“Direito e Legislação”
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Direito estatal e Direito não-estatal: na primeira acepção a palavra direito é aplicada para
as normas jurídicas elaboradas pelo Estado para reger a vida social, como o Código Civil ou
o Código Comercial. Ao lado do direito estatal existem normas obrigatórias, elaboradas por
diferentes grupos sociais e destinadas a reger a vida interna desses grupos sociais, como o
direito esportivo, o direito religioso, os usos e costumes internacionais, as normas trabalhistas
derivadas de acordos e convenções coletivas de trabalho.
DIREITO:
•O direito pode ser considerado como norma, como faculdade, como justo, como
ciência ou como fato social;
•Essas diferentes perspectivas revelam o caráter análogo do conceito de direito;
•Apesar das acepções diversas, elas não são contrárias. O sentido fundamental do
direito, em qualquer de seus aspectos, consiste sempre em estar a serviço da justiça, isto
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é, em assegurar a cada um aquilo que lhe é devido, segundo uma relação proporcional,
fundada na igual dignidade de todos os homens.
Direito - conceito
Direito é a arte do bom e do equitativo – Ius est ars boni et aequi . (Ulpiano) (noção
de justiça)
Direito é a proporção real e pessoal de homem para homem que, conservada, conserva
a sociedade e que, destruída, a destrói. (Dante Alighieri) (direito como fato social)
Direito é o conjunto das condições segundo as quais o arbítrio de cada um pode
coexistir com o arbítrio dos outros de acordo com uma lei geral de liberdade
(Koenigsberg – Comentando Kant). (direito relacionado à noção de liberdade)
Direito é a coordenação objetiva das ações possíveis entre vários sujeitos, segundo um
princípio ético que as determina, excluindo delas qualquer impedimento.( Del Vecchio).
Direito é a vinculação bilateral da conduta para a realização ordenada dos valores de
convivência. (Miguel Reale)
•BILATERALIDADE ATRIBUTIVA é a relação objetiva que, ligando entre si
dois ou mais seres, lhes confere e garante, de maneira recíproca ou não, pretensões
ou competências. (MIGUEL REALE)
Sujeito do Direito: é o ser, a quem a ordem jurídica assegura o poder de agir contido
no Direito. Ordinariamente, esse poder é um gozo, uma vantagem do sujeito, mas há
direitos, que existem em favor de outrem. Os sujeitos do direito são as pessoas naturais
e jurídicas. Todavia é certo que as idéias de pessoa e sujeito do direito não tem a mesma
extensão. A idéia de pessoa oferece dois aspectos: o ativo e o passivo. O sujeito do
direito é a pessoa em sua posição ativa.
Relação do Direito: é o laço que, sob a garantia da ordem jurídica, submete o objeto
ao sujeito. Os romanos designaram-na pelo nome de jus, como nós a denominamos
direito. Existem duas categorias de relação: uma sobre os objetos naturais e outra
ligando pessoas entre si, as quais podem denominar-se direitos de dominação e direitos
que impõem deveres diretos às outras pessoas.
Direito e Moral
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Direito Moral
Quanto à valoração do ato:
a)Bilateral atributivo; a)unilateral;
b)Visa mais ao ato exteriorizado b)Visa mais à intenção
partindo da intenção; partindo da exteriorização do ato;
Quanto à forma:
c)Pode ser heterônomo (Estatal); c) Nunca heterônoma;
d)Coercível; d) incoercível;
e)Especificamente predeterminado e certo, e) Não apresenta igual predeterminação
assim como objetivamente certificável; tipológica;
Quanto ao objetivo ou conteúdo:
f) Visa de maneira imediata e f) Visa de maneira imediata e
prevalecente ao bem social ou prevalecente ao bem individual
aos valores de convivência. ou aos valores da pessoa.
Ramos do Direito
Direito
Positivo Natural
Internacional Nacional
Público Público
Privado
Civil e Comercial
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Direito Nacional
É o sistema legal elaborado para ser posto, vigente, em determinada época, dentro das
fronteiras de um país. Só é válido dentro da jurisdição do país que o elaborou. Não se aplica a
países vizinhos.
