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FACULDADE BRASILEIRA

credenciada pela portaria/mec no 259 de 11.02.1999 – d.o.u. de 17.02.1999

curso: administração
ano / semestre: 2007/1
disciplina: direito ii
carga horÁria semestral:72h
professor: alessandra lignani de miranda starling e albuquerque
perÍodo: 3º

ementa
atos do comércio. comerciante. empresa. registro de comércio. sociedades comerciais.
obrigações e contratos comerciais. títulos de crédito. direito falimentar. sistema tributário
nacional. competência tributária. tributos. impostos federais, estaduais e municipais.
taxas. contribuições de melhoria. obrigação tributária. sujeito ativo e passivo.
solidariedade e responsabilidade tributária. constituição do crédito tributário. suspensão,
extinção e exclusão do crédito tributário. administração tributária. princípios gerais de
administração trabalhista. contrato individual de trabalho. contrato coletivo de trabalho.
negociação coletiva. organização sindical. seguridade social.

anotaÇÕes gerais referente a unidade i do plano de ensino

 direito comercial / empresarial. origem,


evoluÇÃo e caracterÍsticas.
para melhor entendimento do direito empresarial é preciso tratar de suas diretrizes
gerais, pois desde muito cedo, o comércio ocupou lugar importante no
desenvolvimento da humanidade. hoje, o fascínio do consumismo, torna possível
adquirir, praticamente, qualquer coisa, seja bem ou serviço, sem, ao menos, sair
de casa.
os grandes conglomerados econômicos se fortalecem cada vez mais. a
criatividade humana parece não ter limites. assim, pessoas físicas ou jurídicas,
vêem-se envolvidas, diariamente, em transações mercantis, de modo direto ou
indireto, que desdobram-se em várias outras relações jurídicas, sucessivas e
complementares.
e tudo avança em velocidade vertiginosa: quando ainda nem compreendemos
bem um fato ou instituto, outro já surge, exigindo nossa atenção!
as tendências mundiais de preservação da empresa se justificam pelos valores a
ela agregados: manutenção de postos de trabalho, recolhimento de tributos,
desenvolvimento de novas tecnologias, eliminação das dificuldades de acesso a
bens e serviços, o progresso que imprime ao lugar onde se instala. isso tem feito
com que a sociedade avance na adoção de meios que viabilizem a sobrevivência
das atividades empresariais, como forma de evolução social, sem dispensar os
cuidados ao meio ambiente.
como nenhum de nós, no modelo social em que estamos instalados, está imune

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ou desvinculado dos efeitos destas atividades, é inegável que o direito comercial –
hoje denominado direito empresarial– está mais inserido na vida das pessoas do
que costumamos nos dar conta.
a nossa legislação tratava do comerciante, porque adotava a teoria francesa dos
atos de comércio para caracterizar a atividade por ele disciplinada. nesta teoria
eram considerados os atos isolados do comerciante, definidos pelo ordenamento
legal (regulamento 737, de 25/11/1850, em princípio).
com o progresso da sociedade, o leque de atividades desenvolvidas pelo homem
em busca de seu sustento, para atender aos interesses do consumidor, abriu-se
tremendamente e a propensão foi a alteração da legislação, para acompanhar o
direito italiano, adotando-se a teoria da empresa, que desfoca dos atos de
comércio, para fixar-se na empresa, ou seja, no conjunto dos atos organizados e
encadeados, praticados pelo comerciante ou empresário.
o direito comercial pode ser definido como o ramo do direito privado que regula as
relações provenientes da atividade particular de produção e circulação de bens e
serviços, exercida com habitualidade e com intuito de lucro, bem como as relações
que lhes sejam conexas e derivadas, ou seja, o direito empresarial é o conjunto de
normas jurídicas disciplinadores da atividade empresarial.
para tanto, é imperioso que se tenha, como de qualquer aspecto da vida em
sociedade, uma base de conhecimento histórico sobre a atividade mercantil e
sobre os diversos institutos regulados pelo direito comercial. É esta noção
histórica que dará sentido ao que temos hoje.
e preciso saber o que é um empresário e o que esta figura tem de especial em
relação ao restante das profissões, quais os direitos e deveres que lhe são
peculiares, onde ele exerce sua atividade, qual é o conceito de empresa e de
estabelecimento comercial ou empresarial, os direitos sobre a propriedade
industrial, sobre o nome e a marca, quais os tipos de empresa que são
reconhecidas em nossa legislação, o que acontece na vida do empresário que
exerce o comércio de modo irregular ou de fato, como se dissolve uma sociedade,
quais as responsabilidades dos sócios e dirigentes do negócio, o que é uma
sociedade anônima e como é administrada, o que é um balanço, como se regula a
locação comercial, quais os princípios básicos do direito do consumidor, quais os
principais contratos mercantis, qual a função dos títulos de crédito e dos institutos
a eles referentes, como o aval, o endosso, o aceite, etc., como se operam os
negócios em bolsas, o que é uma ação cambial, o que é falência e como ela se
processa, o que é concordata e qual sua finalidade.
a palavra comércio vem do latim cumercium (cum + merx) que deu origem à
palavra mercari, que significa "comprar para vender", ou seja, o ato da mercancia.

o sentido atual da expressão comércio envolve três elementos essenciais:

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• o ato de comprar (ou produzir ou prestar serviço) para vender;

• a habitualidade na prática do ato de mercancia e

• que este ato habitual tenha o intuito de lucro.

no início, o comércio não tinha sentido econômico, não visava lucro. trocava-se
produto por produto. hoje, a atividade comercial não abrange só os atos originários
de intermediação, como veremos adiante.
conceito de comércio: no sentido econômico, é a atividade humana, de caráter
especulativo, que consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando
disponíveis bens e serviços; no sentido jurídico, é o complexo de operações
efetuadas entre produtor e consumidor, exercidas de forma habitual, visando o
lucro, com o propósito de realizar, promover ou facilitar a circulação de produtos
da natureza e da indústria.
as primeiras manifestações de uma legislação comercial datam de 1850 e 1750 a.
c., com o código de manu, na Índia, e o código de hamurabi, na babilônia. nos
séculos xvi e xv a. c., os fenícios eram os responsáveis pela intermediação de
produtos entre a Ásia e o mediterrâneo, onde estavam os gregos. em razão desse
comércio, surgem as normas costumeiras marítimas de índole internacional.
temos remanescentes até hoje destas regras, em nosso código comercial (art.
621, 764 e 769 - rateio de prejuízos; art. 633 - seguro - empréstimo de risco).
no século xviii, após a grande expansão territorial do período colonialista, dos
grandes descobrimentos e navegações, as corporações são abolidas e é
estabelecido o liberalismo no trabalho e no comércio. com isso, as regras que
instruíam o direito comercial se focam nos atos de comércio, para se estenderem
a todos os que praticassem os referidos atos, independentemente da profissão. É
o período objetivo dos atos de comércio (teoria dos atos de comércio), no qual
floresceram legislações importantes, como o código comercial da frança (1807).
modernamente, as regras do direito comercial tem por base o exercício
profissional e organizado de uma atividade econômica, exceto a intelectual e as de
extração, o que ocorre sempre em uma empresa, por isso este período se
denomina período subjetivo da empresa(teoria da empresa).
empresa, segundo o dicionário aurélio, é a organização econômica destinada à
produção ou venda de mercadoria ou serviços, tendo como objetivo o lucro. por
isso, teoria da empresa para delimitar as regras do direito comercial.
no brasil, o comércio existe, praticamente, desde seu descobrimento. com a vinda
da família real para o brasil, em 1808, houve a abertura dos portos brasileiros às
nações amigas, através da carta régia, dando origem às primeiras normas
nacionais de disciplinação do comércio. foram usadas até 1850 as legislações
portuguesas (ordenações filipinas, 1603).
com a promulgação do código comercial em 1850, o brasil passou a ter seu
diploma legal especial para a matéria. note-se que a importância da atividade

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econômica tem sido tão grande através dos tempos, que o brasil teve um código
comercial muito antes de ter seu código civil (1916). por isso, muitas questões
civis estavam nele reguladas, como o mandato, a locação, a fiança, a hipoteca, o
modo de extinção das obrigações através do pagamento, da novação e da
compensação.
a partir da década de trinta, inicia-se, com a era vargas, uma maior intervenção
estatal na atividade comercial. quadro que, agora, está tentando ser revertido com
as privatizações, mantendo-se, no entanto, a presença do estado para garantir a
ordem econômica (cf/88, artigos 170 a 181).
o comércio no sentido jurídico não é mais considerado de modo estrito, ou seja, o
ato de intermediar a compra e venda, entre produtor e consumidor, atacado e
varejo.
o direito comercial/empresarial não se restringe a regular a profissão de
comerciante e os atos de comércio, a atividade comercial pura. ele se amplia para
tratar de toda atividade empresarial, abrangendo também a indústria, os
transportes, os seguros, os bancos, as bolsas de valores.
assim, interessam diretamente ao direito comercial o comércio interno e exterior,
as importações e exportações, o comércio de coisas corpóreas e incorpóreas, de
serviços, de riscos, a circulação de produtos, por via aérea, rodoviária, ferroviária,
de cabotagem, marítima, o comércio fixo e o ambulante, as atividades de
produção e transformação de bens, em geral. ficam de fora as atividades do setor
extrativo (mineração, agricultura, pecuária), desde que não exploradas por
pessoas jurídicas, e as atividades intelectuais, exercidas por profissionais liberais.
por esse alargamento na matéria regulada pelo direito comercial é que se utiliza
hoje a terminologia direito empresarial, conforme a teoria da empresa.
o direito empresarial pode ser conceituado em nossos tempos como o conjunto
de regras que disciplinam a atividade dos empresários e das sociedades
empresariais e os atos de comércio, mesmo quando praticados por não-
empresários.
e o método utilizado pelo direito comercial é o indutivo, ou seja, aquele que
observa as partes para construir o todo. suas características são:
a) cosmopolitismo: é um ramo do direito marcadamente internacional;
b) dinamismo: é um ramo em rápida evolução;
c) onerosidade: a atividade mercantil envolve, via de regra, atos não gratuitos;
d) simplicidade: busca formas menos rígidas do que o direito civil;
e) fragmentarismo: não forma um sistema jurídico completo;
f) presunção de solidariedade: visa à garantia do crédito.

tais características demonstram bem a autonomia desse ramo do direito privado


em relação ao direito civil.

