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XAMÃ URBANO

Serge King

Prefácio

O PREPARO

Ho’omoe wai kahi ke kao’o.


(Vamos todos viajar juntos, assim como a água fluindo em uma direção.)

Este é um livro sobre o xamanismo, especialmente o da tradição Havaiana, e o que é


ser um xamã urbano. Para que o leitor possa tirar o máximo proveito deste livro,
gostaria de começar com uma definição. De acordo com o historiador francês Mircea
Eliade, o xamanismo é uma prática encontrada no mundo inteiro, inclusive na Ásia,
nas Américas e no Pacífico. A palavra xamã é derivada da língua tungue da Sibéria e é
atualmente usada como termo adequado por cientistas e leigos em geral, para
descrever aquele que pratica e a sua prática. A maioria das culturas tem a sua própria
terminologia para este tipo de pessoa, como por exemplo, Kupua em Havaiano.
Muitas pessoas têm idéias diferentes sobre o que seja um xamã e o que
ele/ela faz, mas como Eliade, prefiro uma definição precisa. Nem todo curandeiro é
um xamã, mas o xamã pode ser um curandeiro. Nem todo sacerdote tribal é um xamã,
mas o xamã poderá ser um sacerdote tribal. Nem todo curandeiro psíquico é um xamã
mas o xamã poderá ser um curandeiro psíquico.. Para a finalidade e o propósito deste
livro e de meus ensinamentos, defino um xamã como um curandeiro de
relacionamentos. Entre a mente e o corpo,entre pessoas e o ambiente, entre seres
humanos e a natureza e entre a matéria e o espírito
Ao praticar a sua cura o xamã tem uma visão de realidade muito diferente da
do resto do mundo, e é este ponto de vista peculiar (o qual será extensivamente
estudado no resto deste livro) o que realmente separa o xamã dos outros curandeiros.
Isto também leva a certas técnicas raras de cura habitualmente associadas ao
xamanismo como uma mudança de forma, a comunicação com as plantas, com os
animais e uma jornada para o interior da Terra Se algumas dessas coisas lhe parecerem
muito estranhas, não se importe pois com a continuação você descobrirá que muitas
delas se não a maioria dessas práticas será curiosamente familiar. Isto se deve ao fato
da arte xamânica ser baseada na experiência humana. Você descobrirá que sabe mais
sobre o xamanismo do que pensa.

O XAMANISMO HAVAIANO

Xamanismo é uma forma diferente de cura, e o xamanismo Havaiano é uma


forma diferente de xamanismo. A maior qualidade do xamã, independentemente da
cultura, é sua inclinação ao compromisso ou atividade criativa. O conhecimento e a
compreensão, não são suficientes como também uma aceitação passiva não mantém
nenhuma atração.
O xamã mergulha na vida com a sua mente e os seus sentidos desenvolvendo

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o papel de co-criador.
Há um tipo de alma que se contenta em admirar a forma e o local de uma
árvore que cai.O xamã é mais como um escultor que vê a árvore e é tomado pelo
desejo de transformá-la em algo semelhante a uma imagem interna ou em um
instrumento útil.
Há respeito e admiração pela árvore como árvore, bem como o impulso de se
juntar a ela e produzir algo novo.
Esta atividade é bem expressa na função principal de um xamã, a de um
curandeiro.Independentemente da cultura,local ou meio social,o xamã tem por
finalidade curar a mente,o corpo e o ambiente. Esta tendência para os benefícios
sociais e ambientais,é o que de fato distingue o xamã do modelo de feiticeiro de
Castañeda,que segue o caminho estritamente de poder e iluminação pessoal. Embora
todos o xamãs sejam curandeiros, a maioria segue o “caminho do guerreiro”,
alguns,uma minoria em que se inclui o tradicional xamã Havaiano,segue o que
chamamos “o caminho do aventureiro”. Um xamã guerreiro tende a personificar o
medo, doença ou a desarmonia e a concentrar-se no desenvolvimento do
poder,controle, habilidades de combate, a fim de lidar com elas.
Um xamã aventureiro, ao contrário, tende a despersonalizar estas condições
(i.é, ele as trata como efeitos, não como coisas) e lida com elas desenvolvendo
qualidades de amor, cooperação e harmonia. Como um simples exemplo das
diferenças de atitude entre os dois, se tivesse de lidar com uma pessoa emocionalmente
perturbada,um xamã guerreiro poderia construir uma armadura psíquica para o
proteger da energia negativa da outra pessoa. Por outro lado, o xamã aventureiro
tenderia a lhe ensinar como harmonizar sua energia de modo que se mantivesse calmo
e até se tornasse uma fonte de cura para outra pessoa.
Além disso o caminho do xamã guerreiro é geralmente solitário, enquanto o
do aventureiro é por natureza muito sociável.É entretanto difícil, senão impossível
diferenciar entre mestres dos dois caminhos, porque quanto mais poderoso você for,
mais amor terá (desde que haja menos e menos a temer), e quanto mais amor você
tiver, mais poderoso você será (desde que haja muita e muita confiança). Eu percorri
ambos os caminhos e escolhi e ensino o do aventureiro Havaiano, porque acredito que
seja o mais prático e benéfico, mas tenho grande respeito pelo xamã guerreiro e suas
curas.

O XAMÃ URBANO

O título deste livro é Xamã Urbano, por ser o enfoque e o propósito de meus
ensinamentos. Embora o xamanismo esteja geralmente associado com cenários
primitivos ou selvagens, a sua aplicação em ambientes urbanos é natural e necessária.
Em primeiro lugar um xamã é um curandeiro independentemente de cultura ou meio
ambiente Em segundo lugar há mais pessoas vivendo nas áreas urbanas e são as que
mais necessitam ser curadas,em terceiro lugar, o xamanismo especialmente o
Havaiano é bem adaptável aos tempos e necessidades modernas por várias razões:
1-É totalmente anti-sectário e pragmático. O xamanismo é uma profissão
(arte), não é uma religião e você pode praticá-lo sozinho ou em grupo.
2-É muito fácil de aprender e aplicar, embora, como em qualquer profissão, o
completo desenvolvimento de certas qualidades possa levar algum tempo.
3-A versão Havaiana especificamente pode ser praticada em qualquer lugar, a
qualquer hora, inclusive em casa, no trabalho, na escola, nas horas de diversão ou
durante viagens. Isso se deve ao fato de que os xamãs Havaianos trabalham somente

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com suas mentes e corpos. Eles não usam tambores para induzir estados alterados, nem
fazem uso de máscaras para assumir outras formas ou qualidades.
4-A natureza do xamanismo é tal que enquanto você estiver curando outros
também estará curando a si mesmo e, enquanto estiver transformando o planeta
também estará se transformando.

O APRENDIZADO

Há muito tempo quando as pessoas viviam em vilas mais ou menos isoladas


e a visão do mundo era limitada ao seu vale, montanha ou ilha, era apropriado para os
que tinham desenvolvido o caminho do xamã ter um, dois ou talvez três aprendizes
durante a vida, porque este pequeno número era suficiente para atender as
necessidades da vila.
Hoje entretanto, vivemos numa Vila Global com bilhões de pessoas e, no
mínimo, precisamos de milhares de xamãs urbanos para ajudar a manter uma
existência saudável e harmoniosa. Precisamos de pessoas assim como você. Fui criado
como um xamã urbano.
Meu pai era um homem muito viajado e versado nas culturas e tradições da
maior parte do mundo e passou por um profundo treinamento sobre a tradição
xamânica Havaiana. Era extremamente competente sobre os meios e habilidades do
campo e da selva, floresta e fazenda, deserto e tundra e foi com ele que aprendi muito
sobre a natureza. Acima de tudo, meu pai era um homem urbano com diplomas em
medicina e engenharia e muito familiarizado com os círculos de negócios e
governamentais. Eu cheguei em sua vida no começo de uma guerra e ele saiu da minha
no fim de outra. Uma grande parte dos anos entre as guerras, foram passados em
viagens entre centros urbanos. Durante os dezessete anos que estivemos juntos o
xamanismo que aprendi através de seus exemplos e treinamento foi na maioria,
aplicado nos ambientes metropolitanos, cidades e escolas. Quando falo de treinamento
não me refiro a uma sala e aula com meu pai como professor e eu como aluno. O tipo
de treinamento que tive, poderia ser considerado muito tradicional, porque acontecia
durante as atividades cotidianas. No meio de uma conversa sobre vegetais meu pai me
informava sobre uma técnica de comunicação com as plantas para eu praticar sozinho
e depois, discutir com ele. Às vezes ele criava uma situação durante o dia dando-me
uma oportunidade de aplicar técnicas aprendidas recentemente e mais tarde comentaria
com ele os resultados, ou não.
Freqüentemente dava dicas que me intrigavam, idéias e sugestões para
praticar sozinho. Era treinamento, porque era feito conscientemente, com a intenção e
a certeza de aprender, mas não era uma organização escolar.
Após sua morte, meu treinamento xamanico continuou da mesma forma com
os membros de nossa família havaiana, mas sua aplicação era ainda feita
principalmente em cidades, subúrbios e escolas e também durante o tempo que estive
na Marinha.
Usei meu conhecimento como tinha de ser usado de maneira muito prática.
Ajudou a manter minha saúde,minhas forças e a me recuperar rapidamente quando
esquecia meu conhecimento e ficava doente ou machucado.
Ajudou-me na Universidade do Colorado onde tinha um horário acadêmico
muito puxado, a manter três empregos ao mesmo tempo, a me graduar com
especialização em Estudos Asiáticos e uma menção honrosa Phi Beta Kappa. Usei
meus conhecimentos novamente enquanto estudava na American Graduate School of

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International Management, no Arizona para me diplomar com honra como bacharel e
pós-graduado, e muito mais tarde quando fiz meu doutorado em Psicologia na
Califórnia Western University. Quando tinha três anos de casado e meu filho tinha dois
anos de idade, nos mudamos para o oeste da África onde vivemos durante sete anos.
Cerca da metade desses anos passei na mata,selva, floresta e deserto e
aprendi muito mais sobre os diferentes aspectos do xamanismo, mas a minha aplicação
básica era ainda urbana. Tenho usado para manter meu relacionamento feliz e
completo com minha esposa; para manter meus três filhos em boa forma física e
acadêmica e para que eles sejam bons amigos comigo e entre eles; uso o que aprendi
para curar e ensinar animais domésticos; para ajudar a família, amigos e vizinhos a
serem mais saudáveis,terem mais sucesso, para melhorar e ampliar minha carreira e
partilhar meu conhecimento com outras pessoas em todo o mundo.
Usei-o para manter veículos e computadores em bom funcionamento; para
garantir a cooperação das companhias aéreas e do tempo durante minhas viagens e
para aumentar a velocidade do aprendizado dos xamãs e de outros que treinei. Usei-o
enfim de inúmeras maneiras para me beneficiar e também meu ambiente social e
físico, onde estivesse.
Aprendi muitas coisas durante minha vida e estudei muitos sistemas de
religiões (Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, Budismo, Hinduismo, Confucionismo,
voodoo), filosofia (especialmente Taoísmo, Yoga, Zen e Pragmatismo Ocidental) e
cura (massagem, ervas, trabalhos com energia, cura pela fé, hipnose, etc.), e a arte
xamânica aumentou meu conhecimento em cada uma dessas áreas.
Hoje, vivo no Havaí e dirijo a Aloha International, uma rede mundial de
curandeiros xamanicos, que promove a tradição Havaiana de cura através de cursos,
seminários, museus e comissões locais e, a arte xamanica urbana é evidente em todas
nossas atividades. Neste livro, quero que as idéias e práticas do xamanismo Havaiano
sirvam para serem usadas na sociedade urbana moderna, bem como em lugares
considerados próximos à natureza. Como previamente mencionado, alguns dos
conceitos, exemplos e exercícios parecerão familiares e alguns, parecerão muito
estranhos. O material deste livro, foi tirado de dois cursos de treinamento xamanico
que dei e é apresentado aproximadamente na mesma ordem em que foram dados. Em
forma de livro, entretanto, poderemos explorar as muitas idéias com maior
profundidade do que num curso.

UMA POLÍTICA DE PORTAS ABERTAS

Estou apresentando livre e abertamente muitas coisas que são consideradas


segredos profundos em muitas tradições. Algumas pessoas temem o mau uso destes
conhecimentos. Outros ainda, temem que este conhecimento se torne menos potente se
todos o conhecerem e outros ainda temem a retribuição de uma hierarquia que deu
uma ordem para que essas coisas não fossem reveladas.
Entretanto um verdadeiro xamã não guarda segredos sobre conhecimentos de
cura e ajuda. A dificuldade não é a de guardar o conhecimento secreto, mas em fazer
com que as pessoas o usem adequadamente.
Quanto ao uso errado, isso só vem da ignorância. Quanto mais conhecimento
se tiver de como mudar as coisas, haverá menos chance de usá-lo erroneamente.
O conhecimento largamente difundido tem realmente maior potência do que
os segredos guardados e sem uso.
O conhecimento mantido em segredo é tão inútil quanto o dinheiro de um
avarento guardado debaixo do colchão. A parte sagrada do conhecimento não é só para
alguns, mas acessível a muitos. Esse medo de liberdade de expressão tem a ver com

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um medo básico de que o guardião do conhecimento não tenha muito que guardar, ou
não entenda bem aquilo que tem. Finalmente, os xamãs não reconhecem hierarquia ou
autoridade em assuntos da mente; se fosse possível dizer a um grupo de pessoas para
seguir um sistema de democracia espiritual, estes seriam os xamãs do mundo.
A HERANÇA HAVAIANA

Os Havaianos têm uma herança espiritual, psicológica, cultural e prática


muito rica, mas só posso apresentar uma pequena parte do que tive o privilégio de
receber. Sua herança é de fato tão rica que muitas tradições cresceram dentro dela e
nem todos os havaianos concordam no que ela consiste.
O que você receberá veio através de meu pai adotivo havaiano e de seus
ancestrais, de meu pai natural e de seu irmão e irmã havaianos por adoção, e também
através de mim e de minha personalidade e ponto de vista.
Mesmo sendo uma sabedoria tradicional apresentada em termos modernos
para as condições de hoje, eu me responsabilizo por tudo que disser.
Uma grande parte da herança é mantida pelos havaianos em sua língua.É
aparentemente simples tendo somente doze letras e nenhuma forma de verbo ser, estar
e ter. No entanto contém os mais profundos conceitos imagináveis sobre
conscientização espiritual, construções psicológicas, natureza da realidade, amor
poder, conquista e assim por diante.
Porque sei que soará estranho para a maioria dos leitores, decidi limitar seu
uso a áreas onde a tradução inglesa não é acurada. Se você quiser tentar pronunciar,
vou arriscar a receber a fúria dos puristas da língua havaiana e dizer-lhes que é mais
fácil a pronúncia das consoantes como em inglês (k, p, h, etc...) , e das vogais como
em espanhol (“a” em pai; “e” em empresa; “i” em pita; “o” em moto; e “u’’ em
uno)”.
Esse é o começo de minha história e aqui, está o conhecimento que tenho
para partilhar. Que isto lhe ajude a encontrar, bem como a gozar de mais paz, amor e
poder.

A PRIMEIRA AVENTURA

A EVOLUÇÃO XAMANISMO HAVAIANO

Waiho wale kahiko.


(Velhos segredos são agora revelados.)

O trovão reboou, o vento soprou forte, torrentes de chuva encheram o ar e ondas imensas se
ergueram e caíram e, mesmo assim, o poderoso Mauí conseguiu se levantar com o poder de
sua vara mágica de pesca. Finalmente, com o som de mil cascatas, as ilhas do Havaí
lentamente emergiram do mar. Mauí tinha triunfado mais uma vez e o ser humano tinha uma
nova terra para explorar e cultivar.

A Evolução do xamanismo Havaiano, começa com os mitos de Mauí mágico, ilusionista,


semideus, milagroso, portador de boa sorte, - Mauí era conhecido por todas essas coisas, de
um lado a outro da Polinésia - é a figura masculina mais conhecida do mito polinésio. O ser
mitológico feminino da Polinésia era Hina, deusa da Lua e mãe de Mauí.
As histórias de Mauí são abundantemente lembradas por Beckwith em Hawaiian Mythology,
Andersen em Myths and Legends of the Polynesians e Formander em An account of the

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Polynesian Race. Deixando bem claro que Mauí era um arquétipo xamã, como na velha
tradição encontrada em outras partes do mundo com um toque Polinésio. Além de erguer as
ilhas do Havaí (a descoberta de um mito) ele fez o sol andar mais devagar para que sua mãe
pudesse secar suas roupas (outra descoberta mitológica de encontrar terras nas altas latitudes
setentrionais).
Visitou o Mundo Superior e enganou os deuses para que lhes dessem o segredo do fogo (um
mito da intuição criativa através de um transe xamanico). Visitou o Mundo Inferior para
dominar e vencer vários monstros (outro mito de transe xamanico usado para curas). Usou a
magia e coisas mágicas e conversou livremente com os pássaros animais e elementos
naturais. Mauí era a figura mais popular da Polinésia devido a sua capacidade de ajudar, suas
aventuras e sua irreverência pela autoridade e sua acessibilidade. Como era um semideus,
(mais propriamente um ser humano com habilidades mágicas), nunca foi adorado. Mas era
invocado para trazer boa sorte. Na Nova Zelândia, onde os Maoris fizeram sua estátua em
madeira entalhada ou jade, tinha a forma de um embrião humano e era muito usado como um
talismã, seu nome era “Mauí Tíkitiki”. No Havaí onde não havia sua estátua, era chamado de
“Mauí Kupua.” Ambos nomes podem ser traduzidos como “Mauí, o Xamã.”

AS ORDENS KAHUNAS

Desde os tempos primitivos na Polinésia (algumas tradições, como aquelas da família Kahili
-pela qual fui adotado - e outras narradas por Leinani Melville em “Children of the
Rainbow” são tão antigas quanto o continente perdido de Mu,embora na realidade haja
muitos que discordem disto), criou-se uma filosofia de vida chamada HUNA o "segredo" ou
o "conhecimento secreto".O nome não se referia a nenhum desejo de manter o conhecimento
escondido dos outros, mas verdadeiramente se referia ao lado invisível ou oculto das coisas.
Os peritos ou mestres praticantes desta filosofia foram chamados kahunas em Havaiano,
tahuna em Taitiano. e tohunga em Maori
Em alguns lugares estes peritos se constituíram em três grupos separados e independentes. A
existência destes três grupos aparece em muitas fontes (v.g., “Hawaiian Antiquities” de
Malo e “Ancient Hawaiian Civilization”, da Escola de Kamehameha) . Mas,as informações
que vêm a seguir,na sua maioria foram-me fornecidas por Ohialaka Kahili e Wana Kahili,
meus tios pelo estilo havaiano de adoção. Quando eu tinha dezessete anos,após o falecimento
de meu pai natural, fui hanai’d (adotado) pela família Kahili. Não é uma adoção legalizada,
mas para os havaianos significa que pertenço a sua família.
Um dos grupos acima mencionados concentrou-se nas artes da terapia física, cerimônia
religiosa, política e na guerra. No Havaí era conhecida como a Ordem de Ku.
Um segundo grupo enfatizou os aspectos material e espiritual, arte e ciências como pesca,
agricultura, construção de embarcações, navegação, entalhe de madeira e uso de ervas. Esta
era a Ordem de Lono no Havaí.
O terceiro grupo é da Ordem de Kane que invocava a magia, o misticismo e a psicologia e
estes eram os xamãs. Cada ordem tem muitas sub-categorias e, embora houvesse curandeiros
em cada grupo, a arte de curar através do espírito tornou-se a atividade principal dos xamãs.
Ku, Lono e Kane (pronuncia-se Kah-nai), eram arquétipos ou personificações do Corpo, da
Mente e do Espírito.
O nome completo de Kane era originalmente Kanewahine, que pode ser traduzido como
“homem-mulher” e se refere ao conhecimento das polaridades, semelhante ao conceito de
Yin/Yang dos xamãs Taoístas.
Kane era uma forma arquétipo do deus das florestas, das terras altas, das fontes de água e da
paz. Isto é muito importante porque os Havaianos, via de regra somente habitavam as costas
de suas ilhas. Além de algumas incursões para busca de sândalo, árvores altas para a

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construção de canoas e de penas para capas, os únicos Havaianos que passavam muito tempo
nas florestas e terras altas eram os xamãs.
Como uma associação, a Ordem de Kane era mais ou menos dividida entre aprendizes,
viajantes e mestres, embora diferentes professores pudessem mudar o número de categorias.
Comecei meu treinamento como aprendiz e depois me aperfeiçoei progressivamente em
outras áreas diferentes. Os xamãs Havaianos, bem como os xamãs de outras partes do
mundo, não têm hierarquia entre eles. Os aprendizes são estudantes e colegas, não
seguidores, e um mestre é de conhecimentos e não de pessoas. A palavra Havaiana para
mestre, no sentido de alguém com profundo conhecimento material e espiritual em uma certa
área, é Kahuna. É uma palavra hoje em dia usada livremente, mas em uso adequado, e para
ter um significado real, deve se juntar a ela um qualificativo. Por exemplo, um mestre
curandeiro que usa ervas, massagens e energia, é um Kahuna Iapa’au; um mestre de preces
e cerimônias é um Kahuna pule; e um mestre xamã é um Kahuna Kupua. Como um
exemplo à parte o “grande kahuna” das praias de surf, é um Kahuna he’e nalu. O feiticeiro
de magia negra, é um Kahuna ‘ana ‘ana.
Muitas tolices têm sido escritas e apresentadas sobre os kahunas do Havaí, indo desde um
raio vermelho no olho, que se pode ver quando se conhece um verdadeiro kahuna, até suas
infalíveis e imediatas curas de ossos quebrados, a ressurreição de mortos e a infame “oração
da morte”. Desde que a culpa e o crédito dessas coisas é atribuído aos xamãs, gostaria de
esclarecer este assunto aqui e agora.
Para começar, a crença no brilho vermelho do olho, (foi até mostrada na televisão), se deve a
um jogo de palavras muito apreciado pelos Polinésios. A palavra usada para brilho é makole
que significa “aquele que tem olho vermelho” e se refere também à conjuntivite, mas a
mesma palavra pode significar “arco-íris” e esse é o símbolo da presença dos chefes, deuses
ou espíritos. Usada por um kahuna, é uma palavra de respeito.
A cura instantânea de um osso quebrado é possível a qualquer curandeiro, mas somente sob
condições determinadas.
Especificamente essa cura só pode ocorrer quando há energia abundante e fé sem nenhuma
sombra de dúvida.
A reputação dos kahunas sobre esse assunto vem de uma história escrita em um livro de
Max Freedom Long intitulado The Secret Science Behind Miracles, e nesse livro, ele fala de
uma mulher kahuna que instantaneamente curou a perna quebrada de um
bêbado.Obviamente a kahuna tinha energia e fé e o homem devia estar tão bêbado que não
tinha dúvidas. Nem mesmo os kahunas são infalíveis nessa prática.A ressurreição de mortos
aconteceu em todas as culturas, algumas vezes espontaneamente, sem a presença de um xamã
ou curandeiro. Em tais casos, os ”mortos” estariam em coma profundo, transe ou já indo para
o outro lado. Jesus então, estava certo quando disse que a menina que ele estava trazendo de
volta à vida só estava dormindo.A técnica de um típico xamã kahuna para reviver alguém
que aparentemente esteja morto é a de trazer o espírito vagante de volta ao corpo através do
grande artelho (dedão do pé). Incrivelmente astuto quando se considera que apertar o grande
artelho é um método muito conhecido para reavivar alguém desmaiado.
A maior de todas, a chamada “oração da morte”, só foi praticada pelos ‘ana ’ana, ou
feiticeiros de magia negra, os quais eram desprezados pelos kahunas de todas as ordens.
Esses renegados, eram em geral, aprendizes de uma das ordens, já tinham algum
conhecimento e eram pessoas que haviam sido expulsas ou saído de sua associação, devido à
sua personalidade negativa ou comportamento.
Os europeus e os missionários foram os primeiros a denominá-los kahunas ‘ana ‘ ana que,
levantaram a hipótese de que todos eles eram feiticeiros. A “oração da morte” em si, não era
mais do que um canto de maldição determinado a funcionar abertamente e feito através de
telepatia, atuava sobre o medo da vitima. Sem medo, a “oração da morte” não surtia efeito.
Havia alguns kahunas que se especializaram em desfazer os atentados dos ana’ana , tanto

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pelo trabalho feito diretamente no feiticeiro ou fortalecendo a vítima e,algumas vezes, esses
contra-feiticeiros eram também chamados de kahuna ‘ana ‘ana do bem.
O TREINAMENTO XAMANICO

Na Polinésia, o treinamento xamanico pode ser formal ou informal, dependendo da área. Na


antiga Nova Zelândia os candidatos Maoris iam para a Whare Wananga ou “Escola Psíquica”
onde passavam um treinamento rigoroso e controlado e faziam exames.A tradição Havaiana
era muito mais orientada para a família com candidatos escolhidos ou adotados pela família
de um mestre xamã que eram treinados informalmente pelo xamã e seus estudantes mais
adiantados.
No sistema Maori, certas tarefas específicas eram dadas ao aprendiz para serem executadas e
após, serem testados sobre as mesmas. No sistema Havaiano, o estudante era submetido a
experiências, demonstrações,alusões e sugestões e era então deixado para desenvolver sua
iniciativa e auto-disciplina para que se aperfeiçoasse nelas ou não. Quando sentia que já
estava pronto, o estudante pedia autorização a seu mestre para demonstrar sua habilidade.
Então, ele ou ela, faria algumas sugestões para melhorar a habilidade do aluno ou reconhecer
a sua perícia e lhe daria uma nova tarefa, se o estudante assim o desejasse.
O sistema Havaiano é, na minha opinião, o mais difícil dos dois porque as regras não são tão
claras. Por exemplo, meu tio Havaiano kahuna Wana Kahili me disse uma vez, sem
preâmbulos: “é bom entender as energias da pedra e das coisas de pedra” . Eu lhe perguntei:
“Você quer dizer que eu devo estudá-las?” “Não”, ele respondeu. Novamente lhe fiz a
mesma pergunta e a resposta foi não. No início não pude entender porque ele havia
mencionado o assunto, mas graças a outras experiências que tinha tido com meu pai e
M'Bala, meu mentor xamanico africano, uma luz me inspirou e eu lhe perguntei; “Como se
pode entender a energia da pedra” ?
“Bem, você pode começar por...” e aí ele fez várias sugestões para começar. Se eu não tivesse
feito a pergunta certa ele não teria me ajudado a ampliar meus conhecimentos nessa área.
No xamanismo Havaiano a iniciativa é altamente apreciada e recompensada.
Um aspecto novo do xamanismo polinésio comparado com o mais bem conhecido
xamanismo americano é a falta de máscaras e o uso de tambores e dança. As máscaras como
representações de deuses, espíritos ou animais, não eram usadas em nenhum lugar da
Polinésia, embora muitos pensem que as máscaras Melanésias da Nova Guiné, fossem de
origem Polinésia.
Se os dançarinos, xamãs ou sacerdotes da Polinésia quisessem acusar a presença ou atividade
dos deuses, espíritos ou animais, eles o fariam somente através de sons e gestos.Mesmo a
elaborada tatuagem facial não era uma máscara e a sua finalidade era a de realçar a beleza.
Os tambores não eram usados para causar um transe; eram usados para a comunicação, para
manter o ritmo e dar energia. Quanto à sagrada hula, o dançarino entrava em transe através
da meditação no deus, no espírito ou na intenção a ser representada antes da dança. A dança
era, em si, um fato cuidadosamente coreografado, cujo poder vinha da habilidade do
dançarino para entrar em contato com o espírito ou com a intenção daquilo que ele quisesse
expressar. Um transe mais profundo ou enfoque, poderia ocorrer como efeito secundário, mas
o propósito principal da hula sagrada era o de ensinar ou de movimentar a audiência. A dança
estática ou usada para induzir ao transe, não fazia parte da cultura da Polinésia.
Os xamãs Polinésios eram treinados como curandeiros em sete áreas e, para se tomar um
xamã Kahuna tinham que desenvolver um certo grau de aperfeiçoamento em todas elas, e
nem todos eram igualmente hábeis em cada uma, devido às diferenças no seu talento natural
e interesses. Basicamente, o xamã era treinado como um psíquico para soltar os bloqueios
físicos e mentais, esclarecer acontecimentos, mudar a forma das coisas, ser um pacifista,
ensinar e ser um aventureiro. A forma de treinamento era diferente para cada professor.
Invariavelmente, o processo enfatizava o amor próprio, a autoridade interior e o poder da

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palavra para dirigir a energia, invocar imagens e criar crenças (fé). Geralmente, os aprendizes
recebiam fórmulas de cânticos que hoje seriam reconhecidos como afirmações, imagens para
meditação e averiguação de formas de elementais, de animais e de plantas para imitar ou
modelar. Qualquer treinamento formal, geralmente, acontecia desde a madrugada até ao
meio-dia, mas esperava-se que o aprendiz aplicasse seus conhecimentos em todas as
oportunidades, dia e noite.
Os exercícios de respiração também eram importantes para aumentar a energia espiritual e a
dirigir o pensamento.
Como psíquico o xamã era treinado em telepatia e clarividência, bem como em viagens a
outros mundos (dimensões), interior e exteriormente na comunicação com os espíritos, como
sensitivo, na análise de sonhos e na comunicação com plantas e animais e com os elementos
naturais da Terra. Tudo isso, era considerado como formas de telepatia, e era, provavelmente,
a qualidade mais importante do xamã. Instrumentos , de pedra e varinhas mágicas eram
geralmente usadas para treinar e realçar as habilidades mentais.
Como desbloqueador, o xamã era treinado no uso da energia para aliviar o stress físico,
emocional e mental e, nos métodos de mudança de crenças restritivas. Liberação de energia
era geralmente baseada no Lomi-Lomi, uma forma Havaiana de massagem parecida com a
massagem sueca, Esalen Massage, Rolfing, terapia da polaridade, acupressura, cura pelas
mãos e outras variações. Entretanto, a geomância pessoal e ambiental era também usada para
este fim. A dissolução de crenças restritivas podia ser feita de várias maneiras, mas um
método comumente usado era um tipo de conversa terapêutica, geralmente incluindo
afirmações que poderiam ser feitas individualmente ou em grupo. Como manifestador, o
xamã era treinado para mudar o clima, aumentar a prosperidade, (talvez induzindo para uma
colheita mais abundante ou para uma grande captura de peixes), e provocar vários
acontecimentos (como descobrir uma ilha ou promover uma reunião dos chefes).
Entre os vários métodos usados, uma forma de contemplação ou a atenção passiva
focalizada, semelhante a certas práticas de Yoga , na qual, uma idéia é tranqüilamente
mantida na consciência até atrair energia suficiente para se manifestar como forma. Também
estavam incluídos nesse treinamento, viagens astrais e psicocinese.
Como prestidigitador ele/ela era treinado para representar vários papeis cantando, atuando,
dançando e tomando as características de animais ou objetos, unindo-se aos elementos da
natureza, influenciando-os pela ressonância e, nos altos níveis de prática desaparecerem e
aparecerem para outros de uma forma diferente.
Como pacifista o xamã era treinado para criar a harmonia dentro de si mesmo/mesma, dentro
dos outros, entre pessoas, entre as pessoas e a natureza e na natureza.
Havia uma sociedade xamanica no Taiti, os Anoi, pacifistas especializados nesse processo.
Utilizando a música, a dança e a poesia como meios de apresentação, viajavam de ilha em
ilha e representavam seu papel.
O respeito por eles era tão grande, que qualquer guerra cessava enquanto estivessem
presentes. Através das narrativas sobre mitos e lendas, eles lembravam dos guerreiros de sua
própria origem e da sua finalidade e, com humor grosseiro e irreverente, tentavam fazer os
antagonistas verem os erros de seus métodos. Esta ênfase sobre a paz, era uma das
características mais importantes dos xamãs da Polinésia.
Embora a maioria dos xamãs do mundo siga o caminho do guerreiro, com seu objetivo no
poder e na conquista do eu, os xamãs Polinésios seguem o que chamo de o caminho do
aventureiro, com seu objetivo no amor (Aloha) e na expansão do eu. Como professores, os
xamãs eram treinados para demonstrar e compartilhar seus conhecimentos, ajudando as
pessoas a descobrir seus próprios poderes e a mudar suas vidas.
Um xamã raramente se transformava em “kahuna a’o” um mestre que fazia palestras para
grupos. Mais freqüentemente o ensinamento era feito através de exemplos, sugestões e
conselhos.

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Como aventureiro o xamã era treinado para ser flexível e sentir-se confortavelmente com as
mudanças e a dirigi-las de uma maneira positiva para ser livre e explorar novos modos e
meios de fazer as coisas, e também para se atualizar constantemente e expandir seus
conhecimentos através de viagens e estudos com outros professores.

A QUEDA E O CRESCIMENTO DO XAMANISMO HAVAIANO

Com tantos poderes e habilidades, as pessoas perguntam freqüentemente como a Polinésia


foi invadida por intrusos? Por que os xamãs não evitaram que isso acontecesse? Tudo tem
relação com a evolução do xamanismo na Polinésia e, minha resposta a uma pergunta tão
importante como essa é que cada área da Polinésia tinha sua variação local neste assunto,
mas a experiência no Havaí foi suficientemente típica para servir de exemplo às demais.
Como foi relatado por Fernandez em “An Account of Polynesian Race” , cerca do ano 1200
A. D., durante a idade dos Cavaleiros na Europa e do reino de Genghis Khan na Ásia, um
homem chamado Paao um kahuna da Ordem de Ku, muito motivado e determinado,
juntamente com um chefe de Samoa e com guerreiros de Samoa e Taiti, liderou uma
expedição para o Havaí. Nessa época o Havaí era um lugar muito pacifico, com várias partes
das diferentes ilhas governadas por chefes locais, que eram mais lideres das vilas. Os portos
do Havaí eram muito movimentados e as embarcações viajavam regularmente nos oceanos
para fazer comércio e para a migração entre as ilhas Havaianas, Samoa e o Taiti. A Ordem de
Ku mencionada por Malo em “Hawaiian Antiquities” existia no Havaí como um cerimonial
de sacerdotes encarregados dos templos e celebrações dedicadas á agricultura, à pesca e a
cura.
Até a chegada de Paao os sacerdotes de Ku viviam em relativa harmonia com os xamãs de
Kane e com os profissionais (ervanários, astrólogos, navegadores, construtores de
embarcações, etc.) da Ordem de Lono. A vida era mais do que pacifica, era complacente.
Se alguém suspeitasse o que estava para acontecer e tentasse alertar o povo, ninguém lhe
teria dado ouvidos. "Este é o paraíso. O que poderia sair errado?”
Paao tinha um talento especial que combinado com sua ambição, iria mudar
profundamente a sociedade Havaiana. Paao era um gênio em organização.
Assim que aportou (alguns dizem que ele começou pela Ilha Grande), estabeleceu uma base
de operações com seu chefe e guerreiros importados.
Começou então a usar sua personalidade poderosa e habilidades de organização para
transformar a Ordem local de Ku numa hierarquia forte e com uma estrutura exclusiva de
seguidores (membros da Ordem) e sacerdotes. Após algum tempo, introduziu pela primeira
vez no Havaí, sacrifícios humanos nas cerimônias, com a justificativa habitual de que, uma
vez que a vida humana era tão sagrada, tornaria dessa forma, o sacrifício mais eficiente.
Enquanto a Ordem de Ku se tornou organizadamente mais forte, Paao começou a expandir-se
politicamente com a ajuda de seus guerreiros.
À medida que cada área ia sendo dominada com o auxílio dos sacerdotes locais, Paao
substituiu o sistema de lideres dos chefes locais por um novo sistema aristocrático. Enquanto,
antes, toda a terra pertencia à comunidade, passou a pertencer somente a uma nova classe de
chefe que podia locar a terra ou tirá-la da pessoa de acordo com sua vontade.
A aristocracia tinha sua própria hierarquia, muito parecida com o sistema feudal europeu e
Paao assegurou que seu poder sobre o povo, estivesse intrinsecamente ligado ao poder dos
sacerdotes, para assim, criar uma dependência e servidão, com um sistema de vigilância tal,
que um vigiava o outro, semelhante à Europa. Entretanto, mesmo sendo capaz de mudar o
irregular sistema de classes do Havaí, por um outro, de castas, ele nunca foi capaz de
estabelecer a servidão.

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O povo comum era inquilino, mas não servo. Os chefes não os possuíam e, se uma pessoa do
povo não estivesse satisfeita com seu chefe, poderia mudar-se para outra área, sob nova
chefia.
Somente duas fontes deram a Paao alguma oposição real ou potencial: Os xamãs e os
profissionais. Paao e seus seguidores, resolveram eliminá-los. Uma das primeiras coisas a se
acabar, foi o comércio com as outras ilhas do Sul do Pacifico. Não era mais permitida a
partida das canoas (embarcações) para o oceano (era contra a vontade dos deuses), e qualquer
canoa (embarcação) que chegasse era confiscada e, dessa forma, todo o intercâmbio acabou.
Sem o comércio, não havia necessidade de construção de barcos e o porto fechou.
Logicamente, não havia necessidade de construtores de barcos ou navegadores e muito do
seu conhecimento se perdeu. Desde que a maioria dos astrólogos, era também navegadora,
muito deste conhecimento também se perdeu. Setecentos anos antes da Cortina de Ferro
aparecer na Europa, Paao trouxe para o Havaí. a sua “Cortina Oceânica” muito efetiva.
A Ordem de Lono sofreu muito sob o domínio de Paao e virtualmente, os únicos a
sobreviverem nos próximos quinhentos anos, até a chegada de Cook foram os mestres em
agricultura, pesca e ervas, que eram sem dúvida alguma, úteis e não apresentavam nenhuma
ameaça à nova ordem. Os xamãs de Kane eram realmente a maior ameaça a Paao, devido aos
seus conhecimentos de liberdade e poder individual, mas por outro lado, foram os capazes de
resistir. Os xamãs protegiam-se indo para as florestas e terras altas, para onde poucos
ousavam ir. Entretanto, eles só podiam influenciar o povo, até o ponto em que o povo
quisesse ser influenciado. Paao oferecia segurança absoluta em troca da liberdade pessoal e
responsabilidade, usando o medo como motivação para receber o apoio na sua maneira de
agir. A segurança era mantida não somente por soldados dos novos governantes, mas também
por uma classe de executores contratados pelos dirigentes,que saiam à noite para castigar
seus inimigos e pegar as vitimas para os sacrifícios. O povo, em geral apoiava a nova ordem
e os xamãs não eram suficientemente numerosos nem organizados para se oporem à política
direta de Paao. Por isto, refugiavam-se em lugares ermos e somente uns poucos sabiam onde
encontrá-los. Curavam aqueles que conseguiam descobri-los e se mantinham bem em sua
própria sociedade.
Quando Cook descobriu o Havaí, no fim do século XVIII, os sacerdotes de Ku tinham um
controle firme nesta área, embora todas as ilhas estivessem em guerra umas com as outras.
A nova Ordem de Lono havia perdido a maior parte de seus conhecimentos e tinha
praticamente se transformado em pequeno ramo de sacerdotes e os xamãs de Kane eram
figuras sombrias vivendo no interior da ilha. Somente eram consultados em casos de
emergência, mas de outra forma eram evitados.
Somente em Kauai, os xamãs mantiveram significativa influência. Quando o brilhante rei
Kamehameha conquistou o Havaí, Mauí,Oahe e Moloka com a ajuda dos ocidentais e sua
tecnologia, foram os xamãs de Kauai que por duas vezes, pela força de sua magia evitaram
que ele conquistasse Kauai.
Kamakau conta em “Ka Po’e Kahiko” (The People of Old) que em 1796, Kamehameha,
com dez mil guerreiros, levantou vela através do canal que separava Oahu e Kauai mas um
vento muito forte ameaçou dizimar toda sua frota e ele se retirou.
Novamente, em 1804, Kamehameha juntou mais de sete mil soldados armados de
mosquetes, canhões, carabinas giratórias, morteiros,escunas armadas e também canoas para
invadir Kauai. Desta vez, uma doença similar à febre tifóide, destruiu completamente seus
exércitos, impedindo a invasão.
Em “Kauai: The Separate Kingdom”, Edward Joesting conta sobre este período e fala:
A ilha Kauai era muito conhecida pela natureza religiosa de seu povo.Era freqüentemente
chamada de “Kauai pule o’o’ - Kauai das preces ouvidas” .
Nem a entrada de Kauai na união de Kamehameha, através de negociações, a
ruptura e virtual destruição do sacerdócio logo após a morte do grande rei, a chegada dos

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missionários, nem a aquisição do Havaí pelos Estados Unidos tiveram muito efeito nos
xamãs do Havaí e na sua maneira de viver.
Um grande número deles saiu do anonimato para participar da tentativa do Rei Kalakaua de
reavivar as antigas artes de cura, mas quando a influência dos políticos ativistas, conhecidos
como “O Grupo Missionário” tomou-se suficientemente forte para obrigar o rei a dispersar o
seu Conselho de Saúde kahuna, eles silenciosamente se desengajaram e desapareceram
novamente.
Durante os anos de supressão da cultura Havaiana pelos missionários e pela nova elite
política americana e econômica, as ilhas xamanicas continuaram como sempre foram durante
os séculos de supressão iniciados por Paao.
Mestres em se mesclarem com o ambiente natural, ou ficavam nas terras altas, fora de vista
ou se misturavam com seus companheiros como pessoas comuns do povo. Em ambos os
casos suas habilidades eram inacessíveis com exceção à família, amigos e pessoas carentes. A
lei do Havaí que considerava um crime ser ou intitular-se kahuna teve pouco efeito nas suas
atividades. As sementes da mudança entre os kahunas Havaianos foram plantadas durante a
revolução social aos anos sessenta e continuaram a brotar e a crescer durante os anos setenta
e oitenta.
Com outras pessoas em outros lugares, os havaianos começaram vagarosamente a sentir-se
orgulhosos de serem Havaianos e os mais corajosos dentre eles, começaram a reviver e
conhecer os melhores aspectos da sua antiga cultura. Artes e ofícios, dança, cantos
tradicionais e novos estilos tomaram-se mais populares e após algum tempo, a lei contra os
kahunas foi anulada.
Tanto o orgulho dos Havaianos, como as atividades dos kahunas Havaianos cresceram.
Entretanto, a repressão feita pela Igreja e pelo Estado, custou um preço muito alto, porque
poucos foram os verdadeiros kahunas de qualquer tipo que sobraram e havia cada vez menos
aprendizes em treinamento. Mesmo que sentissem orgulho de sua herança, as igrejas ainda
davam profunda impressão de que todo kahuna praticava a magia negra. Mesmo os
Havaianos que buscavam os aspectos curativos dessa grande tradição, assim o faziam mas
com muito receio. Mesmo assim, seu número continuou a crescer. Hoje, entretanto, as
grandes curas metafísicas e as tradições xamanicas do Havaí, são mantidas vivas basicamente
pela mesma raça que quase as destruiu completamente.
Sem a audiência dos brancos do continente mesmo os poucos professores kahunas Havaianos
não teriam a quem ensinar.
Um kahuna havaiano meu amigo, disse-me que os Havaianos não voltarão ao antigo
ensinamento Huna, até que um certo número de brancos o aprovem.
Um outro kahuna Havaiano que participou de uma de minhas palestras, para ouvir o que este
haole kahuna tinha a dizer, acabou confirmando o que meu amigo havia dito, e me deu sua
bênção por partilhar esse conhecimento e ao mesmo tempo, expressou um sentimento
estranho ao ouvir o conhecimento sendo ensinado tão abertamente após tantos anos de
supressão. Por outro lado, há alguns Havaianos não kahunas, que são da opinião de que as
tradições sagradas do Havaí deveriam ser partilhadas somente entre Havaianos. De certa
forma, é bom e não é, que a sabedoria kahuna-huna esteja hoje em dia, sendo ensinada para
uma maioria de brancos do continente.
É bom, porque são muitos, e o interesse e uma relativa falta de medo, assegura que o
conhecimento seja mantido e realçado; não é bom somente porque o conhecimento poderia
ser útil aos próprios Havaianos na sua busca de auto-estima e autodeterminação.
Atualmente existem menos de seis professores kahunas, todos ensinando principalmente no
continente. Somente um deles é da Ordem de Kane, é um haole branco. Eu sou este
professor. Dos outros kahunas xamãs que conheço, nenhum tem o desejo de ensinar, mas
pelo menos alguns kahunas de outras ordens estão começando a se movimentar e a partilhar
as suas habilidades curativas e conhecimentos. Tenho grande esperança nos meus poucos

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aprendizes Polinésios embora me pareça que estamos entrando num período histórico, onde
as diferenças estão se tomando cada vez menos importantes. É um tempo de união para todos
e o melhor uso para o xamanismo urbano ou de outro tipo seria em prol da paz interior e
exterior. Como diz um velho provérbio Havaiano:
“He ali’i ka la’i, he ha Ku na ke aloha.” (a paz é um guia, o senhor do amor).
Que a paz e o amor sejam nossos guias e nossos objetivos no nosso trabalho de cura do
mundo de hoje.

A Segunda Aventura

‘A’ohe pau ka ‘ike i ka ho’okahi.


(O conhecimento total não é ensinado na mesma escola.)

O sistema xamanico Havaiano é semelhante a outros sistemas de pensamento


que lidam com a mente e seus efeitos no Universo, mas algumas diferenças são
consideráveis. Há muitos séculos atrás, os mestres espirituais havaianos chegaram á
mesma conclusão que outros de outras épocas e lugares diferentes. Que há um aspecto
da consciência que opera disfarçada e indiretamente (o subconsciente), que há um
aspecto da consciência que opera aberta e diretamente (a mente consciente) e que há
um aspecto da consciência que transcende (o superconsciente) e também inclui os dois
aspectos anteriores. As diferenças no pensamento Havaiano têm a ver com sua
natureza, suas funções e seus relacionamentos.
No titulo deste capítulo eu os chamei de coração, mente e espírito e, entender
o que eles são e como operam sob o ponto de vista Havaiano pode ser uma das coisas
mais práticas que você aprenderá.
OS TRES ASPECTOS DA CONSCIÊNCIA

O conceito de três aspectos é uma maneira de dividir a complexa natureza de


um ser humano em três partes convenientes, cada uma delas tendo a sua própria função
e motivação. Não há nada no pensamento Polinésio que indique que estes três aspectos
sejam realmente separados. É como dividir um mamão em três partes denominadas
casca, polpa e sementes. Essas três partes formam o mamão inteiro que veio de uma
fonte, mas às vezes é mais conveniente falar separadamente da casca, da polpa e das
sementes. Não há nada inerente na natureza de um ser humano que pudesse evitar que
fizéssemos uma divisão em digamos, catorze aspectos. Três são simplesmente úteis,
convenientes e portanto, aceitos como uma verdade que funciona.
Em Havaiano eles são chamados de Ku (o coração, o corpo ou
subconsciente), Lono (a mente ou mente consciente) e Kane (o espírito, o
superconsciente).

O ASPECTO DO CORAÇÃO - KU

A função principal desse aspecto da consciência é a memória.É graças a Ku


que podemos aprender e lembrar, desenvolver habilidades e hábitos, manter a
integridade do corpo e guardar um sentido de identidade no dia a dia. É parecido com
o conceito equivalente ao subconsciente no Ocidente, mas não é idêntico. O mais

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importante para se saber sobre a memória é que fica guardada no corpo como um
modelo de vibração-movimento. A memória genética é de fato guardada a nível
celular, enquanto a memória experimental ou aprendida é guardada em um ou mais
dos muitos níveis musculares.
Sob um estimulo certo, interno ou externo, mental ou físico, o movimento
ocorre e a memória é liberada. Isto então dá origem ao comportamento mental,
emocional ou físico. Se esse movimento for inibido, seja por tensão ou stress, a
memória relacionada será também inibida. Isto é verdadeiro tanto para a memória
genética quanto para a aprendida. No caso da memória genética, o corpo só sabe o que
seus ancestrais sabiam. É um arquivo muito rico. No entanto, os comportamentos
físico e emocional, bem como as suas reações, geralmente são influenciados em maior
ou menor grau pela memória aprendida. Numa situação estressante Ku primeiro vai
buscar a memória dos ancestrais como uma forma de poder lidar com a situação,
depois se houver várias escolhas em potencial vai para a memória aprendida para
especificações. Suponhamos que você esteja numa situação estressante envolvendo sua
auto-estima, que, se manifesta geralmente no tórax. Suponhamos que a memória
genética lhe ofereça as escolhas de um resfriado, um ataque de ansiedade ou de asma.
Se, na semana anterior Ku tiver aprendido com outra pessoa ou na televisão, tudo
sobre os sintomas dos resfriados é provável que faça esta escolha. A memória genética
é arquivada em cada célula, mas a aprendida parece estar estocada em áreas
específicas do tecido muscular do corpo. As áreas de arquivo parecem se relacionar
com a parte do corpo em atividade ou estimulada durante o aprendizado. Quando a
parte do corpo em que a memória está arquivada fica sob tensão suficiente ela será
então inibida ou até inaccessível.
Durante uma caminhada que fiz com um amigo na selva de Kauai fomos
incapazes de localizar nossa trilha de retorno. Concordamos que ficava do lado oposto
de um riacho, mas não podíamos concordar com a aparência do lugar, e assim
passamos o dia indo para cima e para baixo ao longo do riacho procurando um ponto
de referência que ambos reconhecêssemos. No dia seguinte após uma noite passada
num pântano decidi usar nosso conhecimento sobre Ku. Com perguntas muito
cuidadosas descobrimos que na sua memória da trilha havia perto um típico lamaçal do
qual eu não me lembrava e na minha memória havia um riacho secundário com uma
enorme pedra lisa nas imediações da qual ele também não se lembrava. Andamos ao
longo do riacho até encontrarmos a trilha exatamente entre os dois pontos de
referência. Quando a tensão muscular é aliviada, qualquer memória arquivada nessa
área e inibida pela tensão é solta.
Este é um conhecimento comum para qualquer pessoa que dê ou receba
muitas massagens mas há várias maneiras de se criar tensão e aliviá-la consciente ou
inconscientemente. Uma experiência freqüente é a de esquecer o nome de alguém.
Você poderá ter uma imagem clara do rosto da pessoa em sua mente mas o nome não
surge. É porque a parte do seu corpo onde o nome está arquivado está no momento sob
muito stress. Se você deixar de pensar e for fazer outra coisa, o nome voltará a sua
mente quando menos esperar. Isso acontece porque durante o tempo em que você se
ocupou de outra coisa os músculos que guardavam o nome se relaxaram
suficientemente para liberar a memória.Uma vez na África, durante um tempo em que
eu andava estressado, levei minha esposa a uma festa para conhecer o Embaixador
Americano e quando tive de apresenta-la não consegui me lembrar de seu nome.
Assegurei ao Embaixador que éramos casados há muito tempo mas ele ficou, e com
razão, muito desconfiado. Quando Glória finalmente disse seu nome, o músculo direito
se soltou e eu pude dizer: -Certo, é isso mesmo, Gloria.

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Choques graves que produzem stress generalizado podem resultar em
amnésia, uma condição em que grandes áreas da memória ficam bloqueadas.
Assim que os vários grupos de músculos começam a relaxar, a memória
começará a voltar. O interessante é que quem sofre de amnésia, quase nunca se
esquece da linguagem falada mesmo quando se esquece de seu próprio nome. Isso é
causado porque os componentes da linguagem (letras e sons) são usados com tanta
freqüência que são arquivados em muitas áreas do corpo. Entretanto, há casos em que
a pessoa perde a fala, devido a um grande choque. Até hoje, fico ruborizado quando
conto a história do esquecimento do nome de minha esposa. O interessante é que me
ruborizo quando conto o fato porque a memória está muito vívida em minha mente.
Isto nos diz algo mais de muita importância sobre a memória e Ku.
Ku seu subconsciente corpo-mente, não distingue entre passado, presente e
futuro. No que lhe concerne, o presente é o único tempo que existe. Quando você quer
se lembrar de alguma coisa tem reações fisiológicas naquele momento, cuja
intensidade depende de quanto esteja vívido aquilo que você está lembrando.
Por exemplo, é mais provável que você tenha reações fisiológicas mais fortes
ao se lembrar de quando aos sete anos foi severamente criticado do que se lembrar de
um almoço na semana passada, a não ser que o almoço tenha sido mais traumático.
Isto significa que quanto mais você remoer lembranças, mais elas afetarão o seu corpo
no momento presente, produzindo mais ou menos as mesmas reações químicas e
musculares que ocorreram durante o episódio em questão.Uma boa lembrança pode
produzir endorfinas, enquanto uma má lembrança produzirá toxinas. Todas no presente
momento. Obviamente quanto mais você remoer uma lembrança, mais seu efeito
crescerá no presente.
EXPLORANDO A MEMÓRIA

Durante quinze segundos, relembre algo desagradável e preste muita atenção


ao seu corpo. Em seguida, por outros quinze segundos, relembre algo agradável e,
novamente, preste atenção ao seu corpo. Você descobrirá que uma lembrança
desagradável vai fazer você sentir-se cansado, tenso, contraído deprimido e/ou infeliz,
ao passo que a lembrança agradável tende a fazer você sentir-se leve, expansivo,
relaxado e/ou feliz. Além do fato de que os dois tipos de lembrança farão você sentir-
se diferente aqui e agora. Note também com que rapidez a mudança ocorreu. Em um
momento, você estava sentindo-se mal e, no outro bem. Fez-se somente uma mudança
de foco, para que isso ocorresse. Uma maneira de controlar suas emoções e sua saúde é
então escolher quais as lembranças que você se permite reviver.
Como já disse, eu me ruborizo quando me lembro do esquecimento do nome
de minha esposa. Ficar ruborizado, é uma reação e as emoções se desencadeiam
através da lembrança.
Esta é a única fonte de emoções ou o que usualmente chamamos de
pensamento. Isso não ocorre sem uma razão. São reações energéticas provocadas pelo
modelo da memória. Ninguém anda por ai cheio de raiva, por exemplo. Mas as pessoas
ficam revivendo continuamente as lembranças que re-estimulam a raiva, ou com
tensão muscular que suprime memórias que provocaram a raiva, se forem levadas a
um nível consciente. Como exemplo o conhecimento e novas experiências, totalmente
sem relação alguma com o conhecimento ou experiências passadas, em si mesmas, não
produzem emoção. A única forma de um novo conhecimento ou experiência produzir
uma emoção só poderá ocorrer se houver um modelo na memória (na forma de hábito
ou expectativa) de como reagir ao novo conhecimento ou à nova experiência. Se você
tivesse um padrão para se lembrar do novo conhecimento ou experiência seria: a)
excitante ou b) assustador e, então sua reação seria apropriada àquele padrão. De outra

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maneira sua reação seria mais uma exclamação na ordem de “Oh” ou “Que bom.”. A
finalidade de tudo isso é que se as emoções são geradas pelas memórias de como
reagir em certas situações, então uma forma de controlar indiretamente as emoções
seria mudando as memórias.
Várias são as maneiras de como se fazer isso e serão fartamente discutidas
neste livro.
As emoções também podem ser controladas indiretamente se ensinarmos
novos truques a Ku. Isso está baseado no fato de que as emoções, especialmente as
negativas como o medo e a raiva, são sempre acompanhadas de tensão muscular.
EXPLORANDO AS EMOÇÕES

Sentado ou de pé confortavelmente com todos seus músculos relaxados


(mantenha como única tensão, a que for suficiente para ficar sentado ou em pé). Agora,
usando sua memória ou imaginação, tente ficar com bastante raiva sem tencionar
nenhum músculo. O que você descobrirá é que se seus músculos estiverem relaxados é
fisiologicamente impossível ficar com raiva.
Raiva não pode existir sem tensão muscular nem sem medo. Portanto,
treinando relaxar seus músculos de acordo com sua vontade, pode fazê-lo lembrar-se
de conhecimentos e habilidades mais facilmente, bem como torná-lo capaz de evitar e
de se livrar do medo e da raiva. Não apenas isso, ainda pode ajudá-lo a quebrar muitos
hábitos desagradáveis e doentios, dando a Ku, uma nova memória de como agir e a
reagir em situações diferentes.
Uma vez estava com uma amiga com quem faço caminhadas, numa cidade
chamada Kapaa, esperando por minha esposa. Minha amiga me ofereceu do seu
sorvete, aceitei e estava uma delícia. Pouco depois ela me ofereceu novamente mais
sorvete, desta vez recusei porque estava tentando fazer uma dieta. Ela perguntou-me
como eu conseguia recusar um sorvete tão gostoso. Eu disse: ”é fácil; tudo o que tenho
de fazer é manter os músculos de meus ombros tão relaxados a ponto de nem
conseguir levantar meus braços para segurar o sorvete.”
Outra coisa muito importante sobre Ku, é a memória. É que cada
experiência, independente de sua fonte, é arquivada como memória corporal. Ku não
faz distinções precisas se a experiência veio de uma fonte interior ou exterior, de uma
situação física real ou de um livro, filme ou mesmo de um programa de televisão,
sonho, intuição psíquica ou sua imaginação. Tudo é arquivado como memória
corporal. Ku só se preocupa com a intensidade da experiência, isto é o nível de reação
fisiológica emocional, química e muscular que ocorreu durante a experiência. Esta é a
única base que Ku tem para saber quão real foi a experiência. O lado prático de tudo
isso é que uma experiência intensamente imaginada é tão boa quanto a real, pelo
menos no que se refere ao comportamento baseado na memória.
Os xamãs Havaianos e outros usam esta técnica há séculos, como uma forma
de cura e auto-desenvolvimento. Recentemente nos tempos modernos, este
entendimento xamanico antigo tem sido usado por atletas olímpicos, entre outros, com
resultados muito efetivos.Os atletas usando totalmente a imaginação sensorial, atuam
com perfeição todas as vezes e criam as memórias corporais, tornando mais fácil e
melhor o desempenho físico. O mesmo processo pode ser usado para seu próprio
treinamento em qualquer tarefa, estado ou condição.
EXPLORANDO A IMAGINAÇÃO

Lembre-se de uma cena de um livro que você tenha lido ou de um devaneio


favorito. Relembre então de umas férias ou de uma viagem que tenha feito, por mais
ou menos trinta segundos. Relembre primeiro de uma e depois da outra.

