HISTÓRICO
E possível determinar quando a topografia foi usada pela primeira vez, mas em
sua forma mais simples é certamente tão antiga quanto à história da civilização. Desde
que existe o direito de propriedade, também existe um modo de medição da
propriedade ou de distinguir uma parcela de Terra de uma pessoa da outra.
Os babilônios certamente praticaram algum tipo de topografia em 2.500 a.C.
porque arqueologistas encontraram mapas na babilônia em tábuas com essa idade
estimada. Também foram encontradas evidências em registros históricos na Índia e na
China, que mostram que a topografia foi praticada naqueles países no mesmo período.
O desenvolvimento inicial da topografia não pode ser separado dos
desenvolvimentos da astronomia, astrologia ou matemática, porque essas disciplinas
eram então completamente interligadas. De fato, o termo geometria é derivado de
palavras gregas, significando medições de terra. O historiador grego Heródoto (“o pai
da história”) disse que a topografia foi usada no Egito desde 1.400 a.C., quando aquele
país foi dividido em parcelas de terras para fins de cobrança de impostos.
Aparentemente, a geometria ou topografia foi particularmente necessária no Vale do
Nilo para assentamento e controle dos marcos de propriedades.
Os romanos, com sua mente prática, introduziram muitos avanços na topografia
com uma série espantosa de projetos de engenharia construídos em todo seu império.
Eles idealizaram projetos como cidades, acampamentos militares e estradas, usando
um sistema de coordenadas retangulares, e levantaram as principais rotas usadas para
operações militares no continente europeu, nas ilhas britânicas, na África Setentrional
a até em partes da Ásia.
Os três instrumentos utilizados pelos romanos foram odômetro ou roda de
medição (medem distância através de uma roda girando ao longo de uma linha em
questão e contando o número de voltas), groma (medem ângulos retos através de duas
peças de madeira fixadas entre si em um ângulo reto na forma de uma cruz horizontal,
com fios de prumo descendo das quatro extremidades), e coróbato (era utilizado como
um nível construído de madeira com cantos retos e pernas de suporte e tinha um
entalhe esculpido no seu topo para reter água).
Dos tempos romanos ate era moderna houve poucos avanços na arte da
topografia, mas nos últimos séculos surgiram: luneta, vernier, teodolito, medidor
eletrônico de distância, computadores, GPS, e muitos outros dispositivos excedentes.
DEFINIÇÃO
A palavra “Topografia” deriva das palavras gregas “topos” (lugar) e “graphen”
(descrever), o que significa a descrição exata e minuciosa de um lugar.
FINALIDADE
Determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da
superfície terrestre, do fundo dos mares ou do interior de minas, desconsiderando a
curvatura resultante da esfericidade da Terra. Compete ainda à Topografia, a locação,
no terreno, de projetos elaborados de Engenharia.
IMPORTÂNCIA
Ela é à base de qualquer projeto e qualquer obra realizada por engenheiros ou
arquitetos. No que se refere à Engenharia e Arquitetura, de um modo sumário, é
indispensável um correto estudo e conhecimento do terreno onde será implantada a
futura obra. Deste conhecimento e de seu bom aproveitamento decorrerão
conseqüências econômicas, técnicas e estéticas da obra: de um melhor conhecimento
do terreno resultará uma obra mais barata, mais perfeita e mais bela. Mesmo
posteriormente, durante a fase de execução da obra, são indispensáveis os
conhecimentos topográficos no seu acompanhamento. Portanto, é fundamental o
conhecimento pormenorizado deste terreno, tanto na etapa do projeto, quanto da sua
construção ou execução; e, a Topografia, fornece os métodos e os instrumentos que
permitem este conhecimento do terreno e asseguram uma correta implantação da obra
ou serviço.
Listaremos abaixo, resumidamente, algumas contribuições da Topografia nas
varias especialidades da Engenharia e Arquitetura.
Na Engenharia da Eletricidade:
• Levantamento da faixa de domínio;
• Locação das linhas de transmissão;
• Instalação dos equipamentos das casas de força;
Na Engenharia Mecânica:
• Instalação das maquinarias e controle periódico
Na Engenharia de Minas:
• Levantamento e locação das jazidas, galerias e poços.
Aeroportos
• Controle permanente das pistas sob o trafego (abatimentos)
Hidráulica
• Estudo do potencial hidráulico (batimetria);
• Bacias de acumulação;
• Adutoras;
• Canais de irrigação;
• Controle das chefias;
• Locação e controle do nível na construção de barragens.
Geologia
• Levantamento e demarcações de jazidas;
• Na prospecção de galerias;
• Na fotogeologia (interpretação geológica baseada em aerofotogrametria).
Portos
• Levantamentos hidrográficos e locação das obras portuárias;
• Controle das marés;
• Estudo dos canais.
Materiais de Construção
• Levantamento, avaliação e demarcação de jazidas de diversas matérias e
matérias primas.
Construção Civil
• Levantamento do terreno;
• Demarcação da obra;
• Verificações durante a construção;
• Nivelamento de obras construídas, sob efeito de deslocamentos;
• Cálculos dos volumes de terra a escavar, etc.
PLANO TOPOGRÁFICO
A porção da superfície terrestre, levantada topograficamente, é representada
através de uma Projeção Ortogonal Cotada e denomina-se Superfície Topográfica. Isto
equivale dizer que, não só os limites desta superfície, bem como todas as suas
particularidades naturais ou artificiais, serão projetadas sobre um plano considerado
horizontal. A seta projeção ou imagem figurada do terreno dá-se o nome de Planta ou
Plano Topográfico.
