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PROCESSO CIVIL – 4.

º ANO MATUTINO- FADIPA 1


MATERIAL AUTORIZADO PARA USO EXCLUSIVO DOS ALUNOS
MATRICULADOS NO ANO DE 2004
PROF.: TARCÍSIO GERMANO DE LEMOS FILHO- AUTOR DO TEXTO

RESPOSTA DO RÉU:

No dizer do Professor Calmon de Passos, “todo direito se assenta num fato. E


qualquer modificação no fato importa diversificação do direito. Por
conseguinte, em última análise, não há justiça efetiva onde o fato fundamento
do direito não foi posto com exatidão. Nesse sentido, a verdade ( do fato) é um
objetivo do processo, pois que dela depende a exata aplicação do direito”.

A partir daí, prossegue, demonstrando que “permitir-se que o fato fosse


narrado e reconstituído apenas pelo autor, sujeito interessado, seria permitir-se
que o processo se transformasse, antes de um instrumento a serviço do direito
objetivo, num meio de fraudá-lo e, conseqüentemente, de negar-lhe a vigência.
A audiência do réu, portanto, é exigência essencial do processo, sob pena de
seu desnaturamento” (Comentários do Código de Processo Civil. Rio de
Janeiro: Forense, 1989, Volume III, p. 288).

A presença do réu no processo, portanto, firma-se nos princípios da


bilateralidade e, por consequência, do contraditório e da ampla defesa. Por tais
princípios tem-se, em síntese, o processo como atividade dinâmica, que decorre
do exercício de direito público subjetivo (direito de ação), que faz atuar o
poder estatal (jurisdição), para que haja a solução das lides (sentença de
mérito), diante da incumbência que constitucionalmente lhe foi conferida.

Ocorre que o exercício do direito de ação é decorrência de um fato que


reclama a atuação concreta da lei, na medida em que tal fato consiste em lesão
ou ameaça de lesão a um direito que o autor da ação invoca. Portanto, se tal
fato é atribuído a outrem, por ação ou omissão, o processo só terá razão de ser
se as razões contrárias puderem ser apreciadas, de forma equilibrada, em
paridade de armas, por um juiz competente e imparcial, que possibilite a
reação calcada na efetiva informação e possibilidade de reação.

A resposta do réu, portanto, reside na possibilidade que lhe é conferida de


insurgir-se contra a pretensão do autor, tanto sob o aspecto material, atacando o
fato e suas respectivas conseqüências jurídicas (defesa de mérito), ou
rebatendo os meios pelos quais a pretensão é apresentada (defesa processual).
A defesa processual antecede a defesa de mérito, daí a denominação
usualmente utilizada- preliminares- embora, em regra, a sua utilização deva
dar-se na mesma peça de defesa (contestação). Ao juiz cabe verificar, de ofício,
se estão presentes as condições da ação (interesse, legitimidade, possibilidade
jurídica), os pressupostos processuais( representação, capacidade, pedido
regularmente formulado) e se a atuação jurisdicional é passível de ser invocada
naquele momento ( coisa julgada, litispendência). Da mesma forma, é
obrigação do Estado fornecer prestação jurisdicional isenta e conforme os
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direitos e garantias individuais que informam o processo (juiz investido,


