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FINANCIADORES E PARCEIROS EQUIPE

Malak El Chichini Poppovic - Diretora Executiva


Conectas agradece o apoio de seus principais financiadores: Oscar Vilhena Vieira - Diretor Jurídico

• Foundation Open Society Institute Área institucional


• Fundação das Nações Unidas Andre Degenszajn - Coordenador de Desenvolvimento Institucional
Denise Conselheiro - Assessora de Comunicação
• Fundação Ford
Lucia Nader - Coordenadora de Relações Internacionais
• Fundo das Nações Unidas para a Democracia Marcelo Moisés - Programador Web
• Oak Foundation
• Overbrook Foundation Programa sul globAL
• União Européia Juana Kweitel - Coordenadora de Programa
Daniela Ikawa - Coordenadora de Programa
Pedro Paulo Poppovic - Editor da Revista Sur
Camila Asano - Assistente de Programa
Catharina Nakashima - Assistente de Programa
A organização também gostaria de agradecer aos seguintes parceiros Thiago Amparo - Estagiário
por sua contribuição com suas atividades:
Programa de justiça
• Ashoka Empreendedores Sociais - São Paulo Artigo 1º
• Friedrich Ebert Stiftung - São Paulo Eloisa Machado - Coordenadora de Programa
• Fundação Getúlio Vargas - São Paulo Humberto Negrão - Advogado
• International Center for Transitional Justice - Nova Iorque Marcela Vieira - Advogada
• International Service for Human Rights - Genebra Vivian Sampaio - Estagiária
• Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP Valcrécio Paganele (Teo) - Estagiário

Instituto Pro Bono


Marcos Fuchs - Diretor
Carolina Bittencourt - Advogada
João Pedro Brandão - Advogado
Laura Mattar - Advogada

Projeto direito à saúde da mulher negra


Daniela Ikawa - Coordenadora de Projeto
Laura Mattar - Coordenadora de Projeto
Fotos de Camila Asano, Daniela Ikawa, Eloisa Machado e Leandro Vianna. Bruna Angotti - Pesquisadora
Design de Bruno Luciano Villardo Martins Iolanda Oliveira - Estagiária

Administração
Carlos Augusto Pires - Gerente Administrativo
Juliana Gomes - Assistente Administrativa
Maíra Barreto - Assistente Administrativa

Conectas também conta com uma equipe de voluntários para cada um de seus
projetos e recebe estudantes de graduação para estágios não-remunerados.

EStudantes estrangeiros
Fred Hasselquist (Suécia), Julia Stein (EUA), Rosa Evangelina Beltrán (EUA),
Victoria Schulsinger (França).

Voluntários
André Cavaller Guzzi; Andreza Poitena; Bárbara Frossard Pagotto; Douglas de
Toledo Piza; Hugo M. E. Reichenberger; Inês Lafer; Ingrid Leão; Isamar Escalona;
Juliana de Moura Gomes; Juliana de Paula Bigatão; Patrícia Gomes Augustin;
Ricardo Noryo Ywamoto.

Voluntários do VII colóquio internacional de direitos humanos


Daniela Juliana de Mello, Fred Hasselquist, Ingrid Leão, Iolanda Barros de Oliveira,
Luisa Helena Oliveira Marques, Mariana Brito, Mariana Parra, Marysol Franco
Góes, Newton Garcia Teixeira Martins, Patrícia G. Augustin, Rafael Giovanelli,
Raphael Garcia, Raquel Mozzer, Renata Gomes da Silva, Rosa Evangelina Beltrán,
Samuel Friedman, Severine Calza, Vinícius A. Rodrigues Pinto
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carta dos Diretores

O ano de 2007 foi muito importante para a consolidação do trabalho desenvolvido


pela Conectas na proteção e promoção dos direitos humanos.

Como parte do nosso Programa Sul Global, desenvolvemos uma campanha de


advocacy inovadora, que reuniu diversas ONGs latino-americanas em defesa dos
direitos humanos em um país da África – o Zimbábue. Além disso, participamos da
maioria das sessões do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU em Genebra e
ainda organizamos um encontro em São Paulo com as demais ONGs que trabalham
com o CDH para avaliar o papel da sociedade civil nesse Conselho durante o ano de
2007 e planejar ações conjuntas para 2008.

A consolidação de nossas atividades internacionais foi confirmada pelo sucesso do


VII Colóquio Internacional de Direitos Humanos, que reuniu 56 ativistas de 26 países
do Sul Global em São Paulo, de 3 a 10 de novembro de 2007.

Além disso, o Programa de Direitos Humanos para a África Lusófona alargou sua
abrangência para também receber em 2008 participantes de Guiné Bissau.

Duas edições da Revista Sur - Revista Internacional de Direitos Humanos foram


publicadas em junho e dezembro de 2007. Uma delas, sobre justiça transicional, foi
feita em parceria com o International Center for Transitional Justice (ICTJ). Também
realizamos a primeira avaliação externa da Revista e do perfil de seus leitores.
Estamos felizes por informar que os resultados indicaram que 66% dos leitores que
responderam consideraram a publicação excelente.

Em nosso Programa de Justiça, consolidamos nossas atividades no Supremo


Tribunal Federal, participando como amicus curiae em diversos casos envolvendo
direitos fundamentais, como as ações sobre pesquisas com células-tronco, ações
afirmativas e controle de armas. Também denunciamos à Comissão Interamericana
de Direitos Humanos as condições subumanas da Cadeia Pública do Guarujá –
que posteriormente foi fechada. Somado a isso, nossas ações judiciais em favor
de adolescentes privados de liberdade no estado de São Paulo tiveram avanços
importantes, que culminaram em mudanças como o aumento substancial da
indenização concedida pela justiça pela morte desses adolescentes sob a custódia
do Estado e o fechamento de algumas das piores unidades de detenção da
Fundação CASA, antiga Febem.
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Além disso, também progredimos na disseminação dos ideais pro bono:


contribuímos para o estabelecimento de iniciativas pro bono nos demais estados
do Brasil, além de São Paulo, e assim ganhamos apoio essencial da comunidade
jurídica para a aprovação de uma resolução nacional que permitiria a prática pro
bono. Somente em 2007, mais de cinco escritórios de advocacia e 80 advogados
aderiram ao Instituto Pro Bono, afiliado à Conectas desde 2002.

As atividades de um novo projeto – Direito à Saúde da Mulher Negra – foram


iniciadas em 2007. Sua primeira fase consistiu na elaboração de materiais
educacionais que serão utilizados em cursos de capacitação para mulheres
residentes em dois bairros da periferia de São Paulo e também serão distribuídos
para profissionais e organizações que trabalham com a temática.

Nada disso seria possível sem a colaboração e o apoio de organizações parceiras,


no Brasil e em outros países dos hemisférios Norte e do Sul. Nosso agradecimento
a todos. Esperamos continuar o nosso trabalho conjunto em 2008!

Malak Poppovic Oscar Vilhena Vieira


Diretora Executiva Diretor Jurídico
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Sumário

PROGRAMa sul global 9

Educação: Investindo em pessoas


O Colóquio em 2007: “Fortalecendo os Direitos Humanos no Sul” 10
Programa de Direitos Humanos para a África Lusófona 13

pesquisa: conhecimento produzido no sul GLOBAL


Sur – Revista Internacional de Direitos Humanos 14
A Exigibilidade dos Direitos Humanos - uma análise comparativa:
Índia, Brasil e África do Sul 16

Advocacy: defendendo direitos humanos no sul GLOBAL


Política Externa e Direitos Humanos 18

PROGRAMa de justiça 23
DEFENDENDO DIREITOS PELA LITIGÂNCIA ESTRATÉGICA
Artigo 1º 24

PromoVENDO A RESPONSABILIDADE SOCIAL NO DIREITO


Instituto Pro Bono 29

COMBATENDO A DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO SISTEMA DE


SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Projeto Direito à Saúde da Mulher Negra 31
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Conectas Direitos Humanos é uma organização internacional não governamental, sem fins lucrativos, fundada em São Paulo,
Brasil, em outubro de 2001. Sua missão é promover o respeito aos direitos humanos e contribuir para a consolidação do Estado
de Direito no Sul Global (África, Ásia e América Latina). Em janeiro de 2006, o Comitê das Nações Unidas para Organizações
Não Governamentais aprovou o pedido de Status Consultivo da Conectas na ONU.

Para tanto, Conectas desenvolve programas que propiciam o fortalecimento de ativistas e acadêmicos em países do hemisfério
sul e fomentam a interação entre eles e com as Nações Unidas. No Brasil e em âmbito regional, Conectas promove ações de
advocacia estratégica e de interesse público.

Para atingir seus objetivos, Conectas desenvolve suas atividades por meio de dois programas:

1. Com seu Programa Sul Global, Conectas conduz pesquisas, capacita ativistas de direitos humanos, compartilha conhecimentos entre
acadêmicos e ativistas, promove alianças e cooperação sul-sul e prepara os ativistas para interagir com a ONU, um parceiro estratégico
importante na promoção dos direitos humanos.
2. O Programa de Justiça da Conectas atua em âmbito nacional e regional com o objetivo de proteger vítimas de violações de direitos
humanos por meio da litigância estratégica e do oferecimento de serviços de advocacia pro bono para grupos vulneráveis e organizações da
sociedade civil.

Este relatório descreve as principais atividades, resultados e conquistas da Conectas em 2007.