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 empresÁrio e sua caracterizaÇÃo. teoria da empresa. auxiliares do
comÉrcio.
estabelecimento comercial. ponto comercial

podemos destacar alguns conceitos gerais para o direito empresarial:


• conceito de direito comercial: é o conjunto de normas jurídicas que
disciplinam as atividades das empresas e dos empresários comerciais, bem
como os atos considerados comerciais, ainda que não diretamente
relacionados às atividades das empresas.
• com o advento do novo código civil, direito empresarial: é o conjunto de
normas jurídicas disciplinadores da atividade empresarial.

fontes do direito comercial: chamam-se fontes do direito os diversos modos pelos


quais se estabelecem as regras jurídicas; as fontes do direito comercial, dividem-
se em fontes primárias ou diretas e subsidiárias ou indiretas.

fontes primárias: são as leis comerciais; no direito comercial brasileiro, são fontes
primárias o código comercial e as leis que lhe seguiram.
fontes subsidiárias: são fontes subsidiárias, a lei civil, os usos e costumes, a
jurisprudência, a analogia e os princípios gerais de direito; na falta de norma
específica de direito comercial, deve-se recorrer a essas fontes, obedecendo-se,
naturalmente, à ordem de sua enumeração.

• ato de comércio: era aquele praticado pelos comerciantes, relativo ao


exercício de sua atividade, e aquele considerado como tal pela lei, em cada
ordenamento jurídico, baseado na teoria francesa, hoje ultrapassada pela
teoria italiana que se fundamenta na teoria da empresa.

a teoria da empresa já estava sendo aplicada no direito brasileiro com base na


doutrina e jurisprudência e foi a partir do ncc ( novo código civil) que está teoria foi
realmente estabelecida no ordenamento jurídico vigente.

• sendo a teoria da empresa, a atividade economicamente organizada para


produção ou circulação de bens e serviços.

• comerciante: é toda pessoa capaz que pratica, profissionalmente, atos de


intermediação ou prestação de serviços, com intuito de lucro; o comerciante
deve ter capacidade civil, isto é, deve poder dispor livremente de sua
pessoa e de seus bens; deve ser intermediário, isto é, situar-se entre o
produtor e o consumidor; deve ter a intenção de lucrar; deve exercer sua
atividade de forma não esporádica, isto é, habitual e profissionalmente; e
deve atuar no próprio nome e por conta própria.

• a partir do código civil/2002, mudou-se o conceito do antigo comerciante

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para empresário: considerando quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de
serviços. ( art. 966).

art. 966. considera-se empresário quem exerce profissionalmente


atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços.
parágrafo único. não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa.

uma das mais importantes alterações do novo código, que por sua vez
merece ser destacada, seria a adoção pelo legislador, de modo expresso,
conforme dispõe o artigo 966, da teoria da empresa, como resultado da
consolidação jurisprudencial promovida pelos tribunais. a teoria dos atos do
comércio, de difícil constatação frente à sua subjetividade, cede lugar àquela.

segundo a teoria da empresa “ considera-se empresário quem exerce


profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação
de bens ou serviços” ( art. 966cc)

o empresário pode ser pessoa física ( empresário individual) ou jurídica


( sociedade empresária) ; em ambos os casos são requisitos:

a) profissional: o empresário deve exercer sua atividade de forma habitual,


não esporádica;
b) atividade: o empresário exerce uma atividade, que é a própria empresa;
c) econômica: a busca do lucro na exploração da empresa;
d) organizada: segundo fábio ulhoa coelho, os fatores presentes na empresa
são: o capital, a mão-de-obra, os insumos e a tecnologia;
e) produção: a fabricação de mercadorias ou a prestação de serviços;
f) circulação: a intermediação de mercadorias ou de serviços

dessa forma, a prestação de serviços passa a fazer parte do universo do direito


comercial, sob sua égide, ao lado das atividades de produção e circulação de
bens.

não obstante tal reconhecimento pela nova legislação, outros diplomas


legais ainda divergem no que tange à questão. por exemplo, a lei das falências,
não reconhece a extensão promovida, haja vista somente o comerciante poder
valer-se da mesma.

o estabelecimento empresarial é o complexo de bens reunidos pelo


empresário para o desenvolvimento de sua atividade.(art. 1142)

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É obrigatória a inscrição do empresário no registro público e empresas mercantis
da respectiva sede, antes do início da atividade ( art. 967/968)

destaca-se que a inscrição no registro de empresas não é requisito para a


caracterização de comerciante.

registro do comércio: equivale ao registro civil para as pessoas naturais; é o


documento público, lavrado na junta comercial, possibilitando a consulta, por parte
de qualquer pessoa, dos documentos sobre a vida da empresa; consiste em várias
entradas, desde a matrícula até o cancelamento do registro; nele devem também
ser arquivados os documentos de interesse do comércio e do comerciante, as
alterações no contrato social, o assentamento de usos e costumes mercantis, etc.

o comerciante sem registro é o comerciante irregular. o registro na junta comercial


será necessário para que este receba a proteção e certos privilégios conferidos.

condições para ser empresário:


a) maiores de 18 anos, no gozo de seus direitos civicis;
b) maiores de 16 e menores de 18 anos, desde que emancipados.

podem exercer atividade de empresário todas as pessoas que estiverem em pleno


gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. ( art.972)
obs: a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida aos dezoito anos
completos, quando começa a maioridade, mas a incapacidade cessa para os
menores nos casos previstos do (art.5º parágrafo único) que trata da
emancipação.

art. 5o a menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a


pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
parágrafo único. cessará, para os menores, a incapacidade:
i - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público, independentemente de homologação
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
ii - pelo casamento;
iii - pelo exercício de emprego público efetivo;
iv - pela colação de grau em curso de ensino superior;
v - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria.

pessoas proibidas de comerciar:


em determinadas hipóteses o direito obstaculiza o acesso ao exercício da
empresa a determinada pessoas que, a princípio, eram capazes para tal. os

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proibidos de comerciar são plenamente capazes para a prática dos atos
empresarias, mas a lei entendeu por bem impedi-los de exercê-los.
as hipóteses de proibição para exercer a atividade empresarial encontram-se
espalhadas no ordenamento jurídico. a prática de alguns crimes vedam o acesso a
atividade empresarial, tornando o indivíduo proibido de exercer atividade
empresarial.

dentre eles podemos citar:


a)funcionários públicos federal civil; em relação ao funcionário estadual e
municipal observar respectivas legislações.
b)militares da ativa;
c)magistrados; membros do mp
d)corretores e leiloeiros;
e)cônsules renumerados;
f)médicos (para o exercício simultâneo da medicina e farmácia, laboratório
farmacêutico ou drograria);
g)os falidos, enquanto não for legalmente reabilitado.
h)os estrangeiros residentes fora do brasil; a proibição legal atinge somente o
exercício individual do comércio, tendo caráter pessoal; podem participar de
empresas, na qualidade de acionistas, cotistas ou sócios comanditários; da
mesma forma,
i) brasileiro domiciliado e residente no exterior
j) brasileiro naturalizado há menos de 10 anos em empresas jornalística e de
radiofusão sonora ( mp nº 70 de 01/10/02)
i)o cônjuge daquele proibido de comerciar poderá exercer o comércio, exceto se a
finalidade for a burla à lei, os cônjuges não podem ser sócios entre si, ou com
terceiros aqueles casados em regime de comunhão universal de bens ou
separação obrigatória.
j) o chefe do poder executivo, federal, estadual ou municipal.

- É importante observar que a proibição limita ao exercício individual do comércio,


não se estendendo à participação em sociedade como acionista, quotista ou
comanditário.

• são obrigações do comerciante: entre as obrigações da legislação


comercial contam-se as relativas à identificação através do nome comercial,
ao registro regular da firma individual ou do contrato do estatuto social, à
abertura dos livros necessários e à sua escrituração uniforme e contínua,
ao registro obrigatório de documentos, à conservação em boa guarda de
escrituração, etc.

podemos destacar as seguintes obrigações dos empresários, em níveis federal,


estadual e municipal o empresário deve:

a) registrar-se na junta comercial;


b) manter escrituração regular de seus negócios;

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c) levantar demonstrações contábeis periódicas.

