Anda di halaman 1dari 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROFa. Dra. MARIA DA PENHA LINS

DISCIPLINA; INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA

XAVIER, Antonio Carlos e CORTEZ, Suzana (orgs). Conversas com


Linguístas. São Paulo. Parábola. 2003.pp. 13-24;pp.123-129

Os entrevistados Maria Bernadete Abaurre, professora titular do “Departamento


de Linguística do Instituto de Estudos de Linguagem da Unicamp” e Rodolfo
Ilari, professor de semântica na “Universidade Estadual de Campinas”
respondem a diversas perguntas em relação a “língua” no livro “Conversas com
linguístas”.

Embora tenham sido perguntas iguais, nem sempre há concordândia entre


ambos os linguístas. Enquanto o primeiro é mais direto em suas respostas o
segundo apresenta uma certa complexidade em suas respostas.

Foi perguntado para os linguístas, qual a definição de língua. No ponto de vista


da Abaurre, é um sistema estruturado que, por situar-se no âmbito da
linguagem, apresenta constante instabilidade e mutabilidade.

Para Ilari, é difícil dar uma definição, mas diz que é uma competência que
temos e uma experiência que o lingüista cultiva. Diz ainda que tenha a ver com
a conceitualização, marcas formais, com a distorção da realidade e
organização da realidade num meio simbólico.

Sobre a relação entre língua, linguagem e sociedade, ambos os lingüistas têm


pensamentos semelhantes no ponto de vista que a relação está ligada ao fato
da língua ser um trabalho antigo e coletivo que evoluem constantemente.

Quanto se há vínculos necessários entre língua pensamento e cultura, Abaurre


responde que sem duvida existe alguma influência de modos culturais em
modos de pensamento. Mas por outro lado, também existe alguma influencia
em sentido contrário dos modos de pensamento na cultura em que uma
comunidade constrói.

Ilari diz que em termos. As categorias do pensamento são criadas


culturalmente. Muito dessas categorias acabam aparecendo porque são
necessárias dentro de certo habitat, dentro de certo ambiente cultural. Por isso
é que nós aqui temos recursos para falar de coisas que um indígena não tem,
mas ele tem outros recursos que nós não temos.

Enquanto Abaurre diz que a linguagem não existiria sem sujeito, Rodolfo Ilari
afirma não saber o certo. Mas para ele dentro de certa medida, as pessoas que
falam uma língua têm liberdade. Então o sujeito tem espaço, ele tem uma
chance, não é alguém que vai ser falado.
Sobre a definição de linguística, Abaurre diz que é um campo de estudos muito
amplo, que toma por objetivo de estudo, de investigação, os mais variados
aspectos associados à linguagem e das línguas naturais. Já para Ilari, é tentar
ver como a língua funciona. A língua é uma máquina que tem funções a
exercer e nem todo mundo domina exatamente os mesmos recursos. A
lingüística é essa ciência intrometida que pretende dizer como é que faz aquilo
que todo mundo sabe fazer. É a pratica pela qual o lingüista tenta dar o manual
de uma pratica que funciona sem manual.

Foi lhes interrogado se a linguística é uma ciência, Abaurre responde que


podemos em alguns casos dizer, que é um estudo cientifico, mas não acha que
se possa reduzir todos os estudos que se fazem da linguagem a uma
perspectiva cientifica, no sentido estrito do termo. E ela não vê problemas de
considerar se a concepção for ampliada.

Enquanto Ilari diz que é possível perceber que aquilo que já não pode ser visto
como cientifico hoje funcionou como ciência em outros tempos. E para ele não
resta duvida de que muitas informações que fazemos hoje, amanhã nos
parecerão erradas, e outras que consideramos erradas serão certas.

Em relação a utilidade da linguística, Abaurre diz que ela é importante para


nós, por que não serve apenas para responder à curiosidade natural do ser
humano sobre questões relativas à linguagem. Existe também todo um
conjunto de reflexões e de resultados dessas reflexões que pode, e tem sido
compartilhado com a sociedade.

Para Ilari, o quadro lingüístico do Brasil é mais complexo do que se pensava os


gramáticos de quarenta anos atrás, e a lingüística tem ajudado a lhe dar com
essa complexidade.

A respeito se há um compromisso necessário da linguística com a educação,


Abaurre diz que esse compromisso decorre de maneira natural, pelo fato de a
língua se ocupar de estudos sobre a linguagem, em geral, e de a linguagem
esta necessariamente ligada à educação, em termos de competência que o
indivíduo precisa desenvolver ao longo de sua vida, para usá-la
adequadamente sob a forma dos vários gêneros discursivos em que ela se
manifesta nas mais variadas situações de interlocução, oral ou escrita.

Para Ilari, caberia as escolas mostrar que a língua portuguesa tem variedades,
que essas variedades exprimem grupos diferentes, que discriminar a língua
das pessoas é, na realidade, discriminar as pessoas, e assim por diante.
Lançando essas idéias, a lingüística contribuiu para criar condições para uma
história mais tranqüila, alegre e voltada para a cidadania.

Em relação como a linguística é inserida na pós-modernidade, Abaurre afirma


que essa inserção talvez se dê com a lingüística vendo hoje com nitidez,
digamos assim, os seus próprios limites. Ou seja, é até característico do
movimento pós-moderno essa maior essa maior aglutinação, busca pela
interdisciplinaridade. É exatamente neste momento que vemos um maior
interesse tanto por parte dos lingüistas, quanto de pesquisadores de outras
áreas, na constituição de grupos que sejam verdadeiramente transdisciplinares,
o que implica uma relação mais complexa, entre as questões sob investigação,
do que nos estudos ditos interdisciplinares.

Ilari diz não entender nada de pós-modernidade. Então faz um breve


comentário sobre como ele vê a lingüística brasileira hoje. Segundo ele é muita
gente estudando lingüística, temos uma lingüística razoável no Brasil.

Sobre os desafios da lingüística no século XXI, Abaurre diz que um dos pontos
mais importantes na agenda de desafios da lingüística seria a retomada de
pressupostos de várias teorias e modelos já elaborados, na tentativa de
verificar o que é possível conciliarem, e de responder às grandes questões que
se colocam sobre a linguagem.

Anda mungkin juga menyukai