ÍNDICE DE TABELAS
ÍNDICE DE QUADROS
1
Quadro 1 Quadro resumo da amostra calculada e do número de questionários
aplicados em cada localidade ........................................................................... 9
Quadro 2 Custo dos projetos executados em 2004 junto a caminhoneiros e/ou
profissionais do sexo no Rio Grande do Sul e produto final descrito.......... 32
2
1. RESUMO EXECUTIVO
3
Metodologia empregada
1
Estão listados na matriz de risco e vulnerabilidade como tendo ocorrência freqüente de
comportamento de risco e alta vulnerabilidade as seguintes populações: pessoas presas,
usuários de drogas injetáveis, profissionais do sexo, caminhoneiros e garimpeiros
(www.aids.gov.br).
4
mesmo nada significativas para os entrevistados. Deve-se dizer que a presente
avaliação foi focada no acesso da população por parte da ONG, não tendo
pretendido fazer uma avaliação de custo nem de implantação, ou da agilidade
institucional para execução, de cada um dos projetos das ONG/aids.
5
2. DESCRIÇÃO DO ESTUDO
Para alguns autores, a expansão das ONG nas últimas duas décadas
teve como um de seus propulsores a implementação de um novo
assistencialismo social (Biagini, 2005; Fowler, 1997). Análise histórica das
6
organizações da sociedade civil latino-americanas permite uma tipologia: há
aquelas organizações de promoção e defesa de direitos e há as que buscam
serem concessionárias para a operação de programas e serviços públicos e
para executar ações de bem-estar e desenvolvimento, como prestadoras de
serviços do Estado (Biagini, 2005).
A provisão de serviços se justifica na medida em que, numa visão
positiva das ONG, estas são percebidas como pioneiras e como capazes de
fornecer serviços a comunidades de outra forma excluídas do Estado e do
mercado; suas ações geram capital social, i.e. trabalho democrático, redes
formais e informais de cooperação, de decisões e de metas compartilhadas.
Parte-se da idéia de que uma série de atividades será culturalmente adequada
quando executada por organizações pertencentes a movimentos de base;
também se entende que a participação da sociedade civil na elaboração de
políticas públicas contribui para o exercício da cidadania e para o controle
social. Entretanto, destacam-se por vezes, numa visão menos otimista das
ONG, a capacitação insuficiente dos integrantes das ONG ou uma capacidade
institucional limitada (Rabotnikof, 2001), a execução de ações em pequena
escala, a existência de mecanismos frágeis de monitoramento e avaliação
internos à instituição, a instabilidade de seus recursos e a sua dependência
com relação às agências de financiamento.
Atualmente, no Brasil, observa-se que as ONG/aids respondem a editais
periódicos elaborados pelo PN-MS ou, mais recentemente, àqueles formulados
pelas Coordenações Estaduais de HIV-Aids. As ONG assim credenciadas
elaboram intervenções que atendem a políticas, e satisfazem formatos
predefinidos, do governo brasileiro. A sustentabilidade das ações de ONG
desenvolvidas através de projetos que respondem a editais fica deste modo
inteiramente dependente da obtenção de recursos estatais (Horochovski,
2003). Mais especificamente, depende de uma única agência governamental, o
PN-MS – cujos recursos foram disponibilizados através de empréstimos feitos
pelo Banco Mundial (AIDS I, em 1993; AIDS II, em 1997; e AIDS III, em 2003,
vigente até 2006). Como o Terceiro Setor é reconhecido pelo Estado brasileiro
como um componente crucial e complementar no campo da saúde, e pelas
especificidades do campo da aids no Brasil acima mencionadas, a avaliação de
um programa de ações de uma ONG/aids se traduz, necessariamente, numa
pesquisa avaliativa de uma política pública de saúde (Armani, 2003;
Horochovski, 2003; Faria, 2005).
Conforme Parker (2005), não há documentos registrando os
componentes e o processo de elaboração das respostas dadas no Brasil à
epidemia da aids, acarretando a impossibilidade de reproduzir o programa e
também a dificuldade de compreender, a partir de uma perspectiva mais ampla,
estas respostas2. Ainda Parker (2002) enfatiza que o Programa de Aids
brasileiro tem como um dos mais difíceis dilemas o desafio da avaliação, sendo
necessário determinar em que nível a avaliação deve ser operacionalizada e
2
Os fatores apontados por Davies (2001) para a dificuldade de se tirar conclusões acerca dos
resultados do trabalho das ONG são diversos: expectativas ambiciosas da parte dos
avaliadores que podem não ter contrapartida na elaboração dos projetos das ONG; alta
complexidade de ONG de grande escala; diversidade de atividades desenvolvidas por uma
mesma ONG; objetivos mencionados pelas ONG que são vagos ou difíceis de mensurar;
limitações quanto aos instrumentos utilizados para monitorar, avaliar e revisar atividades;
ausência tanto de uma baseline para os dados, quanto de sistemas de monitoramento.
7
como colocar em prática um conjunto de avaliações que não recaiam num
“gerenciamento tecnocrático”. Ele sugere que se busquem avaliações ditas
democráticas (Spink, 2001), onde se “incorpora a auto-avaliação como parte do
processo de transformação social” (Parker, 2002:2).
Metodologia detalhada
8
(Quadro 1). A forma com que foi feito o cálculo da amostra encontra-se
descrito no volume 2, de anexos, do relatório técnico final.
Apresentação de resultados
9
Foram entrevistados 854 caminhoneiros, nas cidades de Porto Alegre
(Posto Garoupa), Canoas (Posto Buffon), Gravataí (Posto Radar e Posto
Perdigão), Rio Grande (Postos Buffon, Ongaratto e Marinha) e Chui (Aduana).
Os dados qualitativos referem-se aqui a entrevistas realizadas com cerca de 30
caminhoneiros.
As características socioeconômicas e demográficas da amostra estão
descritas na tabela 1. A quase totalidade dos caminhoneiros (as) entrevistados
são homens (99,8%) e somente duas eram mulheres. A idade dos mesmos
variou de 20 a 74 anos, sendo a idade média 40,5 anos e a mediana de 40
anos. O desvio padrão foi de 10,9 anos. Quanto à cor, 83% declarou-se
branco; 14% preto, negro ou mulato e 3% amarelo, asiático ou indígena.
A renda mensal referida foi em média de R$ 2.115,00, mediana de R$
1.500,00 e desvio padrão de R$ 1.756,00, tendo variado de R$ 250,00 a R$
20.000,00. Somente vinte pessoas declararam renda mensal até R$ 600,00 e
sessenta e uma pessoas renda de R$ 5.000,00 ou mais.
A escolaridade concentra-se no primeiro grau, 68,78% (586) e no
segundo grau, 30,16% (257), sendo que somente 1,06% (9) freqüentou o
terceiro grau. Nesta classificação foram incluídos os graus completos e
incompletos.
Quanto ao estado civil 84% declarou-se casado ou em união. Dentre
esses, 83,7% informou estar no primeiro casamento. Quanto ao número de
vezes em que esteve casado ou em união, dentre aqueles que já foram
casados mais de uma vez ou que estavam solteiros, namorando, separados,
divorciados ou viúvos, no momento da entrevista, 25,47% (41) foi casado uma
vez; 59,63% (96) duas vezes; 11,18% (18) três vezes e 3,73% (6) quatro ou
mais vezes.
Os dados qualitativos indicam que uma parcela importante dos
caminhoneiros encontra-se engajada há vários anos em um mesmo
relacionamento conjugal. Vários entrevistados estavam “casados” há mais de
20 anos com a mesma esposa. A família é mencionada nas entrevistas como
um valor.
Um total de 84,76% (723) dos caminhoneiros disse ter filhos e a maioria,
85,8% (458), teve filhos com somente uma mulher 85,77% (458). Dos que
tiveram filhos com mais de uma mulher, 81,33% (61) teve com duas mulheres;
17,33% (13) com três mulheres e somente 1,33% (1) com quatro mulheres.
Quanto a freqüentar alguma religião, 81% (688) respondeu
afirmativamente, sendo que a maioria declarou-se católico 66,9% (572), e
19,3% (165) disse não praticar ou ter alguma religião.