• nome comercial: É a identificação do sujeito para o exercício da empresa


( art. 1155 c.c. ). não se confunde com a marca, pois esta representa um
sinal de identificação perante o público consumidor de seus produtos e
serviços.
• divide-se em duas espécies: firma ou razão comercial e denominação; a
firma é o nome comercial formado do nome patronímico ou de parte desse
nome de um comerciante ou de um ou mais sócios de sociedade comercial,
acrescido ou não, quando se trata de sociedade, das palavras e
companhia; as sociedades comerciais poderão usar firma ou denominação,
segundo o tipo de sociedade.

 utilização do nome “firma”: na pessoa jurídica, a firma deve ser


formada pelo nome dos sócios, exceto na sociedade de
responsabilidade limitada, em que não é obrigatório constar o nome
de todos, podendo ser utilizados somente alguns, ou só um,
seguidos da expressão “& cia”; as sociedades, em que alguns ou
todos os sócios respondem subsidiaramente, devem utilizar a forma
ou a razão social, exceto a sociedade de responsabilidade limitada,
que pode usar tanto a firma quanto a denominação.
firma individual: É a própria assinatura do empresário individual,
tendo por base o nome civil ( ex: joão silva comércio de doces)
firma coletiva ou razão social: firma-se pelo nome dos sócios da
sociedade ( ex: silva, peixoto e cia. comércio de doces)

 utilização da “denominação”: pode ser composta pela indicação do


objeto social ou por um nome de fantasia, não incluindo o nome dos
sócios, exceto no caso de sociedade anônima, se se tratar do
fundador ou de quem contribui para o benefício da empresa; a
denominação é utilizada pelas sociedades anônimas e por
sociedades cooperativas.
identifica as sociedades limitadas e as socieadades por ações. É
constituída por nome fantasia, devendo designar o objeto da
sociedade.

livros comerciais: dividem-se em comuns e especiais, bem como em obrigatórios e


facultativos; os comuns são os referentes ao comércio em geral, e os especiais,
são os que devem ser adotados só por certos tipos de empresas; os livros comuns
obrigatórios são o diário, o registro de duplicatas, se houver vendas com prazo
superior a 30 dias, o registro de compras (entrada de mercadorias) e o registro de
inventário

• agentes auxiliares do comércio: são os subordinados ou dependentes,


como os comerciários, industriários, bancários, etc; não são comerciantes,
pois agem em nome e por conta de terceiros; e os autônomos ou

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independentes, como os corretores, leiloeiros, comissários, despachantes
de alfândega, empresários de transporte e de armazéns gerais e os
representantes ou agentes comerciais; são considerados comerciantes e se
sujeitam às regras do direito comercial.

• estabelecimento comercial (fundo de comércio): é o conjunto de bens


operados pelo comerciante; tem a natureza jurídica de uma universalidade
de fato, sendo objeto e não sujeito de direitos; compõe-se de coisas
corpóreas (balcões, máquinas, imóveis, instalações, etc.) e incorpóreas
(ponto, nome comercial, os contratos, etc.), É o complexo de bens reunidos
pelo empresário para o desenvolvimento de sua atividade ( art. 1142)

art. 1.142. considera-se estabelecimento todo complexo de bens


organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por
sociedade empresária.

• ponto comercial: é o espaço físico onde o empresário se estabelece,


constituindo um dos elementos incorpóreos do estabelecimento comercial.
em virtude dos investimentos pelo empresário despendidos para sua
organização, o ponto gozará de proteção decoorrente da lei do inquilinato
( lei 8.245/91)

É o bem incorpóreo do fundo de comércio, é o local onde o empresário


estabelece fisicamente sua empresa, ou seja, é o local específico onde se
encontra o empresário. local onde sua clientela sabe que irá encontrá-lo. a lei
de luvas de 1934 incluiu no ordenamento jurídico nacional o direito a
renovação compulsória da locação como mecanismo de proteção do ponto
comercial localizado em imóveis locados.

garantias legais à propriedade comercial - locação: o locatário comerciante ou


industrial, pode pedir judicialmente a renovação do contrato de aluguel referente
ao local onde se situa o seu fundo de comércio, sendo que a ação renovatória
garante ao proprietário o direito de renovar o contrato de locação empresarial,
mesmo contra a vontade do locador, desde que presente alguns requisitos:
a) contrato anterior por escrito e por tempo determinado ( art. 51, i)
b) contrato anterior, ou soma do prazo de contratos anteriores de 5 anos
ininterruptos( art. 51,ii)
c) o locatário deve estar na exploração do seu comércio ou indústria, no mesmo
ramo, pelo prazo ininterrupto de 3 anos; preenchidas as condições tem o locatário
o direito de pedir a renovação do aluguel, através de ação renovatória, e terá
preferência em igualdade de condições, sobre eventual proposta de terceiro; a
ação deve ser proposta nos primeiros 6 meses do último ano de contrato, nem
antes, nem depois.( art. 51,iii)
existem algumas exceções que dão direito a retomada do imóvel, ou seja, casos
que permitem ao locador a retomada ainda que atendidos todos os requisitos
acima, nas seguintes situações:

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a) obras determinadas pelo poder público (art. 52,i)
b) reforma que valorize o imóvel ( art. 52, i)
c) uso próprio ( art. 52,ii)

freguesia: é um conjunto de pessoas que adquire produtos ou serviços de


determinado estabelecimento, por razões subjetivas de conveniência, tais como:
localização, vizinhança, horário de funcionamento.
clientela: é o conjunto de pessoas que adquire produtos ou serviços de
determinado estabelecimento, por razões subjetivas da qualidade da empresa ou
de seu titular, tais como: atendimento personalizado, produtos exclusivos.
aviamento: é a capacidade de a empresa produzir lucros, em virtude de sua
organização, aparelhamento, freguesia ou clientela, crédito, reputação e
caracteristicas específicas; é bem incorpóreo que pertence ao estabelecimento.

destaca-se a organização racional oferecida pelo empresÁrio, que


acrescenta a esse conjunto de bens um sobrevalor, o aviamento.

alguns pontos importantes devem ser destacados quando se fala da alienação


do estabelecimento empresarial, contrato de trespasse.

são eles:
alienação do estabelecimento comercial como ato de falência;
a alienação do estabelecimento empresarial sem que o alienante fique com
bens suficientes para saldar suas dívidas junto aos seus credores é ato de falência
(art. 2o., inciso v, da lei de falência).
uma atitude do alienante poderá evitar a caracterização da falência, a saber,
pedir a anuência de todos os seus credores por escrito. poderá o credor expressar
sua concordância por escrito ou tacitamente (se caracterizada a inércia do credor
nos 30 dias seguintes à notificação haverá anuência tácita).
se não for pedida a anuência dos credores e se o alienante não ficar com bens
suficientes para pagá-los, decretada a falência, a venda do estabelecimento torna-
se ineficaz, retornando ao patrimônio do alienante, integrando a massa falida.
esta conseqüência é extremamente prejudicial ao adquirente que deverá
acautelar-se exigindo a anuência dos credores.

o contrato de alienação deve ser averbado no registro público de empresas


e publicado na imprensa oficial para que produza efeitos perante terceiros.
(art. 1144 ncc/2002).

art. 1146- o adquirente responde pelos débitos anteriores à transferência do


estabelecimento, desde que regularmente contabilizados, continuando o
devedor solidariamente obrigado pelo prazo de 1 ano a partir, quanto aos
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
exceções importantes:

• débitos trabalhistas - independente de previsão contratual, o adquirente é

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sucessor do alienante em relação às suas obrigações trabalhistas e fiscais
ligadas ao estabelecimento.
estabelece o art. 448 da clt que as mudanças na propriedade da empresa
não afetam os contratos de trabalho. o empregado terá a opção de demandar
contra o alienante ou contra o adquirente do estabelecimento. as obrigações
estabelecidas no contrato de trespasse são válidas apenas entre as partes, não
tendo validade perante o empregado e a justiça do trabalho.
• débitos tributários – são regras estabelecidas pelo art. 133 do código
tributário nacional:
- se o alienante deixar de explorar qualquer atividade econômica nos seis meses
seguintes a alienação e se o adquirente continuar a explorar a mesma atividade, a
responsabilidade do adquirente é direta. o fisco pode cobrar do adquirente todas
as dívidas tributários de alienante relacionadas ao estabelecimento;
- se o alienante continua a explorar qualquer atividade econômica nos seis meses
seguintes a alienação e se o adquirente continuar a explorar a mesma atividade, a
responsabilidade do adquirente é subsidiária. a responsabilidade do adquirentes
somente emergirá quando ficar caracterizada a falência ou insolvência do
alienante.
obs. a sucessão tributária somente se caracteriza se o adquirente continuar
explorando, no local, idêntica atividade econômica do alienante. se alterar o ramo
de atividade do estabelecimento , não responde mais pelas dívidas fiscais do
alienante.

• entendimento dos comercialistas.

cláusula de não-restabelecimento.
a proibição do alienante não se restabelecer, a fim de evitar concorrência ao
adquirente, é prevista no art. 1147 do código civil.
o código estabelece que o tempo de impedimento é de 5 anos subsequentes à
transferência.
outro ponto de destaque no novo código é a dispensa da necessidade da
outorga uxória ou outorga conjugal, no caso de alienação ou oneração dos
imóveis que integram o patrimônio da empresa, qualquer que seja o regime de
bens do casamento.
a adoção da teoria “ultra vires” também se configura como uma importante
alteração promovida pelo legislador. se antes as empresas respondiam perante
terceiros por atos praticados por seus administradores com excesso de poderes, a
partir da vigência do novo código não mais o farão, desde que preenchidas certas
formalidades que dêem publicidade às formas de administração da sociedade e
limitação de poderes, restando tão somente ao terceiro prejudicado acionar o
responsável pelo ato.
por fim, vale ressaltar a ampla proteção confeccionada aos quotistas
minoritários no que tange às suas quotas e direitos inerentes à sociedade, tais
como o direito de retirada e o direito de eleição de membro do conselho fiscal.