Participantes do Colóquio de 2007


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programa sul global


O Programa Sul Global busca mobilizar e fortalecer ativistas e
acadêmicos de direitos humanos do hemisfério sul por meio
da educação, pesquisa e advocacy. O objetivo do programa
é ampliar a influência individual e coletiva das atividades da
nova geração de defensores dos direitos humanos.
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EDUcação: INVESTINdo em pessoas AVALIAÇÃO PELOS PARTICIPANTES

O Colóquio em 2007: “Fortalecendo os Direitos Assim como em anos anteriores, a avaliação


Humanos no Sul” do VII Colóquio foi executada por uma
consultoria externa, a Júnior Pública, da
Fundação Getúlio Vargas. Os resultados
O objetivo do Colóquio Internacional de Direitos Humanos é fortalecer mostraram que o objetivo principal do
o impacto individual e coletivo das atividades de ativistas de direitos Colóquio foi atingido com sucesso. Todos
humanos da América Latina, África e Ásia, e encorajá-los a assumir uma os aspectos avaliados receberam notas
importância cada vez maior na promoção dos direitos humanos. O VII de bom à excelente. Comparada com o
último ano, a avaliação geral permaneceu
Colóquio foi realizado de 3 a 10 de novembro de 2007, em São Paulo, e
a mesma, atingindo a marca de 4,44
reuniu 56 participantes de 26 países, 24 palestrantes e 20 voluntários. Os em uma escala de 1 a 5. Os grupos de
participantes foram escolhidos entre 370 inscrições recebidas. trabalho e as apresentações regionais
foram particularmente bem avaliados pelos
Os gráficos abaixo representam a distribuição geográfica dos participantes e participantes, e pontuaram acima da média
palestrantes do Colóquio de 2007: comparados aos painéis da manhã. Em
2007, pela primeira vez, foi realizada uma
avaliação qualitativa complementar. Foram
feitas entrevistas com os participantes,
aleatoriamente escolhidos, no início e no final
do evento, comparando suas expectativas
com a experiência real do encontro. Os
resultados indicaram que o Colóquio superou
suas expectativas.

[gráfico 1]

[gráfico 2]

O programa é distribuído em uma semana inteira, combinando palestras


de manhã e atividades relacionadas de tarde. Com base em avaliação feita
com participantes do encontro de 2006 e em consulta com o Conselho
Consultivo do Colóquio, as palestras de 2007 trataram dos seguintes temas:

• A participação de ONGs do Sul no sistema internacional de


direitos humanos, especialmente no recém-criado Conselho de
Direitos Humanos da ONU;
• O uso do sistema judiciário por ativistas de direitos humanos
visando a transformação social;
• Aquisição de conhecimento e know-how para garantir a
sustentabilidade das organizações da sociedade civil do Sul.
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As atividades vespertinas foram elaboradas com o intuito de dar ao


participante tempo e espaço para interação intensiva com os outros ativistas,
além de ser uma oportunidade para aprimorar habilidades específicas e
aumentar o impacto e eficácia de suas ações. Foram elas:

• Dois grupos de trabalho em Litigância em Direitos Humanos e


Sistema de Direitos Humanos da ONU;
• O Open Space Forum ofereceu aos participantes a oportunidade
de falarem sobre temas de sua própria escolha, em um debate
Simulação do Conselho de Direitos Humanos auto-gestionado;
da ONU • Visitas a ONGs em São Paulo (GAPA/Grupo de Apoio a Prevenção à
AIDS; MST/Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; Centro
de Direitos Humanos de Sapopemba e Instituto Pólis);
• Workshops em Planejamento e Captação de Recursos;
• Apresentações Regionais: uma das inovações de 2007 foram
as apresentações feitas pelos próprios participantes sobre os
principais problemas de direitos humanos em suas regiões;
• Simulação do Conselho de Direitos Humanos: o grupo de
trabalho sobre o Sistema de Direitos Humanos da ONU organizou
uma simulação do Conselho de Direitos Humanos que deu aos
participantes a oportunidade de saber mais sobre o fórum de
diplomacia internacional.

Durante o mês que antecedeu o Colóquio, pedimos aos participantes que


lessem textos e artigos, preparando-os para os tópicos que foram discutidos
durante o encontro.

Participantes nas conferências Grupo asiático preparando sua


da manhã apresentação regional
VII Colóquio - conferências da manhã
São Paulo, de 03 a 10 de novembro

Abertura: A Reforma da ONU


Bertrand Ramcharan, IUHEI - Graduate Institute of International Studies,
Genebra, ex-Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos

Vozes do Sul no novo Conselho de Direitos Humanos da ONU


Crescencia Lucero, TFDP - Task Force Detainees for Philippines, Filipinas
Hassan Shire, East and Horn Africa HR Defenders Network, Uganda Campanhas em direitos humanos
Katrine Thomasen, ISHR – International Service for Human Rights, Suíça Nonhlanhla Ngema, TAC – Treatment Action Campaign, África do Sul
Michael Anthony, Asian Commission for Human Rights, China Jorge Beloqui, GIV - Grupo Incentivo à Vida, Brasil
Thami Ngwenya, CCP - Center for Public Participation, África do Sul Patrizia Scanella, Amnesty International, Suíça
Julie Middleton, Civicus, África do Sul
O Direito como instrumento de transformação social Tamaryn Nelson, Witness, EUA
Basil Fernando, Asian Commission for Human Rights, China
Oscar Vilhena Vieira, Conectas Direitos Humanos, Brasil Fortalecimento institucional
Rodrigo Uprimny, DJS - Centro de Estudios de Derecho, Justicia y Sociedad, Bess Rothenberg, Columbia University, EUA [apresentação em vídeo]
Colômbia Anne Travers, Consultora de Desenvolvimento, EUA
Andre Degenszajn, Conectas Direitos Humanos, Brasil
Temas contemporâneos de direitos humanos: Macarena Sabin Paz, CELS - Centro de Estudios Legales y Sociales,
Protocolo facultativo à Convenção Contra a Tortura Argentina
Lukas Muntingh, CSPRI - Civil Society Prison Reform Initiative, África do Sul
Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência Encerramento: Fortalecendo os direitos humanos no Sul
Amita Dhanda, NALSAR, Índia Sueli Carneiro, Fundo Brasil de Direitos Humanos, Brasil
Normas da ONU sobre responsabilidade das empresas Juana Kweitel, Sur – Revista Internacional de Direitos Humanos, Brasil
Alexandre Barbosa, Observatório Social, Brasil Tafadzwa Mugabe, ZLHR – Zimbabwe Lawyers for Human Rights, Zimbábue
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MANTENDO A TROCA DE INFORMAÇÕES E A REDE DE COOPERAÇÃO APÓS O


COLÓQUIO

Conectas mantém um portal interativo na internet (www.conectasur.org)


em três línguas (inglês, português e espanhol) para ajudar os ativistas a
manter contato após o término do Colóquio.

Um grupo de participantes do VII Colóquio decidiu utilizar o portal


como ferramenta de comunicação para trocar informações, partilhar as
dificuldades e agir conjuntamente contra violações de direitos humanos.
Para tanto, é elaborado um boletim eletrônico quinzenal enviado por e-mail
e composto pelas notícias que eles mesmos postaram no site - Boletim
Conectasur.

Além disso, os participantes do grupo de trabalho da ONU estão trocando


informações sobre a análise da situação de seus países pelo novo Conselho
de Direitos Humanos. Conectas está dando suporte a organizações que
queiram participar do recém criado Mecanismo de Revisão Periódica
Universal (UPR, por suas iniciais em inglês).

O grupo de trabalho em Litigância também está utilizando a internet para


trocar informações sobre precedentes jurídicos e para analisar meios de
colaborarem em seus casos, como por exemplo, na elaboração de amicus
curiae. Em 2008, o grupo ainda realizará encontros para promover a
cooperação durante as audiências da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos e da Comissão Africana de Direitos Humanos.

A organização do VII Colóquio foi possível graças ao apoio da Fundação


Open Society Institute (OSI) e Open Society Initiative for Southern Africa
(OSISA), Fundação Ford, Fundo das Nações Unidas para a Democracia
(UNDEF), Fundação das Nações Unidas, Ashoka Empreendedores Sociais
e da Embaixada Suíça no Brasil. A Fundação Getúlio Vargas cedeu as
instalações para o encontro e o Centro Cultural da Juventude de São Paulo
recebeu as atividades culturais da abertura.

Impacto – A OPINIÃO DOS PARTICIPANTES

Em 2007, pela primeira vez, uma avaliação sobre o impacto do Colóquio


foi realizada seis meses depois do evento. Foi enviado um questionário para
os participantes de 2006, incluindo questões a respeito do uso concreto dos Portal Conectasur
conhecimentos adquiridos durante o Colóquio e exemplos de colaboração
com os demais participantes. Um total de 33 dos 58 participantes
respondeu: 91% afirmaram que utilizaram o conhecimento adquirido
durante o Colóquio de maneira prática e deram exemplos; e mais de 80%
responderam que mantinham contato com outros participantes para trocar
informações e para construir parcerias entre suas organizações.
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PARTICIPANTES de 2007 Programa de Direitos Humanos para a África Lusófona

Em parceria com a Open Society Justice Initiative (OSJI), Open Society


Cecilia Cassapi Initiative for Southern Africa (OSISA) e um grupo de ONGs africanas, a
Augusto, que
Conectas realiza todo ano, desde 2004, um programa de intercâmbio em
trabalhou como
diretora executiva direitos humanos para ativistas de Angola e Moçambique.
da “Associação
Construindo Em 2007, Conectas recebeu três ativistas – dois vindos de Moçambique e
Comunidades” na um de Angola. Durante os primeiros quatro meses do Programa (fevereiro
região de Huila,
a julho), dedicaram a maior parte do tempo a atividades acadêmicas em
Angola, nos últimos
10 anos, realizou seu estágio no Instituto programas de graduação e pós-graduação na Pontifícia Universidade
Sócio-Ambiental (ISA). O ISA é uma ONG Católica de São Paulo (PUC-SP).
brasileira com reconhecida atuação voltada
ao meio-ambiente, às questões indígenas e Durante a segunda parte do programa, realizaram estágios voluntários em
ao direito à terra. Durante seu estágio, Cecilia ONGs brasileiras e participaram do VII Colóquio Internacional de Direitos
visitou a região do Vale do Ribeira (estado
Humanos. O estágio foi fundamental para ajudá-los a elaborar o projeto que
de São Paulo) para conhecer lideranças de
comunidades quilombolas. De volta à Angola, irão desenvolver por um ano quando retornarem aos seus países de origem a
Cecilia está, entre outras atividades, trabalhando partir dos conhecimentos e experiências adquiridos no Brasil.
em um projeto para levar líderes comunitários
brasileiros para Angola para discutirem questões Vale mencionar que os dois ativistas moçambicanos – Eduardo Madope
ligadas ao direito à terra.
e Maíra Domingos – estão desenvolvendo um curso de formação sobre
direitos humanos similar ao reconhecido programa em governança e
Maíra Solange Hari políticas públicas que cursaram na “Escola de Governo”, em São Paulo.
Domingos, graduada A Conectas está auxiliando os ativistas na adaptação desse curso para o
em Geografia em contexto e as necessidades de seu país.
2006, realizou seu
estágio no Coletivo
Feminista em São
Por fim, a coordenadora do projeto na Conectas, Daniela Ikawa, foi uma
Paulo. Maíra continua das palestrantes no primeiro Acampamento de Direitos Humanos para
colaborando com Países Lusófonos, seminário organizado pela Open Society Initiative for
a organização, Southern Africa que reuniu ativistas de direitos humanos da África lusófona
adaptando folhetos sobre saúde e sexualidade em Angola em fevereiro de 2007.
feminina à realidade e ao contexto
moçambicanos. Com os conhecimentos práticos
e acadêmicos adquiridos durante sua estadia
no Brasil, Maíra decidiu focar seu trabalho na
ONG moçambicana Fórum Mulher na promoção
dos direitos sexuais e direitos reprodutivos de
mulheres com deficiência.

