Gonçalves
INTRODUÇÃO
A luz é um dos mais importantes fenômenos físicos presentes em nossa vida que nos
acompanha durante toda nossa existência. Possui grande importância em processos
biológicos essenciais para nossa sobrevivência como o metabolismo celular, fotossíntese e
outros. Esse fenômeno é responsável por mais de 60% da informação que a maioria dos
seres humanos recebe através da visão. (não gostei desta parte, me parece meio confusa). A
luz do Sol é única fonte da energia, que a Terra recebe do exterior, que é responsável pela
existência da vida e que está utilizada através de vários tipos da fotossíntese.
A luz é um dos objetos de estudo da área da ciência que se chama Ótica.
Os principais objetivos da Ótica são:
1. Esclarecer a natureza da luz;
2. Aprender como a luz propaga no espaço e caracterizar essa propagação;
3. Estudar os efeitos da interação da luz com matéria.
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b. Polarização.
c. Espalhamento.
d. Absorção.
5. Inícios de teoria quântica.
a. Efeitos – premissas de teoria quântica.
b. Equação de Schrödinger. Níveis de energia.
c. Interação de luz com matéria de ponto de vista da teoria quântica.
d. Bases da teoria de lasers.
e. Efeitos óticos não lineares.
6. Interação de luz com sistemas vivos. Aplicação da luz na biologia e medicina.
a. Visão.
b. Fotossíntese.
c. Efeitos da luz nas estruturas biológicas.
• Efeitos de luz no pele e nos olhos.
• Fototerapia.
Bibliografia básica
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Capítulo 1
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Baseando-se nessas leis, foi criada uma idéia intuitiva da luz como um fluxo de
partículas (corpúsculos). Estes corpúsculos seriam emitidos por uma fonte em trajetórias
retilíneas, poderiam atravessar corpos transparentes e ser espalhados ou absorvidos pelos
corpos opacos. O proponente principal desta teoria, chamada Teoria Corpuscular da Luz,
foi Newton, figura-1.2a.
Baseando-se nessa idéia e nas leis da mecânica, Newton explicou as leis empíricas
da ótica. Para explicar a lei da refração (figura 1.3) Newton supôs que se a luz passa do
vácuo para um material que a refrata, os corpúsculos da luz seriam atraídas por esse
material e a componente da sua velocidade, que é perpendicular à superfície da refração,
seria aumentada por essa atração. Assim a velocidade total dos corpúsculos dentro do
material deveria ser maior do que no vácuo. Entretanto, a componente da velocidade
paralela à superfície da refração não muda, temos então:
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v 1= v 2
v 1 senα1 = v 2 senα2
senα1/ senα2 = = v 2/ v 1 = n > 1
Figura 1.4a: diagrama esquemático representando uma Figura 1.4b: diagrama esquemático representando
fonte pontual S e as superfícies concêntricas σ1 e σ2. várias superfícies, em particular σ1 e σ2 que contêm
Os pontos M1, M2 e M3, contidos na superfície σ 1 várias fontes. Estas superfícies também
estão em fase, e assim atuam como fontes secundárias. representam fronteiras de onda da luz.
Todas estas superfícies são fronteiras de onda da luz.
É interessante, que Huygens mesmo não achava que a luz tinha natureza
ondulatória. Ele falava: “Eu chamo essas superfícies como “as fronteiras de uma onda”
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somente pela analogia com as ondas que propagam na água”. Desta forma, o princípio de
Huygens determina somente a direção de propagação da fronteira da onda e funciona só
dentro dos limites da ótica geométrica que não considera a natureza ondulatória da luz.
Baseando nesse princípio, Huygens explicou a lei de refração no sistema ar – água
admitindo que a luz se propaga mais lentamente na água que no ar, figura 1.5.
Newton por sua vez, percebia as virtudes da teoria ondulatória, especialmente pela
explicação das cores que apareciam em películas finas, que ele estudava extensamente, mas
continuava estar favorecendo a teoria de propagação retilínea da luz.
Graças a grande reputação e autoridade de Newton, a sua rejeição relutante da teoria
ondulatória foi estritamente inquestionável. Mesmo após a evidência do fenômeno da
difração, descoberto por Grimaldi em 1665, os seguidores de Newton procuravam explicá-
la pelo espalhamento das partículas de luz pelas bordas das fendas – difratoras. A Teoria
corpuscular de Newton dominou por mais de um século.
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Em 1801, Thomas Young (figura 1.1c) retomou a teoria ondulatória da luz para
introduzir a idéia de difração da luz ser um fenômeno ondulatório, que ocorria devido a
interferência das ondas da luz da mesma forma como ondas sonoras, figura 1.6. Esta
demonstração é uma grande evidência da luz ter natureza ondulatória. Mas o maior avanço
para a aceitação geral da teoria ondulatória da luz for provocado pelo físico francês
Augustin Fresnel (figura 1.7a) que efetuou uma série extensa de experiências sobre
interferência e difração e estabeleceu a base matemática da teoria ondulatória. Fresnel
modificou o princípio de Huygens explicando a formação da fronteira da onda da luz pelo
efeito da interferência de todas as ondas secundárias. A partir desse momento o Princípio
de Huygens recebeu o nome “Principio de Huygens – Fresnel”.
Em 1850, Jean Foucault mediu a velocidade da luz na água e mostrou que era
menor que no ar, segundo a teoria das partículas deveria ser o inverso, anulando-a.
Vários outros pesquisadores se debruçaram sobre estes problemas e apresentaram
importantes contribuições. Dentre eles destacamos: Joung, Fresnel e Arago descobriram a
polarização da luz e a interferência de raios polarizados. Eles concluíram também que as
ondas da luz são transversais.
Um passo revolucionário foi feito por Faraday (1846) quando ele descobriu a
rotação do plano da polarização da luz em campo magnético, mostrando assim a ligação
direta entre fenômenos de eletromagnetismo e da luz. Quando Faraday observou esse efeito
exclamou: “Eu consegui iluminar uma linha da força do campo magnético e magnetizar
um raio da luz”.
Finalmente Maxwell, baseando nos quatro leis fundamentais do eletromagnetismo:
leis de Gauss para campos elétrico e magnético, lei de Faraday e lei de Ampère modificada,
desenvolveu uma teoria fenomenológica de efeitos eletromagnéticos e constatou que o
campo eletromagnético deve se propagar no espaço com uma velocidade igual a velocidade
da luz. Em 1888, Hertz (figura 1.7c) determinou a velocidade de propagação das ondas
eletromagnéticas e demonstrou que ela realmente é igual à velocidade da luz. Baseando
nesses fatos Maxwell concluiu que: “a luz tem a natureza eletromagnética e os raios de
luz são ondas eletromagnéticas”. A teoria do Maxwell continua ser valida até hoje
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Ao mesmo tempo Louis de Broglie mostrou que uma partícula material (elétron,
próton, nêutron, etc.), que move com uma velocidade v pode ser caracterizada como uma
onda de comprimento dado por:
λ = h / p = h / mv
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