Em relação a informações sobre a trajetória profissional, tabela 2, o
tempo de trabalho como caminhoneiro variou de 1 a 52 anos, com média de
16,9 anos e mediana de 15 anos. O desvio padrão foi de 10,74 anos. A maioria
já teve outra profissão além de caminhoneiro. As mais freqüentes foram a de
agricultor, pedreiro, vendedor / comerciante, operador de máquinas agrícolas,
frentista e serviços gerais. Nas entrevistas semi-estruturadas, o relato da
trajetória profissional envolve a saída do campo, onde quando jovem o sujeito
dirigia grandes máquinas agrícolas e levava a colheita para uma cooperativa,
até um centro urbano, onde ele se torna motorista profissional de caminhões.
Para a maioria dos entrevistados, 86,35% (734), o que ganham como
caminhoneiros é a principal fonte de renda da família. Da mesma forma, a
10
maioria 86,35% (734) referiu ter algum familiar caminhoneiro, sendo pai, irmão,
tio e primo os graus de parentescos mais freqüentes.
Ser caminhoneiro é percebido pelos entrevistados como uma verdadeira
profissão, visto que é dela que resulta a renda familiar e o tempo que atuam na
área é bastante alto. Além do tempo, trata-se de uma profissão que em grande
parte dos casos é passada de pai para filho. É neste sentido que um dos
entrevistados comenta:
- (...) nós somos uma família de caminhoneiros. Era o pai, né. Mas tem mais
caminhões, só que tá com os meus irmãos.
- O teu pai já era caminhoneiro?
- Já. Depois eu fiquei com o caminhão. Foi ele quem me deu o caminhão para
trabalhar. [...]
- E me diz uma coisa: os teus irmão também têm caminhão ou vocês são donos juntos
de um caminhão?
- Não, nós somos donos juntos de mais de um caminhão. São cinco caminhões.
11
A grande maioria procurou, nos últimos seis meses, por serviços de
médico particular ou de plano de saúde, totalizando 66,3% (297); o SUS,
através dos postos de saúde ou hospitais foi procurado por 25,1% (213) e os
demais referiram outras tipos de atendimento 8,1% (69).
Quando indagados sobre a ocorrência de algum problema de saúde
durante as viagens, 25,6% (218) responderam afirmativamente. Mas desses,
menos da metade, 41,28% (90) procurou atendimento na ocasião; 20% (44)
tomaram medicamento por conta própria e 13% (28) procuraram serviço de
saúde no retorno da viagem.
Durante as viagens, o atendimento particular foi a opção de grande
parte, 47,06% (72), através de médico particular, ou de convênio da empresa
ou de plano de saúde. O atendimento pelo SUS, 43,13% (66), se deu
principalmente pela procura de pronto socorro ou de serviço hospitalar e, em
raros casos, pela ida a um posto de saúde. A procura por farmácias foi a opção
de 9,8% (15) dos caminhoneiros, nesta ocasião.
Um dos fatores apontados pelos entrevistados como sendo uma
dificuldade no que diz respeito ao atendimento de saúde e seguimento das
prescrições médicas é o pouco tempo disponível em função do ritmo exigido
pela profissão. Isto faz com que muitas vezes recorram à auto-medicação e
utilizem recursos que se encontram mais acessíveis, tais como chás e
remédios que já “conhecem”. O relato de um entrevistado que diz ter “pressão
alta” é ilustrativo desta dificuldade:
- [...] E esse médico do coração que nós vamos lá para pressão alta, que ela [esposa]
tem também. Ele marca a cada 3 meses para a gente consultar lá. E agora até acabei
não indo por causa da viagem, vou ter que marcar uma nova data.
- E quando está viajando, se acontece alguma coisa?
- Eu tenho um aparelhinho de pressão, eu mesmo meço. Até os remédios que eu
tomo, quem achou a dose certinha para mim fui eu. Eu achei... Porque a gente
acostumou, né. E eu sinto alguma coisa na cabeça, alguma coisa assim, aí eu vou e
meço a pressão. Quando eu vejo que não tá bom, eu vou no médico.
12
Pouco mais da metade, 57,4% (486) declarou ter utilizado os serviços de
profissional do sexo alguma vez na vida e, destes, 57,6% (284) utilizou no
último ano. A ampla maioria dos entrevistados, 83% (405), já usou estes
serviços durante as viagens.
Todos os entrevistados reconhecem que é bastante comum entre os
caminhoneiros o uso dos serviços de prostitutas nas paradas noturnas. Alguns
sabem mesmo informar o valor cobrado pelas prostitutas, referido como algo
em torno de quinze a vinte reais por meia hora. Dois entrevistados referiram
ainda mais de uma modalidade de prostituição, explicando que aquela menina
que “acompanha” eles faz um preço fixo pelos serviços que irá prestar durante
o percurso; o motorista paga as demais despesas (alimentação e banho)
durante a viagem. No caso de uma viagem de Rio Grande a Porto Alegre, o
serviço custa em torno de oitenta reais; numa viagem maior, de Foz do Iguaçu
a Porto Alegre, o serviço de acompanhante custaria quatrocentos reais.
Uma outra modalidade de “serviços sexuais” que aparece nos
depoimentos dos entrevistados e que é desvinculado por eles da prostituição, é
a figura da conhecida ou namorada. Esta é tida como mais confiável,
especialmente no que diz respeito à transmissão de DSTs/aids, dispensando
muitas vezes o uso do preservativo na medida em que “se sabe quem é”.
O uso de preservativo com profissionais do sexo é declarado pela
maioria 96% (457), sendo que o mesmo foi classificado como “quase
sempre/sempre” por 91,2% (437) dos entrevistados. Este dado se confirma nas
entrevistas qualitativas, onde aqueles entrevistados que referiram já terem tido
relações sexuais com prostitutas são unânimes em afirmar que fizeram uso do
preservativo.
Quando indagados sobre qual o principal motivo para usarem camisinha,
a prevenção das DST/HIV/aids foi o motivo mais freqüentemente citado por
62,4%, seguido de contracepção, por 15,8%, e os cuidados em decorrência de
relações extraconjugais, por 6,4% (Tabela 5).
O preservativo aparece relacionado exclusivamente às parcerias
eventuais, visto que a com a esposa prevalece a confiança, como afirma um
entrevistado ao referir que o preservativo é usado apenas nas relações
extraconjugais:
É aí [em casa], a gente tem aquela confiança que pode ser sem camisinha, no caso
né. Se é aqui [no posto] a gente fica mais na dúvida, aí tem que botar. Tem que ter
certeza, se não tem, pode fazer um teste do HIV.
13
Informação sobre Aids e Projetos de Intervenção
A obtenção de informações sobre DST/HIV/aids e o contato com
projetos de ONG/aids estão descritos, respectivamente, nas tabelas 6 e 7.
A televisão (33%) e o rádio (17,4%) são as principais fontes de
informação, seguidas pelos amigos e colegas (12,1%), e através de jornais
(8,7%) (Tabela 6).
Quanto a campanhas e abordagens sobre DST/aids, 62% (533) dos
entrevistados viram caminhoneiros sendo abordados em campanhas nas
estradas e 53,1% (450) já foi contatado por alguém sobre prevenção de
DST/aids. Somente 12,6% (68) referiram abordagem no local onde estava
sendo realizada a entrevista e, 11,5% (86), declararam que alguém veio
conversar sobre aids ou DST no posto onde está sendo entrevistado, nos
últimos dois anos3. A maioria, contudo, não lembrava o nome do grupo,
instituição ou projeto que conversou sobre aids nos últimos dois anos e 85,4%
(311) considera que aprendeu mais sobre DST/aids com essas abordagens
(Tabela 7).
Para a maior parte daqueles entrevistados na fase qualitativa, as
intervenções que presenciaram foram consideradas bastante pontuais – em
datas como carnaval e ano novo – e raras, tendo ocorrido uma ou duas vezes
durante estes longos anos de trabalho, como demonstra o trecho abaixo:
- E nessas paradas noturnas pra dormir nos postos, tu já foi abordado por algum
projeto ou instituição de prevenção de AIDS, de doenças sexualmente transmissíveis,
alguém que tenha te...
- Mais na época de carnaval...
- E com que freqüência então?
- Ah, é raro...
- Nesses postos que tu vais é...
- No meu ponto de vista eu acho raro..
3
Foram excluídas aqui as entrevistas realizadas em Canoas, portanto, estão sendo
consideradas 749 observações.
14
- O senhor nunca esteve em algum posto em que distribuíram algum preservativo,
alguma informação...?
- Não.
- Nunca, nunca?
- Nunca, nunquinha. Em 23 anos que eu viajo, nunca vi isso aí.
- Sério? Nunca?