PONTO TOPOGRÁFICO
É uma posição de destaque, estrategicamente situado na superfície terrestre,
materializado através de piquetes e estacas.
ALINHAMENTOS
É um alinhamento definido por dois pontos topográficos. Serve de origem para o
levantamento dos detalhes da superfície.
DIVISÃO
Planimetria
Conjunto de métodos e técnicas que visam detalhar a superfície terrestre
sobre um plano horizontal de referência. Trata apenas das distâncias horizontais e
ângulos horizontais.
Altimetria
Conjunto de métodos e técnicas que visam detalhar a superfície terrestre
sobre um plano vertical de referência.
Topometria ou Planialtimetria
Conjunto de métodos e técnicas que visam detalhar a superfície terrestre
sobre um plano horizontal de referência com dados referenciados a um plano
vertical de referência.
Topologia
É a parte da topografia que estuda as formas do relevo. Ela estuda as
formas exteriores da superfície terrestre no sentido planialmétrico.
ERROS EM TOPOGRAFIA
Por melhores que sejam os equipamentos e por mais cuidado que se tome ao
proceder um levantamento topográfico, as medidas obtidas jamais serão isentas de
erros. Assim, os erros pertinentes às medições topográficas podem ser classificados
como:
Naturais
São aqueles ocasionados por fatores ambientais, ou seja, temperatura, vento,
refração e pressão atmosférica e dificilmente podem ser evitados. São passíveis de
correção desde que sejam tomadas as devidas precauções durante a medição.
Instrumentais
São aqueles ocasionais por defeitos ou imperfeições dos instrumentos ou
aparelhos utilizados nas medições. Alguns destes erros são classificados como erros
acidentais e ocorrem ocasionalmente, podendo ser evitados e/ou corrigidos com a
aferição e calibragem constantes dos aparelhos.
Pessoais
São aqueles ocasionados pela falta de cuidados por operador. Os mais comuns
são: erro na leitura dos ângulos, erro na leitura da régua graduada, na contagem do
número de trenadas, ponto visado errado, aparelho fora de prumo, aparelho fora do
nível, etc... São classificados como erros grosseiros e não devem ocorrer jamais, pois
não são passíveis de correção.
UNIDADES DE MEDIDA
Em topografia, são medidas duas espécies de grandezas, as lineares e as
angulares, mas, na verdade, outras duas espécies de grandezas são também
trabalhadas, as de superfície e as de volume.
A seguir encontram-se as unidades mais comumente utilizadas para expressar
cada uma das grandezas mencionadas.
Unidades de Medida Linear
Polegada = 2,75cm = 0,0275m
Polegada inglesa = 2,54 cm = 0,0254m
Pé = 30,48 cm = 0,3048 m
Jarda = 91,44 cm = 0,9144 m
Milha brasileira = 2200m
Milha terrestre/inglesa = 1609,31
UNIDADES ANGULARES
Assim como a medida linear, temos varias unidades angulares. As unidades
angulares são de acordo com a divisão de um círculo.
Sistema Sexagesimal
O círculo é divido em 360 partes iguais ou graus. Cada grau por sua vez, é
dividido em 60 partes, chamada de minuto. Cada minuto é divido em mais 60 partes,
chamada de segundo.
Sistema Centesimal
O círculo é divido em 400 partes chamado de gon (Até recentemente eram
conhecidos como grado) Note que 100 gon = 90º.
Radiano
Um radiano é representado pelo ângulo formado quando o valor do cumprimento
do arco da circunferência é igual ao seu raio. Uma circunferência total possui 2π
radianos.
HODÔMETROS
Distância podem ser medidas aproximadamente por uma roda girando ao longo
de uma linha em questão e contando o número de voltas. Um hodômetro é um
dispositivo atrelado a uma roda que faz a contagem e converte o número de revoluções
para uma distância usando a circunferência da roda. Tal dispositivo fornece precisão
de aproximadamente 1/200 quando o terreno é suave ao longo de uma estrada, mas os
resultados podem ser insatisfatórios quando a superfície é irregular.
MEDIÇÃO À TRENA
São os instrumentos mais comumente utilizados nos trabalhos topográficos de
precisão média. Em síntese é uma fita de 10 a 15 mm de largura, que se enrola em
estojo de couro ou plástico. Esta fita pode ser constituída de lona, com fios de aço
internos, de aço propriamente dito e, modernamente, de fibra de vidro. Seu
comprimento é variável (a mais usual é a de 20 metros), sendo graduada de um lado
em metros e, normalmente, do outro em polegadas. A face graduada em metros é
subdividida em dm e cm.
Um cuidado que precisa ser tomado na medição com as trenas é observar se o
início da graduação se dá na ponta da fivela ou na parte interna da fita.
• Tipos de trenas
Trenas de aço: as mais comumente usadas têm 30 m de comprimento e suas
extremidades são feitas com punhos de metal, que fornecem um local para se prender
correias de couro ou dispositivos de tensão. Essas trenas são bastante fortes caso sejam
mantidas esticadas, mas se forem forçadas devido a curvas ou dobras, se quebram
facilmente. Se uma trena for molhada, ela deve ser esfregada com um pano seco e
depois com óleo.
Hastes de ferro ou fichas: são usadas para marcar os fins das trenas ou pontos
intermediários enquanto se efetua a medição. Elas geralmente são de 35 ou 55 cm de
comprimento.