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Agora. excluindo as diferenças de conteúdo (graus de vivências ou tipo de
atividade, ou decisão consciente sobre o que é real), tente determinar qualquer
diferença entre as duas lembranças. Você descobrirá que não há diferenças entre as
lembranças.Relembrará de uma tão facilmente como da outra e, na realidade a cena do
livro ou sonhar acordado, talvez tenha um efeito presente mais forte em você do que a
lembrança real. Ku não faz distinções entre memórias, seja qual for a fonte. Para Ku as
que são mais reais são as que têm um maior impacto sensorial.
A função principal de Ku é a memória (lembrança) e a motivação principal é
o prazer. Para ser mais exato a motivação de Ku está direcionada para o prazer e para
bem longe da dor.Todo seu comportamento habitual baseado na memória
mental,emocional ou física tem esta motivação.
Por esta razão você prefere fazer certas coisas e não gosta de fazer outras,
por esta razão algumas coisas são mais fáceis de fazer do que outras e por esta razão
você as adia sempre que há algo importante a ser feito. Ku automaticamente se
direciona para o que é prazeroso, fazendo o possível para evitar coisas dolorosas.
Se você cria uma memória futura, em outras palavras, se você imagina o que
acontecerá se fizer uma certa coisa, o comportamento de Ku será fortemente
influenciado se a memória carregar a expectativa de dor ou prazer. Se você criou uma
expectativa/memória de que encontros humanos podem resultar em rejeições
dolorosas, terá muita dificuldade em estar com pessoas, fazer chamadas telefônicas
(especialmente se você for vendedor), e possivelmente também escrever cartas. De
outro modo, se o pensamento evoca uma expectativa/memória de um contato
aprazível, essas coisas serão fáceis e agradáveis para você. E se, como é muito comum,
Ku guarda as duas expectativas/memórias da facilidade ou dificuldade dessas
atividades elas irão variar de acordo com o seu nível presente de autoconfiança e auto-
estima (também chamado de humor).Há ocasiões em que a única escolha possível de
Ku está entre duas dores (dois sofrimentos). Ku não pode fazer escolhas criativas, não
pode criar novas soluções; ele só pode fazer aquilo que aprendeu de experiências
passadas ou copiar de outros no presente. Quando em confronto com uma situação
penosa, a sua tendência natural é de escolher a resolução prazerosa, mas só poderá
fazê-lo lembrando-se, copiando ou recebendo orientação da mente consciente. Se a
mente consciente não estiver participando da solução e se não houver uma solução
agradável (boa), nem no presente nem no passado, Ku precisará usar o presente ou o
passado para achar a solução menos penosa.
Se você estiver trabalhando num lugar que lhe causa reações estressantes,
que, ameaçam a integridade de seu corpo e você não está conscientemente fazendo
nada a respeito disso, (porque você precisa do dinheiro), Ku vai procurar ou se lembrar
e lhe dará um resfriado para tirá-lo desse ambiente.
Do ponto de vista de Ku um resfriado não é agradável, mas é melhor que a
dôr de continuar no emprego.
Você vai melhorar quando se demitir, desistir ou for despedido ou quando a
dor do resfriado for pior do que a lembrança da dor do emprego (o papel do vírus será
explorado no capitulo referente á cura do corpo).
Algumas vezes você vai atravessar períodos difíceis e de sofrimento mental,
emocional ou físico, com a finalidade de conseguir alguma outra coisa. Atletas,
alpinistas, vendedores, cientistas, estudantes e outros, passam por isso. O que acontece
aqui, é a adição de um fator chamado “importância". As pessoas irão através da dor,
mesmo de dores fortes, apenas quando uma outra parte delas decidiu que o resultado
final ou as metas daquilo que eles estão fazendo são mais importantes (e que além do
mais, contêm prazer em potencial) do que a dor que eles sentiram, e quando o objetivo
potencialmente agradável é mantido em suas mentes.

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O ganho tem que ser maior do que a dor. O atleta quer sentir o prazer de
vencer, o alpinista quer ter o prazer de alcançar o topo, o vendedor quer ter o prazer de
ganhar mais dinheiro, o cientista quer ter o prazer de resolver o problema, o estudante
pode só querer ter o prazer de concluir o objetivo. O que estou tentando demonstrar é
que todo comportamento, hábitos e ações são influenciados pela motivação em direção
ao prazer.
A fim de iniciar a função da memória e para obter a sua motivação, Ku usa a
mais importante arma, a sensação. De acordo com este conceito, toda a memória é
sinestésica, ou relacionada ao corpo; todo prazer e dor, também o são; todas as
experiências, mesmo as de emoção ou de idéias, produzem sensações físicas. Como
um xamã urbano, você vai querer desenvolver e aperfeiçoar este importante
instrumento de sensação, ou a consciência sensorial. A sua parte que pode conseguir
fazer isso, é assunto do nosso próximo capítulo.

O ASPECTO DA MENTE - LONO

Lono é sua parte consciente de informação interna e externa de memórias,


pensamentos, idéias, imaginação, intuição, palpites e inspirações, bem como
impressões sensoriais de visão, som, toque, cheiro, profundidade, movimento, pressão,
tempo e outros. Fica localizado na fronteira entre os mundos interior e exterior . A
função principal de Lono é a de tornar decisões. Como o processo de tomar decisões
inclui coisas como atenção, intenção, escolha e interpretação, abordarei cada um deles
detalhadamente.
Uma das decisões que Lono freqüentemente tem de tomar é onde focalizar a
atenção. Existem tantas coisas das quais temos que nos conscientizar em um dado
momento, que tentar prestar atenção a todas elas ao mesmo tempo, nos conduziria a
uma total ineficácia. A percepção total requer a não ação porque a ação requer
exclusão. Fazer algo, significa não fazer muitas outras. Aumentar a percepção sobre
uma coisa, significa diminuí-la sobre muitas outras. Parte da atividade de Lono é a de
tomar decisões que resultem numa atenção seletiva de aumentar a habilidade
individual ou a efetividade.
Em outras palavras, Lono decide o que é importante e o que não é, e á
atenção segue a decisão. A maioria dessas decisões é baseada no modelo de prazer e
dor da memória de Ku, mas Lono pode ter uma grande variedade de outras razões para
atribuir importância em outros tipos de decisões. Quando a atenção é focalizada em
algo importante, baseada nos padrões de Lono, o enfoque pode ser restrito ou amplo,
dependendo de quanto o potencial de percepção é considerado importante.

EXPLORANDO A PERCEPÇÃO

Olhe para um pequenino objeto colocado mais ou menos a três metros de


distancia. Enquanto isso, mantendo a sua atenção centrada no objeto, permita que sua
percepção se expanda para outros objetos acima, abaixo e dos lados do objeto central.
Agora, olhe para o primeiro objeto mais de perto e procure descobrir alguns
detalhes na sua aparência. Neste caso, a importância estava implícita nas durações da
própria experiência. Quando você inicialmente prestou atenção no objeto focalizado, a
maioria das outras coisas ficou obscurecida. Você então expandiu seu foco para
aumentar a sua percepção. Finalmente você vai notar que quando a sua atenção se
focalizou nos detalhes do primeiro objeto a sua percepção em tudo o mais diminuiu
novamente. Esta experiência. simplesmente mostra como a importância atua e como a

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atenção é flexível A atenção é uma forma de tornar uma decisão que direciona a
percepção bem como a atividade. É uma maneira muito poderosa, quando usada
corretamente, de administrar Ku com efeitos enormes sobre sua saúde, felicidade e
sucesso.
A teoria da administração reconhece três estilos principais de atenção:
autoritária, democrática e liberal. Isto também descreve três maneiras que as pessoas
usam para lidar com Ku. Para esclarecer melhor. vamos chamá-las de controladoras,
cooperativas e descontroladas Quando você tiver a intenção de andar por um quarto, a
intenção será seguida pela atenção, que será por sua vez, seguida pela ação. Um estilo
administrativo controlador terá Lono constantemente monitorando e corrigindo Ku,
para que ele não faça nada errado. O efeito usual desse controle é o de movimentos
rígidos e estereotipados ou pior ainda, desastrosos e espasmódicos. O estilo
cooperativo envolve Lono mantendo a intenção e a confiança em Ku para fazer certo
o que ele já sabe fazer. O efeito usual é o de movimento suave com graça e fluidez.
O estilo descontrolado geralmente resulta em nunca se chegar até o outro
lado do quarto porque muitas coisas importantes, prazerosas e adicionais, distraem a
atenção.
Quando você está falando com alguém com a intenção de expressar algo
definido, Ku busca em sua memória e de forma milagrosa para a qual não existe
explicação, faz as cordas vocais vibrarem, move a mandíbula, a língua e os lábios de
tal modo que sons mais ou menos inteligíveis são produzidos. Um Lono controlador,
interfere com este processo tentando assegurar que as palavras que forem ditas, sejam
as corretas e isso, geralmente causa confusão e uma interrupção no falar ou uma
gagueira.
Lono cooperativo, tem a intenção de não se intrometer e deixar Ku fazer o
que já sabe e isso produz um humor espontâneo e ótimas e inesperadas visões ou
frases.
O Lono descontrolado deixa Ku voar e sair ao assunto ou até falar besteiras.
Aquilo que Ku sabe, sabe bem e isso inclui tudo, desde como se curar, até
desempenhar tarefas que aprendeu. Não faz muito tempo, ouvi que as asas delta são
desenhadas para voar perfeitamente o tempo todo. Os únicos acidentes são causados
por excesso de controle da parte medrosa dos seres humanos. Como veremos em breve
é Lono quem gera o medo. Ku é bem como a asa delta perfeitamente desenhada. Se for
excessivamente controlado não vai funcionar como deveria; sob uma direção
cooperativa fará o que você quiser. Sem direção, ele irá até onde as correntes da vida o
levarem.
As pessoas pensam que escolher é tomar uma decisão. Escolher é tomar uma
decisão, concentrar sua atenção numa direção em vez de outra, ou fazer uma coisa em
vez de outra (a verdadeira ação é feita por Ku). Muitas pessoas têm grande dificuldade
em tomar tais decisões, e dizem que estão com medo de tomá-las de maneira errada e
nada dar certo por isto.
Do que elas realmente têm medo, é de ficarem desapontadas ou não serem
aprovadas. Em primeiro lugar, ninguém pode tomar uma decisão errada sobre o futuro
porque uma decisão presente não cria um acontecimento futuro. Decisões presentes só
podem criar acontecimentos presentes. Acontecimentos futuros são criados por
decisões futuras, ou melhor, decisões realizadas quando o futuro for uma experiência
do momento presente. Se duas pessoas vivem em Saint Louis, no Missouri e uma delas
tem pensamento positivo e a outra pensamento negativo, estão tomando uma decisão
sobre mudar para Honolulu ou Nova York e ambas escolhem Honolulu, é muito
provável que o pensador positivo tenha uma experiência positiva e o negativo uma
experiência negativa.

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Também é muito provável (a não ser que eles tenham lido este livro), que
cada um elogie ou culpe a decisão de se mudar, dependendo da sua experiência.
Na realidade se cada um tivesse escolhido Nova York, a situação seria a
mesma.Uma decisão não faz com que o futuro seja de uma certa maneira. O modo
como você continua a pensar após ter tomado a decisão é que faz o futuro ser o que é.
Em relação aos desapontamentos eles nada mais são do que uma decisão de
sentir-se mal quanto aos resultados. E não tomar uma decisão porque você tem medo
de ficar desapontado é o mesmo que dizer que você tem medo de tomar a decisão que
o faria sentir-se mal no futuro, independentemente dos resultados ou que você tenha
medo de que os resultados não sejam como você gostaria que fossem. Eu nada sei
sobre você mas isto me parece uma tolice. É o mesmo que você resolver não sair da
cama porque resolveu sentir-se infeliz em relação a alguma coisa ou porque nem tudo
poderá estar de acordo com o planejado. Como veremos, a decisão sobre infelicidade
não tem nada a ver com o que acontece e, (detesto lhe dizer isto) as coisas, raramente
são como planejamos.
Se o seu pensamento for certo, elas geralmente vão bem. Em termos de
escolha em que focalizar ou fazer, não importa o que você escolha. Algumas de suas
escolhas serão mais fáceis do que outras, mas isto tem mais a ver com a existência da
memória e hábitos de Ku do que com sua escolha.
Muito mais importante do que tais escolhas, são as decisões que você tem
com a interpretação da experiência. A interpretação é uma decisão sobre o significado
ou a validade da experiência.
Esta espécie de decisão forma padrões de expectativa e de filtragem que têm
grande influência na tendência ou experiência futura. A interpretação será feita por
avaliação ou análise. Avaliação é basicamente uma decisão sobre se algo é bom ou
ruim, certo ou errado, enquanto a análise é a decisão de que uma coisa é ou não é.
Quando você avalia o desempenho de um empregado você procura falhas e
qualidades; você toma decisões sobre quais aspectos do desempenho dele ou dela são
ruins ou bons.
Quando você analisa o desempenho de seu empregado, você toma decisões
sobre sua eficiência e eficácia. Uma meta pode ou não ser atingida durante um período
de tempo.
Uma vez feito o julgamento de avaliação com seu Lono sobre eficiência e
eficácia você estará fora da análise e dentro da avaliação. A diferença é muito
importante para esclarecer o pensamento pois a avaliação geralmente gera respostas
emocionais de felicidade, medo ou raiva enquanto uma simples análise não gera isso.
A bondade estimula padrões de expectativa de prazer (aprovação e
aceitação) e a maldade estimula padrões de expectativa de dor (desaprovação e
rejeição). A mera existência somente estimula interesse ou indiferença (baseado nos
padrões de importância da decisão).
Quando eu digo que a principal motivação de Ku é o prazer isso explica
muito do comportamento humano. Muito mais sobre o comportamento humano pode
ser explicado pela principal motivação de Lono que é a ordem. Ordem não significa
necessariamente limpeza embora alguns Lonos possam interpretá-la assim. Isso tem
mais a ver com regras, categorias e entendimento. O Lono humano adora a lógica
mesmo quando ela se baseia em conclusões tolas e adora explicações desde que sejam
baseadas na memória e motivação de Ku ou se elas provocaram ordem ou desordem.
Algumas pessoas passam a vida classificando plantas, por exemplo, e isso é muito
bom se a pessoa estiver “satisfeita” com esse trabalho. Mas a natureza não é realmente
subdividida em gêneros, famílias e espécies.

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Essas são somente categorias inventadas pelo nosso Lono humano com a
finalidade de ter um sentido de ordem dentro da tremenda variedade que existe na
natureza. Algumas pessoas, insistem em dizer que sabem porque as coisas são como
são antes mesmo de se permitirem mudar. Entender não é necessário para trazer uma
mudança positiva, mas muitas pessoas sentem-se melhor se primeiro tiverem
explicações. Quando o medo está presente a motivação para a ordem se transforma em
motivação para a segurança. A arma principal de Lono é a imaginação.
Devido a Lono ser a única parte sob seu controle direto o desenvolvimento
dessa arma é de suprema importância para o xamã urbano. É através de sua
imaginação que você influencia e direciona sua aparência e o mundo a sua volta.
O ASPECTO DO ESPÍRITO - KANE

Kane é concebido como uma característica “fonte”,uma essência puramente


espiritual que manifesta ou projeta na realidade o nosso ser fisicamente orientado.
Pode ser chamado de alma ou superalma, desde que você não faça idéia dele
como uma coisa que possa ser perdido ou separado de você.
Por essa razão é freqüentemente chamado de eu pessoal ou Eu Superior, mas
vem de uma fonte ainda maior, que pode se chamar de Deus Supremo ou qualquer
outro nome que você preferir. Na tradição Havaiana é chamado de Aumakua e pode
simbolicamente se relacionar a seus ancestrais ou seus avós.
A função primordial de Kane é a criatividade sob a forma de experiência
mental e física. Simplificando, Lono gera um padrão decidindo que algo seja verdade.
Ku memoriza esse padrão e Kane o usa para manifestar a experiência. Ao mesmo
tempo Kane constantemente dá inspiração para melhorar o padrão porque sua
motivação principal é a harmonia. Essa inspiração poderá vir mentalmente numa
meditação ou fisicamente como um presságio contido no movimento de pássaros,
animais ou nuvens ou talvez nos tempos modernos, no conteúdo de uma conversa, um
livro ou até num programa de televisão. Seja lá como for, a motivação é ajudar o eu
total a integrar os seus padrões mais harmoniosamente com outros na comunidade e no
ambiente.
Kane nunca interfere com a experiência a não ser que haja a possibilidade de
você desviar-se de seu caminho. Isto não é predestinação. A idéia é que você como
Kane,decida desempenhar certas coisas durante esta vida e você vai desempenhá-
las.Esperneando e gritando, ou sorrindo e dançando você cumprirá sua missão.É como
decidir velejar partindo de uma praia de um oceano, para a de outro oceano.O destino
que você escolheu é o de chegar ao outro lado, mas a direção específica que você
toma, as correntes que você segue, o tipo de velas que você usa, o tipo de tripulação
que escolheu, as ilhas nas quais você pára e as atitudes que você toma ao longo do
caminho ficam por sua conta.
Kane somente interfere diretamente quando algo está para acontecer e que
poderia lhe impedir direta ou indiretamente de alcançar o outro lado. Essas ocasiões
geralmente, tomam a forma de pequenos "acidentes", que quebram uma série de
pensamentos que você não pode recuperar. Pode ser uma coisa simples como dar um
encontrão em alguém na rua, ou batendo o dedão do pé.
Uma vez eu estava jantando com alguns companheiros xamãs num
restaurante chinês em Kauai e uma senhora, sentada à minha direita, começou a contar
uma história enquanto eu tentava alcançar um prato no meio da mesa. A meio caminho
minha mão subitamente moveu-se para a direita e derrubei um copo de vinho em cima
da senhora que contava a história.Imediatamente ajudamo-la a se limpar e depois
disso, nem ela nem os outros, conseguiram lembrar-se do que ela estava falando.
Semanas mais tarde ela ainda não se lembrava do que estava falando ou do que iria

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dizer. Desculpei-me, naturalmente, mas não estava envergonhado pois tive uma
intuição muito forte sobre o que acontecera. Ficou claro para mim que Kane havia
interferido porque a história teria tido conseqüências desagradáveis,em termos dos
caminhos de vida, para uma ou mais pessoas presentes.
O principal instrumento de Kane é a energia. O universo é feito de energia e
é a energia que sustenta, mantém e muda os sonhos da vida. A imaginação de Lono
direciona essa energia, e a sensação de Ku, nos faz experimentar seus efeitos.
Muitas tradições e ensinamentos expressam a idéia de que para se entrar em
contato com seu aspecto espiritual é necessário um árduo e longo processo envolvendo
autodisciplina e técnicas especiais.Digo-lhe aqui e agora que é simples e fácil. Tem
que ser. Porque nada é tão intimamente uma parte de você como seu próprio espírito.

EXPLORANDO A CONEXÃO ESPIRITUAL


Sente-se confortavelmente e feche os olhos; respire profundamente algumas
vezes e tome consciência de seu corpo. Agora, imagine algo muito lindo, tão lindo
quanto você puder imaginar. Pode ser algo de sua memória ou algo que você tenha
visto ou lido ou algo inventado agora. Pense nisso firmemente. Em um ou alguns
momentos você vai sentir uma sensação de relaxamento, prazer ou energia; isto é Ku
dizendo-lhe que agora você está em contato direto e intencional com seu Kane. Esta é
também uma ótima oportunidade para se ter uma comunicação consciente. Uma das
melhores formas de se comunicar diretamente com seu Kane é dizer “obrigado”.
Obrigado pelas coisas boas que aí estão e pelas que virão.
Durante alguns minutos seja tão especifico quanto você prefira ser, e termine
com uma frase que signifique para você, já ter conseguido o que tenha pedido e
mantenha uma expectativa positiva. “Que assim seja”, “amém” ou a Havaiana
“amama” são exemplos. Quanto mais fé e confiança você tiver, maiores serão os
resultados. É sobre isso que falaremos a seguir.

A TERCEIRA AVENTURA

OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

HiIi hewa ka mana’o ke ‘ole ke kukakuka


(As idéias se movimentam desordenadamente)

Meu professor disse-me muito tempo atrás, que alguns sábios curandeiros se
reuniram para partilharem suas observações sobre a vida e a cura e para colocá-las de
forma a serem facilmente ensinadas e lembradas como uma arte.
Embora pudessem ter escolhido centenas de idéias, optaram por expressar
sua sabedoria em sete princípios básicos, devido ao simbolismo esotérico do número
sete.
Esses são essencialmente princípios de manifestação das causas, ocultas ou
interiores, de eventos externos e, em muitas tradições antigas, o número sete representa
este conhecimento interior porque é formado pelos números três e quatro, que por sua
vez, representam as principais forças masculinas e femininas ou polaridades do
universo. Nem todas as tradições concordam qual é qual. Em havaiano, o número sete

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é “hiku”, composto de duas sílabas: “hi”, o princípio feminino (significa fluir) e “ku”
o principio masculino (significa manter-se firme).

OS SETE PRINCÍPIOS XAMANICOS

Aprendi os sete princípios, em sua forma Havaiana, como sete palavras


características com vários significados, mas para poder ensinar estes princípios na
cultura Ocidental traduzi cada palavra em uma frase básica. Ficou bem claro que as
frases básicas não poderiam abranger o total da essência de cada princípio e, então,
acrescentei vários corolários para cada frase. Os princípios e corolários que seguem,
representam uma filosofia prática de vida e direcionam para a prática da arte xamanica
urbana.

O PRIMEIRO PRINCÍPIO: IKE

O Mundo é aquilo que você pensa que é.

Dependendo do seu ponto de vista um jarro pode estar meio vazio ou meio
cheio.
Dependendo de seus planos a chuva pode beneficiar a colheita ou estragar o
piquenique. Dependendo de sua atitude um problema pode ser um obstáculo ou um
desafio. Estas são as formas claras, óbvias e fáceis de entender, nas quais, seu
pensamento afeta a sua experiência. Falando de uma maneira mais sutil, sabemos de
forma muito bem documentada nos campos psicossomático, psicoimunológico e
psicologia de motivação que, pensamentos de medo, preocupação, raiva e
ressentimento podem causar doenças e diminuir nossa eficiência, ao passo que
pensamentos de confiança, determinação, amor e perdão podem nos fazer sentir bem
(nos curar e aumentar o nosso desempenho). No campo da metafísica, vêm-nos as
idéias de que pensamentos atrairão, telepaticamente, o seu equivalente. Em outras
palavras explicando de maneira bem simples: pensamentos positivos atrairão pessoas
e acontecimentos positivos, e pensamentos negativos atrairão pessoas e eventos
negativos.
Isto é menos óbvio do que os exemplos anteriores, mas milhões de pessoas
aceitam esse conceito e uma avaliação cuidadosa e honesta de seus pensamentos e de
sua vida demonstrará claramente o efeito. Há também a profunda idéia esotérica
partilhada por muitos professores espiritualistas em todo e mundo de que a sua
experiência é determinada por sua fé, por aquilo em que você crê. E, tanto a história
antiga como a contemporânea, estão cheias de exemplos do poder do pensamento sob
a forma de prece, fé e convicção para mudar condições físicas, eventos e
circunstâncias. Todas essas idéias estão incluídas no primeiro princípio desta filosofia.
E muito mais.

Corolário: Tudo é um sonho

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Além de reconhecer os efeitos da atitude, expectativa, telepatia e crença os
xamãs também mantém a idéia excepcionalmente sutil de que a vida é um sonho; que
de fato nós sonhamos nossas vidas para que se realizem. Isto não quer dizer que a vida
é uma ilusão.Significa que sonhos são reais e que a realidade é um sonho.
Significa que a realidade que você está vivendo agora é somente um dentre
muitos sonhos. Isto pode parecer estranho, confuso e ilógico porque se você der um
soco numa parede com sua mão poderá sentir sua solidez, pode ouvir sons a sua volta e
ver detalhadamente muitos objetos. O que isto tem de sonho? Pense um pouco. A
parede na qual você socou com sua mão, não é realmente sólida e nem o é a sua mão.
Ambas são compostas de moléculas, que são compostas de átomos, são campos de
energia que vibram em freqüências diferentes. A única razão pela qual sua mão não
atravessou a parede, foi porque a sua mão e a parede estão vibrando em freqüências
tão próximas que interferem uma com a outra. Ao mesmo tempo as freqüências do
rádio e da televisão, por exemplo, atravessam a parede e sua mão, com se não
estivessem lá. Quando você socou a parede, não estava batendo num objeto sólido.
Ao invés disso dois campos de energia se encontraram e a informação foi
transmitida para seu cérebro onde você a interpretou, com base na memória, como a
experiência de estar batendo numa parede. E o som que você escuta? Suponhamos que
seja música, mas na realidade não é música o que você está ouvindo diretamente. Você
está experimentando um padrão de onda vibratória movendo-se através do ar e que
chega ao seu tímpano e é transformada em impulso elétrico nervoso recebido por seu
cérebro. Seu cérebro então dá um sinal que você interpreta, baseado novamente na
memória, como música.
Finalmente, os objetos que você vê, somente são vistos porque a energia
luminosa faz saltar outros campos de energias em direção aos seus olhos, onde as
freqüências são transformadas em padrões, que você interpreta como objetos. O que
parece ser exterior está realmente dentro da sua cabeça. Isso parece um sonho.
Enquanto você assimila tudo isso, pense um pouco. Você nunca teve um sonho que lhe
pareceu tão real ou até mais real do que a sua experiência diária? Então você sabe que
a única maneira de poder diferenciar seria, que este sonho (ou realidade), contivesse
lembranças com as quais, você se identificasse.
Contudo, do ponto de vista do xamã, memórias são apenas outros sonhos.
Se você nunca teve um sonho tão real, pode ter lido ou ouvido falar sobre
pessoas, místicos, bêbados, esquizofrênicos, drogados, insones, doentes, pessoas
idosas, crianças ou xamãs que tiveram o que os psicólogos e psiquiatras chamam de
alucinações as quais para eles eram reais ou mais reais do que o sonho que
consideramos como uma experiência normal. Alucinação significa: “o seu sonho não
combina com o meu”.
Pense que o único teste que usamos para a realidade dessas experiências é o
fato de outra pessoa também ter tido ou não a mesma experiência. Mesmo assim, não é
o suficiente.
Se você estiver com raiva por ter sido deixado de lado ou não gosta do que
os outros dizem ter experimentado, você pode considerar como uma “alucinação em
massa”. Para os xamãs a experiência diária da realidade é uma alucinação em massa,
ou para ser mais educado um sonho partilhado. É como se todos nós estivéssemos
tendo nossos sonhos individuais sobre a vida, e o compartilhar ocorre em pontos de
acordo ou consenso.Se você estivesse agora no meu escritório concordaríamos que eu
estou trabalhando no meu computador e que em sua frente estão entalhes com a
palavra amor e um jade de um tik maon da Nova Zelândia. Mas você pode não sentir
ou ver o campo de energia em volta do jade e eu posso não sentir o seu perfume nem a

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sua loção após barba, nem ouvir a música vinda dos fones de ouvido de seu walkman.
Partes de nossos sonhos. serão compartilhadas e outras não.
Naturalmente você poderá chegar bem perto de mim para que eu possa sentir
seu cheiro e poderá também colocar os fones de ouvido em mim que eu ouça a música,
e eu poderia lhe ensinar como sentir a energia do jade, mas isso não provaria nada
sobre sonhos e realidade porque poderemos aprender a partilhar estas outras
experiências também chamadas de sonhos.
Para ser prático, os xamãs urbanos sabem que há um objetivo neste ponto de
vista. Se esta vida é um sonho, e se nós pudermos acordar completamente nela, então,
poderemos mudar o sonho mudando nosso sonhar.
Vamos explorar muitas maneiras de mudar o sonho da vida neste livro,
funcionando a maior parte delas de modo independente de você achar ou não que a
vida é um sonho.Para os que ousarem experimentar essa idéia, uma rica aventura cheia
de desafios e oportunidades se abrirá.

Corolário: Todos os Sistemas são arbitrários

Existe uma história de um jovem que embarca numa longa e perigosa


jornada para encontrar um velho sábio e lhe perguntar o significado da vida. Quando
finalmente ele encontrou o velho sábio e lhe fez a pergunta, o ancião respondeu: “A
vida é somente uma tigela cheia de cerejas”. Primeiro, o jovem perdeu a fala e, depois,
furioso e enraivecido, disse: “Só isso? Eu vim até aqui atravessando oceanos,
montanhas, desertos e selvas para encontrá-lo e o senhor me diz que a vida é uma
tigela cheia de cerejas ?” O velho sorriu e respondeu: “Tudo bem, então, a vida não é
uma tigela de cerejas.”
Por incontáveis anos os seres humanos têm procurado encontrar o último
significado e a verdade absoluta. Alguma coisa sólida e eterna em que seus Lonos
pudessem se agarrar. Eles tentaram misticismo, religião, ciência, metafísica, arte e
filosofia para que a vida fizesse sentido e eles pudessem se sentir mais seguros entre si,
e assim pudessem controlar a vida.
Os xamãs vieram com sua própria solução para resolver o problema do real
significado com uma extensão lógica da idéia de que tudo é um sonho e que o mundo é
aquilo que você pensa que é. Se isso é aceito como hipótese básica então obviamente
todos os significados são invenções e a verdade absoluta é aquela que você decidir que
seja.
O significado da experiência depende de sua interpretação ou de sua decisão
de aceitar a interpretação dos outros, e a decisão de aceitar uma suposição básica
também é arbitrária.
Portanto todos os sistemas que descrevem a vida e seus resultados são
invenções arbitrárias baseadas em certas decisões de aceitar certas interpretações da
experiência. O que realmente importa, não é se um certo sistema é o verdadeiro (um
conceito arbitrário), mas especialmente como funciona para você. O sistema conhecido
como Huna, com seus sete princípios, é reconhecido como sendo arbitrário e inventado
como qualquer outro sistema.
Por isto não é apresentado como Verdade, mas como um conjunto de
hipóteses que permite praticar a arte xamanica com maior eficácia.
É parecido como aprender as escalas musicais ou regras de perspectiva em
pintura assim você poderá praticar essas artes com maior eficiência.
Os princípios de qualquer arte são úteis para a prática dessa arte mas não se
aplicam necessariamente a uma arte diferente ou a diferentes aspectos da vida. Por
essa razão os sete princípios não serão apresentados como dogma, não necessitando

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assim serem defendidos. Se eles funcionarem para você, use-os; senão, use outra coisa.
Um xamã sábio se sente livre para mudar os sistemas à vontade, de acordo com a
situação mais prática. Este corolário também permite uma grande tolerância por outros
sistemas, porque não são vistos como antagonistas ou ameaçadores, mas simplesmente
como pontos de vista diferentes.

Explorando o Poder do Pensamento

Se o mundo é aquilo que você pensa que é, então você deve ser capaz de
mudar seu mundo mudando seu pensamento. Sente-se confortavelmente com os olhos
abertos, vire sua cabeça para a esquerda o máximo que puder e olhe para frente.
Encontre um ponto de referencia em sua linha de visão e não se esqueça deste ponto
vire novamente a cabeça para frente. Agora feche os olhos, mantenha sua cabeça
imóvel, e imagine que você está lenta e vagarosamente virando a cabeça para a
esquerda com bastante facilidade e sem esforço algum, passando do ponto de
referência, até olhar totalmente atrás de si mesmo/a, sem nenhum problema.
Imagine a sensação e o sentimento, bem como a visão. Então, imagine que
está trazendo sua cabeça lentamente de trás para frente. Agora, abra os olhos e
fisicamente, vire sua cabeça novamente para a esquerda. Dependendo do grau de
capacidade de imaginação da sensação em sua mente, você descobrirá que sua cabeça
se moverá mais e com maior facilidade do que da primeira vez e sua linha de visão irá
além do ponto de referência.
O que você fez, foi mudar o seu corpo mudando a sua mente. Você imaginou
ser capaz de fazer alguma coisa diferente e seu corpo respondeu ao seu pensamento,
mudando o que foi impossível momentos antes. Esta é uma simples demonstração de
todas as implicações do poder.

O SEGUNDO PRINCÍPIO: KALA

Não há Limites

Á primeira vista, isto parece um absurdo porque podemos vivenciar


limitações à nossa volta. Nossos corpos só podem crescer até um certo ponto, nós só
podemos enxergar até uma certa distância, podemos viver sem respirar por tempo
limitado, a Terra tem um certo tamanho, e nós temos uma certa quantia de dinheiro no
banco. Sem limites?
Sim, sem limites. O universo é infinito, como tem que ser, se o mundo for
aquilo que pensamos ser e se tudo for um sonho. Como, então, explicar as limitações
que experimentamos?
Uma forma, é reconhecer duas espécies de limitações: Criativa e Filtrada.
Um universo infinito indica uma experiência infinita que é o mesmo que não
ter experiência, porque não haveria nenhuma diferenciação, contraste ou sensação de
mudança.
O conceito de limitação criativa assume o estabelecimento deliberado de
limites dentro de um universo infinito, a fim de criar experiências particulares.
Nosso campo de experiência física, por exemplo é arbitrariamente limitado
por nosso natural alcance de percepção das freqüências de visão, som, tato, gravidade,
distância e tempo exemplificando as mais importantes, e também as extensões
daquelas que podemos fazer com instrumentos mecânicos e habilidades psíquicas. Sem
estas aparentes limitações, nem mesmo poderíamos experimentar esta dimensão. Se
você aceita um universo infinito, não há razão lógica de que não possam existir outros

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seres fisicamente reais para si mesmos que vêm numa faixa de freqüência ultravioleta,
ouvem numa freqüência altíssima e a usam numa faixa de ondas de rádio,assim como
nós para nós mesmos. Tudo que sabemos, é que cada um de nós experimenta a leve
intromissão dos outros em nossos espaços particulares, numa forma que chamamos de
estática. Este universo físico da nossa percepção, pode ser o efeito de nossas escolhas
criativas de fatores limitantes por parte de Deus ou de nossos Eus Superiores, os quais,
nos capacitam a experimentar a vida na Terra. Vamos trazer este tópico para um nível
mais compreensível.A vida é como um jogo de xadrez (se pode ser uma tigela de
cerejas pode ser um jogo de xadrez). Num tabuleiro de xadrez representando a
dimensão física, há sessenta e quatro quadrados, metade pretos e metade brancos, e
vinte e quatro peças, doze de cada cor. No começo do jogo você tem suas peças
enfileiradas de um lado e seu parceiro do outro.
As regras dizem que você deve movê-las para frente e tomar as peças de seu
parceiro, e que quando você pular sobre elas e dobrar ou alcançar a última fileira dele,
você poderá livremente mover em qualquer direção. Não há nada que realmente lhe
impeça de mover todas suas peças em qualquer direção antes de começar, tomando as
peças de seu parceiro quando quiser ou jogando-as pelo quarto para que ele não as
mova. Você poderia fazer isso, mas neste caso, não estaria mais jogando xadrez. As
regras do jogo são limitações criadas para que se possa jogá-lo. É assim que o xamã vê
a vida. Só que o jogo do xamã é mais como se usasse o mesmo tabuleiro, mas mudasse
as regras e as peças para jogar, porém, estendendo as possibilidades da experiência
dentro da mesma dimensão. A limitação criativa nos permite melhorar nossas
habilidades criativas reforçando um foco em um certo alcance e interpretando a
experiência. Mesmo no jogo limitado de xadrez a mente humana ainda não descobriu
todas as possibilidades. Em contraste, a limitação filtrada é usada aqui para mostrar
limitações impostas por idéias e crenças que inibem a criatividade ao invés de reforçá-
la como crenças que criam a incapacidade e a falta de esperança, ou vingança e
crueldade. Recentemente falei com uma pessoa que expressou raiva pela incapacidade
num mundo cheio de dor e sofrimento.
Nós estávamos discutindo isto num lugar cheio de amor, paz e harmonia. A
obsessão desta pessoa com o sofrimento estava filtrando as experiências contrárias
tornando-lhe quase impossível fazer qualquer coisa a respeito. Limitações filtradas
geram focos sem o potencial de uma ação positiva.

Corolário: Tudo está interligado

Em muitas culturas xamanicas tradicionais, a idéia de que tudo está


interligado, é geralmente representada pelo símbolo de uma teia de aranha. O xamã é a
aranha que tece a teia da vida num sonho lúcido de fios finos vindos de dentro . A teia
não somente representa o sonho da vida, mas também a inter-relação. Cada parte da
vida é ligada à outra e o que afeta uma afeta todas, em graus diferentes. Um simples
pensamento de amor ou ódio afeta todo o Universo, mas seu corpo provavelmente será
mais afetado do que a estrela Beltegeuse, assim como uma mosca, ou uma folha
afetará a teia que toca mais que ao restante, embora toda a teia possa tremer.
Mesmo sendo a teia uma metáfora tradicional comum, algumas pessoas
podem achar mais fácil pensar na conexão em termos de uma metáfora
eletromagnética de campos dentro de campos numa ordem infinita, usada para explicar
uma conexão metafísica presente entre tudo. Supondo tal conexão, poderemos também
supor a possibilidade da influência á distância que os xamãs usam e praticam para
muitos tipos de cura e de manifestações.

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Corolário: Tudo é possível

Se não há limites, então naturalmente, tudo é possível. Tudo que você tem
que fazer é acreditar nisso (que vem do Primeiro Princípio).
Pelo fato de você não estar sozinho no Universo, o grau com que algo possa
ser compartilhado, depende das crenças dos outros á sua volta.
Você poderá levitar na privacidade de seu quarto, mas não na presença de
outros que são descrentes. Por outro lado, a crença dos outros sobre levitação, poderá
ser tão forte que poderás fazê-lo na presença deles. Viajar entre as estrelas é possível,
mas a única maneira de se poder expressar isso, na nossa cultura atual, é através de
filmes ou livros. (exceto pelo que dizem certos indivíduos que podem ou não ter tido
uma experiência física). De acordo com a escritura cristã, até Jesus teve dificuldade em
sua terra natal para fazer milagres porque o povo não acreditava que o filho do
carpinteiro pudesse fazê-los ou tivesse tais poderes (como me foi explicado, no
entanto, outras interpretações sobre isso são possíveis). De qualquer maneira, quanto
mais pessoas acreditarem que a mudança que você quer fazer é possível, mais fácil
será fazer acontecer.

Corolário: A separação é uma ilusão útil

Conheço pessoas que estão tão presas à idéia e à experiência de conexão e do


relacionamento que ficam imobilizadas pelo medo das conseqüências imprevisíveis,
provenientes do seu mais leve pensamento ou ação, ou se tornam profundamente
integradas na dor e no sofrimento de outros.
Nessas horas, será saudável injetar um pouco de separação criativa, a fim de
funcionar melhor.O medo faz perder a visão do seu papel de tecelão de sonhos, e a
hipótese temporária de independência de todas as coisas ajudará trazer você de volta
ao equilíbrio.
Da mesma forma, a simples empatia tomará você tão desamparado quanto os
que sofrem. Uma das soluções, é adicionar uma dose de separação, trocando-a por
compaixão, dentro da qual, você estará consciente do sofrimento, sabendo que não está
acontecendo a você. Assim, poderá ajudar o sofredor a sair de seu sofrimento. O ponto
principal é que realmente não há limites e como um xamã urbano, você poderá sentir-
se livre para criar limites, quando eles lhe forem úteis.

Explorando as Conexões de Energia

Com uma ou várias pessoas, estenda suas mãos com as palmas viradas uma
para a outra a poucos centímetros de distância Em poucos minutos, começará a sentir
uma sensação de calor ou frio ou pequenas agulhadas (como adormecimento).
Movendo as mãos muito lentamente em direção ao seu/sua parceiro/a, poderá sentir
uma leve pressão, como se estivesse empurrando contra um magneto ou um leve balão.
Em seguida mova suas mãos para mais longe e sinta novamente a sensação. A
intensidade do que sentirá ao mover suas mãos para mais longe dependerá de sua
sensibilidade.
A coisa mais importante é saber que você esteve tocando diretamente a
energia da outra pessoa. Essa energia é uma parte tão intima de um ser humano quanto
o corpo. Não terminamos em nossa pele. Nossa energia ou espírito estende-se até os
confins do Universo. Somos todos ligados a tudo porque não há limites.

28
O TERCEIRO PRINCÍPIO: MAKIA

A Energia Segue o Pensamento

Duas das técnicas mais bem sucedidas e muito praticadas pelos xamãs, são a
meditação e a hipnose, porque ambas utilizam o Terceiro Princípio.
Meditação significa uma porção de coisas, para pessoas que usam diferentes
sistemas. Para alguns são necessários pensamentos sobre um monge solitário na cela
de um mosteiro permanecendo na presença de Deus; outros pensam nos yppies
sentados num círculo com as pernas cruzadas, cantando mantras, numa língua que eles
mesmos não entendem; outros pensam em tomar chá observando o pôr-do-sol. Todas
estas e muitas outras são técnicas e estilos de meditação.
Meditação significa simplesmente pensar profunda e continuamente; em
outras palavras manter a atenção focalizada. A palavra vem da raiz latina “med”, que
significa medir, a qual é partilhada com “curar”, o que nos leva à palavra médico.
Você está meditando quando mantém a atenção focalizada em qualquer coisa
e, de acordo com esta filosofia essa atenção canaliza a energia do universo para a
manifestação física equivalente ao focalizado.A manifestação, entretanto, não é
somente o equivalente daquilo que você está olhando, dizendo, ouvindo ou fazendo. É
o equivalente à soma toda de sua completa atenção incluindo a expectativa habitual
durante a meditação.
Em outras palavras quando Lono está meditando, Ku também está
meditando. Parte do nosso desenvolvimento como um xamã inclui aprender como
fazer Lono e Ku meditarem sobre a mesma coisa ao mesmo tempo. É aí que a mágica
acontece.
A hipnose é outra forma de meditação. Não há geralmente um acordo quanto
á definição de hipnose porque uns a consideram um processo e outros um estado. O
processo não nos interessa aqui, mas o estado sim.
Como um estado, hipnose é simplesmente uma condição de atenção mantida
e focalizada, como a meditação. A diferença principal é que a meditação é considerada
mais espiritual e a hipnose mais prática; a meditação é usada para clarear o karma e
alcançar um estado iluminado, enquanto a hipnose é usada para parar de fumar, perder
peso,etc.; o fato é que qualquer uma das duas pode ser usada para as mesmas coisas.
A hipnose se distinguia pelo uso de um assistente chamado hipnotizador para
ajudar a entrar num estado de focalização, mas a meditação dirigida eliminou essa
distinção. Antigamente a meditação era sempre solitária, mas a auto-hipnose removeu
essa diferença. Como processos, as duas são simplesmente técnicas diferentes com o
mesmo fim, reajustando nosso foco em crenças e expectativas mais positivas. Como
estado ambas têm condições idênticas de manter a atenção focalizada. Qualquer
diferença, pode ser atribuída ao objeto focalizado.
Desde que a energia flui para onde o pensamento vai, esses aspectos de sua
experiência presente que parecem durar, são os efeitos do hábito de manter a atenção
focalizada, levada a efeito por Ku. Se você gosta daquilo que tem, ótimo.
Se você não gosta, deve então encontrar um jeito de mudar a atenção de Ku
para um novo padrão. Meditação e hipnose são bons meios para isso. Mais tarde, lhes
darei outros.

Corolário: A atenção segue o fluxo da energia

A atenção é naturalmente atraída para luzes, objetos brilhantes e sons altos


mas nós talvez não entendamos que o fator comum aos três é a intensidade da energia.

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A atenção é atraída por qualquer fonte de energia que estimule nossos
sentidos,mesmo os mais sutis que a maioria de nós não percebe.
Devido á sua intensidade emocional ou foco sensorial algumas pessoas têm
uma aura tão brilhante ou um campo de energia tão forte que automaticamente atraem
a atenção de outros, sempre que aparecem no campo visual.
Numa escala maior algumas áreas geográficas, geralmente altamente
sujeitas a terremotos, têm uma intensidade de energia mais alta do que outras, atraindo
portanto maior população, o que, aumenta ainda mais a energia.
Hoje em dia muito se tem escrito sobre lugares com poderes sagrados, mas
penso que esses poderes são tão passivos que permitem o relaxamento e alívio do
stress causado pelos locais poderosamente ativos dos centros urbanos.
As sensações de formigamento e fenômenos psíquicos experimentados em
tais lugares, ocorrem no inicio do relaxamento, quando a energia contida que vem dos
lugares altamente ativos de onde você veio começa a fluir. Seres humanos são tão
geradores de energia que se muitos deles forem para um lugar bonito, quieto e cheio de
poder passivo, eles podem, brevemente, transformá-lo em um lugar ativo, dinâmico e
possivelmente cheio de características estressantes.

Corolário: Tudo é energia

Não é novidade para os físicos e metafísicos, dizer que tudo é energia, mas as
implicações lógicas são interessantes, porque incluem a idéia de que o pensamento é
energia e que, esse tipo de energia, poderá ser convertido em outro tipo de energia.
Isso acontece, quando a energia do vapor empurra uma turbina para converter energia
magnética em energia elétrica e acontece quando a energia elétrica transportada
através de um fio bem resistente produz calor para um ferro de passar. Calor é também
gerado quando um grupo de seres humanos está em um quarto e ficam excitados, ou
fazem exercícios de respiração ou de meditação. Esta idéia também nos dá uma ótima
explicação de como o pensamento pode produzir o seu equivalente físico,
especialmente, quando ampliado pela emoção e/ou confiança.

Explorando o fluir da energia

Para demonstrar como a energia vai para onde a atenção está concentrada, e
como o pensamento afeta a energia física, pegue uma cadeira pelo assento, sinta seu
peso e coloque-a de volta ao chão. Agora, concentre sua atenção no alto da cadeira e
levante-a pelo assento novamente. Se sua concentração for boa a cadeira parecerá mais
leve.
Independentemente do quanto você tente explicar isso, o fato prático é que se
você tiver de levantar qualquer coisa, verá que é mais fácil fazê-lo se sua atenção
estiver concentrada na parte mais alta do objeto ou até alguns centímetros acima do
mesmo.
Um de meus alunos, uma senhora baixinha, disse-me muito orgulhosa, que
foi a uma loja de jardinagem onde comprou uma estátua de concreto para colocar
sobre um pedestal que tinha em seu jardim. Dois vendedores fortes carregaram a
estátua até seu carro e ela foi para casa. Lá chegando, caiu em si, sabendo que não
havia ninguém para ajudá-la a tirar a estátua, subir a ladeira até seu portão, mais uns
sete metros até seu jardim e para cima do pedestal. Depois de chorar um pouco por
frustração lembrou-se do que havia aprendido sobre a concentração e o fluir da energia
e utilizou-o em pequenos impulsos para fazer sozinha todo o trabalho.

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O QUARTO PRINCÍPIO: MANAWA

Agora é o momento do Poder

Em algumas tradições orientais (assim como nas metafísicas ocidentais),


suas circunstâncias presentes são o efeito das decisões e ações de vidas passadas. Se as
decisões e ações foram boas, você terá boas experiências agora, mas se foram decisões
e ações más você sentirá agora dor, sofrimento e tristeza no mesmo grau que infligiu
aos outros em uma ou mais vidas passadas. Isto é chamado carma, uma palavra do
Sânscrito, geralmente traduzida como “causa e efeito” ou “recompensa e débito”, mas
que na realidade significa “ação e reação”. As boas ações praticadas agora, criam um
“bom carma” e as más ações praticadas agora criam um “mau carma” para suas
próximas vidas. Nessas tradições, carma não é geralmente algo que você possa mudar;
tudo que você pode fazer, é colher as recompensas ou reparar as dívidas do passado.
Uma tradição muito comum no ocidente diz que você é recompensado nesta
vida por obedecer a regras sociais e religiosas específicas e que será punido nesta vida
por quebrar essas regras, não importando há quanto tempo atrás você as tenha
obedecido ou não, nem que alguém tenha ou não visto você fazê-lo. Pessoas educadas
nesta tradição poderão carregar vinte anos de culpa por não terem parado num
semáforo fechado no deserto do Arizona ás duas da madrugada a cem milhas de
distância da civilização mais próxima.
Outra tradição ocidental mais moderna, coloca na hereditariedade e no
ambiente social de sua infância o elogio ou a culpa por suas atitudes atuais, ações e
circunstâncias. A implicação é que você foi moldado por forças além do seu controle e
não pode ser responsabilizado pelo que seus genes, seus pais ou a sociedade lhe
fizeram.
A tradição xamanica, tanto do guerreiro quanto do aventureiro, é fortemente
contrária às duas teorias mencionadas. Ela diz que o passado não lhe deu o que você
tem hoje, nem fez de você o que é hoje. São suas crenças, decisões e ações de hoje
sobre você mesmo e o mundo à sua volta, que lhe dão o que você tem e o fazem como
você é. O carma existe e funciona somente no presente. Seu ambiente e circunstâncias
neste momento são reflexões diretas do seu comportamento mental e físico neste
instante. Graças á memória nós carregamos hábitos do corpo e da mente um dia após
o outro, mas cada dia é uma nova criação e qualquer hábito pode ser mudado a
qualquer instante no presente, isto não quer dizer que seja fácil. Seus genes não
determinam o que você é ou o que aconteceu no seu corpo. Ao invés disso como um
efeito de suas crenças você seleciona das imensas fontes de combinação de seus
grupos de genes as características que melhor refletem suas crenças e intenções
presentes.
Da mesma forma, seus pais ou o ambiente social da infância nada têm a ver
com suas circunstâncias presentes, mas aquilo em que você acredita sobre eles agora, e
como você reage a essas crenças agora, certamente lhe afetarão. Da mesma forma que
no presente você muda a si mesmo, seus pensamentos e seu comportamento,você
muda seu mundo.
Repetidas vezes, meus alunos e eu, testemunhamos mudanças dramáticas de
personalidade e circunstâncias no instante em que a pessoa decide fazer uma mudança
no pensamento e comportamento. Mencionarei agora somente uma mudança.
Aconteceu no Taiti, após um treinamento que fiz lá. Um de meus alunos, uma mulher
haitiana, mantinha há muito tempo uma briga com sua irmã por causa de uma
propriedade, a ponto de sua irmã processá-la de forma muito desagradável. Após
remoer sobre o que havia ensinado na noite de minha partida, esta mulher decidiu fazer

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uma prece de perdão para sua irmã, não importando o que tivesse feito ou que ainda
viesse a fazer . Na manhã seguinte, sua irmã chamou-a e lhe disse que tinha pensado
sobre a questão toda e tinha decidido anular o processo e não disputaria mais a
propriedade.

Corolário: Tudo é relativo

Agora é o momento do poder, mas como podemos definir o que é agora? A


definição mais fácil e prática é: A área de alcance da atenção presente. Agora, pode ser
este segundo, este minuto, esta hora, este dia, mês, ano dependendo de sua focalização,
mas usar essa definição envolve aceitar como agora elementos daquilo que
ordinariamente chamamos de passado e futuro como no caso de concentrar nossa
atenção no presente, dia, mês, ou ano; isso é exatamente o correto. O que chamamos
de futuro é apenas o futuro relativo ao que definimos como o momento presente, e o
mesmo é válido para o passado. Se nossa atenção é suficientemente ampla podemos
até trazer conhecimentos de vidas passadas e futuras para nosso momento presente (se
você acredita nelas).
Quando a nossa atenção e consciência trazem aspectos do passado e do
futuro para este momento presente eles estão dentro do alcance do nosso poder para
mudá-los. Isso significa que a partir do momento presente nós podemos mudar o
passado e o futuro.

Corolário : O Poder Aumenta com a Percepção Sensorial

Existe muita gente que vive no mundo de hoje e que nem mesmo está aqui. A
maior parte da atenção está concentrada nas lembranças do passado, projeções no
futuro, fantasias de mundos substitutos ou em si mesmo. À medida que diminui a
conscientização do momento presente durante tais ruminações, o poder e a eficácia no
presente também diminuem.Pode ser bastante benéfico retirar-se do mundo presente
quando feito esporádica ou ciclicamente para
relaxamento,recreação,inspiração,planejamento ou auto desenvolvimento, mas, há um
ponto crítico de retorno que varia de pessoa para pessoa se tais concentrações são
mantidas por longo período. Infelizmente, algumas pessoas estão presas
obsessivamente ao passado, futuro ou em qualquer outra parte por causa de um grande
medo e de raiva. Culpa,ressentimento e preocupações os mantêm fora do presente e
afastados das alegrias da vida. Muito do medo e da raiva, pode ser dissipado,
mudando-se a atenção para o presente sensorial, embora, pessoas que decidiram que o
momento presente é uma situação perigosa encontrarão mais dificuldade em fazer isso.
Que significa concentrar-se no presente sensorial e quais são os efeitos em se
fazer isso? Significa estar mais e mais conscientemente atento à força de seus
sentidos. Por isso poucas são as pessoas que praticam a verdadeira conscientização da
sensação que, às vezes, é ensinada como uma técnica de meditação. E algumas
pessoas, sem nem mesmo tentar, a fazem tão bem, totalmente inconscientes, que
causam profundo impacto em outros á sua volta. Os efeitos são resultado do terceiro
princípio - a energia flui para onde a atenção vai. Quanto mais atenção você presta ao
poder de seus sentidos, mais você progride através das experiências de acuidade
sensorial mais elevada, relaxamento, conscientização do fluxo da energia dentro de

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você e à sua volta, conscientização de mais coisas acontecendo, que, você geralmente
não notava.E até o aumento da compreensão da qualidade de um sonho, da realidade
física e uma conscientização de uma lucidez no sonho.
Algumas dessas coisas, podem assustar devido ao fato de serem estranhas e
outras podem causar um sentimento semelhante ao explodir de alegria. Por outro lado,
um menor esforço fará com que se sinta apenas aborrecido. Uma indicação do
entendimento xamanico desta prática, encontra-se no significado da palavra havaianas
para isso: “ano” (e sua variação “‘ano”) , o momento presente, semente, aparência,
paz, inspiração, santo, sagrado, fogo intenso (a+no).

Explorando o Momento Presente

Onde quer que você esteja preste atenção nas cores de seu ambiente, brancos,
vermelhos, laranjas, amarelos, verdes, azuis, violetas e pretos. Olhe então para todas as
linhas retas e curvas que você puder ver, a forma dos objetos e os espaços entre eles. A
seguir escute os sons que você conseguir ouvir vindo de todas as direções. Sinta então,
a posição de suas mãos e pés, seu corpo como um todo, a sensação de sua roupa e do
que você estiver tocando, o movimento de sua respiração e o melhor que puder, da
energia dentro de você e à sua volta. Adicione finalmente, outro sentido como o
paladar, o olfato, se você quiser e deixe sua atenção passear entre todos seus sentidos,
prestando mais e mais atenção a cada um deles. Faça isso pelo tempo que quiser,
durante qualquer atividade e decida por si mesmo se vale à pena continuar. Lembre-se
que este tipo de concentração é uma arte que poderá ser desenvolvida. O momento
presente é um campo muito rico para a experiência e a aventura.

O QUINTO PRINCÍPIO: ALOHA

Amar é ser Feliz

Amor é uma palavra que muita gente acha difícil de entender porque seu uso
tornou-se muito confuso.É usada para expressar prazer: “eu amo sorvete”,desejo
sexual “eu quero fazer amor com você”, intenção “eu amaria pôr minhas mãos
naquilo”, como uma medida de preocupação “se você me ama fará o que quero” e para
expressar uma necessidade de dedicação “eu morreria sem seu amor”. Os efeitos do
amor numa história ou canção contemporânea até soam como deficiências vitamínicas:
“insônia, enjôo de estômago, perda de apetite, fraqueza nos joelhos, palpitações,
tonturas, mãos suadas, febre, arrepios, etc...”.
Em havaiano o significado de amor é muito claro e proporciona um guia
muito útil para amar e ser amado. Aloha é a palavra que significa amor. A raiz “alo“
significa “estar com, partilhar uma experiência aqui e agora”. A raiz ”oha“ significa
“afeição, alegria”, portanto a tradução completa de Aloha transforma-se em "amar é
ser feliz com”. Isto significa que o amor existe à medida que você é feliz com o objeto
de seu amor. Em qualquer relacionamento com uma pessoa, lugar ou coisa, a parte
feliz vem do amor e a parte infeliz vem do medo, da raiva e da dúvida. Você não fica
com as mãos suadas por estar amando mas sim por estar com medo. Você não se fere
por amar mas sim por raiva. O que recebe por amar é a felicidade e a intensidade disto
depende quão profundamente você está amando. Estar amando profundamente
significa estar profundamente ligado, e a profundidade e a clareza dessa ligação
crescem quando o medo, a raiva e a dúvida são removidos.

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Corolário: O Amor Aumenta Quando o Julgamento Diminui

Uma vez fui a um seminário denominado “Atualizações” (conhecido por


alguns como "est wíth heart") que consistia basicamente em alguns exercícios de
meditação e de muita participação pessoal. Durante o segundo dia, o amor e a afeição
que havia entre nós ficou muito forte. No terceiro dia, havia uma centena de pessoas
apaixonadas. O coordenador do seminário foi honesto o suficiente para admitir que
não houve intenção de que isso acontecesse. Ele nem mesmo sabia como isso tinha
acontecido, simplesmente aconteceu. Quando você sabe como o amor funciona é fácil
de entender. Cem estranhos se juntaram, sem nenhuma expectativa ou história, a não
ser o que escolheram compartilhar e tudo que receberam deste convívio foi o
reconhecimento e o apoio, sem críticas e julgamentos. O medo, a raiva e a dúvida não
estavam presentes, mas sim o amor. O amor estava realmente presente. O medo, a
raiva e a dúvida, encobrem o amor.
Medo, raiva e dúvida dão origem á crítica e ao julgamento negativos, os
quais, provocam separação o que diminui o amor. A crítica mata relacionamentos. Por
outro lado, o elogio os constrói e reconstrói, isso, porque o elogio é um ato de amor,
ser feliz com, que esclarece e reforça relacionamentos. Devido ao Terceiro Princípio
quando você faz um elogio reforça aquilo de bom que elogiou e que então cresce.
Quando você critica, reforça o mal que você não gosta e que também cresce.
Um novo relacionamento está geralmente cheio de alegria, felicidade e
excitação porque a tendência, no início, é observar e ficar somente com o que vê de
bom em cada um. Como a dúvida sobre você mesmo, sobre o outro ou sobre o
relacionamento, em geral, cresce naturalmente, a tendência é criticar as falhas
percebidas ou imaginadas. Se isso acontecer rápida e abertamente, o relacionamento
será de curta duração, mas se acontecer vagarosa e sutilmente, o relacionamento será
longo e infeliz, até um dos parceiros não agüentar mais. Para ser franco, um
relacionamento contém mais dor do que prazer. Um relacionamento no processo de se
acabar devido á crítica pode ser reavivado e ser feliz novamente, removendo-se a
crítica e adicionando-se grandes doses de elogio e cumprimentos. Isto será mais fácil
se ambos participarem, é possível, mas bem difícil, fazer isso sozinho. A chave do
sucesso é, simplesmente, aumentar a apreciação por aquilo que você gosta em seu
parceiro e aumentar a tolerância por aquilo que você não gosta. Elogiar
telepaticamente é tão importante quanto verbalizar e é, às vezes, a melhor maneira de
começar.

