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Brasília (DF), 11 a 17 de fevereiro de 2008
www.senado.gov.br/jornal
ESPECIAL Marcos regulatórios
SECS/PR
de forma privados. Vinculada à
sustentável, o Comissão de Assuntos
Brasil precisa investir Econômicos, a
pesadamente em Subcomissão dos
infra-estrutura, Marcos Regulatórios
cuja precariedade ouviu especialistas
é considerada o e preparou no ano
grande gargalo da passado um amplo
economia. Mas o diagnóstico sobre
Senado entende 14 áreas temáticas.
que a solução está O senador Delcidio
além do Programa Amaral, que presidiu
de Aceleração do a subcomissão,
Crescimento (PAC), ressaltou que esse
que prevê uma trabalho ajudará
injeção de mais de R$ na busca de maior
500 bilhões em infra- eficiência na
estrutura: passa pela economia. Veja, neste
modernização das encarte do Jornal do
regras dos principais Senado, as sugestões
setores da economia, para gerar mais
facilitando assim desenvolvimento.
JANE ARAÚJO
O relatório final
da Subcomissão
Temporária dos
Marcos Regulatórios
dedicou um capítulo
especial à análise da
função exercida pelas
agências reguladoras.
Na opinião dos
senadores, uma
definição mais clara
do papel que elas
exercem é urgente
e essencial, mas a
proposta do Executivo
não atenderia
aos interesses da
Delcidio Amaral, presidente, e Garibaldi Alves, relator, na Subcomissão dos Marcos Regulatórios: ênfase na definição do papel regulador das agências
sociedade.
e análises sobre o Brasil tarefa do Congresso setoriais e as que criam o cha- gerais.
Obstáculos geram
ITAIPU BINACIONAL
temor de apagão
Muitas dificuldades põem em risco o fornecimento de eletricidade no país,
como nesse início de ano quando houve queda significativa do nível de
água dos reservatórios das hidrelétricas, em razão da escassez de chuvas. Os
problemas foram tratados com representates do governo e do setor privado.
Aceleração
STÉFERSON FARIA/PETROBRAS
depende de
transparência
Especialistas do governo e do setor privado
que discutiram a prospeção e produção de gás
e petróleo ficaram divididos sobre a melhor
política nacional para o setor. O monopólio da
Petrobras foi um dos assuntos debatidos nas
audiências.
É preciso aperfeiçoar a
EDSON RODRIGUES/SE-
Em busca de regras
WILSON DIAS/ABr
claras e modernas
“Áudio, texto, imagem e cabo) e pela Agência Nacional
dados transitam em profusão de Telecomunicações (Anatel),
inédita, via cabos e satélites, enquanto a radiodifusão (rádio
subvertendo a separação con- e TV abertas) é regida pelo CBT
vencional dos serviços e dos e pelo Ministério das Comuni-
produtos de comunicação”, cações. Agora, o conteúdo que
analisa o relatório da Subcomis- antes poderia ser transmitido
são dos Marcos Regulatórios. apenas pela TV começou a
Diante disso, os senadores interessar grupos que outro-
sugerem, entre outros pontos, ra exploravam telefonia, por
a definição de regras claras e exemplo. Da mesma maneira,
modernas para atrair investi- empresas de TV por assina-
mentos suficientes para ampliar tura ou de radiodifusão, na
e melhorar a qua- era da TV digital,
lidade dos produ- também podem
tos e serviços de Diagnóstico: é oferecer acesso à
comunicação. preciso revisar internet e à tele-
Ministro das Comunicações, Hélio Costa (C) assina consignação dos canais de TV digital para São Paulo
Compatibili- marcos legais da fonia.
zação do Código
radiodifusão e da Regulamenta-
Brasileiro de Te-
Vantagens da TV digital lecomunicações telecomunicação
ção do artigo 221
Propostas de mudanças da Constituição,
precisam ser asseguradas (CBT), de 1962, que trata da regio-
são discutidas desde 1997 Uma das principais novidades tecnológicas
da Lei Geral de Telecomunica- nalização da produção de con-
ção (LGT), de 1997, do Decreto- teúdo e do estímulo à produção
Diante do cenário atual da indústria e em implantação no Brasil, a TV Digital chega Lei 236, de 1967, e da Lei da TV nacional independente.
da necessidade de atualização do Código como uma grande promessa, capaz de melho- a Cabo, de 1995. Expansão do atual modelo
Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, rar a televisão do país, aumentando o número
propostas para uma legislação única e de canais, a qualidade de som e imagem, e Alteração do modelo de ne- de telecomunicações, controla-
moderna para o setor de comunicação são permitindo ainda a troca de dados entre o gócios das empresas de radio- do pela Anatel, para a TV por
discutidas pelo menos desde 1997, quando telespectador e o fornecedor da programação. difusão e de telecomunicações. assinatura.
foi quebrado o monopólio das telecomu- Mais do que isso, a tecnologia garante que o No atual modelo, montado a Aprovação do PLS 103/07,
nicações. O Ministério das Comunicações conteúdo seja transmitido diretamente para partir da quebra do monopólio que flexibiliza a aplicação dos
das telecomunicações em 1995, recursos do Fundo de Uni-
elaborou uma telefones celulares de terceira geração. Tais
a telefonia e as modalidades versalização dos Serviços de
delas, mas não características, que também devem ser esten-
Conteúdo e de TV paga são reguladas pela Telecomunicações (Fust), hoje
foi adiante. didas ao rádio, alteram também toda a cadeia
LGT (com exceção da TV a limitada à telefonia fixa.