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 registro de empresa e escrituraÇÃo dos livros.

registro de empresa: o registro de empresas é regulado pela lei 8.934/94 –


sistema nacional de registro de empresas mercantis, composto pelo departamento
nacional de registro do comércio ( dnrc) e pelas juntas comerciais.
o dnrc integra o ministério do desenvolvimento, indústria e comércio exterior, cuja
finalidade consiste em supervisionar, orientar, normatizar, coordenar e fixar
diretrizes básicas para a prática de atos registrários a cargo da junta comercial.

equivale ao registro civil para as pessoas naturais; é o documento público, lavrado


na junta comercial, possibilitando a consulta, por parte de qualquer pessoa, dos
documentos sobre a vida da empresa; consiste em várias entradas, desde a
matrícula até o cancelamento do registro; nele devem também ser arquivados os
documentos de interesse do comércio e do comerciante, as alterações no contrato
social, o assentamento de usos e costumes mercantis, etc.

o comerciante sem registro é o comerciante irregular. o registro na junta comercial


será necessário para que este receba a proteção e certos privilégios conferidos.

a junta comercial é o órgão oficial encarregado da execução e administração dos


serviços de registro.

atos de registro:
a) matrícula e seu cancelamento: compreende os leiloeiros, tradutores
públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de
armazéns.
b) arquivamento: refere-se à constituição, alteração, dissolução e extinção das
socieadades empresárias, cooperativas, firmas individuais, atos relativos a
consórcio e grupo de sociedade anônima, sociedades estrangeiras,
microempresas e demais documentos de interesse do empresário ou da
sociedade empresária.
c) autenticação: relaciona-se aos instrumentos de escrituração, dentre eles os
livros contábeis, balanços, demonstrações financeiras, etc.

escrituração dos livros:


o empresário e a sociedade empresária deverão adotar um sistema de
contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus
livros, de acordo com a documentação respectiva, devendo levantar anualmente o
balanço patrimonial e o de resultado ( art. 1179 cc)

dividem-se em comuns e especiais, bem como em obrigatórios e facultativos; os


comuns são os referentes ao comércio em geral, e os especiais, são os que
devem ser adotados só por certos tipos de empresas; os livros comuns
obrigatórios são o diário, o registro de duplicatas, se houver vendas com prazo
superior a 30 dias, o registro de compras (entrada de mercadorias) e o registro de
inventário .
diante do exposto, destacamos os livros comuns obrigatórios:

13
a) diário;
b) registro de duplicatas ( se houver vendas com prazo superior a 30 dias)
c) registro de compras ( pode ser substituído pelo registro de entrada de
mercadorias)
d) registro de inventário

o pequeno empresário está dispensado de manter escrituração comercial


( lei 8864/94 e lei 9.317/96) ,valendo-se do livro-caixa e do inventários.
anotaÇÕes direito comercial ii – referente as unidades i, ii, iii, iv e v

 a classificaÇÃo e os tipos societÁrios

características gerais: constitui-se por contrato, entre duas ou mais pessoas;


nasce com o registro do contrato ou do estatuto no registro do comércio, a cargo
das juntas comerciais; tem por nome uma firma ou uma denominação; extingue-se
pela dissolução, por expirado o prazo de duração ajustado, por iniciativa dos
sócios, etc.; é uma pessoa (jurídica), com personalidade distinta das pessoas dos
sócios; tem vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios; é representada por
quem o contrato ou estatuto designar; quem comercia é a sociedade e não os
sócios; o patrimônio é da sociedade e não dos sócios; responde ilimitadamente
pelo seu passivo; pode modificar sua estrutura, por alteração no quadro social ou
por mudança de tipo, etc.

art. 981. celebram contrato de sociedade as pessoas que


reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para
o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados.
parágrafo único. a atividade pode restringir-se à realização de um ou
mais negócios determinados.

• as novas formas societárias:


as sociedades são classificadas como simples ou empresárias ( art. 982 cc)
as sociedades empresárias têm por objeto o exercício da empresa; as
sociedades simples exercem uma atividade econômica ou não, porém não
organizada.
as sociedades empresárias adquirem personalidade jurídica com o registro de
seus atos constitutivos na junta comercial; as sociedades simples, por sua vez,
quando dão inscrição no cartório de registro civil de pessoas jurídicas de sua
sede.

 sociedade não personificadas:


sociedade comum – são aquelas que não tem contrato social
registrado no órgão competente
sociedade em conta de participação (c/p)

14
as sociedades não personificadas se subdividem em “sociedades em
comum” e “sociedades em conta de participação”.

as sociedades empresárias só adquirem personalidade jurídica com o


efetivo registro dos atos constitutivos no registro de empresas competente.
enquanto referido registro não for levado a efeito, as sociedades, antes
denominadas “irregulares”, deverão reger-se pelo disposto nos artigos 986 a 990
do código civil e, subsidiariamente, no que forem compatíveis, com as normas das
sociedades simples (arts. 997 a 1.038).

 sociedades em comum (de fato e sociedades irregulares)


 são aquelas sociedades cujos atos constitutivos não estão inscritos
nos órgãos de registro de empresas ou cartório de registro civil.
 correspondem às sociedades irregulares ( tem contrato social, que
não está registrado) e às de fato ( não tem contrato social)
 os sócios respondem solidária e ilimitadamente pela totalidade das
obrigações perante terceiros.

sociedades de fato: são aquelas que funcionam exercitando atividades


comerciais, sem, contudo, haver-se organizado segundo os dispositivos legais,
não arquivando os seus atos constitutivos, se houver; elas podem usar de um
nome social, ter um domicílio certo, dar um título ao seu estabelecimento; contudo,
não possuem personalidade jurídica; as sociedades de fato, exercitando atos de
comércio, são comerciais, sujeitam-se, inclusive, à falência; seus sócios
respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais; essa responsabilidade é
solidária (304); a sociedade não poderá obter concordata; é representada em juízo
por aquele qua administra os bens.

sociedade irregular: é a sociedade, que, inicialmente constituída de forma legal,


inclusive arquivando seus atos constitutivos no registro do comércio, passa a
funcionar com violação a algum dispositivo de lei; a partir do momento em que a
sociedade passa a ser irregular, passam os sócios a ser ilimitadamente
responsáveis pelas obrigações societárias.

direitos de terceiros em relação as sociedades de fato: os terceiros que


transacionam com as sociedades de fato podem intentar ação contra a sociedade
utilizando-se de quaisquer meios de provas para justificar a sua existência, ou
podem também agir contra os sócios isoladamente, os quais respondem de forma
ilimitada e solidária.
relação entre os sócios: a sociedade de fato faz uma comunhão de interesses
entre os sócios; esses terão o direito de partilhar do acervo social, quando da
extinção da sociedade, de acordo com o pactuado entre si; em relação aos
terceiros, os sócios são solidariamente responsáveis, de forma ilimitada, pela
obrigações sociais.

as sociedades em comum apresentam 2 especificidades principais, quais sejam:

15
(a) os sócios só podem provar sua existência por documento escrito, enquanto
que terceiros poderão prová-la por quaisquer meios (art. 987); e
(b) responsabilidade ilimitada e solidária pelas obrigações sociais, sendo que
os bens e dívidas sociais constituem patrimônio de propriedade de todos os
sócios.

 sociedade em conta de participaÇÃo


( arts. 991 a 996 cc)
 sociedade despersonificada e sem registro na junta comercial
( art.992 e 993 cc)
 sócios:
sócio ostensivo – assume as obrigações em seu nome.
sócio participante – responde perante o sócio ostensivo pactuado, não
mantém relação jurídica com terceiros.
 É uma sociedade interna
ex: negócios momentâneos de importação, ou quaisquer outros
negócios que envolvam aplicação imediata de expressivos capitais.

conceito: existe, quando duas ou mais pessoas, sendo ao menos uma empresário,
se reúnem para a realização de uma ou mais operações comerciais, sendo essas
operações feitas em nome e sob responsabilidade de um ou alguns sócios
empresários; é uma espécie de sociedade, constituída mediante contrato
particular entre os sócios, não tendo validade perante terceiros; não tem
personalidade jurídica própria, nome, capital, estabelecimento, contrato social
registrado.
natureza a características: por sua natureza, é oculta, é uma sociedade interna,
existindo apenas entre os sócios; perante os terceiros, aparece somente o sócio
empresário, chamado sócio ostensivo ou gerente, que realiza a operação ou as
operações, em seu próprio nome, assumindo, assim, pessoalmente, a
responsabilidade dos compromissos sociais; não possui livros comerciais próprios.
constituição: dado o seu caráter especial, de existir apenas entre os sócios, não
está sujeita às formalidades exigidas para as demais sociedades comerciais, ou
seja, a ter um contrato escrito, arquivado no registro do comércio.
sócios: existem 2 tipos de sócios, os ostensivos e os participantes; os primeiros
devem, obrigatoriamente, ser empresários e assumem, perante terceiros,
responsabilidade ilimitada; os segundos, podem ou não ser empresários, não
assumindo obrigações para com terceiros e sim para com o sócio ostensivo ou
gerente e possuem a sua responsabilidade limitada apenas à importância posta à
disposição dos gerentes para a realização da ou das transações comerciais.
gerência: será sempre exercida pelo sócio ostensivo, que agirá em seu nome
próprio.

 sociedades personificadas:

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sociedade simples e sociedades empresárias

• sociedade simples: novo tipo de sociedade criado pelo código civil em


substituição ao tradicional modelo de sociedade civil, não pode exercer
qualquer atividade econômica organizada para produção e circulação de
bens e serviços e o seu objeto é restrito às atividades profissionais de
natureza científica, literária e artística. ( art. 966, parágrafo único)
ex: sociedade de advogados, contadores,consultores, etc.
a sociedade simples será constituída mediante contrato por escrito,
particular ou público, devendo conter, além das cláusulas livremente
pactuadas entre os sócios o seguinte:
a) nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se
pessoas físicas; firma ou denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se pessoas jurídicas.
b) denominação, objeto social, sede e prazo de duração da sociedade;
c) capital social em moeda corrente;
d) a quota-parte de cada sócio no capital social e sua forma de
integralização;
e) as prestações de cada sócio no capital social, cuja contribuição refira-se
a serviços;
f) a administração da sociedade e os poderes e atribuições de cada sócio;
g) a participação de cada sócio nos lucros e perdas;
h) forma de responsabilidade dos sócios ( subsidiária ou não)