Balizas: são usados para marcar pontos no terreno e para alinhar a medição à trena a
fim de mantê-la na direção correta. Elas são fabricadas de madeira, fibra de vidro ou
metais e usualmente apresentam de 2 a 3 m de comprimento e pintadas com bandas
alternadas de vermelho e branco para torná-las mais facilmente visíveis.
• Processos de medição
Na planimetria a medida das distâncias é sempre feita na horizontal, pela própria
definição de alinhamento. Assim, dois casos podem ocorrer: terreno plano e horizontal
ou terreno acidentado.
d
d x
d
A C D E B
Em Terreno Acidentado
Estica-se o instrumento de medir horizontalmente entre as balizas colocadas
verticalmente entre os pontos A e C, C e D, D e E, E e F e finalmente F e B, sendo que
C, D, E e F são colineares com A e B.
x
d
d
d B
d
F
E
D
C
A
• Correções de distâncias
Calibração de trenas
Um importante tópico em levantamentos é a calibração dos equipamentos, ou a
comparação de equipamentos com um padrão (trena calibrada Invar). Em outras
palavras, o equipamento sofreu quedas ou danos, passou por consertos ou alterações,
ou as mudanças de tempo o afetaram, caso tenha ocorrido algum desses, o topógrafo
necessitará ajustar o equipamento ou aplicar correções matemáticas para compensar
erros resultantes.
Apesar das trenas de aço serem fabricadas em comprimentos muito precisos,
com o uso elas ficam torcidas, gastas e com imperfeições após conserto de quebras.
Como resultado, as trenas podem variar alguns milímetros ou centímetros de seu
comprimento nominal.
Na medição de uma dada distância com uma trena mais longa, o topógrafo não
obterá um valor de tamanho suficiente para a medição, e terá de fazer uma correção
positiva. Em outras palavras, se a trena é maior, ele tomou menos comprimento da
trena para medir uma distância do que seria requerido para uma trena mais curta, com
o tamanho correto. Para uma trena mais curta, o inverso é verdadeiro, e uma correção
negativa é exigida. Pode ser bastante simples relembrar esta regra: trena mais longa,
adição; trena mais curta subtração.
Variações de temperatura
Alterações no comprimento de trenas causadas por variações de temperaturas
podem ser significativas até para levantamentos expeditos. Para trabalhos precisos,
eles são de importância crítica.
As trenas de aço esticam quando aumenta a temperatura e encolhem quando
diminui a temperatura. O coeficiente de dilatação linear das trenas de aço é 0,0000116
por grau Celsius. Isto significa que para um aumento de 1 °C na temperatura , a trena
aumentará de 0,0000116 vez o seu comprimento.
A correção de uma trena para variações de temperatura pode ser expressa com a
fórmula a seguir, notando que ela pode ter sinal positivo ou negativo.
Correções de inclinação
A maioria das medições com trena é realizada com as trenas mantidas
horizontalmente, evitando dessa forma a necessidade de fazer correções para levar em
conta a inclinação.
Uma trena de comprimento s é esticada ao longo de um terreno inclinado e se
deseja determinar a distância horizontal h, que está sendo medida.
s
C=s-h
h
α
v
s
C = v2
2s
H = s cos α
Catenária
Quando uma trena de aço é segura somente pelas extremidades, ela se curvará
adquirindo a forma conhecida como catenária. O resultado óbvio é que a distância
horizontal entre suas extremidades é menor que a distância horizontal medida quando
a trena está inteiramente apoiada no terreno. A figura a seguir indica a flecha (f) do
arco formado pelo comprimento (l) do diastímetro com tensão (T) aplicada nas
extremidades.
Cs = _ w2.L3
24 P12
Variações de tensão
Uma trena estica ao ser tracionada, e se a atração for maior do que aquela para a
qual foi calibrada, a trena se tornará mais longa. Se a tensão menor for aplicada, a
trena será mais curta. Uma trena de aço de 30 m mudará de comprimento por
aproximadamente 0,01 m para cada variação de 20 kg em tração.
O alongamento real de uma trena sob tensão é igual à carga de tração em kg/cm2
dividida pelo módulo de elasticidade do aço (o módulo de elasticidade de um material
é a razão entre a tensão e deformação nominais, válida no domínio elástico, igual a
2.050.000 kg/cm2 para o aço) multiplicado pelo comprimento da trena. Na expressão a
seguir, o alongamento da trena em metros é representado por:
Cp = P1/A . L = P1L
E AE
Anotações dos números: Ocasionalmente, o anotador entenderá mal uma medida que
lhe é ditada. Para prevenir esse erro o anotador deve repetir os valores em voz alta.
• Instrumento utilizado
Teodolito: é utilizado na leitura de ângulos horizontais e verticais.
• Acessórios
Tripé: serve para estacionar o aparelho.
Mira ou Régua graduada: é uma régua de madeira, alumínio ou PVC, graduada em
m, dm, cm e mm utilizado na determinação de distâncias horizontais e verticais entre
pontos.
Nível de cantoneira: tem a função de tornar vertical a posição da régua graduada.
• Processos de medição
Os processos de medida indireta das distâncias são aqueles no qual o medidor
não necessita efetuar o percurso comparativo.