Eduardo Madope,
graduado em Direito
em Moçambique,
trabalhou no Centro
de Direitos Humanos
da Universidade
Eduardo Mondlane
e também no
Movimento Justiça
para Todos. Em seu estágio no Brasil, Eduardo
escolheu o Instituto Pólis, em que colaborou
com campanhas para o estabelecimento de
financiamento público para habitação popular.
De volta ao seu país, está sedimentando um
projeto de assistência jurídica para mulheres.
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PESQUISA: CONHECIMENTO PRODUZIDO NO SUL GLOBAL

A Sur – Revista Internacional de Direitos Humanos foi


lançada em 2004 com o intuito de estabelecer um canal de comunicação
entre acadêmicos e ativistas dedicados à promoção e defesa dos direitos
humanos, em especial os que trabalham com problemas específicos do Sul
Global. É a única publicação acadêmica de direitos humanos desta natureza
publicada semestralmente em três línguas – português, inglês e espanhol -
com uma tiragem de 2700 exemplares. A Revista Sur é distribuída gratuita-
mente para mais de 2000 pessoas ou organizações cadastradas em mais de
100 países e também está disponível online (visite www.revistasur.org).

A Revista Sur conta com um Conselho Consultivo composto por mais de


30 acadêmicos de diversos países que auxiliam na identificação de novos
colaboradores e na revisão dos artigos.

conselho consultivo da revista sur


Christof Heyns, Universidade de Pretoria, África do Sul
Emílio Garcia Méndez, Universidade de Buenos Aires, Argentina
ARTIGOS da
Fifi Benaboud, North-South Centre of the Council of Europe, Portugal REVISTA Sur N º 6
Fiona MacAulay, Universidade de Bradford, Reino Unido
Flavia Piovesan, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil Upendra Baxi
J. Paul Martin, Columbia University, EUA O Estado de Direito na Índia
Kwame Karikari, Universidade de Ghana, Ghana
Mustapha Kamel Al-Sayyed, Cairo University, Egito Oscar Vilhena Vieira
Richard Pierre Claude, Universidade de Maryland, EUA A desigualdade e a subversão do Estado
Roberto Garretón, ex-Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Chile de Direito

Rodrigo Uprimny Yepes


Duas edições da Sur – Revista Internacional de Direitos Humanos foram
A judicialização da política na Colômbia:
publicadas em junho e dezembro de 2007 (veja a lista de artigos das
casos, potencialidades e riscos
edições nº 6 e 7).
Laura C. Pautassi
A Revista Sur nº 7 foi a primeira experiência de parceria com outra Há igualdade na desigualdade?
organização para a publicação de uma edição temática especial. Junto Abrangência e limites das ações
com o International Center for Transitional Justice (ICTJ), Conectas afirmativas
lançou um edital e selecionou artigos para compor um dossiê sobre justiça
transicional. O resultado foi compensador, uma vez que a Revista atraiu Gert Jonker e Rika Swanzen
um grande número de colaboradores que ainda não a conheciam. Serviços de intermediação para crianças-
testemunhas que depõem em tribunais
criminais da África do Sul
Com o intuito de melhorar a comunicação entre acadêmicos e ativistas
do Sul Global, algumas mudanças editoriais foram incluídas na última
Sergio Branco
edição: uma nova seção incluiu uma listagem dos principais centros de
A lei autoral brasileira como elemento de
direitos humanos do mundo, com uma pequena apresentação de seu restrição à eficácia do direito humano à
trabalho, atividades acadêmicas, publicações e pesquisas; entrevistas com educação
reconhecidos ativistas e pesquisadores; e, finalmente, a fotografia dos
autores foi incluída nos artigos. Thomas W. Pogge
Para erradicar a pobreza sistêmica:
Dando continuidade à política de parcerias, a primeira edição de 2008, em defesa de um Dividendo dos
com o tema “Propriedade intelectual e acesso a medicamentos”, será Recursos Globais
produzida em parceria com a ABIA – Associação Brasileira Interdisciplinar
de AIDS.
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Durante 2007, diversos debates para a apresentação da Revista Sur foram


organizados com alguns parceiros na Europa e nos EUA: Columbia
University (março), Essex University (maio) e Utrecht University (agosto).

A Revista Sur é financiada pela Fundação Ford e pelo Programa das


Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDEF). A edição nº 7, como
mencionado anteriormente, também recebeu apoio do International Center
for Transitional Justice (ICTJ).

Avaliação Do perfil dos leitores e Da qualidade da Revista Sur

Em 2007, pela primeira vez, a Revista Sur foi avaliada por seus leitores.
A pesquisa revelou que 66% consideram a Revista excelente e 34% a
julgaram como boa. Os resultados mostraram que a maioria de seus
leitores são professores universitários (36,8%) ou trabalham em ONGs
(31,2%), e utilizam a Revista principalmente com propósitos educacionais.
Isso demonstrou que estamos atingindo nosso público alvo – acadêmicos
e ativistas – e que a revista está sendo utilizada como instrumento para
capacitar a nova geração de defensores dos direitos humanos.
ARTIGOS da
REVISTA Sur N º 7
“Os editores da Revista Sur se impuseram uma difícil missão: produzir
Lucia Nader uma revista acadêmica com qualidade científica e relevância para a
O papel das ONGs no Conselho de Direitos prática dos ativistas de direitos humanos; e, ainda, atingir os melhores
Humanos da ONU padrões internacionais durante seu desenvolvimento e falar com
consistência para o Sul Global. Esta complexa mistura de ambições abre
Cecília MacDowell Santos novos caminhos”.
Ativismo jurídico transnacional e o Estado: Robert Archer – International Council for Human Rights Policy
reflexões sobre os casos apresentados contra
– Suíça
o Brasil na Comissão Interamericana de
Direitos Humanos

Tara Urs “Eu fico muito satisfeita por receber e ler a Revista Sur. Ela traz
Vozes do Camboja: formas locais de perspectivas interessantes do mundo todo sobre importantes tópicos e
responsabilização por atrocidades assuntos em destaque na legislação e na prática dos direitos humanos. A
sistemáticas qualidade da Revista é alta e o crédito por isso é de autores, editores e de
toda a equipe. Mantenham o excelente trabalho!”
Cecily Rose e Francis M. Ssekandi Suzannah Linton - Universidade de Hong Kong - China
A procura da justiça transicional e os
valores tradicionais africanos: um choque de
civilizações – o caso Uganda “A Revista Internacional de Direitos Humanos é uma contribuição
única, visto a necessidade de compartilharmos e divulgarmos
Ramona Vijeyarasa
pensamentos críticos sobre direitos humanos e temas relacionados
Verdade e reconciliação para as “gerações
por todo o mundo. Junto com a expansão dos movimentos de direitos
roubadas”: revisando a história da Austrália
humanos, em paralelo a questões sobre “como fazer” em ética da política,
Elizabeth Salmón G. a necessidade de avançarmos com rigor teórico se torna mais e mais
O longo caminho da luta contra a pobreza importante. Publicando artigos relevantes de alta qualidade, de autores
e seu alentador encontro com os direitos de diferentes culturas e latitudes, Sur faz uma importante contribuição
humanos para este objetivo”.
José Zalaquett – Universidade Nacional do Chile – Chile
Entrevista com Juan Méndez
Por Glenda Mezarobba
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Coordenadores da Pesquisa
A Exigibilidade dos Direitos Humanos – uma análise
comparativa: Índia, Brasil e África do Sul Brasil: Prof. Oscar Vilhena Vieira (Fundação
Getúlio Vargas e Conectas Direitos Humanos)
Índia: Prof. Upendra Baxi (National Academy
O projeto “Exigibilidade dos Direitos Humanos – uma análise comparativa: of Legal Studies and Research University,
Índia, Brasil e África do Sul” compara a efetivação de direitos humanos NALSAR)
e constitucionais pelas Cortes Supremas da Índia, Brasil e África do África do Sul: Prof. Frans Viljoen (Centre for
Sul (IBAS, por suas iniciais). A pesquisa, desenvolvida por três equipes Human Rights, Universidade de Pretoria)
nacionais (veja quadro), busca entender como as cortes constitucionais do
IBAS estão desempenhando seu papel na implementação desses direitos e
analisa quais estratégias e experiências têm sido mais efetivas para alcançar
o reconhecimento e respeito a esses direitos.

Em maio de 2007, as três equipes se encontraram na Inglaterra para discutir


os resultados de suas pesquisas até aquela data. A reunião foi sediada no
Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford e contou com
a presença de reconhecidos acadêmicos de direitos humanos. O workshop
intitulado “Corte de Justiça: o papel das cortes constitucionais no Brasil,
Índia e África do Sul na proteção de direitos” ofereceu a oportunidade para
que os pesquisadores apresentassem seus trabalhos iniciais e identificassem
os principais tópicos de comparação a serem incluídos na segunda etapa do
projeto.