• sociedade empresária: chama-se sociedade empresária a entidade


resultante de um acordo de duas ou mais pessoas, que se comprometem a
reunir capitais e trabalho para a realização de operações com o fim
lucrativo; é o contrato pelo qual duas ou mais pessoas convencionam em
por alguma coisa em comum, para o exercício de atividade comercial lícita,
visando à maximização de seus lucros, com responsabilidades definidas
em caso de perdas. ( art. 981 e seguintes ncc/2002), isto é, pessoa jurídica
de direito privado não-estatal, que explora empresarialmente seu objeto
social ou a forma de sociedade por ações.
ex: comércio, indústria e prestadores de serviços como conservação e
limpeza, segurança, etc.
a sociedade empresária, como já mencionado, é a pessoa jurídica que
explora a empresa, isto é, uma atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou de serviços. pode ser classificada
quanto a responsabilidade dos sócios; quanto a forma de constituição e
dissolução.

a distinção entre sociedade simples e empresária não reside, no intuito lucrativo.


embora seja a essência de qualquer sociedade empresária a persecução de
lucros, mas este critério seria insuficiente, pois existem sociedades não
empresárias com escopo de lucrativiidade ( sociedade de advogados)
o critério utilizado de identificação se uma sociedade é simples ou empresária

17
será o modo de explorar seu objeto. o objeto social explorado sem
empresarialidade, isto é, sem profissionalmente organizar os fatores de produção,
confere à sociedade o caráter de simples, enquanto a exploração empresarial do
objeto social caracterizará a sociedade como empresária. ( exceto s.a. que será
sempre empresária, mesmo não tendo seu objeto explorado e as cooperativas
serão sempre sociedade simples.

 são sociedades empresárias:


sociedade em nome coletivo ( s/n), ( em desuso)
sociedade em comandita simples ( c/s), ( em desuso)
sociedade em comandita por ações ( c/a), ( em desuso)
sociedade limitada (ltda) e
sociedade anônima ou companhia ( s/a)
obs: após o cc/2002 deixa de existir a sociedade capital e indústria.

art. 982. salvo as exceções expressas, considera-se empresária a


sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
parágrafo único. independentemente de seu objeto, considera-se
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

• personalização da sociedade empresária ( art. 985 ncc)


a pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõem. este
princípio, de suma importância para o regime dos entes morais, também se
aplica à sociedade empresária. tem ela personalidade jurídica distinta da de
seus sócios.

• conseqüências da personalização:
a) titularidade negocial – quando a sociedade empresária realiza negócios
jurídicos, compra matéria-prima, celebra contrato de trabalho, aceita uma
duplicata, embora ela faça necessariamente pelas mãos de seu representante
(“ presentante legal” para pontes de miranda), é ela sujeito de direito, que
assume um dos pólos da relação negocial e não o eventual sócio que a
representou.
b) titularidade processual – a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada
, tem capacidade para ser parte processual.
c) responsabilidade patrimonial – em conseqüência, ainda, se sua
personalização, a sociedade terá patrimônio próprio, seu, inconfundível e
incomunicável com o patrimônio individual de cada sócio. os sócios em regra,
não responderão pelo patrimônio da sociedade

• obrigações dos sócios: ao participar de uma sociedade comercial o sócio


assume a obrigação fundamental de concorrer para o capital social, seja
com dinheiro, bens ou títulos de crédito;
É aplicável a todas as espécies de sociedade, o princípio, ao estipular que,

18
é da essência das companhias e sociedades comerciais que o objeto e fim
que se propõem seja lícito, e que cada um dos sócios contribua para o seu
capital com alguma quota, ou esta consista em dinheiro ou em efeitos a
qualquer sorte de bens, ou em trabalho.

affectio societatis: é o elemento subjetivo, intencional, que denota a vontade, por


parte do sócio, de união e aceitação das normas de constituição e funcionamento
da sociedade.

• quanto a forma de constituição e dissolução:


a) contratual: sociedade constituída e regulamentada a partir de um
contrato social ( ex: sociedades em nome coletivo, em comandita
simples e limitada);
b) institucional: regulamentada a partir de um estatuto social ( ex:
sociedades em comandita por ações e anômima)

• quanto a responsabilidade dos sócios:


os sócios possuem responsabilidade subsidiária em relação às obrigações da
sociedade. quanto à responsabilidade dos sócios, as sociedades podem ser:
a) ilimitadas - todos o sócios respondem ilimitada e solidariamente pelas
obrigações societárias; após exaurido o patrimônio da sociedade, o sócio
responde até total satisfação da dívida da sociedade.
ex: sociedade em nome coletivo.

b) limitadas – após exaurido o patrimônio da sociedade a responsabilidade de


cada sócio restringe-se à sua contribuição individual ou ao valor do capital
social que subscrito e ainda não integralizado.
ex: sociedade limitada e sociedade anônima
obs: destaca-se que na sociedade limitada, há solidariedade entre os sócios,
responde pelo total do capital subscrito e ainda não integralizado. já na
sociedade anônima o sócio responde pela parte do capital que ele subscreveu
e ele não integralizou, não havendo qualquer responsabilidade com relação ao
capital dos demais sócios.

c) mistas - a responsabilidade de alguns sócios são limitadas, e as de outros


sócios, ilimitadas.
ex: sociedade em comandita simples
( comanditado –ilimitadamente/comanditário – limitadamente)
sociedade em comandita por ações
( sócios diretores têm responsabilidade ilimitada e os demais acionistas têm
responsabilidade limitada)

 casos de responsabilização direta do sócio - prática de ato ilícito,


pratica de ato com excesso de mandato ou prática de ato contra o
estabelecido no contrato social.

19
 teoria da desconsideração da personalidade jurídica: consiste em
desconsiderar a personalidade jurídica da empresa ineficaz,
relativamente a determinados atos, com o objetivo de impedir a
concretização de fraudes e abusos de direitos cometidos em nome da
personalidade da sociedade comercial ( art. 50 ncc)
a origem da teoria é jurisprudencial; há limites bastante definidos à
aplicação da doutrina, que consistem do ponto de vista do sujeito ativo,
no comportamento em fraude à legislação, ao contrato ou aos credores
da sociedade, ou, ainda, na utilização abusiva do poder, empregando a
pessoa jurídica para tais atos; do ponto de vista do sujeito passivo, a
proteção do interesse de uma coletividade, prejudicado pelo ato abusivo
ou fraudulento, desde que comprovada a ma-fé ou fraude.

art. 50. em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado


pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz
decidir, a requerimento da parte, ou do ministério público quando lhe
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.

• condições de alienação da participação societária


a) de pessoas – a pessoa do sócio é considerada para que haja o ingresso
dele na sociedade;
a venda da participação societária depende da anuência dos demais sócios;
em caso de morte do sócio, o ingresso do herdeiro depende da anuência
dos demais sócios;
a participação societária e impenhorável por dívida dos sócios.
b) de capital - qualquer pessoa pode ser sócio, desde que pague o valor da
participação societária.
a venda da participação societária é livre, independe da anuência dos
demais sócios;
em caso de morte do sócio, o ingresso do herdeiro é automático, independe
da anuência dos demais sócios;
a participação societária e penhorável por dívida dos sócios.

 os tipos de sociedades empresÁrias

 sociedade em nome coletivo ou firma


( arts. 1039 a 1044 cc/2002)

 todos os sócios possuem responsabilidade ilimitada


 só pessoas físicas podem ser sócias

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 utiliza firma ou razão social ( & cia)
 sociedade de pessoas

conceito: chama-se a formada por duas ou mais pessoas, em que todos os sócios
respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais, de forma solidária e
ilimitada; é aquela formada por duas ou mais pessoas, ainda que algumas não
sejam comerciantes, que se unem para comerciar conjuntamente, sob uma forma
social.
caracterização: todos os sócios possuem responsabilidade ilimitada e solidária,
em forma subsidiária, pelas obrigações sociais; é necessário que o sócio tenha
capacidade para contratar, nos termos da lei civil; a morte ou incapacidade de
qualquer um dos sócios dá motivo à sua dissolução; a entrada de qualquer sócio
requer o consentimento dos demais, visto que a sociedade tem a sua base num
acordo de vontades.
constituição: são constituídas mediante acordo de vontades, por instrumento
público ou particular; esse acordo deverá conter os requisitos necessários para
elaboração do contrato
gerência e fiscalização dos negócios sociais: as sociedades em nome coletivo
serão geridas pelos sócios que o contrato designar, considerando-se que todos os
sócios serão gerentes se o contrato não fizer menção espacial a alguns a
fiscalização será feita pelos próprios sócios, não sendo admitida qualquer restrição
nesse sentido.