Onde:
ab = h = a'b': distância que separa os dois retículos extremos (estadimétricos), no anel
do retículo.
f: distância focal da objetiva
F: foco exterior à objetiva
c: distância do centro ótico do aparelho à objetiva
C = c + f: constante do instrumento
d: distância do foco à régua graduada
H = AB = B - A = FS – FI: diferença entre as leituras
M = FM: leitura do retículo médio
DH = d + C: distância horizontal que se deseja obter, e que se para o ponto de
estacionamento do ponto sobre qual está à mira.
No triângulo a'b'F e ABF, semelhantes, e nos quais f e d são as suas respectivas
alturas, tem se:
f = d
h H
d = f x H
h
DH = d + C
DH = f x H + C
h
O fator f/h constante para cada instrumento é na maioria deles igual a 100 para
construção. Nestes, teremos:
DH = 100 H + C
Esta equação permite obter a distância horizontal nos instrumentos aláticos, que
representam um valor para a constante C.
Nos instrumentos analáticos, mais modernos, nos quais C = 0, tem-se:
DH = 100 H
Obs: Como a grande maioria dos instrumentos apresenta a relação f/h = 100, nas
deduções seguintes será utilizado sempre este valor.
Distância Horizontal - Visada Inclinada: Neste caso, para visar a régua graduada no
ponto Q há necessidade de se inclinar a luneta, para cima ou para baixo, de um ângulo
(α) em relação ao plano horizontal. Como indicado na figura abaixo, a distância
horizontal poderá ser deduzida através:
MA' = MA x cos α
MB' = MB x cos α
MA' + MB' = (MA + MB) cos α
MA' + MB' = A'B'
MA + MB = H
A'B' = H x cos α
DH = 100 H cos2 α + C
Nos instrumentos analáticos, em que C = 0, ter-se-á:
DH = 100H cos2 α
Visada Ascendente:
Na figura tem-se:
i: altura do instrumento = RS
m: leitura do retículo médio = MQ
OR: Distância horizontal
QS: Diferença de nível
QS = RS + RM – MQ
RM = OR x tg α
RM = DH x tg α
RM = (100H x cos2 α + C x cos α) sen α
cos α
Como o ângulo α é geralmente muito pequeno, seu valor é quase sempre muito
próximo de zero e sem erro apreciável pode-se desprezar a segunda parcela C x sen α.
DN = 100 x H x sen 2α - m + i
2
Onde:
DN: Diferença de nível
H: retículo superior – retículo inferior
α: Ângulo de inclinação da luneta
m: retículo médio
i: altura do instrumento
Visada descendente:
Na figura tem-se:
i: altura do instrumento = RS
M: leitura do retículo médio = MQ
OR: Distância horizontal
QS: Diferença de nível
QS = QM + MR – RS
MR = 100H sen 2α + m – i ( veja a dedução anterior)
2
DN = 100H sen 2α + m – i
2
Do emprego desta equação resultará um valor positivo para a diferença de nível
sempre que visada for descendente e o ponto onde está a mira for mais baixa que
aquele onde esta estacionada o instrumento. Em caso contrário (ponto seguinte mais
alto que o de estação), ter-se-á um resultado negativo.
Em resumo teremos:
100H sen 2α = 0
2
• Leitura de Mira
A leitura da mira é feita através de 04 (quatro) números, obrigatoriamente,
indicando as seguintes unidades de medidas: m – dm – cm – mm.
a) 1º número, m (metro): este número é identificado na mira por algarismos romanos
(ou barras verticais) – I, II, III, III, IV, posicionadas no início de cada metro
correspondente, e por pontos vermelhos (um, dois, três ou quatro); ; .
b) 2º número, dm (decímetro): este número é identificado pelos algarismos arábicos
1,2,..,9. Representam a divisão do metro em dez partes iguais, 1 m = 10 dm;
c) 3º número, cm (centímetro): é identificado pela divisão do decímetro
correspondente em dez partes iguais, (branca/preta). Onde a divisão branca,
significa centímetro par (0,2,4,6,8) e a preta centímetro ímpar (1,3,5,7,9);
d) 4º número, mm (milímetro): é identificado pela divisão do centímetro
correspondente em dez partes iguais, e é feita por aproximação. Deve-se atentar
para não cometer um erro de leitura maior que dois milímetros, para mais ou para
menos.
Observe a figura abaixo que não há diferença entre as graduações das miras
direta e invertida, apenas os algarismos da mira invertida são pintados de cabeça para
baixo para se ter na imagem posição correta.
Leitura de ângulos: ocorre quando se faz a leitura dos círculos vertical de forma
errada, por falha ou falta de experiência do operador.
Verticalidade da mira: ocorre quando não se faz uso do nível de cantoneira.
DISTANCIÔMETRO ELETRÔNICO
É um equipamento para medição, exclusivamente, de distâncias. Atualmente,
existe no mercado uma grande variedade de equipamentos deste tipo, sendo que a
precisão e o alcance variam de acordo com o modelo.
O distanciômetro, usado normalmente acoplado a um teodolito, emite um sinal
que deve ser refletido na mesma direção em que foi recebido. A determinação das
distâncias (horizontal, vertical e inclinada) é feita em poucos segundos e os valores são
apresentados no visor. Até bem pouco tempo para reflexão do sinal era,
necessariamente, usado um prisma, mas, a mais recente inovação, são os
distanciômetros eletrônicos que operam sem unidade refletora.
Para trabalhos de maior precisão a haste deverá ser substituída por um tripé com
prumo ótico ou laser. O alcance do equipamento pode ser aumentado com a utilização
de um conjunto de prismas no lugar de um único.