Corolário: Tudo está Vivo, Consciente e Reativo

Para o xamã, a vida não se limita a plantas, animais e seres humanos porque
a vida é definida como movimento. Algumas coisas se movem muito vagarosamente
como, por exemplo, as pedras; outras se movem rapidamente como a luz. Para os
xamãs, estes são simplesmente tipos de vida diferentes. Agem também no Segundo
Princípio, pois sendo a Fonte da Vida infinita e autoconsciente, tudo deve ser
autoconsciente e, portanto, reativo em certo grau ao que acontece em volta de si.
Assim o xamã, especialmente o aventureiro, tenta agir respeitosamente em
relação a tudo. Isto pode ser considerado agradavelmente excêntrico, mas na realidade,
tem um propósito muito prático, Ku está vivo, consciente e reativo. Quando você se
auto-critica, Ku sente-se atacado e tenta se defender, contraindo os músculos, o que
causa stress e inibe a conscientização, a memória e o fluxo de energia tornando-o fraco

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e mais sujeito a doenças e acidentes. Uma simples crítica não causa tais danos, mas o
hábito de se autocriticar certamente o fará.
A auto-estima ao contrário,relaxa os músculos, aumenta a conscientização, o
fluxo de energia e a força; ativa as qualidades da memória e faz com que você se sinta
melhor.
Quando você critica ou elogia qualquer coisa no mundo à sua volta, três
coisas acontecem:
Primeiro, devido ao Segundo Princípio, Ku, não distingue entre você e seu
sonho; por isso se você critica outra pessoa, um dia de chuva, seu carro ou o governo,
Ku tomará isso como alusão pessoal e seu corpo ficará tenso. Quando você elogia
qualquer coisa, Ku agradece e seu corpo relaxa.
Em segundo lugar, devido ao Terceiro Princípio, qualquer característica ou
condição em que você concentra o desejo terá tendência a aumentar, de acordo com o
nível de resposta do objeto. Se você critica uma pessoa que dá valor à sua opinião a
sua crítica mesmo que esteja cheia de boas intenções reforçará o comportamento
criticado. Se melhorar, será independente de sua crítica e não por causa dela. Se a
pessoa não der a menor importância à sua opinião, a crítica terá o mínimo efeito sobre
ela, mas de qualquer maneira, afetará você. Elogiar uma pessoa ajudará a reforçar o
bom que você aprecia, seja ou não sua opinião importante para ela, porque Ku sempre
responde de alguma forma ao amor. Da mesma forma, se você criticar a chuva,
acontecerá o que você não quer, mas se você elogiar, choverá o suficiente; se você
criticar seu carro, tenderá a quebrar mais vezes, mas se você o elogiar, andará melhor
(se tiver de quebrar, será de forma mais conveniente); quanto mais você criticar as
ações que não gosta do governo, mais ele tenderá a praticá-las, e quanto mais você
elogiar aquilo que gosta, mais serão as atividades nesse sentido.
Em terceiro lugar, devido ao Quinto Princípio, cada crítica aumentará a
separação e diminuirá a conscientização sobre aquilo que você está criticando, até você
conseguir uma situação secundária a si mesmo, que não terá nenhuma semelhança com
o original. Cada elogio trará você para mais perto e aumentará a conscientização
daquilo que você elogia, expandindo portanto, seu crescimento de várias formas. Uma
questão muito importante é o de que fazer quando alguém o critica. Há muitos
ensinamentos sobre esse assunto, mas apresentarei somente um que é derivado do
presente princípio. O exemplo que usarei é extremo, mas sua aplicação é bem clara.
No velho Havaí, havia muito medo de maldições, que são somente críticas
usadas como ameaças, devido a uma crença muito forte no poder das palavras. Quando
o povo tinha contato com os xamãs não havia esse medo pela mesma razão. O
ensinamento xamanico era de que o poder de uma maldição podia ser neutralizado e
desfeito, pelo poder de uma bênção, que é somente um elogio sob a forma de
promessa. Se então, um homem enraivecido dissesse a um fazendeiro “que suas
colheitas apodreçam e enfraqueçam” o fazendeiro olharia com amor para seus campos
e diria: “que minhas plantações cresçam e produzam em abundância”. O efeito da
praga seria nulo e a colheita receberia uma injeção de energia. Aplicando a mesma
idéia em uma base pessoal, significa que quando você for criticado, elogie-se em voz
alta ou mentalmente e a critica não terá efeito, desde que você não tenha medo dela.

Explorando o Poder do Amor

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Vou pedir-lhe para fazer algo que você nunca fez antes. Por um minuto sente-
se, feche os olhos e elogie-se bastante por uma boa qualidade, característica ou
comportamento que você possa pensar. Não se importe de repetir a mesma coisa, se
não puder pensar no que dizer. Com a prática fica mais fácil. Se respostas negativas ou
autocríticas surgirem espontaneamente não lhes dê importância; continue a elogiar-se
(pode fazer isso por mais de um minuto). Quando terminar, conscientize-se de seus
sentimentos e sensações. Quase sempre, se sentirá muito melhor. A seguir, por mais
um minuto sente-se com os olhos abertos e elogie uma boa qualidade, característica ou
comportamento conscientemente no seu ambiente. Novamente, não preste atenção nas
críticas, e vá mais longe se você quiser. Então, não é esta uma bela forma de sentir-se?

O SEXTO PRINCÍPIO: MANA

Todo Poder vem de Dentro

Muitas filosofias nos ensinam que somos relativamente incapazes e que o


verdadeiro poder existe fora de nós na forma de um Deus separado da sua criação,
deuses e deusas que agem a seu bel prazer, destino, acontecimentos passados, genes de
nossos ancestrais, a sociedade (que quer dizer outras pessoas), o governo (que também
significa outras pessoas), os pais, uma hierarquia espiritual de mestres iluminados,
forças do mal, natureza..., virtualmente em qualquer lugar menos dentro de nós.
Inteiramente e por um chocante contraste a filosofia Huna ensina que todo o poder que
cria a sua experiência, vem de seu próprio corpo, mente e espírito. Logicamente
falando, se não há limites, o Universo ou Fonte da Vida, é infinito e se for infinito,
todo o seu poder está em todos os seus pontos, inclusive no ponto que você descreve
como sendo você mesmo. Mantendo essa argumentação em nível prático, nada
acontece a você sem a sua participação.
Cada acontecimento que você experimenta, você atrai criativamente através
de suas crenças, desejos, medos e expectativas, e então, reage a isso de maneira
habitual ou por uma resposta consciente. Nesta altura, a pergunta que me fazem é “...e
os bebês inocentes?” Do ponto de vista espiritual não existem bebês inocentes. Na
realidade, muitos bebês são mais sábios que seus pais. Um bebê que nasce numa
família pervertida ou com deficiência física e mental, pode ter escolhido isso como um
desafio na vida (não existem limites presumíveis na vida antes da vida, assim como
depois da morte), e um bebê que fica doente ou sofre um acidente pode estar refletindo
conflitos familiares que não estejam sendo expressos. Da mesma forma, ninguém o faz
infeliz. Você se toma infeliz porque os outros não agem da maneira que você quer que
eles ajam, ou da forma que você acha que deveriam agir. Se você for vítima de algum
insulto ou ferimento é importante saber que algo em você causou isto. Isso não quer
dizer que você tenha culpa, porque provavelmente, você não estava suficientemente
atento às suas crenças, atitudes e expectativas que foram envolvidas. Isto também, não
significa que a outra pessoa fosse inocente porque o que quer que tenha feito, veio de
suas crenças, atitudes e expectativas e seja qual for o grau da escolha consciente de
fazer o mal, ela estará sujeita ás leis da sociedade.É importante contudo saber qual é
sua parte no acontecido para que você possa mudar em si mesmo os fatores que
provocaram o acontecimento. Se o poder estava em você para criá-lo, então o poder
está em você para mudá-lo.
Corolário: Tudo tem Poder

Quando algumas pessoas começam a brincar com a idéia de que são os


criadores de suas experiências freqüentemente têm a estranha idéia de que ninguém

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tem nada a ver com isso. Do extremo de não ter poder pulam para o outro extremo, o
de ter todo o poder. Ao contrário, todos têm o poder de criar sua própria experiência.
Em qualquer situação ou acontecimento todas as pessoas envolvidas estão criando suas
próprias experiências. Todos têm o mesmo poder.
Tudo tem o mesmo poder. O vento, as árvores, as flores, as estrelas, as
montanhas, os mares, a chuva, as nuvens e todos os outros elementos e objetos do
Universo natural têm o mesmo poder de criar sua experiência. Um xamã urbano bem
treinado não ficaria surpreso com a idéia de que os computadores estão fazendo uso
dos seres humanos para construí-los. Algo maravilhosamente curioso é que, além das
suposições que escolhemos sobre isso não temos realmente nenhuma maneira de
provar que não é deste modo. Eu sei que meu computador , Jonathan, pensa que isso é
verdade. De qualquer maneira, do ponto de vista de que tudo na natureza tem seu
próprio poder, você aprende a trabalhar respeitosamente com esses poderes mais do
que tentar impor sua vontade em substância morta. E no verdadeiro estilo xamanico
tornar-se capaz de utilizar os poderes em seu próprio beneficio. Em sociedades
tradicionais, o xamã aprende o invisível poder do vento, o poder do movimento do
jaguar, o poder de cura da árvore e assim por diante. Enquanto ainda hoje podemos
fazer isso como xamãs urbanos também podemos aprender o invisível poder do
eletromagnetismo, o poder dos movimentos das máquinas e o poder curativo da
música. Há poder em tudo e todo poder pode ser útil.

Corolário: O Poder vem da Autoridade

Em psicologia há um conceito de autoridade externa e interna. A autoridade


externa é quando você dá o poder de tomar uma decisão á outra pessoa. Autoridade
interna considerada muito mais saudável é quando você dá essa autoridade a si mesmo.
Isto fica mais interessante, quando você descobre que um dos princípios básicos de
Mana, ou poder, é “autoridade”. Ainda mais interessante, é quando descobrimos que a
palavra autoridade está baseada em outra palavra que significa “criar” (da qual
também nos vem a palavra autor).
Falar com autoridade, quer dizer falar com a confiança de que suas palavras
produzirão resultados como “Que haja luz”. Aqui está o segredo do poder das preces,
bênçãos, feitiços e afirmações. Elas têm poder à medida que sejam ditas com
autoridade. Leia o Salmo 23 ou a Prece do Senhor, se você não o fez, ou leia
novamente se possível e descobrirá que não são somente lamentos e pedidos de ajuda.
São afirmações fortes, para serem ditas com confiança e autoridade (ou fé e confiança,
se você preferir). Ponha de lado qualquer preconceito e leia um livro de feitiços
secretos e você chegará a conclusão de que contém também declarações fortes e
autoritárias.
Nenhuma prece, feitiço ou afirmação terá muito efeito se for dita na
expectativa de recompensa ou como se as próprias palavras tivessem a magia.
Autoridade sem dúvida é a chave da conscientização criativa, seja usada com palavras,
visões ou sentimentos.

Explorando o Poder da Autoridade

Para desenvolver o sentimento de autoridade sem dúvida, dê uma olhada á


sua volta e comece a dizer às coisas e ao ambiente para serem exatamente como são.
Fale com as cadeiras e mesas, para que se coloquem onde estão, diga aos quadros para
se pendurarem onde estão, diga às flores e às árvores para crescerem onde estão
crescendo e diga às nuvens para se moverem como estão se movendo. Diga ao seu

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corpo para permanecer do jeito que está, para sua conta no banco continuar a ser como
é, diga às suas amizades para serem aquilo que são e para as condições mundiais
ficarem como estão (faça o possível para não duvidar ou criticar). Este exercício o
ajudará no caminho para esse estado de autoridade sem dúvida, de forma que quando
sua ordem mudar, as mudanças ocorrerão.

O SÉTIMO PRINCÍPIO: PONO

A Efetividade é a Medida da Verdade

Muitas pessoas têm problemas com este princípio, porque pensam que
significa que os fins justificam os meios. Na realidade é o oposto, os meios
determinam o fim. Meios violentos produzirão resultados violentos e meios pacíficos
produzirão resultados pacíficos. Alcançar o sucesso através da crueldade produzirá um
estado de sucesso no qual, outros agirão implacavelmente com você e alcançar o
sucesso através da compaixão produzirá um estado de sucesso no qual outros o
ajudarão.
Este princípio também diz que o que é realmente importante é o que
funciona. Os xamãs não são nem teólogos, nem cientistas teóricos. Eles são mais
conselheiros e técnicos. A verdade absoluta e a realidade última estão afastadas pela
ausência de valor prático. Os xamãs são tão pragmáticos que, mesmo sendo os
poderes da mente sua área de trabalho, não hesitarão em usar quaisquer meios físicos e
processos para efetuarem uma cura e até mudarão de sistema, se isso os ajudar.
Quando eu trabalhava como orientador particular, poderia no decurso de um único dia,
mudar do Cristianismo para Budismo, Espiritualismo, Voodoo, Psicanálise e Ciência,
trabalhando no sistema de crenças de cada indivíduo, para ajudá-los a encontrar meios
de se auto-ajudarem. A cura é a meta e a eficácia é o critério e não a prova de um
sistema particular ou de um método.

Corolário: Há Sempre Uma Outra Maneira de se Fazer Qualquer Coisa

Todo problema tem mais de uma solução. Em um universo infinito como se


poderia duvidar disso? Mesmo assim, as pessoas geralmente ficam fixadas num
método, processo, técnica ou plano para alcançar seus objetivos e se este não
funcionar, desistem. Se a meta for importante você nunca deve desistir, mude apenas a
tática. Se uma doença crônica não está melhorando, tente fazer algo que ainda não
tenha sido feito, por exemplo: trabalhe mais com sua mente e emoções se seu método
anterior era físico ou trabalhe mais com a parte física se seu método era mental e
emocional. Se um método de confrontação não funciona num relacionamento, use um
método de maior cooperação e vice-versa. Se o seu atual plano de ganhar mais
dinheiro não está dando resultado mude-o ou mude de carreira.
Se a paz na Terra não aconteceu ainda, vamos usar mais uma maneira que
funcione, criando novas. A vida e os meios de melhorá-la existem em variedade e
potencial inesgotáveis. Há sempre uma outra maneira.

Explorando o Poder da Flexibilidade

Imagine que você está andando numa estrada a caminho de uma cidade onde
há uma praça central e bem no meio dela, um tesouro num baú simbolizando uma meta
importante em sua vida (você não precisa decidir agora qual seja a meta). Cercando a
cidade há uma muralha alta guardada por soldados e onde a estrada entra na cidade, há

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um portão enorme e sólido. Usando o que vier à mente em sua imaginação, entre na
cidade e pegue o tesouro. Uma vez feito isso, recorde a cena e entre mentalmente na
cidade de modos diferentes. Faça-o novamente muitas vezes, pelo menos seis vezes,
mudando seu método cada vez que entrar na cidade. Através de sua imaginação você
estará treinando seu Ku para ter maior flexibilidade e alcançar seus objetivos.

OS SETE TALENTOS XAMÂNICOS

Os sete talentos xamanicos são simples derivados dos princípios. Representam


qualidades especiais a serem desenvolvidas, ao invés de técnicas especificas.

Visão (de O Mundo é o que Você Pensa que é)

Esta é a habilidade de operar no mundo sob a perspectiva dos princípios,


“ver” as coisas sob este ponto de vista, ao invés de por um modo comum.
Freqüentemente chamamos isso de operar no segundo nível (Ike Papalua), ao invés de
operar no primeiro nível (Ike Papakahi). No primeiro nível de pensamento a realidade
“comum” de muitas pessoas é a de que o mundo é independente de sua maneira de
pensar, tudo é separado, a energia flui somente através de médiuns, o passado tem mais
poder do que o presente, amar é arriscar a ser infeliz, o poder está fora de você e a
efetividade é um assunto de gênios, recompensa, força ou sorte. Operar no segundo
nível, num mundo basicamente do primeiro nível, não é fácil, mas é a chave do
sucesso dos xamãs. O que torna isso especialmente desafiador é que você tem que
manter o primeiro nível consciente para poder se comunicar com outros que operam
nesse nível.

Esclarecimento (de Não Há Limites)

Para um ótimo resultado, é importante usar a melhor maneira possível de


manter claras as conexões entre todas as partes de seu eu e o universo à sua volta,
principalmente por liberar continuamente a tensão e o stress físico e mental, bem como
se lembrar de trazer outros aspectos de seu eu e do mundo para sua atenção consciente.

Focalização (de A Energia Flui Para Onde a Atenção vai)

A técnica apresentada aqui, é de manter em sua mente suas intenções


objetivos,metas e propósitos.É um modo de se conseguir uma revisão permanente de
suas motivações, o que lhe dá maior eficiência em suas ações e uma maior capacidade
de suportar frustrações.
Presença (de Agora é o Momento do Poder)

É importante permanecer no momento presente o máximo que puder,


especialmente quando lidar com os acontecimentos do momento presente. Através de
dura experiência aprendi que as pessoas com que estou conversando podem sentir uma
queda no meu nível de energia.
Se eu permitir que minha mente fique vagando, não sabendo disso, eles
interpretam como se eu estivesse distante ou os estivesse rejeitando. Freqüentei uma
escola especial onde a competição pelas notas era ferrenha. Durante uma palestra, me
permiti olhar rapidamente pela janela, o que me custou uma resposta a uma pergunta

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do teste seguinte. Assim sendo, consegui o primeiro lugar por apenas três centésimos
de ponto. Pode ser que você nunca precise dessa presença extrema, mas pode ser que
sim. Quanto maior for sua presença, maior será sua influência e eficácia.

Bênção (de Amar É Ser Feliz)

Abençoar é reforçar o bem verdadeiro ou o potencial através da palavra,


imagem ou ação. Quando você vê a beleza, admira a habilidade ou aprecia a bondade
você está abençoando. O que o xamã faz de extra, é abençoar o potencial. “Que você
faça uma boa viagem”, “eu lhe desejo sucesso em seu empreendimento”, “que o vento
sopre sempre em suas costas”, esses são exemplos desse tipo de bênção. Lembre-se
que bênçãos telepáticas podem ser muito efetivas.

Autoridade (de Todo Poder Vem de Dentro)

Damos autoridade a alguma coisa quando lhe atribuímos qualquer tipo de


poder. Pessoas que atribuem poderes especiais a certos cristais estão lhes dando
autoridade e conseguirão muito mais benefícios enquanto mantiverem o poder. Outra
maneira de dar autoridade é personificar. Atribuir qualidades humanas a entidades ou
objetos não humanos. Por exemplo: por lhe dar autoridade, permiti que meu
computador Jonathan e eu tivéssemos um melhor relacionamento. A arte de dar poder
também inclui a qualidade de tirar o poder. Como exemplo os xamãs guerreiros têm a
tendência de dar poder ao mal, através da personificação, pois dessa forma podem
aprender sobre o mal e como conquistá-lo. Enquanto os xamãs aventureiros têm a
tendência de tirar o poder do mal através da personificação e assim, aprendem sobre o
mal e como harmonizá-lo. Você pode dar ou tirar o poder de qualquer coisa, inclusive
pessoas, lugares, coisas, o passado, o futuro, etc....
Tecelão de Sonho (de A Eficácia É a Medida da Verdade)
Como um tecelão de sonhos, o xamã tece sonhos para si mesmo e ajuda os
outros a tecerem os seus. Isto é também chamado de “cura xamanica". Um excelente
massagista ao fazer massagem, está usando suas mãos como ferramenta para curar o
corpo físico. Um xamã massagista ao fazer massagem, está usando o corpo físico
como ferramenta para tecer um novo sonho e curar o espírito. Pode parecer o mesmo,
mas não o é. Tecer um sonho, não depende de técnica. Tem a ver com o fato de o xamã
ter a atitude de curandeiro e praticar uma ação de cura mental ou física, em todas
situações que encontrar. Pelo menos, esta é a meta.

A QUARTA AVENTURA

CRIANDO HARMONIA NO CORPO


Mai ka piko o ke p'o a ka poli o ka wawae, a la ma na kihi 'eha o ke kino.
(Da coroa da cabeça, até a sola dos pés, e nos quatro cantos do corpo
uma expressão usada em cura).

A saúde é um estado de paz e harmonia, enquanto a doença é um estado de guerra e conflito. Um xamã
urbano curandeiro da tradição do aventureiro não tenta parar a guerra no corpo do mundo, mas busca
em vez disso criar a harmonia.
O conceito havaiano de saúde e cura é muito útil para o nosso mundo moderno. É baseado na palavra
“ola”, que também significa “vida” e “atingir a paz”. Sua forte raiz contém conotações de energia

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abundante. A condição contrária, a doença é chamada de “ma'i”, com uma raiz que significa “estado
de tensão”. Aqui, temos um entendimento bem claro sobre a doença como uma condição relacionada
ao stress.
As várias palavras que usamos para a falta de saúde são doença, estar desconfortável, estar
afetado, cada uma refletindo um ponto de vista filosófico a cura, embora não estejamos
conscientemente atentos a isso. Doença significa realmente, “maldade” e inclui um efeito de
comportamento pecaminoso e uma força malevolente que deve ser temida. Muita gente,
subconscientemente, reage à doença dessa forma. Doença vem de uma raiz que significa “estar com
problemas ou tristezas” e implica uma base emocional para essa condição existir. A doença significa
realmente “desconforto”, mas agora, carrega uma conotação forte ou fisicalidade, uma “coisa" que
invade o corpo e tem que ser destruída, cortada, neutralizada ou vivida. Se uma pessoa estiver
mentalmente afetada, temos a tendência de teme-la, se mentalmente não estiver bem, devemos sentir
pena dela e se estiver mentalmente desconfortável, recomendamos cirurgia.
Ao contrário do ponto de vista ocidental que tende a tratar cada manifestação de doença como uma
entidade separada de acordo com os sintomas, local e reação ao tratamento, e que dá grande
importância à denominação de cada uma individualmente (geralmente depois que a pessoa descobrir
um certo grupo de sintomas), a maneira de tratar do xamã vem dos princípios; é expressa na língua
havaiana e parece absurdamente simples. Para o xamã, todas as doenças são consideradas como sendo
auto geradas (somáticas) como um efeito do stress. O local é simplesmente onde o stress se focaliza.
Todas as palavras havaianas relacionadas a cura estão cheias de conotações de fazer a energia fluir e
de alívio da tensão relacionada ao stress. Os vírus certamente existem, mas sob o ponto de vista Huna
eles são o efeito do stress não a causa das doenças. A bactéria certamente existe, mas não causa
doenças; ela só tira vantagem disso. Sei que há muitas objeções sobre essa minha afirmação e vou lidar
com a maioria delas. Lembre-se por favor, que não estou tentando refutar o sistema médico ocidental
tradicional.Como afirmei antes somente estou apresentando um sistema diferente.

O EFEITO DO STRESS

Virtualmente tudo o que fazemos causa stress e isso é muito natural. Pensamentos, emoções, atividades
físicas, alimentação, condições ambientais, todos causam stress. O que não é natural é o stress
constante. O fluxo natural da vida é um ciclo repetitivo de stress – tensão – alivio – relaxamento -
stress e assim por diante. O fluxo anormal se parece com isto:
Stress – tensão – alívio - relaxamento
Stress – tensão –alívio
Stress – tensão – a
Stress – tensão - stress.

Como parte do alívio e do relaxamento do ciclo são inibidos. O stress e a tensão continuam a
aumentar. Quando a tensão do stress alcança um certo ponto que varia individualmente as funções do
corpo começam a falir.Enquanto estamos primeiramente focalizando o corpo tenha em mente que os
mesmos conceitos se aplicam a relacionamentos,sociedades e natureza.
Quando o corpo experimenta stress, cinco coisas acontecem quase sempre simultaneamente:
1 - Açúcar é liberado para a corrente sanguínea. O propósito natural do açúcar é o de prover energia
para atividades e, no ciclo natural somente uma quantidade certa de energia é liberada para lidar com a
situação.Se a liberação e o relaxamento são interrompidos mais açúcar que necessário é liberado e a
desarmonia ocorre. Um pouco de movimento físico vigoroso, ajudará a usar o açúcar em excesso.
2 - A glândula timo contrai-se.Ela é relacionada ao crescimento em crianças. Esta glândula é grande,
fica localizada no centro do peito, por trás do osso do peito, e está relacionada com o sistema
imunológico de adultos. Sua contração e liberação têm por finalidade estimular a produção das
células brancas do sangue mas a contração contínua, inibe-a causando uma sensação de ansiedade.
Bater levemente em seu peito com seus dedos, ajuda o timo a relaxar.

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3 - Músculos tensos. O propósito é o de reforçar e estimular as células para
prepara-las para entrar em ação apropriada. O ciclo de relaxamento permite que eles se
recomponham. Halterofilistas sabem que os músculos se reforçam pelas repetições de
tensão e relaxamento. Tensão muscular contínua levará as células a perderem o
controle, as toxinas se acumularem e o suprimento de oxigênio e nutrientes diminuir. A
dor aparentemente é causada não somente pela tensão muscular impingida aos nervos,
mas também pela falta oxigênio no nível celular. Os músculos não são somente
grandes massas de carne que movem o seu corpo. Seus nervos e órgãos internos são
também protegidos (cobertos) pelos tecidos musculares.Alongamento e auto-
massagem, rápidos e revigorantes, ajudam a aliviar a tensão muscular.
4 - A dilatação dos capilares. Capilares são pequenas veias e artérias que levam o sangue diretamente
para cada uma das células. São uma rede tubular, que permite que o oxigênio e nutrientes da corrente
sanguínea viagem vagarosamente e nutram as células.Sob stress os tubos da rede expandem, e o
plasma,substância aquosa e clara,que transporta o sangue e nutrientes começa a fluir muito depressa. O
propósito, quando a parte do ciclo do relaxamento está operando, é de alimentar as células mais
depressa e limpá-las rapidamente, levando as toxinas para dentro do sistema linfático para ser
eliminadas. Sob tensão contínua o movimento linfático fica mais lento e o plasma e as proteínas se
acumulam entre as células causando aumento de toxinas, pressão, inchaço bem como inibem o
suprimento das células por nutrientes e oxigênio. Sob stress extremo como ferimentos ou choque, a
rede abre-se tão larga que corpúsculos de sangue vão se espalhando, causando manchas negras ou
azuis e/ou muita palidez. Devido a esse efeito, choques muito severos podem requerer transfusão de
sangue enquanto os corpúsculos continuam a derramar para fora dos capilares estressados. Massagem
suave, exceto onde houver algum ferimento, também ajudará nessa condição.
5 - As células liberam toxinas. Nossas células estão liberando toxinas o tempo todo como parte natural
da sua atividade regular. Sob stress, a sua atividade aumenta,(enquanto a tensão não a inibir) e
aumentarão também, as toxinas, que estão sendo liberadas. O stress interrompe o processo natural de
fazer que essas toxinas sejam levadas pelo plasma e descartadas através do sistema linfático, para
serem descarregadas através do suor, respiração e eliminação. Quando a tensão é mantida inibe a
limpeza das toxinas e elas aumentam localmente envenenando as células e encontrando seu caminho
para a corrente sanguínea, através dos capilares dilatados, onde podem afetar o cérebro e as glândulas.
Essa é uma das razões de tonturas ou irritação quando se começa o relaxamento através de massagens
e outros meios após um longo estado de tensão. Respirar profundamente, ajuda muito pois estimula o
sistema linfático e descarrega as toxinas.
Os efeitos do stress, acima descritos, ocorrem em todo o corpo, num certo nível, mas especialmente
nas áreas diretamente afetadas pelo stress. Desde que todas as condições de doenças no corpo são
relacionadas ao stress, de acordo com os ensinamentos do xamã havaiano, conhecer a fonte do stress é
de muita utilidade para ajudar a cura.

A FONTE DO STRESS

Não vamos perder tempo. A fonte do stress é a resistência. Ku’e em havaiano significa “estar
separado”. A resistência natural é como um atrito que nos permite caminhar,o momentum que mantém
uma bola de baseball no seu curso e não indo parar em todos os lugares, a tendência de hábitos para
mantê-los, e também a memória manter seus padrões. A resistência natural produz o ciclo saudável da
vida na qual as coisas tendem a seguir seus padrões, mas são flexíveis para se adaptarem às mudanças.
Falando de um modo geral há quatro tipos de resistência que serão discutidos a seguir. Vou descrever
os aspectos positivos e negativos de cada uma, juntamente com técnicas breves para aliviar
rapidamente a tensão e que chamo de sistema “rápido e fácil".
RESISTÊNCIA FÍSICA

Quando seu corpo leva um soco, apertão, batida,corte ou queimadura vai reagir com os efeitos do

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stress acima mencionados e nós pensamos que machucaduras, ferimentos e bolhas são também efeitos
naturais. Não é bem assim. Há pessoas que podem enfiar agulhas de aço através de seus braços sem
sangrar ou se ferir, outras podem cutucar o corpo de outra pessoa sem deixar buracos nem feri-las,
outros ainda, podem caminhar sobre brasas de lava sem se queimar.
Isto pode lhe parecer anormal mas estou convencido de que é a coisa mais natural no mundo, embora
seja bem incomum. Seu corpo reage com stress a venenos, substancias tóxicas, radiação, e íons
positivos mas há pessoas que podem beber arsênico e álcool de madeira sem nenhuma conseqüência,
nem todos que trabalham com asbesto ficam doentes, algumas pessoas podem agüentar níveis de
radiação muito mais altos do que outras e muitos acham estimulação mental e física nos íons positivos.
O que distingue aqueles que não reagem com stress, a venenos e machucados, daqueles que reagem, é
que os primeiros têm maior tolerância àquelas substancias ou condições. O que significa maior
tolerância? Significa que eles poderão ingerir ou se expor a uma maior quantidade da substancia ou
condição que a maioria das pessoas antes que a sua resistência produza tensão significativa que cause
uma falha no corpo. Isto significa, para começar, que eles estariam mais relaxados e portanto
agüentariam maior stress causador de tensão, produzindo os sintomas, ou que eles teriam treinado seus
corpos para responder diferentemente em primeiro lugar, para reduzir a resistência mudando os
padrões de reação. Sabemos por exemplo que algumas pessoas treinaram seus corpos ingerindo
gradualmente doses cada vez maiores de arsênico. Pessoalmente, prefiro a prática do relaxamento.
De qualquer forma, talvez seja possível mudar nossas reações físicas para que contactos físicos
bruscos não resultem em ferimentos físicos. Em l983, enquanto me encontrava na ilha de Taiti,
caminhei descalço vagarosamente através e sobre uma grande extensão de pedras quentes de lava
juntamente com um kauna taitiano, pisando firmemente sobre cada pedra, durante todo o trajeto. Nem
meus pés, nem os pê1os de minhas pernas ficaram queimados. Tenho visto um número razoável de
andadores de fogo e conheço várias maneiras de faze-lo. A maneira mais comum no mundo é a da
devoção e da crença na proteção de uma divindade, e tudo correrá bem se a crença for realmente forte.
A segunda maneira mais comum, que conheço, é a distração que consiste num estado de transe de
atenção focalizada em algo completamente diferente do fogo. A terceira maneira, é a motivação, um
desejo intenso e energético totalmente focalizado em se chegar do outro lado. Cada uma delas tem em
comum o efeito de mudar a atenção da mente consciente para longe do fogo reduzindo, portanto, ou
removendo a resistência ao calor e permitindo que o corpo siga um ciclo de cura instantânea natural.
Esta pelo menos, foi a minha teoria antes de caminhar nas rochas de lava. Decidi testá-la tentando um
método diferente no Taiti. Ao invés de usar a devoção, a distração ou a motivação, focalizei toda a
minha atenção naquilo que estava fazendo sem o menor comentário, perguntas ou análise. O efeito foi
um sentimento de unificação com o meu ambiente imediato que chegou a tal ponto que não senti
medo, não houve resistência portanto não me queimei. Meu corpo atravessou o ciclo de stress - tensão
- alivio - relaxamento tão rapidamente que os efeitos cumulativos da tensão não puderam ocorrer.
CRIANDO UM NOVO PADRÃO
Há muito tempo, há tanto tempo que não me lembro quando ou quem, me disse que se você bater com
o dedão do pé tudo o que precisa fazer é repetir o movimento várias vezes sem realmente bater o dedão
do pé e a dor sumirá. Eu fazia isso sempre isso sem pensar. Nos últimos anos estudei em detalhes esse
processo e comecei a ensiná-lo nos meus cursos, sugerindo a meus alunos, que tentassem variações. O
conceito que desenvolvi foi, que criando padrões e mudando o fim você estaria na verdade dando a Ku
uma nova memória do evento, requerendo que ele mudasse o estado do corpo de acordo com a nova
versão do acontecido. Após o evento, quanto mais rapidamente você usar este conceito, mais
rapidamente o corpo voltará a se harmonizar. O que meus alunos fizeram me deixou perplexo e muito
feliz.
Uma semana após o curso um homem na Califórnia estava no seu quintal construindo uma cerca e
bateu com o martelo no polegar. Ao invés de jogar o martelo no chão e seguir a rotina normal de dar
pulinhos de dor enquanto apertava o dedo e xingava, ele lembrou da lição e continuou fazendo os
mesmos movimentos, logicamente sem tocar no dedo. Repetiu essa ação mais ou menos umas
dezessete vezes e, após a décima sétima vez o dedo quase nem latejava mais. Ele continuou a construir

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sua cerca e quando terminou olhou para o dedo e não havia nem manchas nem inchaço nem dor.
Um médico no Texas contou que estava cortando alface para fazer salada e cortou-se no dedo.O corte
era profundo, por sua profissão sabia que iria precisar levar pontos, ao invés disso ele resolveu testar a
minha idéia maluca. Após alguns passes repetitivos com a faca o dedo parou de sangrar e doer. Ele
acabou se esquecendo do corte e continuou a fazer sua salada. Três dias depois do acidente ele olhou
para o dedo onde não havia nem mais sinal de corte.
Uma senhora em Minoesota queimou o dedo numa panela quente e rapidamente repetiu a ação com
um final diferente e não teve nem bolhas nem dor.
Uma senhora no Canadá fechou os dedos da mão na porta do carro e completamente alienada dos
pedestres começou a repetir o movimento da porta fechando nos seus dedos até que a dor desapareceu
por completo e não ficou nem com manchas nem cortes.
Talvez o mais incrível de todos foi o caso de uma senhora na Califórnia, decidida a agir assumindo que
Ku vive só no momento presente e não distingue entre imaginação vívida e a experiência física.
Algumas semanas antes ela havia queimado a perna no exaustor da motocicleta e sua perna não estava
sarando satisfatoriamente. Vividamente revendo o acidente em sua mente mudou mentalmente o fim
da sua experiência em que sua perna não havia queimado no exaustor da motocicleta. Ela repetiu isso
mentalmente umas quarenta vezes. Sua perna que já tinha começado a ulcerar ficou boa em três dias.
As possibilidades deste processo tão simples são fantásticas e ilimitadas especialmente se você puder
usá-lo para ajudar os efeitos presentes de eventos passados. Como orientação acho que os melhores
resultados vem de uma pequena mudança de padrão.

RESISTÊNCIA EMOCIONAL

A resistência também vem do medo e do desprazer. Resistimos aquilo que tememos e aquilo que nos
causa desprazer. Embora a resistência possa se originar com as decisões de Lono, Ku ainda expressa
resistência emocional, juntamente com o ciclo do stress físico.
O medo natural tem a finalidade de nos alertar de algum perigo iminente e dentro desse processo
natural o medo desaparecerá assim que você agir. Com nossa imaginação criativa freqüentemente
geramos um medo anormal que permanece muito tempo após o incidente. Recentemente durante uma
aula no nosso centro em Kauai, uma senhora contou que tinha acabado de salvar uma criança que
estava se afogando. Esta senhora estava ainda muito traumatizada de medo devido ao acontecido. Fiz
com que ela examinasse seus padrões de pensamento e ela finalmente se conscientizou que seu medo e
trauma vinham sempre quando ela vividamente imaginava o que poderia ter acontecido se ela não
estivesse lá no momento exato para poder salvar a criança. Ao invés de sentir-se feliz pelo sucesso do
salvamento ela estava se assustando futilmente com fantasias. Remoendo na fantasia assustadora ela
estava induzindo um aumento contínuo de tensão em seu corpo. Sintomas como paralisia,hipofunção
(pouca atividade), rigidez,ansiedade, náusea e tonturas tenham talvez no medo um fator importante de
causa.
O desprazer natural tem o propósito de focalizar a energia para mudar alguma coisa na sua situação
imediata através da prevenção ou da ação direta. Não é natural quando usamos a memória para
reabastece-la várias vezes.
Além de acabarmos nos irritando com a nossa memória (lembrança) mais do que com a pessoa que
nos causou o desprazer, ou mesmo com a situação presente, a raiva contínua, causando misérias no
corpo, é provavelmente a causa principal da maioria das doenças. Onde quer que você tenha um
inchaço, ou infecção, inflamação, febre, dores, feridas ou tumores, a raiva será o fator importante
causador dessas manifestações. É também um fator para se considerar em condições como rigidez e
qualquer tipo de dor.
Agora vamos ver algumas maneiras “rápidas e fáceis” de lidar com cada uma delas.
O EFEITO DA EXPECTATIVA

É útil saber o que realmente é o medo. O medo é simplesmente a expectativa da dor, o resultado da

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projeção da imaginação para o futuro,de um ponto no presente ou no passado e inventando uma
experiência de dor. O medo nunca é sobre o presente, somente sobre o futuro. O problema é que Ku
não sabe disso. O que quer que seja que você puser em sua mente será tratado por Ku como
acontecendo no momento presente. Antecipar a dor é o mesmo que experimentar a dor isso leva o
corpo para o ciclo negativo do stress.
Relaxamento, é lógico, reduz o medo e também em muitos casos o conhecimento ajuda essa redução.
Medo é sempre acompanhado de tensão mas se você estiver completamente relaxado será impossível
sentir medo. Se você tiver conhecimento de que aquilo que você não teme não pode lhe acontecer ou
não lhe causará dor, o medo irá embora. O método mais simples e rápido que encontrei para me livrar
do medo foi mudar o foco para seu oposto, em outras palavras, o medo é a expectativa da dor e seu
oposto, a expectativa do prazer. Demonstro isto geralmente fazendo com que a classe focalize a idéia:
“e se alguma coisa terrível acontecer nos próximos 5 minutos?” após alguns minutos depois de deixa-
los sentir as reações de seus corpos eu lhes digo: “e se alguma coisa maravilhosa acontecer?” Eles
sentem imediatamente uma mudança em direção do prazer e que lhes foi trazida pela expectativa
positiva. Mesmo que você se encontre numa situação na qual você tem absoluta certeza de que algo de
ruim vai lhe acontecer (como na cadeira do dentista) faça a mudança para uma expectativa presente
fantasticamente positiva. Uma vez que o medo lhe der um sinal de aviso você não precisa mais dele
nem da tensão que ele lhe causa.
A TÉCNICA DO COBERTOR DO PERDÃO

A raiva ou irritação anormal e os efeitos do stress que queremos mudar são resultado básico de
critérios anormais. Todos nós temos critérios sobre como as coisas deveriam ser e do jeito que as
pessoas e nós mesmos deveríamos agir. Esses critérios permitem que nos alinhemos com os nossos
ideais e que continuemos a fazer mudanças para melhorar o nosso mundo. Um critério anormal é
aquele que diz: “As coisas e as pessoas não deveriam se desviar de nossa expectativa, porque se eles
assim o fizerem deveriam ser punidos”. Isto causa uma tremenda raiva, ressentimento e stress porque
as pessoas e as coisas vão naturalmente se desviar quer você queira ou não, simplesmente devido a
uma espontaneidade criativa. Por exemplo algumas pessoas gostam de tentar eliminar todos os deveres
para reduzir a raiva e o stress. Isso ajuda até um certo ponto. Outros gostam de praticar o relaxamento
porque a raiva também se associa com a tensão muscular e, se você estiver completamente relaxado
não poderá sentir raiva. Meu método rápido e fácil preferido é o cobertor do perdão.
Perdoar é basicamente um processo de decidir que seja lá o que tenha acontecido não importa mais. É
maravilhoso para todos os ressentimentos e culpas conscientes que muitos de nós carregamos desde
tempos passados. Nem todas as fontes para as reações presentes de Ku estão prontamente ao dispor de
nossa mente consciente. Parcialmente, porque a raiva poderia ser somente um dos fatores envolvidos
numa determinada situação atual. Se você puder reduzir um pouco qualquer raiva ou ressentimento que
exista, essa condição inteira será aliviada até um certo ponto. Praticando o cobertor do perdão
primeiro, você assumirá que em qualquer condição atual de dor ou desconforto há alguma raiva
envolvida, mesmo que você não saiba do que se trata. Você, então tocará a área do seu corpo que está
doendo ou desconfortável com os dedos de uma de suas mãos e dirá: “Seja com o que for que isto
estiver relacionado eu perdôo completamente e não importa mais”. A maior parte do tempo você terá
algum alívio e geralmente um alívio completo, mas você precisará fazer isto durante um minuto com
sua atenção totalmente focalizada. A mínima mudança será um alivio da sua raiva e parte do stress, e
você continuará a ter essas sessões de um minuto de vez em quando, mesmo enquanto estiver ocupado
em outra coisa. Caso não haja nenhuma mudança ou você está lidando com a raiva ou não está pronto
a esquece-la.

RESISTÊNCIA MENTAL

Quando resistimos a qualquer coisa geramos stress.


A resistência mental difere da resistência emocional da mesma forma que avaliação difere de análise.

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A resistência emocional vem de pensarmos que algo é mau; a resistência mental vem de pensarmos
nisto como sendo errado. Isoladamente isso não teria um poder devastador como o do medo e da raiva
mas corrói a confiança, o amor-próprio e a saúde do corpo da mesma maneira que a erosão de um
pequeno riacho causará numa montanha. A resistência mental, adquire a forma da crítica negativa, e
cada crítica individual que Ku sente é como um soco e causa, relativamente, uma pequena quantidade
de stress. Entretanto, o mesmo soco, com o qual você pode lidar facilmente quando estiver relaxado e
saudável, pode ferir como fogo quando você estiver tenso e dolorido em conseqüência de outros socos
anteriores. Este tipo de crítica é muito sutil quando habitual, e pode passar pela sua mente antes mesmo
que você perceba. Por favor saiba que a tensão ocorre independentemente ou não da crítica ser falada
em voz alta.
Uma das idéias mais malucas da sociedade moderna é achar que a crítica é boa para você ou que lhe
ajudará a aprender. Tudo o que a crítica faz é criar o stress e a reforçar aquilo que você está criticando.
Relembrar daquilo que não fizemos corretamente só impede o aprendizado. Quando você começa a
aprender a andar quando criança, você o faz esquecendo-se daquilo que não funcionou e lembrando-se
do que funcionou. Pessoas que só se lembram daquilo que não deu certo tendem a repeti-lo. Se
alguém aprende sob crítica aprende apesar dela e não por causa dela. Várias pessoas sempre me
perguntam sobre o valor da “crítica construtiva”. Não tem nenhum valor porque geralmente é uma
desculpa para criticar. Apontar faltas é motivado mais por um desejo de humilhar alguém para sentir-se
superior do que um verdadeiro desejo de ajudar. Se você realmente quisesse ajudar apontaria para os
sucessos e as várias maneiras de aumentá-los. Aqui existe uma qualidade altamente desenvolvida
chamada análise critica. A crítica construtiva geralmente acontece assim: "Não, não, isto é errado.
Faça isto deste jeito, seu estúpido". A análise crítica é assim: “O que você fez não lhe dará o que você
quer, mas se você o fizer assim terá o que deseja”. E o reconhecimento é a recomendação sem
julgamento. É evidente que uma pessoa com pouco amor próprio, terá a tendência de interpretar
mesmo a análise crítica positiva como uma crítica pessoal negativa e ficará tensa sobre isso. Minha
experiência, é que a reação à crítica é uma das maiores causas de asma, alergias, resfriados, dores de
cabeça e talvez por causa desse hábito que causa um encorajamento de rigidez de pensamento também
a artrite.

O CICLONE E O SANDUICHE

Algumas pessoas estão tão condicionadas ao hábito da crítica que não conhecem nenhuma outra
maneira de se ajudar a mudar a si mesmos nem a outros. Se você for uma delas não se sinta mal,
porque você faz parte da maioria. A solução é criticar se for necessário, mas faze-lo de uma forma
diferente.
O ciclone se refere a dar voltas em torno do padrão usual da crítica,que seria admitir a existência de
alguma coisa boa e em seguida, oferecer a crítica. Ex: “Aquela é uma bela pintura mas você pôs muito
vermelho no céu”. Para melhorar o efeito torça-a ao contrário e ficará assim: “Eu acho que você pôs
muito vermelho no céu, mas é bela pintura”. A razão de torcer e finalizar a frase com um elogio é que
em termos de tensão e de relaxamento físico um elogio neutraliza a crítica especialmente no corpo
daquele que a está fazendo mas também com um grande grau de relaxamento no corpo daquele que a
está recebendo, tornando-o mais aberto á ajuda. O sanduíche é igual, com exceção de que desta
vez,você começará com um elogio, faz a crítica e termina com outro elogio. Exemplo: "Esta é uma
bela pintura embora tenha muito vermelho no céu,mas eu gosto realmente da maneira que você fez as
ondas". Tal método encoraja uma aceitação mais relaxada da crítica e uma maior inclinação á
mudanças além de ajudar a aliviar o stress.

A RESISTÊNCIA ESPIRITUAL

A resistência é o resultado da tensão, vem de ir ao encontro, ou afastar-se de um estimulo físico, de


reações de medo ou raiva (ressentimento), ou defender-se contra a crítica negativa. Pode também ser o

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resultado da alienação. Lembre-se que a palavra havaiana para resistência é "ku'e",que significa “estar
separado”. A tensão da resistência ocorre quando você se separa ou tenta separar-se de algo. Na
resistência espiritual você se aliena de um lugar, de um grupo, ou do resto do mundo, porque você
sente que não pertence a nenhum deles. Isto ocorre porque você não se sente aceito, mas também pode
ser atribuído ao fato de você pertencer a um outro lugar. Há infinitas combinações possíveis de crenças
que poderiam causar esses sintomas e a causa disso realmente não importa. O que tem importância é
que quanto maior a alienação maior será o stress negativo. A não participação das atividades de grupo
ou o sentimento de nenhuma ligação com o local em que você vive causa uma quantidade baixa de
stress (descontando o medo, raiva e outros fatores críticos), mas chegar ao extremo de longos períodos
de devaneios, longas meditações e autismo pode causar muitos problemas físicos. Longos períodos de
devaneio significam que você passa a maior parte do seu dia com toda a sua atenção consciente em
sonhos, ao invés de estar neste mundo. (Novelistas, geralmente mantém o equilibro através de
atividades físicas como escrever, bater a máquina ou ditar). Longas meditações significam passar
grande parte do seu dia em qualquer foco meditativo que tira a sua atenção deste mundo e o leva para
longe do seu corpo. Parte da razão do crescimento da tensão física é simplesmente a inatividade, que
baixa a absorção de oxigênio aumentando as toxinas. Mas a tensão também é produzida pela separação
entre Lono e Ku ou da sua atenção mental focalizada no seu corpo por longos períodos de tempo. O
mesmo pode acontecer se a gente dormir muito. O dormir muito causará moleza e dores no corpo. As
pessoas comprometidas com qualquer destas atividades alienantes (dormir muito, devanear, meditar)
geralmente sentem que se torna cada vez mais difícil e desconfortável “voltar para dentro do corpo”
depois de prolongados períodos de ter estado afastado dele , que leva a passar períodos ainda mais
longos fora de si. O retrocesso é que o longo desligamento foi causa do corpo sentir-se desconfortável.
Tive uma experiência pessoal nesse assunto. Quando acampando com meus filhos nas Serras
Altas estava sentindo dificuldade de acompanha-los e num determinado momento resolvi usar a
técnica do repetir um cântico que desligou a minha mente do meu corpo, e assim pude caminhar mais
depressa e sem sentir nenhum desconforto. Acompanhei-os assim até alcançarmos o nosso
acampamento. Logo que tornei a me ligar ao corpo, tive um colapso de calor e exaustão. Meu Lono,
desligado não estava totalmente consciente de que Ku estava dando gritos de aumento de tensão e de
desidratação. Os meninos tinham ido a uma cascata e levei mais de meia hora para fazer Ku voltar
para me recuperar até poder alcançar meu cantil.
Não há regras restritas nem rápidas de quanto tempo você poderá ficar desligado sem a tensão
desnecessária, porque o nosso metabolismo e a nossa motivação são diferentes. O melhor teste é como
você está se sentindo. Um período saudável de desligamento produzirá bem estar quando você se ligar
novamente. Se a alienação espiritual for o problema, uma ligação consciente com uma atividade física,
com pessoas, ou com a terra, serão muito úteis e a prática de bênçãos também ajudará. O autismo é um
caso especial porque nessa condição a pessoa se afasta tanto do mundo que ele/ela vai precisar de
ajuda para voltar. Os sintomas vão, geralmente, de uma recusa de falar ou de participar em quaisquer
atividades, até uma recusa de se conscientizar das pessoas que o cercam,chegando a ponto de total
ignorância de suas presenças. Pode haver movimentos rítmicos, aparentemente propositados. A solução
mais produtiva, parece ser o amor incondicional, e eu recomendaria os livros de Barry Kaufman, para
qualquer pessoa interessada neste assunto. Em alguns casos tudo o que é necessário é um pouco de
amor. Uma de minhas alunas, era professora de uma escola primária e tinha uma aluna que poderia ser
classificada como quase autista. A menina não falava, nem participava. Sentava-se quieta, desde a hora
que chegava á escola até a hora de ir embora e não respondia a atenção de sua professora. Devido ao
tempo limitado que professora podia dedicar a cada aluno, sugeri que ela se sentasse perto da menina
por dois minutos durante cada aula, imitando as posições, expressão e qualquer movimento que a
menina fizesse e a cada dois minutos, tocar gentilmente na menina e lhe dissesse “Obrigada”. No final
de três semanas,a menina estava conversando,sorrindo e começando a participar das aulas.

KAHI - O TOQUE DE MÁGICA

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A tradição havaiana tem um sistema, que trabalha com o corpo, chamado lomi-lomi. É, em geral,
considerado um sistema de massagem, mas tem elementos que se parecem com massagem sueca,
esalen, rolfing, acupressura, terapia de polaridade e mais algumas coisas que não lembram nada
conhecido. Pela primeira vez, estou escrevendo em detalhes sobre uma dessas coisas. É um processo
raramente ensinado que tenho partilhado com meus alunos durante meus cursos xamanicos por muitos
anos. Penso que seja uma das coisas mais úteis que eu aprendi e que estou ensinando. Este processo
chama-se “Kahi” que significa unidade (harmonia) e, que também se refere á técnica do lomi-lomi
usando as mãos levemente ou uma pressão dos dedos. Alguns de meus amigos havaianos, aprenderam
esta técnica de maneira diferente, mas da maneira que me ensinaram, o que a mente faz durante o Kahi
é mais importante do que aquilo que as mãos estão fazendo.

OS OITO CENTROS E OS QUATRO CANTOS DO CORPO

Na cura tradicional havaiana os oito centros do corpo são: a coroa, o peito, o umbigo, o osso pubiano,
as palmas das mãos e as solas dos pés e os quatro cantos são: os ombros e os quadris. A sétima
vértebra cervical (uma saliência no fundo da base do pescoço) e o cóccix são centros adicionais
totalizando 14 ao todo. Cada um deles é considerado em Kahi como “um centro de poder” ou fonte de
energia de uma certa forma, como os chacras orientais.
Para praticar Kahi coloque os dedos ou a palma de uma de suas mãos (não importa qual) sobre um
desses centros de poder e os da outra mão num ponto de “liberação” ou “alívio” ou seja uma área no
corpo que esteja em tensão, dor, machucada ou qualquer outra condição de desarmonia. Em alguns
casos este poderá até ser outro centro de poder. Para uma dor de cabeça você colocará os dedos de uma
mão levemente sobre o ponto da dor e a outra mão no umbigo ou na base da espinha. Para dor de
estomago coloque levemente a mão sobre o estomago e a outra mão atrás do pescoço ou em uma das
palmas da mão do paciente.
A parte mais importante: focalize sua atenção em ambas as suas mãos ao mesmo tempo enquanto
respira profundamente. Até você ficar com bastante prática disso pode mudar a sua atenção
rapidamente entre as mãos ou imaginar um arco-íris unindo-as. Para maior ajuda além da sua atenção
focalizada, ensino também um cântico havaiano, baseado nos sete princípios mas desde que me é
impossível ajuda-los com a pronúncia aqui vai um cântico que também é baseado nos princípios.

“Tenha atenção, Seja livre, Fique focalizado”,


“Esteja aqui, Seja amado, Seja forte, Esteja curado”.

Use o ritmo e o tom que desejar. O cântico servirá um propósito duplo, o de lhe ajudar com seu foco
dando sugestões a Ku. O efeito principal,entretanto vem do foco duplo nas duas mãos. Em Kahi você
não tenta passar a sua energia para o corpo da pessoa, nem tenta ser um canal ou condutor para o
transporte da energia com a sua respiração e a sua mente. Tudo o que você faz é manter o foco. Por
causa do terceiro principio o próprio foco intensifica e harmoniza a energia do corpo do paciente. Não
há maneiras suficientes para enfatizar a importância.deste ponto porque muitas pessoas querem
controlar o processo da energia com Lono. Isso não é necessário. A energia sabe exatamente o que
fazer e Ku sabe como responder. Esta técnica também ensina a confiança.. Use Lono para manter o
foco e deixe que o resto aconteça naturalmente. Após respirar profundamente três ou quatro vezes
cheque o seu corpo e o corpo do paciente através da regeneração.Se a condição melhorar você termina
o seu trabalho, se não melhorou, você tem a opção de continuar tentando.
O que acontece em Kahi é que o foco das suas mãos induz a um fluxo de
energia entre elas como o fluxo da eletricidade num fio. O efeito desse fluxo em Kahí é duplo:
primeiro aumenta a intensidade do seu campo pessoal de energia e em segundo lugar estimula a
porção de liberação do ciclo do stress resultando numa diminuição de tensão e uma
harmonização da área nas e entre as mãos. Quando você coloca suas mãos no corpo de alguém a
mesma coisa acontece para você e para a pessoa a ser tratada. De acordo com o Segundo

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Princípio quando você usa Kahi em alguém você estará também se beneficiando. Os efeitos
específicos são:

1 - Relaxamento da tensão muscular, a diminuição da dor, a estimulação do processo de cura do corpo


no ponto do 1iberação (alívio). Isto pode ser acompanhado de uma sensação de calor e de
formigamento (agulhadas).
2 - Pode acontecer que às vezes a dor mude de lugar. A experiência nos indica que isto está realmente
revelando uma nova camada de dor, que estava encoberta pela dor original. Continue a trabalhar na
nova área como fez na primeira.
3 - Ás vezes não há mudança na condição do paciente mesmo após muitas rodadas ou sessões de Kahi
(uma “rodada” é um foco de Kahi que dura de três a quatro ciclos de respiração profunda). Uma
“sessão” é qualquer quantidade de duração de aplicação do Kahi separada no tempo de outra
aplicação semelhante. Isto pode acontecer quando a causa do stress é basicamente a resistência devido
à raiva ou ao medo. Enquanto um foco mais intenso poderá quebrar essa resistência é recomendado
usar uma técnica mais direta, relacionada a mudar as emoções ou os padrões de memória que são a
causa desses sentimentos. Tais técnicas serão discutidas mais tarde.
4 - Às vezes a condição volta após a sessão de Kahi.Isto se deve a renovação da mesma maneira de
pensar dos padrões que causam esta condição. Kahi somente ajuda na cura através de uma mudança no
estado do corpo indo da tensão para o relaxamento. A cura vem da mudança da mente.
5 - Freqüentemente há sensação de movimento, de calor ou de adormecimento nas mãos da pessoa que
aplica o Kahi. Também é comum sentir-se mais descansado após aplicar Kahi porque você não está
tentando controlar ou forçar a energia e portanto não se sente cansado.
Como já mencionei, você poderá aplicar Kahi em si mesmo ou nos outros. Descobri que os efeitos são
maiores quando você segue a prática geral de usar o centro de poder mais conveniente e mais afastado
do ponto de alívio. Se eu estiver trabalhando na parte de cima das costas usaria o centro da palma da
mão e o centro do cóccix ou o centro umbilical (não sugiro o centro púbico, exceto com um amigo
intimo), ao invés dos ombros, peito ou centro no pescoço. Se as áreas do foco forem muito próximas,
o fluxo diminui e se forem muito distantes o esforço de alcança-los aumentará a sua própria tensão.
Esta não é uma regra, é somente uma orientação porque haverá vezes em que você poderá querer que
os dois pontos estejam próximos ou distantes por uma razão pessoal.
Kahi também é uma ótima alternativa para a acupressura e a reflexologia. Sem tirar o valor desses
sistemas valiosos preciso dizer que é um prazer faze-los sem dor. O jeito de faze-los é combinar os
centros de poder do Kahi com alguns pontos de acupressura ou reflexologia suaves (nos pés você
poderá ir trabalhando desde o centro da sola de um pé até o ponto de sensibilidade no outro pé).
Pressione os pontos somente o suficiente para descobrir os pontos sensíveis então, suavemente,
continue com o toque bem leve enquanto mantém o foco. Após ter feito isso por uma sessão verifique
novamente o ponto sensível.

KAHI A DOIS

Esta é uma maneira excelente de acalmar alguém, melhorar o seu astral, praticar a cura cooperativa ou
estabelecer um profundo relacionamento. Quando trabalhando um no outro, as duas grandes variações
são:
1 - Olhe para o seu/sua parceiro/a com a palma de sua mão esquerda para cima e da direita para baixo.
Toquem as palmas e curvem os dedos segurando levemente os dedos do seu parceiro. Ambos começam
o Kahi, focalizando cada um nas suas próprias mãos enquanto cantam baixinho.
2- Coloque sua palma direita ou seus dedos sobre seu umbigo e a palma da sua mão esquerda ou seus
dedos no peito ou na testa do seu parceiro enquanto ele faz o mesmo com você. Focalizem suas mãos
enquanto respiram profundamente.

Entre outras coisas, você vai notar que após muitas rodadas (sessões) há uma tendência de perder a

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conta de onde, fisicamente você termina e seu parceiro começa. Isto não acontece para todos
imediatamente mas é um sinal da integração dos campos energéticos pessoais unificando-se. Se você
fizer isto muitas vezes com a mesma pessoa vai acabar por desenvolver uma amizade profunda e uma
comunicação telepática considerável.

KAHI EM GRUPO

Assim como a eletricidade pede ser aumentada colocando-se baterias em série o poder de curar pode
ser aumentado colocando-se pessoas em série. As duas variações seguintes funcionam muito bem.
1 - Sentem-se ou fiquem em pé formando um círculo com quem quiser receber tratamento incluindo-o
como parte do círculo. Segurem-se as mãos e comecem o Kahi. Algumas vezes há maior efeito num
grupo grande, se cantarem um cântico em voz alta.
Se vocês quiserem adicionar um pouco de ritual façam com que todos segurem as mãos com a palma
da mão esquerda virada para cima e a da direita para baixo. Não é necessário, mas algumas pessoas
preferem assim.
2 - Todos do grupo formam uma fila, curva, se preferirem com uma mão no umbigo e a outra
levemente tocando o centro do pescoço da pessoa a sua frente. A primeira pessoa da fila aplica Kahi da
maneira normal em alguém que precise de ajuda.