 sociedade em comandita simples


( arts. 1045 a 1051 cc/2002)
 sócios :
sócio comanditado –responsabilidade ilimitada
sócio comanditário – responsabilidade ilimitada
 só o sócio comanditado pode emprestar seu nome para a sociedade
e só este tipo de sócio pode gerenciar a sociedade ( art. 1047)
 sociedade de pessoas

conceito: é aquela constituída por sócios que possuem responsabilidade


subsidiária, ilimitada e solidária, e sócios que limitam a sua responsabilidade à
importância com que entram para o capital; os sócios que assumem a
responsabilidade ilimitada se chamam comanditados; os que tem responsabilidade
limitada à importância com que entram para o capital tem o nome de
comanditários
natureza jurídica e características: é de natureza contratual ou de pessoas, visto
como se forma tomando em consideração a pessoa dos sócios pela
responsabilidade ilimitada que alguns deles assumem; nestas condições,
em caso de morte do sócio comanditado dá-se a dissolução parcial da sociedade,
e se falecer o sócio comanditário a sociedade em princípio não se dissolve,
continuará com os sucessores, aos quais cabe indicar um representante.
constituição: são constituídas mediante um contrato, requerendo, assim, pessoas
capazes juridicamente de se obrigarem; a cláusula referente à indicação dos

21
gerentes é obrigatória, já que os sócios comanditários não podem exercer cargo
de gerência.
firma social: usarão, como nome comercial, uma firma ou razão social.

 sociedade em comandita por aÇÕes


( arts. 1090 a 1092 + lei das s/as - lei 6.404/76 e lei 10.303/2001)
 capital social dividido em ações ( art. 1090)
 rege-se pelo lei das s/a
 somente acionista pode ser diretor
 os diretores ou gerentes têm responsabilidade subsidiária, ilimitada e
solidária pelas obrigações sociais.
 pode constituir-se sob a modalidade de firma
 pode ser capital aberto ou fechado
 não pode possuir conselho de administração
 no estatuto não pode conter autorização para aumento de capital;
 não pode emitir bônus de subscrição

 sociedade anÔnima
( lei 6.404/1976, com as alterações determinadas pelas leis nº 9457/97 e
10.303/2001 e art. 1088 cc)
 capital social dividido em ações ( art. 1088 cc)
 rege-se pelo lei das s/a e alterações
 sociedade com responsabilidade limitada dos sócios
 ato constitutivo: estatuto
 utiliza a modalidade de denominação ( s/a ou companhia)
 pode ser capital aberto ou fechado
 sociedade de capital
 ação é um título de propriedade, negociável, representativo de uma
fração do capital social de uma s/a; confere a qualidade de sócio; é
um título de crédito;
 possui tipos variados de ações
 possui partes beneficiárias, debêntures, bônus de subscrição

 sociedade limitada. constituiÇÃo e alteraÇÃo contratual. capital


social. responsabilidade dos sÓcios. direitos dos sÓcios.
deliberaÇÕes dos sÓcios. administraÇÃo social.dissoluÇÃo.

as sociedades limitadas são registradas perante a junta comercial para o


exercício profissional de atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou serviços.
É considerada um das sociedades mais usuais do direito brasileiro, uma

22
vez que a responsabilidade dos sócios está restrita ao valor de suas quotas,
estabelecendo nítida separação entre o patrimônio da sociedade e o patrimônio
pessoal dos sócios, que não podem ser atingidos pelas obrigações sociais.

 sociedade limitada
( arts. 1052 a 1087 cc)

 a designação “ sociedade por quotas de responsabilidade limitada”


foi substituída por “ sociedade limitada”
 a sociedade limitada rege-se pelo código civil e, nas omissões, pelas
normas da sociedade simples, ou pelas da sociedade anônima se
assim o contrato social estabelecer;
 assembléia de sócios, não existia, agora é obrigatória para
sociedade com mais de 10 sócios. ( anual). as decisões são de
acordo com o capital social.
 reunião de sócios, não existia, veio substituir as assembléias, com
menos de 10 sócios. É descomplicada e pode ser regida pelo
contrato.
 o sócio que se retirar ( cessão ou exclusão) responde solidariamente
por suas obrigações como sócio pelo período de 2 anos, exceto nas
obrigações tributárias que seguem as regras do ctn.
 a responsabilidade é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.
 pela exata estimação de bens conferidos ao capital social
respondem até 5 anos da data do registro da sociedade;
 a sociedade será administrada por uma ou mais pessoas ( sócios ou
não sócios) designadas no contrato social ou em ato separado.
 o administrador substitui a figura do sócio-gerente ( dec. 3708/1919)

conceito: é aquela formada por duas ou mais pessoas, assumindo todas, de


forma subsidiária, responsabilidade solidária pelo total do capital social.

características e natureza jurídica: caracterizam-se por terem nelas os sócios


de responsabilidade limitada, podendo ser constituídas, por duas ou mais pessoas
do mesmo modo que se constituem as sociedades contratuais, seja por
documento público ou particular; poderão usar de uma firma social, trazendo,
nesse caso, pelo menos de um dos sócios, ou uma denominação particular; em
qualquer hipótese, ao nome social deve ser acrescida a palavra limitada ou a frase
sociedade de responsabilidade limitada, por extenso ou abreviadamente.

constituição: devem constituir-se obedecendo aos preceitos do cc, e nos casos


omissos as regras da sociedade simples, ou da lei das s/a . É necessário um
acordo escrito dos sócios; cada sócio aporta uma parcela do capital social.

capital social: É a contribuição inicial dos sócios para a formação da sociedade.


o ato inicial para a contribuição do capital social ( ou subscrição) representa uma

23
manifestação de vontade em tornar-se sócio da sociedade, podendo a subscrição
ocorrer de imediato ou em até 180 dias.

deveres dos sócios:


a) integralização do capital social;
b) lealdade;
c) sigilo;
d) informação.

direitos dos sócios:


a) participar no resultado social;
b) contribuir par as deliberações sociais;
c) fiscalizar a administração;
d) retirar-se da sociedade

responsabilidade dos sócios: a responsabilidade é limitada à integralização do


capital social; cada sócio é diretamente responsável pela integralização da quota
por ele subscrita; relativamente à integralização das quotas subscritas pelos
demais sócios, responde cada sócio de forma indireta ou subsidiária; estando as
quotas completamente integralizadas, não respondem os sócios com seus bens
particulares pelas obrigações sociais; caso não estejam integralizadas todas as
quotas, o sócio que não integralizou a quota que subscreveu responde com seus
bens particulares; se insuficientes, respondem os demais sócios,
subsidiariamente, inclusive com seus bens particulares.

a responsabilidade de cada sócio continua sendo limitada ao capital social


total não integralizado, ou seja, os sócios possuem responsabilidade solidária pelo
capital total não integralizado, com direito de regresso em face do sócio que não
levou a efeito a integralização de suas quotas (art. 1.052).

quotas: as quotas das sociedades limitadas são tratadas nos artigos 1.055 a
1.059 do novo código.
sua cessão, segundo o disposto no artigo 1.057, poderá ser feita, no caso
de omissão do contrato social, independentemente da anuência dos demais
sócios a quem o seja e, à terceiros desde que não haja oposição de titulares de
mais de um quarto do capital social.

também se prevê que o sócio remisso que não integralizar suas quotas
poderá perdê-las para os demais sócios ou para terceiros a escolha dos demais
sócios, recebendo de volta o que houver pago (art. 1.058).

da nova governança das limitadas/deliberações dos sócios: o novo código


criou um modelo de gestão empresarial para as limitadas que muito se assemelha
ao modelo das sociedades anônimas. as deliberações dos sócios serão
computadas conforme a participação destes na sociedade, podendo ser realizadas
em assembléia ou reunião de sócios.

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dessa forma, foram criados 3 órgãos de deliberação:

• administradores (art. 1.010 c/c art. 1.060) – órgão executivo;


• assembléia geral e/ou reunião de sócios (art. 1.072) – órgão
deliberativo;
• conselho fiscal (art. 1.066) – órgão fiscalizador e opinativo.

dos administradores

compete aos sócios determinados pelo contrato social ou a terceiros


estranhos à sociedade. assim, o administrador da sociedade limitada poderá ser
sócio ou não, nomeado em contrato ou em ato separado.

deve-se aplicar subsidiariamente às limitadas, as cláusulas de


administração das sociedades simples prevista no novo código.

alguns aspectos práticos da administração:

(a) a sociedade será administrada por uma ou mais


pessoas, designadas no contrato social ou em ato separado –
poderá haver a delegação para pessoas jurídicas, uma vez que
o art. 1.060 sequer fala em pessoa física, devendo referida
gerência reger-se pelo ato constitutivo daquela e, levando-se
em conta os entendimentos das juntas comerciais locais;

(b) a administração da sociedade caberá, separadamente


(individualmente) a todos os sócios, se omisso o contrato social,
não aproveitando aos sócios que posteriormente adquirirem
essa qualidade (art. 1.013 c/c art.1.060);

(c) para designação dos administradores da sociedade, os


quais não sejam sócios, caso o contrato social assim permita,
deverá se observar o seguinte quorum (art. 1.061):
- capital não integralizado: unanimidade dos sócios
- capital integralizado: dois terços do capital social.*
(verificar redação original do artigo)

(d) o administrador poderá ser designado em contrato social


ou em ato separado. se investido em ato separado, deverá
tomar posse no livro de atas de administração em 30 dias e
requerer a averbação de sua nomeação junto ao registro
competente em 10 dias – no primeiro caso a sanção para o
inobservância do prazo é a nulidade da designação, e no
segundo caso, não há sanção prevista;

(e) estabelece o artigo 1.011 do novo código que o


administrador deverá agir, no exercício de suas funções, com o

25
cuidado e diligência que todo homem probo costuma empregar
na administração de seus próprios negócios;

(f) as disposições concernentes ao mandato aplicam-se aos


administradores (art. 1.011, § 2º).