O distanciômetro eletrônico modelo DI3000s da Leica da figura abaixo, tem
alcance entre 500 m e 20.000 m, dependendo do número de prismas utilizados para
reflexão do sinal e das condições atmosféricas.
ESTAÇÃO TOTAL
A combinação do teodolito e do distanciômetros eletrônicos, em um único
aparelho, acrescido de um microprocessador que monitora automaticamente seu
funcionamento, é o que se denominou Estação Total. Assim, as estações totais medem
eletronicamente ângulos e distâncias (infravermelho), mantendo as características de
funcionamento e precisão dos teodolitos e distanciômetros eletrônicos, com a
facilidade de serem operadas em um controle único. Além disso, processam e
disponibilizam no visor outras informações como: condições de nivelamento e altura
do aparelho, número, altitude, coordenadas UTM ou geográficas dos pontos medidos.
Os valores obtidos no levantamento podem ser anotados em cadernetas de campo
convencionais, armazenados em coletores de dados ou, ainda, armazenados em
módulos específicos incorporados ao próprio aparelho.
O coletor de dados, também chamado de caderneta eletrônica, é um dispositivo
adicional que pode ser usado com teodolitos convencionais (os dados são inseridos
manualmente no teclado), acoplado a teodolitos ou a um distanciômetros eletrônicos
ou, ainda, a estações totais, caso o modelo não tenha internamente um módulo próprio.
Os coletores de dados são, na verdade, pequenos computadores capazes de
operar programas aplicativos, guardar e processar as informações do levantamento de
campo e, atualmente, chegam a ter 2 Mb de memória. Posteriormente, as informações
são descarregadas em um computador através de cabos.
Quando a estação total possui o coletor integrado, seu próprio teclado tem,
também, a função do controle de registro de dados. Conforme o modelo, os dados são
transferidos conectando-se a própria estação total ao computador ou são gravados em
módulo removível ou cartão especial (tipo PMCIA), através dos quais são transferidos
para o computador.
ORIENTAÇÃO
Toda planta topográfica, planimétrica, ou mesmo croquis de terreno, deve ser
orientada segundo a direção Norte-Sul, que pode ser geográfica ou magnética.
A direção Norte-Sul Geográfica é dada pelo meridiano que passa por um
determinado ponto da superfície e pelos pólos norte e sul geográficos sendo, portanto,
imutável uma vez que estes pólos são fixos. Como a Topografia desconsidera a
curvatura da pequena parte da superfície terrestre a representar, considerando a mesma
plana, pode-se desprezar também o efeito de convergência dos meridianos. Sendo
assim, os meridianos geográficos, no plano topográfico, são paralelos entre si, e são
conhecidos também como Meridianos Verdadeiros.
Já a direção Norte-Sul Magnética é variável, pois os pólos magnéticos não são
fixos. Estes descrevem uma trajetória próxima dos pólos geográficos. Portanto, ao se
medir um ângulo entre um alinhamento e o Meridiano Magnético é imprescindível que
se registre a data da medição.
Sempre que possível, é preferível relacionar um alinhamento à direção Norte-Sul
Verdadeira, porque o ângulo não sofre alterações, estando, a orientação, sempre
correta.
Azimute e Rumo
Os ângulos horizontais tomados a partir da direção Norte - Sul recebem nomes
especiais de acordo com a posição da origem da contagem. É chamado Azimute o
ângulo contado a partir do Norte até o alinhamento, no sentido horário. Se este ângulo
é contado a partir da direção mais próxima, Norte ou Sul, recebe o nome de Rumo.
Supondo um observador colocado no ponto O visando os ponto A, B, C e D do terreno
os quais determinam os alinhamentos OA, OB, OC e OD, definimos:
• Azimute de OA = 37°
• Azimute de OB = 113°
• Azimute de OC = 190°
• Azimute de OD = 315°
• Rumo OA = NM Ô A = 37° NE
• Rumo OB = SM Ô B = 67° SE
• Rumo OC = SM Ô C = 10° SW
• Rumo OD = NM Ô D = 45° NW
Observe que, como seu valor varia de 0º a 90º, é imprescindível especificar o
quadrante para se ter realmente a posição do alinhamento em relação a direção Norte-
Sul.
Bússolas
Consta de uma agulha imantada, em forma de losango, apoiada num pino,
também de aço, terminado em bisel. A agulha gira livremente no interior de uma
circunferência graduada que é o limbo da bússola. O limbo se mantém fixo enquanto a
agulha gira até encontrar a direção Norte-Sul Magnética.
O limbo da bússola pode ser graduado de 0º a 360º, nos dois sentidos, ou 0º a 90º
em cada quadrante. A figura abaixo exemplifica o primeiro caso (limbo graduado de
0º a 360º, sentido anti-horário) onde o ângulo lido será o azimute do alinhamento. Nas
graduações 0º e 180º, respectivamente, estão assinaladas as letras N (Norte) e S (Sul),
e esta linha é conhecida como linha de fé, na graduação de 90º a letra E (Leste) e, na
de 270º, O ou W (Oeste ou West).
No segundo tipo, a bússola é graduada por quadrante, ou seja, de 0º a 90º, a
partir do norte e do sul, crescendo nos dois sentidos, leste e oeste (ver figura abaixo),
logicamente, o ângulo lido será o rumo do alinhamento. Neste caso, dever-se-á,
sempre, especificar o quadrante, porque o valor por se só, ao contrário da graduação
de 0º a 360º, não define a posição do alinhamento.