KAHI MENTAL

É suficiente dizer que não é necessário usar as mãos, pois o que faz o trabalho em Kahi é o foco. O
que as mãos realmente fazem é ajudar o seu foco, entretanto muitas pessoas precisam dessa ajuda e
muitos curam melhor quando tocam. Mesmo assim, há ocasiões em que quando um foco é muito claro
e aguçado o Kahi mental pode ser muito útil como:
1 - Quando o ponto de liberação (alívio) de uma pessoa que você está curando é muito sensível ao
toque, ou está localizado numa área delicada na anatomia, você poderá manter sua mão alguns
centímetros afastada acima do ponto ou poderá usar somente a sua mente para focalizar naquele ponto.
2 - Quando você quiser trabalhar em si mesmo e ambas as mãos estão ocupadas. Eu tive que fazer isso
quando tive uma dor muscular enquanto dirigia o carro.
3 - Quando você quiser ajudar alguém próximo de você, mas fazer o Kahi abertamente não seria nem
prático nem aconselhável.
O trabalho á distância será discutido no próximo capitulo.
KAULIKE - UM OUTRO TOQUE MÁGICO
Kaulike significa “equilíbrio ou harmonia” e se refere a uma maneira extremamente simples de ajudar
as pessoas a se sentirem bem. É possível aplicar em si mesmo mas funciona melhor quando outra
pessoa aplicar em você porque é uma maneira de partilhar o amor e a amizade. Essencialmente kaulike
consiste em tocar levemente o corpo de outra pessoa enquanto estejam sentados, em pé ou deitados.
Quando feito com a atitude certa da parte daquele que aplica bem como de quem recebe é realmente
muito bom. A atitude certa é simplesmente a de dar e receber. A beleza do kaulike é que não é
necessário pensar por Lono, nem mesmo focalizar como em kahi.
Fique em pé de frente para a pessoa que vai receber o kaulike e toque nele/nela com seus dedos,
alternando as mãos, durante o ritmo do 2 batidas do coração, sobre a coroa (cabeça), a garganta, o
peito, o plexo solar e o umbigo. Use então as duas mãos uma de cada lado do corpo e toque nas
mandíbulas, ombros, cotovelos, pulsos, cadeiras, joelhos, tornozelos e pés. Termine, levantando os
seus braços do lado de seu corpo e acima de sua cabeça passando as suas mãos em movimentos
circulares com as palmas viradas para fora, na frente do corpo do recipiente, até a altura dos quadris.
Pronto só isso. Não há nada mais. Você não tem que pensar ou cantar ou respirar profundamente só o
que precisa fazer é tocar e fazer movimentos circu1ares com as mãos.
Prosseguiremos agora, trabalhando mais com a mente, mas sempre em parceria com o corpo.

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A QUINTA AVENTURA

INICIANDO A MUDANÇA ATRAVÉS DA INTUIÇÃO

Ka po nui ho'olakolako,ke ao nui ho'omehameha,


(O mundo interior dá; o mundo exterior ignora).

Os xamãs não ensinam a intuição, eles a aceitam. É uma função tão natural quanto respirar e é
logicamente seguida pelos três primeiros princípios. A intuição é uma maneira importante na qual o
mundo se torna o que nós pensamos que ele é; é uma das maneiras em que tudo está unificado e é
levado pela energia que flui onde a atenção se focaliza. Portanto assim como o respirar pode ser
desenvolvido em uma habilidade muito refinada, a intuição também pode ser.
Deixe-me explicar: a palavra intuição no sentido ativo e no passivo é como uma alternativa das
palavras telepatia e clarividência. Em primeiro lugar, a intuição se refere á informação ou o
conhecimento que se recebe através dos sentidos interiores, da visão,da audição e sentimentos
(também algumas vezes através do olfato e raramente do paladar), embora a telepatia tenha a
conotação usual de alguma coisa ativa e verbal, e a clarividência geralmente significa alguma coisa
passiva e visual. Em segundo lugar, assim como no mundo exterior o conhecimento interior e a
informação podem ser dados bem como recebidos.
Como funciona a intuição? Para uma explicação vamos usar uma metáfora pois não estamos
descrevendo algo físico, que pode ser separado em partes, com nomes específicos. A evidência da
intuição, a troca de informações sem prova física é inquestionável e isso deixa os cientistas malucos.
Mesmo que você não a ignore,não terá uma base física. Partindo do princípio que o mundo físico,de
acordo com o pensamento xamanico,é um produto do mundo não físico, pode-se ou não encontrar
explicação.Para tais pesquisadores eu recomendo a observação de C.W.Leadbeater: “O erro mais
comum é considerar que o nosso poder limitado de percepção é também um limite de tudo o que existe
para ser percebido”.
Uma metáfora muito boa, muito utilizada e previamente mencionada, é a da teia de aranha, também
chamada de teia Aka. Aka é uma palavra havaiana que significa essência ou “sombra” e também se
refere á idéia de uma teia não física cujos fios unificam tudo no Universo. Feita a ligação com o
conteúdo emocional, esses fios, são às vezes, chamados de cordões (cordas) ou cabos. Poder-se-ia
dizer que embora a maioria esteja ligada por cordões á sua vida exterior no planeta Terra, até o
momento da sua morte, os xamãs buscam estar ligados por cordões a tudo e durante todo o tempo.
Usando-se a teia como metáfora, podemos dizer que as ligações da teia, existem sempre, mas certos
fios, são ativados somente pela atenção consciente. Isto é a intuição, a informação consciente de
alguma coisa. Um exemplo típico é quando você pensa num amigo e logo a seguir ou se encontra com
ele ou ele/ela lhe telefona. O pensamento do amigo, pode ter carregado consigo, uma sugestão ou um
desejo, ao qual ele/ela responderam, ou o amigo pode também ter pensado em você antes de lhe
telefonar e você pode ter captado esse pensamento. De qualquer forma, pode ser explicado como uma
informação transferida através da teia.
Outra metáfora útil e adequada para o xamã urbano moderno, é o efeito sinal. Nisto, tudo no Universo
está irradiando o seu próprio sinal, assim como uma estação de televisão e tudo também é um
receptor.Cada sinal é uma combinação das freqüências que irradiam toda a informação que existe,
sobre o sinal da fonte, mas cada receptor, somente consegue captar, um certo nível de freqüências,
como o radio, que pode captar sinais auditivos de uma estação de televisão, mas não consegue captar o
sinal visual, ou uma televisão que somente pega certos canais. Metaforicamente falando, a sua
percepção do sinal de irradiação de outra pessoa é limitado pela sua sintonia com essa pessoa. Quanto
mais próxima for a sintonia,melhor será a recepção, quanto menor for a sintonia, menor será a sua
recepção. A sintonia é feita propositadamente, com a consciência alerta ou com a atenção, ou então,

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passivamente para receber a informação ou ativamente para transmitir e por descuido ou omissão,
através das igualdades de crenças gravadas na memória de Ku. Mandando ou recebendo
especificamente de um individuo é como a comunicação entre um conjunto transmissor e receptor
usando uma extensão especifica e estreita de freqüências.
A estática pode ocorrer externamente vinda de outros sinais próximos dessa extensão ou internamente,
devido a um lapso e interferência (deve ser interpretado como perdendo o foco ou tendo dúvidas e/ou
recebendo crítica). Esta é uma grande metáfora porque explica muitos fenômenos intuitivos.
Uma terceira metáfora muito útil para o místico é o efeito do campo de energia. Neste caso, desde que
o Universo é infinito, você também é infinito. Se você é infinito, você está em todos os lugares. Se
você estiver em todos os lugares, então você poderá estar consciente de qualquer coisa e poderá
influenciar qualquer coisa, pondo a sua atenção nisso. A chave desta metáfora é a pureza da intenção e
a claridade do foco.
Se alguém lhe perguntar o que é a intuição, você dirá que é aquilo que você pensa que é.
Os xamãs usam a intuição para juntar informação sobre o passado, presente ou futuro preparando-se
para a atividade de cura ou para curar. Discutiremos um grande numero de maneiras e de técnicas para
fazer isto, mas um pouco mais de discussão se faz necessário para que você possa usá-las
efetivamente.
O ponto mais importante é que, conforme o Quarto Princípio, você não poderá sintonizar no passado
ou no futuro mesmo se quiser, porque o momento presente é a única realidade. Se você procurar um
psíquico profissional e pedir para que ele faça uma leitura, ele/ela, geralmente começa por lhe falar do
passado, depois do presente e por último sobre o futuro. De acordo com o ponto de vista aqui
apresentado, o psíquico não está realmente sintonizando no seu passado mas somente nas suas
lembranças, (memórias conscientes ou não), que você está irradiando (para usar esta metáfora). Assim,
também ele/ela estará captando lembranças e seus pensamentos sobre suas preocupações presentes,
quando lhe falar sobre o presente, e estará também, sintonizando em uma projeção lógica de seus
padrões e inclinações presentes quando lhe falar sobre o seu futuro. Veja bem, não estou dizendo que
isto seja um esforço consciente da parte do psíquico. A maioria deles está dando o assunto para Ku e
Kane com um processo interno que é assim: “Ok, meus amigos, me dêem algumas informações sobre
o passado, presente e futuro desta pessoa”. O psíquico então, espera receber palavras, quadros ou
símbolos e sentimentos e interpreta-os conscientemente se for necessário, e lhe dará a informação.
Um bom psíquico é geralmente muito acurado sobre o passado, razoavelmente acurado sobre o
presente e lamentavelmente errado sobre o futuro. A causa disto é que, parte da informação terá que
ser filtrada através do sistema do psíquico e, parte porque você está constantemente mudando de idéia
sobre o seu próprio passado, presente e futuro.Você também terá algumas lembranças bloqueadas e
idéias conflitantes. Assumindo o conceito do xamã de que nós estamos criando o nosso futuro,
enquanto vivemos, pode-se imaginar a dificuldade que terá um psíquico em escolher uma avaliação
significativa dentre a massa de informações freqüentemente conflitantes e confusas que você, e aqueles
que presentemente ou potencialmente estão ligados a você, estão irradiando. E incrível que eles sejam
capazes de fazer o que fazem.
Reconhecidamente, os psíquicos, ás vezes vem com informações sobre o futuro, as quais acontecerão
mesmo, mas isso é devido, geralmente ao fato de que eles sintonizam num padrão presente de hábitos
fortes, de grande sugestão, ou forte determinação. A maior parte do tempo,devido às nossas inúmeras
mudanças, eles estarão ou completamente errados ou parcialmente certos. Uma vez, visitei um
psíquico de grande reputação, no sul da Califórnia, para uma leitura. Sobre o meu passado, sua leitura
foi boa, sobre o meu presente me conscientizou de muitas coisas que eu não havia notado e, sobre o
meu futuro foi muito mista. Ele sintonizou bem sobre os meus planos futuros de fazer palestras, que,
nesse tempo, eu não havia ainda iniciado. Ele também foi apuradíssimo sobre o tempo de um encontro
com um homem descrevendo sua aparência, ao qual, eu somente me liguei psiquicamente seis meses
após a leitura, entretanto ele o descreveu como alguém que seria um professor importante na minha
vida.O que aconteceu foi que no fim acabamos ficando amigos e partilhamos alguns conhecimentos,
mas o homem que ele havia mencionado nunca foi um professor para mim. Se meu estado durante o

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tempo da leitura não tivesse mudado, então, talvez, ele pudesse ter sido realmente um professor em
minha vida. Finalmente, ele me deliciou, dizendo que eu, eventualmente me mudaria para a Riviera
Francesa e que viveria lá por seis meses por ano e que viajaria por outros seis meses. Isso nunca
aconteceu mas aquela leitura pode ter sido uma expressão mista da minha experiência passada na
parte francesa da cidade africana de Dakar que se parece muito com a Riviera, e também do meu
desejo de viver no Havaí e daí viajar pelo mundo.
Apesar de toda a promoção e elevação do psíquico, eles raramente chegam a ser 30% acurados no total
de suas predições e 50% é adivinhação. O problema vem da estática do próprio desejo e stress do
psíquico, bem como do fato que as pessoas mudam de idéia. A Terra aparentemente muda a sua mente
com muito mais freqüência porque uma coisa na qual os psíquicos são ruins, é em predizer
(descontando encontros com seres extraterrestres) terremotos. Somente encontrei um psíquico cuja
porcentagem de predição abrangia consistentemente 90 a 98%. O que causava isso era realmente, a
falta de freqüência das suas predições. O “psíquico” em questão era Jack Smith um colunista do jornal
Los Angeles Times. Seu método era esperar pela edição anual do National Inquirer (uma revista) de
predições de psíquicos famosos para o próximo ano. Ao lado de cada predição dos psíquicos ele
escrevia: “Isto não acontecerá” e ele estava terrivelmente acurado. Se nós não sintonizarmos no
passado ou no futuro e o que captaram são lembranças ou possibilidades por que então nos
incomodaremos de ligar a nossa intuição naquela direção? Por que não trabalharmos em estende-lo ao
nosso presente? Precisamente porque a intuição do presente extensivo, pode nos dar informações
muito valiosas sobre idéias inibitórias ás quais ainda nos apegamos sobre os padrões do passado e do
presente e que podem nos levar a um futuro indesejável. Podemos usar a nossa intuição para
entendermos melhor a nós mesmos e aos outros também; mudar as nossas idéias e portanto os efeitos
do passado e mudar o futuro mudando os nossos padrões presentes.

HAILONA - A INTUIÇÃO CRIATIVA

Hailona refere-se á arte de jogar por divinação, que é uma velha palavra para sintonizar com a intuição.
Jogar em si é uma técnica de tornar a informação intuitiva acessível á mente consciente. O processo
básico, é o de conscientemente focalizar uma pergunta e deixar o Eu interior (Ku/Kane) dar a você a
resposta através de algum tipo de sistema de sinais, símbolos e sistemas padrões que tenham sido
empregados antes. Alguns métodos de jogo comumente usados são jogar moedas para o I Ching, e a
leitura das cartas do tarô. O conceito ensinado no sistema xamanico, é que o seu interior junta a
informação desejada através da teia, irradiação ou campo (de energia) e manipula os sinais e símbolos
de uma certa maneira que o padrão de sistema lhe dará a resposta mais próxima e possível para o
método escolhido. Numa leitura de I Ching, você poderá dizer que Ku juntou a informação desejada
através da intuição e levando em consideração a gravidade, a resistência do ar, a força muscular e a
fricção superficial liberando as moedas de uma forma que terão um padrão significativo.
Nas próximas secções descreverei um velho método de jogo havaiano, um método africano modificado
e outro, altamente flexível, de minha autoria baseado num modelo antigo.
'OI- PAHU

O nome deste método usado no velho Havaí significa “impar - par” ou “bem sucedido - mal sucedido”.
É usado quando você quiser determinar o resultado de um fato ou de um empreendimento. Primeiro
abra dois pedaços de pano, lenços servem, ou duas tigelas e designe um representando você e outro
representando pessoa, lugar, acontecimento ou empreendimento com o qual você esteja preocupado.
Relaxe seu corpo focalize na pergunta e, de uma pilha de pedras ou bolinhas de gude, coloque uma
mão cheia sobre cada um dos lenços ou dentro das tigelas. Finalmente conte as pedras ou bolas de duas
em duas. Conte primeiro a sua para ganhar tempo porque se você terminar com uma quantidade par
pode esquecer do resto. Não importa o que esteja na outra pilha este é um sinal de fracasso. Se a sua
pilha tiver uma sobrando (impar), e a outra pilha também este também é um sinal de fracasso.
Entretanto eu acho isto muito pessimista. O pensamento original era que ninguém poderia vencer

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(‘OI, ímpar também significa sucesso) porque dois ímpares cancelam um ao outro. Por outro lado, se
você aceitar a filosofia do “sucesso- sucesso”, o resultado poderia significar sucesso dos dois lados. O
último resultado, no qual a sua pilha seria impar e a outra par, é um sinal definitivo de seu sucesso.
Lembre-se sempre que a informação que você recebe, não tem nada a ver com o futuro. É uma leitura
dos resultados prováveis da sua atitude e planos presentes.

Mude-os e você poderá mudar os resultados.

OS DEZESSEIS OLHOS DE FA

Há muitos anos atrás, entre os Fon, o povo de Dahomey (hoje chamado de Benin) no oeste da África,
onde vivi por dois anos e meio, um sistema de divinação, baseado na lenda, foi desenvolvido e até
hoje é praticado. A lenda falava sobre o deus Fa, criador do homem e mensageiro dos grandes deuses,
que tinha 16 olhos em forma de nozes de palma, e que se abriam todas as manhãs para que ele pudesse
ver e profetizar. O nome dessa divinação é: “abrindo os olhos de Fa”. É um método ímpar - par mas
resolvi simplificar o processo original para fins de uso moderno.
Consiste em relaxar e focalizar em uma pergunta, jogar uma moeda (cara par, coroa impar) ou
quatro vezes um dado e ver se dá par ou impar. A seguir consulte o diagrama abaixo para ter a sua
resposta. Um arremesso “ímpar” é representado no diagrama por um ponto e um arremesso “par” por
dois pontos. É bom desenvolver a sua intuição porque você terá que pensar de maneiras diferentes,
pois a resposta á sua pergunta será formada por uma só palavra e você terá que dar uma interpretação
que sinta que seja que é a correta.
Por exemplo se a sua pergunta foi se você e seu amante estarão juntos no ano que vem, e tirar 4
ímpares seguidos a resposta seria união e seria óbvia, mas se você tirar 2 impares, um par e um ímpar
que dará a resposta fraqueza, você deveria pensar em dar força ao seu relacionamento, ou na força a
do seu desejo, ou ainda na motivação da sua pergunta.

* = Impar ** = Par

União Separação Felicidade Infelicidade


* ** * **
* ** ** **
* ** ** **
* ** ** *

Positivo Negativo Força Fraqueza


* ** * *
* * ** *
* * * **
** * * *

Liberdade Limitação Sucesso Fracasso


** * ** *
* ** ** *
* ** * **
** * * **

Movimento Tranqüilidade Abundancia Carência


** ** * *
** * ** **

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* ** ** *
** ** * **

AS PEDRAS XAMÃNICAS

Este método divide-se em 3 partes. Para o que eu ensino em meus cursos, você necessitará de 7
“pedras’, que não precisam ser pedras. Geralmente, uso contas de plástico coloridas, brancas,
vermelhas, cor de laranja, amarelas, verdes, azuis, e violetas. Os alunos que gostarem desse jogo
comprarão um jogo pessoal. Pedras semipreciosas também são muito populares, como por exemplo:
pedras de basalto corroídas pela água e pintadas e para meus alunos cegos, recomendo braceletes com
balangandãs. Se você gosta de cristais, um conjunto muito bonito pode ser composto de quartzo claro,
rodocrosita, quartzo rosado, carnelian, citrina, malaquita ou aventurina, turquesa ou sodalita ametista
ou fluorita violeta. O melhor tamanho é não maior do que 1 centímetro de diâmetro. Quando
começarmos a falar sobre o próximo tópico espero que você já tenha um conjunto de "pedras” nas
cores mencionadas.

A TÉCNICA DO SIM/NÃO

Use somente a pedra branca, a vermelha e a verde. A pedra branca, chama-se “Kumu” a função e as
outras "EO" ou pedras de resposta.
Isto significa que a resposta vem da pedra que cair mais perto da branca de qualquer lado dela. Nesta
técnica, a pedra vermelha significa não e a verde sim. Relaxe e faça a pergunta. Cuidado com
perguntas usando a palavra deveria (eu deveria fazer isto?) porque se relacionam com padrões ou
regras de Ku e ele tem memórias de mais de um conjunto tornando as perguntas ambíguas. Apesar da
razão, essas perguntas tendem a ser menos efetivas. Quando você estiver pronto, segure as pedras na
sua mão e jogue-as na sua frente.
Se você fizer perguntas para testar receberá a estática da dúvida implicada na pergunta. A única
diferença entre psíquicos profissionais e o resto da população é que os psíquicos têm a tendência de
confiar nas suas respostas. Removendo-se o fator stress, quanto mais você confiar, mais acuradas serão
as suas respostas.
Lembre-se também que as suas respostas estarão somente lhe falando sobre Ku e seus padrões e eles
poderão não ter nada a ver com a situação da maneira como os outros a percebem ou como realmente
seria. Pergunte qualquer coisa que quiser mas esta técnica é particularmente boa para se descobrir
atitudes e crenças no nível de Ku, e para dar informação da percepção de seu subconsciente sobre
outras pessoas e situações.
Perguntando sobre assuntos que realmente lhe importam você poderá ter o desejo de jogar
imediatamente de novo se você não tiver gostado da resposta. Eu sugiro que você não faça isso porque
a tendência é de aumentar o medo e a supressão. Ao invés disto, recomendo o seguinte processo:
O processo do Xamã Sagrado, para a resposta que você deseja ter.

1-Pegue a resposta das pedras que você não gosta.


2-Acuse o recebimento da resposta, como se representasse um padrão corrente.
3-Com bastante força agarre as duas pedras de resposta e reverta a sua posição gritando:
“Este é o novo padrão, Ku. Lembre-se disso!”. Essa força, o grito e o movimento físico terão um
efeito forte na impressão sensorial de Ku e ajudam a estabelecer um novo padrão com melhores
resultados.

A TÉCNICA DO CONSELHO

Use as sete pedras para esta técnica. A branca ainda é "Kumu" embora seja apresentada na lista de

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significados com as pedras "EO".

BRANCA -Primeiro Princípio, palavra chave:conscientização,atenção

VERMELHA - Segundo Princípio, palavra chave: liberdade.

LARANJA - Terceiro Princípio, palavra chave: focalização.

AMARELO - Quarto Princípio, palavra chave: persistência.

VERDE - Quinto Princípio, palavra chave: amor.

AZUL - Sexto Princípio, palavra chave: confiança.

VIOLETA - Sétimo Princípio, palavra chave:flexibilidade.

Quando você estiver pronto relaxe e focalize num pedido, sobre o qual gostaria de receber um
conselho como: “Qual e a melhor maneira de eu conseguir o que quero?" ou "O que é melhor para eu
fazer nesta situação?" Lembre-se de que esta técnica não dá respostas sim e não. Jogue as pedras e leia
a que estiver mais perto da branca. Use a combinação do princípio e a palavra chave para obter uma
resposta a sua pergunta. É da natureza da divinação, que as respostas requeiram tanta intuição, quanto
as perguntas.
Numa variação, ao invés de conselho sobre um determinado assunto, peça por um plano de ação,
decidindo antes o número de pedras que você deseja que façam parte da resposta à sua pergunta. Por
exemplo se você perguntar: "Quero um plano de ação em 3 partes para aumentar a minha renda” e
você tiver as pedras laranja, vermelha e verde nessa ordem de proximidade da pedra branca, a resposta
poderia ser lida como "Esclareça as suas metas, livre-se da culpa e faça aquilo que você gosta”. Isso é
simplificado porque na realidade você poderia ter mais idéias sobre cada uma, ou ao invés de pedir
conselho ou um plano peça: "O que está me impedindo de alcançar a minha meta?” Jogue as pedras e
leia a resposta daquela pedra que estiver mais próxima da branca e só desta vez, leia em sentido
contrário.

VERMELHO - stress físico e mental.


LARANJA - falta de foco.
AMARELO - procrastinação.
VERDE - raiva.
AZUL -medo ou dúvida.
VIOLETA - pensamento rígido.

JOGANDO QUADROS

Este é um dos grandes segredos da divinação xamanica. Imagine um antropólogo numa ilha tropical
olhando para uma vila xamanica jogando conchas, ossos e pedras e fazendo uma leitura. Ano após ano
os cientistas observaram os xamãs jogarem, e ainda não são capazes de entender o significado dos
objetos ou a estrutura do padrão.
Além disso não acreditam quando o xamã lhes diz que não há nenhum significado até que finalmente
consideram o xamã como uma fraude.
O que o xamã está fazendo? Ele está olhando para quadros. Em minha opinião esta é a forma mais alta
da arte de divinação porque estimula a intuição mais profunda através de símbolos e associações.
Para usa-la com suas pedras, relaxe e peça por um quadro que represente o estado presente ou futuro
de uma pessoa, lugar, coisa, situação ou condição. Jogue então as 7 pedras sem se preocupar com a

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Kumu ou Eo. Quando as pedras tiverem sido jogadas olhe para elas sem nenhum esforço. Com o que o
quadro se parece ou o que ele lhe lembra? Você pode imaginar que as pedras são como pontos num
livro para crianças, e tentar ligar os pontos de maneiras diferentes com linhas imaginárias. Embora o
chamemos de quadro ás vezes o significado principal vem do seu sentimento. Você pode dar uma
olhada nele e se conscientizar de quais associações ou lembranças lhe vem á mente.Se você sentir que
está certo leve em conta o significado das pedras que foram dados na técnica anterior. Para algumas
pessoas esta técnica será facílima e para outros exigirá mais prática antes de quebrar as barreiras deste
tipo de percepção. Se não importa o quanto você teste o padrão ainda não lhe disser nada agradeça a
Ku por tentar diga-lhe para lhe dar um quadro diferente sobre o mesmo assunto e jogue novamente.
Você poderá usar para isto o processo de mudança padrão dado na primeira técnica caso você não
goste do quadro. Isto pode até funcionar como um processo de cura á distancia se você pedir por um
quadro sobre a condição de alguém. Neste caso, forçosamente, melhore ou mude o quadro movendo as
pedras.
LA' A KEA - A LUZ DO AMOR

Tudo influencia tudo mas não no mesmo grau. Pode-se escolher tanto a teia, a irradiação ou campo de
energia. Uma observação válida é, que Ku é mais influenciado pelo campo mais forte, mais próximo e
mais ressonante.
Um campo é uma área de influência (como um campo magnético) ou de percepção (como um campo
visual). Aqui estamos considerando especialmente a influência com o campo de energia humano
também chamado de aura ou Hoaka em havaiano. Os campos de energia humanos têm componentes
físicos e não físicos, no momento os trataremos como um só. Será também útil definir a energia
adequadamente como um movimento de influência ou atividade que cria mudanças. Poderia também
ser chamada de vibração de influência. Outra coisa a notar é que a energia não é uma coisa tangível,
mas coisas tangíveis têm energia,portanto uma redução ou diminuição de energia equivale a diminuir o
grau de vibração, sem tirar nada de tangível e um aumento de energia é equivalente a aumentar o grau
de vibração sem adicionar nada tangível. O aumento de energia, não é como adicionar um copo com
água à mistura de um bolo. É como aumentar a velocidade da batedeira elétrica.
A ressonância tem dois significados aplicáveis ao campo de energia humano. Um deles relacionado
com a eletricidade é a “condição de ajuste de um circuito que permita um maior fluxo de corrente de
uma certa freqüência”. Em termos humanos significa que o estado da mente e do corpo determina qual
tipo de energia que terá mais influência. Simplesmente dito qualquer medo que você sentir ressoará ou
será influenciado pelo medo adicional á sua volta; e a quantidade de confiança que você tiver será mais
ressonante à confiança adicional. É por isso que o primeiro passo mais importante em qualquer cura
feita por um xamã urbano é aumentar a confiança da pessoa a ser curada. É lógico que devido ao
Terceiro e Sexto Princípios você poderá conscientemente escolher mudar a sua própria atenção para
qualquer confiança que você possua e dessa forma sintonizar mais na influência e na confiança à sua
volta diminuindo a influência do medo. O outro significado de ressonância vem da física e é: “a
vibração reforçada em um corpo por outro, exposto à vibração de mais ou menos a mesma freqüência”.
Falando de seres humanos significa que o seu medo tende a aumentar o medo daqueles que o estiverem
cercando, e a sua confiança tenderá a aumentar a confiança dos que estiverem a sua volta. A
proximidade e a força dos campos de energia humanos estão intimamente relacionadas porque falando
de maneira geral quanto mais próximo você estiver da fonte do campo, maior será a força, mais
energizado. Sua aura, estende-se infinitamente mas a sua atenção mental e sensorial geralmente não.
Devido ao Terceiro Princípio,seu campo efetivo poderá ser bem diferente do seu campo atual.Também
a freqüência, deixando as considerações de lado nos seres humanos, tende a ser mais influenciada pelas
energias físicas percebidas através dos sentidos (visão, som, tato, etc.) do que por energias mentais
percebidas através dos sentidos mentais. A proximidade é um fator de influência importante.
A força num campo tem a ver com a intensidade de energia que é relacionada com a vibração. A
qualidade da vibração tem dois componentes: freqüência e amplitude. Ou posto de outra forma, o grau
de intensidade. Usando as ondas do oceano como exemplo, o número de ondas num comprimento de

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100 metros determina a freqüência das ondas e o tamanho de cada onda determina a amplitude.
Obviamente há mais energia em ondas de dois metros do que em ondas de meio metro, com a mesma
freqüência. Da mesma forma, uma nota Si no piano vibra numa freqüência específica; a mesma nota
Si numa tuba, vibra na mesma freqüência mas com um volume muito mais forte (o equivalente musical
da amplitude). Na aura humana a freqüência é determinada pelo foco e a amplitude pela emoção. O
foco vem da atenção de Kane, Ku e Lono e a emoção vem das respostas intencionais e reações
habituais ao seu ambiente interior e exterior. Isto significa que Ku é influenciado pelo campo mais
forte, mais próximo e mais ressonante. Se você entrar numa sala cheia de pessoas que se encontrem
num estado de raiva ou grande potencial (isto é: há coisas em sua vida que lhe dão raiva, mas
presentemente, você não está sentindo raiva), mas há uma pessoa na sala que está neste momento
sentindo raiva, obviamente, sem demonstrar seu sentimento abertamente, é provável que você comece
a sentir uma crescente irritação e raiva sem saber a razão. Se a outra pessoa estivar com raiva sobre
alguma coisa que também poderia deixa-lo com raiva o efeito em você será maior. Este é o campo de
força mais próximo e a ressonância funciona. Se você tiver o hábito de evitar a raiva o efeito do campo
provavelmente o influenciará para suprimir as suas emoções subconscientemente através da tensão
muscular e quanto mais você permanecer na sala, mais desconfortável ou drenado você se sentirá. É
importante saber disso.
A LUZ BRANCA DE PROTEÇÃO

Onde reina o medo, o conflito segue. Num mundo governado por tanto medo não é de surpreender
que técnicas metafísicas baseadas em ataque e defesa apareçam.
Talvez a mais comum encontrada no mundo seja: “A luz branca de proteção”, como é geralmente
chamada. É um belíssimo conceito mas o seu uso deixa muito a desejar.
Na sua forma mais simples, consiste em você se imaginar cercado por uma luz branca e clara que o
protege de todo o mal, emanando do seu próprio espírito ou dada você por um ser espiritual. Um aluno
meu me deu uma boa explicação para esta técnica. Na década dos sessenta, ele estava vivendo na
cidade de Nova York e uma de suas amigas, uma jovem muito adorável, que geralmente usava uma
roupa fina de algodão, ia aos lugares considerados perigosos da cidade, livre como um pássaro. Ele e
outros amigos tentaram alertá-la para o perigo, mas ela sorria e dizia que a sua luz a protegeria. Um dia
ele a seguiu caso algo acontecesse e ficou admirado de ver os homens da rua (geralmente perigosos),
tratá-la consistentemente com cortesia e bondade. A luz havia removido o seu medo e a reação das
pessoas da rua era uma resposta a essa falta de medo e á presença do amor.
Muito freqüentemente contudo o uso da Luz Branca reforça o medo e o piora. Quando isto acontece, o
medo vem da ênfase da proteção em vez de vir da confiança. Em tais casos é usada como uma cerca ou
barreira, que mantém a fonte do medo afastada e longe e portanto não se livra do medo. Na realidade
toda a vez em que é usada desta maneira, reforça o medo criando o hábito de ficar com medo.Se você
puser uma proteção de luz branca em seu redor, ao redor de sua família, seus amigos, sua casa, seu
carro e confiar que tudo está protegido funcionará bem. Mas se você usar a mesma luz focalizando
naquilo de que a luz o está protegendo você se assustará tornando a luz mais forte e fatalmente
acabará atraindo aquilo que teme.
O pior e mais abominável uso da luz ás vezes é ensinado por professores metafísicos que estão muito
saturados com o medo para saber o que estão fazendo. Nessas circunstâncias a Luz é usada não só
como uma proteção mas também como um refletor ou espelho enviando a negatividade de volta à sua
fonte. Assume que qualquer negatividade que você sinta, tenha sido propositadamente enviada a você
por alguém maldoso que merece receber de volta o que lhe desejou. Enquanto isso, batalhas dos
psíquicos se não são impossíveis, são muito raras porque poucas pessoas no mundo são inteligentes o
suficiente para se envolver nelas e estúpidos o bastante para faze-lo. (Lembre-se que Ku toma tudo de
maneira pessoal). Qualquer negatividade que você sinta nesse caso é a sua reação ao seu ambiente
físico e espiritual, mesmo que alguém, em particular esteja com raiva ou lhe deseje mal. Usar a Luz
para mandar de volta uma maldade a outro, mesmo que você pense que está refletindo o que recebeu
dela, é se envolver em magia negra. A Luz Branca de Proteção é muito útil como proteção mental,

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primeiro socorro para alguém tão encalhado em medo que nada mais o faz sentir-se seguro. Uma vez
que a mínima quantidade de confiança voltar, é hora de procurar algo mais avançado e benéfico.

A LUZ DO AMOR DE LA’ A KEA

“La’ A Kea” é um termo havaiano que significa Luz Sagrada, referindo-se às coisas boas representadas
pela luz do dia como a luz do sol, o conhecimento e a felicidade. É também usada na prática xamanica
e significa a aura carregada com a luz do sol, conhecimento e felicidade.
Esta técnica é parecida com a da Luz Branca descrita acima,com exceção que é usada para curar e
harmonizar. Para esclarecer a diferença vamos chamá-la de Luz do Amor. Atraída por seu poder
interior, você usará a sua mente, para se imaginar rodeado e cheio dessa Luz. Chamamos isso de
“acender a luz”. Não deixe a ênfase da Luz lhe incomodar. Você poderá imaginar cores, sons e
sentimentos se preferir. A minha Luz do Amor é cheia de cores, símbolos, padrões, música e sensações
suaves dependendo do efeito que eu quiser conseguir. Quando você acender a Luz, carregue-a gerando
uma emoção positiva. Uma simples apreciação de algo bonito, ou uma emoção mais forte. A primeira
suposição é a de que a Luz do Amor existe. A segunda é que ela banhará ou lançará seu feixe de luz na
direção da área do seu foco. A terceira suposição é que ela seguirá as suas instruções. Aqui vão
algumas instruções de como usá-la.
1- Comece todo o dia “acendendo a luz do amor” e espalhando-a imediatamente pelo seu ambiente.
Fale com a Luz do Amor (tudo está vivo, consciente e reativo) e dê-lhe a instrução mentalmente ou em
voz alta “Harmonize este lugar”.
2 - Use a Luz do Amor através do dia com pessoas, lugares e situações diferentes da mesma maneira
que a anterior.
3 - Quando você sentir stress físico ou emocional acenda a Luz do Amor e diga: “Harmonize as
energias ao meu redor”.
4 - Se você estiver experimentando um relacionamento difícil com alguém estenda a Luz do Amor para
incluir a outra pessoa onde quer que esteja e diga: “Harmonize as energias entre nós” ou “Harmonize
nossos campos”.
5 - Se você quiser proteger sua família, amigos ou propriedades, imagine-se cercado pela Luz do Amor
e diga ela: “Guarde esta pessoa,lugar ou coisa em paz e harmonia”.
6 - Se você quiser usar a Luz do Amor para curar à distância pratique cercando-se com a Luz de cores
diferentes ou símbolos para as cores,com uma instrução diferente para cada uma delas. Se você já
estiver usando um sistema de cores, use-o. Aqui está o que nós usamos.
BRANCO/CLARO – ILUMINE! Usado em cura, para ajudar a aumentar o próprio conhecimento e a
ligação com o Eu Superior e também quando outra cor não parecer apropriada.
VERMELHO/ROSA - LIMPE! Usada para remover a tensão física e mental e as limitações; muito boa
para aumentar o relacionamento do grupo.
LARANJA/PESSEGO - FOCALIZE! Ajuda a focalizar a atenção e a energia.
AMARELO - CENTRALIZE! Ajuda a aliviar preocupações, ressentimentos e culpa; ajuda a remover
a procrastinação; aumenta a persistência e estimula a alegria do momento presente.
VERDE - BENÇAO! - Ajuda a aumentar a auto-estima; a gostar; a amizade, o amor e a felicidade.
AZUL-PODER! - Ajuda a aumentar as forças física e espiritual, a autoconfiança e a autoridade
interior.
VIOLETA - AJUDE! - Ajuda a estabelecer a harmonia física e espiritual;a sintonia com o propósito e a
prosperidade e um alinhamento com os outros em metas em comum.
Alem disso, se você quiser:
PRETO - ABSORVA! - Pode ser usado para absorver e transformar a negatividade.
CINZA - MENTALIZE! - Pode neutralizar excessos de qualquer espécie.
ARCO-ÍRIS - Pode ser usado como alternativa paro o BRANCO.
Após ter praticado com as cores em si mesmo e já tenha se acostumado a elas use-as com outras
pessoas, lugares e coisas de que você gosta como mencionado no item 5.

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7 - Para uma forma especial e intensa de cura à distância com a Luz do Amor selecione um pequeno
objeto talvez uma moeda, um cristal, ou uma pedra para representar a pessoa ou o lugar que você quer
ajudar a curar. Segure-o com a sua mão esquerda. A seguir, pegue uma das pedras xamanicas ou outro
objeto da cor de acordo com a lista acima (item 6) e segure-o na sua mão direita. Cerque-se com a Luz
do Amor da mesma cor do objeto na sua mão direita e faça o Kahi com as duas mãos com respiração
profunda enquanto faz o seu desejo. Agora focalize três vezes em ambas as mãos e na Luz do Amor.
Você não tem que focalizar na imagem da pessoa porque o símbolo equivalente a ela está em sua mão.
Os objetos físicos ajudam a envolver as energias e a atenção de Ku no processo. Numa certa altura
você receberá um sinal para parar. Isto poderá vir em forma de um suspiro profundo, como um impulso
interno ou a sensação física de estar tinindo ou como cansaço. Quando vier é um sinal do Ku da outra
pessoa avisando-lhe que por enquanto já recebeu o suficiente. Complete o processo, terminando com
uma palavra ou frase como; “Está feito” “Obrigado” ou o havaiano “Amama”, mais ou menos
equivalente a “Assim Seja”.
Que você sempre abençoe e seja abençoado/a pela Luz do Amor.

A SEXTA AVENTURA

MUDANDO O MUNDO COM O SONHO XAMÂNICO

Aia ke ola i kahiki.


(Saúde e prosperidade em Kahiki, um lugar no mundo interior).

Este capítulo vai lhe apresentar ao poder do sonho xamanico para mudar o mundo. Vai começar com
maneiras de usar os sonhos, muito perto do nosso mundo exterior, e quando movido gradualmente,
para um sonho mais e mais profundo, você compreenderá e usará o máximo do sonho xamanico, a
visão da busca. Na cultura tradicional havaiana, está dividido entre PO e AO. PO é o sonho interior, as
realidades invisíveis que dão origem ao sonho exterior de AO. Porque PO se refere ao invisível, o reino
da experiência, que os ocidentais chamam de espírito, a mesma palavra é usada para designar “noite”,
o tempo da escuridão. Para os havaianos poéticos a noite ou PO, tornou-se um símbolo do mundo
interior e o dia tornou-se um símbolo da expressão exterior do mundo interior, e por isso, AO também
significa “ensinando e aprendendo”. A hora do pôr-do-sol é o começo de um novo dia, e a madrugada é
o princípio da manifestação de toda a criatividade, que acontece durante a noite .
O próprio oeste tornou-se um símbolo para PO, que confundiu muitos exploradores, e continua a
confundir antropólogos.Quando os polinésios disseram que tinham vindo do oeste, não se referiam à
Ásia, mas a PO, o reino do espírito. Isso enfatiza a idéia xamanica de o que experimentamos como
realidade exterior é a expressão ou a reflexão da realidade interior. E uma das maneiras mais efetivas
de mudar a realidade externa, o sonho da vida, é mudar a realidade interior ou, o sonho do Espírito.

AS TRÊS REGIÕES DE PO

Assim como o mundo exterior tem 3 regiões, terra, mar e céu, também o mundo interior tem 3
regiões, de acordo com o pensamento xamanico havaiano. Eles são: Lanikeka, Kahiki e Milu.
Lanikeka é o Mundo Superior ou reino invisível. É o lugar onde Deus, os anjos e santos existem; onde
os deuses e deusas vivem e brincam; onde os grandes heróis, heroínas e mitos abundam. Na sua noite
de sonhos, você pode ter estado lá, ocasionalmente, quando você teve sonhos grandes e importantes ou
super-reais. Os xamãs vão até lá, especialmente através da inspiração, como Mauí fez para descobrir os
segredos do fogo e do cultivo.
Kahiki o mundo do Meio, é a região interior mais parecida com a realidade exterior. A maioria dos
seus sonhos e devaneios, acontece em Kahiki. Essa palavra soa como “Taiti” porque é a mesma, mas
em dialeto diferente. Era muito comum na Polinésia dar nomes aos lugares do mundo exterior com

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nomes de lugares do mundo interior. Kahiki em havaiano significa "estrangeiro" e também "o poder
de fazer alguma coisa", "o mundo exterior", "forasteiro" e "estranho".Em taitiano a palavra Taiti
significa "transplantar" e "atravessar". Além disso esses nomes têm a ver com o uso dos sonhos de
Kahiki para mudar este mundo.
A terceira região é Milu, o Submundo. Este é o lugar de pesadelos e desafios, é o lugar aonde os xamãs
geralmente vão numa visão de busca para recuperar o poder perdido. Vamos começar o nosso processo
trabalhando com Kahiki e os sonhos que você tem à noite.

MO ' IKE - A ARTE DE INTERPRETAR SONHOS

Isto é curto, doce e simples. Você é o melhor intérprete de seus sonhos. Com o método que vou
partilhar, você poderá superar livros com listas de interpretações, processos demorados de associações
e análises temáticas. Você pode ir direto á interpretação do seu sonho por causa do corolário do Quinto
Princípio que diz: “Tudo está vivo, consciente e reativo”. “Tudo” inclui todos os personagens e
objetos dos seus sonhos, bem como os próprios sonhos.
A maneira de interpretar um sonho é lembrar-se dele enquanto você estiver relaxado e acordado, e falar
diretamente a qualquer personagem ou objeto do sonho perguntando: “O que você esta fazendo aqui?”,
“O que você representa e simboliza?” Na maioria dos casos a pessoa, animal ou objeto lhe responderá,
dando-lhe a informação que você deseja saber. Para falar com o sonho como um todo, o imagine como
uma bola ou um globo. Se você tiver um pouco de stress subconsciente sobre o assunto, pode haver
alguma resistência na resposta, e você terá que ser muito gentil e persuasivo ou altamente agressivo
(assertivo), dependendo de sua própria personalidade. Se não houver nenhuma resposta aplique então,
a técnica da “interpretação inventiva”. Isto significa que você faz a pergunta e conscientemente,
inventa a resposta,falando no lugar do personagem ou objeto. Parece estranho, mas funciona, porque
você não poderá inventar uma resposta naquele momento a não ser que ela seja válida devido ao
corolário do segundo princípio: “Tudo está ligado”. Após algumas aplicações de interpretação
inventiva, você encontrará as respostas espontâneas chegando facilmente. Como uma nota de interesse,
as lembranças vívidas,do mundo exterior, poderão ser tratadas como sonhos para serem interpretadas.
Uma vez, enquanto estava em Malibu almoçando com um amigo falando sobre o nosso trabalho
transformativo, um homem sentado na mesa a lado escutou nossa conversa e nos convidou para uma
apresentação que segundo ele, seria de grande interesse para nós. Meu amigo não pode ir mas eu fui, e
quando lá cheguei comecei a pensar no que estava fazendo lá. Foi tão meloso que saí cedo,embora
tenha encontrado um amigo que não via há muito tempo.
A apresentação era sobre um projeto para criar um centro que
custaria 22 milhões de dólares! Parte o dinheiro, seria destinada à construção de uma cúpula imensa
que seria parcialmente enterrada na terra por alguma razão obscura. Outra parte se destinaria para um
fundo para financiar um computador inteligente contando com uma tecnologia que ainda não havia
sido inventada. A outra parte seria destinada para sustentar invenções como um instrumento para
colocar em volta do nariz, que automaticamente soprava ar em narinas alternadas simulando a prática
da respiração iogue.Após a minha saída estava confuso e aborrecido porque eu confio na minha
intuição e orientação para me levar a situações que sirvam a meus propósitos e, essa experiência não
fazia sentido. Minha escolha foi a de começar ou, a duvidar de mim mesmo ou de confiar mais.
Resolvi confiar mais e tratei a experiência como um sonho perguntando aos participantes por
interpretações. No fim das contas, parte da razão de eu ter estado lá, foi para estimular o meu outro
amigo de uma forma positiva, e parte para me conscientizar através do exagero de minhas
preocupações pela possível aparência melosa de meus próprios projetos daquele tempo. Desde que
toda a vida é um sonho todas as lembranças podem ser tratadas como sonhos.

A MUDANÇA DE SONHO

61
Uma das maneiras mais poderosas e efetivas para se usar sonhos noturnos é muda-los com a sua
imaginação. Sonhos são experiências reais numa outra dimensão, mas como todas as experiências reais
eles são os efeitos de estruturas de crenças ou padrões de hábitos. Dessa maneira eles são como
idiomas que são baseados em estruturas e padrões. Mesmo com a estrutura gramatical mais flexível e
um vocabulário abundante a linguagem pode somente expressar aquilo que a mente produz e tem a
dizer. Assim também ambientes de sonhos interiores ou exteriores podem expressar aquilo que a mente
que os produz, pensa. Assim como mudar a linguagem dizendo alguma coisa de uma forma diferente,
poderá mudar a nossa mente, e portanto a nossa experiência, produzida por uma mente em particular.
Em termos práticos isto significa que se você mudou um sonho, você também reestruturou os padrões
que deram origem a ele e, automaticamente mudou quaisquer outros sonhos que tenham surgido dos
mesmos padrões. Você pode curar o mundo exterior curando o mundo interior.
Por ser possível com suficiente motivação aprender a acordar dentro do sonho corrente, isto não é
necessário para se obter os benefícios da mudança do sonho. Isto se deve ás lembranças que retém os
mesmos padrões do sonho original, modificado por quaisquer mudanças da mente que você possa ter
tido desde que teve o sonho. Para propósitos de cura, mudar a memória do sonho é tão bom quanto
mudar o sonho em progresso.
Ha três maneiras de mudar o sonho ou a lembrança do sonho que são: mudar a sua reação no sonho,
permitir que o sonho continue ou mudar os eventos do sonho. Cada uma dessas é muito benéfica para
sonhos recorrentes ou sonhos de medo, raiva, ferimento ou frustração. Estas mudanças são efetuadas
no reino de Kahiki.
Mudar a sua reação significa conscientemente, escolher responder de maneira diferente ao que está
acontecendo. Num de meus seminários uma mulher lembrou-se de um sonho recorrente, no qual ela
estava sendo perseguida por um dragão que soltava fogo pela boca. No sonho original ela corria como
se fosse em câmara lenta e o dragão estava prestes a agarra-la, quando acordava. Na classe ela
focalizou a sua atenção exatamente no momento antes do ponto onde acordava e se imaginou parando,
virando para trás e gritando: "Porque está me perseguindo?” Para sua surpresa o dragão parou,
pareceu surpreso e disse: "Eu não a estou perseguindo,eu a estou seguindo”. O resultado na sua vida
foi uma redução do medo e um aumento de autoconfiança.Permitir que o sonho continue significa
lembrar-se do sonho e manter a sua atenção focalizada nisso, passando o ponto de acordar. Alguns
sonhos são mais adequados para isto do que outros, mas sempre haverá uma resolução positiva se esta
teoria de mudança for seguida por um certo tempo. Num seminário anterior um aluno lembrou-se de
um sonho recorrente em que ele dirigia um para um estacionamento onde outro carro, dirigido por sua
mãe, esperava. Então ambos apostavam uma corrida pelas rampas espiraladas da garagem, até chegar
ao último andar onde o carro de sua mãe parava e o seu continuava no espaço.
Este era o ponto em que sempre acordava com medo. Na classe ele reviveu todo o sonho até o ponto
em que o carro se precipitava no espaço. Desta vez ele deixou o sonho continuar por si mesmo. Seu
carro continuou, sobrevoou a cidade e aterrou lentamente numa estrada do outro lado.
Enquanto o carro continuou ele pode ler a licença que dizia: “A vida continua”. O efeito foi uma
melhora de seu relacionamento com sua mãe e uma diminuição do seu medo de morrer. Mudar os
acontecimentos no sonho é uma forma direta e criativa que tende a instilar um forte sentimento de
autoconfiança e auto-estima. Se estes dois sentimentos forem muito baixos este processo pode ter que
ser repetido com diferentes partes do sonho, diversas vezes, durante um certo tempo. Uma mulher que
foi muito ajudada por esta técnica trabalhou no mesmo sonho por 6 meses. Geralmente uma só
intervenção poderá levar a uma mudança espontânea. O meu sonho do helicóptero, começou comigo
como um passageiro num helicóptero (coisa não habitual para mim), que decolou mas não podia voar
muito alto devido aos fios elétricos que estavam no seu caminho.O resto do sonho era um vôo
frustrante de esperança ineficiente até eu acordar. Logo após acordar voltei para o sonho desde o
começo onde parei o piloto, fui para o outro lado e sentei no seu lugar.
Pegando os controles decolei o helicóptero, encontrei uma brecha entre os fios elétricos e subi direto.
O sentimento foi sensacional. Então me encontrei sem intenção sobrevoando os E.U.A., com todos os
seus estados bem delimitados. A seguir para minha surpresa e alegria o céu estava subitamente cheio

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de helicópteros pilotados por outros xamãs que eu havia treinado, e eles começaram a jogar cópias de
meu livreto “O espírito de Aloha” sobre todo o país. Isto foi seguido no sonho exterior da vida por um
rápido crescimento no número de pessoas que eu estava alcançando. Quase sempre, após eu ensinar a
fazer a mudança no sonho, alguém expressava preocupações que tal mudança seja equivalente a
supressão daquilo que o sonho queria dizer. Para qualquer um com essa preocupação, deixe-me dizer
que o mundo interior não é muito diferente do mundo exterior. Se você quebrar seu braço no mundo
exterior você não irá ficar sentado agonizando sobre o significado disso ou deixar o braço quebrado
para se lembrar da lição envolvida nisso. Você irá cuidar do braço imediatamente. A primeira
mensagem muito clara é: “Olhe, seu braço está quebrado”. A segunda mensagem dada pela dor e pelo
desconforto é muito clara: “Faça algo já”. Logicamente você poderá procurar um outro significado ou
examinar que tipo de pensamento o levou a machucar-se. Se isso lhe parecer importante (poderá ser, se
no último ano você quebrou o braço 3 vezes) , mas a hora de fazer isso é após ter tomado as
providências para curar o seu braço. O mesmo se aplica a sonhos interiores de medo, raiva, dor e
sofrimento. Cure-os primeiro.Quanto á supressão, eu sempre recomendo uma completa
conscientização do sonho como era antes de você mudá-lo. Então você poderá curar com amor. E com
um sentido de envolvimento consciente. Se você mudar rapidamente tudo que você não gostar sem
realmente prestar atenção a isso você estará, provavelmente agindo por medo e os resultados não serão
bons.

LIVRANDO-SE DE SUAS PREOCUPAÇÕES ATRAVÉS DO DEVANEIO

È pouco conhecido ou apreciado o fato que temos sonhos interiores 24 horas por dia. Não somente á
noite. Sonhos acontecem o tempo todo e nós somente os sintonizamos de tempo em tempo.Na nossa
sociedade sintonizar nos sonhos é altamente desaconselhável entre crianças e adultos,embora seja
tolerado raramente entre poetas,novelistas e pessoas em férias desde que não exagerem.Os
“sonhadores” passivos, aqueles que permitem que suas mentes deslizem em qualquer direção, são
considerados indolentes,e os “sonhadores” ativos, aqueles que criativamente fantasiam são
considerados escapistas a menos que sejam pagos para isso.Quero ensinar-lhes a usar ambos para
curar a si mesmos e a outros .O processo que vamos usar acontece em Kahiki e é uma extensão lógica
dos Sete Princípios xamanicos. Comecemos pela suposição de que tudo sonha, não somente pessoas.
Suponhamos também, que poderemos sintonizar nesses sonhos,focalizando a nossa atenção num
determinado objeto com a intenção de conhecer seu sonho. Suponhamos a seguir que o que quer que
venha a nossa mente, desde o momento em que começamos até pararmos de focalizar o sonho será
aquilo que estamos focalizando. Finalmente suponhamos que mudando tal sonho da maneira que
mudamos os sonhos da noite poderemos obter os mesmos resultados de cura às vezes, imediatamente.
Nos meus seminários muitos se curam de imediato, desde o desaparecimento de sintomas de gripe, do
alívio da dor, até o da redução do tamanho de tumores. Curas completas levam algum tempo, mas seus
benefícios são imediatos.
Para maiores esclarecimentos aqui estão alguns exemplos. Num caso eu estava num restaurante
tomando café. A garçonete estava obviamente de mau humor, não queria conversa, não oferecia café
pela segunda vez e derramava a comida quando servia. Sintonizei no seu sonho presente que, imaginei,
estaria ocorrendo bem em cima de sua cabeça. O que eu vi foi uma paisagem árida com nuvens
cinzentas no céu. Então na fantasia criativa, causei uma chuva para dissipar as nuvens e através da sua
abertura o sol começou a brilhar, as flores brotaram, os pássaros e abelhas e as borboletas entraram no
quadro. Eu estava me divertindo quando ela saiu da sala e foi para a cozinha, onde permaneceu por uns
cinco minutos. Quando retornou estava completamente mudada. Sorrindo para todos, enchendo suas
xícaras com café fresco cuidadosamente, cumprimentando os novos fregueses e parecia mais feliz. O
que eu fiz não causou a mudança, somente ajudou a acontecer. Mudar seu sonho através da minha
percepção, foi como mandar a Ku, uma nova idéia através da intuição, e a nova idéia era tão bonita que
ele decidiu usá-la e fazer uma mudança por si mesmo. Não houve nenhuma invasão da sua mente ou
na sua vida privada. Eu captei o que ela estava irradiando, traduzi na forma que pude entender e

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mandei uma mensagem de volta para ela usar ou não.
Podemos fazer isto para outras pessoas e para nós mesmos usando as suposições que temos, quer dizer
cada parte dos nossos corpos estará agora tendo o seu próprio sonho, além de qualquer sonho que o seu
todo possa estar sonhando. Você poderá fazer uso prático desta técnica sintonizando (pondo a sua
atenção) em uma parte do seu corpo, que esteja doente ou fraca ou que não esteja funcionando tão bem
como você gostaria que estivesse. Para muitos é mais fácil fechar os olhos (se preferir, pode mantê-los
abertos). A parte do corpo a ser curada pode ser qualquer uma como o coração, sua mão ou seu ombro.
Primeiro seja passivo e deixe o sonho se formar por si mesmo. O sonho poderá se expressar como uma
visão, som, sentimento ou qualquer combinação, e pode ser meio louco e fantástico ou muito mundano
e comum. Mesmo que a única coisa que lhe venha à mente seja o trabalho de casa ou no escritório
trate-o como sonho. Uma vez que tenha se formado fique consciente e mude-o de alguma forma. Se o
sonho for assustador e desagradável não será difícil pensar em alguma coisa para fazer; mas, mesmo
que o sonho lhe pareça perfeito mude-o para melhor. Se a parte do corpo ainda não estiver saudável
como você gostaria que estivesse, a perfeição poderá ser uma máscara e qualquer mudança poderá
iniciar o processo de cura. Fazendo as suas mudanças você obterá melhores resultados se você usar
todos os seus sentidos. Continue pelo tempo que desejar, ou até sentir uma resposta física no seu corpo.
Desde que tudo é sonhar você poderá sintonizar e mudar o sonho de uma árvore, uma casa, uma
máquina, um grupo,uma nação ou um planeta se você desejar. A chave do sucesso é sonhar um sonho
novo tão prazeroso a Ku do objeto da sua atenção que ele irá querer mudar. Será aí que o
desenvolvimento da arte do seu sonho bem como o do xamã urbano entram em cena.