- Sério.
- Nenhuma época?
- Nenhuma época.
- Eu acho que é muito escasso, o caminhoneiro não vale nada pra eles. Pra
caminhoneiro não tem nada, a gente mexe com tudo aí né. Tudo que come, que veste,
tudo é com o caminhão, e não tem nada pra nós? Tem muito posto aí, um posto desse
aqui é bom, mas aí você vai pagar o estacionamento, ele é bom por isso, agora tem
muito posto aí que você... é triste, você pára, você se sente numa favela.
15
E apesar do bom nível de informação sobre a doença, a aids ainda
parece ser uma coisa distante do universo de grande parte dos caminhoneiros.
Um dos entrevistados evidencia esta idéia ao falar sobre a importância de
desenvolver mais intervenções nos posto de gasolina:
[...] Porque hoje, pode perguntar pra qualquer um, a maioria acha que não existe aids.
Que a aids não é uma doença que te dói... Então ele vai pegar HIV e vai, está
acabado. Então acho que a maioria do pessoal mais de idade não acredita. Isso aí, se
o pessoal não mentir, tu vai ver que a maioria nem usa camisinha...
É neste sentido que quando falam nas formas de intervenção que devem
ser realizadas, os entrevistados mencionam a palavra-chave “conscientizar”. A
idéia presente neste termo é o de fazer com que a aids passe a ser vista como
uma realidade de fato pelos caminhoneiros, como um risco que está próximo e
não apenas no nível do discurso. É neste sentido que se encontra entre as
sugestões de motoristas a realização de palestras ou conversas com pessoas
que vivem com HIV/aids; alguns sugerem que pessoas que vivem com
HIV/aids sejam trazidas aos postos e mostradas, para que os motoristas
acreditem na existência concreta da doença.
16
Tabela 1 Características socioeconômicas e demográficas, N = 854
Variáveis N %
Cor
branca 694 83,1
negra, preto, mulato 118 14,1
amarelo, asiático, indígena 24 2,9
Idade na entrevista em anos
20 – 29 163 19,1
30 – 39 247 28,9
40 – 49 245 28,7
50 ou mais 199 23,3
Escolaridade
1º incompleto 369 43,4
1º completo 217 25,4
2º incompleto 186 21,8
2º incompleto 71 8,3
3º completo / incompleto 9 1,1
Renda mensal (em R$)
250 a 1000 201 23,6
1001 a 1500 246 28,9
1501 a 2000 171 20,1
2001 ou mais 234 27,5
Estado civil
casado ou em união 716 83,9
namorando 29 3,3
solteiro 62 7,3
separado, divorciado, viúvo 47 5,5
Tem filhos
sim 724 84,8
não 130 15,2
Número de filhos
um 198 27,4
dois 281 38,8
três 163 22,5
quatro 51 7
cinco ou mais 31 4,3
Teve filhos com a mesma mulher?
sim 458 85,8
não 76 14,2
Freqüenta religião
sim 688 80,8
não 164 19,3
Tipo de religião
católico 572 66,9
evangélico 84 9,8
espírita/umbanda, cambomblé 9 1,1
outras 23 2,7
protestante 2 0,2
não pratica/nenhuma 165 19,3
Os totais não coincidem devido à falta de informações para algumas variáveis
17
Tabela 2 Informações sobre a profissão de caminhoneiro, N = 854
Variáveis N %
Se já teve outra profissão
sim 670 78,5
não 184 21,6
Proprietário do caminhão
sim 340 39,8
não 514 60,2
Vínculo de trabalho
empregado 470 55,1
conta própria / autônomo 339 39,7
cooperativa 3 0,4
outro 42 4,9
Se caminhão é rastreado
sim, sempre 205 24
sim, às vezes 37 4,3
não 611 71,6
O que ganha é a principal fonte de renda da família
sim 734 86,4
não 116 13,7
Se tem familiar caminhoneiro
sim 734 86,4
não 116 13,7
Quem é o familiar caminhoneiro*
pai 256 28,1
irmão 251 27,6
tio 140 15,4
outro 98 10,8
cunhado 70 7,7
filho 69 7,6
sobrinho 27 2,3
Viaja sozinho
sim 754 88,3
não 100 11,7
Com quem viaja *
esposa 65 53,3
outra pessoa 24 19,7
filhos 17 13,9
caminhoneiro 14 11,5
outro familiar 2 1,6
Onde costuma parar durante as viagens*
Posto combustível 830 86,8
Aduana 45 4,7
Cia. Transportadora 39 4,1
Outro 28 2,9
Polícia Rodoviária 8 0,8
Casa de familiar ou namorada 4 0,4
Posto de pedágio 2 0,2
* dados em relação ao número de citações
18
Tabela 3 Informações sobre a utilização de serviços de saúde, N = 854
Variáveis N %
Consulta nos últimos 6 meses
sim 431 50,6
não 421 49,4
Especialidade do médico nos últimos 6 meses *
clínico geral 202 43,3
dentista 148 31,7
outro 46 9,9
cardiologista 30 6,4
traumatologista/ortopedista 12 2,6
oftalmologista 12 2,6
gastroenterologista 6 1,3
cirurgião 4 0,9
dermatologista 3 0,6
psicólogo/Psiquiatra 2 0,4
pneumologista 2 0,4
Tipo de serviço que consultou nos últimos 6 meses*
médico particular/ convênio empresa/ plano saúde 297 66,3
outro 69 15,4
pronto socorro / ambulatório de hospital do SUS 55 12,3
posto de saúde do SUS 27 6
Já adoeceu durante as viagens
não 635 74,4
sim 218 25,6
Como resolveu problema de saúde nas viagens
procurou serviço de saúde/médico durante viagem 90 41,3
tomou medicamento por conta própria 44 20,2
procurou serviço de saúde/médico no retorno 28 12,8
outro 27 12,4
não fez nada 18 8,3
procurou uma farmácia/farmacêutico 11 5,1
Tipo de serviço que procurou durante as viagens *
médico particular/ convênio empresa/ plano saúde 72 47,1
pronto socorro/ hospital do SUS 59 38,6
farmácia 10 6,5
posto de saúde do SUS 7 4,6
automedicação 5 3,3
Já doou sangue alguma vez na vida
Sim, já doou algumas vezes 237 59,5
Doou sangue apenas uma vez 99 24,9
Sim, doa sangue rotineiramente 62 15,6
* dados em relação ao número de citações
19
Tabela 4 Informações sobre parcerias sexuais, práticas sexuais e prevenção, N = 854
Variáveis N %
Se costuma usar camisinha nas relações sexuais
sim, sempre 310 36,4
sim, às vezes 271 31,8
não 270 31,7
Com quem já usou camisinha *
prostituta 270 38,4
parceira eventual 224 31,9
esposa 119 16,9
namorada 74 10,5
outro 15 2,1
travesti 1 0,1
Freqüência de uso de camisinha com esposa/namorada
nunca 314 54,7
sempre 149 26,0
às vezes 111 19,3
Parceira da última relação sexual
esposa atual 649 76,1
namorada atual 76 8,9
profissional do sexo 55 6,4
uma parceira eventual 45 5,3
outra(o) 20 2,3
ex-esposa ou ex-namorada 8 0,9
Se usou camisinha na última relação sexual
não 633 74,6
sim 215 25,4
Usou serviços de profissionais do sexo alguma vez na vida
sim 486 57,4
não 360 42,6
Usou serviços de profissionais do sexo no último ano
sim 284 57,6
não 209 42,4
Se já usou serviços de profissionais do sexo durante as viagens
sim 405 83,0
não 83 17,0
Se faz uso de camisinha com estes profissionais
sim 457 96,0
não 19 4,0
Uso de camisinha com profissional do sexo durante as viagens
quase sempre / sempre 437 91,2
nunca 21 4,4
frequentemente 16 3,3
raramente 5 1,0
Onde consegue camisinha quando se relaciona com profissional do
sexo 347 51,5
compra na farmácia 100 14,8
compra no posto de combustível 80 11,9
profissional do sexo 62 9,2
outro 46 6,8
ganha em campanhas de prevenção 34 5,0
posto de Saúde 41 0,6
bar / boate / motel 1 0,1
com colegas ou amigos
* Os percentuais são calculados em relação ao número de citações
20
Tabela 5 Motivos para uso de preservativo nas relações sexuais
Motivos referidos N %
Prevenção DST/HIV/AIDS 622 62,4
Contracepção 157 15,8
Relação extraconjugal 64 6,4
Não respondeu 43 4,3
Desconhece parceira/profissional 38 3,8
Consciência/responsabilidade 22 2,2
Não tem motivo/não usa 21 2,1
Com esposa não precisa 20 2,0
Higiene 5 0,5
Necessidade especial 3 0,3
Solicitação da parceira 1 0,1
Os percentuais são calculados em relação ao número de citações
21
Tabela 7 Caracterização das abordagens dos caminhoneiros pelas ONG/aids, N = 854
Variáveis N %
Viu caminhoneiros abordados nas estradas por campanhas sobre AIDS
sim 533 62,8
não 316 37,2
Onde foram as campanhas que viu nas estradas *
outros lugares (a classificar) 323 57,0
campanha no pedágio 205 36,2
campanha em festa de caminhoneiro 30 5,3
atividade de empresa transportadora 9 1,6
Já foi contatado por alguém sobre prevenção de DST/aids
sim 450 53,1
não 398 46,9
Em que locais foi contatado sobre prevenção de DST/aids *
outro posto / fronteira 217 40,3
outros locais 111 20,6
pedágio 75 13,9
neste posto / fronteira 68 12,6
polícia rodoviária 67 12,4
casa noturna / bar / boate 1 0,2
De 2004 até agora, alguém veio conversar sobre aids ou DST no posto onde
está sendo entrevistado? **
não 655 87,4
sim 86 11,5
Lembra o nome do grupo, instituição ou projeto que conversou sobre aids ou
DST, no posto onde está sendo entrevistado? **
não 61 65,6
sim 26 28
De 2004 até agora, alguém veio conversar sobre aids ou DST em algum outro
posto / fronteira (diferente do local da entrevista)
não 534 63,3
sim 310 36,7
O que foi feito durante as abordagens *
informações sobre como se prevenir da aids/ mostraram vídeo 345 21,1
distribuiram camisinha 340 20,8
deram informações sobre como se pega HIV/aids 339 20,7
entregaram material informativo (folheto) 325 19,8
deram informações sobre exames 195 11,9
realizaram algum teste ou exame 61 3,7
encaminharam para consulta médica 18 1,1
distribuiram kit de redução de danos (seringa) 12 0,7
outro 4 0,2
As abordagens ajudaram a aprender mais sobre aids ou DST?