Nota-se que, nos dois tipos de graduação, há uma inversão das posições dos pontos
cardeais, Leste (E) e Oeste (W), em relação às suas verdadeiras posições. A maioria das
bússolas apresenta esta inversão a qual se deve seguinte fato: ao se medir o ângulo que um
alinhamento qualquer faz com a direção N-S, faz-se a coincidência da linha N-S do limbo
(0° – 180°) com o alinhamento, enquanto a agulha, evidentemente, tomará a direção N-S
Magnética.
Declinação Magnética
O ângulo formado pela direção do Norte Verdadeiro ou Geográfico com a do
Norte Magnético num determinado ponto da superfície da Terra, se chama Declinação
Magnética do ponto.
Quando a ponta norte da agulha estiver situada a leste do Norte Verdadeiro
chamamos a declinação de positiva ou oriental. Quando a oeste, de negativa ou
ocidental.
A declinação magnética varia de local para local da superfície terrestre, uma vez
que a dimensão deste ângulo depende da posição geográfica que é observado. O que
não impede que existam vários locais com mesma declinação num determinado
momento. Mas, num mesmo local, a declinação sofre variações com o tempo, já que
os pólos magnéticos estão em constante movimentação em torno dos pólos
geográficos. A declinação, portanto, varia não só de lugar para lugar como sofre
variações no mesmo lugar.
A variação de lugar para lugar é comumente denominada geográfica. Já as
variações da declinação com o tempo são classificadas segundo o período de
observação, podem ser seculares, anuais, mensais e até diurnas.
Existem ainda variações chamadas acidentais e locais; estas são na verdade
perturbações sofridas pela agulha da bússola. No primeiro caso são alterações
repentinas provocadas, por exemplo, por tempestades magnéticas. As variações são
locais, como o próprio nome indica, ocorrem devido a circunstâncias do lugar, como
presença de minério de ferro ou linha de transmissão.
LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO
Sumariamente, o objetivo da Topografia, representar graficamente uma porção
limitada do terreno, é conseguido através de 3 etapas:
a. Materializando um eixo de referência no terreno ao qual serão amarrados todos os
pontos que caracterizem os acidentes julgados importantes.
b. Determinando a posição desses pontos no terreno através de medições de distâncias
e ângulos.
c. Transportando as relações obtidas, em escala, para o desenho.
Lançamento da Poligonal
É óbvio que não se poderia descrever um determinado levantamento, pois cada
um tem sua finalidade, suas características, vegetação, natureza do terreno, tipo de
acidentes, precisão requerida e outras peculiaridades. Vai se descrever, pois, um
levantamento genérico. Seja o terreno da Figura abaixo que se pretenda levantar para
efeito do cálculo da área e também representação dos acidentes importantes existentes.
O cálculo da área será possível mediante o levantamento das divisas, quer sejam
cercas, rio, estrada, etc. Quanto aos acidentes julgados importantes, já o foram
selecionados anteriormente: casas, estradas, cercas, córregos, nascentes, bosque,
ponte, pedreiras, árvores de madeira de lei, postes de luz, matas, brejos, etc.
Inicialmente é estabelecido no terreno um eixo (quebrado) de referência,
chamado caminhamento, em relação ao qual determinaremos as posições dos vários
acidentes que se desejam representar.
Primeiramente, objetivando o levantamento dos pontos que caracterizam os
limites do terreno, o responsável pelo trabalho percorrerá seu contorno cravando
piquetes os pontos A, B, C, D, ....H (figura acima). Estes piquetes deverão ser
intervisíveis e em menor número possível. A fim de serem achados posteriormente e
identificados, deverão ser cravados ao seu lado estacas testemunhas.
No caso de nem todos acidentes, a serem representados, serem visualizados dos
piquetes “de contorno ” ou estarem por demais distantes, outros piquetes deverão ser
cravados no interior do terreno a fim de viabilizar a medição desses acidentes e sua
futura representação. Para o levantamento do terreno do nosso exemplo, além dos
piquetes que acompanham aproximadamente as divisas do terreno, deverão ser
cravados piquetes nos pontos J, L, M, N, P, O e P (figura acima) mais próximos dos
acidentes internos a representar.
Estes eixos quebrados estabelecidos pelos piquetes, na realidade, serão
poligonais de referência.
As poligonais, sempre que possível, deverão ser fechadas, uma vez que
apresentam uma grande vantagem sobre as poligonais abertas na medida que permitem
a verificação da precisão dos trabalhos executados.
Assim, teremos a poligonal de contorno A B C D E F G H A, e as poligonais
internas ou auxiliares tais como B J L M H e C N O P G.
Materializadas no terreno as poligonais de referência, passa-se às etapas
seguintes: execução do caminhamento (medições de lados e ângulos das poligonais) e
amarração dos acidentes, ou seja, relacionar à poligonal os pontos que caracterizem os
acidentes representáveis. Na realidade estas duas operações são executadas
simultaneamente.
Descreveremos primeiramente os métodos para medição da poligonal e os
processos de amarração dos “detalhes" e, em seguida, apresentaremos a seqüência dos
procedimentos de execução das duas operações em conjunto.
Ele pode ser empregado como levantamento único para uma área ou como
auxiliar no caminhamento, desde que as áreas sejam relativamente pequenas. Como o
método de irradiação não há possibilidade ou controle do erro.