•O direito nacional divide-se em:
•a) público,
•b) privado;
•O direito público (nacional) divide-se em: constitucional, administrativo, penal,
tributário;
•O direito privado (nacional) divide-se em: civil, empresarial e trabalhista.
Nacional/ PÚBLICO
É composto predominantemente por normas de ordem pública , que são normas
imperativas, obrigatórias.
Exemplo: Se houve um homicídio, mesmo que a vítima concorde em não punir o
assassino, haverá punição, pois se trata de norma de ordem pública, prevista no Código
Penal.
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Nacional/ PRIVADO
É composto predominantemente por normas de ordem privada, o que significa dizer
que são normas de caráter supletivo, vigoram apenas enquanto os interessados não
dispuserem do contrário, ou seja, enquanto a vontade deles permanecer, a norma é lei entre as
partes.
Exemplo1: um contrato de compra e venda, celebrado entre uma empresa e alguém que
quer vender um automóvel. A empresa compra o automóvel. Se houver desistência do
negócio, ou qualquer aditamento no contrato, valerá o que foi estipulado pela primeira vez no
contrato.
Exemplo2: A divisão de despesas com a construção de um muro. As partes (as pessoas
envolvidas) podem dispensar a divisão, ou até omitirem-se quanto a isso, pois se trata de
norma de ordem privada e precisa ser combinada. Art.588 δ 1o do Código Civil.
Exercício
1)Justiça é a vontade constante e perpétua de dar a cada um o seu direito.(Ulpiano)
2) Não é direito condenar um anormal.
3)Direito é o que é devido a outrem, segundo uma igualdade (S. Tomás)
4) O Estado tem direito de legislar.
5) O direito não permite o aborto.
6) A educação é direito da criança.
7) Cabe ao direito estudar a criminalidade.
8) O direito constitui um setor da vida social.
9) Deve se fazer o bem, dar a cada um o que lhe é devido
10) Direito é a arte do bom e do equitativo – Ius est ars boni et aequi . (Ulpiano)
Fontes do Direito:
A palavra fonte tem o significado comum de lugar onde a água surge, nasce ou jorra. É
nesse sentido que podemos usar essa palavra num sentido amplo e figurado quando falamos,
por exemplo, em fontes do Direito ou fonte da norma jurídica. Neste caso, queremos saber
qual é a origem do Direito, de onde provêm as normas, ou seja, origem, início.
Leis: a Lei é a mais importante fonte formal do direito. Entende-se por lei a norma
jurídica escrita emana do poder competente. A Lei está presente na legislação, que é o
conjunto das Leis vigentes em um país.
Em sentido técnico estrito, a Lei é a norma jurídica ordinária elaborada pelo Poder
Legislativo. Distingue-se, nesse sentido, dos decretos, regulamentos e portarias expedidos
pela Administração Pública (Poder Executivo).
1. Constituição (Federal / Estadual)
2. Lei complementar
3. Tratados e Convenções Internacionais
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4. Lei ordinária
5. Lei delegada
6. Medidas Provisórias
7. Decretos
8. Regulamentos complementares
(NR, Resolução, Instruções, Portarias, Circulares, etc..)
Doutrina: o sistema legal, incluindo as normas, nestas as leis, precisa ser interpretado.
Essa interpretação não é feita só pelo judiciário. Aliás, o Judiciário, muitas vezes, para fazer
sua interpretação se socorre da doutrina.
A doutrina jurídica é o conjunto sistemático de teorias sobre o Direito elaborado pelos
grandes juristas. A doutrina é o produto da reflexão e do estudo que os juristas desenvolvem
sobre o Direito.
O parecer comum sobre determinados assuntos, de diversos especialistas de notório
saber jurídico, constitui verdadeiras normas que orientam legisladores, juízes e advogados.
Assim, a doutrina é uma interpretação realizada por estudiosos da matéria, e pode ser
considerada nos;
-Tratados;
-Seminários; (cujos debates foram publicados)
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-Pareceres;
-Obras intelectuais como livros;
-Monografias.
