π −∞ (x − t)2 + y 2

Esta frmula expressa os valores de uma funo u, harmnica no semiplano superior,


em todos os pontos deste semiplano, em funo dos seus valores u(x, 0) que ela assume
na fronteira.

O nosso objetivo ora de resolver o seguinte problema: dada uma funo F


definida em todos os pontos do eixo dos x, queremos determinar uma funo u,
harmnica no semiplano superior, cuja restrio ao eixo dos x coincida com a funo F.
6

O problema tm soluo, sob restries mnimas sobre a funo F :

Teorema 6. Seja F : R → R, uma função continua, exceto, no mximo um


numero finito de pontos, onde tm saltos e limitada. Seja a funo U (x, y) : Ω → R,
definida por:

1 +∞
Z
yF (t)
U (x, y) = dt, (y > 0) (11).
π −∞ (x − t)2 + y 2

Ento
1) ∆U (x0 , y) = 0 (y > 0) (12)
2) lim U (x0 , y) = F (x0 ), (13)
y→0

para todo ponto x0 , onde a funo F continua.


Teorema 6 garante que o problema Dirichlet para o semiplano superior tm
soluo, pelo menos quando F e continua, ou quando tm um numero finito de saltos.

y
A função (x2 +y 2 chama-se o nlcleo de Poisson para o semiplano superior.

Prova. Em primeiro lugar, notamos a uniforma convergncia da integral que


define a função U. Portanto, podemos derivar sob o sinal da integral; como o ncleo
y
(x−t)2 +y 2 , harmnico no semiplano superior (verificao imediata), a primeira afirmao
est provada. (Exercicio: verifique os detalhes!)
Seja agora x0 ∈ R, um ponto onde a função F continua; ento, fazendo a
mudana de varivel t − x0 = ytgθ, obtemos
π
Z +∞ Z
1 yF (t) 1 2
U (x0 , y) = 2 2
dt = F (x0 + ytgθ)dθ.
π −∞ (x0 − t) + y π −π
2

Portanto,
Z π
1 2
U (x0 , y) − F (x0 ) = F (x0 + ytgθ) − F (x0 )dθ.
π −π
2

π
Seja  > 0 fixado e seja M > 0 tal que |F (x)| < M, para todo x ∈ R. Seja 0 < δ < 2,
fixado. Ento, escrevendo
Z π
2
F (x0 + ytgθ) − F (x0 )dθ = I1 + I2 + I3 ,
−π
2

onde Z −π
2 +δ
I1 = F (x0 + ytgθ) − F (x0 )dθ,
−π
2
π
2 −δ
Z
I2 = F (x0 + ytgθ) − F (x0 )dθ
−π
2 +δ
Z π
2
I3 = F (x0 + ytgθ) − F (x0 )dθ,
π
2 −δ
7

temos
|I1 | ≤ 2M δ, ; |I3 | ≤ 2M δ;

assim, para 0 < δ < 6M , temos
 
|I1 | ≤ , |I3 | ≤ .
3 3
Agora, para δ como acima, provaremos que existe η > 0 tal que

|I2 | < , 0 < y < η.
3
Como F continua em x0 , existe η1 , tal que

|F (x0 + ytgθ) − F (x0 )| < , se ytgθ < η1 ;

como
π
|tgθ| < |tg( − δ)| = |ctgδ|, −π/2 + δ < θ < π/2 − δ,
2
suficiente escolher y < η1 tgδ e a prova est terminada.

A frmula (11), conhecida como a frmula de Schwarz para o semiplano, resolve


o problema Dirichlet para o semiplano (12), com as condies de fronteira (13).

∆U (z) = 0, z∈Ω

U (x, 0) = F (x), x ∈ R − A,
onde A o conjunto dos pontos onde F tm um salto. Note que a soluo F desse
problema uma função limitada no semiplano superior.

Exemplo 1. (veja [Churchill], pag 182-183) Determine uma função harmnica


e limitada no semiplano superior, que verifca as seguintes condies de fronteira:
T (x, 0) = 0, para |x| > 1 e T (x, 0) = 1, para |x| ≤ 1.

Soluo: Pela frmula de Poisson para o semiplano superior, a soluo :


Z 1
1 y
T (x, y) = dt;
π −1 (x − t)2 + y 2
fazendo a mudana de varivel t − x = ytgθ, obtemos:
Z arctg x+1
1 y 1 x+1 x+1
T (x, y) = dθ = (arctg − arctg ).
π arctg x−1
y
π y y

Podemos simplificar esta expreso, usando a frmula para tangente de diferena de


ngulos,
tga − tgb
tg(a − b) = .
1 + tgatgb
8

Assim obtemos
x+1 x+1 2y
tg(arctg − arctg )= 2 ,
y y x + y2 − 1

ento
1 2y
T (x, y) = arctg( 2 ).
π x + y2 − 1

O problema Diriclet para outras regies

O objetivo desta seo indicar procedimentos para resoluo de Problemas Dirich-


let para outras regies simplismente conexos.
Iniciamos com algumas observaes teis.