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Apoiada quer dizer um alinhamento em que se conhece a sua medida e/ou orientação, com precisão
• Poligonal fechada: é aquela em que o ponto de partida coincide com o de
chegada. Pode estar apoiada ou não (partida). Nessa poligonal há condições de se
verificar o rigor/precisão das medidas angulares e lineares, ou seja, podem-se
determinar os erros cometidos e compará-los com erros admissíveis (tolerância). Nos
trabalhos de campo, utiliza-se para projetos de loteamentos, Conjuntos habitacionais,
levantamentos de áreas, usucapião, perímetros irrigáveis, etc;
Se o ângulo lido for maior do que 180° a deflexão será à esquerda e o seu valor
igual a 360º menos o ângulo lido.
Seqüência de procedimentos
As operações de um levantamento são, normalmente, efetuadas em 2 etapas: o
reconhecimento do terreno e a materialização dos vértices da poligonal, usando
piquetes, na etapa inicial e a execução do caminhamento (medições de lados e ângulos
da poligonal) simultaneamente à amarração dos acidentes numa só e segunda etapa.
Descreveremos os procedimentos para execução de um levantamento a estádia,
utilizando o método dos ângulos da poligonal e amarração de detalhes por irradiação,
que é o que ocorre com maior freqüência se o equipamento que se tem é um teodolito.
Em seguida a materialização da poligonal, instala-se o teodolito no primeiro
vértice:
• zera-se o limbo horizontal e visa-se uma baliza no vértice anterior, como
estamos no primeiro vértice o anterior é o último;
desprende-se o limbo do movimento da alidade, o zero fica fixo coincidente com
a direção do vértice anterior;
• substitui-se a baliza por uma mira, fazem-se as leituras dos fios inferior, médio
e superior e do angulo zenital;
• visa-se a baliza no vértice seguinte onde se lê o ângulo horizontal, lembrando
que não importa o sentido do giro, a leitura é que deverá ser feita sempre na graduação
do sentido horário;
• substitui-se novamente a baliza por uma mira, faz-se as leituras dos fios
inferior, médio e superior e do ângulo zenital.
Com estes procedimentos mediu-se a poligonal no primeiro vértice: a visada da
baliza objetiva a medida do ângulo horizontal e a da mira a obtenção dos dados
necessários ao cálculo das distâncias. Antes de continuar o levantamento da poligonal
aproveita-se o teodolito neste vértice para proceder a amarração dos acidentes dele
visualizados.
Orientação da planta
E' preciso que se refira a poligonal a uma direção para efeito de orientação da
planta.
Esta direção, de preferência, deve ser a do Norte Verdadeiro. Neste caso, faz-se a
determinação da direção do Norte Verdadeiro logo no início do lançamento da
poligonal. Na impossibilidade de determinação desta direção, basta que se determine o
azimute ou rumo magnético de um dos lados com auxílio de uma bússola,
normalmente, o primeiro.
PROBLEMAS DE TOPOGRAFIA
Medida de distância sobre um rio (pontos inacessíveis)
Muitas vezes se torna impossível ou inviável a medição de certa distância em função
das características naturais ou artificiais do terreno. Para tanto se lança mão de algumas
técnicas para transposição de obstáculos, como pode ser visto a seguir.
Onde:
Azn = Azimute do ponto a calcular
Azn –1 = Azimute do ponto anterior
Dd = Deflexão à direita
De = Deflexão à esquerda
Aplicação Prática:
Calcular a caderneta abaixo
ESTAÇÃO PONTO DIST. (m) AZIMUTE DEFLEXÃO RUMO OBS:
VISADO LIDO CALC.
A B 40,00 50º20’10”
B C 50,00 55º30’20”Dd
C D 70,00 30º10’05”De
D E 100,00 110º15’25”Dd
OBS: Quando o valor do Azimute (Azn) ultrapassar 360º, subtrair de 360º para obter o
valor do Azimute calculado.
Azn = Azimute da linha
Azn-1 = Azimute da linha anterior
An = Ângulo Azimutal
Aplicação prática:
Calcular a caderneta abaixo
ESTAÇÃO PONTO VISADO DIST. (m) AZIMUTE ÂNGULO RUMO OBS:
ESTAÇÃO ESTACA LIDO CALC. AZIMUTAL
A B 120,00 60º20’10” A=10+00
B C 150,00 230º10’00”
C D 99.05 150º05’00”
Aplicação prática:
Calcular a caderneta abaixo
ESTAÇÃO PONTO VISADO ÂNGULO HORIZONTAL DISTÂNCIA (m) OBS:
A 1 0º00’00” D1
2 L1 D2
3 L2 D3
4 L3 D4
1 360º D1
Procedimento de campo:
Medição linear da base AB;
Instalar o aparelho na extremidade A, zerar o limbo horizontal em B e visar os vértices
1, 2, registrando-se as leituras AB1 e AB2 , respectivamente;
3- Instalar o aparelho na extremidade B, zerar o limbo horizontal em A, e visar os
vértices 1 e 2, registrando-se as leituras BA1 e BA2, respectivamente.
Introdução
Os instrumentos topográficos não podem cumprir por completo suas funções se
não forem tratados e conservados com cuidado e se os métodos empregados não forem
os indicados às propriedades do instrumento. Cada instrumento é entregue da fábrica
com o manual de instruções para o uso, que de nada adiantará se ficar guardado sem
que seja consultado por seus usuários.