Em 2001 e em programação produtiva do setor, ampliando as oportunida-
2004, o Execu- nas mãos de des de negócios.
tivo apresentou Com essas inovações, o relatório da Sub-
novas propos-
empresas comissão de Marcos Regulatórios reforça a Radiodifusão quer exclusividade
tas. A última, nacionais necessidade de construção de um novo marco na produção de conteúdo
elaborada pelo legal para assegurar aos usuários a possibili-
Ministério da Cultura, sugeria a criação da dade de usufruir da melhor maneira possível A disputa entre operadores uma coisa à outra, a subcomis-
Agência Nacional do Cinema e do Audiovi- das vantagens oferecidas. de telecomunicações e de ra- são levanta a possibilidade de
sual (Ancinav), em substituição à Ancine. Hoje, o Sistema Brasileiro de Televisão Di- diodifusão sobre a produção e a a legislação prever medidas de
Houve muita resistência e o governo criou gital (SBTVD) é regido pelo Decreto 4.901/03, programação de conteúdo está proteção ao conteúdo nacional.
um grupo interministerial para preparar que dá ênfase à promoção da inclusão social, longe de um consenso. A subcomissão defende ain-
uma Lei de Comunicação Social Eletrônica. da diversidade cultural e da criação de uma No Congresso, as emissoras da a regulamentação do artigo
Esse grupo até hoje não apresentou resul- rede de educação à distância. de radiodifusão querem garantir 221 da Constituição, sobre a
tados. Mas o relatório da subcomissão sugere que sua exclusividade na produção regionalização da produção e o
No Legislativo tramitam várias propos- uma nova legislação, bem mais completa, e programação de conteúdo estímulo à produção nacional
tas. A mais abrangente é o PLS 280/07, de assegure que, no caso da TV digital, não ocor- audiovisual nacional. Para isso, independente. O relatório sugere
Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que restringe a ram as “disfunções existentes no atual sistema apontam o risco de desnacio- a discussão a respeito do estabe-
produção e a programação do conteúdo de radiodifusão analógico” e que o interesse nalização do conteúdo, caso lecimento de cotas para veicula-
audiovisual no país a empresas nacionais. público tenha prioridade sobre os interesses seja produzido por empresas de ção obrigatória de realizações de
privados. capital estrangeiro. Sem vincular produtores independentes.
Várias leis, serviços similares Os diversos tipos de tecnologia capazes de distribuir sinais de TV
Relator pede que TV pública disponíveis hoje têm várias legislações que prevêem ainda limites
diferenciados para a participação de capital estrangeiro, levando a
ANA VOLPE
Anatel é TV a cabo e
bom modelo Fust podem
de agência, popularizar
diz relatório a internet
O modelo implantado A solução para a TV por
com a quebra do monopó- assinatura, menciona o
lio estatal dos serviços de relatório da Subcomissão dos
telecomunicações em 1997 Marcos Regulatórios, ajuda-
deu bastante dinâmica ao ria a disseminar o acesso à
setor, expressa no número de internet, aumentando a oferta
usuários de uma atividade e diminuindo custos. Essa
econômica que representa popularização também de-
6% do produto interno bruto veria ter apoio do Fundo de
(PIB) e é responsável pela Universalização dos Serviços
arrecadação de 12% de todo de Telecomunicações (Fust),
o Imposto sobre Circulação criado em 2000. De acordo
de Mercadorias e Serviços Popularizada, a telefonia celular no Brasil passará por novo avanço tecnológico com a introdução da terceira geração com o diagnóstico, o Fust
(ICMS) pelos estados. não cumpre bem sua missão.
Depoimentos
apontaram
problemas
setoriais
O diretor-geral do
Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (Decea)
do Ministério da Defesa,
Ramon Borges Cardoso,
disse em depoimento à
subcomissão que o forte
crescimento verificado no
transporte aéreo nacional
exige investimentos
correspondentes em infra-
estrutura. Quanto aos
recursos humanos, ele
observou que a carência
apresentada pelo atual
sistema de controle aéreo só
Passageiros reclamam atenção e informações sobre serviços de empresa aérea no aeroporto de Brasília, em novembro de 2007
poderá ser sanada em 2009.