1. Sejam D e Ω regies do plano complexo e seja f : D → Ω, um isomorfismo


analtico. Seja H : D → C uma função harmnica e seja H
e : Ω → C tal que

e (z)) = H(z), z ∈ D.
H(f

Ento H
e harmnica em Ω.

2. Sejam D e Ω regies do plano complexo e seja f : D → Ω, uma função


qualquer. Sejam H : D → C e H
e : Ω → C tais que

e (z)) = H(z), z ∈ D.
H(f

Seja γ = {(x, y) ∈ D : H(x, y) = c} e seja Γ = f (γ). Ento H(w)


e = c, para todo
w ∈ Γ.

3. Seja ϕ : Ω → R, uma funo que tm derivadas parciais continuas. Seja


γ : [a, b] → Ω, uma curva regular e seja, por fim, uma funo f : Ω → R2 , derivvel,
de classe C 1 . Seja por fim Γ = f ◦ γ.
Prove que se ∂ϕ ∂ϕ◦f
∂n = 0, nos pontos da curva γ, ento ∂N = 0, nos pontos da
curva Γ. (aqui, ∂ϕ∂n , representa a derivada direcional de ϕ, na direo da normal curva
∂ϕ◦f
γ e ∂N , representa a derivada direcional de ϕ ◦ f, na direo da normal curva γ.

Prova. i) Se f uma transformao conforme em D, ento pelo teorema da função


invrsa, ela inversivel e sua invrsa tambem uma transformao conforme.
Assim, se L denota uma conjugada harmnica de H em D, e F = H + iL,
pode-se verificar facilmente que He = ReF ◦ f −1 de onde resulta que H
e harmnica,
sendo a parte real de uma função analitica.
9

Usando estas observaes elementares, podemos resolver problemas Dirichlet


para dominios comformemente equivalentes com o semiplano (teoricamente, para
qualquer regio do plano, pelo teorema de Riemann).

Exemplo 2. (veja [Churchill], pag 182-183)


Resolva o problema Dirichlet para o tubo semi-infinito
π π
{(x, y) − ≤ x ≤ , y ≥ 0},
2 2
com as condies de fronteira:
π π π π
T (− , y) = T ( , y) = 0, y > 0 T (x, 0) = 1, − < x < .
2 2 2 2

Soluo: A transformao w = senz, muda esse tubo semi-infinito, no semiplano


superior, com a seguinte correspondncia das frontieras: a imagem da semi-reta
(− π2 , y), y > 0 do plano (z), a semi-reta (u, 0), u < −1, do plano (w); a imagem
do segmento de reta real (− π2 , + π2 ) o segmento de reta real (−1, 1) e a imagem
da semi-reta ( π2 , y), y > 0 do plano (z), a semi-reta (u, 0), u > 1. (verifique esse
fato!) Alem disso, sendo w = senz uma transformao conforme em todos os pontos
do tubo, menos nos vertices − π2 e π2 e conforme a observao anterior, as condies
de frontira so mantidas. Assim, se T for uma soluo do problema, ento a função T̃
definida no semiplano superior v > 0, do plano (w), tal que T (z) = T̃ (senz), uma
função harmnica nesse semiplano, que satisfaz as seguintes condies de fronteira:

T̃ (u, 0) = 0, |u| > 1, T̃ (u, 0) = 1, |u| < 1.

Como no exemplo anterior, uma soluo desse problema a função

1 2v
T̃ (u, v) = arctg( 2 ).
π u + v2 − 1

Como w = u + iv = sen(x + iy), separando as partes reais e imaginrias, achamos


u = senxchy e v = shxcosy, assim

2v 2shxcosy
= =
u2 2
+v −1 sen xch y + sh2 xcos2 y − 1
2 2

2shxcosy 2 cosx
shy
= 2 = = tg2α,
2
sh y − cos x 1 − ( cosx
shy )
2

cosx
onde tgα = shy . Por fim,

1 2α 2 cosx
T (x, y) = arctg(tg(2α)) = = arctg( ).
π π π shy

Exemplo 3. (veja Exercicio 2, pag 192, [Churchill])


10

i) Mostre que a transformao


(1 − z)i
w= ,
(1 + z)
leva o semidisco { z = reit , 0 < r < 1, 0 < t < π }, no primeiro quadrante do
plano (w).
ii) Determine o potencial eletrostatico V no espao delimitado pela parte supe-
rior do cilindro x2 + y 2 = 1 e pelo plano y = 0, quando V = 0 sobre a superficie
cilindrica e V = 1, sobre a superficie plana.

