CO M
251 # 27.01.2008
Jornal Diário | Ano LX I | Nº18966 | 0,55 e
Fundado em 1946 | Terceira | Açores
Bettencourt Picanço
graciosense
nos sindicatos
museu aberto 059 NOTA DE ABERTURA
FOTOGRAFIA antónio araújo José Lourenço
Miniatura de
“Dança Popular”
04 Leodolfo Bettencourt Picanço
Bettencourt Picanço
[entrevista] O tema de abertura: natural da ilha Gra-
ciosa, Leodolfo Bettencourt Picanço é
14 Maduro-Dias
cas assumidas pelos governos nos últi-
[VELA DE ESTAI] mos anos. Bettencourt Picanço conside-
ra que os Açores podem ser o local ide-
20 José Cid
torais – Regionais e Autárquicas – têm
[ENTREVISTA] novas regras. Em Outubro, o voto de ca-
da açoriano contará duas vezes: para o
círculo da sua ilha e para um círculo re-
gional de compensação. Em 2009, vota-
rá só para uma lista, de onde sairá todo
o elenco do seu município.
Outra reportagem: quando o sol se pu-
nha, depois do toque das Trindades, ca-
da um se fechava na sua própria casa.
Os labregos, que vinham do mar, subin-
do as ribeiras, obrigavam a que em to-
das as casas, pelo menos em uma das
janelas, houvesse uma candeia acesa.
Era a noite de 2 de Fevereiro.
Entrevista: Ok, você conhece-o. É o can-
tor de “A cabana junto à praia” e “Como
o macaco gosta de banana”. O que po-
de não saber é que José Cid começou
24 Guilherme Marinho
por cantar fado e jazz, viu músicas cen-
[OPINIÃO] suradas antes do 25 de Abril, lançou um
álbum de homenagem a Garcia Lorca e
25 Arnaldo Ourique
bateu-se pela questão timorense. E con-
[OPINIÃO] tinua a ser politicamente incorrecto: “A
ministra da Cultura não é culta”. O ou-
26 Dédalo Enes
tro lado de um cantor que se afirma an-
Miniatura de “Dança Popular”. na cabeça, à maneira de antigos cavaleiros, e o ratão na sua [DESPORTO] ti-sistema. Esteve em Angra e DI-Revista
Tecido, papel e cartão. 31,5 x 57,5 x 57,5 cm. Ilha Tercei- figura de velho trocista. Feita pelas crianças de uma esco- não perdeu a oportunidade de falar com
28 Sugestões
ra, Escola Mista da Ladeira Grande. Séc. XX [1940-1950]. la de uma freguesia rural da ilha Terceira, sob a orientação “l’enfant terrible”.
MAH.R.2007.1 da sua professora, esta miniatura ilustra a tradição popular [AGENDA] Desporto: na Liga Profissional, de “leão”
das danças de Entrudo da ilha Terceira, enquanto celebra- ao peito, confirmou capacidades inatas
29 Cartoon
Miniatura de uma dança formada por bonecos de pano, re- ções dos aspectos mais físicos e efémeros da vida como o para a prática do basquetebol. Agora,
presentando o mestre da dança e os dançarinos vestidos corpo e a palavra. [TIRO&QUEDA] como capitão do Terceira Basket, o ex-
de branco, com as suas faixas vermelhas e douradas cruza- tremo/posto Dédalo Enes sonha em as-
das no peito e cingidas na cintura, e uma espécie de coroa Esta peça pertence ao acervo do Museu de Angra do Heroísmo. cender ao Campeonato da Proliga.
OS Sindicatos
e o poder político
Natural da ilha Graciosa, Leodolfo Bettencourt Picanço é
DI DOMINGO 27.janeiro.2008
entrevista hélio vieira fotografia André Kosters|Lusa Bettencourt Picanço considera de esquerda, ainda não foi encontrado substituto pa- panhado pela fragilização das organizações sindicais,
ra as ideias e, consequentemente, para as opções de substituídas, a prazo, por movimentações sociais inor-
que os Açores podem ser o local ideal para a implementação de cada um quanto ao que lhe parece que é melhor pa- gânicas.
ra o futuro.
um projecto inovador, de administração aberta, mas coloca re- ACORDAR AS PESSOAS
Tendo em conta que desempenha as funções de presiden- Apesar das greves realizadas o ano passado, o Governo
servas a algumas iniciativas do Governo Regional como sejam os te do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) há continua insensível aos argumentos dos sindicatos. Quer
cerca de duas décadas como vê o actual momento do mo- isso dizer que os meios de luta dos trabalhadores estão a
“quadros de ilha”. vimento sindical? ficar esgotados?
O actual momento do movimento sindical é difícil. O A nossa administração pública é a maior organização
do país. O que vai acontecendo nela é quase sempre
um prenúncio do que vai acontecer com as condições
de trabalho de todos os trabalhadores.
É a precarização, a flexibilização, a redução das remu-
nerações reais… Não tem sido possível ganhar estas
“guerras” todas. Mas tem-se conseguido introduzir al-
gumas alterações, corrigir alguns caminhos.
E, muito especial, tem-se acordado muitas pessoas
para a necessidade de todos e cada um de nós usar a
sua voz e dar vida à democracia todos os dias e não
só de quatro em quatro anos.