Já o presidente da Infraero,
Sérgio Gaudenzi, alertou
Mudanças dependem do CPI do Apagão propôs mais
que é preciso evitar uma
fragmentação excessiva
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Brasília, 11 a 17 de fevereiro de 2008 portos Especial Jornal do Senado 9
Economia encalha
FLICKR
Movimentação de produtos nos portos 36,03% - minério de ferro 2,27% - carvão mineral
Dez produtos representam mais de 70% 13,86% - petróleo 1,90% - bauxita
de toda movimentação de cargas em 2006 5,31% - derivados de petróleo 1,68% - adubos/fertilizantes
4,74% - soja 1,62% - produtos siderúrgicos
682 milhões de toneladas 2,30% - açúcar 1,50% - farelo de soja
investimentos e eficiência
A subcomissão recomendou, Recuperar e manter a malha
entre outras sugestões, garantir federal: são justas as reclama-
poder de polícia à ANTT, permi- ções relativas às deficiências do
tindo o combate ao transporte sistema viário, que provocam
ilegal de passageiros. A “falta freqüentes acidentes e quebras
de um marco regulatório para o de veículo, aumentando custos
transporte regular interestadual operacionais. Segundo a Associa-
de passageiros e de lei específica ção Brasileira de Transportadores
que permita à ANTT exercer seu de Cargas (ABTC), 60% das
poder de polícia” são os princi- rodovias são precárias, com pavi-
pais entraves do setor, de acordo mentação deteriorada, placas de
com a consultora legislativa Eli- sinalização encobertas por mato
sabeth Wanderley Nóbrega. e trechos com depressão.
Realização de licitações
Redução da carga tributária:
para o transporte interestadual
procedem as queixas contra os
de passageiros para estimular a
altos tributos. Dados da Asso-
concorrência. A permissão das
ciação Brasileira das Empresas
empresas atuais deve terminar
de Transporte Terrestre de Pas-
em outubro de 2008. Até 1993,
sageiros (Abrat) mostram que o
a legislação garantia a existên-
transporte coletivo por ônibus é
cia de contratos com prazos
tributado em mais de 40% dos
Transporte rodoviário interestadual e indeterminados e exclusividade
custos totais.
internacional de passageiros da empresa na exploração de
cada linha. A nova regulamen- Transporte ilegal e clandesti-
Usuários: mais de 140 milhões por ano tação extinguiu os contratos no de passageiros: a ANTT tem
Faturamento: mais de R$ 2,5 bilhões por ano por tempo indeterminado e sido incapaz de combater a ati-
Frota: 13.400 ônibus tornou obrigatória a licitação vidade, muitas vezes devido ao
Malha rodoviária: 1,8 milhão de quilômetros para outorga de novas permis- número reduzido de fiscais.
(rodovias federais e estaduais) sões. Isso não evitou a extrema
Malha rodoviária asfaltada: 146 mil quilômetros concentração do setor: apenas Regulação: flexibilizar as
quatro empresas detêm 26% das regras do transporte de cargas,
Fonte: ANTT
ligações entre cidades grandes e para aumentar a concorrência.
médias e 34,5% do faturamento Há críticas de empresários de
Relatório dá razão às queixas de que o estado precário das rodovias federais provoca acidentes e aumenta custos do setor. Não há competição em que faltam regras, mas, para
praticamente nenhuma linha, especialistas, isso resultaria na
Transportadores de carga cobram regulação apesar de o regime de permissão
não garantir exclusividade ao
diminuição da concorrência,
protegendo quem já está esta-
O presidente da Associação a falta de investimentos gover- facilita assaltos e roubos de operador. belecido no mercado.
Brasileira dos Transportadores namentais em infra-estrutura cargas. E por ausência de regu-
de Carga (ABTC), Newton Gib-
son, afirmou à subcomissão que
é um dos fatores que afetam o
desempenho do setor. O resul-
lação para o transporte de car-
gas, segundo Newton Gibson, o
Marco legal dificulta transporte
tado, disse, é o estado precário setor enfrenta o que ele chama de passageiros, dizem empresas
das rodovias, que, segundo ele, de concorrência predatória,
O que diz a ANTT contam com mais de 60% de em sua opinião por motoristas O diretor-superintendente não ter poder de polícia para
Segundo o diretor-geral da sua extensão em ruínas. autônomos, os caminhoneiros. da Associação Brasileira das fiscalizar.
ANTT, o transporte de cargas A má qualidade das estra- O setor hoje conta com 60% de Empresas de Transporte Ter- Santolin criticou o regime de
não possuía nenhuma regula- das, ressaltou, é responsável transportadores autônomos. restre de Passageiros (Abrati), permissão – que não oferece-
mentação até recentemente. pelo aumento do consumo de Para a ABTC, essas deficiên- José Luiz Santolin, apontou ria garantias compatíveis com
Somente em 2007 foi editada a combustível e dos custos de cias contribuem para a baixa a insegurança jurídica como os investimentos necessários
Lei 11.442, que trata do trans- manutenção da frota. atratividade da área, que não um dos maiores problemas do – especialmente quanto à in-
porte rodoviário de cargas. Falta também, disse ele, po- tem registrado a entrada de setor. Conforme ele, o marco definição de prazos.
liciamento nas rodovias, o que novas empresas. regulatório, implantado a partir O diretor da Abrati considera
de 2001, quando foi criada a deficiente a fiscalização contra
ANTT, é restritivo e inibidor o transporte ilegal e clandestino
Concessionários de rodovias Agência admite
do investimento privado. Afir-
mou ainda que a agência não
de passageiros. E reclamou da
precariedade da malha viária e
reclamam dos contratos que concessões está estruturada para exercer da carga tributária. Em alguns
suas funções, por não contar estados o Imposto sobre Circu-
A Associação Brasileira de investimentos e respectivo têm perdas com amparo legal para realizar lação de Mercadorias e Serviços
Concessionárias de Rodovias cronograma programados pelo O dirigente da ANTT reco- licitações de novas linhas e (ICMS) chega a 25%.