sim 311 85,4
não 53 14,6
Que diferença a abordagem fez no dia-a-dia do caminhoneiro *
ganhou maior conhecimento 298 33,8
repassou para alguém informações sobre AIDS ou DST 178 20,2
se já usava camisinha, começou a usar "sempre" 125 14,2
passou a usar camisinha 92 10,4
mudou algum outro comportamento 92 10,4
buscou maiores informações sobre AIDS ou DST 75 8,5
procurou algum serviço de saúde 22 2,5
* Os percentuais são calculados em relação ao número de citações
** Tabela construída sobre 749 observações (excluídos entrevistados de Canoas)
22
Tabela 8 Conhecimento e utilização dos “containers” das ONG nos Postos de
Combustíveis da Cidade de Rio Grande, pelos caminhoneiros entrevistados, N = 854
Variáveis N %
Viu um container no pátio do posto
já foi ao posto, mas não viu container 333 40,9
sim, já viu um container 282 34,6
nunca foi a estes postos 200 24,5
Se já viu, foi até o container ou procurou alguém que trabalhava nele?
não se interessou por ir ao container 153 54,1
procurou o container 106 37,5
não foi até o container, pois já tinha sido abordado 24 8,5
Se procurou o container, por que foi até o serviço?
queria fazer algum tipo de exame 46 41,4
queria pegar camisinha 32 28,8
queria mais informações 25 22,5
outro 8 7,2
23
Tabela 10 Informações sobre uso de substâncias lícitas ou ilícitas, N = 854
Variáveis N %
Usa bebida alcoólica
sim 622 73,3
não 227 26,7
Número de vezes que tomou bebidas alcoólicas no último mês
pelo menos 1 vez por semana 278 44,5
eventualmente 257 41,1
todos os dias 78 12,5
mais de uma vez por dia 12 1,9
Uso atual de substância para ficar acordado
não 654 77,0
sim 195 23,0
Substâncias que costuma tomar para ficar acordado
Cafeína (café, chimarrão, coca-cola) 130 43,9
Rebite (anfetaminas) 104 35,1
Energético (red-bull, bad-boy) 34 11,5
Guaraná em pó 23 7,8
Cheira cocaína 3 1,0
Outro 2 0,7
Já usou, ou usa, cocaína injetável
não 846 99,6
sim 3 0,4
É mais difícil usar camisinha após tomar álcool ou outras drogas
sim 593 75,6
não 191 24,4
24
Discussão de resultados da avaliação, seus limites e
significados frente aos objetivos e metas do programa ou da
política avaliada
25
trocados ao longo da viagem – principalmente cartas de pagamento de frete,
documentos que funcionam como “vale pedágio” e por vezes documentos que
funcionam como “vale combustível”. O motorista troca uma parte do valor do
frete no posto de combustível por diesel (e o posto cobra overhead) e outra
parte por dinheiro. Sem esta troca negociada diretamente pelo motorista com o
posto, o sujeito não recebe pagamento em dinheiro. Justamente por isto
mesmo, há uma certa fidelidade do motorista àquele estabelecimento
comercial.
Enquanto que entre as profissionais do sexo entrevistadas percebe-se
conhecimento de diversas intervenções, das ONG e dos serviços de saúde, a
repercussão das intervenções realizadas pelas ONG/aids é pequena entre os
motoristas de caminhão. Mesmo quando os entrevistados identificam uma ação
de intervenção da qual foram alvos, não lembram os autores da ação. Assim,
os caminhoneiros não sabem se receberam preservativos e material
informativo do posto de saúde, de uma ONG ou de algum outro grupo.
A carência de ações de assistência à saúde e de prevenção junto aos
motoristas é tão grande que para muitos dos entrevistados o momento da
entrevista é citado como sendo a principal ou única melhor intervenção por eles
sofrida.
Conclusões da avaliação
26
da atividade produtiva ainda muito jovem, e a decisão de ser caminhoneiro,
compartilhada no núcleo familiar, que prevê uma carreira onde a escola não
está incluída.
Há no Brasil atualmente uma diversidade de programas de ensino,
destinados a atender populações que estão em defasagem na relação
idade/série, ou que se evadiram da escola sem a conclusão do ensino
fundamental. Os caminhoneiros necessitam do desenho de uma política
pública de educação específica, que lhes permita prosseguir na trajetória de
estudos, em particular no que se refere ao domínio das capacidades de leitura,
escrita e interpretação.
Um segundo elemento que nos parece constituir uma vulnerabilidade
específica da população estudada refere-se à dicotomia “lugar da casa, lugar
da rua”. Os caminhoneiros não apenas vivem muito tempo “fora de casa”,
entendida aqui a casa como local de moradia da família, dos filhos, das
relações de vizinhança tradicionais; como também viajam carregando “sua
casa”, pois chamam o caminhão muitas vezes de “casa de lata”. Vale lembrar
uma frase de pára-choque de caminhão, que, com algumas variações e
diferentes redações, apresenta o seguinte conteúdo: “o caminhoneiro tem uma
vida de cão, pois dorme na casinha, come numa latinha, e faz xixi no pneu”. O
fato de carregarem consigo uma casa facilita o “convite” a uma parceira
eventual para relações sexuais. Tal procedimento, por conta do convívio
intenso num grupo fortemente masculino, não é algo condenado, nem mal visto
pela maioria. Pelo contrário, o caminhoneiro tem uma aprovação social para
levar mulheres prostitutas para dentro da “casa de lata”, e isso ajuda a explicar
os elevados percentuais de uso desse serviço encontrados nessa população. A
venda e disponibilidade do medicamento Viagra nos postos de gasolina é
notória, e já sinaliza nesse sentido. Não há uma aprovação “empresarial” a este
procedimento, e o uso do satélite e dos equipamentos de rastreamento por
vezes dificulta a incidência desse tipo de comportamento, em particular ao
longo da estrada. Os postos de gasolina e outras áreas de estacionamento e
pernoite de caminhões têm posições diversas quanto ao tema, desde a
ausência de controle completa até procedimentos que visam impedir a
prostituição nessas áreas.