HAIPULE - CRIANDO UM NOVO SONHO

Como sempre,em primeiro lugar você decidirá que sonho você quer transformar em realidade. Uma
saúde melhor? Um novo relacionamento ou uma melhoria no relacionamento já existente? Mais
dinheiro? Um novo carro ou uma nova casa? Que os golfinhos sejam protegidos e respeitados por
todas as nações? Paz na Terra? Lembre-se que quanto mais pessoas estiverem envolvidas na
experiência do seu novo sonho mais energia será necessária para manifesta-lo. Quanto mais pessoas
fizerem o mesmo haipule mais efetivo será. Antes de começar o haipule decida o que você deseja.
O processo em si é dividido em haipule curto e haipule longo. O haipule curto é o que você faz o dia
todo, todos os dias, até que o sonho seja forte o bastante para se manifestar na realidade. Isto é o que
cria o sonho. O haipule longo é como uma prática meditativa que servirá para reforçar o haipule curto.
Aqui está a prática de um haípule curto:
HA - Lembre-se de seu sonho com freqüência enquanto respira profundamente e aumenta as emoções
positivas sobre ele.
I - Fale palavras positivas e afirmações sobre o seu sonho o tempo todo mentalmente ou em voz alta.
Não force os outros a ouvir nem discuta sobre isso,mas também, não precisa tentar mantê-lo em
segredo. Se a sua motivação for tão fraca que a falta de fé de alguém pode destruir a sua confiança é
melhor que você trabalhe primeiro em reforçar a sua motivação e confiança. Não importa que palavras
você use, mas use-as no tempo o presente (“eu sou”, “isto é”, “é”) sobre o seu sonho o que é muito
importante e útil.Lembre-se que as suas afirmações não estarão descrevendo o mundo exterior como
ele é, elas estarão descrevendo o novo sonho que você estará criando.
PU - Vividamente imagine com todo o seu sentimento, todos os prazeres, benefícios e mudanças que o
novo sonho trará, como se estivesse acontecendo agora. Com um pouco de prática você será capaz de
fazer isto com freqüência por alguns segundos de cada vez; 100 imagens de dez segundos, através do
dia são melhores do que uma sessão de vinte e cinco minutos pela manhã ou á noite.
LE - Faça algum exercício físico quantas vezes puder para reforçar o sonho. Esta poderá ser uma ação
diretamente ligada á manifestação do seu sonho, como fazer planos, ou encontrar pessoas pertinentes a
ele; ou poderia ser simbólico, como fazer um gesto especial ou tocar num símbolo do sonho (ex: uma
moeda de sorte, um talismã que simbolize o final do sonho, ou um quadro que represente a realização

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do sonho). Não olhe somente, toque.
Você terá que lidar imediatamente com seus pensamentos negativos, lembranças e reações bem como
os das pessoas que o cercam, para manter seu novo sonho vivo e saudável. A solução será uma
variação curta do haipule que eu chamo de "O Whammy triplo". Consiste em instantaneamente aplicar
palavras, imagens e uma postura positiva em resposta a qualquer expressão negativa relacionada com o
seu novo sonho. Se você pensar, falar, ouvir, palavras negativas sobre seu sonho, assim que se inteirar
disso, diga o oposto positivo em voz alta ou silenciosamente. O que você disser poderá não ser verdade
sobre o sonho presente, mas isso não tem a mínima importância. As palavras são sobre o novo sonho.
Se o pensamento negativo for "Não pode acontecer”, replique: “Pode acontecer”. Se você pensar:
“Como isto vai dar certo?” replique: “Eu não sei, mas vai dar certo”. Uma frase, usada por muitos
xamãs em resposta a dúvida é EWQP! (quer dizer: “Tudo Está Indo Perfeitamente!”) é um lembrete
para mandar os problemas difíceis para o Eu Superior. Imagens positivas também serão úteis com as
imaginações e projeções futuras (ambas só são sonhos passageiros). Se você se imaginar sendo
rejeitado imagine-se imediatamente sendo aceito; se você se imaginar falhando imagine-se tendo
sucesso. Isto pode parecer às vezes um pouco estranho porque você estará mudando padrões de energia
de velhos sonhos. Finalmente use uma postura positiva quando as energias negativas surgirem como:
medo, raiva e depressão. Toda a emoção é associada a uma postura especial do corpo o que reforça a
emoção. Basicamente o medo e tensão é puxado para trás, a raiva e tensão é puxada para dentro. Para o
medo assuma uma postura relaxada de coragem e confiança, para a raiva use felicidade e alegria e para
a depressão use a entusiástica expectativa. Conforme você mudar sua postura, seus sentimentos
também mudarão. Observe outras pessoas, especialmente atores, se você precisar de um modelo para a
posição emocional que você quiser. E lógico que você pode não sentir que quer fazer uma mudança,
mas pergunte-se o quão importante o seu novo sonho é. Você fará o haipule longo quando quiser passar
mais tempo esclarecendo, fortalecendo e reforçando o seu novo sonho. Passe pelo mesmo processo de
energização, afirmando, imaginando e tomando uma postura num lugar confortável,talvez com os
olhos fechados durante o tempo que você quiser. É bom terminar a sua sessão com um fechamento
definitivo. Uma ótima maneira para ter um gesto de conclusão é com um punho fechado, a mão sobre
o coração, falar uma frase de encerramento como a havaiana “amama”.

O SONHO ESTRUTURADO

Quanto mais profundamente você entrar em PO, mais difícil será manter o seu foco. Freqüentemente o
resultado é de você se afastar do seu propósito de intenção ou perder a atenção consciente. Uma das
soluções xamanicas mais antigas para esta dificuldade é estruturar o sonhar. Num sonho estruturado
são programados certos elementos básicos do mundo interior. Desta forma no Livro Egípcio dos
Mortos, há um rio para atravessar, um certo ser para encontrar e pesar a alma numa balança; em
muitas culturas xamanicas, há buracos para entrar e árvores para subir. Dentro da estrutura há uma
livre escolha embora as indicações sejam freqüentemente dadas para que cada experiência no mundo
interior possa ser bem diferente, mesmo que a estrutura se torne familiar. É como ir passar as férias no
Havaí. A geografia básica permanecerá a mesma, os guias turísticos lhe darão indicações do que ver
mas todas as vezes que você for para lá, a experiência será diferente. Um nome polinésio para tais
estruturas é Tiki. Geralmente pensamos num Tiki como numa estátua de madeira mas a palavra se
refere á idéia por detrás da forma.

O JARDIM TIKI

No meu livro “Aperfeiçoando o seu Eu Escondido”, dou uma detalhada descrição da natureza e uso um
tipo de Tiki chamado de “Jardim”, mas não entrarei em detalhes aqui, darei uma introdução e alguns
usos para ele.
O Jardim fica em Kahiki. mais para dentro da espécie de sonhos que todos nós tivemos até agora. É
essencial que você crie na sua imaginação, um lugar particular vindo de sua lembrança ou desejo e

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para onde você vá no seu corpo de sonho com vários propósitos como, descansar, curar,introspecção e
aventura.Como parte de sua estrutura o Jardim terá ajudantes que trabalharão sob a sua direção
(aspectos de si mesmo na forma de empregados, duendes, fadas, etc.), um Jardineiro Mestre que ajuda
com conselhos e ferramentas. Uma fonte de água, plantas e árvores, caminhos e muitas outras coisas.
Porque a criação é sua, tudo nela será um reflexo de suas crenças e expectativas conscientes e
subconscientes a qualquer momento. Assim como com outros sonhos, mudar o Jardim, mudará você,
que mudará a experiência de sua vida.
Uma maneira boa de usar o Jardim é chegar lá e pedir para ver um símbolo de algum desafio presente
na sua vida, falar com ele, para ter uma interpretação, se você assim o desejar; mandar seus Ajudantes
melhora-lo,transforma-lo ou substitui-lo. Você poderá também usá-lo para encontros interiores com
pessoas com as quais você deseja falar e não consegue localizar, ou não sabe como lidar fisicamente
com elas. Contudo sua ênfase aqui seria o de transformar o Jardim num lugar de estabilidade do
mundo interior um local familiar de onde você poderá explorar as áreas mais distantes de PO.
Eu sugiro que você comece com a criação de um corpo de sonho que é feito simplesmente imaginando
que você tem um outro corpo, e que você poderá sair do seu corpo físico quando quiser e que poderá
mudar de forma se você desejar. Isto acontece automaticamente quando você sonha mas a intenção
consciente e a atenção darão a seu corpo de sonho mais poder e flexibilidade. Quanto mais atenção
você der ao seu corpo de sonho, maior será o foco consciente que você terá em PO. Então com os
olhos abertos ou fechados, de acordo com a sua preferência, imagine que você entra numa caverna que
leva ao seu Jardim. Uma vez lá aumente o seu foco vendo o detalhe de um objeto como uma folha ou
uma flor; ouvindo com clareza, o som, o cantar de um pássaro, a brisa, ou a água fluindo e sentindo a
textura do objeto como uma pedra ou a casca de uma árvore. Aprenda de cor a disposição e os
conteúdos do seu Jardim ou preencha com detalhes se você já planejou como será o seu Jardim. Você
poderá colocar nele uma cabana, ou uma casa se for do seu gosto, um lugar ideal para a sua própria
solidão ou para receber convidados. Algumas pessoas gostam de desenhar mapas ou quadros de seu
Jardim para guarda-los na memória e tornar a focalização mais fácil quando quiser ir para lá. Seja o
que for que faça, permita o crescimento, a mudança e novas descobertas no seu Jardim. Cada vez que
você for para lá, estará aumentando a “realidade” dele como parte da sua experiência.

UMA JORNADA XAMÃNICA PARA UM LUGAR ESPECIAL

Em todo o mundo lendas de muitas culturas incluem estórias sobre uma vila mágica, cidade ou lugar
de agrupamento de alguma espécie. As lendas, geralmente falam sobre esses lugares de maneira tão
real que exploradores e aventureiros têm freqüentemente saído em busca de tais lugares no mundo
físico. Algumas vezes as lendas acabaram sendo uma realidade quanto à sua localização geográfica
como Lhasa, Tróia e Cuzco. Agora, estamos preocupados com as que não são físicas mas que nem por
isso deixam de ser reais como Agartha, Shamballah e Cibola. Estou me referindo ao conceito que há
um lugar em PO que é tão real para aqueles que os visitam ou que vivem lá, como a nossa Terra física
é para nós. Estando em PO contudo onde as leis da natureza são diferentes, a aparência desse lugar
interior pode diferir de acordo com as crenças, atitudes e expectativas dos visitantes. Os místicos e
xamãs, sabem disso muito bem e tem denominações diferentes para isso de acordo com as suas
culturas. Você pode ter estado lá nos seus sonhos noturnos e tido a experiência de uma cidade
movimentada, uma universidade, um palácio enorme cheio de salas, um templo ou uma feira. Em
sonhos espontâneos geralmente aparece como um shopping center. Na tradição havaiana esse lugar é
chamado de Pau Uli, “rochedos verde escuros”, mas eu prefiro o nome samoano mais conhecido, Bali
Hai. Embora possa tomar várias formas o modelo que eu uso nos meus seminários é o de uma vila
numa ilha vulcânica tropical, cercada por uma lagoa, assim como Bora Bora. É um lugar para se ir e
para aprender, para curar e para descobrir. Na primeira viagem geralmente faço meus alunos
aprenderem algo de um outro xamã, ajudar alguém em necessidade e dar e receber um presente. Você
começará a sua jornada entrando no seu Jardim como já lhe foi explicado. A seguir, a experiência de
um de meus alunos, que é típica.

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"Fechei meus olhos entrei no meu corpo de sonho e fui através da caverna de cristal para o meu
Jardim. Como de costume fiscalizei minha pequena cachoeira e os lírios na piscina, tirei algumas
folhas mortas de meu crisântemo e encontrei o caminho que saindo do Jardim ia para a praia”. “Como
Serge me tinha dito, havia um barco á vela na praia e uma tripulação de dois bonitos havaianos á
minha espera”. “Serge disse que seria uma canoa de regata a vela mas me pareceu mais como um
Hobbie Cat”. “Os havaianos e eu empurramos o barco para dentro da água e subimos a bordo”. “Eu me
encarreguei da vela triangular, um dos havaianos pegou o leme e o outro cuidou da vela mestra”.
“Velejamos bem rapidamente sobre o oceano, até avistarmos uma nuvem no horizonte e para lá nos
dirigimos”. “Logo pudemos avistar a ilha de Bali Hai, com seu vulcão verde esmeralda com um anel
branco de neblina circundando o topo”. “Nesse momento, um pássaro branco voou circundando o
nosso barco e nos guiou através de um canal de corais”. A nossa frente ficava a vila que me lembrou de
uma pequena cidade que eu havia visto em Maine quando era criança. Ancoramos no cais e deixei a
minha tripulação. Esperando por mim no fim do píer estava a Mestre Xamã, que iria me ajudar.Ela
usava uma coroa de flores na cabeça e um vestido branco longo, e tinha um sorriso encantador.
Abraçamo-nos e eu pedi que me ajudasse com meus ataques de ansiedade. Ela me ensinou a como
tecer uma bola de luz com meus dedos, soprar amor para dentro dela e a seguir parafusa-la no meu
peito onde iria brilhar e aliviar os ataques (tenho feito isto e realmente funciona).Então, procurei pela
pessoa que eu iria ajudar e encontrei um jovem muito triste sentado numa pedra. Perguntei-lhe porque
estava tão triste e ele me disse que era por ter morrido e não saber onde ir. Lembrei-me que Serge
havia dito que ás vezes um xamã ajuda pessoas a passarem para o outro lado após a morte, mas no
começo, eu não sabia o que fazer para ajudar. Finalmente, desejei ardentemente que ele encontrasse o
seu caminho e um anjo desceu do céu e disse: “Obrigado, eu estava procurando em todo o lugar por
ele”, e levou-o embora. Então caminhei através da vila para procurar o lugar sagrado onde Serge tinha
dito que os xamãs deixam presentes para outros xamãs. Encontrei um bosque de árvores com várias
coisas penduradas nos galhos. Deixei uma folha de cristal para aumentar o amor e peguei uma flauta
de bambu que tocava canções de felicidade. Voltei para o barco, velejamos de volta á praia onde
agradeci á tripulação, voltei para o meu jardim onde guardei a flauta e voltei para cá. Estou ansioso
para voltar de novo para encontrar um novo xamã que me levará numa outra jornada, para além de Bali
Hai.

LANIKEHA E O PODER DOS ANIMAIS

O mundo Superior é o lugar para se receber inspiração e a assistência divina de Akua, as forças
personificadas da transformação, que podem tomar várias formas e fazer muitos papéis. Entra-se lá
através do Jardim, e encontrando um buraco no céu que se alcança subindo numa árvore, numa escada,
por uma corda, pulando ou voando. Agarre-se ás bordas do buraco e puxe-se para dentro dele. Dê uma
olhada nesse lugar maravilhoso e magnífico. A primeira razão que dou a meus estudantes para visitar
Lanikeha é para encontrar animais de poder.
Um Animal de Poder é um Akua em forma de animal, um ser espiritual, que pode ensinar-lhe e ajudá-
lo nas suas jornadas através de vários sonhos. Da maneira que meu tio havaiano me ensinou, recebi
dois conjuntos de sete animais de poder, um com animais marinhos e o outro com animais terrestres.
Cada um deles tinha seu nome e seu poder de um dos princípios, como indicados abaixo.

Nome Mar Terra


IKE Golfinho Pássaro Terrestre
KALA Lula Pássaro Marinho
MAKIA Tubarão Lagarto
MANAWA Tartaruga Rato
ALOHA Peixe Porco
MANA Baleia Morcego

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PONO Enguia Cachorro

Não me surpreendi quando a maioria dos meus alunos sendo ocidentais do continente encontrou
dificuldade em estabelecer uma forte amizade com alguns desses animais,por isso, modifiquei a lista
para se ajustar à cultura moderna do xamã urbano.

Nome Poder Animal


IKE Atenção Golfinho
KALA Liberdade Pássaro
MAKIA Foco Gato
MANAWA Persistência Junta de Bois
ALOHA Amor Cavalo
MANA Confiança Urso
PONO Sabedoria Lobo

Outros animais podem ser adicionados ou mudados para servir o gosto pessoal.
Uma vez estando no Mundo Superior, um bom lugar para encontrar o Poder dos Animais é num prado
(com uma piscina para o golfinho) ou numa ilha. Neste sistema, você toma a forma equivalente ao
Poder do Animal e faz amizade com ele. Você sempre termina voltando para seu Jardim através do
buraco no céu e recobra a consciência do mundo físico. A única razão para fazer isto, e uma boa razão,
é para estabelecer um hábito padrão para Ku, que fará as jornadas futuras mais fáceis e para ajudar no
crescimento da estabilidade de seu Jardim. Se por alguma razão você voltar á consciência física sem
fazer isso, não se preocupe. Faça-o da próxima vez.
Hoje em dia, há alguma confusão sobre o que seja a busca de uma visão e de como fazê-la. Parte dessa
confusão vem do fato que há dois tipos de buscas de visões. Há a busca de uma visão que nas culturas
que a usaram geralmente é feita por homens jovens de uma tribo, numa certa idade para descobrir o
seu propósito divino; e há o uso da visão interior de uma busca que geralmente é feita por um xamã
ou equivalente. Outra parte da confusão, vem das técnicas tradicionais usadas para tais buscas mas que
tem sido limitadas pela tecnologia.
Nas culturas tradicionais, a maioria dos que saíram nas buscas de uma visão era de homens jovens, não
porque uma mulher não pudesse fazê-lo mas porque não fazia parte da sua função. Visto que ter visões
mesmo pelos homens, não fazia parte da vida normal e as funções culturais eram geralmente muito
fixas, medidas excepcionais se faziam necessárias para ajudar os homens a se livrar das limitações do
pensamento comum para receber uma revelação especial dos deuses e do Grande Espírito. Dentre as
medidas usadas havia a privação extrema (eram enviados para as florestas, longe da sociedade com
pouca comida por um longo período de tempo), a isolação extrema (sendo amarrados num cobertor e
enfiados num buraco profundo por três dias), e drogas (como peiote e outras). Como qualquer
psiquiatra lhe dirá, cada uma dessas práticas induzirá a alucinações que eram as visões que essas
pessoas buscavam. As visões em si mesmas enquanto extraordinárias eram ainda baseadas em
elementos culturais nas memórias dos homens.
Por outro lado, a busca da visão para o xamã tornou-se mais fácil, devido ao acúmulo da sua
experiência no espírito do mundo, até chegar ao ponto dele poder penetrá-lo á sua vontade, sem
extrema privação, isolamento ou drogas. Mesmo que em certas culturas seja comum o xamã jejuar ir
sentar-se numa caverna ou usar alguma droga para buscar a sua visão, não se requerem as medidas
extremas usadas na visão inicial e o seu uso era diferente. Ao invés de buscar a visão fora de si, ele
começou a usar a sua própria visão interior para buscar o poder de curar. Às vezes, fazia isto por sua
conta para adquirir de poder de curar uma doença específica ou uma condição, e às vezes ele o faria no
lugar de outra pessoa buscando o poder que aquela pessoa houvesse perdido ou em termos
metafóricos, que lhe tivesse sido roubado por um espírito. Muitas vezes o poder tomaria a forma de um
objeto mágico que o xamã traria de volta e, simbolicamente transferiria para um outro objeto físico
equivalente, e o teria á mão ou o daria a uma pessoa que o necessitasse.Apesar do que muitos pensam,

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o xamã usava a visão espontaneamente.
Primeiro ele tentaria outros métodos de cura mais simples como a intuição, a psicologia prática e
placebos. Faria, então a cura pelas mãos ou ritual e finalmente, se nada tivesse funcionado entraria na
busca da visão xamanica.
Hoje em dia os xamãs urbanos que fazem uma busca da visão xamanica não precisam do muito
preparo ou condições, porque fazem parte de uma sociedade que os tem inconscientemente preparado
bem. A selva não é um aspecto essencial na busca da visão nem o é um alto grau de isolamento. A
busca da visão não depende de condições exteriores porque acontece em sua mente e nossas mentes
possuem muito treino. Num seminário em Nova York havia 20 pessoas participando na busca da visão.
Estávamos num edifício localizado no distrito de roupas. Era verão e as janelas estavam abertas.
Durante a busca o ar foi despedaçado pelo som das sirenes da policia e dos bombeiros que se dirigiam
para a rua ao lado da nossa janela. Mesmo com todo o barulho nenhum dos participantes escutou.
Desde o momento em que você começou a ler sobre Dick e Jane e Spot, você estava sendo treinado
para ser um xamã. O rádio, a televisão e o cinema, ajudaram a reforçar a sua arte. O desenvolvimento
intencional da busca da visão levou um longo tempo nas sociedades tradicionais por não ser reforçado
por toda aquela sociedade. Pessoas excepcionais como poetas, contadores de estórias ou xamãs
pareciam usar mágica quando evocavam visões de memória nas mentes dos ouvintes de seus contos,
lendas e experiências interiores. Sem os símbolos direcionados a maioria das pessoas mantinha a sua
atenção voltada para o mundo exterior com sua relativa monotonia do dia a dia e de ano a ano. Mesmo
os aprendizes de poetas, contadores de estórias e xamãs que passam muito tempo ouvindo e
relembrando são limitados às lembranças de seus professores. Agora, você tem a habilidade de ler que
era uma habilidade rara na história da humanidade, a qual treina focalizar sua atenção e a evocar a
experiência interna á sua vontade. Através de livros e revistas você tem acesso á maioria dos grandes
contadores de estórias da humanidade. Além disso você arquivou em sua memória um tesouro
incrivelmente rico sobre a experiência humana e a imaginação através do radio,da televisão e do
cinema. Não pense que isso não tem importância. Eu sempre digo a meus alunos que é devido ao
conhecimento que você pode aplicar imediatamente as suas habilidades xamanicas. Você já fez a maior
parte do trabalho.
Milu, o Submundo no xamanismo havaiano, é um lugar de desejos onde os obstáculos ou dificuldades
sob a forma de monstros, mágica e elementos naturais se colocam entre você e aquilo que você busca.
A busca consiste em ultrapassa-los alcançando a sua meta (geralmente alguma espécie de Objeto de
Poder), e em se trazer de volta esse objeto. A busca do Milu não é feita para o entendimento. Você
poderá adquirir o entendimento no seu Jardim. Ela é feita para mudar as estruturas da idéia
fundamental que está bloqueando o caminho da cura representada pelos desafios. Conforme você for
superando cada desafio com plena experiência sensorial, a estrutura como fator inibidor será mudada.
Eu enfatizo a “completa experiência sensorial”. Somente quando a experiência interior é tão real
quanto possível, ela será então efetiva.
Em algumas tradições do xamã guerreiro diz-se que se você estiver no Submundo e encontrar um
animal que lhe mostrar os dentes volte e tente novamente uma outra vez. Na tradição do xamã
aventureiro não fazemos isto. Se você encontrar um animal que lhe mostre os dentes, sorria para ele.
Se isto não funcionar e nada mais funcionar deixe que ele o coma. Seja transformado. Saia do outro
lado e continue. Mesmo no mundo interior o sonho é seu e você é o tecelão desse sonho. Não permita
que nada o detenha na sua busca.
A minha tradição ensina que há sete desafios básicos em Milu e qualquer um deles poderá ou não estar
presente numa certa busca. Cada desafio é o oposto de um poder positivo equivalente a um princípio.
Eles são:
Pouli (ignorância), Haiki (limitação), Hokai (confusão), Napa (procrastinação), Inaina (raiva), Ueli
(medo) e Kanahua (dúvida).
Penetra-se em Milu através de um buraco no chão e o xamã estará geralmente acompanhado de um
Animal de Poder. Como em Bali Hai eu penso que a experiência é mais bem apresentada na forma de
uma busca presente de um aluno. O processo é idêntico ao usado para o Jardim de Bali Hai.

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"Fechei meus olhos e respirei profundamente várias vezes para ter controle de mim mesmo com
energia para a busca. Fui então para o meu Jardim e procurei o buraco no chão que seria a entrada para
Milu. Eu sabia, que poderia ser uma piscina turbilhonada, um buraco de geomys (roedores), uma
caverna ou buraco na base do tronco de uma árvore, e foi por isso que eu procurei no começo mas o
que achei foi um buraco de 6 polegadas, alinhado com pedras como um poço em miniatura. Chamei
meu Animal de Poder para me acompanhar e a minha águia subitamente apareceu á minha direita.
Tornarmo-nos pequenos e pulamos para dentro do buraco. Após uma longa queda, voamos para fora do
buraco e aterramos num caminho que levava a uma espécie de floresta muito estranha, como uma
dessas florestas encantadas dos filmes de Disney”. Eu estava sabendo que esse caminho me levaria ao
Objeto de Poder que eu estava buscando e comecei a caminhar com minha águia sentada no meu braço
direito. A floresta começou a escurecer até ficar como breu e eu não podia ver mais nada. Antes que eu
pudesse pensar no que fazer a minha águia gritou bem alto e uma luz saiu de sua boca. Então também
gritei bem alto e uma luz também saiu de minha boca e assim, entre nós dois, conseguimos ter luz
suficiente para enxergar. Continuamos no nosso caminho por mais um pouco e de repente uma grande
quantidade de árvores e galhos caiu bem na nossa frente, bloqueando completamente o nosso
caminho.Tudo era tão grosso e espesso que não podíamos nem dar a volta nem passar por cima. Então
nos tornamos menores ainda e passamos através de aberturas para o outro lado onde voltamos ao nosso
tamanho normal. A seguir chegamos a uma espécie de encruzilhada e, eu não sabia que caminho
deveria escolher. A águia também não sabia.Tentei jogar um pauzinho para ver se ele me indicava que
direção tomar mas ele ficou girando. Finalmente assim como uma voz que me falava, tive a idéia de
que qualquer caminho me levaria onde eu queria ir. Escolhi o mais próximo do meio e continuei a
caminhando.
“O próximo obstáculo, ou desafio, era uma ponte inacabada que atravessava um desfiladeiro, mas a
ponte só chegava até a metade, (como se os construtores tivessem abandonado a construção onde
haviam deixado até suas ferramentas)”. “Improvisei uma corda com fibra de casca de árvore e segurei
numa ponta enquanto a águia a carregava para o outro lado onde a amarrou numa árvore grande (não
sei como fez isso)”. “Fiz mais corda e com alguns troncos, terminei a parte inacabada da ponte e a
atravessei. Mais tarde eu pensei que a águia poderia ter me carregado para o outro lado.” “Continuando
através da floresta chegamos a uma clareira onde fomos atacados por selvagens raivosos armados com
lanças”. “A águia se escondeu (deu no pé) e a minha primeira reação foi a de me por em posição de
Karatê e me preparar para uma luta”. “Foi então que me lembrei que deveria agir como um
aventureiro, se possível, então imaginei que tinha um saco cheio de pó de gargalhadas e joguei-o para
o ar”. “Em poucos instantes, os selvagens deixaram cair as suas lanças e se atiraram no chão rindo
como loucos e prosseguimos a nossa jornada”. “Quando cruzei outra clareira um urso enorme veio
correndo em minha direção e eu fiquei lá, em pé, esperando que ele parasse ou se transformasse em
outra coisa, mas ao invés disso ele veio direto para mim e me deu um safanão com suas garras”. “O
que me deixou surpreso foi que eu podia ver os cortes e o sangue e sentir dor no meu braço. Quando
ele me atingiu novamente no peito e eu cai para trás no chão”. “Agora eu estava realmente assustado.
O urso estava sobre mim, rosnando e eu podia sentir o seu hálito e sua saliva pingando no meu rosto”.
No momento que entrei em pânico e o urso já estava abaixando a cabeça para me morder, minha águia
passou voando sobre nós e atirou alguma coisa na boca do urso, com suas garras. O urso fechou a boca
imediatamente, sorriu e caiu. Enquanto punha bandagens nos meus ferimentos a águia me disse que
tinha dado um Valium para ele. Após a busca terminar eu entendi que o medo era algo em que eu
deveria trabalhar mais. O último desafio era uma mesa pequena, quase como um altar, colocada perto
de um precipício onde o meu caminho terminava. Sobre a mesa estavam dois ovos entalhados,
belíssimos assim como os que os russos fazem como arte. Havia também um cartaz que dizia: “Pegue
um, mas pegue o certo” Eu sorri, porque me parecia tão óbvio e estiquei meu braço para pegar o ovo
da direita, mas então eu pensei que se parecia tão óbvio assim, deveria ser um truque. O certo deveria
ser o da esquerda. Perguntei á águia mas ela ficou em silêncio bem como os ovos quando lhes fiz a
mesma pergunta. Eu estava encalhado até que perguntei para o altar e tudo o que ele disse foi: “Quem
está sonhando o sonho?” Finalmente eu entendi, rasguei o aviso e peguei os dois ovos. Em um deles

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havia uma lua que representava o amor e no outro um sol que representava o poder. Trouxe-os de volta
para o meu Jardim, guardei-os, agradeci á minha águia e a mandei de volta para Lanikeha. Finalmente
voltei á minha consciência normal e simbolicamente coloquei uma forma espiritual dos ovos dentro de
cada metade do meu cérebro para dessa forma me lembrar de usar o Amor e o Poder juntos.

A SÉTIMA AVENTURA

A MUDANÇA DE FORMA E O SERVIÇO DA COMUNIDADE

Kino Lau.
(Muitos corpos, é dito sobre aquele que pode tomar outras formas).

Mudar a forma, algumas vezes chamado de mudança de turno, é uma das coisas mais naturais e
estranhas que os seres humanos fazem. Esses nomes referem-se ao desenvolvimento extremo de um
talento que todos os seres humanos partilham, o talento de Kulike que significa ser como “Ku”, em
outras palavras, tomar características ou padrões de um “Ku” humano ou não.O desenvolvimento deste
talento é a habilidade de mímica.
Muitos animais também têm esta habilidade que se refere à mudança de seu padrão de aparência ou
comportamento, ao invés de somente usar o que já tem. Um tigre se mistura com seu ambiente devido
a sua cor natural, mas um camaleão, muda a sua cor para se misturar com o seu ambiente. Esta é a
mímica ativa. Há insetos que são como palitos, peixes que são como pedras, pássaros saudáveis agem
como se tivessem as asas quebradas, e chimpanzés agem como seres humanos. Há pessoas, também,
que agem como animais, pássaros, peixes e insetos.Uma vez, li uma crítica sobre uma peça na qual
Zero Mostel deveria se transformar em um rinoceronte, correndo no palco e, era um rinoceronte
correndo pelo palco. No cinema, um ator, fez o papel de um pássaro em “Bird”; Don Knotts, chegou a
fazer o papel de um peixe. Numa peça chamada “Metamorfoses”, Mikhail Baryshnikov esteve
excelente, no papel de um besouro. Não há quase nada no Universo conhecido que os seres humanos
não tenham tentado imitar.
As pessoas podem imitar qualquer coisa com maior ou menor habilidade. É possivelmente, o segredo
da nossa capacidade incrível de aprender e é tão natural que muitos nem percebem o que estão
fazendo. Tenho um amigo nascido em Nova Jersey que já há alguns anos vive no Novo México, mas
ainda parece que é de Nova Jersey. Quando ele volta para casa, sua família lhe diz que parece que ele
vem do sudoeste. Uma vez, numa viagem de ônibus, sentado por várias horas, ao lado de uma senhora
do Canadá, conversamos por uma hora e meia e ela me disse, com um sotaque britânico-canadense,
que nunca havia conhecido um americano que falasse tão claramente quanto eu. Com o mesmo
sotaque que ela, eu agradeci, para perceber depois, que eu havia copiado o seu sotaque. Uma mulher,
amiga minha, loira, de olhos azuis e de pele muito clara, durante algum tempo de sua vida, namorou
um homem preto e por isso passava muito tempo na sua vizinhança e convivia muito com seus amigos.
Um dia enquanto estávamos sentados num restaurante, numa vizinhança preta, alguns brancos
entraram, e um amigo dela, a cutucou, fazendo caçoada do modo engraçado dos brancos. Então ela
percebeu, que inconscientemente, havia assumido o modo de falar e os padrões de comportamento dos
pretos a tal ponto, que seus amigos pretos nem pensavam mais nela como sendo uma branca.
É uma coisa imitar inconscientemente ou para aprender a como fazer alguma coisa que outra pessoa
faz, ou com o propósito de se misturar com o seu ambiente físico ou social, e acima disto, faze-lo com
propósito de influenciar os outros e ganhar poderes. Esta é uma inovação xamanica, e o seu primeiro
estágio é chamado de representação. A nossa indústria de atores vem de uma tradição xamanica. A
maquilagem, as fantasias, a encenação, o roteiro musical para a peça e mesmo os efeitos especiais,
foram inventados pelos xamãs. Tudo isso foi, e ainda é usado para influenciar uma audiência, mas a
idéia xamanica foi mais longe do que isso. Em muitas sociedades tradicionais xamanicas, usava-se a

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representação para fazer o papel dos deuses, demônios, heróis, vilãos e animais não somente para
ensinar e divertir, mas para influência mágica.
Nas tribos tradicionais dos índios americanos, um xamã do seco sudoeste, pode ter se vestido de
pássaro trovão e dançado uma dança especial para fazer chover na sua terra; ou um xamã dos Plains,
pode ter posto os chifres e a pele de um búfalo, e representado um ritual, para encontrar ou atrair um
rebanho para o seu povo. Na África, eu vi xamãs fazerem o papel arquétipo de deuses e animais para
eliminar os maus espíritos e trazer cura.
Nosso condicionamento moderno nos faz zombar da idéia que o comportamento de uma pessoa
fantasiada ou não,cheia de crenças ou não, pode na verdade influenciar o meio ambiente. É uma atitude
válida se você aceitar as idéias do primeiro nível de que a realidade está fora de si, tudo é separado, e
a energia age do acordo com suas próprias leis.Mas se você aceita as idéias xamanicas de segundo
nível de que o mundo é o que você pensa que é, que tudo está ligado e que a energia flui para onde a
atenção está focalizada, então é claro que o comportamento de uma pessoa pode influenciar o
ambiente. O único fator constrangedor é então o grau de crença, ligação e energia. Os xamãs têm se
especializado em maneiras de aumentar a quantidade de cada um desses fatores. A maioria deste
capítulo será dedicada ao crescimento do grau da ligação. Inicialmente vamos falar um pouco sobre o
outro extremo de Kulike, a arte de mudança de uma forma para outra. Esta é uma idéia antiga que
nunca deixou de fascinar os seres humanos. Os deuses, é claro devem ser capazes do fazê-lo.
Zeus transformou-se em um touro para cortejar Europa, Odine transformou-se numa serpente e numa
águia para ganhar a campina da inspiração e Pele transformou-se numa linda mulher para seduzir o
Chefe Luhiau. A nossa literatura moderna, dá este poder para certos seres humanos ou como uma
maldição ou como uma benção. Temos o Conde Drácula que se transforma num vampiro morcego; Dr.
Jekyll que se transforma no Senhor Hyde, um cientista se transforma no Hulk, o Billy Batson se
transforma no Capitão Maravilha e esses são só alguns. É esperado que os xamãs também tenham esse
poder. Há numerosas fábulas de xamãs em que eles se transformam em vários animais com propósitos
diferentes e no Havaí essa arte deveria incluir a transformação em pedras e cordas. O presidente de um
país africano em que vivi tinha a reputação de ser um xamã que visitava as regiões do norte na forma
de um antílope.
Sem dúvida, muitas dessas fábulas vêm da experiência em Po (o mundo interior) ao invés de em Ao (o
mundo exterior), mas não todas elas. Pense um pouco, tudo está irradiando o seu próprio padrão e se
você pudesse combinar e irradiar novamente o mesmo padrão, você tomaria a aparência e as
qualidades da coisa com a qual você quisesse combinar. É teoricamente possível dentro do sistema
que estamos estudando e muitos xamãs acreditam que isso possa ser feito. Se isso fosse uma extensão
do talento sob discussão que pudesse ser desenvolvido seria muito dependente da arte da concentração.
Na realidade não é diferente da orientação de certos místicos que meditam em Deus para serem um
com Deus. Daí para frente é por sua conta.

GROKKING

Nisto é de grande interesse para nós, usar Kulike. Para propósitos práticos de cura podemos definir
quatro estágios diferentes de Kulike:

1 - COPIANDO - Inconscientemente adotando padrões no seu meio ambiente.


2 - IMITANDO - Conscientemente adotando padrões no seu ambiente para segurança pessoal e
desenvolvimento.
3 - REPRESENTANDO - Conscientemente adotando padrões no seu ambiente ou em sua mente para
influenciar outras pessoas.
4 - TORNANDO-SE - Conscientemente adotando padrões do seu ambiente ou em sua mente, para
mudar aquilo que você é (como um místico faria).

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Para nossos propósitos, queremos encontrar uma posição entre o 3° e o 4° estágio. Isto é, queremos
adotar os padrões de uma coisa tão bem, que pensaremos que somos mesmo aquilo. Ter tanta
ressonância com ela que a mudança no nosso comportamento mudará o seu comportamento e ao
mesmo tempo deveremos lembrar do nosso padrão original podendo retornar a ele quando
quisermos. O nome que eu escolhi para representar esta posição delicada é grokking. Esta é uma
palavra tirada do um livro de Robert Heinlein, “Um estranho, numa terra estranha”, no qual o herói do
livro tem a habilidade de se fundir com o padrão de alguma coisa, conhece-la por dentro, e muda-la
por dentro, através da intenção direta. Grokking implica na habilidade de lembrar-se do seu padrão
original e do seu propósito em grokking. Eu também chamo isto de “guardando 1% xamã”. Isto
significa, retendo pelo menos 1% (uma metáfora arbitrária), de sua autoconsciência, não importando o
quão profundamente você se funda (grok). O nosso propósito em grokking é trazer a cura e a
harmonia. Se você fosse grok (fosse se fundir com) uma árvore doente, você simplesmente pensaria
que era a árvore e se esqueceria de curar. Você não se transformaria numa árvore. A maior parte do seu
tempo, você voltaria á sua autoconsciência original, sem ter conseguido nada, ou você cairia dormindo.
Uma mudança completa de padrão requer uma habilidade aplicada consciente de um nível que a
maioria dos seres humanos nunca alcançará.
O processo de grokking é muito simples.
1 -feche os olhos.
2 – energize.
3 - entre num corpo-espírito.
4 - funda-se com o objeto (grokk).
5 - verifique a conveniência da ação.
6 - mude o seu comportamento.
7 - saia do grok, emergindo com seu corpo-espírito, voltando ao seu corpo físico.
Aqui eu recomendei que fechasse os olhos para diminuir as distrações do seu ambiente imediato, mas
você pode aprender grok com os olhos abertos. Energizar pode ser feito com a Luz do Amor da quinta
aventura juntamente com a respiração.
Entrando num corpo-espírito é como entrar num corpo de sonho, mas o corpo-espírito é mais como
uma bola de pura luz ou energia sem bordas definidas, que você criará com a sua imaginação. Para
entrar nesse estado imagine que você possui um corpo de energia sem forma ao invés de um corpo
físico.Como sempre o sentir é mais importante do que o ver. Usar o corpo-espírito torna mais fácil a
entrada e a saída do grok. Fundir-se é feito imaginando que seu corpo-espírito está se fundindo com o
corpo espiritual, mental, emocional e/ou com o padrão físico do grokk (objeto) ou coisa que você
quiser grok, com o sentimento sendo a sensação mais importante, porque você irá querer imaginar
como se sentiria sendo o que você está grokking. Esta é a parte mais importante uma vez que o seu
sucesso depende de um tipo de amor incondicional. O grau de fusão é limitado por qualquer atitude
negativa que você possa ter contra aquilo que você está grokking. Quanto mais medo, raiva ou crítica
você tiver quanto a isso, maior será a separação e menor o grokking. Há também menor influência.
Enquanto você estiver fundido, verifique a conveniência da ação sentindo se está certo prosseguir e
fazer a mudança. Isto não tem nada a ver com o medo de que possa estar errado. Quando o grok é bom
você poderá sentir se é certo ou não fazer alguma coisa. Quando você se fundir no mais alto grau
possível e enquanto ainda estiver mantendo um pouco de autoconsciência, você mudará o seu
comportamento para igual àquilo que você está grokking de uma maneira que esteja de acordo com a
sua intenção de cura. A maior parte do tempo isto estaria na sua imaginação, mas algumas pessoas,
serão capazes de envolver seus corpos físicos na mudança sem perder o sentido de ser aquilo que está
sendo grokking. Finalmente separe-se do grokee (objeto), imaginando-se de volta ao corpo-espírito e
de volta ao corpo físico.
Nas secções seguintes, lidaremos com grokking para a cura e para o seu desenvolvimento pessoal
como um xamã urbano. Vamos cobrir o assunto trabalhando com os sete elementos da terra: água,
pedra, fogo, vento, plantas, animais e seres humanos.

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GROKKING A ÁGUA
Os xamãs grok a água geralmente para a chuva, mas pode ser grokked por muitas outras razões. Uma
vez encontrava-me no continente, quando recebi uma chamada de Kauai onde os sistemas de
emergência estavam em alerta devido à previsão de um maremoto. Alguns de nós grokked o
maremoto e como onda, decidimos achatá-la, dissipá-la lateralmente com a nossa energia.Pessoas que
por natureza são curiosas e gostam de estar por perto quando o desastre ataca, estavam na praia quando
a onda deveria ter chegado e essas pessoas declararam que a maré baixou, como é comum nesses
casos, mas voltou gentilmente como se nada fora do comum estivesse acontecendo. No dia seguinte os
jornais publicaram na primeira página: “O maremoto que nunca aconteceu”.
Esta é uma boa hora para esclarecer outros assuntos sobre groking e a arte xamanica. Em primeiro
lugar alguns de nós que trabalhamos na onda não exercemos controle sobre a natureza. Em segundo
lugar grokking não é a única coisa usada. Em terceiro lugar nós não mentalizamos a onda por nós
mesmos.
A natureza só pode ser influenciada. Não pode ser controlada e isto está de acordo com o Sexto
Princípio. Em qualquer atividade da natureza há coisas acontecendo, seguindo o seu curso de ação,
cursos em potencial de ação, os cursos prováveis de ação (deixemos de lado os cursos improváveis
porque requerem mais energia do que realmente valem). No exemplo do maremoto, dissipar a energia
da onda lateralmente foi um potencial inerente à água e àquela onda em particular,como seria a
formação de uma outra onda de uma outra direção para cancelar alguns dos seus efeitos. Mas parar a
onda na sua rota ou fazer com que ela voltasse para trás seria improvável em termos do
comportamento da água e requerimentos de energia que eles nem foram considerados.
Em relação à segunda consideração grokking é somente uma técnica no repertório xamanico. Nem
todos os xamãs a usam ou ganham habilidade nisso. Ao lidar com o maremoto, alguns xamãs estavam
usando a intuição para falar com a onda e outros estavam trabalhando com o sonho da onda. Os xamãs
usarão quaisquer técnicas que sintam ser efetivas em uma determinada situação, o que nos lembra o
Sétimo Princípio.
Em relação á terceira consideração, um xamã seria muito tolo se tomasse
crédito total pela mudança de qualquer evento ou condição, não somente por causa do
poder inato que existe em tudo, mas por causa da influência de pensamentos de outras
pessoas, xamãs ou não. Na experiência de Kauai por exemplo havia um número
suficiente de pessoas rezando, esperando e desejando que o maremoto não causasse
nenhum dano e o que todos os xamãs tinham que fazer era ajudar a focalização de toda
a energia positiva.Por outro lado,se um número suficiente de pessoas quisesse,
precisasse, esperasse ou temesse o maremoto, mesmo os xamãs independentemente de
quão poderosos fossem, teriam tido efeito sobre o evento.
Nos últimos anos, o estado do Texas e áreas vizinhas, sofreram uma longa e severa seca. Nós
recebemos um número de pedidos para ajudar, mas o que nós fizemos não fez diferença por muito
tempo devido aos potenciais para a seca serem muito maiores do que os potenciais para acabar com
ela. Finalmente, uma das nossas xamãs no sul do Texas parou de tentar trabalhar em todo o Estado e
concentrou num pequeno vale. Ela trabalhou durante uma noite juntamente com seu marido (que era
tolerante o bastante para a acompanhar) e no dia seguinte foi o primeiro de três dias de chuva
abundante para o seu vale, mas não para o resto do Estado.
Absurdo como possa parecer o ser humano pode influenciar a chuva. Não somente fazendo chover
mas também fazendo a chuva parar. Não é necessário ser um xamã para fazer isto. Pasadena,
Califórnia tem a parada do Rose Bowl e a seguir um jogo de futebol americano no dia primeiro de
janeiro que tem acontecido por quase cem anos. Mesmo sendo no meio da época da estação chuvosa,
que eu saiba, só choveu duas vezes no dia do Rose Bowl. Eu mesmo tenho observado chuvas
fortíssimas na noite do Ano Novo e um sol brilhante no dia primeiro de janeiro e novamente chuvas
fortíssimas no dia dois de janeiro. Eu penso que as energias combinadas dos organizadores do desfile,
os visitantes, os espectadores e a câmara de comércio causam isso.
Quando o potencial das energias está certo, o grokking xamanico pode fazer milagres, o que é somente

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um uso sábio de fontes capazes e padrões naturais. A chuva pode ser trazida para áreas atacadas pela
seca ou afastada de áreas de enchentes, padrões de ondas podem ser alterados, vazamentos de óleo
podem ser dissipados, e a poluição pode ser neutralizada ou precipitada. As possibilidades estão
abertas mas algumas mudanças vão requerer muitos xamãs agindo em conjunto.

PRÁTICA - GROKKING A ÁGUA

Seguindo o processo já ensinado, fazendo grok na água, tornando-se o espírito da água, e a seguir, a
água específica que você quiser influenciar. Para uma seca funciona bem se tornar o espírito da água
na área da seca e chamar a água para você tornando-se aquela água enquanto se junta, até você ter uma
chuva suficiente, pesada e grossa..
Você poderá também grok com o propósito de aprender aquilo que a água tem para lhe ensinar sobre
como fluir e como se adaptar.
GROKKING A PEDRA

Muitos de meus alunos tem dificuldade em grokking a pedra, porque ela parece tão sólida. Descobri
que em suas mentes eles freqüentemente tentam fundir seus corpos físicos com a pedra ao invés de
seus espíritos, e isso, naturalmente, é sufocante e rígido se não impossível. Eu lhes digo que a pedra
está viva e que a sua forma é somente um padrão de energia. A intenção não é mover seus corpos para
dentro da pedra mas acumular energia em seus corpos e tomar o padrão de energia da pedra. Isto
parece funcionar melhor.
Tudo está ligado.O fenômeno natural da Terra opera independentemente da humanidade. A natureza
segue o seu curso com seres humanos por perto ou não, mas quando os seres humanos estão presentes,
eles fazem parte daquilo que a natureza está fazendo. A troca vem das emoções humanas. As emoções
humanas positivas ou negativas não causam nenhum fenômeno natural, mas podem adiantá-los ou
atrasá-los, amplificá-los ou diminui-los e atraí-los ou repeli-los. Se um ser humano for afetado um ser
humano está envolvido.
Devido a esse relacionamento quando um xamã está mudando um evento
natural, ele também está mudando as emoções humanas envolvidas nesse evento.
Esta espécie de cura indireta é geralmente fácil de fazer e mais efetiva do que tentar
trabalhar com os seres humanos especialmente em um agrupamento como o de uma
vila, cidade ou região.Terremotos são um estudo muito interessante.Em áreas habitadas
por seres humanos os terremotos estão diretamente relacionados com as pressões
sociais.Onde houver pressão social suficiente numa área sujeita a terremotos qualquer
mudança súbita na sociedade ou no meio ambiente poderá desencadear um
terremoto,mesmo que a mudança seja positiva.No verão precedente à morte de Mao
Tse Tung,seguindo uma tradição antiga que predisse a morte de um imperador, a China
foi varrida por terremotos devastadores. Quando o Chá do Irã foi deposto terminando
um regime muito opressivo, o Irã foi varrido por um terremoto devastador. Na noite
em que a rainha Liliuokalani do Havaí foi deposta, Honolulu, foi sacudido por um
terremoto muito estranho. Um terremoto terrível ocorreu na Armênia exatamente
enquanto o Primeiro Ministro Soviético estava falando na ONU sobre mudanças
sociais. Em 1907 após um verão com secas severas, seguiu-se um outono de incêndios
severos nas florestas, e um inverno antecipado de crimes. Los Angeles sofreu um
terremoto bem feio. No futuro, talvez, engenheiros sociais, sejam capazes de predizer
terremotos com mais acuidade do que qualquer outro grupo.
Como xamãs podemos aliviar a pressão em áreas instáveis antes de um tremor, e podemos aliviar a
pressão depois do tremor para diminuir os efeitos dos tremores posteriores. Para fazer isso através do
groking, nós entramos no espírito da pedra, fundimo-nos com a pedra, sob um lugar específico e,
gentilmente relaxamos, nos alongamos e nos acalmamos.
Erupções vulcânicas podem ser trabalhadas de uma maneira parecida. Fundindo-se com a lava liquida

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você poderá mudar a direção do seu fluir, atrasá-la, esfria-la e modifica-la. Nós não temos trabalhado
com a erupção pacífica do Kilauea na grande ilha do Havaí, porque apesar de ter destruído e ameaçado
algumas estradas, casas e prédios que foram construídos numa área considerada como caminho para a
lava líquida e causado algum “vog” (neblina vulcânica) o único outro efeito foi o de aumentar o
tamanho da ilha.
Como um elemento “pedra” inclui qualquer material que consideramos sólido e inanimado como os
metais, plástico, madeira cortada e vidro mesmo quando transformados em máquinas. Tenho tido
muitos resultados satisfatórios de cura de motores e de computadores, aplicando grokking e mudando
de um padrão para outro harmonioso.

PRÁTICA – GROKKING A PEDRA

Aplicando grok em algumas áreas fisicamente instáveis do mundo como Beijing, Tókio, Los Angeles,
São Francisco,Cidade do México, Cairo e Teerã, aliviando a pressão por debaixo deles.
Aplicando grok num objeto (talvez uma escultura) uma ferramenta ou uma máquina curando-as ou
aprendendo com elas.
Grokking a pedra pode também ensinar a Ku a natureza da força e da estabilidade e ajudá-lo a
aprender mais sobre geologia e cristais.
GROKKING O FOGO

A natureza tem suas próprias razões para ter incêndios. Pode ser para alimentar o solo com os
nutrientes das cinzas, germinar sementes, as quais necessitam da quentura do fogo antes que possam
brotar ou reduzir a velha vegetação para que novas plantas possam viver. Pode também ser usado para
reduzir a população de animais e alimentar os animais necessitados.Na África vi pássaros predadores
e outros animais esperarem junto à beira de um incêndio para pegar outros animais menores quando
tentassem fugir.
Incêndios que ocorrem perto de lugares habitados embora mesmo os que acontecem espontaneamente
para qualquer propósito que sirvam, são expressões da emoção humana.Essa emoção é geralmente mas
não sempre a raiva.O fogo que serve a um propósito natural também serve a um propósito nas vidas
humanas.Assim como dissemos que cada doença é uma tentativa de Ku para resolver um problema
com o qual Lono não lidou, também podemos dizer que cada desastre natural é uma tentativa para
resolver um problema com o qual Lono não lidou. Na costa de Malibu,uma loja de jardinagem que
existia há 30 anos, foi totalmente queimada durante um incêndio de noite e que por incrível que pareça
não atingiu nenhuma das casas vizinhas. Todos sentiram pena do dono até que ele deu uma entrevista
para um jornal local.Ele disse que já há muito tempo estava planejando vender o lugar e mudar-se para
fora do país,mas nunca tinha se decidido. A decisão foi feita por ele,e com o dinheiro do seguro ele
transformou seu sonho em realidade.
Na historia acima eu disse que as casas vizinhas não tinham sido atingidas.Uma coisa curiosa sobre
incêndios em áreas habitadas por seres humanos é que os incêndios pulam ou poupam alguns edifícios,
encontram seu lugar e vão para áreas que teriam sido consideradas seguras.A explicação xamanica é
que as emoções das pessoas envolvidas repudiaram ou atraíram o fogo.Novamente em Malibu,meu
filho mais velho vivia num trailer numa colina no meio das montanhas num lugar chamado Decker
Canyon.Quando um incêndio varreu esta área recebi ligações de condolências por ter perdido meu
filho que de maneira alguma poderia ter sobrevivido ao incêndio.Sintonizei com ele e tinha certeza de
que estava bem.Assim que as estradas foram reabertas fui para lá e vi que o fogo havia varrido a colina
até 15 metros do trailer,pulado o trailer e queimado a colina do outro lado,deixando meu filho e sua
propriedade salvos e bem.
Incêndios são muito reativos aos pensamentos e emoções humanas o que significa que acalmar o
fogo,tende a acalmar os pensamentos e as emoções que o alimentaram. Grokking é uma maneira
poderosa de fazer isso.Na Índia entre os faquires um grupo de pessoas que ganha a vida se
especializando em certas práticas iogue, não é incomum pegar uma criança de sete anos de idade e

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colocá-la diante do fogo e dar-lhe instruções para fazer amizade com o espírito do fogo.Dia após dia
aquela criança será posta diante do fogo pelo tempo que for preciso (ás vezes muitos anos) e a criança
será provavelmente um adolescente até ter atingido um certo estado e se tornado como o fogo a ponto
de tocá-lo,andar sobre ele e rolar nele sem se queimar. Felizmente a maioria de nós não vive disso e
por isso não temos que grok o fogo a tal ponto, mas temos que ter prática para não sentir nenhum medo
dele. Algumas pessoas têm afinidades com o fogo desde a primeira vez que tentam grock. Geralmente
ficam excitados, tinindo e com alta energia. Quando um grupo dessas pessoas trabalha junto a
temperatura da sala se eleva. O desafio que estes “xamãs do fogo” tem é manter suficiente separação
para poder trabalhar em alguma cura. Em geral eles gostam tanto da experiência de ser o fogo que não
querem se acalmar. Guiando pessoas através de seu primeiro grok do fogo eu geralmente sugiro que
como fogo, eles fiquem quietos, calmos, se tornem cada vez menores e se transformem em cinzas
quentes e depois em calor. Normalmente isto funciona muito bem mas de vez em quando alguém
humaniza muito o fogo e pensa que este processo é matar o fogo ou ir contra seus desejos e eu tenho
que lembrá-los que o fogo não é humano e permanecerá fogo independente do seu tamanho ou forma.
O fogo é muito feliz de ser e não é diminuído pela mudança. Se vocês se perguntarem como é que eu
sei disso, é porque fiz muito grokking do fogo.
Os que encontram maior dificuldade são pessoas que já tiveram experiências desagradáveis com o
fogo. No momento que eles começam a grok o fogo as lembranças daquelas experiências que podem
produzir medo e raiva são o suficiente para abortar o grok. Uma solução seria mudar a reação daquelas
experiências; outra maneira seria distinguir o fogo presente de qualquer outro fogo e outra maneira
ainda seria praticar até que o medo e a raiva desapareçam.

PRÁTICA - GROKKING O FOGO

Grok um incêndio que você vê ou ouve nas notícias. Sinta que você pode mudá-lo. Assim como o
fogo decide o seu progresso decida acalmá-lo, torná-lo cada vez menor em cinzas para torná-lo calor.
Abençoe o espírito do fogo e saia do grok.
Grok qualquer incêndio e sinta a energia, o movimento, a luz e o calor. Com 1% de autoconsciência
diga a Ku para lembrar-se desse padrão e saia do grok. Outras vezes pratique lembrar-se dessas
qualidades quando quiser.

GROKKING O VENTO

O vento é ás vezes, chamado de "mãe do tempo", devido ao seu papel crítico na formação e na
experiência do clima. Tem ligações importantes com nossas vidas (não sendo menos importante o fato
que nós o respiramos). Crokking o vento é uma habilidade extremamente importante.
Uma das formas mais poderosas de vento é o furacão, que é um vento de padrão circular, com
velocidades de mais de 74 milhas por hora, fora do olho (centro) do furacão. Podem ser vistos por
satélites e seu curso pode ser traçado mas são muito imprevisíveis quanto á direção. Uma das razões
disso é a sua sensibilidade a emoções humanas. Há alguns anos atrás o meu grupo xamanico foi
requisitado para ajudar com um furacão que estava no Golfo do México dirigindo-se para a costa do
Texas. Sintonizamos o furacão sentindo que seria apropriado e o guiamos novamente de volta para o
Golfo do México. Esta virada do Texas para o Golfo do México fez notícia na televisão. Sentimo-nos
satisfeitos até sabermos no dia seguinte que o furacão havia abatido a Luisiana! De onde veio isso?
Nunca passou pelas nossas mentes que isso pudesse acontecer. Mergulhamos no nosso trabalho para
afasta-lo de lá. Foi muito interessante ouvir as noticias nos dias que se seguiram quando o cabo de
guerra perdeu a sua eficácia. O furacão ia para o continente depois voltava para o mar, depois voltava
para terra, e em seguida para o mar. Finalmente nos conscientizamos que não havíamos prestado
suficiente atenção à conveniência. Sintonizando nisso sentimos que havia um propósito mais
importante para que o furacão abatesse a Luisiana e decidimos deixar que fosse para lá. As próximas
notícias mostraram-nos que o furacão havia atacado a Luisiana, onde causara grandes prejuízos

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materiais mas sem perda de vidas. Eventualmente dissipou-se no norte do estado. A área inteira foi
declarada como área de desastre federal. A atenção nacional estava focalizada numa área que havia
sido ignorada e se achava em estado de estagnação. Muito dinheiro e pessoas fluíram para lá, vidas
foram mudadas e novas ligações foram feitas. Mesmo sendo tão destrutivo o furacão teve um propósito
positivo naquele lugar e naquele momento.Na Luisiana foi uma experiência curativa por ter sido
atraída pelo desejo de mudança. No Texas não teria sido assim porque a atração de lá eram o medo e a
raiva. Quando eu digo atração quero dizer literalmente. Quando você grok um furacão você poderá
sentir uma espécie de atração magnética por um centro de população humana, e ás vezes você
precisará fazer um esforço definitivo de força de vontade para se afastar disso. Não precisa se
preocupar com estar interferindo com o destino. Se houver um propósito positivo para um furacão ou
outro evento,acontecerá, independente daquilo que você faça. Você poderá atrasa-lo mas não impedi-
lo, a não ser que o seu trabalho xamanico ofereça uma solução ainda melhor para o propósito do
evento. Na maioria dos casos você só se conscientizará após o fato de que havia alguma coisa para ser
feita. Se alguém não quiser a sua ajuda você nem pensará em ajuda-la.
Tornados são muito parecidos com furacões. Cheios de potencial destrutivo eles acontecem
naturalmente em certas áreas e em certas épocas do ano.São altamente sensíveis ao pensamento e
emoções humanas. Como os incêndios os tornados têm uma inclinação para pular sobre ou em volta de
alguns lugares e aparentemente ir para outros lugares que teriam sido considerados como seguros. A
experiência de grokking um tornado pode ser excitante, mas a excitação da destruição pode parecer tão
divertida que poderá ser difícil lembrar-se que você está tentando guiar o tornado para longe de um
determinado lugar.
Grokking poderá ser usado para aumentar, diminuir ou virar um vento. Poderá também, ser usado para
fazer o vento afetar um outro elemento. Na velha Malibu novamente, houve um incêndio muito grande
que destruiu 40 casas na nossa vizinhança. A vizinhança inteira estava em perigo, e eu mal tive tempo
de chegar em casa para ajudar minha família a jogar água no teto e outras pessoas a apagar algumas
faíscas de fogo que estavam ameaçando seus lares (alguns proprietários estavam viajando). Um dos
grandes problemas era que vivíamos numa garganta sinuosa onde o fogo gerava um vento que batia
nas chamas e a fumaça era tão espessa que os bombeiros não podiam chegar até o fogo. Assim que a
nossa situação ficou sob controle subi no telhado com meu filho mais velho, que havia sido treinado
por mim por algum tempo. Juntos nós grokked o vento para acalmá-lo. O momentum do padrão criava
dificuldades mas, após 20 minutos de focalização contínua o vento se acalmou, a fumaça diminuiu e o
anel de fogo parou de progredir. Os bombeiros puderam entrar e acabar com o incêndio. Devo salientar
que não havia nenhuma razão de primeiro nível para o vento parar naquela situação.
PRÁTICA - GROKKING O VENTO

Comece praticando na área em que você vive grokking o vento para poder sentir como ele se move, e
mudar seu movimento e direção. Preste atenção às notícias e grok o vento através da cura e da
harmonia em situações que requeiram isso. Lembre-se de verificar as conveniências.
Grok o vento e sinta a sua leveza, liberdade e brincadeiras, bem como o sentimento de influenciar o
movimento de outros seres.
GROKKING PLANTAS

Eu tenho uma amiga que grok plantas. A sua meta é ser capaz de induzir as plantas a florescerem e dar
frutos assim como alguns mestres fazem na Índia. Não sei se ela conseguirá alcançar o que quer, mas
ela já tem um polegar verde-esmeralda. Eu a vi plantando sementes de abóbora e dois dias depois já
havia brotos de 10 centímetros com folhas grandes. Uma das maneiras de trabalhar com as plantas é
conhecer seu estado, condição ou necessidades sair do grok e cuidar delas. Se você grok uma planta e
descobrir que ela está com sede, saia do grok e dê-lhe água. Ou você poderá fazer como a planta
aprofundando as raízes em busca de água ou chamar o espírito da chuva para vir ajudá-lo. Para outras
necessidades você pode espalhar suas folhas para tomar mais sol, mudar a sua seiva para dar mais vida
às diferentes partes do seu corpo planta e dar mais brotos para se expandir. Em casas de plantas as

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pessoas sabem que as plantas podem ficar estressadas por muita ou pouca mudança no ambiente, bem
como através de venenos e toxinas. Esse stress leva a doença e a atração de insetos e fungos.Em
grokking uma planta a melhor coisa é ajudá-la a relaxar. Se você quiser que ela cresça mais desde que
não esteja estressada a melhor coisa é excitá-la. O excitamento move a energia que ativa a operação
dos padrões naturais aprendidos. É bom lembrar disso quando trabalhar com qualquer um dos sete
elementos.
Muitas pesquisas documentam o fato de que as plantas são influenciadas pelos pensamentos e emoções
humanas. Da maneira mais simples as plantas vão crescer mais se você elogia-las e o seu crescimento
será retardado se você as criticar. De uma maneira mais complexa com o tipo de sintonização certo
elas farão milagres para você e lhe revelarão segredos incríveis.Dois homens, que tinham este tipo de
sintonia foram Luther Burbank e George Washington Carver.
Burbank trabalhou com a natureza e criou mais de mil plantas que não existiam antes incluindo
margaridas gigantes, batatas de melhor qualidade, nectarinas, cactos sem espinhos e plantas de madeira
bem dura com crescimento rápido. O terremoto de 1906 que devastou São Francisco e arrasou a sua
cidade de Santa Rosa poupou o seu enorme jardim de inverno e mesmo Burbank atribuiu o fato a sua
ligação harmoniosa com a natureza. Embora admitisse que conversava com as plantas com amor
induzindo-as a fazer o que ele quisesse, seu relacionamento era muito mais profundo do que um
contacto intuitivo. Não há dúvida que ele estava grokking à sua maneira enquanto caminhava por entre
as fileiras de seus milhares de plantas - mudas ou plantas adultas - e sem diminuir o passo ele escolhia
as que iam sobreviver e as que não iam. Um agente de fazendas seguindo-o disse que não podia notar
nenhuma diferença mesmo bem de perto mas Burbank parece que tinha esse instinto.O máximo que
ele explicou sobre o que fazia foi durante uma palestra intitulada: “Como produzir novos frutos e
flores”.