Definição da Metodologia

Este projeto de pesquisa interdisciplinar parte de um plano comum de


trabalho que traça as similaridades e diferenças entre os sistemas IBAS.
Entretanto, a primeira parte da pesquisa foi dedicada à elaboração de três
artigos que descreveram a composição e contexto das cortes constitucionais
de cada um dos três países: estrutura e composição, relação da corte com o
sistema político, acessibilidade das cortes e as “performances deliberativas”.
Os três artigos produzidos irão ajudar os pesquisadores a entender como o
sistema dos outros países funciona e identificar as principais diferenças entre
eles.

Além disso, as três equipes de pesquisa também analisaram a jurisprudência


de suas respectivas cortes constitucionais com o intuito de identificar
decisões paradigmáticas sobre tópicos previamente definidos. As decisões
foram selecionadas com base em sua relevância e inovação.
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Seleção de temas

DIREITOS TEMAS
DIGNIDADE HUMANA E AborTO, PENA DE MORTE, TORTURA, DIREITO DE pessoas
DIREITO À VIDA presas E TRABALHADORES DO SEXO
ReconHECIMENTO DE GÊNERO, RAÇA/ETNIA E ORIENTAÇÃO Sexual
DIREITOS
EducaÇÃO, SAÚDE, TERRA/MORADIA, SEGURIDADE
DIREITOS SOCIAIS SOCIAL/BEM-ESTAR DAS MINORIAS: CRIANÇAS, PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA E INDÍGENAS
LIBERDADE DE EXPRESSÃO, INFORMAÇÃO, RELIGIÃO, AS-
DIREITO DE LIBERDADE SOCIAÇÃO E ASSEMBLÉIA E REUNIÃO
DIREITO À pROPRIEDADE
DIREITO À SEGURANÇA DESARMAMENTO
PÚBLICA
AcessO À JUSTIÇA E AO DEVIDO PROCESSO LEGAL,
DemocraCIA, IGUALDADE POLÍTICA, DIREITO À PARTICI-
ESTADO DE DIREITO PAÇÃO, DIREITO AO VOTO, DIREITO À REPRESENTAÇÃO E
PLURALISMO

Em 2007, as decisões brasileiras e sul-africanas foram pesquisadas e


compiladas. As decisões indianas foram compiladas para a reunião
em Delhi, Índia, de 27 a 29 de abril de 2008. O objetivo do encontro,
organizado pelo Prof. Upendra Baxi, é discutir e compartilhar as
descobertas de cada equipe de pesquisa e produzir relatórios para serem
incluídos na publicação final, baseada nos comentários dos pesquisadores
participantes.

Depois do encontro em Delhi, será publicado um livro contendo as


avaliações de cada equipe (em inglês).

Este projeto é financiado pela Fundação Ford.


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Encontro estratégico de ONGs


ADVOCACY – DEFENDENDO DIREITOS HUMANOS NO SUL sobre a participação
global no Conselho de Direitos Humanos:
São Paulo, Brasil, 2 e 3 de novembro de 2007

Política Externa e Direitos Humanos


PARTICIPANTeS
Conectas busca promover a incorporação dos princípios e padrões
internacionais de direitos humanos na política externa dos governos do Sul. African Center for Democracy and HR Studies
(Gâmbia)
Em nível nacional, Conectas trabalha pela criação de mecanismos formais
Anistia Internacional (Reino Unido)
para a participação da sociedade civil no processo decisório da política Comissão Asiática de Direitos Humanos (China)
externa. Em esfera internacional, busca promover uma colaboração inter- Cairo Institute for Human Rights (Egito)
regional entre ONGs atuantes no sistema de direitos humanos da ONU, CELS – Centros de Estudios Legales y Sociales
especialmente no recém-criado Conselho de Direitos Humanos, para (Argentina)
garantir maior transparência e accountability por parte dos governantes. Center for Public Participation (África do Sul)
Civicus – World Alliance for Citizen Participation
(África do Sul)
Vozes do Sul no Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH) Comisión Mexicana de Derechos Humanos
(México)
Por meio de seu status consultivo na ONU, Conectas tem participado das Commonwealth Human Rights Initiative (Índia)
principais sessões do Conselho de Direitos Humanos da ONU desde sua Conectas Direitos Humanos (Brasil)
Corporación Humanas (Chile)
criação. Em 2007, Conectas focou sua participação no CDH no processo
Democracy Coalition Project (EUA)
de sua constituição institucional, ou seja, na transição da antiga Comissão East and Horn of Africa Human Rights Defenders
de Direitos Humanos da ONU para o Conselho. Junto com outras ONGs Network (Uganda)
nacionais e internacionais, Conectas trabalhou para garantir a efetividade FIDH – Fédération Internationale des Droits de
e independência dos novos mecanismos desse órgão (incluindo a Revisão l´Homme (França)
Periódica Universal e a revisão dos Procedimentos Especiais e seu código de Forum Asia (Thailand) Human Rights Watch (EUA)
HURISA - Human Rights Institute of South Africa
conduta).
(África do Sul)
IDL - Instituto de Defensa Legal (Peru)
Durante a semana que antecedeu o VII Colóquio, Conectas organizou, em International Commission of Jurists (Suíça)
parceria com o International Service for Human Rights (ISHR), o International Service for Human Rights (Suíça)
“I Encontro Estratégico sobre a participação de ONGs no CDH da ONU” MacArthur Foundation (EUA)
Open Society Institute (EUA)
em São Paulo. O encontro contou com a participação de 27 organizações
Task Force Detainees for Philippines (Filipinas)
nacionais, regionais e internacionais de todos os continentes para avaliar sua Fundação Ford (Brasil)
participação no CDH e para elaborar uma agenda de atividades para 2008
(veja quadro com a lista de ONGs participantes).

As principais conclusões do encontro foram:


1) A importância da construção de uma rede inter-regional entre ONGs
trabalhando com o Sistema de Direitos Humanos da ONU;
2) A necessidade de fortalecer o trabalho das ONGs nas capitais, em seus
respectivos países e junto a Estados-membros estratégicos no CDH;
3) Fortalecer as ONGs do Sul Global por meio da troca de experiência e
fortalecimento institucional com o intuito de estimular sua participação na ONU.

Quanto às prioridades para 2008, os participantes concordaram em


desenvolver metas estratégicas para o novo mecanismo de Revisão Periódica
Universal, para a proteção do sistema de Procedimentos Especiais e para
assuntos relacionados à participação da sociedade civil no CDH.
19 |

“Em 2007, a Conectas consolidou e expandiu o seu papel como


facilitadora de uma rede internacional de direitos humanos. Já tinha
estabelecido uma reputação por sua credibilidade, integridade e pelo
alcance de suas ações, que atingem diversas regiões mesmo sendo uma
organização não-governamental com base em um só país. Agora trouxe
a força e a percepção dessa rede para o maior fórum internacional de
direitos humanos, particularmente para o novo Conselho de Direitos
Humanos das Nações Unidas”
Chris Sidoti – Ex-Diretor Executivo do International Service for
Camila Asano no lançamento das comemorações
Human Rights (Suíça)
pelo 60º aniversário da Declaração Universal de
Direitos Humanos
“Conectas tem nos ajudado bastante ao fornecer informações sobre os
recentes desdobramentos do CDH, particularmente do UPR. Como
facilitadora de uma rede de países da África, Ásia e América Latina,
Conectas é instrumentalmente importante ao chamar a atenção do
Conselho para assuntos relacionados a esses países. E pelos membros da
rede, que são organizações nacionais, foram capazes de envolvê-los em
campanhas internacionais de direitos humanos e questões importantes
como a petição para o Zimbábue. Conectas também nos ajudou dando
a oportunidade de irmos a uma sessão do CDH e ver em primeira mão
como o Conselho funciona”
Carlo Cleofe - Task Force Detainees for Philippines (Filipinas)

Durante a 6ª sessão do CDH, em dezembro de 2007, Camila Asano,


assistente de projeto da Conectas, foi convidada como representante da
sociedade civil para discursar no lançamento das comemorações do 60º
Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Durante a visita ao Brasil da Alta Comissária das Nações Unidas para


os Direitos Humanos, Louise Arbour, em dezembro de 2007, Conectas
organizou seu encontro com diversas organizações da sociedade civil em São
Paulo. No encontro com a Sra. Arbour, os participantes puderam descrever
os principais desafios que enfrentam em seus respectivos campos de trabalho
e discutiram meios para colaboração com o Escritório do Alto Comissariado
da ONU para os Direitos Humanos.

Controle democrático da política externa em


direitos humanos – a experiência brasileira

Em 2006, Conectas influenciou a Câmara dos Deputados a estabelecer um


Comitê Nacional de Direitos Humanos e Política Externa (veja mais em
www.dhpoliticaexterna.org.br), composto por membros do poder Executivo,
Legislativo, Judiciário e representantes da sociedade civil organizada. Este
Comitê pretende monitorar se as decisões da política externa brasileira
atendem às normas constitucionais e internacionais de direitos humanos e
incentivar a participação da sociedade civil em sua formulação, execução e
acompanhamento.

Composta por membros da Comissão de Direitos Humanos do Congresso,


o Comitê realiza diversas atividades relacionadas com o poder Legislativo,
como audiências públicas e requerimentos oficiais de informações junto
ao Ministério das Relações Exteriores, com o objetivo de aumentar sua
transparência. Em 2007, o Comitê de Política Externa se envolveu em todo
| 20

o processo de consulta à sociedade civil relativo ao mecanismo de Revisão


Periódica Universal do CDH. A participação do Comitê de seu por meio
de reuniões e submissão de informação e pareceres para o Ministério das
Relações Exteriores e para a Secretaria Especial dos Direitos Humanos.

Conectas foi eleita para a Secretaria Executiva do Comitê em 2006 e 2007


e acredita que essa iniciativa, da qual fez parte desde a criação, pode ser
disseminada e adaptada em outros países do Sul Global, como ferramenta
para fortalecer o controle democrático sobre a política externa. Esta
iniciativa tem o apoio da Friedrich Ebert Stiftung – Brasil.

