Adam Smith
Após as 3 primeiras partes da História do Pensamento Económico, o Mundo
de Economia apresenta-lhe a Quarta Parte deste imenso trabalho, um exclusivo
Mundo de Economia.
Nesta parte da História do Pensamento Económico, iremos começar a
analisar a Economia Clássica.
O primeiro autor que se irá analisar é um nome que dispensa apresentações:
Adam Smith. Mas primeiro analisemos os principais fundamentos da Economia
Clássica e concretamente de Adam Smith.
Adam Smith no início da sua vida fez uma viagem pelo mundo onde conheceu
Quesnay, e a sua paixão literária era David Hume. Para Adam Smith o homem está
vocacionado para tratar de si próprio, o que lhe interessa é somente o melhorar da
sua posição. Ele afirma que somos guiados pelo nosso interesse pessoal e também
pelo juízo que os outros fazem das nossas acções. Acaba por concluir que os
comportamentos são iguais, isto é uma primeira base daquilo que é conhecido como
a micro economia. A injustiça pode ser resolvida, contudo Adam Smith adopta uma
atitude liberal, assente no não intervencionismo, pois ele acredita que o
Intervencionismo prejudica mais.
A desigualdade é vista como um incentivo ao trabalho e ao enriquecimento
(logicamente os pobres querem ficar ricos e atingir o nível das classes ricas e mais
beneficiadas), sendo uma condição fundamental para que as pessoas se mexam e
tentem atingir níveis melhores de vida. O problema desta análise, é que apesar de
ser feita à luz da ética, indica o não intervencionismo.
A Origem da Riqueza
Vimos na Terceira Parte deste estudo, que os Fisiocratas defendiam a idéia
que a riqueza e o valor provinham da Terra. Ora Adam Smith acredita que a riqueza
é produto do Trabalho Humano. Neste aspecto ele nega Quesnay, pois acredita que
qualquer que seja o trabalho, desde que exista o factor humano, é gerador de
riqueza, ou seja, não existem classes estéreis.
Uma idéia importante é o chamado Preço Natural dos bens. Este seria o
necessário para remunerar durante o período em que se trabalha. Esta remuneração
deveria ser a necessária para assegurar a sobrevivência.
Surge o valor-trabalho.
O trabalho cria o valor das riquezas, mas o que se verifica é que a repartição
da riqueza não é proporcional ao Tempo de Trabalho despendido por cada um.
Aparece-nos o início da teoria do Valor, em que há que distinguir entre dois
conceitos fundamentais:
* Valor de Uso: Não é mais que a utilidade proporcionada por um objecto
* Valor de Troca: A possibilidade que a posse desse objecto dá de comprar ou trocar
por outro.
Uma idéia que David Ricardo vai rebater e que era defendida por Adam
Smith, é a de que um Grande valor de Uso implica um pequeno valor de troca. Até
pode ter uma certa lógica. Ela assenta na idéia que se a pessoa retirar um grande
valor de uso de um objecto, não estará na disposição de trocá-lo por outro. O Valor
de Uso acaba por reflectir a utilidade social do objecto.
O que Adam Smith se esquece é que se um objecto tem um grande valor de
uso, o seu possuidor sabe que poderá extrair dele um maior valor de troca, pois
sabe que ele proporciona grande utilidade ao seu possuidor, e obviamente que isso
trará vantagens para futuras trocas.
Contudo, Adam Smith não liga a este pormenor, e acaba por defender que os
dois valores agem em sentidos contrários, ou seja, se tem um Grande valor de Troca
é porque as pessoas não retiram grande utilidade da sua posse, e como tal possui
um pequeno valor de Uso.
A troca de mercadorias é na realidade a troca de trabalho necessário à
produção.
Preço=Salário+Rendas+lucro do Capital
Adam Smith faz uma distinção fundamental entre o Preço Natural e o Preço
de Mercado, a saber:
* Preço Natural: Reflecte o conteúdo em termos de remunerações, sem influência da
Procura
* Preço de Mercado: Surge do confronto entre a Procura e a Oferta de Curto Prazo
O Preço natural acaba por ser um preço referência.