(ABCR) considera que o marco concessionário sem a corres- nheceu que o maior proble-
regulatório do setor é adequa-
do, mas apontou desequilíbrios
pondente contrapartida de
volume de tráfego sujeito ao
ma dos concessionários é a
perda de receita decorrente
Outorgas de linhas ficaram no papel
nos contratos de exploração de pedágio; localização inadequa- da utilização das rodovias Para o diretor-geral da ANTT, Além disso, lembrou, multas
rodovias. É o caso, segundo da das praças de pedágio, com por veículos que não pagam José Alexandre Nogueira Re- aplicadas acabam sendo anu-
Moacyr Sevilha Duarte, dire- evasão de veículos e cobrança pedágio. Mas lembrou que sende, o quadro atual das per- ladas pelo Judiciário.
tor-presidente da entidade, do de tarifas mais elevadas. o modelo dos contratos foi missões se assemelha a uma O diretor-geral da agência
não-fechamento das rodovias Moacyr Duarte citou o caso definido conforme a legisla- “colcha de retalhos”. Outro também fez críticas ao que ele
“pedagiadas”, permitindo o da via Dutra, que liga São Paulo ção. Na próxima geração de problema, disse, é o número chamou de excesso de inter-
acesso e a saída de veículos ao Rio de Janeiro, onde as pra- concessões, segundo ele, as reduzido de fiscais – apenas 127 ferência no setor por parte do
fora das praças de pedágios, ças de pedágio, devido à loca- tarifas de pedágio deverão em todo o país. A montagem governo federal, Judiciário e
de modo que muitos usuários lização, alcançam apenas 10% cair substancialmente. E de um esquema eficiente de Tribunal de Contas da União
trafegam sem pagar. dos veículos que trafegam na as rodovias não estarão tão fiscalização custaria, em sua (TCU). Ele citou o plano de ou-
Esse desequilíbrio, segundo rodovia. Com isso, observou, é deterioradas como na fase avaliação, R$ 1,2 milhão por torgas para a exploração de 160
a ABCR, é resultado dos se- basicamente o transportador de inicial da privatização, o ano. Ele também reclamou do linhas enviado pela ANTT, em
guintes problemas: divergência cargas que financia a concessão que permitirá que os inves- fato de a ANTT não poder mul- 2002, para exame do Ministério
entre estimativa de tráfego e via pedágio, por fazer percursos timentos sejam menores. tar os permissionários faltosos, dos Transportes. As licitações
base de pagantes; volume de de longa distância. por não ter poder de polícia. não foram ainda autorizadas.
Brasília, 11 a 17 de fevereiro de 2008 transportes ferroviários Especial Jornal do Senado 11
Polêmica: Remuneração
exploração maior que
em terras em aplicações
indígenas financeiras
A audiência promovida O crescimento da econo-
pela subcomissão com repre- mia mundial, especialmente
sentantes do governo e do o da China, e a exaustão de
setor, como o Instituto Bra- minas antigas forçaram as
sileiro de Mineração (Ibram) mineradoras a um novo ciclo
e a Associação Nacional das de exploração mineral. Como
Entidades de Produtores de conseqüência dessa expansão,
Agregados para Construção a taxa de remuneração do
Civil (Anepac), no dia 10 de capital investido na minera-
setembro de 2007, mostrou ção supera até mesmo a das
que a regulação da atividade aplicações financeiras. En-
mineral depende da aprovação quanto o retorno no mercado
de projetos no Congresso, al- financeiro gira em média de
guns deles já em tramitação. 21%, a taxa do setor mineral
É o caso da autorização legal alcança 34%, conforme com-
para exploração mineral em paração feita pelo diretor-geral
São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais, sedia complexo de mina e usina de minério de ferro da Vale
terras indígenas, apontada do Departamento Nacional de
como a questão mais delicada Produção Mineral (DNPM),
e polêmica do setor.
Enquanto as mineradoras Propostas aprovadas pela subcomissão Miguel Nery, durante audiên-
cia na subcomissão.
defendem a abertura total das A escassez, no mercado
Os senadores elegeram ques- portante votar o Projeto de Lei prazo e regras para exploração
áreas indígenas, ambientalis- internacional, de minérios
tões que, segundo eles, exigem Complementar 388, de 2007, que sustentável.
tas pleiteiam tantas restrições que são matéria-prima para
definição do Congresso. regulamenta o parágrafo único
que, na avaliação do setor, Minérios nucleares – solicita- a indústria de transformação,
do artigo 23 da Constituição e
inviabilizariam a exploração. Autorização da mineração em ção do setor ao Congresso para elevou os preços dessas com-
fixa normas de cooperação entre
Sem definição legal, a ativida- terras indígenas – a subcomissão que analise a conveniência de modities nas principais bolsas
União, estados e municípios so-
de clandestina e os conflitos destacou três projetos de lei flexibilizar o monopólio da pes- de negócios do mundo e o fa-
bre proteção do meio ambiente.