“ Ao levarmos a cabo o estudo de qualquer das leis universais e perenes da natureza,quer


relacionados à vida,crescimento,estrutura e movimentos de um planeta gigante, da menor das plantas
ou do mecanismo psicológico do cérebro humano,algumas condições são necessárias antes de
podermos nos tornar um interprete da natureza ou o criador de uma obra válida para o mundo. Idéias
preconcebidas,dogmas,todos os preconceitos e preferências pessoais devem ser postos de lado. Para
que os dotados de vontade possam ver e saber,é preciso ouvir uma por uma,paciente,silenciosa e
reverentemente,as lições que a Mãe Natureza tem para ensinar,lançando luz sobre o que era antes um
mistério.Suas verdades,ela só ensina aos submissos e receptivos.Aceitando tais verdades como elas
são sugeridas,seja lá aonde for que levem,teremos o universo inteiro em harmonia conosco.
Finalmente o homem pôde estabelecer para a ciência uma base sólida,descobrindo que ele é parte de
um universo eternamente instável em forma,mas eternamente imutável em substância ’’.

George Washington Carver foi outro homem que fez coisas incríveis com as plantas especialmente
com o amendoim e a batata-doce. Ele fez centenas de derivados separados economicamente, produtos
derivados de plantas com as quais ele trabalhou, não através de estudos científicos, analise ou
experiências mas através de uma comunicação profunda.
Quando lhe perguntavam como fazia milagres, ele respondia que todas as plantas ou coisas vivas
falavam com ele, e que “eu aprendi o que sei observando e amando tudo”.
A maior parte de seu trabalho, era feito num laboratório particular onde não se permitiam livros e em
que ele passava horas comungando com as plantas para aprender o que elas tinham para lhe ensinar.
Pouco tempo antes da sua morte ele disse; “Quando toco uma flor toco o infinito. Através dela,me
comunico com o infinito,que nada mais é senão uma força silenciosa.Não se trata de contato físico.Há
nisso algo que não está no vento,nem nos terremotos,mas sim no mundo invisível.Algo que é a voz
serena e fraca que invoca as fadas”.
PRÁTICA - GROKKING PLANTAS

Grok plantas em sua casa para aprender como elas pensam, sentem e experimentam a vida. Se você

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quiser ir mais além, plante algumas sementes e groke-as enquanto estejam crescendo dando-lhes a sua
intenção para que crescem mais depressa e sejam maiores. Groke plantas que você saiba que precisam
de ajuda, como árvores sofrendo de ferrugem ou as florestas brasileiras.
Groke as plantas para aprender sobre os ciclos da vida e da morte, da luz e da escuridão, do
crescimento e da reprodução, das estações lunares e solares, do uso da energia e da transformação.
Tente grokking ervas e plantas medicinais pelas suas qualidades curativas ao invés de ingeri-las,
somente como experiência.
GROKKING ANIMAIS

Em todas as culturas xamanicas que eu conheci os animais são tratados, pelo menos em parte, como
professores e guias em como viver harmoniosamente com o Espírito da Natureza. A reação ocidental
normal a isto é naturalmente que muito podemos aprender sobre a natureza observando o
comportamento dos animais. O que eu quis dizer é que devemos aprender o máximo que pudermos
para nos comunicar com os animais indo além, praticando grok.Então estaremos no caminho para
aprender o máximo sobre a natureza.
Todas as culturas xamanicas mais antigas falam do tempo que os seres humanos e os animais
conversavam livremente e algumas, têm histórias de como se acabou. A nossa própria cultura tem
muitas histórias sobre o relacionamento intuitivo entre humanos e animais, geralmente cachorros e
cavalos,portanto esse talento não está morto. A maior parte desses relacionamentos tem a ver com o
amor, a amizade e a assistência mútua e talvez aprendizado de parte do animal para a humana.A
melhor história moderna que conheço sobre aprendizado com animais vem de J.Allan Boone e de seu
relacionamento com Strogheart,um pastor alemão,que havia trabalhado no cinema. Designado para
tomar conta do cachorro,Boone começou com a atitude comum de superioridade humana, mas isso
mudou drasticamente conforme ele começou a aprender a ter conversas silenciosas e a ser receptivo.
“Quando eu estava pronto para aprender com o cachorro, Strongheart partilhou comigo uma preciosa
sabedoria,segredos maravilhosos relacionados com a grande arte de viver profundamente e feliz no
tempo presente apesar das circunstâncias”.Embora não tenha falado nisso,o que ele aprendeu foi grok
o cachorro porque o que Strongheart lhe ensinou a alcançar,sem sacrificar a singularidade da sua
própria individualidade,foi harmonizar-se mutuamente a ponto de parecer que eles funcionavam como
uma unidade única.
A maioria de Grok animais é aprender com eles, e estar atento e imitar o seu comportamento de uma
forma aberta, igualitária e receptiva. Estar aberto significa muito mais do que olhar para eles, inclui
usar todos os seus sentidos interiores e exteriores. Imitar o seu comportamento significa muito mais do
que somente copiar seus movimentos. Também significa praticar seus sons, humores, atitudes e
características. Boone fez algo fascinante, carregava consigo um dicionário e um livro de sinônimos e
tomava notas das características que Strongheart demonstrava, como se ele fosse um ser universal que
vivesse no corpo de um cachorro. Além de cheirar, correr e latir, havia a coragem, a confiança, a
compaixão, etc.
Tudo o que um animal faz tem um propósito e este tem a ver com o momento presente. Animais não
pensam no passado ou no futuro. Se um cachorro fizer alguma coisa que lhe foi ensinada no passado é
sempre uma resposta a um estímulo no presente. Quando um esquilo esconde nozes não está pensando
no futuro. Está simplesmente respondendo apropriadamente aos sinais do ambiente presente que lhe
indicam que é chegada a hora de armazenar nozes. Até que você grok suficientes animais para partilhar
a sua experiência de vida você não sabe o que é o momento presente. Não estou dizendo que refletir no
passado ou planejar o futuro seja mau. Estou dizendo que viver o presente é muito bom.
PRÁTICA - GROKKING OS ANIMAIS

Grok um animal só pela experiência usando um animal de estimação, no zoológico ou em sua


vizinhança, ou o padrão do Poder dos Animais.
Grok um animal que esteja doente ou estressado usando as técnicas xamanicas que você já conhece
para aliviar a sua dor e curar-se, como também ao animal.

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Grok um animal para aprender mais sobre a vida e o viver, ou pelas características especiais que o
animal tenha.

GROKKING SERES HUMANOS

Grokking um ser humano talvez seja o mais difícil porque nós todos somos muito iguais. Você pensa
que seria mais fácil, mas a parte difícil é não levarmos nossos próprios padrões para o grok. Assim
como com animais e tudo o mais, você precisa ser aberto, receptivo e incondicional. Quanto mais
fechados,separativos e condicionais estivermos mais difícil será grok outros humanos. Grokking
humanos, pode levar a revelações surpreendentes. Uma vez, ensinei uma mulher a grok seu marido
para melhorar seu relacionamento. Ela começou a falar, andar e pensar como ele.Ele começou a se
abrir e a desenvolver uma atitude mais amigável para com ela. Ao mesmo tempo ela começou a
perceber que não gostava dele.
Grokking humanos para a cura é ao mesmo tempo mais fácil e mais difícil. É mais fácil por
conhecermos bem o corpo humano e é mais difícil devido ao medo da doença. Quando você está
grokking um ser humano doente, você terá que ser capaz de sentir o que ele/ela está sentindo sem se
identificar (aquele 1%). Se você se identificar poderá imitar alguns dos mesmos padrões quando acabar
o grok e sentir a mesma coisa no seu próprio corpo como sendo seu próprio sentimento. Você poderá
mudar isso dizendo finalmente a Ku “Pare com isso agora!” “Isto não é meu!” “Volte ao normal
agora!” . Relaxe a seguir. Se por acaso isso não funcionar use uma de suas técnicas de cura em si
mesmo. Em seguida volte ao grokking.Com isso você também usará a sua habilidade de cura em si
mesmo agindo como a pessoa que você está grokking. Fale com Ku, use Kahi em si mesmo, sonhe e
mude o corpo do seu sonho ou faça qualquer coisa que você tenha aprendido. Um amigo ao receber um
pedido de cura, aplicou grok na pessoa cuidadosamente e a pessoa saiu para ir a uma festa. Devido ao
relacionamento e ressonância estabelecidos durante o grok a pessoa que recebeu o grok também
recebeu os benefícios, no nível de Ku.
Uma das melhores coisas de grokking um ser humano é que aquele que recebe o grok não precisa estar
vivo, nem ser humano. Quando você grok você estará se fundindo com a energia padrão, não com o ser
físico. Os padrões de energia dos humanos não vivem mais no tempo. Homens e mulheres consumados
e mestres espirituais do passado ainda existem para você grok e aprender com eles. Tudo o que você
tem a fazer é colocar a sua atenção consciente neles e deixe Ku fazer o grokking. Por “nem mais
humanos”, quero dizer que os padrões de energia dos seres de ficção também existem para você grok
como o Super-homem ou a Mulher Maravilha, por exemplo.
PRÁTICA - GROKKING HUMANOS
Grok um amigo que esteja doente, sinta os fatores e use o que você aprendeu para curar-se a si mesmo.
Grok alguém que esteja bem ou que expresse alguma qualidade ou característica que você gostaria de
ter, e durante o grok profundo diga a Ku para lembrar-se do padrão.
Em sua mente crie uma forma espírito de um Mestre Xamã ideal que tenha muito
amor, muito poder e muita habilidade e grok esse ser para aprender o padrão. Para
finalizar o quanto mais você grok maior será a sua habilidade, e quanto mais você grok um padrão que
quiser aprender mais você o aprenderá.

A OITAVA AVENTURA

AUMENTANDO A SUA ENERGIA CRIATIVA

'ike no i ka la o ka 'ike; mana no i ka la o ka mana.


(Há um tempo para o conhecimento e um tempo para o poder).

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Tudo é energia.Energia é uma atividade que causa mudanças. Para fazer mudanças é preciso que haja
algo para ser mudado.È preciso haver uma coisa de alguma maneira diferente para receber a ação da
energia que está agindo. Se energia térmica entrar em contato com o gelo ele mudará sua forma ou
padrão e se transformará em água. Se mais calor for adicionado á energia original, será absorvido e se
transformará em energia da água (temperatura). Isso parece um pouco estranho porque só pensamos
em água como energia se estiver se movendo para criar pressão.Água em repouso, a nível molecular e
atômico, está em rápido movimento energético. Dentro de um padrão (estado), o movimento é
necessário para evitar que a água se transforme em outra coisa. Se mais energia térmica for aplicada
aumentando seu potencial de calor (a temperatura aumenta) a água começará a vibrar cada vez mais
depressa e começará mudar seu padrão (forma). Um nível suave de energia térmica adicional
ocasionará o que chamamos evaporação. Se muito mais energia for usada, a água entra em ebulição
formando vapor que se move muito depressa comparado com a água e extremamente rápido se
comparado com o gelo.A energia da água foi aumentada pela absorção das qualidades padrão de outra
energia. Note que não adicionamos nada á água.
Colocamos uma fonte de calor em contato com a água e ela começou a ressoar tornando-se tanto
quanto possível parecida com o calor. O metal também ressoa com o calor, mas pode fazer isto por
muito mais tempo mantendo seu próprio padrão primário do que a água. Também muda, mas somente
com uma intensidade maior de energia. Por outro lado, o gás propano já vibrando em uma alta
freqüência não necessita de muito mais calor para ressoar antes de explodir numa mudança de forma
dramática.
Quero fazer você aqui, como um xamã urbano, pensar em energia de maneira diferente daquela a que
você está acostumado. Como tudo é energia há, obviamente, muitos padrões de energia diferentes
dentro de nós, como também à nossa volta. Todas elas influenciam umas às outras em graus diferentes.
De acordo com nossa filosofia tudo tem Ku, e ele é influenciado mormente pelo campo de ressonância
mais forte e mais próximo ao campo ou padrão de energia que se parece mais com ele (ou alguma
parte dele). A água mesmo em forma de gelo, por exemplo, já contém algum calor, ou não poderia
ressoar com ele, mas toda a energia é potencialmente influenciável, não só o calor. A água, e tudo o
mais, pode ser mudado, o padrão pode ser alterado num grau amplo de diferentes espécies de energia,
incluindo as energias de pensamento.
A energia flui para onde a atenção vai. Portanto o pensamento causa mudança quando ressoa com o
foco de atenção. Como vimos com o calor a influência será maior se o nível de energia puder ser
aumentado. A energia térmica maior que a já presente numa certa quantidade de gelo pode mudá-lo em
água. Uma quantidade ainda maior ou amplitude de energia de calor, pode induzir a água a mudar para
vapor. Igualmente se pudermos aumentar a amplitude da energia do pensamento, de alguma forma
então os nossos pensamentos serão mais efetivos criando mudança.
Toda a mudança, ocorre por indução, pela influência num padrão já inerente àquilo a ser mudado, por
outra coisa com padrão similar. Não estamos falando num padrão completo de uma coisa porque
qualquer padrão principal, tem dentro de si muitos outros padrões menores.Você é único como
individuo. Seus padrões próprios não são iguais ao de nenhum outro ser humano, mesmo de um irmão
gêmeo. Dentro de seu corpo, mente e espírito, únicos, há uma miríade de padrões diferentes, operando
a qualquer momento. Há padrões diferentes dos componentes químicos e das estruturas físicas do seu
corpo, há os padrões de seus órgãos, de suas memórias e de seus potenciais, além de outros.Energias
de espécies diferentes podem afetar certos padrões dentro do todo, mudando portanto tudo através da
mudança de uma parte. Mudando somente o padrão de uma dor de cabeça, poderá faze-lo sentir-se
otimamente bem.
O PODER DE KIMANA
Por muitos anos, tenho feito extensas pesquisas e escrito muitos livros e artigos sobre energias
incomuns e suas aplicações. Assim como um grande grupo de pesquisadores encontrei evidência
abundante para um tipo de energia penetrante que pode ser sentida, amplificada, direcionada, gerada e
convertida para influenciar ou mudar a mente e a matéria e, que apesar disto tem desafiado todas as
tentativas de medidas instrumentais independentes. Que ela existe não há dúvida, mas até agora, só

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pode ser demonstrada através da experiência dos seus efeitos de muitas maneiras diferentes. Pode ser
que seus efeitos venham de múltiplas energias diferentes. Desde que os efeitos sejam os mesmos, não
importa como a energia chama a atenção. Vamos simplificar as coisas supondo que a energia seja real
e singular. Seguindo uma longa tradição em que cada um lhe dá um nome diferente, vou chamá-la de
Kimana cuja tradução seria mais ou menos "poder intenso".
Temos muitas razões práticas para trabalhar com esta energia. Como você descobrirá por si mesmo se
usar o que lhe é dado aqui, kimana amplificará sua energia espiritual e a inspiração que você recebe de
Kane, intensificará o seu foco e a imaginação de Lono e, realçará o aprendizado, a memória e a energia
física de Ku. A minha meta como um xamã é usar as partes apresentadas abaixo bem como outras para
aumentar a sua capacidade de energia. Em outras palavras se você quer desenvolver um hábito normal,
aprendendo a operar num nível mais alto de energia o tempo todo, Kimana pode ser usado para ajudá-
lo a mudar o mundo e também pode ser usado para você mudar a si mesmo. Usar a energia exterior
desta maneira é como praticar uma habilidade com a ajuda de um livro até que você o saiba de cor, e
tão bem, que não precisará mais do livro, embora, de vez em quando queira dar uma olhada para
refrescar a memória. Quando Ku se acostumar a operar num nível de energia amplificada tenderá
sempre a fazer isso porque você e ele estarão usando a energia da mesma fonte. Lembre-se que as
partes não estarão lhe dando energia, elas estarão estimulando a sua própria energia.
Nas secções que se seguem, vou apresentar algumas maneiras simples e úteis com as quais você
poderá tocar em kimana para o enriquecimento da sua vida dando mais poder aos seus pensamentos e
aumentando sua capacidade de energia.
KIMANA LINEAR

Todas as freqüências são padrões de energia e como já aprendemos as freqüências de um índice


tenderão a induzir ressonância (influencia energética) nas freqüências de índice semelhante. Uma
maneira de obter este efeito é usar uma medida de ondas de comprimento. Um amigo meu
familiarizado com rádios me disse que para sintonizar uma freqüência de rádio com um comprimento
de onda de 0,70 metro, é preciso uma antena de 0,l0 metro de comprimento. A antena poderia ser um
cabo espiralado, mas teria que ter o comprimento certo. Kimana aparentemente pode ser sintonizada
pela antena na onda curta. Há alguns anos atrás tomei conhecimento de algo chamado "cubit wand"
(vara de cúbito). Era uma vara de madeira de 62,5 cm. de comprimento. Não é necessário discutir aqui
o porquê do comprimento. O que é importante é que esse comprimento produzia os mesmos efeitos de
energia que eu tinha conseguido de maneiras diferentes (alguns dos quais serão apresentados abaixo).
Para ser breve, quando você segura essa vara, dependendo da sua sensibilidade, você tenderá a se
sentir mais relaxado, se estiver tenso, e mais energizado, se estiver relaxado. Se continuar segurando
pode sentir suas mãos ou seu corpo tinindo, sua mente se tornará mais clara e sua imaginação mais
aguçada. Se você testar notará também um aumento na sua força física e na sua energia. O uso de uma
vara de cúbito para caminhar, ou durante um longo seminário ajudou-me a ficar relaxado e cheio de
energia.Em outro nível, sua aura será mais intensa e portanto o poder de seus pensamentos e seu
carisma também aumentarão. Talvez haja aqui uma indicação sobre as influências das varinhas
mágicas e bastões militares. Um comprimento de 62,5 cm. funciona, mas nem 60,0 cm. ou 65,0 cm.,
terão o mesmo efeito. Fiz várias, de madeira, plástico, cobre, cordão e corda. O material usado parece
não fazer nenhuma diferença mas os efeitos dos cordões e das cordas serão melhores se estiverem
esticados em vez de soltos.
Uma vara de madeira, de plástico ou metal é fácil de carregar, ou colocar no bolso ou numa bolsa e é
boa para segurar para aumentar o poder de seus pensamentos e presença enquanto você estiver
pensando ou falando. Conforme o Terceiro Princípio manter sua atenção na vara aumenta os efeitos da
sua energização. Durante a meditação ou um haipule longo, segurar uma vara com as duas mãos
energizará toda a experiência e o manterá energizado por algum tempo. Você poderá ficar carregado
com kimana, deitando-se entre duas varas de 125 cm. cada uma postas no chão. É como se as varas
tivessem campos de interseção que amplificam um ao outro. Deitar entre 2 varas terá mais efeito do
que deitar ao lado de uma.

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KIMANA ROTATIVA
Nos anos 70, um homem, chamado Charles Sherburne, mostrou algo realmente radical em vários
lugares de Los Angeles. Era um objeto em forma de kayak, feito em madeira ou plástico. Devido a sua
forma e polimento era muito bonito de se olhar e agradável de tocar. A parte radical se relacionava com
seu comportamento. Quando colocado numa superfície plana e lisa, e girada na direção horária rodava
suavemente por mais tempo do que deveria. Quando girada no sentido contra horário, rodava por
pouco tempo,começava a oscilar e finalmente parava e começava a rodar ao contrário (para trás), por
pouco tempo. Parecia que estava resistindo ao movimento contra horário. Muita atenção foi prestada
ao fato aparente que ao menos uma das leis de movimento de Newton estaria sendo violada por esse
objeto inocente (“um objeto em movimento tende a ficar em movimento a menos que afetado por uma
força exterior”). O atrito e a gravidade como forças exteriores poderiam diminuir a rapidez e parar uma
rotação, mas o que estava causando a oscilação? A parada da rotação antes do atrito e da gravidade,
poderiam influenciar a reversão do movimento? Três fenômenos extras e nada para explicá-los. Muitos
ficaram excitados com Sherburne, outros, ficaram chateados. Parte dessa reação era causada pelo
comportamento do objeto, e parte porque ele disse que tinha obtido as dimensões proporcionais á da
descrição da Arca de Noé. De acordo com Gênese (300 cúbitos de comprimento, 50 cúbitos de largura
e 30 cúbitos de altura). Eles chamavam esse objeto de Arca.
Usei o modelo que comprei dele para demonstrar a existência de mais aspectos do universo que
iríamos descobrir e também para assustar os físicos e outros tipos de cientistas. Eu até tinha uma ótima
teoria sobre as energias espirais para explicar o porquê do movimento contra horário. Para mostrar, que
não tinha nada a ver com a força Coriolis (o efeito da rotação da Terra que leva os ciclones no
Hemisfério Norte a rodarem contra horário). Levei minha arca para o Taiti e demonstrei que
funcionava do mesmo jeito, tanto ao sul como ao norte do equador. Minha boa teoria foi derrotada por
um de meus alunos que me mandou dois modelos da arca que ele havia entalhado do mesmo galho de
uma amendoeira. Uma funcionou como a minha arca e a outra fez exatamente o contrário. Quando
rodando contra horário girava suavemente e quando rodando em sentido horário oscilava, parava e
revertia o movimento. Eu que tinha assustado os outros estava agora assustado.
No fim dos anos 70 a revista American Scientific, publicou um artigo, falando de objetos que
mostravam o mesmo comportamento que a arca de Sherburne. Objetos feitos de pedra que mostravam
a mesma rotação e as mesmas características haviam sido encontradas em velhos túmulos irlandeses e
eram chamados de “celts” pelos arqueólogos e “rattltebacks” pelos físicos. Ninguém sabia para o que
eles serviam. Alguns arqueólogos pensavam que fossem usados por chefes ou xamãs para impressionar
os nativos, mas a menos que relampeasse ou mudasse o tempo, eu penso que não impressionaria muito
a pessoas sem um apego emocional ás leis de Newton. Alguns estudos científicos mostraram que o
efeito basicamente seria relacionado com a forma e o relacionamento entre os eixos superior e inferior
e muitos modelos que foram feitos, funcionaram, mas isso, ainda, não explicava o fenômeno ou o
relacionava com as leis de Newton.
Hoje, você poderá comprar modelos caros em um empório em São Francisco que gira de qualquer
lado, dependendo da sua construção. E dai?
Já disse que como muitos outros eu tratei disso somente como algo curioso, para distrair meus alunos
e esticar seus pensamentos. Um dia durante o intervalo de um seminário no Texas descobri algo novo
sobre “rattleback”.Enquanto falava com um aluno, subitamente senti uma onda de energia fluindo na
parte de trás de meu corpo. Virei-me e nada vi, somente um outro estudante mexendo no rattleback.
Mais uma vez senti aquela energia e voltei-me a tempo de ver o rattleback ainda rodando. Aquilo
desencadeou uma cadeia de idéias e um número de experiências que eventualmente mostraram que a
rotação do rattleback gerava uma forte onda de kimana durante e um pouco além do tempo de rotação.
Numa experiência, usamos uma garrafa de vinho Chablis barato e rodamos o rattleback perto da
garrafa por 3 segundos. Nesse curto período de tempo a garrafa ficou alterada e o vinho ficou com um
gosto envelhecido e mais macio. Mais prática ainda (embora a experiência do vinho não tenha sido tão
ruim) foi a descoberta que prestar atenção a uma rotação do rattleback daria á sua aura uma carga

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saudável juntamente com outros efeitos de energia mencionados acima. Desde então temos obtido os
mesmos efeitos de um giroscópio. Já posso ver que quando isto for conhecido haverá cursos em todo o
país ensinando a “como rodar seu caminho para o sucesso”.
KIMANA GEOMÉTRICA

Tudo é energia vibrando num padrão. O padrão ou sua combinação, determina como a energia se
manifesta, seja como vento, um pássaro ou um humano. Pareceria lógico então, que os padrões mais
básicos ressoassem com as energias mais básicas.Uma maneira de descrever o nosso universo físico é
a combinação de linhas curvas e retas. Não são as linhas em si que criam os padrões, mas a sua junção.
O padrão mais básico de uma linha curva que podemos fazer é um círculo e o padrão mais básico de
uma linha reta que podemos fazer é um triângulo. Isso é bom, você dirá. E mais que bom é realmente
muito útil. Significa que podemos usar simples círculos e triângulos para relaxar nossos músculos, para
estimular nossos sentidos, para dar mais poder para nossos corpos e mentes e aumentar a nossa
capacidade de energia. Como? Olhando para eles, sentando-se neles e pendurando-os em casa. Muitas
pessoas antigas fizeram uso desses padrões como mandalas para olhar, ou tapetes de preces para sentar
ou pendurar nas paredes e quadros para energizar o ambiente. Freqüentemente têm modificado o
desenho em padrões de formas mais complicadas, mas círculos e triângulos ainda são a base.Círculos
geram uma energia que tende a ser mais relaxante e mais condutiva ao pensamento e a meditação.
Você poderá usar círculos feitos de qualquer material, até impressos ou pintados numa superfície.
Acredite ou não uma Hula Hoop (bambolê) é um grande instrumento de meditação. Sentar-se dentro
dela é muito relaxante e benéfico especialmente durante o intervalo de uma atividade muito grande.
Um pedaço de cordão ou corda poderá ser usado mas não é muito fácil formar um círculo com eles.
Ter um círculo por perto para olhar, é também muito útil para contrabalançar a alta atividade e o foco.
Eu uso um suporte de garrafas na minha mesa de computação.Você poderá encontrar um arco em lojas
de hobbies e poderá deitá-lo numa mesa ou no chão ou pendurá-lo. Tente pendurar um grande círculo
numa janela e olhar através dele. Muda toda a experiência de olhar pela janela. Para algo especial
encare por algum tempo um círculo preto, desenhado ou impresso com no mínimo 15 cm. (6 inches)
de diâmetro, num papel branco. Uma vez relaxado suficientemente você começará a sentir um nível
de energia mais alto e verá muitos efeitos visuais incomuns.
O triângulo tende a induzir uma energia de efeito mais estimulante, boa para meditação ou atividades
mentais e físicas mais ativas. Um bom centro de energização portátil, pode ser feito de varas de 89 cm
(35 polegadas), simplesmente formados em um triângulo no chão. Você poderá ficar em pé ou sentar-
se nele, como quiser. Ter um triângulo para ficar em pé ou para olhar, quando você se levanta, lhe
ajudará a acordar mais depressa e ter alguns triângulos pendurados no seu escritório, tornará sua mente
mais aguçada e aumentará a resistência. É importante que você tenha alguns círculos para olhar para
evitar o stress. Lembre-se também que somente ter os objetos circulares ou triangulares ou desenhos,
não será o suficiente para que o efeito seja completo. Você terá que pôr a sua atenção neles, para ter
maiores benefícios.
KIMANA TRIGONOMÉTRICA

O início da década dos 70 viu o começo de uma moda que varreu os E U A como fogo selvagem
durante alguns anos.
Posso imaginar que em todo o país haja sótãos e porões onde pirâmides possam ser encontradas,
ocupando espaço. Tendo vivido essa febre e escrito um livro sobre o assunto fico surpreendido que
somente alguns de meus alunos, hoje em dia, estejam familiarizados com a energia da pirâmide.
Pirâmides, especialmente as baseadas no modelo da Grande Pirâmide do Egito, tendo todos os lados
com comprimentos e ângulos iguais, têm propriedades energéticas que podem ser consideradas
peculiares, se bem que as mesmas propriedades incomuns existam em muitas outras coisas. Afinal de
contas uma pirâmide é um monte de triângulos pendurados juntos. Mesmo assim propriedades como
afiar uma lâmina, preservar alimentos e estimular a parte psíquica e energia física estão entre a
incomum documentação sobre as pirâmides. Na minha opinião a pirâmide age como um capacitor ou

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um condensador intensificando a energia local, independente da explicação de seus efeitos.As duas
melhores maneiras de usar a pirâmide para nossos propósitos de realçar as nossas habilidades e
aumentar nossas próprias capacidades são a de pendurar uma no escritório,brincar, descansar ou
dormir e/ou sentar-se dentro dela numa base regular.
Se você não tiver acesso a uma loja que venda pirâmides para uso pessoal poderá fazer uma. Para
pendurar, corte 4 triângulos com lados iguais (de cartolina ou qualquer outro material) usando uma
base de 30 cm (12 polegadas).Coloque-as lado a lado com a parte de fora para baixo e grude as bordas
juntas.Você terá que montá-la para juntar as duas últimas bordas juntas.Costure, com linha forte,um
botão no topo e estará pronta para pendurar.A pirâmide funciona melhor (sua energia e intensidade são
maiores) se um lado estiver na direção norte magnético.Você pode adicionar uma linha para mantê-la
nessa posição.Quando não há vento a pirâmide estará sempre com um lado virado para o norte.Se você
quiser uma pirâmide para sentar-se,pegue pedaços de cano ou madeira parafusados com mais ou
menos 1,25 cm de diâmetro. Faça um quadrado como base para o chão.Para uma pirâmide de 100 cm
(40 polegadas) as peças deverão ser de 180 cm (6 pés cada uma) . Funcionará melhor quando um dos
lados estiver virado para o norte magnético. Como você já deve ter adivinhado, a estrutura da pirâmide
é tão boa para a energia como uma pirâmide sólida como um painel.
A minha variação favorita da pirâmide é o tetraedro, ás vezes chamado de pirâmide de 3 lados, é feita
realmente com 4 triângulos quando se conta a parte de baixo. É mais bonita e fácil de fazer porque só
requer 3 painéis triangulares com um gancho para pendurar e seis pedaços de cano ou madeira para
fazer um modelo maior para sentar. Devido a menos lados, a base poderá ser menor para ter a mesma
altura. Usando madeira de 1,20 m. (4 pés) de comprimento, parafusos de madeira de 0,70 cm (5/16
pol.) e usando-se o mesmo método básico você poderá construir uma bela cabana para meditação de
1,20m de altura. A vantagem é que um tetraedro não tem que ficar com um dos lados virado para o
norte magnético. É bom em qualquer direção. Algumas pessoas inclusive eu pensamos que é mais
energizante do que a pirâmide.
Pirâmides e tetraedros são expressões tridimensionais do triângulo. Os círculos equivalentes são o
cilindro, a cúpula e o cone. Cones podem ser feitos cortando-se um círculo de um material flexível,
cortando a borda para o centro e depois sobrepondo as pontas até conseguir a forma que desejar.
Experiências indicam que os maiores efeitos de energia vêm de um cone cujo topo forma um ângulo
reto. Ao invés de pendurar o cone ele poderá ser usado como um chapéu (se você não se incomodar
com os comentários). Aliás o chapéu de um bobo pode ter sido originalmente desenhado para tornar
seu dono mais esperto. A pirâmide também poderá ser usada como chapéu mas o cone é mais
confortável e não tem que ser orientado. Experimente e você terá sensações de energia interessantes.
Cúpulas não são caras, e são boas para se viver nelas e para brincar dentro delas. Penso que seja
fascinante que as cúpulas possam ser feitas de triângulos como em cúpulas geodésicas. É uma grande
área de pesquisa de energia. Cilindros canalizam energia considerável. Descobri que um grupo de
cilindros de 10 centímetros de diâmetro faz um ótimo efeito carregando desde que você não se importe
do ter o que se parece com canhões apontando na sua direção. Seria interessante ter os cilindros com
63,5 cm. (25 pol.) de comprimento.
KIMANA DE CRISTAL

Os cristais têm sempre sido objetos de fascinação para a raça humana. Em grande parte isso é devido á
sua durabilidade e cor. Muitos animais, incluindo alguns pássaros, parecem ter um desejo instintivo de
colecionar objetos duros e brilhantes, mesmo quando parecem não servir a nenhum propósito.Há uma
atração pelo mistério e pela beleza de sua estrutura, que desperta a imaginação e curiosidade humanas.
Mais sutilmente e com muita freqüência há o reconhecimento que de alguma forma os cristais parecem
irradiar uma misteriosa força de energia.
De acordo com fontes de autoridade, a definição de cristal é: “um sólido, composto de átomos
arranjados ordenadamente numa ordem repetitiva”. Sete dessas ordens geométricas ou arranjos são
reconhecidas pelos geólogos: triclínico, monoclínico, ortorrômbico, tetragonal, trigonal, hexagonal e
cúbico. O arranjo dos átomos determina qual será a forma eventual do cristal. Os átomos de cloreto de

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sódio (sal de cozinha) têm forma cúbica e com uma lente de aumento se pode ver que se parecem com
pequenos cubos.
Uma outra propriedade dos cristais é que os ângulos das faces do cristal são sempre os mesmos para o
mesmo tipo de cristal. Por exemplo o ângulo da face superior de um cristal de quartzo é sempre cerca
de 52 graus, o mesmo ângulo formado pela base e pelos lados da Grande Pirâmide do Egito.
Os cristais não são todos formados da mesma maneira. Alguns como os diamantes são formados como
resultado de calor intenso e pressão. Outros, como o quartzo, são resultado de uma infiltração lenta e o
endurecimento dos materiais em solução. Devido á acumulação do material, o quartzo poderá crescer
bastante, mas ninguém sabe que forças causam o seu crescimento em várias direções. Um grupo de
cristais de quartzo crescendo da matriz (a fonte rochosa) tem a aparência de uma explosão congelada.
Um dos aspectos mais atraentes dos cristais é a sua cor e as variações possíveis são infinitas.A cor nos
cristais é causada por pequenas quantidades de “impurezas", substâncias que não fazem parte da
composição do cristal. O óxido de cromo titânio, o óxido de níquel, o ferro e o manganês são algumas
das impurezas que dão cor ao cristal. É importante notar que a cor que nós vemos num cristal é aquela
refletida por dele. As cores que nós vemos foram absorvidas pelo cristal, aparentemente, como
resultado das impurezas. Lembre-se disto. Porque as impurezas produzem a cor , muitas vezes damos
nomes diferentes a cristais que são feitos da mesma substância. Por exemplo: o rubi, a safira e o
topázio são todos feitos de óxido de alumínio e a opalina, a ágata, a ametista, o citrino e o quartzo claro
são todos feitos de óxido de silício.
Uma das propriedades interessantes e importantes de alguns cristais é de sob certas condições
emitirem luz. Em alguns isto acontece quando, estimulados pela luz ultravioleta. A propriedade é
chamada de fluorescência. Também ocorre quando tais cristais são expostos á luz do dia que contém
raios ultravioleta, mas a luz estimulada é tão fraca comparada com a luz normal refletida, que,
geralmente, não pode ser vista. No escuro quando exposto a raios ultravioleta artificialmente gerados,
os cristais que parecem cinzas e opacos na luz do dia, poderão mudar dramaticamente para outra cor.
Estas cores são causadas por pequenas quantidades de impurezas chamadas “ativadores”. Alguns dos
ativadores mais comuns são cromo, cobre, ouro, chumbo, manganês, prata, estrôncio e zinco. As cores
brilhantes que são vistas não são causadas pela reflexão da luz ultravioleta, que é invisível para nossos
olhos. A luz ultravioleta estimula os ativadores para que eles emitam sua própria luz. Na maioria dos
cristais fluorescentes a emissão de luz ocorre somente enquanto os ativadores estiverem sendo
bombardeados pelos raios ultravioletas. Quando esse bombardeamento pára o mesmo acontece com a
fluorescência. Alguns cristais contudo, tem uma propriedade chamada de ”fosforescência” que
significa que continuarão a emitir sua luz própria por algum tempo, mesmo após a remoção da fonte de
ultravioleta. Entre eles estão os diamantes, os rubis e os gypsum. Um diamante estimulado com luz
ultravioleta e a seguir fotografado, produzirá uma imagem do radiante campo de energia que o cerca,
causado pela estimulação. Sendo objetos muito densos e sólidos os cristais podem ser carregados a um
grau considerável de energia térmica, que eles podem irradiar por um bom tempo. É por isso que desde
tempos antigos, pedras aquecidas têm sido usadas para dar conforto, curar e cozinhar.Em uma festa
tradicional havaiana, carne e vegetais ainda se cozinham assim. A energia leve pode também ser
transformada em energia térmica por cristais escuros que absorvem a luz e irradiam-na como calor.
Alguns cristais têm propriedades elétricas. O quartzo e a turmalina por exemplo, têm o que chamamos
de efeito “piezelétrico”. Quando comprimidos ou flexionados de certa forma geram corrente elétrica. A
energia da pressão é transformada em energia elétrica. A energia da pressão no quartzo pode também
ser transformada em luz e fogo. Esfregue alguns quartzos claros rapidamente no escuro, e eles se
encherão de luz e brilharão. Provavelmente soltarão faíscas, o que não é surpreendente, desde que o
quartzo é uma forma de pedra. Além disso o dióxido de silício é freqüentemente usado em lâminas
finas para células solares, onde a luz é transformada diretamente em eletricidade. Alguns cristais
metálicos como os de cobre, prata e ouro são particularmente bons transferindo ou “refletindo”
energia elétrica que é convertida em calor e luz.
Lodestone ou magnetita não possuí um octaedro (dupla pirâmide) ou modelo em forma de cristal, é
um material com base no ferro, que misteriosamente, irradia incessante energia magnética.Outras

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formas de ferro como a hematita não têm esta propriedade, mas podem ser magnetizadas, isto é,
carregadas com energia magnética por vários períodos de tempo. O cobre irradia o magnetismo
somente enquanto houver energia elétrica passando através dele e nisto, lembra os materiais
fluorescentes estimulados pela luz ultravioleta.
Não acredite quando lhe disserem que os cristais não têm energia.Eles podem absorve-la,gera-
la,irradia-la e/ou converte-la em outras formas de energia. Kimana parece estar presente quando
qualquer outra energia estiver presente e também faz parte do complexo da energia do cristal. Darei
agora algumas informações práticas para usar os cristais no trabalho xamanico (use o cristal que
quiser).
1 - Os cristais tem energia própria e podem ser carregados com a sua energia. Uma maneira potente de
carregar um cristal é fazer Kahi nele. Eu sugiro colocar uma das mãos (a esquerda seria a melhor) na
sua coroa ou umbigo segurar o cristal na outra mão e focalizar em ambas mãos por algum tempo.Você
poderá manter a sua mente numa certa qualidade ou característica ao mesmo tempo para “programar”
o cristal. A quantidade de tempo que uma carga levará depende de muitos fatores para se poder
responder (o grau de seu foco, espécie do cristal, a sua origem, o ambiente, etc.). Você poderia fazer 2
cristais ao mesmo tempo segurando um em cada mão. A vantagem em carregar um cristal assim é que
você também se carrega.
2 - Outras maneiras diferentes de carregar um cristal é olhar bem para ele como você olharia para uma
chama. Grude-o na sua testa enquanto dorme para meditar ou trabalhar, descanse ou medite num
triângulo ou num círculo de cristais (os cristais fazem um bom círculo) . Segure num cristal com
consciência do que está segurando e como você o sente. Usar um cristal não o carregará muito a não
ser que você preste atenção a ele.
3 - Esteja alerta de que você poderá ficar sobrecarregado com a energia de um cristal. Os sintomas são
os de uma condição qualquer de alto stress e tensão. Uma vez numa conferencia,uma amiga minha,
que tinha um stand de cristais procurou-me, muito estressada. Apliquei Kahi e relaxei-a, mas ela
voltou, novamente estressada, pouco tempo depois. Desta vez fui até o seu stand e descobri que ela
havia alinhado na sua frente os cristais. Era demais para ela junto com toda a energia da conferencia.
Espalhei os cristais em várias direções e seus sintomas desapareceram. Se você estiver “nervoso de
cristais”, tente uma massagem, um banho, um chuveiro ou um gerador de íons negativos. Quando você
tiver mais habilidade como xamã poderá mudar o padrão.
4 - Seu Kahi ou qualquer trabalho de cura poderá ser realçado segurando cristais em suas mãos
enquanto você focaliza ou também, tendo cristais espalhados em sua volta enquanto você faz a cura.
5 – A não ser que você goste,não é necessário “clarear” ou “limpar” os cristais após a cura ou se
alguém tocar neles. Qualquer ritual de limpeza é feito para o seu próprio beneficio, não porque a aura
de alguém “impuro” entrou em contacto com eles. Devido ao Segundo Princípio todos no Universo
estão tocando seus cristais neste momento inclusive alguns estranhos seres de Arcturus. Não importa
se você goste ou não, independe do que você faça. Um ritual simples para fazer Ku sentir-se melhor é
abençoar a água, mergulhar nela seu cristal e secá-lo.
KIMANA ORGONE

“Orgone” é o nome dado por Wilhelm Reich, para a energia fundamental que estávamos discutindo.
Reich foi um colega de Freud até se separarem. Ele fez a maior parte da sua pesquisa sobre energia nos
anos 40 e 50.
Quando retornei aos E.U.A. em 1971, de minha longa viagem para o oeste da África, encontrei as
últimas informações sobre a energia da pirâmide e comecei um extenso programa de pesquisas. Em
1972, como parte de um projeto completamente diferente, estava estudando os trabalhos de Wilhelm
Reich. Logo se tornou claro que a energia orgone de Reich tinha muito em comum com a energia da
pirâmide e que ambas tinham muito em comum com a Kimana. Uma das primeiras coisas que atraiu
minha atenção foi o relatório de Reich sobre os efeitos de desidratação do orgone, porque eu estava
atingindo o mesmo efeito com as pirâmides. Mas a primeira experiência tinha a ver com giletes
(laminas).O fato que as pirâmides poderiam induzir um efeito afiador nas giletes (laminas) era

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conhecido e facilmente demonstrável; então questionei se o instrumento orgone seria capaz de afiá-las
também. Isto foi exatamente o que ocorreu quando fiz o primeiro instrumento de orgone – uma
embalagem de sabão plástica, recoberta por uma folha de alumínio, onde guardei uma gilete. Depois
demonstrei que a energia da pirâmide e do orgone eram idênticas, pois nas experiências em que os
princípios de cada uma foram usados, os efeitos também eram idênticos. Daí para frente, foi só um
caso de refinamento e aprendizado de como aumentar os efeitos.
O primeiro instrumento orgone de Reich, também chamado de acumulador ou “oraccu” era uma
simples caixa de metal. Mais tarde ele descobriu que a intensidade da energia poderia ser aumentada
cobrindo a parte de fora da caixa com algum material orgânico como o cellotex. Daí ele derivou a
teoria de que orgone era lentamente absorvido pelo material orgânico e rapidamente absorvido e
expelido pelo metal. Mais tarde descobriu que a energia poderia ser intensificada ainda mais
alternando camadas de material orgânico e inorgânico. Seu instrumento mais poderoso era uma caixa
com 20 camadas em todos os 6 lados mas para a maioria dos propósitos ele usou somente 3 camadas.
Seu metal favorito era o aço na forma de lâminas (folhas) ou lã de metal (bombril), mas ele fez uma
experiência com cobre e alumínio. Como material orgânico ele preferia o celotex ou lã, mas
estranhamente, descobriu que o vidro também funcionava. Num de seus livros ele mencionou a
possibilidade que plástico também poderia servir.
Decidi usar plástico, como material orgânico porque era barato e disponível em grande variedade.
Seguindo a teoria de Reich comecei a usar caixas de plástico forradas com alumínio ou cobre e elas
eram bem sucedidas. Através da experiência descobri que a energia passava diretamente através de
uma cobertura de plástico e esse foi o meu primeiro instrumento comercial. A “Amazing Manabox” (A
incrível caixa de Mana) tinha nascido. Uma pequena caixa de plástico acrílico, forrada em 5 lados
com cobre. Era conveniente para carregar e tinha a vantagem de permitir colocar objetos em cima para
carregar. Naquele tempo, eu ainda pensava que a energia tinha que ser absorvida pelo plástico e
expelida pelo metal. Entretanto um dia meu filho mais novo me disse que sentia mais energia no
fundo da caixa onde o plástico era coberto com cobre. Quando isto foi confirmado eu tive uma
revelação. Tendo tido algum conhecimento em eletrônica, percebi que nós tínhamos uma forma de
capacitor e estávamos lidando com efeitos elétricos e dielétricos e não orgânicos e inorgânicos. A
consideração mais importante para os materiais era sua qualidade isoladora ou condutora e não a sua
origem. Por isso é que o vidro funcionou tão bem quanto os materiais orgânicos usados por Reich.
Com essa idéia, embarcamos numa nova série de experimentos que resultaram no “Manaplate” (chapa
de Mana) num formato ainda mais conveniente do que a Manabox. O Manaplate original consistia
num sanduíche de uma folha de cobre entre 2 folhas de acrílico ou estireno. Alguns modelos
consistiam em até 4 camadas ou sanduíches. O instrumento radiava energia de ambos os lados e era do
tamanho de um cartão indicador. Descobrimos que o efeito aparecia quando um condutor e um
isolador eram colocados juntos, e quanto melhor conduzidos ou insulados, melhor o efeito.Também
diferente dos capacitores em rádios e tais não importava qual ficaria por fora ou por dentro do
sanduíche.Eventualmente, descobrimos que uma camada extremamente fina de metal, combinada com
um bom isolador daria um efeito de energia excelente. O próximo modelo de Manaplate, foi uma folha
de estireno coberto com um filme muito fino de alumínio puro colocado aí por um processo industrial.
O instrumento resultante era leve, fino e dava um forte campo de energia. E poderia ser feito em
vários tamanhos. Infelizmente, o processo era muito caro e procuramos um novo isolador. Isto veio em
forma de resina plástica e assim o primeiro Manabloc nasceu. Era uma pequena caixa, de mais ou
menos de 2 polegadas, quadrada, cheia de resina em que embebemos uma pequena folha de cobre ou
alumínio. O efeito da energia foi muito bom e tinha um tamanho conveniente, embora fosse mais
pesada do que a Manaplate anterior.Duas outras descobertas importantes nos levaram a aperfeiçoar
mais. Para decorar a parte de cima da Manabloc, usamos um pedaço de difração gravada, também
conhecida como “folha de laser” (laser foil). Esta é uma folha muito fina de alumínio que foi gravada
com dez mil linhas para cada polegada quadrada ou mais, e depois coberta com uma fina folha de
plástico claro ou colorido.Não era uma decoração, nós descobrimos que tinha um efeito de energia
própria, quando colocada sobre o estireno. Por volta desta época, também experimentamos com o

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efeito da energia de padrões de duas dimensões como variações do círculo e do triângulo. Primeiro,
usamos um símbolo concêntrico na base de resina da Manabloc e isso aumentou bastante a saída de
energia. A seguir descobrimos que o símbolo funcionava mesmo estando coberto. Produzimos muitas
variações desde então, baseadas no modelo capacitor que hoje chamamos de Amazing Magazines,
independente da forma ou do tamanho. Enquanto esse tem grande força de potencia da energia e é tão
pequeno quanto um cartão de crédito ou fino como um disco de 2 polegadas, não pense que você
precisa comprar alguma coisa para ter a sua própria fonte de orgone Kimana. Aqui estão, algumas
maneiras simples e baratas de fazer seus próprios instrumentos para a cura e aumento da sua própria
capacidade da energia.
1 - Para um instrumento de emergência a ser usado em cortes, escoriações, sofrimentos e dores, ponha
uma folha do 1 pé quadrado(30 x 30 cm) de filme plástico em uma folha da alumínio de 1 pé quadrado
e faça com isso uma bola ou uma almofada. Você poderá sentir um efeito de calor ao fazer isto. O
instrumento de muitas camadas resultante terá uma potencia melhor de energia que muitos cristais e
poderá ser convenientemente colocado ou grudado em qualquer lugar do corpo.
2 - Pegue qualquer recipiente de plástico e encha-o com folha de alumínio ou lã de alumínio
(bombril). Os ovos nas quais meias são embaladas, são ótimos para isto, bem como ovos de páscoa de
plástico, vazios. Como variação ou adição, cubra qualquer recipiente de plástico com folha laser.
3 - Encha tubos de cobre ou alumínio com grãos de stiropor, usados para empacotar. O stiropor é um
ótimo isolador e faz um ótimo instrumento. Qualquer coisa anodizada, como alumínio anodizado,
também gerará bem, porque anodízar é aplicar uma camada fina de óxido ao metal,e os óxidos são
isoladores. Muitos instrumentos comercializados usam isto.
4 - Teoricamente desde que o vidro é isolador e a água condutora, um copo com água deverá ser um
bom instrumento de energia, Especialmente quando tal capacitor é carregado com uma energia de
outra fonte como o sol, suas mãos ou outro instrumento de energia. As plantas também gostam muito
disso.
Agora, você tem o conhecimento e os meios de aumentar o seu poder e fazer da informação no
próximo capítulo ainda mais valorosa para a sua arte xamanica.

A NONA AVENTURA
DA PAZ INTERIOR Á PAZ EXTERIOR

E waikahi ka pono i manalo.


(É bom estar unido em pensamento para que tudo possa ter paz).

Os xamãs e os místicos usam uma técnica parecida para treinar e focalizar a mente para diferentes
propósitos.É o que se chama de meditação, que significa atenção focalizada em algo continuamente. A
técnica básica independentemente de cultura, filosofia, intenção ou estilo é usar a mente consciente
para manter atenção num alcance de experiência até que uma mudança ocorra dentro ou fora da pessoa
ou ambos. Os seres humanos inventaram maneiras e estilos diferentes de meditar baseados nos
sentidos físicos ou mentais incluindo a visualização, a respiração, cantar, falar, sussurrar, mover-se,
escutar, tocar, olhar, etc. Todos têm o propósito de focalizar a atenção até que algo aconteça.
Logicamente não há limites difíceis ou rápidos mas falando de maneira geral, a meta do místico é a
iluminação. Uma expansão da mente e do espírito que produz um sentido de unidade com o universo e
que aumenta a conscientização e o entendimento. Para o místico o fenômeno e os poderes intuitivos ou
psíquicos bem como o relaxamento físico e a cura da mente e do corpo são conseqüências que são ás
vezes benéficas, outras vezes, dispersivas. Outros benefícios como relacionamentos melhores,
efetividade na melhoria financeira e influência curativa no ambiente são consideradas conseqüências.
Se acontecerem será ótimo, se não, está bem assim mesmo. Por outro lado o uso da meditação ou
contemplação do xamã é orientado para benefícios práticos neste mundo e se a iluminação acontecer

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será muito agradável. Unidade com o Universo é muito bom mas será que poderá ajudar a ter um
corpo mais saudável, ser um amigo melhor, pagar contas ou aumentar a paz mundial? Se puder siga-a.
Se não, aproveite-a quando acontecer mas não vá atrás dela.
Os xamãs e os místicos concordam que alguns fenômenos que se manifestam
na prática da meditação são meras distrações. Uma estória muito conhecida é sobre um
mestre Zen, Dogen. Quando um de seus alunos lhe contou que durante a meditação
tinha tido uma visão de Buda dentro de uma luz branca brilhante, Dogen lhe
respondeu: “Que bom! Se você se concentrar na sua respiração ele desaparecerá!”. A
resposta de um xamã poderia ser: “Bem, o que você fez com isso?” Não há virtude em
ter visões a não ser que você possa fazer uso delas.
Nas secções que seguem vou apresenta-lo a uma forma xamãnica especial de meditação chamada
Nalu. Esta palavra significa “formar ondas”, uma metáfora para irradiar padrões de pensamento bem
como “meditar”. Através de suas raízes a palavra significa "união pacífica” ou “um estado de
unidade”, com conotações de um relacionamento de cooperação mais do que a unidade de Kulike. A
palavra Huna, o nome da filosofia sendo apresentada neste livro tem uma tradução de raiz idêntica a
Nalu o que não é uma coincidência. Eu prefiro a palavra contemplação ao invés de meditação para
Nalu, porque a essência da técnica é gentil, sem esforço, descansando a atenção e a conscientização.
Em Nalu você não fará nada forçado. Você só olha, escuta e/ou sente. Os efeitos benéficos acontecem
por si mesmos porque a atenção contínua une o seu padrão ao padrão daquilo que você está
focalizando. O que faz Nalu tão fascinante é a variedade de efeitos que ocorrem dependendo da sua
área de foco.
A energia flui para onde a atenção está. O Terceiro Princípio diz que quando a energia flui para um
certo padrão que está sendo focalizado o mesmo será energizado. Um padrão energizado tem que
mudar, assim como gelo energizado se transforma em água ou água energizada se transforma em
energia e vapor. Ou expande numa grande versão de si mesmo ou muda em outra coisa completamente
diferente. Se a atenção for neutra ou positiva a mudança será positiva. Um padrão positivo que seja
benéfico e aumente o crescimento se tornará ainda mais positivo; um padrão negativo que seja
prejudicial e impeça o crescimento se transformará num mais negativo .
A maioria das práticas de meditação nos ensinará a lutar para obter um foco neutro (algumas exceções
podem ser encontradas no cristianismo e no sufismo) como meios de conseguir superar seus desejos
pessoais. Afirmo ser benéfico ter um foco neutro porque o Universo é basicamente positivo.Energizar
qualquer parte dele de forma neutra aumenta a positividade automaticamente.
É necessário mencionar entretanto que não há nenhuma verdadeira meditação mística neutra porque a
intenção positiva da meditação em si influencia o foco. Como técnica xamanica de Nalu você não
tentará ser neutro nem emocional. A atitude certa enquanto fizer isto é de calma expectativa positiva,
como você teria antes de ouvir uma peça musical favorita que será executada por um novo talento
artístico. Você espera que seja diferente e boa. Este tipo de atitude aumenta os benefícios recebidos na
prática de Nalu.
Esses benefícios vêm de várias maneiras. Ocorrem geralmente através do relaxamento porque a
atenção não está nas memórias e preocupações que tendem a aumentar a tensão. E como o relaxamento
geralmente leva á cura, mais energia e grande clareza mental ocorrem. Não importa qual seja o foco
para que você receba os benefícios. A inspiração e as soluções para os problemas que não tenham
relação com o foco geralmente são resolvidas. Isto se deve principalmente ao efeito do relaxamento e a
intenção prévia ou desejo.Devido á união dos padrões, a inspiração e o conhecimento sobre o objeto do
foco virão á tona (consciência). E com a continuidade do foco guiado pela sua expectativa Ku sem
fazer esforço, irá aprender qualidades e características do sujeito do foco devido á sua habilidade
natural de imitar. É simplesmente focalizando que você será capaz de dar ou tirar o poder de qualquer
coisa que você escolha. Finalmente, a sua intenção consciente á união pacífica que Nalu produz em
você, irradiará e influenciará os seus relacionamentos igualmente. O propósito que você deve manter
em sua mente é que você está fazendo esta prática para mudar a si mesmo ou uma situação para
melhor. Após uma certa prática Nalu como qualquer outra maneira de contemplação ou meditação

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pode se tornar muito agradável como um grande processo. Quando você começar a praticá-la só pelo
prazer que lhe traz e não puder praticá-la e sentir-se aborrecido ou desconfortável, você já se viciou,
assim como um alcoólatra ou um drogado ou um fanático em Cooper. Os místicos e os xamãs
concordam que a mente consciente precisa permanecer o guia e diretor do processo para não perde-lo
de vista. Quando o processo estiver lhe controlando você se tornou um escravo. Se você for se viciar a
meditação é mais barata do que o álcool, ou drogas e não dói tanto como correr (Cooper) nem faz mal
aos outros.
Algumas pessoas ainda equacionam meditação com deixar a mente vazia e há professores que ainda
encorajam essa besteira. É possível treinar para ter uma mente vazia e é possível também treinar
dormir numa cama de pregos. A única maneira de deixar a sua mente vazia é ensinar a si mesmo
excluir qualquer conscientização o que derrota o propósito da meditação. A intenção dos que sugeriram
um vazio da mente como um estado certo, tem sido mal entendida. É possível que o estado que se
queria seja o de uma mente quieta e receptiva sem conversas mentais, comentários ou pensamento
ativo. Estar consciente de algo sem pensar nesse algo seria para muitos como o vazio. Alguns tipos de
meditação encorajam períodos momentâneos de vazio sugerindo que estes são os momentos para se
alcançar estados mais altos. Minha própria experiência comigo mesmo e com outros sugere, que estes
pontos vazios, são períodos de inconsciência causados pelo stress ou por um foco pobre. Nunca
conheci alguém que tirasse um benefício prático deles. Em Nalu é especialmente importante manter a
consciência. Se você não o fizer, perdoe-se e pratique mais.
A meditação é considerada uma disciplina, uma prática com a qual você deve se comprometer se
quiser obter benefícios. De uma certa forma é verdade e de outra é errada. Há dois aspectos para a
meditação: O propósito e o processo. Se você se comprometer com o processo (cânticos, mantras ou
encarando uma flor) é possível receber os benefícios conseqüentes da meditação (relaxamento etc.)
sem necessariamente fazer nenhuma outra mudança em sua vida. Ou essas mudanças ocorrerão após
longos períodos fazendo esse processo. Nesse caso o processo pode ou não ser um fator crítico na
mudança. Afinal de contas, meditação é somente um foco de atenção, e o processo é somente um
padrão que pode se tornar um hábito. Se você o repetir várias vezes, tornar-se-á agradável faze-lo
mesmo que tenha sido difícil de aprender.
Você pode se treinar a meditar em qualquer coisa e tirar prazer e beneficio disso após ter estabelecido
um novo padrão de hábito. Mas desde que a energia segue a atenção, e a atenção segue o interesse
você vai achar muito mais fácil meditar sobre algo que lhe interesse e todos os benefícios serão mais
rápidos. Aqui entra o propósito. A disciplina e o compromisso na meditação serão mais fáceis e mais
naturais se você se comprometer a um propósito e usar o processo como um instrumento para atingi-lo.
Nessa luz só faz sentido escolher o processo que esteja mais próximo do seu propósito como um xamã
urbano.
Mais uma coisa, embora geralmente pensem que a meditação se faz uma ou duas vezes ao dia por um
certo tempo Nalu não é tão restrita. Pode-se faze-la desse jeito se quiser mas também se pode praticá-la
o dia todo ou com intervalos freqüentes. Enquanto estava escrevendo este capítulo recebi um chamado
de um de meus amigos xamãs que tem praticado um Nalu de idéias (que serão descritas abaixo) nos
últimos 2 meses. Com a prática diária ele alcançou um ponto de faze-la 300 vezes por dia por 10
segundos cada vez, e disse que tem mais habilidade no momento presente, mais energia, mais sintonia
consigo mesmo e com o mundo e uma grande capacidade de resolver problemas.
Os seguintes exemplos de Nalu são sugestões que poderão ser modificadas, combinadas, adicionadas
ou dispensadas como você desejar.
NALU DA VISÃO

Na segunda aventura deste livro, eu lhes dei um exercício, para entrar em contacto direto com Kane.
Se você se lembra, era para pensar em algo lindo. Aquilo era na realidade um exercício Nalu usando a
visão interior. Quando você criar algo bonito em sua mente já existe uma expectativa positiva
embutida nela. Conforme você continuar nesse foco seu corpo relaxará sua energia fluirá e Ku tornar-
se-á mais bonito.