Ainda vinculado ao universo das relações com parceiras ao longo da
viagem, um terceiro elemento que aponta para a vulnerabilidade específica
desta população refere-se ao procedimento, encontrado junto a certo número
de caminhoneiros, de manter relações sexuais sempre com a mesma garota
quando da passagem por determinados pontos. Com isso, o caminhoneiro fica
amigo da profissional do sexo, relata que lhe traz presentes, passa a chamá-la
de “namorada”, “conhecida” ou “minha menina”. Temos também uma variante
desse comportamento, que implica levar a garota na viagem, por diversos dias
ou semanas, como acompanhante, após combinação de pagamento específico
e garantia da modalidade de retorno. Estes comportamentos que investem na
manutenção de um vínculo semi-permanente com determinada garota podem
ocasionar o abandono gradual do preservativo ao longo do tempo. Esta atitude,
já descrita na bibliografia que estuda outros grupos populacionais, nos ensina
que a emergência do amor e de vínculos de confiança implica o abandono do
cuidado e da prevenção, substituída pela intimidade e pela confiança – o que
pode ser também constatado na presente pesquisa através do uso declarado
27
pouco freqüente de preservativo com as esposas/companheiras, em quem os
entrevistados confiam.
As campanhas de prevenção entre os caminhoneiros precisam então
pensar em estratégias que tornem mais presente o preservativo nos postos de
gasolina, seja através de máquinas nos banheiros específicos, seja com o uso
de técnicas de abordagem e sensibilização. As situações específicas de
envolvimento entre a profissional do sexo e o caminhoneiro precisam estar
presentes nas campanhas de prevenção.
Um quarto elemento que merece ser levado em atenção acerca da
vulnerabilidade específica desta população refere-se ao uso do álcool e dos
estimulantes em geral, em especial o uso das anfetaminas, amplamente
conhecido como “rebite”, que configura um percentual elevado, conforme os
dados da pesquisa. O consumo destas substâncias traz com certeza
conseqüências para o uso do preservativo e adoção de atitudes de cuidado e
prevenção, e estudos que aprofundem esse tema precisam ser realizados.
Também esse elemento precisa estar presente nas campanhas específicas
dirigidas a este grupo, em particular nas conexões que esta prática estabelece
com outras práticas de risco, presentes na profissão de caminhoneiro, e que
valorizam um perfil masculino de indivíduo constantemente exposto a riscos.
Por fim, um quinto elemento que merece atenção é a notória dificuldade
dos caminhoneiros em ter acesso regular ao serviço de saúde do SUS, através
de uma unidade básica. Nos locais onde os caminhoneiros estão disponíveis
para consultas médicas, quais sejam postos de gasolina e áreas de fronteira,
estes serviços não existem. No local de moradia eles passam poucos dias, que
muitas vezes coincidem com finais de semana e feriados. O caminhoneiro
nesse aspecto está sempre desamparado, o que explica o uso predominante
de serviços médicos particulares, e apenas para resolução de problemas
pontuais. O serviço de saúde precisa pensar em estratégias de acesso a
populações que se deslocam, dos quais os caminhoneiros são um dos maiores
exemplos.
28
restaurante e churrascaria, administradores de praças de pedágio, gerentes de
transportadoras. Uma abordagem que leve em conta esta rede de atores pode
ter chances maiores de eficácia, em particular no que se refere ao discurso da
prevenção.
O segundo problema constatado é que as ONG se dispuseram a
trabalhar com esta população, atendendo a editais específicos dos programas
de aids, mas sem contar, em seus quadros, com pessoas que entendam do
universo dos caminhoneiros. Nas atividades de intervenção junto a outros
grupos específicos, tais como HSH, prostitutas ou travestis, verifica-se que as
ONG em geral têm em seus quadros lideranças representativas desses grupos
populacionais, e mesmo compõem as equipes de trabalho com essas
lideranças ou com pessoal representativo do grupo. Tal não ocorre com as
ações realizadas na população de caminhoneiros, feitas por indivíduos que não
tem um conhecimento aprofundado desta população. Uma solução para este
problema é a parceria com sindicatos e associações de caminhoneiros, e em
particular com as agências do sistema SEST/SENAT – Serviço Social do
Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. Vale ressaltar
que também as revistas e programas de rádio e televisão dirigidos a esta
categoria configuram boas possibilidades de parceria.
No que se refere à qualidade dos materiais empregados nas
intervenções, verifica-se que há um empobrecimento da idéia de educação em
saúde, que fica restrita à prevenção da aids, desconhecendo todo um universo
de problemas na relação com o serviço de saúde que estes profissionais
vivem, bem como o entorno mais amplo de acesso à saúde do caminhoneiro.
Também aqui a parceria, em particular com o SUS, poderia proporcionar ações
mais efetivas de prevenção. A necessidade deste tipo de parceria fica claro
quando se analisam algumas ações tomadas pelas ONG e outros projetos,
oferecendo testes de diabete e medida de pressão arterial aos caminhoneiros
em praças de pedágio e postos de gasolina. Os testes realizados, além de
fugirem da finalidade principal dos projetos de prevenção das DST/aids, não
contemplam as necessidades decorrentes dos exames realizados, tendo em
vista que não estão atrelados a nenhum serviço de saúde que garanta o
atendimento dos pacientes que eventualmente necessitem encaminhamento
devido à detecção de alguma alteração.
Por fim, comprovamos que as intervenções para atingir esta população
devem continuar a serem realizadas basicamente em postos de gasolina e
áreas de estacionamento de caminhões, em particular os postos, pois os dados
mostram que este é o lugar onde mais o caminhoneiro convive e está
disponível para abordagens e sensibilização. No posto de gasolina o sujeito
desfruta de maior liberdade de circulação, o que permite sua abordagem com
mais tempo. Mas se faz necessária a montagem de uma estrutura permanente
de abordagem, visível e com continuidade no tempo, para habituar o
caminhoneiro ao acesso.
29
vulnerabilidade social, apresentam tecnologias criativas e metodologias
inovadoras nas suas ações, têm maior flexibilidade para execução de projetos
e custos operacionais reduzidos, em comparação ao Estado. Esta idéia
justamente do trabalho das ONG, aliado à concepção de que a mobilização da
sociedade através de ONG é fundamental para o controle social, são molas
propulsoras de uma política específica de financiamento de ações de ONG
através de projetos. A presente avaliação constatou que a eficiência das
ONG/aids na abordagem da população de caminhoneiros é baixa, pois apenas
um décimo dos entrevistados se lembra de ter sido abordado em um dos locais
de atuação das ONG.
Este percentual está aquém das expectativas das próprias ONG, como
se lê em suas formulações de propostas originalmente aprovadas pelo PN/aids.
Todos os projetos receberam no ano de 2004 a chamada continuidade,
portanto, eram renovações de projetos já em execução há pelo menos um ano,
a maioria, há dois. Como exemplo, podemos citar o caso do GAPA-RG que, já
adentrando, portanto, o terceiro ano de execução do projeto, apresentava como
produto final a redução e prevenção de DST/HIV/aids entre 35.000
caminhoneiros e ajudantes em Rio Grande. Os resultados esperados de cada
projeto analisado segue a seguir, em quadro resumo (Quadro 2); percebe-se
que os projetos visaram, ao total, atingir pelo menos 40.000 pessoas ao longo
de um ano. Entretanto, os resultados da presente avaliação indicam que,
relativamente à população que efetivamente circula pelos locais estudados,
estas são expectativas demasiadamente otimistas por parte das ONG. Sugere-
se neste sentido que os resultados esperados possam ser revistos quanto às
suas dimensões.
Uma das principais linhas estratégicas que orientam as ações do
PN/aids na área da prevenção é a “fortalecimento de parcerias com
organizações não-governamentais, associações comunitárias e de classe, para
ampliar as ações de prevenção e a resposta à infecção pelo HIV” (BRASIL,
2006). Esta avaliação revela que parcerias com ONG foram fortalecidas, sem,
contudo, uma aproximação a outras associações presentes neste universo
social – nem por parte do PN/aids, nem por parte das ONG que atuaram junto
aos motoristas diretamente.
A presente avaliação indica que as ações poderiam ter sido mais
eficientes, e quiçá mais inovadoras e criativas, se houvesse maior proximidade
das ONG/aids para com a população de motoristas de caminhão. Tal
proximidade não parece ter sido buscada pelas ONG/aids durante o período de
execução dos projetos, na abordagem direta dos motoristas, nem tampouco
quando da elaboração do projeto, pois não se buscaram parcerias com
organizações representativas ou mais próximas dos motoristas – como
cooperativas, sindicatos ou entidades como o SEST/SENAT (este último citado
diversas vezes pelos entrevistados). As ações de prevenção que vinham sendo
executadas pelas ONG aparentemente foram simplesmente deslocadas para
novos locais de atuação, desconsiderando-se especificidades da população
alvo das suas ações.