continuam ocorrendo, alguns em tramitação no Congresso: quisa e lavra de minérios nucle- turamento das mineradoras.
deles com grande repercus- o PL 2.057, de 1991, do então Compensação financeira pela ares, em especial o urânio; o país
são, como em 2004, quando deputado Aloizio Mercadante, exploração de recursos minerais detém a sexta maior reserva de
29 garimpeiros foram mortos hoje senador (PT-SP), ao qual (Cfem) – há vários projetos em urânio do mundo, mas empresas Investimentos
pelos índios cintas-largas em estão apensados mais de uma tramitação para elevar a alíquo- brasileiras estão explorando o
Rondônia, pela exploração dezena de outros; o PL 2.160, ta (atualmente limitada a um minério na Austrália em função no país batem
ilegal de diamantes na reserva também de 1991, do Executivo, máximo de 3%) dessa espécie do monopólio estatal.
Roosevelt. e o PLS 121, de 1995 (1.610 na de royalty, semelhante ao que é
Modernização da sistemática
recordes
Câmara), do senador Romero pago pelo setor de petróleo, sob
de outorgas minerais – o DNPM
Municípios Jucá (PMDB-RR). o argumento de que ela é maior
em outros países; o assunto é
e o Ministério de Minas e Energia
A participação da indústria
extrativa mineral no produto
Regulamentação da atividade
querem em faixa de fronteira – predo-
controverso e as mineradoras
estão finalizando projeto que
altera o Decreto-Lei 227 de 1967
interno bruto (PIB), segundo
o DNPM, saltou de 2,57% em
alegam que perderiam competi-
ganhar mais mina a visão de que não faz
sentido proibir empresas mul-
tividade em função da estrutura
para informatizar o sistema,
aperfeiçoar a fiscalização dos
2000 para 5,95% em 2006, já
tributária e do chamado custo dentro da nova metodologia
O presidente da Associação tinacionais de atuarem nessas empreendimentos, inclusive com de cálculo do PIB adotada pelo
Brasil.
dos Municípios Mineradores áreas; é preciso regulamentar a possibilidade de autorizar a IBGE. O setor respondeu por
de Minas Gerais (Amig), Wal- sua participação, obrigando-as a Compensação ambiental – há descentralização da vigilância 8,65% das exportações brasi-
dir Silva de Oliveira, avaliou oferecer contrapartidas que asse- um mínimo estabelecido de 0,5% para estados e municípios. leiras em 2006. E, de acordo
na subcomissão que o aumen- gurem a geração de empregos e do valor do investimento, que as com os dados do Instituto Bra-
Apoio ao Plano da Geologia,
to da lucratividade do setor investimentos em infra-estrutura mineradoras pleiteiam seja trans- sileiro de Mineração (Ibram),
Mineração e Transformação Mi-
tem gerado poucos benefícios local e regional; apesar de vários formado em teto; a sugestão é os investimentos na atividade
neral 2008/2028 – iniciativa do
às comunidades. As pequenas projetos com esse objetivo terem regulamentar o parágrafo 1º do mineral deverão atingir US$ 28
governo que representa a reto-
mineradoras não cumprem a sido arquivados, continua trami- artigo 36 da Lei 9.985, de 2000, bilhões até 2011, considerado
mada do planejamento do setor
legislação ambiental e traba- tando na Câmara o PL 5.941, de para estabelecer o valor máximo um recorde no país, reforçan-
para estimular investimentos em
lhista, segundo Oliveira, e o 1990, ao qual estão apensados a ser cobrado. do a posição do Brasil como
pesquisa e lavra.
DNPM não tem a necessária seis projetos. uma das grandes potências
estrutura para exercer a fis- Plano Nacional de Agrega- Uso do direito minerário como mundiais em minério.
Estatuto do Garimpeiro – apon-
calização. dos – os fornecedores de areia garantia de financiamentos – o No entanto, o setor mineral
tada como avanço importante a
Como boa parte da produção e brita para a construção civil Congresso poderá propor projeto brasileiro é muito heterogê-
votação do PL 7.505, de 2006,
é exportada, não paga ICMS. A reclamam uma lei nacional que de lei que autorize a utilização neo, mesmo contando com
em discussão na Câmara.