Eleições
Mudanças no voto
Os próximos dois actos eleitorais governativa nos executivos camarários e de freguesia.
A aprovação da lei eleitoral dos Açores ocorreu em Ju-
– Regionais e Autárquicas – têm no- lho de 2006, recebendo os votos a favor de todos os
partidos, exceptuando o PSD, que se insurge contra o
vas regras. Em Outubro, o voto de novo sistema de distribuição de lugares no parlamen-
to açoriano, e que, na altura, apresentou uma alterna-
cada açoriano contará duas ve- tiva, que não vingou.
Os social-democratas justificaram a sua oposição ao
zes: para o círculo da sua ilha e pa- novo texto por considerarem que os socialistas pre-
tenderam “moldar a lei eleitoral à sua medida” e qui- voto, usado, em primeira instância, para a eleição dos órgão executivo é o cidadão que encabeçar a lista mais
ra um círculo regional de compen- seram “perpetuar-se no poder através de manobras candidatos por ilha; depois, o seu voto é contabiliza- votada na eleição para o órgão deliberativo”, havendo
de secretaria”. do uma segunda vez para a selecção dos candidatos um só boletim de voto em vez dos actuais dois.
sação. Em 2009, votará só para uma A proposta de lei para as eleições autárquicas encon- regionais. Independentemente do resultado eleitoral, cabe à lis-
tra-se em discussão na Assembleia da República. Ape- E é esta contabilidade dupla que gerou vários protes- ta do presidente “obrigatoriamente” a maioria dos
lista, de onde sairá todo o elenco sar do coro de críticas – oriundo dos partidos mais pe- tos, já que diversas vozes se insurgiram contra a utili- membros do órgão executivo, que escolhe de entre
quenos no hemiciclo nacional e da Associação Nacio- zação “indirecta” do seu voto para a eleição de cinco os membros da assembleia.
do seu município. nal de Freguesias (que acusa a medida de inconstitu- mandatos para a Assembleia Legislativa dos Açores. As listas não vencedoras têm “o direito de indicar ve-
cionalidade) – a sintonia de posições entre o PS e o Na génese desta argumentação centra-se a velha dis- readores para o executivo”, que nunca serão mais de
PSD (autores conjuntos da proposta de lei) garante, à cussão “ilha/região”, dois conceitos intrinsecamente dois quintos do total, escolhidos igualmente entre os
partida, o seu sucesso. ligados na análise do sistema eleitoral insular. membros eleitos da assembleia municipal.
Mudaram as regras para as eleições regionais. E as O apuramento dos cinco “mandatos regionais” faz-se No caso dos Açores, partindo do número de eleitores
eleições autárquicas estão a seguir o mesmo rumo. Círculo de compensação pela contagem da soma dos votos de cada partido em registado no início de 2007 – que dimensiona os exe-
Na prática, o objectivo é o mesmo. Mas os eleitores Em Outubro, mês em que decorrerão as eleições re- cada círculo de ilha. cutivos camarários – não haverá alteração ao número
serão confrontados com algumas alterações. No caso gionais, os açorianos serão confrontados com o novo Aqui reside outra das questões ligadas a este proces- de vereadores em cada autarquia insular.
das eleições para os órgãos de governo próprio das modelo eleitoral no arquipélago, que impõe dez círcu- so: em que termos se estabelece neste procedimen- Ponta Delgada terá direito a oito vereadores (sendo
regiões autónomas, os açorianos, já em Outubro, vão los eleitorais, embora cada açoriano só vote uma vez. to a relação eleito-eleitor, peça fundamental das elei- três da oposição); Lagoa, Ribeira Grande, Angra do
encontrar um modelo em que o seu voto será conta- A nova Lei Eleitoral para os Açores aumenta de 52 pa- ções democráticas. Heroísmo, Praia da Vitória e Horta manterão os seus
do duas vezes: votam uma só vez, mas elegeram os ra 57 o número de deputados na Assembleia Legisla- Os defensores do novo modelo argumentam que es- seis vereadores (sendo dois da oposição); e os restan-
deputados da sua ilha e deputados por um círculo re- tiva Regional. sa relação se mantém porque cada um dos candida- tes municípios terão quatro vereadores, com um a sair
gional, onde serão contabilizados todos os votos en- A lei cria um novo círculo eleitoral regional de “com- tos incluídos na lista regional tem, obrigatoriamente, da lista derrotada mais votada.
tregues nas urnas espalhadas pelo arquipélago. pensação”, com cinco deputados, que acresce aos res- de estar integrado numa lista para um círculo de ilha; Quanto aos poderes das assembleias municipais, são
Em 2009, ao que tudo indica, será a vez das Autárqui- tantes nove já existentes - um por cada ilha do arqui- os detractores sustentam que a contabilidade dupla acrescentados dois: “Apreciar a composição do órgão
cas surgirem com regras novas – acabam as duas lis- pélago - que elegem um total de 52 representantes. do voto, encerra essa ligação. executivo e o programa de acção apresentados pe-
tas para as eleições para os municípios, havendo ape- Com estas alterações, pretende-se melhorar a propor- A discussão, contudo, cingiu-se aos partidos. A lei pas- lo presidente da câmara municipal” e “votar moções
nas uma de onde sai o presidente da Câmara, os vere- cionalidade do sistema, reduzindo o risco do partido sou e estará em vigor em Outubro. de rejeição dos executivos apresentados pelo presi-
adores e os membros da Assembleia Municipal. mais votado em legislativas regionais não obter, porém, dente”.