Recomendam-se pelo menos duas outras avaliações para as ações das
ONG/aids junto a motoristas de caminhão. Primeiro, uma avaliação de custo-
benefício, que não era o objetivo da presente pesquisa e que não nos era
possível por não haver ainda informações suficientes que permitissem uma
estimativa do número de pessoas beneficiadas pelas ações das ONG através
30
dos projetos financiados. Apontamos aqui apenas os valores solicitados e
oferecidos como contrapartida por cada uma das ONG estudadas para 2004,
de forma resumida, em um quadro.
31
Quadro 2 Custo dos projetos executados em 2004 junto a caminhoneiros e/ou profissionais do sexo no Rio Grande do Sul e produto final
descrito
Valor Contra-
Duração Valor Total
ONG Solicitado partida Produto Final
Execução (reais)
(reais) (reais)
Contribuir para redução e prevenção da transmissão do
12 meses a
GAPA-RG $ 49.840,00 $ 15.000,00 $ 64.840,00 HIV/aids entre 35.000 caminhoneiros e ajudantes na
2004
cidade de Rio Grande/RS.
Ter levado informações a 3.000 caminhoneiros nos
Igualdade- 12 meses pontos de prostituição, com intervenções
$ 19.700,00 $ 5.400,00 $ 25.100,00b
RS 2004 comportamentais realizadas por dois agentes de saúde
com distribuição de material gráfico informativo/educativo
Redução do contágio pelas DST/HIV/AIDS por meio da
informação e sensibilização sobre formas de práticas
12 meses
UAPA $ 36.190,00 $ 13.586,00 $ 49.776,00c sexuais seguras, visando e incentivando a prevenção
2004
entre caminhoneiros e sua rede de inserção social em
Gravataí/RS, beneficiando diretamente 2.000 pessoas.
Ter reduzido a incidência das DST’s e do HIV entre
VHIVA 12 meses
$ 35.804,00 $ 20.240,00 $ 56.044,00d profissionais do sexo e seus parceiros(as), beneficiando
MAIS 2004
diretamente 400 pessoas no município de Canoas
A uma taxa cambial de U$1,00 = R$2,358 em 2004, os valores dos projetos em moeda norte-americana são aproximadamente
os seguintes: a U$ 27.500,00; b U$ 10.700,00; c U$ 21.100,00; d U$ 23.800,00.
32
A segunda recomendação que se faz neste sentido é a de que os órgãos
financiadores em especial voltem suas atenções para a avaliação de
implantação dos projetos, através da instituição de uma metodologia
consistente de monitoramento e avaliação dos projetos que recebem o seu
apoio; tal metodologia deve permitir também uma avaliação das facilidades e
das dificuldades encontradas na execução dos projetos por parte de ONG.
Podem-se ainda fazer avaliações dos projetos focando nas tecnologias
de intervenção adotadas, analisando-se o conteúdo e a forma das abordagens.
Deve-se incluir em tal avaliação uma análise do material distribuído pela ONG
bem como dos materiais que circulam pelos locais dos postos de combustível –
como CD de música, revistas, e outros produtos – na constante busca pelo
aprimoramento das formas de se abordar a população de motoristas.
Por fim, e o que nos parece fundamental, é preciso avaliar se a
especialização das ONG acarreta ganhos, como maior concentração de
recursos e de força política, ou se, ao contrário, implica limitações para a
atuação da instituição, que passa a competir por recursos com outras ONG
igualmente especializadas (que tenham, por exemplo, a mesma população-alvo
em seus projetos). Outra limitação possível é o isolamento da ONG quanto às
suas demandas específicas com relação a outras reivindicações sociais. Os
resultados da pesquisa até o presente momento permitem que se questione se
podemos falar em uma especialização das ONG também quanto às atividades
planejadas e executadas; buscamos analisar se há modelos de ação que são
repetidos pelas ONG ou se, ao contrário, estas reformulam e re-alocam
recursos quando da execução do projeto.
As avaliações aqui sugeridas estão sendo em parte desenvolvidas por
este mesmo grupo de pesquisadores. Como desdobramentos da pesquisa ora
realizada, listamos abaixo algumas estratégias de continuidade já em
andamento.
O presente projeto avaliativo, PROSARE, foi incorporado ao projeto de
pesquisa de doutorado de Andréa Fachel Leal, no Programa de Pós-
Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. O objetivo da sua tese de doutorado é fazer uma antropologia
de uma política pública de saúde – a agenda governamental de financiamento
de ações de ONG/aids através de recursos públicos – examinando
etnograficamente a repercussão de tal programa na comunidade local. O
ingresso no Programa de Pós-Graduação se deu em 2004 e todos os créditos
foram finalizados.
O projeto PROSARE também integra parcialmente outro projeto de
pesquisa executado por Andréa Fachel Leal, este último desenvolvido com o
apoio do Programa Interinstitucional de Treinamento em Metodologia de
Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Saúde Reprodutiva (NEPO/Unicamp –
MUSA/UFBA), com o título “Avaliação de resultados das intervenções no
campo da aids de Organizações Não Governamentais em Porto Alegre, Rio
Grande do Sul, com projetos executados em 2004-2005, através de
financiamento público estatal ou federal”. O prazo de execução do projeto do
Programa de Metodologia é de um ano, tendo iniciado a vigência do projeto em
fevereiro do corrente.
Os dados do projeto do PROSARE continuarão sendo analisados. Para
tanto, já foi submetida proposta de pesquisa junto ao CNPq, em resposta a
33
edital MCT/CNPq/MS-SCTIE-DECIT 26/2006, Seleção pública de propostas
para apoio às atividades de pesquisa direcionadas ao estudo de Determinantes
Sociais de Saúde, Saúde da Pessoa com Deficiência, Saúde da População
Negra e Saúde da População Masculina. A proposta, intitulada “Sexualidade e
modos de ser homem na estrada: determinantes da saúde de motoristas de
caminhão no Sul do Brasil”, sendo as instituições proponentes a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal de Pelotas
(UFPel). A coordenação do projeto é de Daniela Riva Knauth (Professora
Adjunta do Departamento de Medicina Social, Faculdade de Medicina,
UFRGS), e a equipe de pesquisadores está composta por Fernando Seffner
(Professor Adjunto do Departamento de Ensino e Currículo, Faculdade de
Educação, UFRGS); Ana Maria Ferreira Borges Teixeira (Professora Adjunta
do Departamento de Medicina Social, Faculdade de Medicina, UFPel); Andréa
Fachel Leal (Doutoranda em Antropologia Social, PPGAS-UFRGS).
Aguardamos o resultado do processo seletivo deste edital para o final do mês
de outubro do corrente ano.
Também será possível o acesso ao banco de dados gerado pelo projeto,
em particular junto aos alunos que demandam a linha de pesquisa Educação e
Relações de Gênero do Programa de pós-graduação em Educação da UFRGS,
área temática masculinidade, gênero e sexualidade. Esta área, referenciando-
se na perspectiva teórica pós-estruturalista, estimula trabalhos de investigação
acerca dos processos culturais e pedagógicos de produção, manutenção e
modificação das masculinidades, com especial ênfase para as relações entre
masculinidade, corpo e sexualidade, políticas públicas de saúde e direitos
sexuais, e é coordenada pelo Prof. Dr. Fernando Seffner.
Está ainda em andamento a análise mais detalhada dos dados
qualitativos e quantitativos, para a elaboração de artigos e posterior divulgação
em revistas científicas e outros eventos científicos e acadêmicos. Os relatórios
de pesquisa serão também divulgados em cada um dos sítios em que se deu a
pesquisa, de forma abreviada e em linguagem clara, visando dar um retorno
aos sujeitos entrevistados.
34
3. AVALIAÇÃO
35
instituição e na sensibilização imediata e direta de um conjunto de pessoas que
têm estreitas relações com estes sujeitos. Recomenda-se que sejam
desenvolvidas novas avaliações dos projetos de ONG/aids, considerando a
relação de custo-benefício das ações, a implantação e execução dos projetos,
os resultados almejados e obtidos nos projetos das ONG, a tecnologia adotada
e a qualidade das abordagens empregadas, entre outras. Salientamos que a
presente pesquisa avaliativa já está gerando novos projetos de pesquisa e de
avaliação, conforme mencionado acima, nas Recomendações para Futuras
Avaliações, e que os dados coletados e sistematizados através deste projeto
continuarão sendo analisados.