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Na técnica de fazer Nalu com o sentido da visão, seja ela interior ou exterior, primeiramente você
estabelecerá uma moldura de trabalho intencional e então observará o sujeito dentro dessa moldura,
mantendo a sua atenção (consciência) aberta para qualquer coisa que aconteça sem julgar, enquanto
mantiver o foco pelo período de tempo que tenha decidido. Quando por exemplo você observa a
beleza de alguma coisa, a beleza é a moldura intencional. Age como um filtro para ajudar a aguçar o
seu foco e definir os efeitos que você experimentará. Quando você observa, presta atenção à forma,
tamanho, cor, desenho e ambiente (o cenário ou relacionamento do sujeito ao seu ambiente). Manter a
sua atenção (consciência) aberta significa a permissão de pensamentos, idéias e sentimentos
relacionados ao sujeito, tornarem-se conscientes e fluir.
Já que você está praticando ser um xamã urbano e não um místico sinta-se livre de tomar notas se
algo de bom aparecer. Não ter julgamento, é difícil mas significa permitir que as idéias negativas
venham á tona e fluam se isso acontecer, ou permitir que aconteça sem que você fique com raiva ou
aborrecido ou desencorajado. Neste ponto é de muita ajuda lembrar-se do seu propósito (se você não
estiver certo dele, comece de novo). Para manter o seu foco você usa o seu Lono. Assim que você
começar a focalizar em Nalu você poderá descobrir o quão pouco você sabe a respeito do seu foco.
Consciente e intencionalmente manter a sua mente em uma coisa por um curto período de tempo (para
algumas pessoas, 10 segundos é um período de tempo) é uma habilidade rara na qual Nalu é designado
a treina-lo. É fácil manter a sua atenção em alguma coisa excitante, interessante, habitual ou
importante. É que para a maioria das pessoas focalizar a mente não é nem
excitante,interessante,habitual ou importante. Bem, Nalu não será excitante a não ser que você esteja
focalizando em algo que você considera excitante; será interessante se você mantiver uma expectativa
positiva e uma consciência aberta; não será habitual, até que você estabeleça o hábito;será importante
somente quando o que você estiver usando for importante para você. Na Nalu da visão você manterá
seu foco mantendo a sua atenção no sujeito e gentilmente trazendo sua atenção de volta cada vez que
ela fugir.Se você tiver uma interferência verbal enquanto estiver olhando para algo não se preocupe.
Use as palavras para ajuda-lo a manter seu foco.Uma maneira é usar palavras para descrever a
aparência ou as qualidades do sujeito para si mesmo. Isto manterá a sua parte verbal ocupada e útil ao
mesmo tempo. Eventualmente conforme você relaxa mais as palavras desaparecerão e você estará só
com o sujeito aprendendo mais do que você pode imaginar num nível de Ku.
Aqui estão algumas sugestões. Para melhor efeito faça cada uma com o mesmo sujeito por pelo menos
uma semana por vez.

- Faça Nalu visual com alguma coisa relativamente pequena que você considera bonita como um
objeto de arte, uma jóia, uma flor ou um cristal. Simplesmente olhe para ele, mas olhe detalhadamente.
Mantenha a sua atenção sobre o que há de bonito nele e esteja aberto a novas descobertas. Mexa nele
se desejar para olhar para as suas partes diferentes, mas não o segure. De vez em quando feche os
olhos e veja o mesmo objeto em sua mente, tão detalhadamente quanto for possível. Você estará
fazendo isto para treinar a sua mente focalizar á vontade, para aumentar a sua atenção sobre a beleza e
aumentar a beleza e a harmonia em você mesmo/a.

- Faça Nalu visual com alguma coisa que você não considera bonito só para procurar a beleza. Você
poderá usar alguma coisa comum como um utensílio de cozinha, uma peça de porcelana, uma
ferramenta ou se for audacioso, tente com tocos de cigarro ou uma desordem. É uma ótima Nalu, não a
dispense. Uma das melhores experiências da harmonia espiritual que eu tive veio de fazer Nalu com
dois copos de papel num Shopping Center em Santa Mônica na Califórnia.

- Faça Nalu visual num ambiente familiar, numa parte desse ambiente, digamos um canto, uma parede
ou uma peça de mobília. Abra a sua consciência para alguma coisa aí que você nunca havia notado
antes, não importa quanto insignificante lhe pareça. Se você pensa que não há nada de novo nisso para
prestar a atenção pode usar esta Nalu. A suposição da mesma coisa limita severamente nosso
crescimento de várias maneiras. O mundo do sonho é recriado diariamente e nunca é o mesmo. Isto é

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uma boa Nalu para aprender como se ligar profundamente a algo familiar para estabelecer uma
comunicação intuitiva. Eu a usei para encontrar coisas num escritório desarrumado, saber o que fazer
quando o meu computador Jonathan começa a se comportar mal,a falar com os animais domésticos e a
estabelecer um relacionamento melhor com amigos e clientes.

- Faça Nalu visual fora com a intenção de descobrir alguma coisa nova sobre a natureza que você não
tenha notado antes. Fique atento aos efeitos visuais da vegetação, árvores, solo, água, nuvens,
pássaros, animais, etc. Escolha uma área restrita para o seu foco como uma única planta ou num
grupo de plantas ou nas nuvens numa parte do céu ou num animal. A coisa nova que você aprender não
precisa ser drástica, somente nova. Isto não só aumenta a sua apreciação da natureza mas também
provê associações ricas entre a natureza e a sua vida e aumenta a sua conscientização dos padrões
naturais e artificiais do ambiente. Eu usei esta Nalu, uma vez e encontrei um par de óculos com aro de
ferro que alguém havia perdido nas selvas do Taiti.

- Faça Nalu visual no mundo em seu redor dentro de uma moldura de sonho. Isto é olhe para o mundo
como se realmente fosse um sonho, uma projeção da sua própria consciência e não uma coisa separada
com objetos sólidos.Para muitas pessoas esta é uma das Nalus mais perturbadoras porque quando o
padrão da sua relação habitual com o mundo começar a mudar poderão ocorrer alguns efeitos
particulares. Lembre-se de que se você não gostar, simplesmente pare de fazê-la. Alguns acharão que
ela abre uma aventura sem par e eu a tenho usado para descobrir outras dimensões ou sonhos no meio
desta que me deram um grande alcance de ação nos meus empreendimentos.

- Faça uma Nalu visual em um símbolo, quadro ou objeto relacionado com alguma meta ou projeto.
Mantendo o foco no sujeito, seus padrões se juntarão e mudarão. O efeito visual é que inicialmente
você começará a ter um fluxo de idéias velhas e novas sobre o sujeito. Se houver tensão para começar
no seu relacionamento com o sujeito ou com o que ele representa seu corpo poderá expressar essa
tensão por um pouco, mas com a continuação do foco haverá um alívio e um novo padrão de
relacionamento. Esta é uma boa Nalu para clarear relacionamentos com pessoas, lugares, dinheiro,
sucesso ou qualquer meta orientada de empreendimento bem como estimular o fluxo de idéias criativas
em relação a isso. Muitas pessoas estão fazendo isto sem perceber enquanto estão estudando,
planejando ou trabalhando. A terceira coisa que esta Nalu faz é criar uma ressonância que começa a
atrair o equivalente mais parecido com aquilo que você está focalizando. Foi por isso que meu amigo
me chamou para me falar sobre a sua meditação enquanto eu estava trabalhando neste capitulo. É o
Terceiro Princípio funcionando novamente.

- Uma variação da Nalu anterior, é focalizar um símbolo, um quadro ou um objeto relacionado com
algum problema em sua vida. Isto poderá aborrecer muitas pessoas que dirão que não querem dar
energia a seus problemas focalizando nele, mas um foco Nalu é diferente. Quando você focaliza num
problema com uma atitude calma e uma expectativa positiva e o não julgamento, o problema muda
porque você muda. Você poderá ter visões diferentes ou realizações sobre ele ou condições
circundantes, o problema poderá mudar sem o seu conhecimento ou esforço consciente mas algo
mudará. Nós dizemos constantemente que é mais fácil resolver um problema se você fazer primeiro as
pazes com ele isto é o que Nalu o ajudará a fazer.

- Faça uma Nalu na sua visão periférica. Escolha alguma coisa no seu ambiente imediato para
centralizar a sua atenção e mude a atenção para a sua visão periférica, uma que seja visual, nas bordas
da sua visão, sem mover os olhos. Deixe sua atenção vagar em volta das bordas da visão e não mova
seus olhos, se conseguir. Sugiro não mais do que 5 minutos por vez para começar, e lembre-se de
piscar. Adicional aos benefícios meditativos o propósito desta Nalu é o de relaxar seus olhos, mudar
alguns hábitos mentais e expandir a sua visão.Muitas pessoas,na cultura ocidental, crescem fazendo
um esforço excessivo para ver as coisas claramente, tentando com esforço demasiado ver o que outros

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lhes disseram para ver tentando com muito esforço focalizar com seus olhos ao invés de com a sua
atenção, ou tentando arduamente não ver o que não devesse ver ou aquilo que temem. O resultado é
em geral uma visão do padrão rígida que beira numa visão de túnel e coloca muito esforço nos
músculos dos olhos. Como a memória é arquivada em padrões de movimento e posição dos músculos,
os padrões de visão limitada podem estar associados á supressão da memória ou obsessão da memória
(quando você não pode tirar uma lembrança de sua mente).Como a maior parte das pessoas não foi
treinada para usar suas mentes eficientemente, elas tendem a usar o seu corpo para fazer coisas que a
mente deveria fazer (como quando você tenta empurrar uma bola num buraco ou numa cesta com seu
corpo, mesmo após ela já estar a caminho). Freqüentemente usam seus olhos, inconscientemente, para
empurrar, puxar ou manter no lugar.
Além de ajudar a aliviar a tensão produzida por tais fatores esta Nalu abre a sua visão de duas maneiras
curiosas. Primeiro você poderá começar a enxergar melhor à sua volta. Não é incomum que pessoas
que fazem esta Nalu possam ver atrás de si. Em segundo lugar você poderá começar a ver coisas que
pessoas olhando normalmente, vão dizer que não está lá, como movimento, ondas de energia, objetos
ou figuras. Se você tiver esta experiência ela é real. Você não precisa descobrir o que, e o porque está
lá, ou se há algo de errado com você porque ninguém mais pode ver, só você. Não mais do que se você
visse um animal selvagem na floresta que ninguém mais visse. Simplesmente aproveite o fato do tê-lo
visto.

- Faça Nalu visual, em forma-pensamento. Isto nos coloca num alcance diferente de conscientização.
Em termos comuns, estou sugerindo é que você crie de propósito uma alucinação, mas em termos
esotéricos estou sugerindo que você exteriorize um pensamento. Em termos xamanicos, você
imaginará alguma coisa no seu ambiente imediato tão vívida e realísticamente, quanto puder e observe-
o como se fosse real, como tudo o mais em sua volta. Seu sujeito imaginário poderá ser alguma coisa
bonita,que seja útil,que represente uma meta ou um problema. Você obterá os mesmos efeitos das
Nalus anteriores e além disso será um ótimo treinamento para a sua imaginação. Um benefício extra é
a conveniência. Você poderá carregar uma forma-pensamento com você para qualquer lugar.

NALU DO SOM

Ao nosso redor há som o tempo todo. Simplesmente porque existe ar ou água á nossa volta o tempo
todo, não ouvimos a maioria dos sons porque são muito baixos ou muito altos, ou porque não estamos
focalizados neles. O som é energia e a energia nos influencia de acordo com a sua natureza ou nosso
estado de espírito ou outro. Mas o som de que estamos conscientes nos influencia mais do que o que
está fora do nosso alcance de consciência ou atenção. A exceção é claro seria um som de tal energia e
amplitude que perturbaria as nossas funções corporais quer o escutássemos ou não. Mesmo que
estejamos mais preocupados com sons, como palavras e música, dentro mais ou menos do nosso
alcance de percepção normal, iremos incluir o som imaginário como parte do foco de audição. Antes
de dar sugestões para a Nalu auditiva gostaria de falar sobre fitas cassetes subliminais, cânticos e
música.
Admiro realmente o senso de negócio das pessoas que produzem e comercializam cassetes
“subliminais”. A margem de lucro é tão incrivelmente alta, especialmente dos tipos mais caros, que até
estou pensando na possibilidade de entrar para o negócio, mas minha consciência requer que eu lhes
fale um pouco mais sobre elas. “Subliminal” significa “abaixo do nível da atenção consciente” ou
“muito sutil para ser notada” o que traz á mente de muita gente símbolos e palavras embutidas em
filmes e fotografias que têm a finalidade de estimular o subconsciente a reagir de alguma forma,
preferivelmente comprando um certo produto. Elas ainda são usadas em propagandas e em alguns
filmes para estimular seus sentidos. No outro dia num filme na TV havia um fenômeno natural e você
podia ver as mensagens subliminais quando o filme andava mais devagar. Entretanto o uso mais
conhecido hoje em dia é em fitas de áudio-cassete destinadas à auto-desenvolvimento. Muitas
companhias anunciam milhares ou talvez milhões de afirmações por minuto dando a impressão que,

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conforme você as escuta, sua mente subconsciente será bombardeada por mensagens positivas que
mudarão a sua personalidade sem esforço enquanto você está ouvindo a som das ondas do mar, ou
pássaros ou o que quer que seja. É bem verdade que muitos tiraram um grande beneficio dessas fitas.
O que você deveria saber é que o beneficio vem de sua expectativa e não de alguma virtude especial da
fita de afirmações. Ku é subliminarmente consciente de todas as declarações positivas ou negativas
feitas por pessoas, rádios e TV à sua volta, neste momento, sem mencionar as que você gera por si
mesmo na sua mente ou em palavras.
O que faz as afirmações subliminais (que pode ocorrer numa ultrafreqüência - a única maneira de ler 1
milhão por minuto) tão especiais? Somente a sua atenção e expectativa e esta é ainda mais importante
do que o conteúdo da fita. Uma de minhas alunas contou que havia tocado uma fita subliminal para
aumentar a sua confiança e estava tendo um efeito formidável até desligar a fita e descobrir que estava
enganada em tocar uma fita para ajudá-la a emagrecer. Um cientista de nome Lozanov que se
especializou em ensino rápido disse que obteve melhores resultados de seus alunos que pensavam que
estavam escutando uma fita subliminal para aprender a dormir do que aqueles que realmente ouviam a
fita subliminal. Isto não é para desencorajá-los de usar fitas subliminares, mas para usá-las
corretamente. Elas funcionarão melhor para reforçar alguma coisa que você realmente quer fazer de
qualquer jeito. Embora o preço que você pague possa influenciar o quanto elas lhe ajudem, qualquer
fita positiva que for tocada em volume baixo terá o mesmo efeito. Uma declaração feita com
sentimento pode afetar Ku mais do que um milhão de palavras juntas em alta freqüência.
O cântico de uma palavra ou frase é um velho método para afetar o foco, e, se os benefícios usuais do
foco meditativo são tudo o que você quer - redução de tensão, saúde melhor, mais energia, uma mente
mais clara - qualquer palavra ou frase servirá. O filósofo indiano Krishnamurti disse ”Coca-Cola”, o
poeta Tennyson usou o seu próprio nome e Dr. Herbert Benson, teve ótimos resultados com “um/a”.
Não há palavras ou frases que tenham sua própria mágica com exceção do significado e da expectativa
que as pessoas lhes dão. Se você imbuir uma palavra ou frase com mágica, lhe der poder com a sua
crença e expectativa, ela terá mágica para você.
A música entretanto tem a sua própria mágica. Tem poderes subliminais porque pode estimular
pensamentos, sentimentos, memórias e comportamento sem que estejamos conscientes (pense em
sapatear, um circo, ou marchas e música em chaves menores), pode realçar tremendamente a nossa
apreciação de palavras e imagens (penso como alguns filmes famosos teriam sido sem graça se não
fosse pela trilha sonora). Como um sujeito para um foco meditativo, é uma das mais poderosas que
posso recomendar se usada adequadamente.
Não é surpreendente que a música rápida seja boa para focalizar quando você quiser estimular seu
corpo, mente ou atividades, e que a música lenta seja boa quando você quiser acalmá-los. Tal música
terá a tendência de lhe afetar sem o seu foco, mas o foco consciente intensificará incrivelmente o grau
do efeito. Menos sabido é que uma música altamente estruturada, com um ritmo constante e uma
melodia repetitiva (“Bolero” de Ravel ou “Greensleeves”) tem um bom efeito curativo sobre as
pessoas cujas mentes e vidas sejam desestruturadas e que uma música altamente desestruturada, com
pouco ou nenhum ritmo ou melodia (como alguns tipos de jazz e música New Age) têm um bom
efeito em pessoas cujas mentes e vidas sejam muito estruturadas. A música que amplifica ou
contrabalança qualquer estado em que você se encontre ou deseje estar, pode ser conscientemente
escolhida. Mais uma nota: como uma ajuda para aprender um novo padrão de conhecimento ou
comportamento Ku, responde mais fortemente a qualquer coisa apresentada num padrão de ritmo com
uma batida de quatro. É essa batida (ritmo) que as culturas mais tradicionais usam e que é usada em
rimas de crianças e em reclames na nossa memória.
Aqui vão algumas sugestões.
- Faça Nalu auditiva com uma palavra ou frase que represente uma qualidade, característica, talento ou
habilidade que você queira aumentar ou desenvolver. Um cântico de 4 batidas impressionará mais a
Ku. Você poderá fraseá-lo com uma afirmação (Eu-tenho-confi-ança), ou somente uma palavra (con-fi-
an-ça), ou misture-as. Uma palavra ou frase que dê a Ku um padrão de comportamento claro ou
resposta a seguir é melhor do que uma que seja abstrata, vaga ou que contenha uma condição fixa. “Eu

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estou me sentindo bem” é melhor do que “Eu sou saudável” e “Eu sou um empreendedor” é melhor do
que “Eu sou bem sucedido”. A Nalu lhe dá todos os benefícios da atenção focalizada, além de treinar
Ku.
- Faça Nalu auditiva, com idéias verbalizadas mental ou vocalmente. Escolha um provérbio ou uma
frase e enquanto a repete, mantenha sua mente aberta às várias maneiras em que você pode ou poderia
operar em sua vida. A Bíblia é sempre uma fonte rica para tais idéias bem como livros de provérbios
famosos. Enquanto isto poderá ser feito numa Nalu condensada de 5 a 20 minutos ou numa Nalu
extensa que dure o dia todo. Meu amigo xamã, que mencionei anteriormente, fez este foco 300 vezes
por dia por 10 segundos de cada vez, usando os Sete Princípios Huna. Ele começou a revê-los em
inglês mas gradualmente pode evocar seu significado em havaiano e por isso, foi capaz de, em pouco
tempo, rememorar todos eles. Eu uso variação desta técnica, que é me referir a um dos princípios cada
dia da semana, começando no Domingo. Ela começa de manhã, fazendo Nalu com todas os princípios
e a seguir focaliza no princípio daquele dia o dia inteiro, usando-o como um fundo ou moldura para
tudo o que eu fizer naquele. Isto não só me traz todos os benefícios da atenção focalizada, mas me
ajuda a incorporar uma idéia escolhida profundamente dentro do meu padrão de vida enquanto também
me dá novas visões sobre eles.
- Faça Nalu auditiva com música de maneira especial. Ponha uma música de sua preferência e comece
focalizando somente no som. A seguir mude a sua atenção para o centro da sua cabeça e escute a
musica lá. Mude para o seu umbigo e a seguir para o pélvis. Inclua suas mãos e pés, se desejar, e
finalmente o corpo inteiro. Preste atenção a cada um desses lugares pelo tempo que desejar e esteja
atento ás sensações do seu corpo. Conforme você focaliza em cada área a energia da musica parece se
intensificar naquele ponto de seu foco. Esta é uma boa Nalu para focalizar em áreas de tensão
escondida e aliviá-las e para energizar qualquer parte do seu corpo da maneira que você escolher.
- Faça Nalu auditiva com os sons em sua volta. O vento é um ótimo foco para Nalu, bem como o som
da água em seus vários aspectos (chuva, ondas, cascatas, riachos, etc.). Faça com todos os sons
comuns e incomuns do país ou cidade. Enquanto você faz Nalu, faça cada som existir como som puro,
sem julgar sua natureza ou a sua origem. Esta Nalu simples pode levá-lo a um estado profundo e
refrescante.
- Faça Nalu auditiva com sons imaginários cantando com música da natureza. Além de tudo mais, isto
o colocará na companhia de muitos grandes compositores.
- Faça Nalu auditiva com o seu próprio cantarolar.Além de criar seu próprio foco auditivo você vai
descobrir que cantarolar na realidade amplifica e intensifica seu campo de energia pessoal. Isto é
facilmente demonstrável. Juntando as palmas das mãos cantarolando enquanto você está fazendo Kahí
por exemplo (veja a quarta aventura) realçará os efeitos. Você poderá experimentar com tonalidades
diferentes quando puser a sua atenção nas diferentes partes do seu corpo para descobrir qual delas
estimula e qual relaxa. Você também descobrirá tons para cantarolar que o ajudarão a ressoar com a
natureza e com as pessoas.
NALU DO TOQUE
O sentido do tato inclui sinestesia ou sensações corporais de pressão, movimento, posição, textura,
prazer, dor, presença e só para manter as coisas simples o paladar e o olfato. Sua própria criatividade
pode pensar em muitas outras Nalus, baseadas nesta por isso só darei algumas sugestões.

- Faça Nalu sinestésica com movimento. Num de meus cursos xamanicos, eu ensino os alunos uma
Nalu de movimento chamada Kalana Hula, baseada numa combinação de artes marciais e dança
havaiana. Tal Nalu não pode ser ensinada num livro, mas você poderá obter benefícios similares mais
facilmente. Muitas culturas têm tradições de usar o movimento para atingir estados profundos de
meditação. A chave é manter a sua atenção consciente na sensação do movimento em si. Uma maneira
fácil de começar é fazer Nalu andando ou correndo. É uma experiência diferente com um foco Nalu.
Se você estiver fazendo isto num lugar público terá que manter a sua consciência um pouco mais
aberta para o seu ambiente imediato. Dançar é outra maneira de fazer esta Nalu com uma dança rítmica
produzindo o maior efeito. Escolha ritmos rápidos ou lentos de. acordo com a sua preferência. Não

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importa desde que o foco seja correto. Um processo menos vigoroso usado em algumas culturas com
grande efeito é simplesmente sentar-se e balançar o corpo para frente e para trás (como cadeira de
balanço) com o foco no movimento. Esta Nalu, ajudará num aumento de consciência de apreciação de
seu corpo e do momento presente em adição aos efeitos do foco.
- Faça uma Nalu sinestésica com o prazer. Isto ajuda a desenvolver uma conscientização incrível de
seu corpo e fazendo mudanças mínimas e ajustes de pensamento e ambiente, aumentará o prazer. Se
você encontrar a dor, ao invés de lutar contra ela ou resistir, tente várias mudanças e ajustes, e isso o
levará ao prazer. Continue a mudar quaisquer sensações que surgirem na sua consciência em direção
do maior prazer. Esta Nalu pode enfatizar a apreciação de todos as seus sentidos, bem como faze-lo
sentir-se bem. Relembrando que Ku move-se naturalmente em direção do prazer, você poderá fazer
esta Nalu com o potencial ou prazeres imaginados, de coisas que você quer que sejam ou tenha e
portanto construir nos seus planos um motivador automático.
- Faça Nalu sinestésica com a respiração. Obviamente é um dos sujeitos de foco existentes mais
antigos e espalhados.Como em muitas outras culturas, os havaianos associavam a respiração não
somente com a vida mas com o espírito, benção e poder. A Nalu mais simples é estar consciente da
sua respiração com uma atitude. Um pouco mais envolvente e muito bom para relaxar e energizar o
corpo é focalizar na sua respiração. Isto é parecido com a Nalu auditiva com a música apenas que você
estará consciente de sua respiração enquanto focaliza a sua atenção nas várias partes do seu corpo.Uma
Nalu um pouco mais envolvente é a do “o respirar do golfinho” onde você fará de cada respiração um
ato consciente como os golfinhos fazem.
NALU DE CONSCIENTIZAÇÃO MULTI SENSORIAL

Algumas das Nalus precedentes tinham os mesmos elementos incluídos mas agora vamos levar o
processo á total conscientização.

- Faça Nalu multi sensorial numa atividade física. Se você fizer isto andando, por exemplo esteja
consciente de todas as sensações de seu corpo inclusive da sua respiração, de todos os aspectos visuais
e auditivos do que o cercam e de todos os pensamentos que lhe vierem á cabeça enquanto você
caminha. Se você fizer isto enquanto come (é uma viagem) coma devagar e focalize em todas as
impressões de seus sentidos sobre esta experiência incluindo a visão, o som, o movimento, o gosto e o
olfato. Esta Nalu ajuda a expandir e a integrar sua conscientização sensorial e sua ligação com o seu
ambiente imediato.
- Faça Nalu multi sensorial escrevendo. Escrevendo á mão ou a máquina ou num computador por sua
própria natureza focalize e integre a conscientização interior e exterior, visual, verbal e sinestésica.
Para fazer esta Nalu escreva sobre algo que você deseja fazer, ser, ter ou saber. Não é escrever uma
lista de metas que é uma técnica diferente.Você tem que focalizar mais intensamente e descrever ou
explicar ou perguntar o que você quer fazer, ter, ser e saber. Este tipo de Nalu lhe ajudará a esclarecer
suas intenções, desenvolverá e atrairá o que você quer e abrirá a sua inspiração e conexões intuitivas
relacionadas.
- Faça Nalu multi sensorial com a respiração consciente. Isto envolve o que pode ser descrito como
"respirando a vida” para dentro de toda a sua experiência. Outra maneira de pensar nisso é que você
estará energizando a sua experiência com sua respiração. Tudo o que você está realmente fazendo é
conscientemente respirando durante qualquer experiência com uma atitude que você está energizando
ou respirando para uma existência contínua e aumentada. Isto poderá ser feito junto com qualquer das
outras Nalus ou qualquer experiência ou técnica na sua vida. Durante uma Nalu Visual, respire através
de seus olhos para energizar ou criar o que você esta olhando. Numa Nalu sonora imagine que o som
que você escuta é o som da sua respiração. Numa Nalu de tato deixe que sua respiração dê a energia a
qualquer coisa que você esteja tocando ou deixe ser uma manifestação de sua respiração. Enquanto
estiver fazendo qualquer atividade imagine que seu ambiente imediato existe por causa da sua
respiração. Os efeitos disto irão surpreende-lo. - Faça Nalu Multi sensorial com “ser”. Com a visão,
som e tato interior e exterior medite em sendo o que você quiser ser. Isto é quase como grokking,

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porque você está fazendo o papel de ser ao máximo. Ajuda a centralizar a Nalu num conceito que você
quer expressar em si mesmo e na sua vida, como paz, amor ou poder. Tomemos o amor como um
exemplo. Nesta Nalu você seria o mediador de uma experiência de amor incondicional por si mesmo,
seu ambiente, outras pessoas e o universo e sendo amado por tudo no mundo. Você seria o mediador do
pensamento, sentimento, dando e recebendo como um amante e um amado. Você usaria palavras,
imagens, movimentos, tato para guiar e reforçar a experiência. Esta Nalu é potencialmente a mais
poderosa de todas.

A DÉCIMA AVENTURA
O PODER DE CURA DOS SÍMBOLOS

Kukuli Ka 'Ike I ka 'Opua


(As revelações são encontradas nas nuvens)

O provérbio havaiano acima citado é kauna,tem um significado oculto. No velho Havaí, as nuvens
eram freqüentemente interpretadas como um presságio ou símbolos de acontecimentos, mas as nuvens
eram também símbolos de pensamentos. Por essa razão o provérbio acima pode ser traduzido como “a
experiência é construída pelo pensamento”. Isto pode ser interpretado como se tudo na nossa
experiência fosse um símbolo de um pensamento que é o conceito do sonho xamanico. Desde que um
símbolo seja alguma coisa para representar outra coisa, um pensamento pode também ser um símbolo
para a experiência. E virando e virando e virando, vamos parando onde quer que escolhamos parar.
Neste capítulo vamos examinar espécies diferentes de símbolos verbais, visuais e símbolos tangíveis e
de como podem ser usados para a cura e a mudança.
SÍMBOLOS DE CRENÇA

Em um de meus cursos comecei a aula mostrando o que parecia ser um simples lápis e perguntei a
todos para me dizerem o que eles pensavam que era e para que servia. A maioria respondeu que era um
lápis de madeira, usado para escrever. Alguns estavam desconfiados com a minha pergunta e
responderam: “É um objeto amarelo feito de madeira, grafite, metal e borracha”. E poucos disseram:
“É algo duro que talvez poderia ser usado para escorar uma janela”. Aí eu o dobrei. Era um pedaço de
plástico com a forma e a cor de um lápis e por isso poderia ser considerado o símbolo de um lápis.
Mais importante um símbolo das suposições e da crença que temos sobre a realidade. Definindo
realidade como experiência poderemos também chamá-las de suposições sobre a experiência. É natural
e necessário fazer suposições. Não poderíamos operar sem elas, porque não somente definem
experiência, elas a criam, canalizando a nossa atenção e conscientização. De vez em quando encontro
alguém que diz que quer mudar para além de toda a crença e suposição. Mas não há nada além. Se
você não supor nada, não existirá experiência. Acreditando que as suposições sejam naturais e
necessárias (estou supondo isto), parece-me razoável crer que quanto mais efetivas forem as suas
suposições mais efetiva será a experiência. Para facilitar o reconhecimento e mudar suposições
deficientes (não efetivas) prefiro chamá-las de Kanawai que significa "regras e regulamentos”. O seu
Kanawai, são regras que você recebeu ou fez sobre a vida, sobre o que as coisas são e o que
significam, sobre o que é possível e o que não é, sobre o que é bom ou mau e assim por diante. Se você
começar a pensar sobre todas as suas idéias e percepções de experiência, em outras palavras, símbolos,
você poderá gozar de uma certa liberdade que você nunca suspeitou que tivesse (se você for
dependente dessas regras para a sua segurança você poderá entrar em pânico).
Com as regras da vida (suposições, atitudes, crenças e expectativas) como base para a experiência,
torna-se claro que se quisermos mudar a experiência precisaremos mudar as regras. De fato todas as

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técnicas para mudar a experiência são somente efetivas até um certo grau onde nos ajudam a mudar as
nossas regras de vida. Afirmações por exemplo são declarações positivas que são repetidas para trazer
uma mudança, mas a mudança não ocorre a não ser que as afirmações se tornem novas regras.
Visualização é uma boa técnica de mudança, se resultar em mudança de regras do contrário serão
somente quadros bonitos. Mesmo que você seja curado por alguém você somente se manterá curado se
suas regras mudarem também. Se não a condição retornará quando a tensão crescer e se manifestar do
novo. Muitos pensam que Ku seja ilógico porque não faz o que a gente quer ou porque não entende o
que faz. Muito pelo contrário Ku é extremamente lógico e segue as regras rigorosamente.Todo o
comportamento habitual ou espontâneo, mental ou físico que você experimentar é a prova de que Ku
está seguindo as regras aceitas ou ditadas por Lono. Por causa disto Ku é aberto às mudanças se as
condições forem certas. Aqui estão as condições:
1 - Ku prontamente aceitará e obedecerá regras que não conflitem com as velhas regras. Se você fizer
uma nova regra que diz que seu diploma ou certificado agora lhe permitirá ganhar mais dinheiro e você
não tiver outras regras contra ganhar mais dinheiro Ku cooperará plenamente no seu empreendimento.
2 - Ku prontamente aceitará novas regras quando as velhas regras se mostrarem ilógicas. Uma vez
quando estava ajudando uma mulher a parar de fumar ela havia mencionado numa conversa, que tinha
o hábito de se rebelar contra a autoridade, o que significava que ela tinha uma regra que dizia que
ninguém tinha o direito de lhe dizer o que fazer. Quando ela estava num estado profundo de
focalização, e descrevia como fumava mesmo quando não queria, eu lhe disse “quer dizer que você
está deixando os cigarros lhe dizerem o que fazer e quando fazê-lo” Houve uma longa pausa, durante a
qual, eu sabia que Ku estava revendo a lógica das regras. Então ela disse “de jeito nenhum” isso foi
tudo, e ela nunca mais fumou.
3 - Ku aceitará novas regras quando as velhas não forem mais úteis, quando um ataque de nervos não
adiantar mais para fazer os outros fazerem o que você quer, Ku facilmente abandonará esse hábito e
aceitará uma nova regra para que as pessoas façam o que você quiser. Quando o propósito de uma
doença for satisfeito Ku abandonará as regras que produziram a doença e adotará novas regras de
saúde.
4 - Ku aceitará uma nova regra que é demonstrável (e portanto lógica), mais efetiva da que a velha
regra para fazer a mesma coisa. Quando as vantagens de não beber álcool superarem claramente as
vantagens de continuar a beber,Ku aceitará a nova regra de abstinência, enquanto as vantagens e
desvantagens de beber ou não forem mantidas na mente em situações nas quais a pessoa costuma
beber. Neste caso particular não beber poderá envolver a experiência de alguma dor e tensão que
podem vir como novas regras, se seus benefícios forem suficientemente grandes. Isto em si, requer
uma regra que diz o que eles são.A dor presente tem influência muito poderosa sobre Ku. É preciso
atenção consciente sobre os benefícios de seguir a nova regra ou de uma dor pior, se a mesma não for
seguida. Numa outra situação Ku aceitará novas regras de fala (como usando uma nova linguagem)
sob condições em que as velhas regras para falar não produzirão a resposta desejada. Uma vez, numa
festa, estava falando para um grupo de franceses em francês, virei-me para um grupo de americanos e
falei com eles por meio minuto antes de me conscientizar pelas suas expressões que eu havia falado
com eles em francês e nesse momento mudei para o inglês.
Agora, gostaria de discutir três regras ou suposições que causam dor pessoal e global. Primeiro há a
suposição de que você sabe o que outra pessoa está pensando. Independentemente do quanto você
esteja familiarizado com seus hábitos e atitudes você não poderá saber o que outro está pensando em
qualquer momento. Você poderá adivinhar e até poderá captar uma porção daquilo que ele irradia, mas
supor que infalivelmente você sabe seus pensamentos é proclamar uma habilidade psíquica que não
existe. Ao invés de se relacionar com aquela pessoa como ela é, você estará se relacionando com um
símbolo pobre da pessoa, feito das suas regras limitadas sobre ela. Ao fazer isso você limitará a sua
experiência da pessoa como um ser mutante e crescente.Em visita a alguns amigos notei uma das
esposas, metafisicamente inclinada, que insistia em dizer que seu marido, não estava interessado
naquele tipo de coisa, e que pensava que ela era tola em se envolver, e ele não dizia uma palavra. Mais
tarde, conversamos e descobri que ele era um profundo pensador metafísico que apoiava os interesses

100
da esposa. Deve ter acontecido alguma coisa que fez com que ela criasse uma regra limitante sobre ele
e daí em diante ela continuou a se relacionar com essa regra e não com ele. Ela não tinha uma regra
que permitisse que ele fosse diferente e assim, ela se separou da experiência do lado metafísico de seu
marido.
Enquanto cada um de nós tem de ter regras que são efetivas, partilharei de uma que funcionou muito
bem para mim. É que as pessoas são o que são e fazem o que fazem. Esta regra ajuda a me relacionar
com as pessoas como elas são no momento presente independentemente do que tenham feito no
passado. Não bloqueia a minha memória do passado, mas permite relacionar-me com as mudanças. É
também designada a fazer suas ações mais importantes para mim do que suas palavras ou qualquer
outra coisa que eu possa conceber que sejam seus pensamentos. Finalmente, ajuda a nunca ficar
desapontado com ninguém. Não importa o que digam ou farão ou fazem, e é isso que eu espero. Se
não for o que eu quero, então eu mesmo faço alguma coisa mudar.
A segunda suposição, é que outras pessoas sabem ou devem saber o que você está pensando. Se você
não sabe o que os outros pensam, e provavelmente mais que a metade do tempo, nem você mesmo
sabe o que está pensando, como pode esperar que outros saibam o que vai dentro da sua mente
inconsciente? No entanto há muitas pessoas terrivelmente infelizes, com raiva ou medo, porque
pensam que os outros sabem ou deveriam saber quanto estão com medo;maridos e mulheres zangados
porque seus esposos não antecipam suas mudanças de humor e pessoas convencidas que o governo é
capaz de monitorar seus pensamentos. Num nível mais comum será útil examinar suas próprias
expectativas a respeito disso.Quantas vezes ficou com raiva porque alguém não sabia o que você
queria, quando você não lhes disse,ou teve medo que alguém adivinhasse seus pensamentos, mesmo
sem dizer nada. Minha regra é que ninguém sabe o que estou pensando.Meus empregados
provavelmente concordam (aqui estou eu supondo que sei o que eles estão pensando - como é fácil
escorregar-). De qualquer forma remove outra causa de desapontamento e medo.
A terceira suposição ou regra que eu quero discutir certamente funciona num nível pessoal mas é muito
devastadora em seus efeitos globais. É a regra da generalização.Esta regra diz que tudo o que é similar,
é igual. De muitas maneiras é uma regra conveniente,porque nos permite falar e lidar com coisas em
grupos.Podemos falar sobre a mídia ao invés de especificar cada estação de rádio, de TV ou jornal.
Podemos lidar com a China ao invés de com cada chinês individualmente. Conveniente sim, mas
potencialmente perigosa, quando atribuímos qualidades individuais ao grupo.
Um grupo é um símbolo abstrato que representa um conceito mental arbitrário. Não descreve uma
experiência real. Eu me lembro que um astronauta fez uma observação de como ficou impressionado,
enquanto estava no espaço olhando para a Terra, notando que não havia fronteiras nacionais. Se
dissermos que a mídia é muito negativa, estaremos cegos para milhões de exemplos que provam o
contrário; e se dissermos que a China é agressiva, estaremos ignorando os milhões de chineses que só
querem a paz. Já ouvi professores espirituais falando como as massas vivem no escuro. Não existe tal
coisa como “as massas”. Há bilhões de indivíduos, vivendo, respirando, seres humanos e cada um
deles poderia ser completamente iluminado. Contudo é também conveniente dizer: “Quero alcançar as
massas com meus ensinamentos” quando você se refere a “Eu quero alcançar tantas pessoas quanto
possível”. A regra da generalização é tão difundida e fonte de tanta intolerância, ódio, violência e
medo, que quase parece inútil tentar mudá-la, mas qualquer ajuda, por menor que seja, nos ajudará a
um maior entendimento, paz e harmonia. Faça a sua parte reconhecendo seus aspectos negativos
quando aparecerem (é assim que uma generalização é avaliada como sendo ruim), e mudando-a
sempre que puder. Olhe para as suas generalizações sobre certos grupos de pessoas; sobre seus pais;
homens ou mulheres; sobre o governo ou negócios; sobre o espírito e a matéria; sobre o dinheiro e o
amor.
SÍMBOLOS DE LINGUAGEM

Toda a linguagem é símbolo de uma determinada maneira de pensar e perceber. Todas têm as suas
regras de gramática e suas regras de significado, para várias combinações de sons, que fazem a língua
distinta. Mas essas mesmas regras de estrutura o vocabulário, também ajudam a determinar a

101
experiência das pessoas que falam aquela língua.
Um exemplo simples é a palavra havaiana “mana”. Embora sendo traduzida como “poder”, “poder
espiritual” ou “energia”, nenhuma delas é adequada, porque a palavra não traduz bem. O inglês não
tem o conceito de lidar com isso. Por outro lado a palavra em inglês “sexo” dentro de um conceito
geral não tem equivalente em havaiano. Para alguém que só falasse havaiano a “revolução sexual”
somente implicaria numa mudança de posição de duas pessoas fazendo amor. A maioria dos povos
antigos, somente tinha umas poucas palavras para cores e eles somente viam umas poucas cores.
Os antigos havaianos, por exemplo, não distinguiam entre o verde escuro, azul escuro e preto. Hoje um
computador de preço moderado pode distinguir 250.000 cores únicas e identificáveis em sua tela, que
muitas pessoas antigas não seriam capazes de distinguir por não existir na sua linguagem, palavras
para elas.
O inglês é uma língua excepcionalmente flexível em gramática e vocabulário o que é uma das razões
pelas quais é usada no mundo inteiro. É tão flexível que é virtualmente uma língua jargão, capaz de
absorver considerável estrutura gramatical e vocabulário de outras línguas e ainda ser entendida. Para
ser justo, outra razão para a sua popularidade é a inflexibilidade da maioria dos que a usam. Eu ouvi
um europeu dizer que uma pessoa que fala duas línguas é chamada de bilíngüe e uma pessoa que fala
uma só língua é chamada de americano. Flexível como o inglês é, no estilo americano, há graus de
experiência fora do alcance de seus usuários se essa é a única língua que eles conhecem. Li uma
tradução inglesa de um livro de Alexandre Dumas e gostei muito. Li o mesmo livro na sua língua
original, o francês, e ri e chorei. Não que a tradução fosse ruim, é que em francês era diferente. Meu
ponto aqui é que as regras de lingüística fazem mais do que nos dar maneiras diferentes de dizer a
mesma coisa. Elas nos dão experiências diferentes. Sua vida será grandemente enriquecida, de
maneiras indescritíveis em inglês, se você aprender a usar outra língua. Felizmente há duas outras
línguas que muitos usam sem pensar nelas como línguas, e ambas podem expressar e induzir a
experiência que vai além da capacidade do inglês. Elas são a música e a matemática. Algumas vezes,
num curso, eu peço a um aluno que conheça música, para descrever a Quinta Sinfonia de Beethoven,
em inglês, para o resto da classe. O silêncio diz tudo. A matemática também é uma ótima linguagem
para descrever certas coisas que não são adequadas em inglês, especialmente nos seus dialetos de
álgebra, cálculos e outros, mas mesmo a aritmética comum, pode dizer a uma pessoa que sabe como
ler um relatório financeiro, um grande número de informações sobre uma companhia que uma resma
de palavras não poderiam. Matemática não é boa no reino dos sentimentos. Outras alternativas de
linguagem, além da música que temos são pintura, escultura, mímica e dança. Se você pensar em
todas essas línguas como símbolos que você poderá usar para expressar-se e usar para influenciar a
cura, aumentará muito o seu potencial como um xamã e um curandeiro.
SÍMBOLOS IMAGINÁRIOS

Em seu muito famoso livro “Pense e fique rico” (Think and Grow Rich), o autor Napoleon Hill
escreveu muitas idéias e técnicas excelentes para o sucesso. Entre elas encontrava-se uma técnica
muito xamanica de imaginar e que ele chamou de “Conselheiros Invisíveis”. Por muitos anos, disse,
quando ia dormir fazia um encontro em sua mente com homens famosos cujas qualidades queria
incorporar em sua própria vida.Imaginava-os vividamente e se dirigia a cada um deles pedindo-lhes
para ensiná-lo a ter as qualidades que ele admirava. O que ele descobriu após os primeiros meses
fazendo isto foi que os personagens foram ficando cada ver mais reais a ponto de tomar personalidades
individuais, ter suas experiências pessoais e manter diálogos vivos uns com os outros. Eles não eram
somente bonecos da imaginação, controlados inteiramente pela sua vontade, mas símbolos vivos da
expressão criativa. Estas conversas, eram tão incomuns para ele que resolveu parar por alguns meses
enquanto reforçava sua confiança de que esses Conselheiros eram suas criações. Após alguns meses
voltou aos diálogos e continuou com eles durante anos por serem tão valiosos. Como Hill disse,
mesmo que esses conselheiros fossem produtos de sua imaginação, “eles me levaram para caminhos de
aventuras gloriosas, reanimadas de uma apreciação de verdadeira grandeza, encorajaram o
empreendimento criativo e incentivaram a expressão do pensamento honesto”. Ele também disse que

102
durante as reuniões, ele estava mais aberto á intuição, que seus Conselheiros o guiaram através de
muitas emergências e que, enquanto usando outras fontes, ele lhes apresentava todos os problemas
difíceis que ele ou seus clientes tinham que enfrentar. Num livro posterior, “A Chave Principal para a
Riqueza” (The Master Key to Richess), ele chama os Conselheiros de seus “Oito Príncipes” e nesta
altura ele designou a cada um uma área especifica de sua vida. Os benefícios que ele lhes atribuiu, são
muito numerosos para serem mencionados aqui mas como homem, que estudou as técnicas de
centenas de outros dos mais bem sucedidos homens de seu tempo, chamou os seus Conselheiros
Invisíveis de “minha maior aquisição”.
Aqui, vou lhes dar algumas informações para que façam a mesma coisa, para usar símbolos para atrair,
focalizar e comunicar idéias que poderão tornar sua vida mais rica e mais efetiva de várias maneiras.
Estes símbolos podem ser de pessoas famosas vivas ou não; deuses, deusas, anjos, santos ou heróis da
sua cultura favorita, animais ou espíritos da natureza, ou formas de sua própria criação.Se você preferir
pode pensar neles como aspectos focalizados de Kanewahine, seu espírito ou seu Eu Superior.
Algumas pessoas gostam de ter um lugar mental especial para o encontro com o que eu chamarei de
Conselho Interior de Conselheiros. O Jardim no sexto capítulo será um bom lugar ou invente outro.
Outras pessoas preferem que eles apareçam aonde e quando sejam necessitados ou em mente ou como
forma-pensamento no seu ambiente imediato. Ainda outros acham que um símbolo físico de um
símbolo mental os ajudará a focalizar melhor. Para isto, você poderá usar objetos (figuras) entalhados
em marfim ou plástico dos sete deuses Japoneses da Sorte, estatuetas, representando os Animais de
Poder ou qualquer outro objeto de figuras que você preferir. Use o símbolo físico para estimular a sua
imaginação, assim com a sua mente você poderá traze-los á vida. Você poderá ter quantos
Conselheiros quiser, mas oito é um limite prático que você poderá de uma vez sustentar em sua mente.
Vou sugerir quatro abaixo e você poderá adicionar o que gostar de acordo com suas necessidades e
desejos.

1 - O Conselheiro da Saúde. Este membro do Conselho Interior lhe dará informações, idéias, conselho
e assistência com tudo que tiver relação com o seu estado de saúde, habilidades curativas, energia e
boa forma e também para pessoas que você quiser ajudar.
2 - O Conselheiro da Riqueza. Este membro fará o mesmo para tudo em relação á dinheiro,
prosperidade e abundância.
3 - O Conselheiro da Felicidade. Este membro ajudará no amor, paz, harmonia, relacionamentos
pessoais ou em grupo, divertimento e prazer.
4 - O Conselheiro do Sucesso. Este membro ajudará a alcançar suas metas e aumentar suas
habilidades.

Como muitas outras pessoas, já ouvi falar deste Conselho Interior, li sobre isso durante anos, mas
nunca me importei de faze-lo.Seja mais esperto e comece a fazer uso desse recurso hoje.
Dentro da mesma categoria, mas de natureza diferente estão os símbolos em forma-pensamento que
são designados a executar trabalho. Uma forma-pensamento como você deve se lembrar é um
pensamento exteriorizado. No capítulo anterior eles eram usados como foco para Nalu. Neste capitulo
quero mencionar seu uso como instrumento.
Forma-pensamento é um instrumento como qualquer outro com exceção de que é criado inteiramente
pela mente sem nenhum material físico. Dependendo do grau do foco e da energia postos nele poderá
durar por minutos ou anos. Desempenha seu trabalho através da influência direta de Ku através da
intuição, ao invés de pela influencia corporal. Como um exemplo eu usei uma forma-pensamento
"porta” para manter as minhas crianças barulhentas fora do meu quarto num domingo de manhã,
quando eu não queria me levantar e fechar a porta física. A reação deles foi como se a porta física
estivesse fechada. Uma outra vez usei uma forma-pensamento de um lobo para espantar um cachorro
brabo e o cachorro saiu correndo com o rabo entre as pernas. Senti-me tão mal que da outra vez que o
encontrei, usei uma forma-pensamento do seu dono agradando-o. Isso funcionou tão bem que o
cachorro e eu nos tornamos amigos. Tenho usado com sucesso essa forma-pensamento com outros

103
cachorros muitas vezes desde então. Uma vez quando eu estava resfriado (quando eu era bem mais
jovem) criei uma máquina de cura em forma-pensamento que me curou em 2 horas. Formas-
pensamento de cristais podem funcionar tão bem quanto os cristais físicos, formas-pensamento de
pássaros podem carregar mensagens intuitivas para pessoas, formas-pensamento de animais, pessoas
ou objetos podem ajudar os outros á distancia; formas-pensamento ecológicas podem ajudar a mudar
humores e emoções. Se um número suficiente de pessoas trabalharem juntas com clareza e foco,
formas-pensamento poderão ser construídas para influenciar eventos mundiais. Você pode inventar e
usar uma miríade de padrões de formas-pensamento para muitas coisas, mas aqui estão algumas idéias
para manter em mente.
1 - Seus resultados mais fáceis e melhores virão de usar as formas-pensamento para influenciar Ku, de
alguma coisa ao invés de seu aspecto físico. Não estou dizendo que seja impossível fazer uma forma
pensamento tão sólida. ou energizada que possa diretamente afetar a matéria física, mas desde que todo
aspecto físico é uma forma-pensamento solidificada trazida á vida por Ku e Kane, usando padrões que
já existem porque complicar as coisas? Isto me lembra de uma estória sobre os aborígines da Austrália.
Quando alguém lhes perguntava por que eles não usavam mais a telepatia como meio de comunicação
um deles disse: "Agora nós usamos o telefone, porque é mais fácil”.
2 - Ku se move em direção ao prazer e para longe da dor. Para que Ku seja motivado a mudar seu
comportamento pela promessa da recompensa ou a ameaça do castigo use uma forma-pensamento
baseada na recompensa.Ela tira menos energia e é mais efetiva do que o castigo, porque há menos
resistência nisso. Além do mais, há a influência em Ku para ser considerada. Uma vez num Shopping
Center com minha esposa eu estava com pressa de ir para casa e sabia que havia outra loja que ela
queria visitar. Ao nos aproximarmos da loja eu lancei uma forma-pensamento nublada na frente da
loja. No momento que eu fiz isso ela exclamou: “Oh! ali está a loja que eu quero ir”. Tudo o que eu
consegui fazer, foi chamar a sua atenção para a loja.
Seria provavelmente mais eficiente se eu tivesse criado uma forma- pensamento para chamar a sua
atenção para casa, de uma forma positiva.
SÍMBOLOS DA MEMÓRIA

Ku, faz tudo de memória. Todas as suas suposições, atitudes, crenças, expectativas, hábitos,
habilidades, comportamento, humores, emoções, experiência, linguagem e pensamento criativo são
baseados na memória. As memórias por si mesmas são padrões de energia que simbolizam eventos
que são arquivados de tal forma, que um estímulo interior ou exterior (mesmo outro padrão de
memória) podem ativá-los.As memórias,lógico,são vitais para o nosso funcionamento como seres
humanos, mas se a ativação da memória também ativar uma resposta emocional negativa, o efeito
poderá ser prejudicial para a nossa saúde, bem estar e afetividade.A maioria das técnicas que lidam
com as memórias emocionais é designada a mudar a sua reação ao relacionamento do conteúdo delas
através de ensinar um novo padrão de resposta (uma memória adicional) ou mudar o conteúdo da
memória em si (como mudar os eventos num sonho). Para que não evoque a emoção negativa,
também é possível mudar um ou mais elementos de padrão de arquivamento e portanto, mudar os seus
efeitos. Neste processo você muda o contexto não o conteúdo.
Imagine o quadro de um nu pendurado na sala de espera de um médico. É provável que a maioria das
pessoas ache que isso não é apropriado e vão sentir-se desconfortáveis, envergonhados ou até
zangados. Para remediar a situação, o médico poderia cobrir as partes nuas, raspar aquela tinta e pintar
por cima ou ensinar a seus pacientes a ter uma atitude diferente diante da nudez. Ou ele poderá colocar
o quadro no seu quarto de dormir, onde poderá olhar para o quadro e sentir-se bem. Como outro
exemplo uma pedra grande num terreno vazio pode doer na vista, mas um paisagista sem nem mesmo
mover a pedra poderá mudar a paisagem de maneira que a pedra se tornará o centro de admiração. Um
terceiro exemplo, seria um pôster colado na parede poderia atrair críticas, mas com uma bonita
moldura atrairia elogios. Isto é o que eu quero dizer com mudar o contexto ao invés de mudar o
conteúdo. Pôr algo num contexto diferente, pode mudar completamente o seu efeito.Quando você faz a
mesma coisa com memórias negativas, elas poderão tornar-se neutras ou até positivas.