No primeiro caso – nas Regionais – a mudança das o maior número de lugares no parlamento açoriano. Menos listas As moções de rejeição do executivo proposto pelo
regras foi justificada pelos legisladores com a neces- A proposta lança um novo conceito: a lista pelo círculo PS e PSD – promotores da revisão da lei eleitoral pa- presidente da câmara podem ser apresentadas por
sidade de garantir maior proporcionalidade represen- regional, concorrente a cinco mandatos, além dos 52 já ra as autarquias – querem que as novas regras para a “um terço dos membros do órgão deliberativo” e são
tativa. Isto é, conseguir-se que aos votos corresponda existentes, distribuídos pelas nove ilhas do arquipélago. eleição dos executivos das câmaras municipais e das aprovadas “por maioria de três quintos dos membros
o número correcto de parlamentares, aproveitando-se O novo sistema eleitoral, explicado grosso modo, fun- juntas de freguesia estejam em vigor em 2009, ano eleitos directamente”.
os “restos” de cada ilha. cionará assim: cada partido apresenta uma lista de previsto para novo escrutínio no poder local. A rejeição de uma segunda proposta do presidente
No segundo caso – nas Autárquicas – a mudança (que candidato por cada ilha onde pretende concorrer e, Uma das novidades é o fim da lista para a Câmara Mu- “implica a realização de eleições intercalares”.
se encontra em análise na Assembleia da República) além dessas, apresenta uma outra, de âmbito regio- nicipal, existindo apenas uma única lista, de onde sai- Na votação de moções de rejeição, das opções do pla-
tem por base a vontade dos partidos (no caso o PS e nal, incluindo e ordenando os candidatos por sua von- rão todos os eleitos locais – uma forma idêntica ao no, das propostas de orçamento e das suas revisões,
o PSD já que os restantes grupos parlamentares são tade. que já existe para as juntas de freguesia. são excluídos os presidentes das juntas de freguesia.
contra esta proposta de Lei) de garantir estabilidade Depois, no acto de votação, o eleitor mantém um só O projecto de lei eleitoral prevê que “o presidente do A partir de 2009, as regras estarão em vigor.
Viver de
parabólicas
“Não se vive de raízes, vive-se de parabólicas!” vezes sem cuidar do modo certo de fazer, adaptando,
Esta frase, fantástica, foi dita assim, tal e qual, por um percebendo esta terra e a outra, e as diferenças e se-
sacerdote, missionário em Moçambique, durante um melhanças de cada uma.
programa que vi na TV. A gente vê centros comerciais lá fora e bimba, há que
Já não me lembro do canal mas sei que se falava de ter um!
progresso e de sustentabilidade. E também se falava São alguns exemplos, dos muitos que qualquer um
das dificuldades da vida e do como procurar o futuro. pode encontrar.
Esqueci quase tudo! Basta olhar e ver, ao nível dos costumes, das casas,
Só não esqueci, com uma pontinha de inveja por não ter das soluções políticas, das propostas de acção cultu-
sido o descobridor de tal frase, a força dela e o peso dela! ral, e por aí fora o modo como se copia sem pensar
Mas vamos adiante! muito ou até pensando nada.
E tomemos para nós a frase, a ver se porventura não É verdade que somos seres humanos como os demais
estaremos todos um bocado a viver do que as ante- e, portanto, é natural a procura da semelhança.
nas parabólicas nos trazem, sem cuidar das raízes, co- A questão não está aí!
mo é preciso. A questão está em:
Uma árvore, uma planta, qualquer que seja, tem raí- Porque é mais cómodo;
zes, caule ou tronco, ramos e folhas. Porque é mais fácil;
Da terra, precisa tirar o alimento e a humidade, mas é Porque aborrece muito menos;
do ar e do sol que tira o resto para viver e dar fruto. Porque é só comprar;
Até a batateira, que entesoura as suas riquezas no escuro Porque fica muito mais “igual”;
do chão, lança ramos e flores e vive ao de cimo da terra. A gente copia de um lado e cola no outro, sem cuida-
Esta crítica do tal missionário, mesmo feita ali ao do- do e inteligência, perdendo a identidade aos bocadi-
brar da esquina passada por Bartolomeu Dias e já em nhos, o estatuto cultural, a capacidade de pensar pela
vista dos Orientes vários, que de lá se vislumbram, própria cabeça, a humanidade própria, em suma.
não encaixa só em Moçambique, infelizmente… Deixo-vos ainda um exemplo:
A gente vive, mais do que parece, de parabólicas! Neste país de navegadores e de gente ligada ao mar –
Porque a gente copia sem saber porquê; tenta fazer neste arquipélago – os parques para as crianças brin-
igual sem cuidar das diferenças, esforça-se por ser tal carem são todos iguaizinhos e comprados, prontos a
e qual sem pensar que, naturalmente somos pareci- montar, aí fora, num qualquer fornecedor!
dos e diferentes ao mesmo tempo. Ninguém se atreveu a remar contra a maré e a procu-
A gente vê umas casas feitas lá longe e pumba, toca rar coisas de cada sítio que servissem de inspiração.