Pesquisas e publicações

1) Análise comparativa – Brasil e África do Sul nas Nações Unidas

Em 2007, Conectas participou da pesquisa “A Atuação de Brasil e África


do Sul na ONU: rumo a uma agenda comum em direitos humanos?”,
patrocinada pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro
(IUPERJ) e pela Fundação Ford. O objetivo principal da equipe
de pesquisa, composta por pesquisadores brasileiros da Conectas e
pesquisadores sul-africanos (coordenados por Tamsanga Ngwenya, ex-
participante do Colóquio) do Center for Public Participation em Durban,
foi avaliar como e se a criação formal do IBAS pelos governos da Índia,
Brasil e África do Sul teve impacto no comportamento dos dois últimos
países com relação a direitos humanos nas Nações Unidas.

Os resultados das pesquisas indicaram que o Brasil e a África do Sul


mostraram interesses comuns e adotaram posicionamentos similares perante
o sistema de direitos humanos da ONU com regularidade, principalmente
em temas relacionados a direitos econômicos e sociais (direito ao
desenvolvimento, eliminação da pobreza, luta contra a discriminação racial
e combate ao HIV/AIDS). Entretanto, também demonstrou que existe
um baixo nível de coordenação entre os dois países quanto às questões de
Anuário 2007 - Direitos Humanos:
direitos humanos relacionadas a resoluções específicas sobre países, tanto
o Brasil na ONU
na antiga Comissão de Direitos Humanos quanto no atual Conselho de
Direitos Humanos, ou até no Terceiro Comitê da Assembléia Geral da
ONU. Em outras palavras, as conclusões preliminares são que a criação do
IBAS, embora considerado um marco importante na história da cooperação
Sul-Sul, ainda não teve impacto significativo sobre as políticas externas em
questões relacionadas aos direitos humanos.

2) Anuário 2007 “Direitos Humanos: o Brasil na ONU”

Para garantir mais transparência e accountability na política externa


brasileira relacionada aos direitos humanos, Conectas produziu a primeira
edição do anuário “Direitos Humanos: o Brasil na ONU”. Essa publicação
fornece dados sistematizados sobre os votos e proposições do Brasil no
Conselho de Direitos Humanos e sobre as visitas e recomendações feitas
pelos Relatores Especiais e pelos Comitês de Tratado da ONU ao Brasil,
em 2007.
21 |

3) Artigo sobre o papel das ONGs no CDH


A Coordenadora do Projeto de Política Externa e Direitos Humanos da
Conectas, Lucia Nader, publicou um artigo intitulado “O papel das ONGs
no Conselho de Direitos Humanos da ONU” na Revista Sur número 7, que
traça um breve histórico do recém-criado CDH e sugere formas de ação das
ONGs.

Cooperação inter-regional: Coalizão Friends of Zimbabwe

Em 2007, Conectas, em parceria com o Zimbabwe Lawyers for Human


Rights (ZLHR), conduziu uma campanha inter-regional africana e
latino-americana de advocacy. A solicitação veio de um ex-participante
do Colóquio e de colegas do Zimbábue que precisavam de ajuda para
pressionar a ONU em busca de soluções para a crise de direitos humanos
em seu país. Junto com a Open Society Initiative for Southern Africa
(OSISA), Conectas organizou um encontro para elaborar um plano de
ação conjunta entre ONGs do Sul com atuação junto à política externa de
seus próprios países e do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Dois
ativistas zimbabuanos e um grupo de representantes de ONGs de diversos
países latino-americanos – Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru
e Venezuela – participaram do encontro em São Paulo (20 e 21 de junho de
2007), onde a coalizão Friends of Zimbabwe foi estabelecida.

Durante a 6ª Sessão do CDH, em dezembro de 2007, a coalizão organizou


uma coletiva de imprensa, um seminário e fez um pronunciamento no
Conselho sobre a situação dos direitos humanos no país. Uma missão de
solidariedade ao Zimbábue foi organizada pela coalizão para acompanhar as
eleições para a presidência zimbabuana em março de 2008.

Encontro de ONGs em São Paulo sobre


a situação do Zimbábue
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23 |

PROGRAMa de justiça
O Programa de Justiça é composto por duas iniciativas
interligadas, além de um projeto piloto:
(1) Conectas hospeda o Instituto Pro Bono, que oferece
assistência jurídica pro bono a ONGs e facilita o acesso
à justiça de grupos vulneráveis cujos direitos
fundamentais foram violados;
(2) Por meio do Artigo 1º, Conectas promove litigância
estratégica em busca de reparação jurídica, tanto em instâncias
nacionais como internacionais, por violações sistemáticas de
direitos humanos;
(3) Em 2007, o projeto Direito à Saúde da Mulher Negra foi
incorporado ao Programa de Justiça, com a finalidade de
combater a discriminação racial e de gênero no sistema de
saúde do Brasil.
As atividades do Artigo 1º e do Instituto Pro Bono se tornaram
possíveis graças ao apoio da Fundação Oak e da Fundação
Overbrook. O projeto Direito à Saúde da Mulher Negra é
financiado pela União Européia.
| 24

O valor da vida
Litigância estratégica em Defesa de Direitos
O grande sucesso obtido pelo Artigo 1º em
Artigo 1° 2007 foi o julgamento de suas demandas
legais, desenvolvidas desde 2003, relacionadas
Criado em 2003, o projeto Artigo 1º é desenvolvido por uma equipe a indenização por mortes de adolescentes
de advogados especializada na defesa dos direitos humanos, nacional e privados de liberdade. Em dois casos
internacionalmente. A equipe trabalha em parceria com comunidades e individuais propostos pela Conectas em 2003,
organizações de base, atuando juridicamente em casos estrategicamente o Tribunal de Justiça de São Paulo definiu
escolhidos, com o objetivo de produzir jurisprudência em defesa dos direitos que as indenizações concedidas em casos
de grupos vulneráveis e alterar práticas institucionais violadoras de direitos de mortes desses adolescentes deveriam
humanos. respeitar um mínimo de 500 salários mínimos.
Até essa decisão do tribunal estadual, a
média das indenizações concedidas em casos
de morte de adolescentes sob a custódia
Defesa de grupos vulneráveis do Estado era de aproximadamente 30
salários mínimos, valor insignificante quando
A Constituição brasileira de 1988 é considerada uma das mais progressistas comparado às outras indenizações por dano
da América Latina. Como uma de suas principais diretrizes é a promoção moral dadas pela justiça brasileira, indicando
de direitos civis, políticos, econômicos e sociais, a Constituição identifica a profunda desconsideração com a vida dos
também uma série de direitos relacionados à proteção de grupos vulneráveis adolescentes privados de liberdade.
como crianças, adolescentes, mulheres, indígenas e pessoas vivendo em
pobreza extrema. Além disso, o Brasil é signatário dos principais tratados
internacionais de direitos humanos.

No entanto, há um abismo entre o que diz a lei e o que se vê na prática. As


violações mais ostensivas de direitos humanos são cometidas pelos agentes
responsáveis pela aplicação dessas leis - detenções arbitrárias, maus-tratos
e execuções extrajudiciais são cometidos, sobretudo, por funcionários do
Poder Público. Esses abusos são sofridos principalmente pelos segmentos
menos favorecidos da sociedade, formado por um determinado perfil racial
e agravado pela corrupção institucional.

Em tais condições, é importante recorrer ao Judiciário para resolver a lacuna


entre as leis na teoria e a verdadeira prática dos direitos humanos, já que os
Tribunais podem representar um papel importante na garantia de direitos.

Crianças e adolescentes em risco

Desde 2003, o Artigo 1° tem concentrado suas ações na defesa dos direitos
de adolescentes privados de liberdade na Febem (Fundação Estadual do
Bem-Estar do Menor, recentemente renomeada como Fundação CASA),
cujas condições de detenção geraram inúmeras denúncias de violações de
direitos humanos dentro de suas unidades, como superpopulação, tortura e
execuções ilegais.

Trabalhando em parceria com uma das poucas organizações locais que


tratam diretamente com o problema, a Associação de Mães e Amigos
de Adolescentes em Risco (Amar) e com o apoio de outras ONGs que
trabalham com direitos da infância, o Artigo 1º litiga para reformar
o sistema de privação de liberdade juvenil e coibir suas práticas mais
destrutivas. Desde 2003, o Artigo 1º tem concentrado seus esforços na
prestação de assistência jurídica às famílias de adolescentes mortos ou
torturados nas unidades de internação. Mais de 60% dos casos relativos
à morte de adolescentes em unidades da Febem foram conduzidos pelo
Artigo 1º, com dois objetivos principais: aumentar o valor das indenizações
concedidas às famílias vítimas e pressionar o Poder Público a adotar
medidas para prevenir a ocorrência destes crimes no futuro (veja quadro).
25 |

O projeto também lida com casos de tortura, que continua a ser uma prática
Federalização de graves violações de recorrente em diversas unidades de internação , apesar da sua ilegalidade, e
direitos humanos
ainda não tem recebido a devida reparação judicial. O Artigo 1º ingressou
Conectas propôs uma série de processos
com o primeiro processo judicial contra a tortura de um adolescente privado
judiciais, no foro nacional e internacional, de liberdade e ainda trabalha em casos de tortura coletiva envolvendo
sobre um caso de execução sumária de centenas de adolescentes.
adolescente privado de liberdade, com
o objetivo de obter o primeiro caso de Mesmo que a situação ainda esteja muito longe da ideal, é recompensador
deslocamento de competência da um declarar que reformas têm sido adotadas para melhorá-la. Parte do crédito
processo da justiça estadual para a federal, pode indubitavelmente ser atribuída ao exitoso trabalho do
como previsto desde 2005 pela Emenda Artigo 1º na proteção dos direitos dos adolescentes e na promoção de
Constitucional 45. Em 2007, a Comissão mudanças nas condições de internação. Como a maioria dos casos
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) se conduzidos tinha uma dimensão paradigmática, as decisões judiciais
manifestou pela primeira vez sobre um caso
favoráveis resultaram em mudanças em políticas públicas que beneficiaram
de federalização de grave violação de direitos
humanos e, apoiando a tese da Conectas,
centenas de vítimas em 2007.
decidiu que a mera previsão de federalização
não constitui um novo recurso às vítimas, já O indicador mais eloqüente é a diminuição do número de adolescentes
que apenas o Procurador Geral da República mortos dentro das unidades da Febem. De 2003 a 2006, em média, um
tem o poder de requisitá-la. adolescente era morto todo mês dentro dessas unidades. As causas incluíam
a falta de condições de segurança nas unidades, o assassinato por agentes do
Estado ou por outros internos, suicídios, rebeliões e confrontos diretos com
a polícia. Em 2007, o número total de mortes caiu para dois casos no ano
todo.