(g) em caso de omissão do contrato social, os


administradores poderão desempenhar todos os atos
pertinentes à gestão da sociedade, salvo a oneração de ou a
venda de bens imóveis, que depende da vontade da maioria
dos sócios (art. 1.015);

(h) aos atos praticados em excesso pelos administradores


não responde a sociedade, desde que (i) a limitação de
poderes esteja inscrita ou averbada no registro próprio da
sociedade, (ii) prove-se que era conhecida do terceiro e (iii) se
trate de operação evidentemente estranha aos negócios da
sociedade (art. 1.015, § único);(teoria ultra vires)

(i) é vedado ao administrador fazer-se substituir no


exercício de suas funções (art. 1.018); e

(j) dever de prestação de contas dos administradores,


apresentando inventário, balanço patrimonial e o resultado
econômico (art. 1.021).

do conselho fiscal

o conselho fiscal é uma “faculdade” das sociedades limitadas,


ficando à critério dos sócios sua instituição ou não.

crítica que se faz à previsão deste instituto é a possibilidade dos


sócios minoritários que representem pelo menos um quinto do capital social
elegerem um dos membros do conselho fiscal e seu suplente e, no entanto, não
podem estes mesmos sócios minoritários, requererem a instituição do conselho
fiscal, restando latentes seus direitos caso os sócios representando a maioria do
capital social resolvam por não instituí-lo.

o conselho fiscal será composto de, no mínimo, 03 membros e seus


suplentes, sócios ou não, eleitos em assembléia geral anual. estão impedidos de
participar do conselho fiscal os inelegíveis do artigo 1.011 do novo código
(impedidos por lei especial, condenados a crimes patrimoniais, consumidor e meio
ambiente, com efeitos de pena em vigência), os membros dos demais órgãos da
sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer delas ou
cônjuges e parentes até terceiro grau.

não há qualquer impedimento previsto no novo código civil que

26
impeça os sócios de participarem do conselho fiscal. sua instituição deveria se dar
como forma de profissionalizar a fiscalização e opinião sobre a gestão da
sociedade. uma vez que um dos sócios faça parte desse órgão, a credibilidade do
conselho e, por conseguinte, da sociedade restariam abalados. existe realmente
independência do conselho fiscal, ou é meramente formal, uma vez que ainda os
estranhos à sociedade, nomeados coselheiros, seriam pelos próprios sócios.

o conselho fiscal possui função fiscalizadora e opinativa, e a


remuneração de seus membros deve ser fixada anualmente pela assembléia de
sócios que os elegerem (art. 1.068).

algumas das atribuições conferidas aos membros do conselho:

• dever de exame trimestral de livros e papéis da empresa;


• dever de registrar em livros os resultados dos exames;
• dever de opinar e informar sobre os negócios e as operações
sociais;
• dever de denunciar erros, fraudes ou crimes;
• dever de convocar assembléias, caso a diretoria retarde em
mais de trinta dias a sua convocação anual (1069, v).

por fim, as atribuições conferidas ao conselho fiscal não podem ser


outorgadas a qualquer outro órgão da sociedade (art. 1.070).

assembléia/reunião:

as decisões que comprometerem o funcionamento da sociedade


limitada só podem ser tomadas em assembléia, regularmente convocada
( art. 1071 cc). esta é obrigatório quando o número de sócios for superior a
10; quando inferior ou igual a 10, os sócios poderão pactuar no contrato que
matérias serão deliberadas em reunião de sócios. tanto a assembléia como
a reunião poderão ser substituídas por um documento firmado entre os
sócios.

segundo dispõe o artigo 1.072 do novo código, as deliberações dos


sócios deverão ser tomadas em reunião ou assembléia, conforme previsto
no contrato social. deverá haver a convocação dos sócios, salvo os casos
de dispensa.

dessa forma, é facultativo à empresa optar pela reunião ou pela


assembléia. no entanto, esta faculdade é conferida a sociedades que possuam até
10 sócios. caso a sociedade possua mais que 10 sócios, necessariamente a forma
de tomar as deliberações dos sócios será por assembléia.

no caso das assembléias, a convocação deverá ser feita conforme

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prevê o artigo 1.152 do novo código, ou seja, em órgão oficial da união ou do
estado, e em jornal de grande circulação, devendo-se publicar por três vezes,
respeitando-se o prazo de 8 dias para a primeira convocação e cinco para as
demais, entre a efetiva publicação e a data de realização da assembléia.

dispensa-se, no entanto, a convocação, quando todos os sócios


comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem
do dia.

ainda, dispensa-se a reunião ou assembléia quando todos os sócios


decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto da mesma (§ 3º do art.
1072).

as assembléias poderão ser convocadas:

• pelos administradores;
• pelos sócios no caso de atraso de mais de sessenta dias ou
por previsão de lei ou contrato;
• por titulares de mais de 1/5 do capital quando não atendido
em oito dias o pedido de convocação; e
• pelo conselho fiscal.
a assembléia geral pode ser:
ordinária: realizada nos quatro primeiros meses ao término de cada
exercício anterior;
extraordinária: ( art. 1071 a 1076 cc) realizada sempre que houver
necessidade, para deliberar assuntos de interesse da sociedade.

instalada a assembléia, os sócios deverão observar o quorum de deliberação:


a) para designação de administrador não-sócio, enquanto não integralizado o
capital social: aprovação unânime; após sua integralização no mínimo 2/3;
b) para destituição de sócio administrador: 2/3;
c) para modificação do contrato social, incorporação, fusão, dissolução: no
mínimo: ¾
d) nomeação de administrador extra, bem como sua remuneração ou
destituição e pedido de concordada: 50/5 +1 do capital;
e) nos demais casos, na forma da lei 50%+1 dos presentes.

a assembléia de sócios instaura-se com a presença de ¾ do capital


social em primeira convocação, e com qualquer quorum em segunda convocação
(art. 1.074), sendo que os sócios poderão fazer-se representar por outro sócio ou
por advogado, mediante mandato especificando os atos autorizados, devendo o
mesmo ser levado à registro juntamente com a ata.

as assembléias serão presididas e secretariadas por sócios, lavrando-se no

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livro de atas de assembléia a respectiva ata assinada pelos membros da mesa e
sócios participantes da reunião, devendo cópia da mesma, autenticada pelos
administradores ou pela mesa, ser apresentada à registro público para
arquivamento (art. 1.075).
quorum das deliberações dos sócios:
• ¾ do capital social – modificação do contrato social, a
incorporação, a fusão, a dissolução da sociedade ou a
cessação do estado de liquidação;
• maioria absoluta – designação dos administradores (quando.
feita em ato separado), a destituição dos administradores, o
modo de sua remuneração (quando não estabelecido no
contrato) e o pedido de concordata; e
• maioria simples – demais casos previstos em lei, se este não
exigir maioria mais elevada.

segundo o artigo 1.078, a assembléia dos sócios deverá realizar-se


no mínimo uma vez por ano, nos 4 meses subsequentes ao término do exercício
social. É a também conhecida como assembléia geral anual (aga), que tem como
objetivo:

• tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o


balanço patrimonial e resultado econômico;
• designar administradores; e
• tratar de assuntos da ordem do dia.

assim como nas s.a., o balanço patrimonial e resultado econômico


deverão ser colocados à disposição dos sócios que não exerçam a administração
da sociedade até 30 dias antes da data marcada para a assembléia (art. 1.078, §
1º).
na deliberação acerca do balanço e resultados da sociedade, não
poderão tomar parte os membros da administração, nem tampouco os do
conselho fiscal, e, uma vez aprovados sem reserva, os exoneram de
responsabilidade (art. 1.078, §s 2º e 3º).

por fim, as deliberações das assembléias são vinculativas inclusive


aos ausentes e, se infringirem contrato ou lei, geram a responsabilidade ilimitada
de quem as expressamente aprovou (art. 1.080).

no caso de impasse quanto às deliberações pleiteadas pelos sócios,


deverá prevalecer a decisão sufragada por maior número de sócios, ou seja, a
decisão que represente o maior número de interesses. ao persistir o empate,
deverá decidir o juiz, abrindo-se a possibilidade de decisão por arbitragem.

direito de retirada (art. 1.077)

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com o advento do novo código, qualquer modificação do contrato
social, fusão ou incorporação dará aos sócios que dissentiram, o direito de retirar-
se da sociedade, nos 30 (trinta) dias subsequentes à reunião.

muito polêmico configura-se este dispositivo, haja vista o ensejo do


direito de retirada mediante “qualquer” alteração contratual a que se sujeite a
sociedade.

tipos de responsabilidade:

responsabilidade dos administradores

da aplicação subsidiária dos dispositivos das sociedades simples,


podemos concluir que o administrador responde por perdas e danos perante a
sociedade quando realizar operações em que saiba ou, ao menos tenha o dever
de saber, estar agindo em desacordo com a maioria (art. 1.013, § 2º).

no mesmo sentido, os administradores deverão responder


solidariamente perante a sociedade e terceiros prejudicados, por culpa no
desempenho de suas funções. vale ressaltar que não há necessidade do “dolo”,
bastando tão somente a culpa no exercício de suas funções (negligência,
imprudência e imperícia) (art. 1.016).

há também a previsão de sanções (de eficácia contida) quando o


administrador tomar parte nas deliberações em que tenha interesse contrário ao
da sociedade (art. 1.017, § único).

conclui-se pois, que o administrador deverá responder ilimitadamente


se atuar fora dos poderes que lhe são conferidos, respondendo para tanto, com
seu patrimônio pessoal.

a aprovação sem reservas, do balanço patrimonial e demonstrações


de resultado eximem a responsabilidade dos membros da administração, bem
como do conselho fiscal, se for o caso (art. 1.078, § 3º).