Constituição
Leis (ordinárias/complementares)
Contratos
Dentre as leis existem normas gerais e específicas. As leis específicas derrogam as leis
gerais no que for contrário, ou seja, a lei específica é que irá prevalecer se existir contradição
com a lei geral.
Tipos normativos
Norma fundamental
Consiste na lei maior, denominada também de carta magna, vincula todos os ramos do
direito e invalida as leis que com ela não estejam em harmonia.
Enquanto na Federação prevalece a Constituição Federal, nos Estados federados
existem as Constituições estaduais, que devem guardar um paralelismo com a Constituição
Federal.
Hans Kelsen foi o precursor do modelo de normas, onde as normas legais retiram
validade das regras imediatamente superiores, até chegar ao ápice da pirâmide, onde está a
Constituição, que é o fundamento de todo o ordenamento jurídico estatal. Assim, a lei
ordinária não pode conter dispositivo contrário à Constituição. Nem o decreto ou a portaria
pode afrontar a lei ordinária.
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A doutrina discute se os tratados internacionais têm status legal ou Constitucional. Alguns defendem que: se os
tratados internacionais versarem sobre direitos fundamentais da pessoa humana será acolhido no nosso ordenamento
com status Constitucional, do contrário será Lei Ordinária.
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Lei Complementar: as que situam entre a norma constitucional e a lei ordinária, porque
tratam de matérias especiais, que não podem ser deliberadas em lei ordinária e cuja
aprovação exige quorum especial.
Quanto à matéria, às leis complementares são reservadas matérias específicas, e a
Constituição sempre determina a utilização de lei complementar para referida matéria.
Votação: maioria absoluta = 50% + 1 dos membros da casa. Art.47 e 69 CF
Vigência da Lei
O diploma legal que dispõe sobre a vigência da Lei é Decreto-Lei 4.657/42 que é
denominado de Lei de Introdução ao Código Civil – LICC.
A lei passa por 3 fases: o da elaboração, a da promulgação e da publicação. Embora
nasça coma promulgação, só começa a vigorar com a sua publicação no Diário Oficial. . Com
a publicação, tem-se o início da vigência, tornando-se obrigatória, pois ninguém pode
escusar-se de cumpri-la alegando que não a conhece. (art. 3º da LICC).
“Vacatio Legis”: período entre a publicação e a efetiva entrada em vigor de uma lei.
Em regra funciona da seguinte forma:
o No silêncio começa a vigorar 45 dias após a publicação.(art.1o LICC)
o Se expressa a data começa a vigorar na data que consta no texto da lei.
o Lei brasileira para ser aplicada a quem está no exterior começa a vigorar 90
dias após a publicação
Não, Medida Provisória não é propriamente uma lei, é ato do executivo com força de
lei.
A Medida Provisória suspende a eficácia de lei anterior.
Se convertida em lei – revoga a lei anterior
Se rejeitada restaura-se a eficácia da lei anterior.
INEFICÁCIA: é quando a lei, apesar de vigente não pode ser aplicada. A lei perde a
eficácia sem ser revogada.
-Formas de Ineficácia:
a)CADUCIDADE; surge situação cronológica ou factual que torna a lei inválida.
Alguns chamam de autorevogação. Ex.Leis temporárias, Excepcionais (Estado de sitio).
b)DESUSO; cessa o pressuposto de aplicação da lei.Ex.Lei proíbe caça às baleias, todas
morrem, não pode ser aplicada porque não existem mais baleias.
Irretroatividade da lei
A Lei é editada para reger situações futuras.
A Lei pode retroagir?
JUÍZES: por meio de decisões judiciais. Não é obrigatória porque outros juízes poderão
interpretar diferentemente. Não existe súmula vinculante.
DOUTRINA: (Livros, monografias, teses etc.) interpretação doutrinária ou científica.
Nunca é obrigatória.
LEGISLADOR: Ao baixar uma Lei interpretativa, chamada interpretação autêntica ou
legislativa.