Cfem é “fortemente sonegada”, defina política para o setor, com desses direitos como garantia uma das gigantes mundiais
conforme Oliveira. A Amig Evitar normas conflitantes mapeamento e autorização de real para empréstimos, amplian- do setor, a Vale.
propõe que essa contribuição entre os entes da Federação – im- áreas, planejamento de longo do o crédito ao setor.
se assemelhe aos royalties do
petróleo, incidindo sobre o fa-
turamento bruto e com um au- Acréscimos na produção (2007 - 2011) Novos investimentos em mineração (2007 - 2011)
mento da alíquota de 2% para US$ 28 bilhões
4%, para todos os minerais. Minérios Produção 2006 (Kton) Acréscimo (Kton) Variação (%)
Oliveira fez comparação com Ferro 317,00 176,90 55,8%
9.176
Níquel 82,00 204,00 248,7%
a Austrália, concorrente do
Alumina 6,72 7,60 113% 7.683
Brasil no setor mineral, onde Bauxita 22,80 15,50 68,0%
os royalties variam entre 5% e Alumínio 1,60 70,00 4,36%
7% do faturamento bruto. Na Cobre 148,00 228,00 154% 4.114
visão dele, se a Petrobras pode Ouro 0,04 0,03 86%
Fosfato 5,68 4,80 84,5%
pagar entre 5% e 10% da sua
Zinco 185,00 70,00 37,8% 878 1.126 989
receita bruta, a Vale também 300 595 281
Nióbio 71,00 10,00 14% 100
poderia fazê-lo. Ferro Níquel Alumina Bauxita Alumínio Cobre Ouro Fosfato Zinco Nióbio
Fonte: Instituto Brasileiro de Mineração(Ibram)
Brasília, 11 a 17 de fevereiro de 2008 recursos hídricos Especial Jornal do Senado 13
VALTER CAMPANATO/ABR
necessidade de decreto
A edição de um decreto para retor da Confederação Nacional
regulamentar a lei que estabele- dos Municípios (CNM), Jeconias
ce diretrizes nacionais para o sa- Rosendo Júnior.
neamento básico (Lei 11.445/07) O diretor-executivo da Asso-
foi um dos temas discutidos na ciação das Empresas de Sanea-
Subcomissão dos Marcos Regu- mento Básico Estaduais (Aesbe),
latórios. A lei, sancionada em 5 Walder Suriani, afirmou que,
de janeiro de 2007, é conside- para o serviço público de sa-
rada um marco regulatório do neamento, “já temos o marco
setor, e não há consenso sobre a legal e os investimentos estão
necessidade de regulamentá-la. programados, mas não temos
Segundo o presidente da Em- ainda a regulação e a fiscaliza-
presa de Águas e Saneamento ção adequadas”.
Básico da Bahia (Embasa), Por outro lado, a Associação
Abelardo de Oliveira Filho, é im- Brasileira da Infra-Estrutura
portante a edição de um decreto e Indústrias de Base (Abdib),
para regulamentar a lei. Em sua segundo seu vice-presidente,
opinião, o marco regulatório Newton de Lima Azevedo, con-
Dados expostos na audiência denunciam que há 100 milhões de brasileiros sem serviço de saneamento básico
do saneamento é constituído sidera a edição de um decreto
também pelas leis de Licitações, “desnecessária e potencialmen-
das Concessões, das Parcerias te prejudicial, porque pode
STF decidirá sobre a titularidade
Público-Privadas (PPPs) e dos reavivar debates ideológicos já Lei foi aprovada
Consórcios Públicos. A regula- superados”. Ele destacou que a dos serviços de saneamento com 15 vetos
mentação também foi defendida Abdib congrega 164 grupos em-
pelo coordenador do plano di- presariais públicos e privados. Ao abordar a questão da titula- criação de autarquias, a adminis- presidenciais
ridade do serviço – que não está tração por empresas de economia
Especialistas querem agências definida claramente na Lei do mista, por concessão, permissão
Saneamento Básico –, o represen- ou privatização – e citou, como
Outro tema tratado no deba-
te foram os 15 vetos presiden-
em estados e municípios tante da CNM, Jeconias Rosendo, exemplo, Fortaleza, onde há uma ciais à Lei 11.445/07. O presi-
observou que, “embora a matéria agência municipal que regula os dente da Embasa, Abelardo
Os debatedores foram unâni- seja a solução exclusiva para esteja submetida ao exame do serviços prestados pela concessio- de Oliveira, reconheceu que
mes ao concluir que a aprovação os problemas do saneamento, Supremo Tribunal Federal [STF], nária estadual. Ele afirmou que, alguns deles não respeitaram
da Lei do Saneamento foi o pri- mas que “tampouco os recursos a Constituição de 1988 não deixa em face da obrigatoriedade de o acordo feito entre o governo
meiro passo na busca da exce- públicos são suficientes”. Para dúvida quanto à titularidade contratos formais de concessão, federal e os parlamentares
lência na prestação de serviços. ele, é importante um ambiente municipal dos serviços de sane- os prestadores terão de se sub- para a aprovação da lei, mas
Mas para atrair investimentos institucional seguro, capaz de amento”, e consi- meter à regulação, disse que, em muitos casos,
públicos e privados, é preciso atrair investimentos de todas derou “crucial” a embora a lei tenha os vetos se deram apenas por
criar agências reguladoras mu- as fontes possíveis. necessidade de ca- Presidente da estabelecido perío- questões formais.