O número de rebeliões seguiu o mesmo padrão e as maiores unidades de


internação , que eram palco de violações em massa de direitos humanos,
foram fechadas ou estão em processo de substituição por unidades menores
e descentralizadas.

O fechamento em outubro de 2007 do Complexo Tatuapé (São Paulo), que


chegou a abrigar cerca de 3000 adolescentes, é um exemplo dessa situação.

O Complexo foi objeto de diversas ações e medidas judiciais, que incluem:


• proposição de ações para fechamento da unidade e concessão de
medidas cautelares por tribunais internacionais solicitando a reforma
estrutural ou desativação do Complexo ;
• condenação do Estado em casos de morte de adolescentes (12 casos
em dois anos) e um aumento substantivo nos valores concedidos para
indenização das famílias;
• afastamento de agentes públicos e funcionários responsáveis pelas
Cela superlotada na Cadeia Pública do Guarujá.
violações de direitos humanos.
Detentos de costas para a câmera por medo de
retaliação
Como resultado dessas ações múltiplas, a unidade foi fechada e os detentos
foram transferidos para unidades menores.

Defesa dos direitos das pessoas presas

Nos últimos cinco anos, o Artigo 1° também empreendeu esforços pela


mudança das condições desumanas de detenção em prisões e delegacias no
país. O projeto ingressou com ações judiciais denunciando as condições
precárias das unidades de detenção e a aplicação reduzida de formas de
penas alternativas, como o trabalho comunitário. Em 2007, o Artigo 1º
concentrou suas atividades no combate à detenção pré-judicial em cadeias
públicas superlotadas e deterioradas.
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Vítimas de violência policial

O Artigo 1° também atua no combate a execuções sumárias por agentes


do Estado, buscando a indenização das vítimas e a punição dos agressores.
Uma pesquisa foi realizada com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) para investigar a atuação da polícia na morte de 492 pessoas em
maio de 2006, durante as duas semanas seguintes à rebelião de facções
criminosas nas prisões de São Paulo. Em 2007, Conectas compartilhou
documentos e informações com o Relator Especial da ONU para Execuções
Sumárias e Arbitrárias, Philip Alston, durante sua visita a São Paulo.

Defesa do direito a saúde e do acesso a medicamentos Seminário sobre Patentes Pipeline e


Acesso a Medicamentos
Desde 2005, Conectas tem sido membro atuante do Grupo de Trabalho
de Propriedade Intelectual (GTPI), da Rede Brasileira pela Integração dos
Povos (Rebrip), que reúne as mais importantes organizações que trabalham
com direitos humanos e justiça social no país. O Artigo 1° tem trabalhado
com os membros do GTPI na elaboração de estratégias jurídicas para
questionar o sistema de proteção da propriedade intelectual com relação
ao direito à saúde, e, principalmente, avaliar seu impacto para o acesso
universal a medicamentos, especialmente para pessoas vivendo com HIV/
AIDS.

Em 2007, o Artigo 1°, em colaboração com a Associação Interdisciplinar


de AIDS (ABIA) e o Instituto Pro Bono, organizou o seminário - “Patentes
Pipeline e o Acesso a Medicamentos” - com a perspectiva de debater o
impacto das patentes pipeline na saúde e nas contas públicas.

Em 1º de dezembro de 2007, Dia Internacional de Prevenção e Combate


à AIDS, o Artigo 1° e outros membros do GTPI ingressaram com um
pedido para declarar a inconstitucionalidade do mecanismo pipeline. O
mecanismo pipeline foi uma ferramenta criada pela legislação brasileira
de propriedade intelectual que permitiu o registro das patentes que não
haviam sido reconhecidas no Brasil antes de 1996. Esses pedidos de
patentes foram submetidos apenas a uma análise formal e não foram objeto
de avaliação técnica para decidir se o produto condizia com os outros
requisitos da patente – novidade, inovação e aplicação industrial. Um total
de 1182 patentes foram solicitadas pelo mecanismo pipeline, muitas das
quais relativas a medicamentos essenciais para o tratamento de HIV/AIDS
e leucemia, prejudicando programas públicos de acesso gratuito a esses
medicamentos.
Capa da cartilha educativa
Combate à corrupção e falta de transparência

Em suas várias ações judiciais sobre tortura, execuções sumárias e


discriminação, o Artigo 1º também agiu em busca do acesso à informação
e transparência, devido a uma resistência forte de parte das autoridades
em disponibilizar informações que deveriam ser públicas. Em 2007, o
reconhecimento do direito de organizações de direitos humanos de obter
informações de órgãos públicos ou de direitos coletivos foi consolidada pelos
tribunais brasileiros.

O Artigo 1° também é parte da Rede Nacional de Controle Social e


Combate à Corrupção, composta por um grande número de ONGs e
associações comunitárias cujo principal objetivo é monitorar os gastos
públicos. Durante 2007, deu pareceres sobre controle orçamentário para
mais de 30 organizações comunitárias.
27 |

casOs Paradigmáticos Capacitação de integrantes do movimento de direitos humanos


junto ao stf
Um dos principais objetivos do projeto é despertar a consciência e capacitar
os grupos vulneráveis para a defesa de seus direitos. Em colaboração com o
ILANUD - Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção
do Delito e Tratamento do Delinqüente; AMAR - Associação de Mães e
Direitos das crianças e adolescentes
Conectas, em parceria com a Amar Amigos da Criança Adolescente em Risco; e CEDECA - Centro de Defesa
(Associação de Mães e Amigos de da Criança e do Adolescente de Sapopemba, e com o financiamento da
Adolescentes em Risco), Fundação Travessia UNICEF, Conectas co-produziu, em 2007, uma cartilha para os familiares
e a Associação Nacional de Centros de Defesa de adolescentes privados de liberdade, direcionada às suas dúvidas sobre os
da Criança e do Adolescente (CEDECAs), entre direitos dos jovens internos e sobre as funções de cada autoridade envolvida
outras organizações, submeteu um amicus no processo. A cartilha foi elaborada com base em extensiva pesquisa sobre
curiae em defesa do Estatuto da Criança e do as principais dúvidas das mães e de outros familiares dos adolescentes. Os
Adolescente (ECA). O objetivo foi defender um resultados preliminares mostram que os familiares não recebem informações
dos principais artigos do ECA, que obriga o sobre os direitos dos jovens e sobre o procedimento legal a ser seguido. A
Judiciário a aplicar os princípios de brevidade
cartilha será usada por organizações de base para conscientizar essas famílias
e excepcionalidade quando da aplicação de
e torná-las protagonistas na efetivação dos direitos humanos.
medida de internação a adolescentes.

Também em 2007, o Artigo 1º organizou um curso de capacitação, em


colaboração com o Instituto Pro Bono e o Pangea (Centro de Estudos
Socioambientais), para cerca de 30 líderes do Movimento Nacional dos
Catadores de Material Reciclável (MNCR). O curso de uma semana lidou
com diversos temas de direitos fundamentais, com ênfase especial nas
violações mais comuns no cotidiano dos catadores, como violência policial,
falta de condições de trabalho, trabalho infantil e violência e preconceito
Acesso à Justiça e defensoria contra a mulher – e em como o sistema judicial pode ser usado como
pública instrumento para a defesa desses direitos.
Conectas, em associação com o Escritório de
Direitos Humanos de Minas Gerais, o Instituto
Terra, Cidadania e Trabalho (ITTC), o Instituto Participação no debate constitucional sobre direitos
Pro Bono e a Ouvidoria da Defensoria Pública
fundamentais
de São Paulo, submeteu um amicus curiae
contra a ausência de Defensoria Pública no
estado de Santa Catarina. Dezenove anos após Nos últimos 20 anos, o Supremo Tribunal Federal (STF), como última
a nova Constituição, Santa Catarina é o único instância legal superior aos tribunais federais e estaduais, se tornou um
membro da federação que ainda não cumpriu relevante espaço para o avanço da proteção de direitos fundamentais. Para
suas obrigações constitucionais e não criou a ampliar o debate constitucional, em 1999, foram aprovadas leis permitindo
Defensoria no estado. a terceiros que apresentassem pareceres, chamados de amicus curiae, nos
casos em trâmite no STF.

Conectas é hoje a organização com maior número de amicus apresentados


ao STF – 31 até o final de 2007 – em uma grande variedade de casos,
como ações afirmativas, direitos de pessoas com deficiência, desarmamento,
antecipação terapêutica de parto, liberdade religiosa, trabalho escravo,
democratização da mídia, financiamento da educação pública, dentre
outros.

Televisão digital e acesso à Para ampliar o rol de atores no STF, sete novos amici foram submetidos pela
informação Conectas com organizações parceiras em 2007. Os casos envolvem acesso à
Em parceria com o Intervozes e o Instituto justiça, direitos das crianças, direito à educação, acesso à água e eletricidade,
Pro Bono, Conectas apresentou um amicus meio ambiente, televisão digital/acesso à informação e separação entre
contra o Sistema Brasileiro de Televisão Estado e Igreja.
Digital, que acabou de ser determinado
pelo governo brasileiro. De acordo com
Nesse ano, os primeiros resultados das atividades da Conectas nessa
esse novo sistema, as companhias que já
possuem uma concessão do sistema de TV
área começaram a aparecer. A constitucionalidade do Estatuto do
aberta receberam o privilégio de gerenciar Desarmamento – lei criada em 2001 para desarmar a população civil – foi
oito canais digitais, agravando o cenário de declarada em definitivo pelo STF em 2007. Conectas, em colaboração
concentração de mídia existente no país. com duas outras organizações cuja missão é combater a violência urbana,
Instituto Sou da Paz e Viva Rio, submeteu um amicus curiae sustentando a
lei em favor do desarmamento, que foi aceito pelo Tribunal.
| 28

Audiência Pública no caso das células-tronco

Em abril de 2007, o STF realizou a primeira audiência pública de sua


história. O objetivo foi reunir informações da comunidade científica para
facilitar o entendimento dos fatos envolvidos com a pesquisa com células-
tronco embrionárias para fins terapêuticos. A audiência fez parte da fase
probatória do julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade,
apresentada pelo Procurador Geral da República, que questionou a validade
da Lei de Biossegurança brasileira. Essa lei autorizou o uso de células-tronco
embrionárias em pesquisas com fins terapêuticos, mas foi duramente criticada
por aqueles que acreditam que ela fere o artigo 5º da Constituição Brasileira,
que protege o direito à vida. Conectas foi recebida como amicus curiae no caso
e argumentou que “o fato de o embrião ter vida biológica não quer dizer que
ele deve ter o mesmo status jurídico que a vida humana. Moralmente falando,
não devemos confundir o valor da vida de uma pessoa, que é completamente
protegido pela Constituição, com o de um embrião, especialmente no caso
de embriões que estão congelados há mais de três anos e são completamente
inviáveis para a fertilização, como reconhecido pela lei”.