imparcial e agregado à causa). Essa atribuição conta com a colaboração do réu,
pois, se o juiz não verifica, desde logo, a ausência de tais requisitos, compete
àquele invocá-los. Observe-se que o réu tem, assim como o autor, o direito de
obter o direito material em disputa, e a isso se presta a atividade jurisdicional.
Entretanto, essa busca do direito deverá estar sustentada em critérios que
informam o “devido processo legal”, garantia do cidadão enquanto freio à
atividade do Estado.
Por razão técnicas, por outro lado, a defesa do réu subdivide-se em:
I) contestação, peça escrita( art. 297), a ser oferecida no prazo de quinze
dias (que começará a correr na forma do artigo 2411), em que deduzirá
suas preliminares (artigo 301) e a toda a defesa de mérito que
tiver(artigo 300). Nessa peça, o réu poderá atacar simplesmente os fatos,
as suas conseqüências jurídicas e, por conseguinte o pedido, ou opor
novos fatos, impeditivos, extintivos ou modificativos do direito do
autor. O silêncio do réu sobre os fatos alegados pelo autor implicará o
reconhecimento da veracidade do alegado pela parte contrária (artigo
302), exceto nas hipóteses de direito indisponível, se a inicial estiver
desacompanhada de documento público que seja da substância do ato,
ou se o contexto da defesa não permitir presumir que o réu tenha
admitido a versão do autor (302, I, II e III). Posteriormente, o réu só
poderá produzir alegações previstas no artigo 303, que serão tomadas
em consideração no momento da sentença.
II) Reconvenção, pela escrita, a ser oferecida no prazo da defesa, em peça
simultânea à contestação (art. 297). Cuida-se de ação que o réu poderia
propor em face do autor, independentemente da propositura da ação
principal mas que, por guardar conexão com ela, ou com os
fundamentos da defesa, a lei permitiu, por economia processual, que
fizesse parte da resposta, para que haja o julgamento conjunto de
ambas- ação e reconvenção (art. 318). A reconvenção exige, também,
identidade das partes (§ único, artigo 315), o que não significa
litispendência por várias razões, dentre as quais: a) os pólos estão
alterados, ou seja réu é reconvinte e autor reconvindo, ou seja por ser
ação do réu, este pede e o autor oferece defesa; a conexão não exige
identidade de pedidos, contentando-se com identidade da causa de pedir
(art. 103), ou com o próprio fundamento da defesa. Não há citação
pessoal, mas intimação na pessoa do advogado do autor, que deverá
contesta-la em quinze dias (artigo 316). Por se tratar de ação que
poderia ser proposta em caráter autônomo, a desistência da ação
principal, ou a sua extinção por qualquer causa, não obsta o
prosseguimento da reconvenção (artigo 317).
1
A Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.
Quando os réus tiverem cada qual um advogado, todos os prazos serão computados em dobro (artigo 191),
benefício também concedido aos assistidos pela Lei de Assistência Judiciária (art. 5.º, §5.º)
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III) Exceções: A incompetência absoluta, por se tratar de matéria de ordem


pública, será argüida em preliminar à contestação, ou seja, na mesma
peça escrita. O oferecimento de exceções em peças autônomas, por
razões de ordem técnica, como já visto, foi relegado para peças
autônomas, através de incidentes que serão autuados em apartado,
suspendendo o processo ( art. 265, III e 306). As exceções poderão ser
de incometência (art. 112), suspeição (art. 135) e impedimento (art.
134). A) Em se tratando de incompetência relativa, posta em benefício
do réu, deverá ser argüida, sob pena de preclusão, no prazo da resposta.
O artigo 305 deve ser interpretado restritivamente, pois não terá o réu o
direito de argüir a exceção depois do prazo da resposta, em virtude da
“perpetuatio jurisdicionis” (art. 87). Seria absurdo imaginar-se que a
cada mudança de domicílio do réu, no decorrer do processo, pudesse ele
oferecer nova exceção. Alerta Arruda Alvim, entretanto, para a criação
de foros regionais ou varas distritais, com competência em razão do
valor da causa, o que poderia alterar a competência territorial no curso
do processo2, embora a existência de tais foros e varas decorram de
normas de organização judiciária, o que lhes atribuiria competência
funcional e, portanto, absoluta ( atr.91), o que dispensaria o
oferecimento de exceção.A petição deverá ser fundamentada e
devidamente instruída, indicando o excipiente o juízo que tem como
competente (art. 307). Ouvido o excepto em dez dias, o juiz decidirá em
igual prazo (art. 308), designando audiência de instrução se for
necessário (art. 309), salvo se a exceção for manifestamente
improcedente, hipótese em que será indeferida de plano (art. 310). B) as
exceções de impedimento e de suspeição têm o mesmo procedimento
(arts. 312 a 314), ou seja, dirigida a petição ao juiz da causa, poderá ser
instruída com documentos em que fundar seus argumentos e respectivo
rol de testemunhas. Se reconhecer as razões, o juiz determinará a
remessa dos autos ao seu substituto legal; caso contrário, oferecerá as
suas razões, determinando a remessa dos autos ao tribunal competente,
para que solucione o incidente, colhendo as provas que entender
necessárias. Veja-se que nessas hipóteses excepto é o juiz, não a parte
contrária. Caso o tribunal acolha a exceção, além de nomear um
substituto, condenará o juiz nas custas.

2
Manual de Direito Processual Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1997, volume 2, p. 304.

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