nicipais e estaduais. – Pouco importa se o recurso pacitar e qualificar Embasa aposta dos de transição. Em relação ao artigo 54
– As agências reguladoras são é público ou privado, mas, pa- os municípios para na cooperação Segundo o repre- – de acordo com o qual os
necessárias, pois têm autono- ra atraí-lo, são necessárias as o desempenho de entre os entes sentante da Abdib, investimentos feitos em ativos
mia administrativa e financeira agências, que garantiriam efici- suas tarefas. Newton Azevedo, permanentes imobilizados de
e autoridade para coibir o abuso ência na gestão e consolidação O presidente da federativos há 100 milhões de serviços públicos de sanea-
de poder econômico e criar uma do arcabouço legal – avaliou. Embasa – compa- brasileiros sem ser- mento básico poderiam ser
cultura de investimento em No caso do saneamento, ar- nhia estadual –, Abelardo de viço de saneamento básico e, para utilizados como créditos para
saneamento – explicou o pre- gumentou Azevedo, não é pos- Oliveira, também disse estar chegar à universalização, seriam pagamento das contribuições
sidente da Embasa, Abelardo sível que a agência reguladora convicto quanto à titularidade necessários R$ 10 bilhões ao ano. para o Financiamento da
de Oliveira. tenha âmbito nacional e, por do serviço ser municipal, mas Para todo o setor de infra-estru- Seguridade Social (Cofins) e
O representante da Abdib, isso, a lei está correta quando avaliou que a capacitação dos tura, acrescentou, deveriam ser para o PIS/Pasep –, não teria
Newton Azevedo, afirmou não determina que as agências se- municípios para cumprirem as investidos R$ 90 bilhões, “o que havido, segundo Oliveira, a
considerar que o capital privado jam municipais ou estaduais. exigências legais e terem acesso levaria o país a um crescimento concordância prévia do Minis-
aos recursos federais constitui sustentável”. O PAC reservou R$ tério da Fazenda. O presidente
tarefa dos estados e das próprias 40 bilhões para serem utilizados Lula justificou o veto alegando
Comissão especial avaliou proposta prestadoras. Para ele, deve haver entre 2007 e 2010. Azevedo cha- que o dispositivo configuraria
cooperação entre os entes fede- mou a atenção para as perdas “óbvia renúncia de receita
A Lei 11.445/07, que estabe- para acessar recursos públicos rativos, o que pode ocorrer por de até 50% do volume de água tributária”, não acompanhada
lece diretrizes nacionais para federais ou geridos pela União meio de consórcios. Oliveira des- captada e tratada, e afirmou que de indicação de fontes com-
o saneamento básico, resultou para a área. tacou que são vários os modelos elas podem ser reduzidas para pensatórias.
de proposta aprovada pelo Con- Prevê regras para o corte institucionais possíveis – como a cerca de 18%.
gresso em dezembro de 2006, dos serviços no caso de inadim-
após o trabalho da Comissão plência do usuário, que deverá Atendimento urbano com água e esgotos (%) – 2006
Especial Mista de Saneamento, ser informado com antecedên-
presidida pelo senador César cia mínima de 30 dias. Somente Coleta de Tratamento dos
Região Água
Borges (PR-BA). São várias as hospitais, escolas, asilos e esgotos esgotos gerados
determinações da lei. penitenciárias têm garantia do Norte 62,7 6,1 8,4
Fixa a meta de que, em fornecimento.
Nordeste 92,5 26,4 31,9
20 anos, todos os municípios Determina a formação
tenham acesso ao saneamento de conselhos, integrados por Sudeste 95,7 69,6 33,7
básico – serviços de abasteci- representantes da sociedade Sul 99,2 35,2 28,2
mento de água, rede de esgoto civil, que terão capacidade Centro-Oeste 98,0 45,9 42,8
e drenagem de águas pluviais e de pressão para influir em as- BRASIL 93,1 48,3 32,2
coleta de lixo. suntos de interesse direto do
Prevê controle social sobre município. Esgotamento sanitário – Abastecimento Índice de
a prestação de serviços. Assegura a instituição do Índice urbano médio de água – Índice tratamento dos
Contempla diretrizes para Sistema Nacional de Informa- nacional de coleta com redes médio nacional esgotos gerados
uma política federal de sa- ções em Saneamento Básico
neamento, à qual estados e (Sinisa), cujo conteúdo será pú- 48,3% 93,1% 32,2%
municípios deverão adequar-se blico e acessível pela internet.
Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades
Brasília, 11 a 17 de fevereiro de 2008 meio ambiente e resíduos sólidos Especial Jornal do Senado 15
Papel da Anvisa
inclui avaliação
sanitária e
econômica
O diretor-presidente da
Anvisa, a maior agência
reguladora do país, Dirceu
Raposo de Mello, afirmou
que os objetivos da regulação
sanitária são a proteção
e promoção da saúde da
população. Com papéis
diferentes em relação às
outras agências, a Anvisa
participa da regulação
econômica do mercado
e da regulação sanitária
de produtos e serviços de
interesse para a saúde,
além de atuar em todos os
setores em que produtos e
serviços envolvem a saúde
A fiscalização dos alimentos, assim como de diversos outros produtos e serviços, é atribuição da Anvisa pública. Com uma execução
orçamentária crescente
Assessor da
CNC questiona Relatório destaca atuação da agência – em 1999, as receitas da
Anvisa somavam cerca de
R$ 74 milhões e, em 2006,
modelo de A área de atuação da regu- Regulatórios, foram apresen- tações do setor regulado. chegaram a mais de R$ 350
regulação lação sanitária federal inclui
produtos e serviços, englo-
tadas várias recomendações à
Anvisa:
Restringir a edição de normas milhões –, a agência tem 672
especialistas em regulação
de interpretação complicada,
O representante da bando ambientes, processos, uniformizando explicações e em vigilância sanitária, 157
Dar maior ênfase à busca de
Confederação Nacional do insumos e tecnologias. Podem aplicação. analistas administrativos e
critérios de excelência.