Monitoramento das decisões do Supremo em direitos humanos: STF em Foco

Para fomentar o debate público sobre os casos envolvendo direitos humanos


em trâmite no STF, Conectas criou um observatório do Tribunal, chamado
de STF em Foco (www.stfemfoco.org.br), que irá monitorar, selecionar e
sistematizar informações relevantes sobre os casos de direitos humanos que a
Corte está analisando. O objetivo principal é servir como fonte de informação
para todas as organizações dedicadas à defesa dos direitos humanos e
incentivá-las a participar dos julgamentos do Tribunal.

www.stfemfoco.org.br
29 |

Promovendo a responsabilidade social no Direito

Instituto Pro Bono


O Instituto Pro Bono (IPB) iniciou suas atividades em 2001 com o objetivo
de melhorar o acesso à justiça de grupos vulneráveis por meio da assistência
de advogados que dedicam voluntariamente seu tempo a causas de interesse
público. Além disso, o IPB também dissemina o ideal pro bono pelo Brasil:
em razão de sua campanha junto à regional de São Paulo da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), uma resolução estadual foi aprovada em agosto de
2002 permitindo a advocacia pro bono somente para organizações sem fins
lucrativos que não têm como pagar por tal assistência jurídica. Atualmente,
o Instituto mobiliza mais de 300 advogados dos maiores escritórios de
advocacia de São Paulo, que doam seu tempo e expertise para apoiar variadas
causas de interesse público. Os atendimentos vão desde consultorias
especializadas até a representação legal em juízo.

Os três gráficos abaixo mostram o número de advogados e escritórios de


advocacia que aderiram ao IPB desde sua criação, bem como o número de
organizações atendidas.

Número de advogados voluntários


individuais registrados no IPB

Número de escritórios de advocacia


registrados no IPB

Número de ONGs beneficiárias do IPB


| 30

Os exemplos abaixo são ilustrativos do tipo de trabalho desenvolvido pelo IPB:

Instituto Girassol: O Instituto trabalha com pessoas com Associação Brasileira de Osteogenesis Imperfecta
necessidades alimentares e dietas especiais. O IPB propôs junto (ABOI): A Associação é a única organização nacional dedicada
com o Ministério Público Estadual (MPE) diversas ações civis a melhorar a vida das pessoas vivendo com Osteogenesis
públicas visando garantir o acesso gratuito a medicamentos Imperfecta (OI), uma grave doença congênita que afeta os ossos.
para este grupo vulnerável. À medida em que a justiça começou Dado o seu caráter congênito, aqueles que possuem a doença
a decidir em favor das ações, o que implicou muitos custos ao são impedidos de se beneficiar do sistema de seguridade social.
Estado, a Secretaria de Estado de Saúde e o MPE contataram o A Associação solicitou a assistência do IPB para investigar a
IPB para debater o assunto. Em novembro de 2007, foi firmado possibilidade de ingressar com uma ação coletiva em benefício
um acordo entre as partes que resultou em uma resolução desse grupo. Depois de um encontro com um advogado pro
garantindo o acesso gratuito a medicamentos a todos os bono, a estratégia adotada foi desenvolver um projeto de lei para
associados do Instituto Girassol. Isto significa que um esforço submissão ao Congresso Nacional, estendendo os benefícios
que começou com ações individuais tornou-se uma política da Segurança Social para as pessoas vivendo com doenças
pública que beneficia centenas de pessoas. congênitas.

Expansão da prática pro bono no Brasil

O ano de 2007 foi particularmente importante para a expansão das atividades


pro bono no Brasil. Com a exceção de São Paulo, que permite a prática pro bono
exclusivamente para organizações sem fins lucrativos e não para indivíduos,
todos os demais estados brasileiros não têm uma previsão legal autorizando a
prática pro bono. Nesse contexto, um dos objetivos centrais do Instituto Pro
Bono é expandir a cultura pro bono no Brasil, autorizando sua prática em todo
o território nacional, estendendo seus benefícios também a indivíduos além de
ONGs. Assim, o IPB tem lutado por uma resolução nacional com um escopo
de beneficiários maior, na expectativa de melhorar o acesso à justiça de grupos
vulneráveis.

Depois de tentar por anos persuadir o Conselho Federal da OAB a autorizar a


prática pro bono, em 2007, o IPB decidiu buscar outro caminho: trabalhar no
âmbito local em diversos estados brasileiros. A idéia, que está tendo bastante
sucesso, é convencer as OABs locais a autorizar formalmente a prática pro bono,
criando assim um movimento crescente que pressione pela adoção de uma
resolução nacional em favor da advocacia pro bono.

Apoio do IPB a iniciativas pro bono em outros estados brasileiros


Paraná: resolução pro bono deve ser em breve aprovada pela OAB local;
Rio de Janeiro: uma instituição pro bono — Instituto dos Defensores de Direitos
Humanos – foi criada em dezembro de 2007;
Alagoas: depois de uma reunião com o IPB, o presidente da OAB local indicou um
relator para elaborar um projeto de resolução seguindo o modelo da resolução pro
bono de São Paulo;
Pernambuco: um grupo de advogados, preocupado com as dificuldades de acesso
à justiça de grupos vulneráveis, está trabalhando com o IPB para estabelecer uma
organização similar para toda a região Nordeste do Brasil.

Atuação Internacional do IPB

O Instituto Pro Bono participou de duas iniciativas internacionais em 2007.


Contribuiu para a discussão sobre a Declaração Pro Bono para as Américas,
considerada tanto uma declaração de princípios quanto um plano de ação
para um maior engajamento de advogados na prestação de serviços jurídicos
para grupos vulneráveis no continente americano. Além disso, seu Diretor
Executivo, Marcos Fuchs, fez parte do Comitê de Seleção do Pro Bono Award,
concedido pela Latin Lawyer Magazine para o escritório de advocacia com
maior comprometimento com a prática pro bono em toda a América Latina. IPB & iniciativas pro bono no Brasil
31 |

Combatendo a discriminação racial no sistema


público de saúde no Brasil

Projeto Direito à Saúde da Mulher Negra


Desenvolvido pela Conectas em parceria com o Geledés – Instituto da
Mulher Negra, com financiamento da União Européia, o Projeto Direito à
Saúde da Mulher Negra visa o combate à discriminação racial no sistema
público de saúde. Para alcançar este objetivo, o projeto promove o empoder-
amento de mulheres, lideranças comunitárias, em dois bairros da periferia
de São Paulo (São Mateus e Cidade Tiradentes).

Produção de material educacional

Durante 2007, o primeiro dos três anos do projeto, a equipe foram produzi-
dos materiais educacionais, na forma de cartilhas, para utilização em cursos
de capacitação que estão sendo realizados no primeiro semestre de 2008.
Esses cursos seguem a metodologia conhecida como “Promotoras Legais
Populares”, ou seja, um programa de treinamento desenvolvido por uma
organização feminista brasileira, Themis – Assessoria Jurídica e Estudos de
Gênero, para o empoderamento de mulheres.

O material educacional aborda os seguintes temas: direito a saúde, discrimi-


nação racial, doenças prevalentes em mulheres negras, direitos sexuais e
direitos reprodutivos e direitos das mulheres. Em conjunto, as cinco cartil-
has constituem um Manual de Referência em Direito à Saúde da Mulher
Conselho Consultivo Negra, que está sendo distribuído para as participantes dos cursos.
Em agosto de 2007, a equipe do projeto realizou um
encontro com seu Conselho Consultivo, composto Além disso, também foram produzidos folhetos, com foco em um público
por sete mulheres com expertise em direitos
mais amplo. Escritos em uma linguagem mais simples e acessível, serão
humanos, gênero, raça e/ou saúde, para debater
utilizados pelas líderes capacitadas para conscientizar as mulheres em suas
os objetivos do projeto e a metodologia a ser
utilizada, bem como analisar o conteúdo do material
comunidades sobre os seus direitos.
educacional produzido. As sugestões e orientações
para a implementação do projeto foram todas Todos os materiais educacionais foram testados com um grupo de mulheres
incorporadas. da Cidade Tiradentes, que deverão participar dos cursos de capacitação.
Esse teste, realizado com a ajuda de duas especialistas em educação popular,
Integrantes do Conselho Consultivo: foi importante para adaptar o vocabulário do material para suas futuras
Alaerte Leandro Martins - Rede de Mulheres Negras usuárias.
do Paraná
Carmen Simone Grilo Diniz - Faculdade de Saúde
Pública, Universidade de São Paulo
Submissão de documento à 39ª sessão do Comitê CEDAW/ONU
Daniela Ribeiro Ikawa - Sur – Revista Internacional
de Direitos Humanos
Fátima Oliveira – Faculdade de Medicina, Universi-
Em julho de 2007, Conectas, em conjunto com o Geledés – Instituto
dade Federal de Minas Gerais da Mulher Negra, submeteu à 39ª sessão do Comitê pela Eliminação de
Leila Linhares Barsted – CEPIA – Cidadania, Estudo, Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher da ONU (CEDAW)
Pesquisa, Informação e Ação um documento destacando o direito à saúde da mulher negra e os direitos
Lucia Xavier - Criola reprodutivos. Com relação à saúde da mulher negra, o documento discu-
Maria Betânia Ávila - SOS Corpo tiu dois pontos principais. Primeiro, a omissão do Estado em promover
Sueli Carneiro - Geledés - Instituto da Mulher Negra políticas específicas para doenças que afetam mais as mulheres negras que
as brancas, como miomas, hipertensão arterial, doença inflamatória pélvica,
Uma das mais importantes sugestões do Conselho diabetes mellitus e lúpus. O segundo ponto é a falta de estatísticas confiáveis
foi incorporar mecanismos formais de controle sobre raça/cor, havendo uma ausência de dados para embasar a elaboração
social no monitoramento das políticas públicas de
de políticas públicas focadas na população negra. As recomendações finais
saúde. O projeto não deve criar novos mecanismos,
do Comitê incluíram diversas das questões levantadas pela Conectas e pelo
mas utilizar os que já existem, como é o caso
dos Conselhos de Saúde, que são compostos por
Geledés. Ambas as organizações irão monitorar o governo brasileiro quanto
representantes da sociedade civil e do governo, ao cumprimento das recomendações feitas pelo CEDAW.
justamente com o objetivo de monitorar a imple-
mentação destas políticas.
| 32