de fazer igual na paisagem das ilhas! Uma burra de milho ou um cafuão, reinterpretados
(A gente vê umas casas aqui perto, antigas e bem fei- não dariam uma excelente coisa para trepar, subir e
tas, ditas “das nossas” e com a mesma ligeireza, pum- descer? Um bote da baleia, com rampas e escadinhas,
ba, toca de copiar, sem saber também das razões, dos não seria muito mais nosso que uma “coisa” que pa-
métodos, etc.). rece barco mas não passa disso?
fotografia antónio araújo
A gente vê umas estradas grandes e largas na TV e to- Não seria muito mais interessante ver gente de palmo
ca de querer fazer igual, mesmo que seja só para ir e meio, descobrindo formas dessas?
daqui perto ali mais abaixo, coisa que menos asfalto e Depois queixem-se do nada em que a gente mais no-
betão resolviam na mesma. va cai, sem saber e sem conhecer.
A gente vê parques e multi usos e tem de ter. Muitas As raízes plantam-se enquanto é tempo!
José Cid no ano passado avancei com outro, que acho bas-
tante divertido, que se chama “Pop rock e vice-versa”,
da cultura. A ministra da cultura não é culta, não in-
centiva aquilo que é a nossa arte, a nossa música tra-
“marimbo-me para
que é um pouco o historial do pop e do rock portu- dicional e não tem currículo sequer para ser minis-
gueses, que começa com o “Quarteto 1111” e comi- tra. Há no Partido Socialista três ou quatro figuras que
go. É um trabalho que inclui algumas versões de anti- tem currículo para serem ministros da cultura, como
gos temas meus e até de temas de outros autores. É por exemplo Manuel Alegre. Esta ministra não tem es-
um álbum de que gosto muito, tem um grafismo mui- sa bagagem. Sou a única pessoa que tem coragem de
o protagonismo”
to interessante, inspirado em Andy Warhol, mas que o dizer.
não funcionou tanto como o “Baladas da Minha Vida,
que é dupla platina. Nunca se sentiu prejudicado por essa postura anti-sistema?
Já, mas até acho piada. Não funciono por interesses,
Porque pensa que o álbum “Baladas da Minha Vida” fun- bato-me por causas. O facto de, neste momento, a mi-
cionou melhor? Era menos difícil de absorver? nha carreira estar muito bem e sólida e toda a gente
Desde sempre, na história da música portuguesa, são me querer ouvir e ver, não me faz ficar do tipo: “Dei-
as baladas que funcionam bem. Não apenas as mi- xa-me agora ficar quieto e calado, que isto está tudo
nhas baladas, mas as de toda a gente... O público por- a correr bem. Deixa-me só controlar a minha conta
tuguês consome muito bem baladas, mas ainda não bancária”. Eu não sirvo para isso, nunca fui assim. Nas-
existe um mercado alargado para o rock e o pop. Uma ci numa família que se pode dizer rica. O meu pai e a
boa balada funciona sempre melhor que um óptimo minha mãe nasceram com um estatuto social muito
tema pop/rock. É algo que tem a ver com a nossa pró- bom na sua Região e também no país, mas isso não
pria alma, que é melancólica. me impede de me continuar a bater pelo que gosto
e acredito. Não funciono em torno do estatuto social,
Disse que o álbum “Pop Rock e Vice-versa” revisita a sua mas do povo português, do meu país.
história e a do próprio início do pop/rock português. Co-
mo era o panorama musical do nosso país nos anos 70? Que país é esse?
Este álbum lembra temas como “Fácil pouco dócil”, O melhor do mundo. Somos um povo que sabe es-
que são controversos, contra o sistema, contra o regi- perar, que acredita, que é pacífico. Até transferimos os
me marcelista. O rock português efectivamente come- nossos desejos e esperanças para os mitos e para as
ça nos fins dos anos sessenta, princípio dos anos se- lendas. É o caso de São Sebastião e do milagre de Fá-
tenta, com o “Quarteto 111”, comigo, e também com tima. Espera-se que nossa senhora resolva os proble-
outras bandas. O panorama dos anos 70 era interes- mas... Mas não é assim. Penso que a pessoa que me-
sante, começava a despontar o José Afonso, o Adria- lhor visão teve de Portugal foi o Marquês de Pombal,
no, o Carlos Paredes, e havia também a música mais que o olhou de forma estratósférica. De há cem anos
comercial, mais popular, com os grandes vultos, como para cá, Portugal, se teve 10 ou 20 anos de República
Simone de Oliveira, Madalena Iglésias e António Cal- a sério, já é muito. Teve 10 anos com Salazar e outros
vário. Depois aparece o “Quarteto 1111”, que vai real- 10 com Cavaco Silva, enquanto este não se assumiu
mente mexer bastante com esse cenário. Existia uma como uma pessoa que raramente se enganava e que
nova geração para quem essa música portuguesa não não lia jornais. Aí, perdeu terreno...
era muito apelativa, que, de repente, ganha uma ban-
da portuguesa de que gosta. Essa nova geração hoje É assumidamente controverso?
tem uns 50, 60 anos. Nessa altura começa-se a per- Eu não tenho uma postura controversa na sociedade.
ceber que em Portugal existe uma banda criativa, tão Quem a tem é o Governo. Eu não contesto, constato.
interessante como as inglesas e as americanas. Mas,
ao mesmo tempo, essa era uma banda que ia buscar As pessoas percebem essa postura?