por fim, vale atentar, conforme dito anteriormente, que aos atos
praticados em excesso pelos administradores não responde a sociedade, desde
que (i) a limitação de poderes esteja inscrita ou averbada no registro próprio da
sociedade, (ii) prove-se que era conhecida do terceiro e (iii) tratando-se de
operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.

assim, se antes tínhamos uma sociedade que deveria


obrigatoriamente responder pelos atos praticados por seus administradores com
excesso de poder, com ação de regresso perante o administrador (art. 10 do
decreto lei 3.708/19), hoje teremos uma necessidade de maior diligência no que
tange às formas de obrigação das sociedades, uma vez que as mesmas não

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deverão responder perante terceiros. esses, por sua vez, somente poderão
ingressar contra o administrador.

responsabilidade dos conselheiros

o artigo 1.070 do novo código atribui a responsabilidade conferida


aos administradores também aos membros do conselho fiscal. dessa forma, ficam
os conselheiros sujeitos à responsabilidade ilimitada e solidária perante a
sociedade e terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.

respondem portanto, no caso de omissão em seus pareceres


opinativos, em relação à sua conduta, no instante em que se verificar o prejuízo à
sociedade. eximem-se de responsabilidade, no entanto, ao procederem voto
escrito firmando sua posição.
responsabilidade dos sócios

primeiramente, permanece inalterada a regra que prevê a


responsabilidade limitada e solidária dos sócios ao capital social total não
integralizado.

os sócios respondem por perdas e danos quando participarem


decisivamente de alguma deliberação (aprovada por voto seu) e detiver interesse
contrário ao da sociedade (art. 1.010, § 3º).

aplicando-se subsidiariamente as normas das sociedades simples,


conforme disposto anteriormente, teremos que os sócios respondem até dois anos
após a averbação da modificação do contrato social, solidariamente com o
cessionário. também se obrigam os sócios à contribuição prevista no contrato,
respondendo por dano emergente da mora se deixar de fazê-lo (arts. 1.003 e
1.004). respondem também os sócios pela evicção dos bens e solvência dos
créditos transferidos à sociedade (art. 1.005).

ainda, as deliberações dos sócios infringentes de lei ou do contrato,


tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente a aprovaram (art.
1.080). da mesma forma que os conselheiros fiscais, deverão os sócios firmarem
voto escrito para eximirem-se de responsabilidade.

proteção aos quotistas minoritários

o novo diploma traz diversos dispositivos concernentes aos direitos dos


quotistas minoritários, conforme passamos a elencar abaixo.

no que tange às assembléias gerais, a convocação poderá ser feita por


titulares de mais de um quinto do capital, quando não atendido, no prazo de oito
dias, pedido de convocação fundamentado, ou por qualquer sócio quando os

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administradores retardarem a convocação por mais de sessenta dias, nos caso
previstos em lei ou contrato. (art. 1.073).

o direito de eleger separadamente um dos membros do conselho fiscal e


seu suplente é assegurado aos acionistas minoritários que representem pelo
menos um quinto do capital social (art. 1.066).

novamente, a crítica que se faz é a delegação de poderes para nomeação


de um dos membros ao conselho, sendo que a instituição desse órgão é
facultativa e não sujeita à vontade dos minoritários.

o direito de retirada dos quotistas, previsto no art. 1.077 já tratado acima,


também se encaixa nos direitos dos sócios minoritários, ressaltando-se que o
pagamento do sócio dissidente se dará pelo valor patrimonial de suas quotas (art.
1.031).

também por força do art. 1081, os quotistas possuem direito de preferência


proporcionalmente às suas quotas, na subscrição de novas quotas, no prazo de
exercício de trinta dias, podendo inclusive ceder esses direitos.

poderão os sócios representando a maioria absoluta (maioria do capital


social) se assim dispuserem, em assembléia especialmente convocada para este
fim, excluir um ou mais sócios, quando entenderem que os mesmos estão pondo
em risco a continuidade da empresa em virtude de atos de inegável gravidade,
desde que prevista a justa causa no contrato social (art. 1085).

no caso de exclusão acima mencionado, é importante salientar a


necessidade de previsão expressa da justa causa no corpo do contrato social.
também o direito de defesa deve ser garantido aos sócios sujeitos à exclusão,
podendo até mesmo fazer-se representarem por seus advogados (entendendo-se
assim o direito de serem defendidos por esses).

outra forma de exclusão dos sócios seria judicialmente, mediante iniciativa


da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações
ou por incapacidade superveniente (art. 1030).

É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos


lucros e das perdas da sociedade (art. 1008).

qualquer sócio poderá a qualquer tempo, examinar os livros e documentos,


e o estado da caixa e da carteira da sociedade, salvo determinação que a estipule
em época própria (art. 1021).

por fim, poderá o quotista minoritário, bem como qualquer quotista da


sociedade, requerer a dissolução da sociedade quando anulada a sua constituição
e quando exaurido o fim social ou verificada sua inexequibilidade (art. 1034).

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do aumento e redução do capital social

segundo disposição literal do art. 1081, o capital poderá ser aumentado


quando integralizadas as quotas subscritas, devendo-se observar o direito de
preferência dos quotistas para subscrição do aumento na proporção de suas
quotas, no prazo de 30 dias.

a dispensa do direito de preferência deverá constar expressamente da


assembléia ou reunião que deliberar o aumento, permitindo-se, de imediato, o
arquivamento da alteração do contrato social no registro competente.

a redução de capital também é tratada no novo código, sendo permitida


quando, depois de integralizado, houver perdas irreparáveis, ou se excessivo em
relação ao objeto da sociedade, sendo que essa diminuição deverá obedecer
obrigatoriamente a proporção de quotas.

dos livros da sociedade limitada

a sociedade limitada deverá manter 3 livros sociais, conforme previsto no


novo código civil. seriam eles (i) livro de atas de administração (art. 1062); (ii) livro
de atas e pareceres do conselho fiscal (art. 1067); e (iii) livro de atas de
assembléias (art. 1075).

dissolução da sociedade limitada

conceito: por dissolução de sociedade, compreende-se o processo de extinção da


pessoa jurídica.

fases de extinção da pessoa jurídica: são, pela ordem da sua ocorrência, a


liquidação do patrimônio social e a partilha dos lucros entre os sócios.

natureza jurídica da sociedade em dissolução: durante esse período, não estará


mais a sociedade em transações com terceiros, exceto para a conclusão dos atos
iniciados; não farão assim, novas negociações, mas continuam a responder pelo
compromissos assumidos.

dissolução de pleno direito: é aquela que se verifica independentemente da


vontade dos sócios, sem que haja necessidade de intereferência judicial; são
casos desse tipo de dissolução:
a) expiração o prazo ajustado para sua duração;
b) quebra da sociedade, ou de qualquer dos sócios;
c) mútuo consenso entre os sócios;
d) morte de um dos sócios, salvo convenção em contrário dos que sobrevivem;
e) vontade de um dos sócios, caso a sociedade tenha sido celebrada por tempo
indeterminado.

dissolução judicial: é aquela que ocorre antes de findo o período de duração da

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sociedade, em virtude de sentença do juiz, mediante processo contencioso;
poderá ocorrer nas seguintes hipóteses: a) mostrando-se a impossibilidade de
continuação da sociedade, por não preencher o intuito e fim social; b) por
inabilidade de alguns sócios, ou incapacidade moral ou civil, declarada por
sentença; c) por abuso, prevaricação, violação ou falta de cumprimento das
obrigações sociais, ou fuga de algum dos sócios.
dissolição consensual: ocorre quando todos os sócios, por mútuo consenso,
resolvem extinguir a sociedade.

liquidação do patrimônio social: a pessoa jurídica perdura, mas a sociedade terá


de promover a processo extintivo de suas obrigações; entra ela no período de
liquidação, realizando o seu ativo e satisfazendo o passivo; poderá ser amigável
ou judicial; a primeira ocorrerá quando os sócios deliberarem de comum acordo o
modo por que será procedida; havendo desarmonia, torna-se necessário recorrer
ao juiz, caso em que a liquidação se fará judicialmente.
liquidante: será o órgão da pessoa jurídica durante o período em que essa realiza
os atos que precedem a sua extinção.

partilha: será feita proporcionalmente à quota de capital de cada sócio, se de outra


formanão foi pactuado no contrato social; com a partilha dos lucros líquidos entre
os sócios, chega-se a fase final do processo de extinção da sociedade.

extinção da pessoa jurídica: a pessoa jurídica se extingue depois da partilha dos


lucros líquidos aos sócios, após a liquidação; o ato de dissolução deve ser
arquivado no registro de comércio.

a sociedade limitada pode ser dissolvida, então:


a) vencido o prazo de duração, salvo se, vencido este, e sem oposição de sócio,
não entrar a sociedade em liquidação, caso em que será prorrogada por prazo
indeterminado;
b) por consenso unânime dos sócios;
c) por deliberação por maioria absoluta dos sócios, na sociedade por prazo
indeterminado.
d) por falta de pluralidade de sócios não reconstituída no prazo de 180 dias.
e) por extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar ( art. 1087 cc)

bibliografia bÁsica
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lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 – novo código civil
lei 10.303/01 – alteração da lei das s. a
lei 9.841 de 05 de outubro de 1999 – institui o estatuto de micro e pequenas empresas
lei nº 8.934 de 18 de novembro de 1994 - dispõe sobre o registro público de empresas
mercantis
lei 6.404/76 - lei das sociedades anônimas
decreto nº 3.708, de 10/01/19 - regulava a constituição de sociedades por quotas de
responsabilidade limitada.
instrução normativa dnrc nº 76 de 28 de dezembro de 1998
instrução normativa dnrc nº32 de 19 de abril de 1991
pareceres jurídicos do dnrc
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código comercial/1850

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