Soluo: fcil de verificar que a transformao indicada manda a terna (1, i, −1)
na terna (0, 1, ∞); consequentemente, ela manda o interior do circulo unitrio, no
semiplano superior e o semicirculo z = eit , 0 < t < π, na semi-reta {(x, 0), x > 0};
ao mesmo tempo, ela manda a terna (−1, 1, ∞) na terna (∞, 0, −i), assim, ela
manda o semiplano superior { y > 0 }, no semiplano { u > 0 } e o interior do
semidisco unitrio, no primeiro quadrante.
Agora precisamos resoler um problema Dirichlet para o primeiro quadrante;
por razes geomtricas obvias, buscamos a soluo em coordenadas polares; mais pre-
cisamente, queremos determinar uma funo W = W (ρeiθ ) tal que:
1 ∂2W 1 ∂W ∂2W
∆pol W = + + = 0,
r2 ∂t2 r ∂r ∂r2
pi
W (rei0 ) = 0, W (rei 2 ) = 1, ∀ r > 0.
Por conta das condies de fronteira, buscamos uma soluo independente da varivel r.
A equao de Laplace vira
1 ∂2W
∆pol W = 2 = 0,
r ∂t2
com a soluo imediata W (reit ) = At + B. Impondo as condies de fronteira, achamos
W (reit ) = π2 t.
Como w = T (z), obtemos, aps separar as partes reais e imagirias na transfor-
2
−y 2 ) 1−x2 −y 2
mao T, w = 2y+i(1−x 2
(1+x) +y 2 ; por fim, V (x, y) = 2
π arctg 2y .

Exemplo 4. (veja tambm ex. 7 pag 193, [Churchill]).


Seja a faixa infinita { z = x + iy, x ∈ R, 0 < y < π; }.
i) Mostre que a transformao w = exp(z), transforma essa faixa no semiplano
superior e estabelea a correspondncia das fronteiras.
ii) Determine um potencial V no espao entre os planos y = 0 e y = π, sabendo
que V = 0, sobre a parte x > 0 da fronteira e V = 1, sobre a parte da fronteira
com x < 0.
it Soluo: i) A verificao fica por conta do leitor!
ii) Mediante a transformao w = exp(z), o problema vira:

∆Ve (u, v) = 0, Ve (u, 0) = 0, |u| > 1, Ve (u, v) = 1, |u| < 1.


Pela frmula de Poisson para o semiplano,
u−1
1 1 1 arctg v
Z Z
v
V (u, v) =
e dt = dη =
π −1 (u − t)2 + v 2 π arctg u−1
v
11

1 u+1 u−1 1 2v
(arctg arctg ) = (arctg( 2 ).
π v v π u + v2 − 1
Voltando para as variveis (x, y), como u(x, y) = ex cosy, v = ex seny, u2 + v 2 =
2x
e e
2v 2ex seny seny
= = .
u2 + v 2 − 1 e2 x − 1 shx
A soluo do problema :
1 seny
V (x, y) = arctg .
π shx
Problemas mixtas.

Exemplo 5. i) Prove que a funo f (z) = Logz manda o semi-disco Ω = {(x, y) :


x + y 2 ≤ 1, y > 0}, no ”tubo” {(x, y), x < 0, 0 < y < πi}.
2

ii) Determine uma funo ϕ, harmnica em Ω, que verifca as seguintes condies de


fronteira:

ϕ(x, 0) = 0, −1 < x < 0,

ϕ(x, 0) = 1, 0 < x < 1,

∂ϕ
∂n = 0, x2 + y 2 = 1, y > 0.

Soluo: Passo 1. A transformao f (z) = Logz, manda o semidisco no tubo, tal


que o circulo mandado no segmento vrtical, o segmento {(x, 0), x > 0} mandado
no semieixo negativo dos u, e o segmento {(x, 0), x > 0} mandado no semieixo
{(u, πi), u < 0}. O conjunto Ω mandado bijetivamente (porqu?) no interior deste
tubo U. Se V a soluo para o problema mixto para este tubo podemos recuperar a
soluo para o conjunto Ω, pondo ϕ(z) = V (Logz).

Passo 2. Resolvamos, ento, o problema:

δV = 0, z ∈ U,
V (u, 0) = 1, V (uπi) = 0, u < 0
∂V
∂x = o, no (0, v), 0 < v < π(porqu?)

Por causa das condies de fronteira, buscamos uma soluo que no depende de u,
apenas de v : V (u, v) = g(v). Resolvendo, obtemos: V (u, v) = 1 − π1 v.

Passo 3. A soluo ser:


1
ϕ(z) = V (Logz) = V (logr + it) = 1 − t, 0 < t < π.
π

Exercicio. Resolva os seguintes problemas mixtos:

1)∆ϕ = 0 {(x, y) x > 0, y > 0}


12

ϕ(0, y) = 0, y > 0,

ϕ(x, 0) = 1, x > 1,

ϕ(x, 0) = 0, 0 < x < 1.

(Sugesto: use a transformao f (z) = senz)

2)∆ϕ = 0 {(x, y) x > 0, y > 0}

ϕ(0, y) = 1, y > 0,

ϕ(x, 0) = 0, x > 1,
∂ϕ
∂n (x, 0) = 0.

(Sugesto: use a transformao f (z) = senz)

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