Ok, você conhece-o. Abril, lançou um álbum de muito à música tradicional, tinha um conceito muito As novas gerações percebem muito bem. Comecei a
próprio de portugalidade. É uma obra que permane- cantar em Coimbra, nos anos 50. Cinquenta anos de-
É o cantor de “A cabana junto à homenagem a Garcia Lorca e ce ainda hoje por revelar, porque não interessou às pois, voltei lá para actuar para 15 mil jovens e tive-os
editoras, ou porque não convinha ao sistema. Talvez a cantar as minhas músicas do princípio ao fim. Isto
praia” e “Como o macaco gosta de bateu-se pela questão timoren- fosse politicamente incorrecta, como eu hoje conti- quer dizer alguma coisa. Em contrapartida, o sistema
nuo a ser. político conimbricense odeia-me. Não canto na Coim-
banana”. O que pode não saber é se. E continua a ser politicamente bra Capital da Cultura, embora seja o único ícone vivo
Considera que ainda existe um regime que é preciso com- da música coimbrã. Nunca sou chamado pela câmara
que José Cid começou por incorrecto: “A ministra da Cultura bater? municipal para qualquer actividade e, no entanto, em
Sim, claro. Uma democracia maioritária pode-se trans- Coimbra, há dois meses atrás, 15 mil jovens cantaram
cantar fado e jazz, viu temas não é culta”. O outro lado de um formar numa ditadura compulsiva. Só num país como e dançaram comigo do princípio ao fim...
o nosso é que o ministro da Saúde não é demitido
seus censurados antes do 25 de cantor que se afirma anti-sistema. imediatamente e a ministra da Educação não é demi- Qual era a diferença entre a censura anterior ao 25 de
Utiliza a música para lutar por causas? Mas agora voltou em força...
Também. Tenho temas que são ecológicos ou políti- Sim, porque meti marketing na minha carreira. Ho-
cos... je em dia é indispensável. Temos um cagalhão musi-
cal, perfumamo-lo, metemos uma miúda gira a cantar
É o caso do álbum em que aborda a causa timorense... ou um rapaz que só sabe abrir e fechar a boca e diz- “Depois logo se vê”... os blues. Ao mesmo tempo, não existe nenhum pro-
O meu álbum pelos direitos humanos foi uma expe- se que é fantástico. Agora, pode-se fazer marqueting Também canta fado. Que lugar tem este género na sua vi- grama sobre fado no canal de televisão pública, que
riência muito gratificante, que contou com algumas sobre boa melodia e boa poesia, o que é melhor. Na da? todos nós pagamos… Parece que se hostiliza o fado,
participações de amigos meus, como a Sara Tavares, música portuguesa há coisas que são boas e que não Eu começo por cantar fado e jazz, nos anos 50. Na de uma forma tão anti-cultural que até irrita. É muito
o Olavo Bilac ou o Miguel Ângelo. Isso para mim foi têm direito a marqueting nenhum. Eu posso dizer que minha família existiam uns dois guitarristas, pessoas mais interessante ver um programa de fado, de músi-
muito bom. Ficámos com a vitória do povo português encontrei um grupo de pessoas que acreditam em que escreviam poesia e eu aprendi a cantar fado des- ca popular ou de baladas portuguesas do que ver um
sobre o mundo inteiro. Vi o país unir-se e provar ser mim, que me vêem como um cantor ao vivo. O que de pequeno. Sou um fadista amador e um cantor de filme com o Steve McQueen, há 30 anos atrás, a ma-
solidário... vim fazer aqui à ilha Terceira é praticamente o mais di- jazz amador. tar 50 índios.
fícil que há: Trazer um piano, e ficar praticamente sozi-
Teve orgulho do país nesse momento? nho no palco. Sobreviver a isso é tão difícil... O que é que canta em termos de jazz? Quais são os seus projectos para o futuro?
Sim. Mas é preciso sempre não esquecer a forma co- Canto coisas em português, que é coisa que os can- Gerir a minha decadência. Tenho 65 anos e os meus
mo saímos de Timor, que é vergonhosa. Não podemos Como é essa sensação de estar sozinho num palco, só o tores de jazz portugueses não fazem. No dia em que únicos medos são não ter saúde e morrer de uma for-
esquecer que, quando se dá a grande invasão pela In- cantor e o público... os cantores de jazz portugueses perceberem que es- ma violenta… Em termos musicais, vou preservando
donésia, podíamos ao menos tentar negociado. Talvez Quem anda a fazer muito isso é Ney Matogrosso, que tão em Portugal e que só podem ser universais assu- a minha voz e a minha imagem, não fumando e dor-
a Austrália nos pudesse ter dado uma ajuda. Ali estava pega numa guitarra, sobe ao palco e fica sozinho em mindo isso - porque nós temos ritmos na nossa mú- mindo bem, aparecendo bem em palco. Tenho vários
em causa o mar de Timor, com o maior depósito de frente ao público. Diz: “Eu sou assim, ouçam a minha sica popular que são perfeitamente jazzísticos - aí po- álbuns já arquivados e prontos para saírem. Vou lan-
petróleo do mundo por explorar. Ninguém foi capaz música”. Esse cantar sem rede torna tudo muito mais dem ultrapassar as barreiras. Agora, nunca o pode- çar dois discos de baladas originais, um de pop/rock,
de o dizer. Nem os portugueses souberam explorar difícil, mas muito mais verdadeiro. Metade dos cantor- rão fazer enquanto continuarem a imitar a Ella Fitzge- chamado “Menino-Prodígio”, o meu último concerto
esse jazigo de petróleo. Somos uma gargalhada mun- zinhos e cantorazinhas nunca teria coragem de fazer rald ou o Coltrane. O fado e o jazz seduzem-me por- no Campo Pequeno, que foi inesquecível, e outro dis-
dial... Podíamos muito bem ter-nos unido a outros pa- isso. A maior parte dos espectáculos deles é em play- que são as únicas expressões musicais no mundo em co, que se chama “Fados e Fandangos”. São cinco ál-
íses na exploração do petróleo, o que também seria back. O público é que tem de distinguir. A crítica tem que nunca se canta igual, existe sempre um feeling buns para serem lançados.