104
Em termos de padrões de memória, o conteúdo da memória do evento em si é aquela parte da memória
que evoca a reação no presente. O contexto tem a ver com coisas como cor, tamanho, distância,
movimento, ponto de vista e coisas não essenciais, que você poderia adicionar ou eliminar, nível de
som, ambiente, etc. Todo Ku guarda memórias de acordo com os padrões bem definidos com um ou
mais elementos contextuais sendo crucial definir a emoção positiva, neutra ou negativa da memória.
Os padrões podem ser diferentes com cada indivíduo e você terá que experimentar e explorar por si
mesmo. Por exemplo, um de meus alunos descobriu para sua agradável surpresa que todas suas
memórias bem sucedidas e positivas estavam arquivadas em branco e preto e todas as negativas em
cores vivas. Conforme ele começou a mudar suas memórias mais negativas para branco e preto ou elas
ficaram neutras (elas não o perturbaram mais) ou ele descobria aspectos positivos nas memórias que
nunca havia notado antes. Isto também o levou a começar a planejar seus futuros sucessos em branco e
preto ao invés de em cores. É sempre mais fácil trabalhar com Ku do que tentar mudar seus padrões
básicos. Aqui vão algumas sugestões de usar este processo para mudar suas reações a memórias
emocionalmente negativas. Note que algumas memórias poderão ter que ser cuidadas mais de uma
vez.
1 - Adicione alguma coisa á memória. O que funciona muito bem para memórias de ser criticado, por
exemplo, é colocar cornos naquele que critica, brinque de circo com um fundo musical com palhaços
atrás daquele que critica, fazendo caretas. Isto põe o evento num contexto completamente diferente e
ajuda a sua memória a arquiva-lo no arquivo dos tolos, onde não poderá mais causar danos.Uma
variação seria retirar o que parecer não essencial como uma planta num vaso ou um quadro ou uma
xícara. Ás vezes Ku usará tal objeto como uma chave de arquivo, e quando desaparecer a resposta
emocional mudará.
2 - Mude o ambiente. Tente colocar a memória em lugares diferentes, períodos de tempo diferentes, ou
completa mudança de costumes. A chave emocional é geralmente ligada a lugar e tempo. Uma
variação seria mudar o seu ponto de vista. Geralmente sempre nos lembramos de uma memória do
mesmo ponto de vista como uma máquina fotográfica. Experimente mudar seu ponto de vista. Tente de
cima, de um lado diferente, de um nível diferente ou por detrás. Outra variação é virar tudo de cabeça
para baixo. Com algumas pessoas isto produz uma mudança dramática em como eles se sentem sobre a
memória.
3 - Altere o contexto da realidade. Uma maneira é subitamente congelar a memória, como se você a
tivesse transformado numa fina folha de vidro ou gelo, e depois pegasse um martelo e a quebrasse.
Termine varrendo os cacos e jogando os restos numa lata de lixo. Isto é freqüentemente satisfatório.
Outra maneira é colocar a memória numa tela, como se você estivesse vendo um filme em alta
velocidade ou em câmara lenta e passe-o rapidamente, depois em câmara lenta ou variar o volume da
trilha sonora. Uma boa variação é fazer da memória uma peça com você como diretor dizendo aos
atores para fazer exatamente o que fizeram e elogiando-os no seu desempenho. Isto lhe dará um bom
senso de controle sobre a situação e tenderá a remover os sentimentos de abandono.
4 - Mude os elementos em seus opostos. Esta aproximação é uma situação de tentativa erro para
encontrar a chave emocional para uma memória em sua cor viva, faça as cores descorarem e mude-as
para branco o preto.Se ela for preto e branco e descoradas, ponha-as em cor viva. Se a memória
aparecer em close up, coloque-a bem longe; se estiver longe, traga-a para perto. Se você estiver fora da
memória, olhando para ela (até para si mesmo), coloque-se dentro dela e experimente-a mais
diretamente; se você estiver dentro, mude-se para fora (embora você possa deixar uma imagem de si
mesmo, dentro para não mudar o conteúdo). Se a memória for grande, torne-a pequena, se for pequena
faça-a grande. Se não tiver limites ponha fronteiras; se com fronteira remova-a, entendeu?
A forma de ajudar os outros mudando o conteúdo em quaisquer das maneiras sugeridas é um ótimo
instrumento porque você poderá leva-los através de um processo, sem nunca ter que saber o conteúdo
específico das suas memórias. Desta forma a privacidade será mantida e a vergonha (a inconveniência)
será evitada. Você somente pedirá a pessoa para lembrar do evento emocional carregado, e guie-a para
fazer as mudanças. Coisas tolas geralmente não funcionam bem em memórias muito traumatizadas,
porque, muitas pessoas têm regras muito fortes sobre como tratar a dor seriamente. Para memórias

105
traumáticas, eu sugiro que você comece com os opostos ou mudanças de ponto de vista.
SÍMBOLOS AMBIENTAIS

Em sociedades tradicionais, símbolos ambientais são chamados de presságios ou sinais. Eles são
realmente interpretações simbólicas de eventos naturais e/ou informação significativa sobre o passado,
presente e /ou futuro, que vem de eventos ou fontes aparentemente sem importância. Os antigos
chineses examinavam rachaduras nas clavículas de carneiros para presságios, os gregos estudavam as
entranhas de animais mortos, os persas, olhavam o fogo, e uma das práticas havaianas favoritas era a
leitura das nuvens. Cientistas típicos se esquentam e se aborrecem com estas práticas, porque, é claro,
não há nenhum sentido, de um ponto de vista de primeiro nível. Como pode haver uma correlação
entre eventos amplamente separados em tempo e espaço e natureza essencial? Você poderá também
tentar obter o conselho estocado nas pegadas de um pato, ou conselho psicológico dos padrões dos
pingos de chuva nos vidros da janela. De um ponto de vista de segundo nível qualquer um poderia
funcionar. Isto é devido á idéia do Primeiro Princípio, que a vida é um sonho, e da idéia do Segundo
Princípio, de que tudo está ligado. Com esta idéia de sincronicidade, Carl Jung, chegou bem perto de
explicar a efetividade do I Ching, mas sincronicidade é somente uma outra palavra para coincidência.
O xamã nos diz que as pegadas dos patos e os preços do mercado são relacionados, porque tudo é
relacionado. Mesmo assim algumas coisas são mais fáceis de serem lidas ou interpretadas do que
outras. Conquanto seja possível fazer a correlação entre pegadas de patos e preços do mercado no
pensamento do segundo nível, pode ser mais efetivo escolher algo com um grau de maior
relacionamento, que seria mais fácil de entender como padrões passados de preços do mercado.
Presságios estão á nossa volta, porque os nossos pensamentos estão em nossa volta. Isto é, tudo o que
nos cerca é um reflexo ou um símbolo de nossos pensamentos. Se prestarmos mais atenção aos padrões
do nosso ambiente, talvez sejamos capazes de entender melhor os padrões de nossos pensamentos.Há
várias maneiras de procurar e ler presságios mas para nossos propósitos aqui, somente vou descrever
os dois que ensino em meus cursos. Poderei mencionar também que a única diferença entre este e as
técnicas de jogar discutidas no capitulo 5, é que lá estávamos criando símbolos de propósito e aqui
estamos procurando símbolos que já existem.A bibliomancia é a arte de abrir um livro ao acaso e obter
uma resposta a uma pergunta. É geralmente usada com a Bíblia ou um dicionário, mas uma variação
agradável e criativa é usar qualquer tipo de livro ou revista escolhida ao acaso. A criatividade vem de
descobrir como um parágrafo em grelhar camarão, poderá se relacionar com as suas perguntas sobre o
amor, a vida ou o que uma fotografia de um avião num anúncio, tem a ver com uma pergunta.a sobre a
sua carreira. Freqüentemente, entretanto, a resposta á sua pergunta será obviamente surpreendente, não
importa onde você procure por ela. Numa aula que dei numa biblioteca, passei revistas ao acaso,
escolhidas de uma prateleira. Um aluno havia saído da sala mas pus uma revista no assento de sua
cadeira. Quando ele retornou, notou uma revista de fotografias e pensou que eu soubesse que aquela
era a sua profissão (que eu não sabia). Então ele resolveu perguntar onde ele poderia encontrar um
novo tipo de filme de que lhe haviam falado. Ele fechou os olhos, abriu a revista e pôs o dedo num
ponto. Seus olhos se abriram para um anúncio de uma página sobre o filme no qual estava interessado.
Felizmente era quase hora do almoço e ele teve tempo para se recuperar do choque. Ás vezes, o fato
disto funcionar realmente abala as pessoas.A segunda coisa que faço é meus alunos fazerem ao
Universo uma pergunta sobre suas vidas ou carreiras e saiam para almoçar com uma atitude aberta e
esperançosa. Eu lhes digo que o presságio virá, alguma experiência que tenham, terá um significado.
Poderá vir em forma de nuvens ou espaços entre coisas (como galhos de árvores); num objeto que eles
notem, numa canção ou num pedaço de conversa ou num evento. Uma vez em Taos, no Novo México,
perguntei sobre a relativa importância do amor e do poder em relação a um projeto no qual eu estava
trabalhando.A caminho do restaurante, meus olhos foram atraídos por uma mensagem, pintada em
letras vermelhas e grandes ao lado de um prédio de tijolos, que dizia: "O amor é o maior”.

106
DÉCIMA PRIMEIRA AVENTURA
A ARTE DE CURAR DA CERIMÔNIA E RITUAL

E' ao lu' au a kualima


(ofereça folhas novas de taro cinco vezes - uma cerimônia para remover a doença da mente ou do
corpo).

Ao mencionar as palavras cerimônia e ritual a tendência é pensar nos sacerdotes do Egito em


procissão, uma missa Católica, ou nativos dançando a batida de tambores. As palavras nos inclinam a
pensar em algo estranho ou exótico mas de fato nossas vidas urbanas modernas estão cheias de
cerimônias e rituais (desde que a cerimônia é uma espécie de ritual, usarei a palavra ritual para
denominar ambas pelo resto deste capítulo).Eu sei que a palavra ritual pode ser usada para significar
qualquer grupo de padrão de comportamento que pode ser levado consciente ou inconscientemente
(i.e. fumar, dirigir carro, exercício), mas a estou usando neste capítulo para me referir ao
comportamento consciente organizado com a intenção de impressionar e influenciar.
Um uso do ritual é marcar o começo de alguma coisa, então temos rituais como chá de fraldas,
lançamento de navios grandes aberturas e inaugurações (uma versão de uma cerimônia. para cortar o
cordão umbilical). Há rituais. para terminar coisas como funerais, festas de formatura e hora de tomar
drinks e relaxar; temos rituais de conclusão na forma de cerimônias de formatura; celebração de
sucesso e aplauso.Rituais de transição e afluência como festas de aniversário; celebrações de
aniversários de casamento, batismos, bar mitzvahs; confirmações (festas de crisma) e festas de cruzar a
linha do Equador. Rituais de união incluem casamentos, serviços de igreja, bailes de debutantes e
encontros arranjados com um desconhecido. Com essa óbvia abundancia de rituais á disposição, por
que mais e mais pessoas buscam rituais de culturas diferentes?
O ritual pode servir para diferentes propósitos mas não servirá para nada se não for efetivo. Um ritual
efetivo é um que deixa uma impressão duradoura,e influencia fortemente as pessoas para reforçar ou
mudar suposições, atitudes ou expectativas. Para que isso aconteça é preciso que seja intelectual e
emocionalmente satisfatório para Lono e Ku. De outra forma, não será nada mais do que um hábito
sem vida e dogma e não terá nenhum efeito para seus propósitos intencionais.
O nosso interesse no ritual como xamãs urbanos é usa-los para curar e realçar os padrões positivos.

O QUE DETERMINA UM RITUAL EFETIVO

Há elementos específicos num ritual que determinam se será satisfatório e efetivo.


1 - Deve ter um começo e um fim fortes. Um ritual que começa fracamente perde o significado e torna
muito difícil manter o foco da audiência. É por isso que tantos rituais começam com tambores, sinos,
apitos ou trombetas. Você terá um começo forte fazendo algo que chame a atenção das pessoas.
Igualmente um final fraco deixará todos insatisfeitos ou incompletos. Você alcança um final forte
chamando a atenção de todos fazendo-os saber claramente, que o ritual está acabado. Uma das razões
mais comuns de insatisfação das pessoas com rituais é que esses tempos não são claramente marcados
ou diferenciados do resto da vida. Isto é muito importante para que o ritual impressione e influencie.A
maioria das pessoas terá o sentimento que se o ritual se confundir com coisas comuns, não poderá ser
tão importante. Quando ensino uma cerimônia e um ritual nos meus cursos, o assunto de um começo e
de um fim fortes é o que os alunos têm maior dificuldade. As pessoas perdoarão uma porção de erros
no meio do ritual se o começo e o final forem bons.
2 - Deve ter uma força sensorial. Um ritual que você só assista, será impressionante e influenciante ao
grau de ser também interessante ou bonito. Se tiver musica e aroma terá um efeito grande e se
adicionar os sentidos ao tato e gosto, o efeito será ainda maior. Muitas culturas e organizações
descobriram isto e portanto seus rituais incluem beleza, cânticos com ou sem música, flores frescas,
incenso, e a participação grupal através da resposta ás preces, cantar juntos, movimento ou dança,
bebida ou comida.

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3 - Deve ter uma forma familiar ou previsível. Se você participar num ritual e você não souber o que
fazer ou o que esperar, ficará confuso e ansioso,e devido a distração, o ritual deixará uma impressão
menor ou terá menor influencia. Mas se nele houver o que lhe é familiar, você se sentirá mais
confortável e mais afetado por ele. Os padres conseguem isso usando uma série de rituais para
ocasiões especificas. A igreja Católica costumava ter um senso considerável de coesão entre seus
membros, porque eles sabiam que em qualquer lugar do mundo que estivessem o serviço da igreja
Católica seria o mesmo, e eles poderiam participar completamente, mesmo sem saber falar a língua
local. As razões para se mudar isso, devem ter parecido boas para aqueles que a fizeram, mas o mesmo
senso de coesão já não existe. Os xamãs satisfazem a necessidade da familiaridade e expectativa
incluindo elementos e padrões sensoriais familiares em cada ritual, embora para cada ocasião o ritual
será diferente.
4 - O significado de cada parte do ritual deverá ser entendido pelos participantes. Se uma parte do
ritual não for entendida, em qualquer nível, sua efetividade estará perdida. Os padres, tendem a
negligenciar este elemento.A maioria deles tem a tendência de pensar que estão realizando os rituais
para um ou mais seres espirituais ao invés de pessoas. Contanto que eles saibam e o espírito saiba, que
importância tem se as pessoas saibam.Esta e a grande diferença entre os padres e os xamãs.Se um
xamã está agindo como xamã, sempre fará o ritual para uma ou mais pessoas, ele/ela inclusive. Os
espíritos poderão ser reconhecidos, mas a efetividade do ritual é determinada. por quanta impressão e
influência causa nas pessoas envolvidas, e um bom xamã sabe disto. Em rituais xamanicos, você sabe
que geralmente, tudo será exp1icado antes ou durante o ritual.
5 - Deve ser muito especial. Um ritual que não pareça, nem que seja sentido diferente de qualquer
outro, perderá a sua efetividade. Uma razão importante porque tantos de nossos rituais modernos
parecem vazios, e muitos de nossos líderes não tratam mais desses rituais como se fossem especiais.
Isto é particularmente evidente nos nossos rituais de feriados. Para a maioria das pessoas o
halloween(dia das bruxas ou trick or treat), uma festa de fantasias; o dia de Graças (última quinta-feira
de novembro), praticamente desapareceram, exceto como uma desculpa para comer peru com molho
de cranberry; o Natal é uma loucura para fazer compras;o Ano Novo é um dia de ressaca e de jogo de
futebol americano, e o dia 4 de Julho (Independência dos E.U.A.), é um dia de piquenique. É lógico
que há exceções mas não o suficiente para tornar esses tempos de ritual em ocasiões de reforço
positivo dos valores culturais. Os rituais de outras culturas que se mantiveram especiais, são muito
atraentes para aqueles que sentem a falta deles em suas próprias culturas.
O QUE TORNA UM RITUAL ESPECIAL

Há 4 aspectos básicos para um ritual ser especial.


1 - Uma área especial . Uma área pode tornar-se especial de várias maneiras. Uma das maneiras é por
consagração isto significa fazer as bênçãos de um ritual que é designado para indicar a peculiaridade
de uma área, durante o tempo todo. Isto seria feito para protege-lo, trazer boa sorte, ou reservar o seu
uso. Os túmulos são geralmente especiais, desta forma, bem como certos edifícios chamados de Igrejas
ou Templos. No Havaí é ainda comum abençoar qualquer prédio novo ou projeto de construção. Outra
maneira de tornar um lugar especial é isolando-o ou construindo uma cerca (como em volta de um
parque); pela localização (como a Estátua da Liberdade); ou para uso reservado (como uma escola).
Um delineamento poderá ser feito ou com plantas ou marcas no chão. A maneira mais fácil de tornar
um lugar especial para fazer rituais, é circundando-o com um grupo de pessoas, formando um círculo e
dando as mãos. Tal área fechada é automaticamente percebida como especial.
2 - Objetos especiais. Isto inclui uma grande variedade de coisas mas antes mencionarei a vestimenta.
Roupas especiais como túnicas, faixas, uniformes, chapéus, máscaras, fantasias ou variações especiais
de roupas comuns (i.é vestidos tradicionais, vestidos formais ou smoking), tem sido usadas por muitos
anos para ajudar a tornar a ocasião especial. Jóias, usadas somente em ocasiões de rituais, ajudam a
aumentar o senso da peculiaridade. A famosa flor leis do Havaí, dada como cumprimento e honra, é
uma variante. Decoração especial para ajudar os efeitos do ritual, incluem flores, bandeiras, mobiliário,
e arranjos feitos para o ritual. Instrumentos especiais poderiam ser bastões, bengalas, xícaras e tigelas,

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estátuas ou qualquer coisa usada no ritual. Comida especial, poderá adicionar muito ao ritual. Ás vezes
esta comida, só é preparada quando o ritual é feito, como os biscoitos de Natal, ou Hallah (um pão
especial, comido somente no sabbath ou feriados judeus), e ás vezes é alimento regular transformado
em especial através de bênçãos ou designação para o uso do ritual. No velho Havaí a lula era um
alimento popular, mas era transformada em refeição especial para um ritual de cura, pelo xamã, que
lembraria ao paciente, que a palavra para lula, he'e, também significava “fugir” e que comendo isso, a
doença fugiria. Os xamãs havaianos estavam entre os mestres pioneiros de placebos, e não tentaram
esconde-lo.
3 - Movimentos especiais. Nos rituais, as pessoas fazem movimentos que raramente ou nunca fazem
outras vezes. Há quase sempre gestos especiais, maneiras de mover os braços e mãos, para enfatizar,
realçar ou abençoar algo que está acontecendo. Posturas especiais podem ser usadas por um ou mais
dos presentes, geralmente os lideres, a não ser que todo o grupo esteja fazendo a mesma coisa. A
maioria das pessoas, está familiarizada com a Hula Havaiana, ou pelo menos, a auawana moderna ou
show de hula. Não muitos, (embora isto esteja mudando), são conscientes do Kahiko, ou o antigo estilo
do ritual da Hula. Mesmo que esteja começando a ser apresentado como um show e ainda seja usada,
em vários rituais para torna-los muito especiais.
4 - Sons especiais. À parte dos sons de abertura e encerramento para chamar a atenção; há sons
especiais para serem usados no próprio ritual. Um deles é a entonação. Palavras rituais que são faladas
como numa conversa comum não tem nenhuma sombra de impacto que as mesmas palavras faladas
num certo tom de voz reservado aos rituais. Se você puder se lembrar da entonação usada por alguém
que vai fazer a prece de abertura ou a benção numa reunião, que você tenha assistido, você saberá o
que eu quero dizer. Haverá talvez um certo ritmo que envolva a voz num cântico. Ou algum
instrumento de percussão (tambor de corda,cabaças havaianas) para enfatizar ou começar as palavras
rituais. A musica está naturalmente incluída, mas é uma música especial, designada, feita ou
tradicionalmente usada para o ritual. A especialidade poderá ser indicada pelo estilo da musica (um
hino de igreja), por seu conteúdo (a musica popular “Greensleeves” torna-se “Que criança é esta?”
numa celebração de Natal) pelos instrumentos usados (a cabaça havaiana, só é usada em ritual hula),
ou pelo contexto (“Que haja paz na Terra”), pode ser cantada a qualquer hora mas tem um impacto
maior numa reunião. Sons especiais, também indicam em palavras especiais usadas somente para
rituais, como preces e bênçãos o uso de uma linguagem especial. A linguagem especial, que não é
compreendida pela maioria dos presentes seja sânscrito, japonês, hebraico, latim, havaiano ou
qualquer outra, terá algum impacto só porque tem um som diferente, mas o impacto terá mais
significação se for traduzido, em algum ponto mesmo que parcialmente.
Agora lhe foram dados todos os elementos de um bom ritual. Vamos ver alguns exemplos de como eles
funcionam juntos.
Há pouco tempo um grupo do continente em visita a Kauai, ficou num acampamento nas montanhas
de Kokee. Antes de vir, eles tinham me escrito e pedido, para que eu me juntasse a eles para uma
cerimônia da lua cheia numa sexta-feira á noite. Achei que seria divertido. Minha esposa e eu fomos,
jantamos com eles e nos divertimos, até que todos sentamos num círculo em volta de uma fogueira. A
lua estava bem visível e linda, mas todos estavam sentados num silêncio embaraçoso, e eu comecei a
pensar quando ia começar. Finalmente o líder se curvou para mim e sussurrou: “Você gostaria de
começar a cerimônia agora?”. Bem, aquilo foi uma surpresa. Eu pensei que estivesse lá como
convidado. Não havia preparado nada e os havaianos não faziam cerimônias da Lua Cheia (eles já
tinham cerimônias que eram baseadas na lua cheia mas não relacionadas á lua cheia, nem na noite de
lua cheia). Eu não tinha nenhuma tradição em que me basear, mas como um xamã eu conhecia os
elementos que fazem um bom ritual e cerimônia. Disse para que todos se dessem as mãos fizessem
uma prece sobre a lua, abençoassem os bastões, nos quais eles estavam trabalhando para o
treinamento, ensinei-lhes um cântico curto e terminei com outra prece. Todos ficaram impressionados
e felizes.
Em outra ocasião, durante conferência numa Universidade do Meio Oeste, recebi um convite para
presenciar um ritual que estava sendo dado por um xamã índio americano. Algo me disse, para levar

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junto a minha semente-kukua lei e a minha trombeta de concha (objetos especiais), para usar uma
bandana (tira ou fita em volta da cabeça), e uma camisa aloha (roupa especial). Quando cheguei, havia
umas 100 pessoas formando um grande círculo segurando as mãos (área especial). Assim que notaram
a minha presença, pediram que entrasse no círculo com um xamã hasídico (judeu), que também estava
lá. O índio começou com um grande grito (começo forte), e chacoalhou seu chocalho e nomeou as 7
direções em sua língua e em inglês (significado claro). A seguir, o xamã hasidico fez o mesmo, com
seu tamborim, em hebraico e em inglês e eu segui com a minha concha, nomeando as direções em
havaiano e em inglês (na verdade meu lábio estava ferido naquela noite e minha trombeta crepitou de
modo confuso, mas continuei assim mesmo, e ninguém pareceu notar. No show business, você tem que
aprender como improvisar). Nesta altura, a cerimônia tinha sido formada no círculo familiar, com um
começo, uma metade e provavelmente um final, e uma rotação de funções. O índio, levou todos a se
moverem para frente e para trás, acompanhado de um cântico, enquanto ele fez uma pequena dança no
meio do círculo, com seu chocalho. Isto, foi seguido pelo xamã hasidico, dançando com seu tamborim,
enquanto todos cantavam uma canção hebraica. Aí chegou a minha vez. Para manter a efetividade do
ritual, tive que continuar com a mesma forma mas não havia nada na tradição havaiana para servir
naquela situação. Então, como um bom xamã, eu inventei algo na hora (improvisei). Inicialmente fiz
todos cantarem os sete princípios em havaiano, enquanto me balançava para frente e para trás então,
dancei uma dança em volta do círculo, que tinha um sabor de Hula. Todos adoraram, especialmente
porque, fazia bem e foi apropriado. O ritual terminou, de maneira forte e com um impacto sensorial
forte de abraços mútuos e todos satisfeitos.
Eu até faço meus cursos de treino xamanico em forma de ritual. Sempre temos uma abertura formal
para ter um começo forte e abençoamos o espaço que foi, previamente preparado em forma de círculo,
quando possível. Há um pouco de decoração havaiana e musica havaiana, e eu uso minha bandana,
camisa, lei e bastão, sobre os quais dou uma explicação. O formato do curso é preparado para que o
padrão seja familiar e previsível e há muita participação do grupo para o impacto sensorial. Sempre
temos um encerramento forte e formal. A forma do ritual é de grande ajuda para o aprendizado.
O formato básico para um ritual é:
1 - A preparação. É quando você pega suas coisas e roupas juntas, arruma a mobília, prepara a música,
planeja a seqüência e designa uma área especial. Um grande ritual, pode levar semanas para preparar
ou alguém pode lhe pedir de uma hora para a outra para fazer um ritual, como na minha cerimônia da
lua cheia. Uma vez que você tenha a informação deste capítulo, isso não deverá ser um problema. No
meu curso, eu deixo meus alunos saberem um dia antes, que eles terão que fazer um ritual, mas só lhes
dou de 10 a 15 minutos para realmente planejar e se preparar. Nessa altura, eles já aprenderam os
elementos básicos do ritual, e os resultados são muito bons.
2 - A abertura. Um gesto dramático, palavras de oração ou cumprimentos, uma música para chamar a
atenção ou familiarizar-se com o processo, de alguma maneira, são aberturas boas e fortes. Uma das
melhores aberturas, que eu experimentei, foi numa conferencia na Nova Zelândia, usando um modelo
modificado Maori. Foi ao ar livre e os anfitriões estavam todos numa fila de um lado do gramado,
com os convidados do outro lado. Os anfitriões começaram cada um dando cumprimentos formais e
improvisados aos convidados e á Terra. Então, alguns convidados voluntários responderam aos
cumprimentos. Finalmente, os convidados, formaram uma fila e começaram num dos lados da fila dos
anfitriões, a abraça-los e a se apresentar um por um, até o fim da fila. Conforme cada convidado
terminava com a fila dos anfitriões, dando abraços e se apresentando, outra faria a mesma coisa, até
que todos foram apresentados. Foi muito divertido e formou-se uma ligação entre os participantes, mas
levou um bom tempo.
3 - Conteúdo. Isto é simplesmente fazer o que está envolvido com o propósito do ritual. Geralmente,
quanto mais curto for o conteúdo, mais formal será e quanto mais comprido for, mais informal será.
Uma cerimônia de casamento é bem formal, mas os Jogos Olímpicos são relativamente informais,
entre as cerimônias de abertura e de encerramento.
4 - O Final. Aqui, você chama novamente a atenção de todos e faz um final definido para o ritual. Isto
é vital e muitas vezes ignorado, o que poderá fazer uma grande diferença no sucesso do ritual. Um

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bom final, reforça a união do grupo, a memória do ritual, dá uma transição clara e confortável da
formalidade para a informalidade e indica às pessoas que já podem ir embora. Um final claro, pode ser
feito com uma declaração bem definida ou preces, sinos, apitos ou gongos; cantos em grupo, apertos
de mão ou abraços, ou o popular e velho favorito aplauso.
Nas secções seguintes, vou dar exemplos de rituais específicos, que podem ser usados pelo moderno
xamã urbano. Como sempre, sinta-se livre para modificar, adicionar ou dispensar.
UM RITUAL DE CURA

Este é um ritual de cura efetivo, embora seja bem simples. Antes de começar, obtenha um par de paus
curtos, chocalhos ou castanholas (chame-os de percussão) . Dependendo do tamanho do seu grupo,
comece, formando um círculo e fazendo de uma a quatro pessoas, que quiserem receber a cura, sentar-
se dentro do circulo com as costas contra as costas do outro,se mais de uma pessoa for curada. Faça
com que eles mantenham o foco numa expectativa positiva, para a cura desejada. Dê os instrumentos
de percussão a um dos pacientes, no centro, para ser o batedor principal. Faça uma abertura formal,
talvez expressando o desejo ou a intenção da cura, e faça com que o grupo que forma o círculo segure
as mãos. Diga para o batedor para começar um ritmo constante em 4 tempos com os percussores, mais
ou menos, o batimento de uma pulsação relaxada.Os outros pacientes devem manter o mesmo ritmo
com um suave bater de mãos. Isto manterá os pacientes envolvidos e atentos. Após o ritmo alcançar
uma batida regular, comece com um cântico, cantado pelos que estão formando o círculo, dentro do
mesmo ritmo. Você poderá inventar o seu próprio cântico ou usar este que você já viu antes.
“Esteja aberto, esteja livre, esteja focalizado, esteja aqui, seja amado, seja forte, seja curado”.

Durante qualquer canto que você use, faça sempre uma pausa para respirar pelo menos durante um
ritmo. Com o canto acima. a seqüência da batida poderá ser assim, com cada numero representando
uma frase do cântico.
1;2;3;4;5;6;7 – pausa –1;2;3;4;5;6;7 – pausa – 1;2;3;4;5;6;7 – pausa.
Uma boa alternativa seria:
1-pausa -2- pausa -3- pausa- 4- pausa -5 -pausa -6- pausa -7 –pausa - etc.

A pausa é só para o cântico, não para o ritmo. Os instrumentos devem continuar sem parar. Mantenha
o cântico até que pareça bem firme e semi-automático. Isto pode levar de 1 a 5 minutos. Faça a pessoa
que está a sua esquerda mover-se para o centro do circulo. Feche o círculo enquanto aquela pessoa toca
gentilmente nos pacientes, na cabeça ou nos ombros, e suavemente dê uma benção, prece ou
afirmação. Levará menos tempo se somente uma declaração for feita para servir a todos os pacientes.
Quando terminar, a pessoa voltará para o círculo e a próxima pessoa á sua esquerda. fará a mesma
coisa e assim por diante. Este processo deve continuar, até que todos do circulo tenham participado.
Durante o tempo todo, o cântico e o ritmo continuarão. Após você como líder, terminar a sua tarefa
deixe o cântico e o ritmo continuar por mais ou menos 1 minuto e então faça um fim abrupto gritando
“Feito”, ou se você quiser uma palavra havaiana “Pau”. Termine com o grupo, inclusive os pacientes,
se abraçando e traga todos para o presente, permitindo que todos partilhem das suas experiências.
Como assunto prático você notará que devido á alta energia e o foco requerido o batedor de ritmo
poderá ter a tendência de entrar em transe e se atrapalhar com a batida. Então caberá a você usar o
cântico, para reforçar e manter a batida. Geralmente, isto trará o batedor de volta á sua batida. A chave
poderosa deste ritual, é manter o foco. Eu sugiro que você como líder mantenha os olhos sempre
abertos.
UM RITUAL DE JORNADA

Uma das coisas mais bonitas para você fazer como um xamã urbano, é uma jornada ao Mundo inferior
por alguém (para outra pessoa). Representando um ritual em conjunto com a pessoa para a qual, você
estará fazendo a jornada,escolha um lugar quieto, onde você poderá sentar-se com seu amigo, sem ser
perturbado, por pelo menos meia hora. A jornada poderá levar 10 minutos mas permita-se algum tempo

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extra, caso leve mais tempo e para depois de terminada ter tempo de discuti-la com seu amigo. Comece
perguntando a seu amigo, qual poder ele/ela não tem ou gostaria de ter, para curar uma condição ou
atingir uma meta. Saiba que o seu papel, não é o de curar esta pessoa, mas achar poder para ele/a fazer
a sua própria cura ou mudança. Continue estabelecendo um relacionamento profundo com Kahi mútua.
O contacto físico, não precisa ser mantido durante a jornada. Quando você estiver pronto, feche os
olhos, vá para o seu Jardim e focalize com visão som e toque. Chame então o seu Animal de Poder e
encontre um caminho que o leve ao Jardim de seu amigo. Uma vez lá procure um buraco no chão que é
a entrada para Milu. Entre e prossiga na sua busca, lidando com quaisquer desafios que surjam na
caminhada para encontrar seu objeto de poder. Quando encontrar, traga-o de volta, através do Jardim
de seu amigo onde você deixa a forma e traz o espírito ou essência de volta, através de seu Jardim,
para o momento presente.
Segurando o espírito do Objeto de Poder em suas mãos, como se fosse físico coloque-o no corpo de
seu amigo, (em qualquer lugar do corpo), com uma benção e termine com um abraço. Agora, o que eu
ainda não disse o que faz este ritual excepcionalmente poderoso, é que você terá que descrever em voz
alta, para seu amigo tudo que aconteceu, desde a hora em que você entrou no seu Jardim, até o
momento em que colocou o espírito do objeto de poder no corpo dele/dela. Isto tem o efeito duplo de
aumentar incrivelmente o seu próprio foco e adicionar a atenção focalizada do seu amigo á jornada.
Daí em diante você terá partilhado uma experiência interior que nenhum de vocês dois jamais
esquecerá.
A BENÇÃO DE UMA CASA

Abençoar uma casa recém construída,. comprada, alugada ou re-inaugurada (reformada), apartamento,
condomínio, escritório ou loja, é um serviço bonito para fazer para alguém. Faz com que todos se
sintam bem e dá uma sensação positiva de um novo começo. Enquanto as possibilidades são
ilimitadas, aqui está uma prática modificada havaiana. Seu propósito é assegurar coisas boas para o
lugar e as pessoas que o usam.
1 - Prepare-se, usando alguma coisa especial, que o distinga como aquele que vai abençoar. A coisa
mais simples, seria alguma coisa para usar em volta do pescoço, como um lei, um colar, um pendant ou
até um laço de fita. Tenha também uma tigela pequena, com água fresca e algo para molhar na água e
espirrar. No Havaí, isto seria uma folha de ti ou uma folha de samambaia, mas qualquer folha
comprida ou até um cristal ou uma vara, servirão. Se nada tiver, use os dedos. Drapeje um laço na
frente da porta principal. No Havaí, isto seria feito com 2 folhas de maile, leis, amarradas juntas. Os
tradicionalistas verdadeiros, pendurariam folhas de lauhala ou laços na parte de cima da porta, que não
seria cortado até o dia da benção.
2 - Abra o ritual da benção na porta com palavras apropriadas como: “Todos e tudo sejam testemunhas,
assim começa a benção desta casa”. Então corte ou desamarre o laço de fita ou lei. Enquanto faz isto
diga: “O cordão está cortado” (solto). Nascida esta a casa (apartamento, etc.), e assim por diante.
Respire em cima da tigela com água 4 vezes e entre na casa.
3 - Dentro espirre uma pequena quantidade em cada quarto, enquanto você fala a benção. Uma regra é
espirrar nos quartos grandes e importantes duas vezes, da porta. Você poderá dizer qualquer coisa para
a benção. A maneira mais simples, seria: “Eu abençôo (ou seja abençoada) esta sala de visitas”, mas é
mais bonito e especifico assim: “Que este quarto (sala de visitas), esteja cheio de amor e de paz ou que
este escritório tenha sucesso e prosperidade”. Não esqueça de incluir o quintal ou jardim, se for
apropriado. Geralmente é suficiente espirrar os cantos.
4 - Um bom final seria envolver o dono/inquilino ou convidados. Um bom final seria para o
dono/inquilino acender uma vela, uma luz, ou colocar um objeto num lugar especial, e para os
convidados darem seus votos de boa sorte ou bênçãos. Suas palavras finais: “Esta casa (apartamento,
etc) está abençoada”. Aqui, aplausos também seriam apropriados.
A BENÇÃO DE UMA TERRA

Você poderá querer fazer um ritual de benção de uma terra que tenha sido comprada, quando a

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escritura for lavrada ou quando uma construção for começar. Isto poderá ser combinado com a benção
anterior.
1 - Prepare-se com uma tigela com água fresca, uma folha ou vara para espirrar, um sino, paus para o
ritmo, ou chocalhos, e algo especial para usar. Também, tenha 4 plantas e um instrumento para cavar,
(No Havaí, seriam plantas de ti, mas no continente, qualquer planta favorita ou uma que signifique boa
sorte, poderá ser usada) ou 4 pedras (cristais, mas qualquer pedra servirá). Uma trombeta de concha,
seria uma boa adição. Eu gostaria de incluir uma flauta havaiana, mas qualquer outro tipo também
servirá, se você ou alguém do grupo puder tocá-la. Se for muito para carregar, peça para alguém ajuda-
lo ou coloque tudo dentro de uma sacola.
2 - Inicie no meio da terra se possível, ou então em qualquer canto, tocando um instrumento de
percussão ou uma trombeta, e dizendo palavras como: “Estamos aqui para abençoar e dar nascimento á
terra (ou projeto), etc.”
3 - Caminhe para um canto, se você começou no centro, tocando seu instrumento de percussão ou por
um pouco de tempo, se você já estiver no canto. Agradeça ao chão, por permitir você cavar um buraco
para a planta ou pedra. Apresente a planta ou pedra para as sete direções (leste, sul, oeste, norte, acima,
abaixo, e no centro) e coloque-a no buraco, dizendo-lhe silenciosamente ou suavemente para fazer um
bom trabalho, trazendo harmonia e boa sorte para a terra. Encha o buraco, e toque uma canção na
flauta para fazer com que a planta e a pedra sintam-se confortáveis em sua nova casa (pode usar um
instrumento de percussão se quiser). Respire na tigela com a água, 4 vezes e espirre a água na planta
ou pedra, dizendo: “Eu abençôo (ou abençoado seja) o poder desta planta (pedra), para trazer
harmonia e boa sorte para esta terra (projeto)”. Dirija-se para o outro canto, tocando seu instrumento
de percussão e repita o ritual. O dono/inquilino, poderá participar disto. Se a terra for muito grande ou
inconveniente para você caminhar para cada canto, faça buracos perto um do outro, dizendo em voz
alta, que esses buracos, simbolizam os cantos. Se não for possível cavar buracos, coloque pedras,
folhas ou plantas em vasos, nos cantos, dizendo que eles simbolizam a boa sorte, sendo plantadas nos
cantos. Após o término do ritual principal, segure-as e diga-lhes que “O seu propósito foi servido,
agora vocês estão livres para outras coisas”. Lembre-se do Sétimo Princípio - há sempre outra maneira
de se fazer qualquer coisa.
4 - Quando todos os 4 cantos tiverem sido abençoados, volte ao lugar onde começou. Agora faça o
dono/inquilino cavoucar um pouco de terra e revira-la, enquanto você diz: “Que todos e tudo dêem o
seu testemunho ao nascimento desta terra (projeto), etc. Seu nome é (aqui, você dirá o nome da terra
ou do projeto, que poderá ser até o endereço ou algo mais elaborado).Deixe a celebração
começar”.Comece a aplaudir. Eu sempre gosto de terminar um ritual de benção com alguma forma de
celebração.
A BENÇÃO DE UM CARRO

Em tempos antigos, era muito comum abençoar coisas pessoais como: cavalos, coches, barcos e até
itens pessoais. Este tipo de benção nos ajuda a manter uma boa relação xamanica com outros tipos de
vida, com que convivemos. A seguinte benção é designada para um carro,mas é adaptável a qualquer
outra coisa.
1 - Prepare uma tigela com água fresca, algo para espirrar a água, e algo especial para usar. Se você
não quiser água no seu carro, ou qualquer outra coisa que você esteja abençoando, encha a tigela,
esvazie-a e continue como se você tivesse a água na tigela. Sem problema.
2 - Comece na frente do carro (ou outro pertence) e diga:
“Todos e tudo que dão testemunho a esta benção”.
3 - Espirre a frente e diga. “Que este carro seja sempre de serviço útil e harmonioso para o seu dono”.
É lógico que você poderá mudar as palavras como quiser. Ande em volta do carro e faça o mesmo nos
outros 3 lados.
4 - Quando voltar á frente diga “O nome deste carro é; (o que o dono lhe disse)”. A benção foi feita.
Embora eu não tenha dito ainda, é sempre apropriado usar um gesto final para um senso real de final.
Na minha tradição, temos um movimento de mão que se parece como se estivéssemos limpando uma

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janela. Com a sua mão direita na direção do relógio e feche seu punho. Use o que lhe servir.
UM RITUAL DE LIMPEZA

Ás vezes, acontece que um lugar ou um objeto torna- se associado a sentimentos ou experiências


negativas, em conseqüência de alguma coisa desagradável que tenha acontecido naquele lugar ou com
o objeto, ou podem ser só “vibrações”, que não sejam boas ou as pessoas não se sentem bem quando
estão perto dele ou as coisas simplesmente não estão bem naquele lugar ou presença. Seja qual for a
causa, um ritual de limpeza pode ser apropriado para mudar o padrão do lugar ou coisa. Ou
simplesmente para acalmar os Kus das pessoas envolvidas. O ritual que se segue é muito simples, mas
bem efetivo, especialmente se for feito num estado de forte confiança.
1 - Prepare uma tigela com água salgada, alguma coisa para espirra-la e algo especial para usar. Os
havaianos usariam água fresca para abençoar e água do mar para limpar. Você poderá usar sal marinho
para salgar a água ou sal comum, ou sais para banho. Para este ritual, sal é sal. Use mais ou menos uma
colher das de chá, para qualquer quantidade de água. Traga também consigo, um objeto que represente
paz, harmonia ou qualquer qualidade que você quiser que o ritual possua.
2 - Comece com uma declaração forte como: “Que todos e tudo sejam testemunhas.Estou aqui com o
poder para harmonizar este lugar (objeto)”.
3 - Espirre o lugar ou objeto 5 vezes, dizendo a cada vez algo como: “Neste momento, aqui e agora, a
harmonia cresce”.
4 - Termine, colocando o objeto que você trouxe consigo, num lugar de destaque, perto do objeto que
está sendo limpo dizendo: “Eu dou poder a (nomeie o objeto que você trouxe) para completar a
limpeza, até amanha ao meio-dia. Esta é a minha palavra. Que seja feito”. Faça então, um gesto de
finalização e saia. Como um objeto simbólico, você poderá usar alguma coisa que você sabe que se
relaciona com a pessoa para quem você está fazendo a limpeza, como um símbolo religioso, ou algo
mais neutro como um cristal. Eu usaria uma noz de kukui, que simboliza a iluminação. A coisa
principal não é o que você usa, mas o quanto confiante você está. É a sua confiança que mudará o
padrão e se houver também confiança no símbolo, melhor ainda.
UM RITUAL DE PAZ
Você já deve ter lido sobre a chamada Convergência Harmônica. Algumas pessoas me perguntaram se
o nosso grupo de Kauai ia fazer alguma coisa com isto. Não havíamos planejado, porque haviam certas
suposições envolvidas de que não gostamos muito. Mas como mais pessoas perguntaram a mesma
coisa, e pensamos mais sobre o assunto, decidimos faze-lo. Qualquer desculpa para se juntar á paz, é
boa. No grande dia, juntamos mais ou menos 200 pessoas intencionalmente fortes, num dos lugares
mais especiais do Pacifico. Fizemos o seguinte ritual no cimo acima do rio Wailua perto de um templo
menehune, chamado Poliku (os menehunes eram uma raça antiga que havia vivido em Kauai, antes da
chegada dos havaianos). 1 - Nos preparamos obtendo leis suficientes para todos, cortando uma vara de
folha de ti para mim, e providenciando uma trombeta de concha para meu assistente.2 – Na abertura
juntamos todos num círculo.Eu fiz uma prece curta de bênçãos e saudações,uma declaração sobre o
amor e paz e sobre o propósito da nossa reunião. Para começar o ritual fiz com que todos se juntassem
em pares, segurando as mãos e deixar seu parceiro simbolizar seus pais, irmãos, esposa e/ou amigos
íntimos ou inimigos. Pensando no seu parceiro com um ou mais dos acima citados deveriam
silenciosamente dar ou pedir perdão e fazer as pazes com eles. Dei-lhes 5 minutos para isso e 5
minutos também para cada um dos seguintes. Após a paz individual ter sido feita, fiz com que se
juntassem em 4, esse grupo representaria a família, amigos, colegas, pessoas com que trabalhavam,
empregados, estudantes, professores ,etc .Da mesma forma fiz com que fizessem as pazes entre si. Em
seguida, em grupos de 6, representando seus vizinhos, vila, cidade e estado também fazendo as pazes e
então em grupos de 16 representando suas próprias nações e as de outros em paz. Finalmente todos
formaram novamente um círculo representando toda a terra e a natureza e fazendo a paz com tudo. 4 –
Terminamos com uma canção de paz, uma benção final e um luau improvisado. Eu disse que gostava
de celebrar após um ritual. É uma boa tradição havaiana.

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DÉCIMA SEGUNDA AVENTURA

A ASSOCIAÇÃO DAS MENTES

E lauhoe mai na wa ' a; i ke ka., i ka hoe;


I ka hoe, i ke ka; pae aku i ka aina.

(Todos remam as canoas juntos; tirem a água e remem,


remem e tirem a água; e a praia é alcançada).

O verdadeiro poder dos seres humanos, suas habilidades de influenciar e de mudar o mundo,
vêm da sua capacidade de trabalhar juntos para uma meta comum. Livros de história, vindos de
um desejo de simplicidade ou devido a ignorância dos fatos, tendem a focalizar-se em
indivíduos como reis, rainhas, presidentes ou ditadores, políticos populares e líderes.
exploradores famosos e cientistas. Isto é compreensível, porque é mais fácil focalizar neles. Mas
as canoas são movidas para frente por remadores, não pelos chefes.Navios alcançam seu
destino tanto por causa da sua tripulação quanto do capitão. Os líderes são úteis e em alguns
casos talvez a parte mais significativa de um time, mas não são críticos como tal. Assisti a uma
Sinfonia na qual as orquestras tocaram sem o maestro, assisti times de esporte jogarem sem o
capitão. e uma vez, fui parte do elenco de uma peça, cujo diretor era tão incompetente que o
elenco ignorou-o e se dirigiram a si mesmos com ótimas críticas. Disseram-me que um ônibus
não vai a lugar nenhum sem o motorista, mas o motorista não irá a nenhum lugar sem os pneus,
gasolina, um motor, ou um chassis, etc. E, sem passageiros, não faz sentido ir a algum lugar.
Quando eu estava na África fazendo um trabalho de desenvolvimento comunitário, havia o
protocolo de ser necessário falar com o chefe da vila antes de fazer um projeto. Com esse ritual
cumprido os moradores da vila se davam permissão de escutar. Eles eram aqueles que tinham
que ser convencidos do valor do projeto porque eles eram os que iam fazer o trabalho.
Recentemente, li uma história sobre Alexandre, o Grande, reverenciado como um gênio político
e militar, bem como um deus no seu tempo. Até esse homem extraordinário não podia fazer mais
ou ir mais longe do que suas tropas quisessem. Quando eles se recusavam a continuar lutando,
ele tinha que prestar atenção em manter a paz nas terras já conquistadas.O propósito desta tirada,
é de enfatizar a importância da energia do grupo e intentar criar uma mudança. Os lideres podem
ser úteis como símbolos e pontos de foco para as aspirações de um grupo, mas para certas
coisas, não precisamos esperar por líderes. Podemos ir em frente e agir com outros que pensem
como nós. É exatamente isso que nós, xamãs urbanos, devemos fazer efetivamente para o
mundo ser um lugar melhor para todos e para tudo, porque não há um suficiente número de
líderes caminhando nessa direção.
Naturalmente, você poderá se juntar ao primeiro nível local existente e a
grupos globais e cadeias que estejam preocupados com a terra e que ativamente se
envolvem em projetos do primeiro nível. Mas também, tão naturalmente, eu quero
partilhar algumas maneiras nas quais você poderá operar com técnicas do segundo
nível em projetos de primeiro nível. Para agir em outras palavras, como um moderno
xamã urbano, juntamente com qualquer outra coisa que você faça.

GRUPOS KOKUA

Kokua é uma palavra havaiana que significa “ajuda, assistência,


cooperação”. Um grupo kokua, como usado pela nossa organização Aloha
Internacional, é um grupo de 3 a 7 pessoas, que usam a sua habilidade xamãnica para

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ajudar-se mutuamente e á comunidade. Você pode ter mais pessoas no grupo se quiser,
mas se forem mais do que 8 terá a tendência de se transformar numa aula. Tudo bem se
você quiser uma aula, mas perderá os benefícios do verdadeiro apoio mútuo. Se você
começar um grupo e crescer depressa, você terá melhores efeitos se dividi-lo em times
pequenos quando chegarem a 9. Então, durante as reuniões você poderá ter tempo para
as atividades em equipe bem como as atividades do grupo.
O que você faria num grupo assim? Aqui estão algumas sugestões para uma
reunião típica.
1 - Comece sentando-se num círculo segurando as mãos e fazendo Nalu nos
princípios para reforçar o entendimento do xamanismo e. para harmonizar as suas
energias.
2 - Faça com que cada pessoa partilhe uma boa experiência, que tenha tido.
desde a última reunião. Seria preferível. uma experiência no uso prático ou, em
beneficio do xamanismo, mas qualquer boa experiência servirá. Isto dará um tom
positivo para a reunião e reforçará a união do grupo. E importante que só sejam
partilhadas as boas experiências. Ku vai em busca do prazer e para longe da dor.
Queixas e críticas, mesmo que sejam justificáveis enfraquecerão a união e subverterão
o propósito de cura do grupo. Isto não tem lugar numa reunião kokua. Se você tiver
que discutir coisas negativas, escolha outra hora e outro lugar.
3 - Xamanize para a sua comunidade local (poderá ser a sua vizinhança,
cidade, país ou estado). “Xamanizar” quer dizer, usar qualquer uma das habilidades
xamanicas para curar ou harmonizar. Seria bom escolher um projeto especifico, para
trabalhar em conjunto, mas não é preciso usar o mesmo método para trabalhar.
Digamos, que você decida xamanizar os desabrigados da sua área. Um de vocês
poderá cerca-los com uma cor de la'a kea. para ajuda-los a ter sucesso nas suas buscas
por uma casa (ou abrigo); outro, poderá fazer Nalu numa forma-pensamento de que
eles estivessem abrigados; outro poderá fazer grok em alguns lideres da comunidade
para inspira-los a agir mais rapidamente sobre o problema; outro, poderá sintonizar
num sonho dos desabrigados e muda-lo. Você terá que decidir em qual dos assuntos
pendentes da sua comunidade você quer trabalhar. Lembre-se de trabalhar em soluções
positivas e não contra alguém ou alguma coisa. Dêem-se pelo menos 5 minutos para
xamanizar e depois partilhem as suas experiências isto ajudará a reforçar a memória e
unir, e também servirá como uma forma de ensino mútuo.
4 - Se houver um problema nacional ou internacional, que cause suficiente
preocupação para um ou mais membros do grupo, xamanize para aquilo, neste
momento, da mesma forma que o acima mencionado.
5 - Agora, xamanize um para o outro. Deixe cada pessoa nomear uma coisa
que ele/ela gostaria de ajudar. Poderia ser algo relacionado á saúde, finanças, um
relacionamento, ou o crescimento pessoal, e poderia ser pessoal ou para alguém de
fora do grupo. Xamanize para uma pessoa de cada vez e partilhe após cada pessoa ou
no final. Quanto mais pessoas, mais tempo será preciso. Cinco minutos por pessoa
estará bom para um grupo de 3 a 4 mas, num grupo maior, você, talvez queira manter o
tempo aquinhoado para 3 a 2 minutos por pessoa. Assegure-se de manter o mesmo
tempo para cada membro do grupo. Se uma pessoa tiver um problema severo você
poderá trabalhar mais nele, antes ou depois da sessão Kokua. Muitos grupos têm se
desfeito porque uma ou duas pessoas tem monopolizado o tempo, mesmo apesar de
claramente necessitarem de muita ajuda. Você precisa lembrar-se. que isto é um grupo
de apoio mútuo para xamanizar. Não permita que se transforme num grupo de terapia
para alguns, porque não funcionará.
6 - Faça um final com uma meditação, uma canção ou uma prece (ou todos
os três). Você já sabe como, do último capítulo.

116
7 - Após o encerramento, permita tempo para a socialização. Novamente, isto
reforça a união e é simplesmente gostoso. Alguns grupos somente conversam, outros
têm um jantar trivial, ou comem salgadinhos ou saem juntos. Para maior efetividade,
faça a xamanização antes da socialização e não as misture.
Encontrar-se uma vez por semana é típico e efetivo. Poucos têm tempo para
encontrar-se mais vezes. Uma vez cada 2 semanas ou 1 vez por mês. também funciona,
mas menos do que isto não funcionará bem para um grupo intimo. Mesmo um grupo
pequeno como este, necessita de um pouquinho de organização. Alguém vai ter que
fazer telefonemas, arrumar o lugar para a reunião e talvez guiar a reunião. Uma
solução é selecionar um facilitador por um período de tempo digamos um mês ou um
quarto do mês. Outra é ter um facilitador diferente a cada reunião, rodando entre os
membros, em turnos.
UM XAMÃ HUI

Um Hui é qualquer tipo de organização para trabalhar, se divertir ou se reunir


como uma companhia, uma sociedade, um clube, uma associação, ou uma cadeia de
trabalho. A Aloha Internacional tem sete diferentes Hui, sociedades xamanicas ou
redes, cujos membros trabalham juntos em projetos de interesse global, mesmo
morando longe uns dos outros. Você poderá se juntar a qualquer organização,
trabalhando em problemas globais no primeiro nível e simplesmente adicionar as
habilidades do segundo nível ao trabalho deles. Uma descrição desses Hui, e de suas
áreas de atividade, poderá ajuda-lo a formar o seu próprio ou dar- lhe idéias de onde
você poderá colocar as suas habilidades para bom uso.
1 - A ONDA HUI - Um dos projetos deste hui é ajudar os golfinhos
encontrados ou pescados, que estão correndo o risco de se afogar em redes para pescar
atum yellowfin. O atum nada debaixo dos golfinhos os pescadores capturam os
golfinhos quando pescam o atum. Os xamãs, estão trabalhando nisto usando
comunicação intuitiva, grokking, e mudando o sonho ou para ensinar os golfinhos e
atuns a não nadarem juntos. Este hui funciona bem com baleias e outros animais
marinhos mamíferos e com coisas como maremotos e a poluição dos oceanos. Se a
solução de um processo não for clara numa situação (como separar os golfinhos do
atum) o foco do xamã deve ser o resultado final (ex. o desaparecimento de um
vazamento de óleo). Devido á maneira da realidade operar no segundo nível os xamãs,
ao focalizar um resultado final positivo, estarão indiretamente energizando as soluções
em movimento e inspirando novas, dentre aquelas que estão fisicamente envolvidas.
Contribuir com fundos de organizações em cujo trabalho você acredita é bom,
contribuir com o pensamento focalizado é tão bom ou melhor ainda.
2 - O CRISTAL HUI - Este Hui. funciona com terremotos, erupções
vulcânicas, renovação do solo e localização e uso de fontes minerais. O tipo de
trabalho que poderá ser feito com terremotos e vulcões foi discutido anteriormente. A
renovação do solo é um campo excitante porque maneiras e recursos já existem para se
transformar o barro morto em greta viva e o foco xamanico pode ajudar a espalhar isto
pelo mundo. O local de novas fontes e o uso mais efetivo e eficiente das já existentes
incluindo tudo, desde o cristal até o carvão pode beneficiar o mundo. Os xamãs
podem usar a sua intenção grokking e sonhando esses empreendimentos, bem como
outras habilidades xamanicas que poderão ser o assunto de um próximo livro,como
procurar água, radiônica, etc
3 - A CHAMA HUI - Não é surpreendente que este Hui funcione em
incêndios; incêndio de florestas, de óleo,de edifícios, qualquer coisa que ameace a
comunidade humana ou que tenha sido causado por humanos. Isto também funciona
com auras e nisto o la ' a kea é o maior instrumento. Como um Hui entretanto funciona

117
com comunidades ao invés de individualmente. Por exemplo, se uma comunidade
estiver tendo discussões ou desesperos, os membros desta Hui, sintonizariam na aura
da comunidade e trabalhariam para harmonizar e mudar a sua qualidade. Outra arma
de ação xamanica é o incremento do uso da energia solar, da fusão nuclear e de
projetos similares.
4 - O ARCO-ÍRIS HUI - O clima é o domínio deste Hui. Em curto prazo
ajuda a evitar ou reduzir dano ás comunidades humanas por furacões, tempestades e
secas. Em longo prazo, o envolvimento é com pesquisa e gerência atmosférica. É
necessária uma profunda comunicação com os elementos do clima para operar num
estado de relacionamento e cooperação e não de uma tentativa de controle arrogante
por alguém que busque controle e tente forçar obediência. Não é inconcebível que
membros deste Hui, xamãs trabalhando nesta área descubram ou ajudem a inspirar
maneiras de guardar e de usar as vastas energias dos ventos e das tempestades.
5 - A FOLHA HUI - Trabalhando numa larga escala, este Hui se refere á
vegetais (incluindo árvores), sua preservação, proteção e propagação. O
reflorestamento, a introdução de novas espécies de plantas, o rendimento das colheitas.
São outras considerações também, a cura das plantas e a cura pelas plantas e a maneira
pela qual os humanos e as plantas podem trabalhar juntos mais produtivamente, cada
um servindo as necessidades do outro. O estudo e a prática da comunicação com
plantas é uma extensão natural do trabalho deste Hui.
6 – O HUI UNICÓRNIO - Este Hui envolve trabalho xamanico com a terra e
animais, que inclui pássaros, insetos e bactérias. Ajudar certas espécies a sobreviver e
a procriar, é uma grande preocupação. Bem como a cooperação e comunicação entre
humanos e animais. As velhas lendas das sociedades mais tradicionais falam de um
tempo que os humanos e animais se comunicavam facilmente uns com os outros. Em
muitos casos, eram os animais que ensinavam os humanos sobre a cooperação entre si
e com o meio ambiente, e sobre os profundos mistérios da vida. Conforme os humanos
foram se tornando mais arrogantes, as suas habilidades de comunicar ficaram
perdidas. Reviveu num grau limitado em estudos científicos que observam os animais
no seu habitat natural, mas, degenerou a um buraco sem fundo nas absolutamente
desnecessárias experiências cientificas, que são feitas pelos humanos em animais. A
comunicação animal é da maior importância para o bem estar do planeta, bem como á
sobrevivência humana e o crescimento espiritual. Métodos xamanicos e ações podem
ajudar tremendamente nisto.
7 - O CORACÃO HUI - As relações humanas são a responsabilidade deste
Hui, usando técnicas xamanicas e conhecimento para aumentar a paz, harmonia e a
amizade entre grupos e o que os seus membros fazem. Também estão envolvidos na
pesquisa e na prática de cura xamanica do corpo e da mente humanas. Sim, precisamos
aprender a amar e a cooperar com a natureza, mas acima de tudo precisamos aprender
a amar e a cooperar conosco mesmos. Temos o conhecimento e a tecnologia para criar
uma Idade de Ouro, e ao mesmo tempo temos o conhecimento e a tecnologia para nos
destruir. Não importa o que façamos, a Terra sobreviverá. Provavelmente, reviverá
rapidamente, mesmo que devastemos a sua superfície, à maneira como as samambaias
florescem. logo após a lava quente e os gases tóxicos causarem o caos, durante uma
erupção vulcânica. Mesmo que não, a Terra poderá levar milhões de anos se for
preciso. Poderemos ser parte de seu destino ou desaparecer repentinamente. O destino
continuará. Com tudo o que ela dá, penso que esteja bem claro que a Terra nos ama,
mas não acho que ela nos ame mais do que suas outras crianças como os golfinhos, as
formigas e as árvores. Ainda penso, que seu amor é tão grande que ela continuará a nos
amar não importa o que façamos. A Terra nunca se voltará contra nós. O perigo vem
somente de nós. Bem como a solução.

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CONCLUSÃO
Há muitos anos, meditando um poema apareceu na minha mente. Parece-me
apropriado usá-lo para terminar este livro de prática para os xamãs urbanos.

ODE PARA UMA RÃ

Ronque e murmure pequena rã dentro da sua moradia lamacenta


Alguma vez você pensa em nós
Você se queixa e se inquieta
Com nossas guerras e desperdícios e ganância
A nossa corrida para a morte em descuidada velocidade
Você pensa em nosso destino
Quem prega sobre o amor e pratica o ódio
Quem desconfia e teme aqueles diferentes de nós
Embora eles sejam vizinhos ou vivam do outro lado do mar
Você ri, e ri de como nós falamos de paz
Enquanto uma mão segura uma pedra
Pronta para golpear a cabeça do vizinho
Porque ele é amarelo, preto ou vermelho
E para aqueles que gritam: Precisamos nos desarmar!
Nossos inimigos nunca nos causarão mal.
Quando eles virem que nós não temos armas nem meios de defesa.
Eles ficarão felizes em ficar do seu lado da cerca
Ou aqueles que dizem: “Ataquem e lutem”
Nós lhes mostraremos que o poder é o certo.
Quem liga para a radiação nuclear?
É importante que nós provemos que somos a nação mais forte”
Ah, os homens dizem isto e os homens dizem aquilo,
E alguns mudam de lado e alguns são imutáveis
E alguns meramente se glorificam andando na ponta dos pés.
Mas poucos são aqueles que enxergam a grossa ponta de seus narizes
Eles fazem discursos e deliram com ardentes discursos.
E pregam, e pregam. e pregam. e pregam.
E o que é conseguido com mil palavras
E onde estão as pegadas de pássaros voadores?
Porque palavras não podem crescer colheita; ou vestir os pobres
Ou encontrar a cura para uma doença enganosa.
Eles não podem alimentar as crianças ou curar os doentes,
Ou construir um reservatório ou manejar uma colheita
Oh, eles tem o seu lugar que eu concedo.
Mas uma palavra nunca substituirá uma ação.
Sim, é a ação que conta, não o que dizemos.
Precisamos agir e fazer e liderar o caminho
Através de ações se esperamos viver
Num mundo sem ódio ou vingança ou um Muro.
Realmente acreditamos nos Direitos Humanos
Seja ele preto ou branco, amarelo ou bronzeado?
Honestamente pensamos que podemos viver sem guerras,
Com confiança e paz eternas?
Que não haja a necessidade de haver fome ou doença ou o medo

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Que a morte para muitos não precise estar tão perto
Se nós acreditamos então vamos agir e fazer desta velha Terra
Um lugar onde verdadeiramente a alegria cuidará de cada nascimento.
E se não o fizermos? E se somente nos sentarmos e esperarmos
Até que as bombas começarem a cair e nos saibamos que é muito tarde?
Estas são perguntas que também me faço pequena rã,
Enquanto sentado à mesa ou dirigindo na estrada
Se jogarmos nossas terríveis bombas monstruosas,
Você se sentará aí serena, paciente e calma ?
Ou você simplesmente rirá, pensando em quando
A Terra não será mais atormentada pelos homens?
Se ao invés disso reconhecermos a Terra como nossa Mãe,
E todas as suas criaturas como irmãs e irmãos,
A terra e o mar e o céu como amigos,
Nós como jardineiros cujo papel é o de cuidar
Então, talvez, com amor num modo de ação
Possamos faze-la funcionar, pequena rã.

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