Comércio (CNC), Cácito ser citados, entre outros, medi- 100 técnicos administrativos.
camentos, serviços de saúde, Travar diálogo contínuo com Aproximar suas ações das
Augusto de Freitas Esteves, Raposo enumerou os desafios
cosméticos, saneantes, ali- o setor regulado. realizadas por estados e mu-
questionou se a Anvisa da regulação sanitária,
mentos, derivados do tabaco, nicípios.
é verdadeiramente uma Permitir maior participação ressaltando a necessidade
agência reguladora ou apenas produtos médicos, sangue e Fiscalizar as empresas ir- de estabelecer novos
prévia na criação de normas.
executiva, pois, segundo hemoderivados, agrotóxicos e regulares, fixando parâmetros critérios para a integração
explicou, ela é diferente das toxicologia. No relatório final Facilitar o acesso e diminuir o para legalização desses esta- de ações dos governos e de
outras, criadas para regular da Subcomissão dos Marcos tempo de atendimento às solici- belecimentos. desenvolver um sistema de
mercados de diversos setores acompanhamento e avaliação
de serviços. No caso da das ações de vigilância
Anvisa, a agência não deteria Empresas querem agência menos burocrática sanitária.
o poder de regulamentar
atividades privadas. O setor regulado quer a Anvisa dente da Associação Brasileira um pacto entre o setor produtivo Autonomia
Outro ponto destacado menos burocrática e politizada, das Indústrias de Alimentação e o governo, e cita exemplos de Já o assessor técnico da
por Esteves – advogado e com mais foco nos critérios de (Abia), afirma que a agência contribuições da Abia/CNI para Ação Direta de Vigilância
assessor da divisão jurídica excelência. Para representantes deve, como agente regulador, a melhoria da regulação em vigi- em Saúde no Brasil
da CNC – é o fato de, ainda do setor, a agência raramente in- estabelecer parâmetros para a lância sanitária, como o estudo (Visbrasil), Luiz Felipe
que a Anvisa detivesse poder terpreta e executa as normas re- atuação das empresas da área. “Impactos da proposta Anvisa Moreira Lima, considera
regulamentador, a atividade gulatórias de modo uniforme. Klotz enfatiza a necessidade de regulamentação de publici- que, para salvaguardar
comercial somente poderia Edmund Klotz, representante de diálogo contínuo entre a An- dade de alimentos”, o relatório as decisões técnicas da
ser regulada por lei e não da Confederação Nacional da visa e o setor regulado visando intitulado “Gorduras trans” e o vigilância sanitária, é
por normas infralegais. Indústria (CNI) no Conselho ao debate e à solução de assuntos PLS 181/07, do senador Paulo preciso assegurar autonomia
Ele também questionou a Consultivo da Anvisa e presi- de interesse comum. Ele propõe Paim (PT-RS). político-administrativa à
maneira como a Anvisa Anvisa. O que deve abranger
exerce a regulação de Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) funções encarregadas da
atividades comerciais, tais análise técnica, inspeção
como a das farmácias, SUS sanitária e exame laboratorial
SUS FEDERAL
Sistema Único de Saúde
sem levar em conta as visando à concessão de
disparidades regionais e Ministério da Saúde SNVS registro e autorização de
Conselho Nacional de Saúde Sistema Nacional de
as diferentes realidades Anvisa
fabricação de produtos e
Vigilância Sanitária
existentes no Brasil. Fiocruz * para certificação de boas
SNVS
Para a CNC, a Anvisa INCQS * Anvisa práticas de fabricação,
legisla “com a realidade de Agência Nacional armazenagem e consumo.
de Vigilância Sanitária
Brasília”. Na avaliação da Ele defende a simplificação
entidade, falta regionalizar, MUNICIPAL ESTADUAL Fiocruz dos procedimentos, e lembra
além das ações de saúde, Secretarias Municipais de Saúde Secretarias Estaduais de Saúde Fundação Osvaldo Cruz que há mais de 1.500 normas
Conselhos Municipais de Saúde Conselhos Estaduais de Saúde
a regulamentação. Em INCQS sobre variados assuntos da
Vigilâncias Sanitárias Municipais Vigilâncias Sanitárias Estaduais
nível federal, por força da Lacens * Instituto Nacional de Controle vigilância sanitária, além
Constituição, cabe apenas de Qualidade em Saúde de regulamentos estaduais
estabelecer normas gerais, Lacens e municipais, que repetem
e a agência extrapola essa Laboratórios Centrais normas federais, acrescidas
atribuição, observa Esteves. de Saúde Pública dos trâmites das burocracias
* órgão de apoio técnico locais.
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