rentável para a ilha de Timor. Outro exemplo é a nossa de analisar o que é verdadeiro e o que não é. Hoje, vê- diferente. Além disso, o fado ainda tem uma grande
descolonização “exemplar” em que morreu mais de em-se espectáculos de cantores e cantoras internacio- vantagem sobre o jazz e os blues, que é ser poetica- Disse que os próximos anos serão para gerir a sua carrei-
um milhão de pessoas. É um exemplo mundial aban- nais, de dimensão mundial, em que 70 por cento do mente muito superior. Sempre existiram grandes po- ra, mas também a sua decadência. Como gostava que o re-
donar um país, quando a guerra colonial estava ga- espectáculo é disparado da mesa de som. Mas cada etas a escrever para o fado. Hoje todo o mundo per- cordassem?
nha, sem condições, precipitadamente, para os russos vez mais as gerações mais jovens têm a percepção do cebeu que o fado é uma expressão musical tão uni- Esse é o título do meu próximo álbum. Chama-se “De-
se meterem lá. Depois vem o doutor Mário Soares di- que estão a ver, o que me dá muita esperança. versal e tão rica como o tango, a bossa nova, o jazz ou pois logo se vê”…
«Açorianos, quem
somos nós?» *
Os pequenos e os Estou convencido que somos homens da autono-
mia. A expressão homem autonómico não enceta ca-
“pechinchinhos”
minhos que a locução homem da autonomia consen-
te.
Penso que o açoriano, numa primeira fase, seria mais
da ilha, do mar e do clima. Homem solitário e solidá-
rio com o que o rodeia até à borda da terra. É um so-
nhador para dentro, para as coisas da terra, não quer
Face ao recente Acórdão do Tribunal Constitucio- dentes de fiscalização, caso contrário a perversão de- nada com o mundo e com o mar
nal (1), após a reclamação de diversos pequenos par- mocrática estará, de novo, não na causa, mas, no re- Por altura do liberalismo, consequente da Revolu-
tidos, entre os quais, o “nosso” PDA, da obrigação de médio. ção Francesa, o açoriano é outro. Tem consciência do
fazer prova de que têm pelo menos cinco mil militan- É, pois, imprudente o argumentário desses partidos seu carácter marcadamente pela humidade, geogra-
tes, imposta pela lei dos partidos políticos aprovada quando se refugiam numa demagógica fumaça de fia, terra queimada e encharcada de mar e de chuva.
em 2003 (2), sob pena de extinção judicial, teremos atentado à liberdade de expressão, como se a con- Aqui é já não apenas português mas sobretudo ilhéu.
de concordar, em primeira via, que há um erro mate- quista de um estatuto, e dos seus direitos, não acarre- É agora ali um homem sonhador do e pelo mundo.
rial de previsão desproporcionada pela Assembleia da tasse obrigações. É-nos evidente que nada impede es- Quer mais.
República (curioso, no entanto, que a criação de no- ses grupos políticos de se manifestarem ou explana- Hoje o açoriano, embora seja tudo isso, é mais algu-
vos partidos está dependente de 7500 assinaturas). rem as suas ideias políticas enquanto associações. ma coisa, sobretudo mais substancial. É o homem da
Na altura, perante um arroubo dos grandes partidos, Quer isto dizer que os interesses em causa merecem autonomia. Tem um sentido de região insular e arqui-
os outros, os pequenos com assento parlamentar, vo- uma ponderação que pode não obrigar à comprova- pelágica; tem um sentido da sua unidade social e cul-
taram favoravelmente, por unanimidade (3) (o CDS/ ção de militância (pelos menos nos actuais números), tural; tem o sentido de uma identidade própria. Mes-
PP era parte do arco da governação, o PCP e o Bloco mas cuja, indispensável, prova de vida, para aceder a mo sem a saber definir, aliás, sobretudo por não o sa-
de Esquerda nada disseram), a sentença de morte dos tempos de antena ou a recursos públicos, impõe que ber fazer. O homem da autonomia não quer o mun-
mais pequenos ainda, esquecendo-se que, um dia, a se vá além do que hoje é pedido (veja-se a obrigação do, não quer mais do mundo do quanto quer agir nu-
lâmina pender-lhes-ia sobre o pescoço. Além disso, e de apresentação de candidaturas em quaisquer elei- ma participação democrática mais do que o portu-
sobretudo, convém precisar que, aqui, a questão de ções gerais, pelo menos uma vez, durante um perío- guês continental ou o ilhéu da Madeira. O açoriano
fundo é a de defesa de uma concepção política do sis- do de seis anos consecutivos, em pelo menos um ter- da autonomia quer agarrar a vida e modificar-lhe, não
tema democrático português que assume a importân- ço dos círculos eleitorais, ou um quinto das assem- os predicados estruturais naturais, mas a sua utilida-
cia da diversidade de soluções e orientações ideoló- bleias municipais, no caso de eleições para as autar- de e funcionalidade.