Uma dificuldade encontrada na execução do presente projeto de
pesquisa avaliativa foi a sazonalidade do transporte de cargas, especialmente
dos grãos, que fazia com que o movimento de caminhões na região caísse nos
meses de janeiro e fevereiro. O movimento tornou-se ainda mais atípico porque
em março ocorreu uma greve de longa duração por parte de caminhoneiros
que trabalham dentro do porto marítimo de Rio Grande, que alterou toda a
rotina dos postos e das empresas transportadoras, atrasando o trabalho de
campo previsto.
Com a presente pesquisa avaliativa foi possível conhecer melhor a
população de motoristas de caminhão que circula pelo Rio Grande do Sul,
esboçando-se inclusive um mapa de vulnerabilidades deste grupo. O estudo
ganhou densidade teórica e metodológica não previstos inicialmente neste
sentido, tendo sido ampliado tanto na sua etapa qualitativa quanto quantitativa.
Também foi possível compreender que aquela população que efetivamente se
identifica como tendo sido abordada por uma campanha de DST/HIV/aids é
baixa (inda que o estudo não seja representativo de toda a população de
caminhoneiros que circula na região). Também de forma imprevista, constatou-
se que para muitos entrevistados o momento da entrevista, para a realização
desta avaliação, foi considerada a melhor (e por vezes a única) abordagem de
DST/HIV/aids a que foram sujeitos. O momento que seria de pesquisa foi
reinterpretado pelos sujeitos como sendo uma importante intervenção.
Os resultados aqui apresentados sugerem que se revejam as estratégias
de abordagem da população de motoristas de caminhão, bem como o
continuado aporte financeiro a projetos nestes moldes desenvolvidos por ONG
em parceria com o PN/aids ou diversas Seções Estaduais e Municipais de
controle de DST, HIV e AIDS.
36
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
37
5.1 ANEXOS – ROTEIROS DE ENTREVISTA SEMI-
ESTRUTURADA
38
BLOCO II: Fluxos, rotas e serviços de saúde
Quais são as rotas o senhor realiza com mais freqüência? Costuma ir a quais cidades
(estados, países)?
As viagens que realiza são em média de quantos dias? Quantos dias fica fora de casa?
Costuma viajar sozinho ou com alguém? Viaja com a família ou com esposa?
A quantidade de viagens varia ao longo do ano? Em que períodos viaja mais (ou
menos)?
Quantas horas você viaja por dia?
Nestas viagens, onde costuma parar? Em que tipo de estabelecimento você fica para
dormir?
No estado do Rio Grande do Sul, quais os postos em que costuma parar e permanecer à
noite?
Quanto tempo fica parado no posto?
Tem vínculo com algum serviço de saúde?
39
BLOCO IV: Intervenções realizadas junto a caminhoneiros
Vamos voltar agora rapidamente para aquela questão das intervenções, de ser abordado
por algum grupo para a prevenção às DST, HIV ou Aids.
Dos projetos que o senhor observou, quais que mais chamaram a atenção? Por quê?
Alguma vez se sentiu constrangido com alguma intervenção?
Qual o conteúdo das intervenções? O que dizem ou fazem para vocês?
Que tipo de intervenção deveria ser realizada com caminhoneiros?
O que é importante (e/ou o que falta) para que os caminhoneiros se previnam das DST,
HIV e Aids? Quais as suas demandas?
Em termos da relação com outros caminhoneiros, como é que fica a questão das
informações, da camisinha, de drogas? Tem algum grupo ou alguma pessoa que seja
uma referência?
40
BLOCO VI: Uso de substâncias lícitas ou ilícitas
O objetivo aqui é pensar sobre o uso de substâncias, em particular a relação entre este
uso e as práticas sexuais, incluindo a prevenção às DST, HIV e Aids. Se o motorista
não quiser falar de si próprio, perguntar em termos mais genéricos.
Já estamos chegando ao fim da entrevista.
O senhor utiliza algum tipo de substância para permanecer acordado? Quais? Quando?
Há relação entre o uso destas substâncias e as práticas sexuais?
Como é o uso de álcool por caminhoneiros?
POR FIM:
Sempre pergunte ao entrevistado se há mais alguma coisa que ele gostaria de comentar ou acrescentar,
que ele ache importante nos dizer. Mostre o Termo de Consentimento Informado, se já não o tiver feito
no início da entrevista, leia-o para o entrevistado e peça a sua assinatura. Guarde a cópia assinada e dê
uma cópia do Termo para ele. Não esqueça de agradecer pelo seu tempo e pelas informações.
41
Avaliação do Impacto de Projetos de Educação Sexual e de Intervenção com Profissionais do Sexo, Travestis e
Caminhoneiros no Rio Grande do Sul
42
BLOCO III: Conhecimento e contato com projetos de intervenção
O objetivo aqui é saber se a profissional do sexo já foi abordado por algum grupo
(ONG ou OG) que fazia uma intervenção no campo da saúde, mais especificamente, de
prevenção ou assistência às DST, HIV e AIDS. Perceber se há distribuição de algum
material – condom, folheto informativo, ou outro – e o que é feito com o material.
No trabalho nos postos de gasolina e suas imediações, já foi abordada por algum projeto
ou instituição de prevenção às DST, HIV e AIDS? Com que freqüência isto acontece?
Quais os locais em que costuma ser mais freqüentemente abordada? Por qual
instituição?
Que tipo de atividade é realizada nestas abordagens?
Há distribuição de algum tipo de material? De que tipo? Se for material impresso, é
sobre o quê?
O que costuma fazer com o material distribuído?
Como avalia estas intervenções?
43
BLOCO V: Relações com clientes e práticas sexuais
Como são os caminhoneiros, enquanto clientes (relações de violência, estabelecimento
de vínculos, apressados, pagamento, idade, demanda do uso de condom, etc.)?
Nas relações sexuais de trabalho, utiliza algum método de prevenção às DST, HIV e
AIDS? Com que tipo de cliente utiliza? Com que freqüência? Qual o método que utiliza
com maior freqüência?
Os clientes com os quais costuma manter relações sexuais dispõem de métodos de
prevenção? De quem é a proposta para o uso? Há recusas de uso? O que faz nestas
situações?
Como faz para obter preservativo?
Já realizou teste anti-HIV? Quando? Onde? Por quê? Gostaria de realizar?
44
BLOCO VI: Uso de substâncias lícitas ou ilícitas
O objetivo aqui é pensar sobre o uso de substâncias, em particular a relação entre este
uso e as práticas sexuais, incluindo a prevenção às DST, HIV e Aids. Se a profissional
não quiser falar de si própria, perguntar em termos mais genéricos.
Já estamos chegando ao fim da entrevista.
Utiliza algum tipo de substância para trabalhar? Quais? Quando?
Onde obtém estas substâncias?
Há relação entre o uso destas substâncias e as práticas sexuais?
Como é o uso de álcool por profissionais do sexo?
Faz algum tipo de auto-medicação?
POR FIM:
Sempre pergunte à entrevistada se há mais alguma coisa que ele gostaria de comentar ou acrescentar,
que ela ache importante nos dizer. Mostre o Termo de Consentimento Informado, se já não o tiver feito
no início da entrevista, leia-o para a entrevistada e peça a sua assinatura. Guarde a cópia assinada e dê
uma cópia do Termo para ela. Não esqueça de agradecer pelo seu tempo e pelas informações.