Conservação
Deve-se conservar o instrumento, se possível, em lugar seco e ventilado, sem pó
e sem grandes variações de temperatura.
Um instrumento que permanece muito tempo sem ser usado estará exposto ao
perigo do fungo.
Se por algum motivo, o instrumento ficar exposto à umidade, provida de sereno,
chuvisco, etc, deve-se sacá-lo de seu estojo para permitir que o ar circule em sua volta,
colocando-o em um armário arejado.
Poderá ser guardado em um armário provido de ou uma lâmpada incandescente.
Deste modo se evita o depósito de vapor d’água sobre a ótica e que haja condensação
no interior do instrumento.
Se possível utilizar no laboratório um desumificador.
Inspeção
Antes de começar cada período de trabalho de campo, deve-se examinar o
instrumento segundo as instruções para emprego, contidas no manual e ajustá-lo se for
necessário e possível. Isto também se aconselha após terminadas as tarefas de campo
em prolongadas pausas de trabalhos e depois de transportes longos, para evitar horas
de trabalho perdidas por deficiência do instrumento.
Observações:
- Tirar do armário o estojo fechado com o instrumento dentro;
- Colocar o estojo sobre o balcão;
- Abrir o estojo, analisando a maneira correta de se fazê-lo;
- Conduzir o instrumento dentro do estojo ao local de trabalho;
- Ao conduzir o instrumento no estojo dentro do ônibus, este deve estar sobre o banco
da viatura, evitando desta forma que o instrumento receba impactos fortes, pois nem
todos os instrumentos possuem estojo que proteja o equipamento de impactos.
Teodolito
É um instrumento utilizado para realizar a medição de ângulos. Em essência
consta de um disco graduado horizontal, o qual junto com a alidade permite a leitura
dos ângulos horizontais. Perpendicular ao limbo horizontal está o limbo vertical, onde
se efetuam as leituras dos ângulos verticais, e a luneta em cujo centro se processa a
intersecção dos eixos principais do teodolito. Essas partes são denominadas de
principais por fazerem parte da maioria dos teodolitos, sendo as demais partes
denominadas de acessórios, pois podem variar de equipamentos para equipamento de
acordo com o fabricante.
PARTES PRINCIPAIS
Limbos Horizontal e Vertical
São círculos graduados de metal ou cristal (vidro) de forma que se possam ler
ângulos no sentido azimutal (horário – em sua maioria), no sentido anti-horário ou nos
dois sentidos.
Os limbos verticais na maioria dos teodolitos são graduados no sistema zenital.
Cada equipamento possui o seu sistema, existindo equipamentos em que se pode
alterar o sistema de leitura, como no caso dos equipamentos digitais.
Quando se deseja observar pequenas frações dos graus, melhorando assim a
precisão angular dos instrumentos, os fabricantes usam artifícios ótico mecânico. Os
mais utilizados são o microscópio de escala e micrômetro ótico.
Microscópio de escala: nele o limbo está graduado de grau em grau, e através de uma
combinação ótica, parte do limbo é projetada junto a uma escala graduada em minutos,
logo, graças a esta combinação tem-se a leitura dos ângulos horizontais e verticais. A
imagem abaixo mostra o limbo horizontal de um Wild T1-A , cuja leitura é Hz = 5°
13’ 30”.
Micrômetro ótico: nestes teodolitos se tem o limbo graduado de grau em grau, e
através de uma combinação ótica mecânica adaptada a um parafuso de rosca fina, com
graduação de minuto em minuto, e em alguns casos de 30 em 30 segundos, obtendo-se
uma leitura mais precisa;
Combinação: em equipamento de maior precisão, os dois últimos mecanismos
estão combinados, onde primeiro obtém-se leitura grosseira, dada pela combinação do
limpo com o microscópio de escala, e o intervalo observado é ajustado através do
parafuso micrométrico onde se faz a leitura final.
Alidade
É o corpo do teodolito.
Eixos
São três os eixos principais de um teodolito:
Eixo Principal ou Vertical: coincide com a vertical local;
Eixo Secundário ou Transversal: é normal ao eixo vertical, e é o eixo sobre o
qual a luneta gira;
Eixo Ótico ou Colimação: é um eixo imaginário, pois coincide com o eixo que
passa longitudinalmente pelo centro da luneta, logo a sua posição varia conforme
os movimentos da luneta. É definido pelo cruzamento dos fios do retículo
(nivelador e colimador), que devem coincidir com o centro ótico da objetiva.
Luneta
É constituída de dois sistemas de lentes convergentes. O primeiro sistema é
destinado a dar uma imagem real de um objeto observado e denomina-se objetiva, e o
segundo sistema ótico é chamado ocular, serve de lupa em relação à imagem fornecida
pela objetiva. É na ocular que se localiza o reticulo, placa de vidro onde estão
gravados os fios nivelar e colimar, e os estadimétricos.
ACESSÓRIO
Parafusos Calantes
São dispositivos auxiliares para o nivelamento das bolhas e do limbo horizontal,
fazendo com que o eixo principal coincida com a vertical do lugar. Os teodolitos mais
comuns são os com três parafusos calantes, existindo também os com 2 e 4 parafusos
calantes;
Níveis de bolha
Servem para horizontalizar o eixo secundário, ou seja, fazer com que o eixo
principal coincida com a vertical do lugar, e o limbo horizontal fique paralelo ao plano
do horizonte. Os níveis de bolha podem ser circulares e tubulares.