gicas num sistema, exclusivamente, partidário, como quias locais). Assim, confesso que não me repugna a O homem da autonomia não quer apenas significar
é o nosso. Relembramos que a Região já deu passos cláusula barreira, em vigor noutros sistemas, quando que o seja por existir nos Açores uma região autóno-
importantes nessa afirmação, com um círculo regional determina um determinado número de votos, ou uma ma dotada de poderes próprios de res publica. É-o
que permite assegurar um mínimo de representativi- percentagem eleitoral, para o reconhecimento públi- em primeiro lugar porque se encontra inserido no e
dade aos partidos mais pequenos. co de partidos políticos. Claro que, como em tudo, o num mundo que os meios de informação instantânea
Não obstante, também, importa sublinhar, que, pa- segredo está no bom senso, o que, parece, anda a fal- o colocam no lugar dos acontecimentos mais signifi- cular nos particulares do todo.
ra haver uma representatividade parlamentar mínima, tar… cativos. Isto é, num mundo que quer a globalização Quem é este novo homem, o homem da autonomia?
é fundamental que os pequenos partidos desenvol- (1) http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20080001.html mas simultaneamente quer a individualidade regio-
vam trabalho sustentado junto do eleitorado, e, bem (2) http://www.cne.pt/dl/lpartidos2003.pdf nal; melhor ainda, num mundo que quer e não quer a * O título é de um programa da RTPAçores, “Estação de Servi-
assim, cumpram obrigações perante órgãos indepen- (3) http://www3.parlamento.pt/PLC/Iniciativa.aspx?ID_Ini=19430 globalização; ou antes, num mundo que quer o parti- ço”, Nov. 2007.
PALAVRA DE CAPITÃO
“A Proliga é, de facto, um campeonato muito engraça- O extremo/poste considera a passagem pela Liga Pro-
do. Há equipas de excelente qualidade, recheadas de fissional, ao serviço do Lusitânia Angra Património
óptimos jogadores portugueses. Como ainda sou no- Mundial, como um momento “muito interessante”,
vo, tenho o objectivo de chegar mais além, surgindo a atendendo a que acabou a época com uma média de
Proliga como uma opção bastante atractiva. Conside- utilização bastante aceitável.
Na Liga Profissional, de “leão” ao pei- Produto dos escalões de formação do SC Lusitâ- ro, inclusive, que seria o quadro competitivo ideal pa- Amante confesso da bola ao cesto, Dédalo Enes, natu-
nia, Dédalo Enes, de 27 anos de idade e 1.93 metros ra o Terceira Basket”. ral da Praia da Vitória, não coloca de parte a possibili-
to, confirmou capacidades inatas de altura, é um dos principais talentos do basquete- Elemento habitual no cinco inicial do representante dade de abraçar a carreira de treinador.
bol açoriano. A vestir pelo segundo ano consecutivo das ilhas de bruma no Campeonato Nacional de Bas- “Vivi duas experiências ao serviço dos escalões de for-
para a prática do basquetebol. Ago- a camisola do Terceira Basket Clube, o nosso entre- quetebol 1 (CNB1) – Zona Sul, Dédalo Enes mostra- mação do Lusitânia. Gostei, mas sinto que tenho de
vistado, embora não feche totalmente a porta, assu- se deveras agradado com as condições que o clube estar devidamente preparado. A experiência de atleta
ra, como capitão do Terceira Basket, me como pouco provável o regresso ao grémio ver- oferece: não é suficiente. Por outro lado, se já é difícil conci-
de e branco. “Conheço as pessoas envolvidas neste projecto há liar a vida profissional com a prática desportiva, mais
o extremo/posto Dédalo Enes sonha “Atendendo à minha actividade profissional (funcio- muitos anos e sinto que confiam em mim. O treina- complicado seria aliar as três vertentes”.
nário da SATA Air Açores), não é fácil voltar ao Lusi- dor Nuno Barroso, para além de meu antigo colega de “Quando deixar de jogar, aí, sim, é um cenário que se
em ascender ao Campeonato da Pro- tânia, conquanto gostasse de sublinhar o apoio fan- equipa, é uma das minhas grandes referências na mo- pode concretizar, até porque é maravilhoso trabalhar
tástico que tenho recebido da empresa e dos meus dalidade. Como pessoa, é também excelente. Em face com miúdos. Vamos ver o que é que o futuro nos re-
liga. Tarefa complicada, reconhece, colegas de profissão. Trabalho por turnos, o que tor- de tudo isto, não vejo razões para mudar”. serva. Para já, estou concentrado a 100% na minha
na sobremaneira complicado conciliar as exigências “A equipa comporta atletas muito jovens, mas que actividade enquanto atleta do Terceira Basket”, ter-
mas não impossível. competitivas da Liga com a vida profissional. Não cresceram imenso, em termos de qualidade de jogo, mina.
sugestões tiro&queda
LIVROS Paula Mota, patente na
Sala Dacosta do Museu
O Afinador de Pianos de Angra, até 27 de Ja-
Cristina Norton neiro.