RELATÓRIO FINANCEIRO 2006/2007


Conectas Direitos Humanos é composta por duas pessoas jurídicas, registradas como
Associação Direitos Humanos em Rede e Sur – Rede Universitária de Direitos Humanos.
Os relatórios abaixo se referem à cada uma das entidades.

ASSOCIAÇÃO DIREITOS HUMANOS EM REDE

Quadro I - Balanço patrimonial em 31 de dezembro


(em milhares de Reais)
ATIVO 2007 2006 PASSIVO 2007 2006
(não auditado) (não auditado)
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades 54 167 Contas a pagar 3 3
Aplicações financeiras 383 69 Obrigações sociais 23 6
Outras contas a receber 21 77 Obrigações tributárias 12 5
458 313 Empréstimos a pagar 43
Adiantamentos diversos 65 60
103 117
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

Patrimônio Social
Permanente Patrimônio social 242 321
Imobilizado 57 46 Superávit (Déficit) do exercício 170 (79)
TOTAL DO ATIVO 515 359 TOTAL DO PASSIVO 515 359

Quadro II- Demonstração do superávit/déficit dos exercícios findos em 31 de


dezembro (em milhares de Reais)
2007 2006
(não auditado)

RECEITAS
Doações nacionais 519 705
Doações do exterior 1500 544
Receitas das doações 2.019 1.249
DESPESAS
Gastos com os projetos -1.656 -1.188
Despesas com pessoal -226 -150
Despesas financeiras -15 -4
Despesas tributárias -12 -6
Receitas financeiras 60 20
DESPESAS DAS ATIVIDADES -1.849 -1.328
SuperÁvit (DÉficit) do exercício 170 -79
33 |

Quadro III- Demonstração das mutações do patrimônio


social (em milhares de Reais)

patrimônio Superávit Total


social acumulado
Em 31 de dezembro de 2005 (não auditado) 370 -49 321
Transferência para patrimônio social -49 49
Déficit do exercício -79
PARECER DOS AUDITORES Em 31 de dezembro de 2006 (não auditado) 321 -79 242
INDEPENDENTES
Transferência para patrimônio social -79 79
À Associação Direitos Humanos em Rede Superávit do exercicio 170 170
Em 31 de dezembro de 2007 242 170 412
1.Examinamos o balanço patrimonial da
Associação dos Direitos Humanos em Rede,
levantado em 31 de dezembro de 2007, e as
respectivas demonstrações de superávit, das
mutações do patrimônio social e das origens
e aplicações de recursos, correspondentes ao
exercício findo naquela data, elaborados sob a
responsabilidade de sua administração. Nossa
responsabilidade é expressar uma opinião sobre
essas demonstrações contábeis. Quadro IV- Demonstração das origens e aplicações de
recursos dos exercícios findos em 31 de dezembro
2.Nossos exames foram conduzidos de acordo (em milhares de Reais)
com as Normas Brasileiras de Auditoria e
compreenderam: (a) o planejamento dos
trabalhos, considerando a relevância dos 2007 2006
saldos, o volume de transações e o sistema (não auditado)
ORIGENS DE RECURSOS
contábil e de controles internos da entidade;
Das operações:
(b) a constatação, com base em testes, das
evidências e dos registros que suportam os Superávit do exercício 182
valores e as informações contábeis divulgadas; Total das origens 182
e (c) a avaliação das práticas e das estimativas APLICAÇÕES DE RECURSOS
contábeis mais representativas adotadas pela Déficit do exercício 64
administração da entidade, bem como da
Aquisição de imobilizado 23 7
apresentação das demonstrações contábeis
tomadas em conjunto. Total das aplicações 23 71
AUMENTO (REDUÇÃO) DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 159 (71)
3.Em nossa opinião, as demonstrações DEMONSTRAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
contábeis referidas no parágrafo 1 representam Ativo circulante:
adequadamente, em todos os aspectos
- No final do exercício 458 313
relevantes, a posição patrimonial e financeira
da Associação dos Direitos Humanos em Rede - No início do exercício 313 279
em 31 de dezembro de 2007, o superávit de 145 34
suas operações, as mutações de seu patrimônio Passivo circulante:
social e as origens e aplicações de recursos
- No final do exercício 103 117
referentes ao exercício findo naquela data, de
- No início do exercício 117 12
acordo com as praticas contábeis adotadas no
Brasil. 14 (105)
AUMENTO (REDUÇÃO) DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 159 (71)
São Paulo, 14 de abril de 2008. Resultado do período ajustado 182 (64)
Superávit (Déficit) do exercício 170 (79)
BAKER TILLY BRASIL
Depreciação 12 15
AUDITORES INDEPENDENTES S/S
CRC-2SP016754/O-1
| 34

SUR – Rede Universitária de Direitos Humanos

Quadro I - Balanço patrimonial em 31 de dezembro


(em milhares de Reais)
Ativos 2007 2006 PASSIVOS 2007 2006
(não auditado) (não auditado)
circulante circulante
Disponibilidades 9 10 Contas a pagar 12 4
Aplicações financeiras 181 Obrigações socias 2 1
Outras contas a receber 6 142 Obrigações tributárias 4 6
196 152 Credores diversos 5 10
23 21
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

Patrimônio social
Permanente Patrimônio social 137 176
Superávit (Déficit) do exercício 39 (39)
Imobilizado 4 6 176 137
Total do Ativo 200 158 Total do Passivo 199 158

Quadro II- Demonstração do superávit/déficit dos exercícios


findos em 31 de dezembro (em milhares de Reais)
2007 2006
(unaudited)
(não auditado)

RECEITAS
Doações nacionais 125 376
Doações do exterior 674 251
Receitas das doações 799 627
DESPESAS
Gastos com os Projetos -760 -649
Despesas com Pessoal -6 -14
Despesas Tributárias -2 -3
Resultado financeiro 8
DESPESAS DAS ATIVIDADES -760 -666
Superávit (DÉficit) do exercício 39 (39)
35 |

Quadro III- Demonstração das mutações do patrimônio


social (em milhares de Reais)

patrimônio Superávit Total


social acumulado
Em 31 de dezembro de 2005 (não auditado) 176 0 176
Déficit do exercício -39 -39
PARECER DOS AUDITORES Em 31 de dezembro de 2006 (não auditado) 176 -39 137
INDEPENDENTES Transferência para patrimônio social -39 39

À SUR – Rede Universitária de Direitos Humanos


Superávit do exercicio 39 39
Em 31 de dezembro de 2007 137 39 176
1. Examinamos o balanço patrimonial da
Sur - Rede Universitária de Direitos Humanos,
levantado em 31 de dezembro de 2007, e as
respectivas demonstrações de superávit, das
mutações do patrimônio social e das origens
e aplicações de recursos, correspondentes ao
exercício findo naquela data, elaborados sob a
responsabilidade de sua administração. Nossa
responsabilidade é expressar uma opinião sobre
essas demonstrações contábeis.

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo Quadro IV- Demonstração das origens e aplicações de
com as Normas Brasileiras de Auditoria e recursos dos exercícios findos em 31 de dezembro
compreenderam: (a) o planejamento dos (em milhares de Reais)
trabalhos, considerando a relevância dos
saldos, o volume de transações e o sistema
contábil e de controles internos da entidade; 2007 2006
(não auditado)
(b) a constatação, com base em testes, das ORIGENS DE RECURSOS
evidências e dos registros que suportam os Das operações:
valores e as informações contábeis divulgadas;
Superávit do exercício 42
e (c) a avaliação das práticas e das estimativas
contábeis mais representativas adotadas pela Total das origens 42
administração da entidade, bem como da APLICAÇÕES DE RECURSOS
apresentação das demonstrações contábeis Déficit do exercício 37
tomadas em conjunto. Total das aplicações 37
AUMENTO (REDUÇÃO) DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 42 (37)
3. Em nossa opinião, as demonstrações
contábeis referidas no parágrafo 1 representam DEMONSTRAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
adequadamente, em todos os aspectos Ativo circulante
relevantes, a posição patrimonial e financeira - No final do ano 196 152
da Sur - Rede Universitária de Direitos Humanos
- No começo do ano 152 176
em 31 de dezembro de 2007, o superávit de
44 (24)
suas operações, as mutações de seu patrimônio
social e as origens e aplicações de recursos Passivo circulante
referentes ao exercício findo naquela data, de - No final do ano 23 21
acordo com as praticas contábeis adotadas no - No começo do ano 21 8
Brasil.
(2) (13)

São Paulo, 14 de abril de 2008. AUMENTO (REDUÇÃO) DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 42 (37)
Resultado do período ajustado 42 (37)
Superávit (Déficit) do exercício 39 (39)
BAKER TILLY BRASIL Depreciação 3 2
AUDITORES INDEPENDENTES S/S
CRC-2SP016754/O-1
| 36

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