Dom Quixote “La Mirada Panorámica”
221 Páginas é o título de uma exposi-
ção de fotografia paten-
De Perón a Evita, passan- te na Sala do Capítulo do
do por Franco e Salazar, Museu de Angra, até 27
Benjamim, um afinador de Janeiro.
de pianos madrileno, vê- Uma exposição de co-
se arrastado por aconte- nhas de Augusto Veiga
cimentos políticos que o está patente no Museu
condicionam. da Graciosa, até 31 de
A profissão leva-o a viajar Janeiro.
até à Galiza nas vésperas
da Guerra Civil espanho- Cinema
la. Separado da família
durante os três anos que Uma extensão do CineE-
dura o conflito, a sua vi- co 2007 - Festival de Ci-
da complica-se ao ponto nema e Vídeo da Serra
de empreender uma fu- da Estrela - Seia decor-
ga que o leva a uma Lis- re até hoje, domingo, no
boa de espiões e de re- Centro Cultural de Angra
fugiados e, mais tarde, a e no Auditório do Ramo
Buenos Aires. Grande.
Com uma narrativa apai- O Centro Cultural de An-
xonante, Cristina Norton gra apresenta de segun-
envolve-nos numa his- da a quinta-feira, dias 28
tória de encontros e de- tura, da autoria de Flori- toria de Carlos Laranjeira a 31, pelas 21h00, “Pro-
sencontros, de amor e mundo Soares, patente está patente no Centro messas Perigosas”.
de guerra, onde quaren- na Carmina Galeria, até 2 Cultural de Angra, até 23
ta anos de realidade his- de Março. de Fevereiro.
tórica convivem com o Uma exposição de Cari- “Loop” é o título de uma workshop
imaginário latino-ameri- caturas e Cartoons da au- exposição de pintura de
cano. O humor e a ironia “Bebés & Família” é o tí-
estão sempre presentes tulo de um workshop
e os enredos picarescos que decorre até hoje, do-
de várias personagens mingo, no Centro Cultu-
imprimem ao livro um ral de Angra.
compasso de tango.
Carnaval
EXPOSIÇÕES DIÁRIO INSULAR - Ficha Técnica: Propriedade: Sociedade Terceirense de Publicidade, Lda., nº. Pessoa Colectiva: 512002746 nº. registo título 101105 Jornal diário de manhã Composição
Um baile de máscaras, e Impressão: Oficinas gráficas da Sociedade Terceirense de Publicidade, Lda. Sede: Administração e Redacção - Avenida Infante D. Henrique, n.º 1, 9701-098 Angra do Heroísmo Terceira
“Corpo Intermitente” é o com jantar incluído e ac- - Açores - Portugal Telefone: 295401050 Telefax: 295214246 diarioins@mail.telepac.pt | www.diarioinsular.com Director: José Lourenço Chefe de Redacção: Armando Mendes Redacção:
título de uma mostra de tuação do bailinho de Hélio Jorge Vieira, Fátima Martins, Vanda Mendonça, Henrique Dédalo, Rui Messias e Helena Fagundes Desporto: Mateus Rocha (coordenador), Luís Almeida, Daniel Costa, José Eliseu
arte contemporânea pa- João Mendonça “As sete Costa, Jorge Cipriano e Carlos do Carmo. Artes e Letras: Álamo Oliveira (coordenador) Colaboradores: Francisco dos Reis Maduro Dias, Ramiro Carrola, Claudia Cardoso, Luís Rafael do
tente no Museu de An- maravilhas de Portugal”, Carmo, Luiz Fagundes Duarte, Gustavo Moura, Francisco Coelho, José Guilherme Reis Leite, Ferreira Moreno, António Vallacorba, Diniz Borges, Bento Barcelos, Jorge Moreira, Duarte Frei-
gra, até 21 de Abril. tem lugar sexta-feira, dia tas, Guilherme Marinho, Daniel de Sá, Soares de Barcelos, Cristóvão de Aguiar, Vitor Toste, Luis Filipe Miranda, Paulo Melo e Fábio Vieira Fotografia: António Araújo, Rodrigo Bento, João
“Percursos” é o título de 1, a partir das 19h30, no Costa e Fausto Costa Design gráfico: António Araújo. Agência e Serviços: Lusa Edição Electrónica: Isabel Silva Sócios-Gerentes, com mais de 10% de capital: Paula Cristina Lourenço,
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uma exposição de pin- Centro Cultural de Angra. José Lourenço, Carlos Raulino, Manuel Raulino e Paulo Raulino. Tiragem desta edição: 3.500 exemplares,; Tiragem média do mês anterior: 3.500 exemplares; Assinatura mensal: 11 euros
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