45
5.2 ANEXO – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
46
5.3 ANEXO – INSTRUMENTO DO PILOTO
PROSARE PILOTO
Identificação do Questionário
2. Local da entrevista
1. Rio Grande Buffon 2. Rio Grande Ongaratto 3. Rio Grande Marinha
4. Gravataí Radar 5. Gravataí Perdigão 6. Canoas Buffon
7. Porto Alegre Garoupa 8. Chuí Aduana
3. Serviço no posto em cuja proximidade a entrevista será feita
1. Restaurante 2. Transportadora 3. Banheiro
4. Bomba de gasolina 5. Borracharia 6. Eletricista
7. Loneiro 8. Portão de entrada 9. Telefone Público
10. Outro
5. Identificação do entrevistador
1. Ana 2. Andréa 3. Daniela 4. Fernando 5. Juliana
6. Maiane 7. Marcos 8. Renata 9. Rodrigo
Informações demográficas e sócioeconômicas
47
13. Quantas vezes o senhor já foi casado? ______________
16. Se tem mais de 01 filho, todos os filhos são com a mesma mãe?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
17. Se os filhos não são com a mesma mãe, com quantas mulheres o senhor tem filhos?
______________
48
31. O que o senhor ganha é a principal fonte de renda da sua família?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS
32. Alguém de sua família trabalha, ou trabalhou, como caminhoneiro (ou com transporte de
cargas)?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
33. Se alguém é caminhoneiro, quem é esta pessoa? MÚLTIPLA RESPOSTA
1. Pai 2. Irmão(s) 3. Filho 4. Tio 5. Sobrinho
6. Cunhado 7. NSA 8. Outro
35. Qual a rota que o senhor mais fez nos últimos dois anos? ANOTAR CIDADES E
ESTADOS/PAÍSES
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
36. Que outras rotas, além desta, o senhor fez nos últimos dois anos? ANOTAR CIDADES E
ESTADOS/PAÍSES
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
37. Quantas viagens o senhor costuma fazer por mês? ______________ VIAGENS POR MÊS
38. Quanto tempo duram, em média, as viagens que o senhor faz? ______________ DIAS
49
44. No Rio Grande do Sul, em que locais o senhor costuma parar por mais tempo? LISTAR OS
POSTOS DE GASOLINA E AS RESPECTIVAS CIDADES
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
45. O senhor vem de quanto em quanto tempo aqui para este posto / esta fronteira em que estamos?
______________
DIAS
______________
SEMANAS
______________
MESES
48. Qual foi a última vez em que o senhor esteve aqui neste posto onde estamos?
______________
DIAS
______________
SEMANAS
______________
MESES
51. Quantos dias o senhor costuma ficar parado, em média, no posto ou na fronteira? ____________
DIAS
52. Nestes últimos 6 meses, o senhor consultou algum profissional ou serviço de saúde (médico ou
dentista)?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
53. Se consultou, qual era a especialidade do médico?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
50
54. Se já teve problema de saúde em viagem e precisou de serviço de saúde, em que tipo de serviço
recebeu atendimento?
1. Médico particular
2. Pronto Socorro SUS
3. Posto de Saúde de cidade de origem
4. Posto de Saúde de outra localidade
5. Ambulatório de hospital
6. Ambulatório de empresa em que trabalha
7. Ambulatório de plano de saúde
8. NR
9. NS/NL
10. NSA
11. Outro
56. O senhor sente necessidade de consultar algum serviço de saúde durante as suas viagens?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
57. Se sente necessidade de consultar, o senhor costuma frequentar algum serviço durante suas
viagens?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
58. Se procura algum serviço de saúde durante uma viagem, em que tipo de serviço costuma ir?
MÚLTIPLA RESPOSTA
1. Médico particular
2. Pronto Socorro (SUS)
3. Posto de Saúde próximo ao local em que está parado
4. Outro posto de saúde
5. Ambulatório de hospital (SUS)
6. Ambulatório de convênio de empresa onde trabalha
7. NR
8. NS/NL
9. NSA
10. Outro
60. Se não procura um serviço de saúde durante as viagens, por que não o faz? MÚLTIPLA
RESPOSTA
1. Inexistência de serviços nos locais em que fica parado
2. Dificuldade em conseguir agendamento no posto de saúde
3. Demora em conseguir consulta
4. Não tem convênio de saúde
5. Não gosta do atendimento do SUS
6. NR
7. NS/NL
8. NSA
9. Outro
51
62. O senhor já sofreu algum acidente de trânsito?
1. Sim 2. Não 3. NR
63. Caso tenha sofrido um acidente, detalhar há quanto tempo foi o acidente, onde aconteceu e por
quem foi socorrido.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
52
71. Há quanto tempo foi a sua última relação sexual? ______________ DIAS
______________ SEMANAS
______________ MESES
53
Informações sobre conhecimento e contato com projetos de prevenção às DST, HIV ou AIDS
Vamos conversar agora sobre HIV e AIDS.
83. Onde, ou através de quem, o senhor ouviu falar de AIDS ou DST? ESPONTÂNEA – NÃO LER
1. Televisão 2. Rádio
3. Revista para caminhoneiro 4. Jornal
5. Revista feminina ou masculina 6. Médico ou Serviço de Saúde
7. Livro 8. Filme
9. Familiares 10. Amigos
11. Caminhoneiros/Colegas 12. Professor/Escola
13. Posto de combustível 14. Posto de pedágio
15. NR 16. NS/NL
17. NSA 18. Outro
85. O senhor já viu caminhoneiros sendo abordados nas estradas por campanhas de prevenção à
AIDS?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
86. Se já viu campanhas nas estradas, como foram as campanhas? MÚLTIPLA RESPOSTA
1. Campanha em festa de caminhoneiro 2. Campanha no pedágio
3. Atividade de empresa transportadora 4. Outro
88. Alguém já veio conversar com o senhor sobre prevenção à AIDS?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
89. Se já foi contatado, em que locais vieram conversar com o senhor? MÚLTIPLA RESPOSTA
1. Neste posto / fronteira 2. Outro posto / fronteira 3. Pedágio
4. Polícia Rodoviária 5. Casa noturna / Bar / Boate 6. Nunca foi abordado
7. NR 8. NS/NL 9. NSA
10. Outro
91. Desde 2004 até agora, alguém veio conversar sobre AIDS ou DST com o senhor aqui neste posto
/ fronteira?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
92. Se foi abordado neste local, lembra o nome do grupo, instituição ou projeto que conversou com
o senhor?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NSA
93. Se foi abordado, qual o nome do projeto ou grupo?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
94. Desde 2004 até agora, alguém veio conversar sobre AIDS ou DST com o senhor em algum
OUTRO posto / fronteira (que não este onde estamos agora)?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
54
95. Se houve abordagem em outro local, lembra ONDE e QUEM foi?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
96. Algum destes grupos ou projetos que falaram com o senhor sobre AIDS (MÚLTIPLA
RESPOSTA) ESTIMULADA: LER TODAS AS RESPOSTAS
1. Deram informações sobre como se pega HIV/AIDS
2. Deram informações sobre como se prevenir da AIDS
3. Deram informações sobre exames
4. Realizaram algum teste ou exame
5. Entregaram material informativo (folheto)
6. Distribuiram camisinha
7. Distribuiram kit de redução de danos (seringa)
8. Encaminharam para consulta médica
9. NSA
10. Outro
98. Se na abordagem foi feito algum tipo de exame ou teste, especifique qual
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
99. Se já foi abordado alguma vez, quantas vezes foi abordado nos últimos 2 anos? ______________
VEZES
100. Se já foi abordado, estas abordagens ajudaram o senhor a aprender mais sobre AIDS ou DST?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
101. Se já foi abordado, o senhor pode nos dizer que diferença isto fez no seu dia-a-dia:
(ESTIMULADA: LER)
1. Ganhou maior conhecimento
2. Passou a usar camisinha
3. Se já usava camisinha, começou a usar "sempre"
4. Procurou algum serviço de saúde
5. Buscou maiores informações sobre AIDS ou DST
6. Repassou para alguém informações sobre AIDS ou DST
7. Nunca foi abordado
8. NSA
9. Mudou algum outro comportamento
103. Se já foi aos postos Ongaratto ou Buffon de Rio Grande, já viu um container no pátio do
posto?
1. Sim, já viu um container
2. Já foi ao posto, mas não viu container
3. Nunca foi a estes postos
4. NR
5. NS/NL
55
104. Se já viu container nos postos de Rio Grande, foi até o container ou procurou alguém que
trabalhava no container?
1. Procurou o container
2. Não foi até o container pois já tinha sido abordado
3. Não se interessou por ir ao container
4. NR
5. NS/NL
6. NSA
105. Se procurou o container ou pessoas a ele vinculadas, por que foi até o serviço?
1. Queria pegar camisinha 2. Queria mais informações
3. Queria fazer algum tipo de exame 4. NR
5. NS/NL 6. NSA
7. Outro
107. Se procurou o container para fazer algum tipo de exame, qual?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
108. Qual foi a campanha ou abordagem que o senhor achou mais marcante? Por quê?
Indicar ao entrevistado que ele pode mencionar qualquer campanha de AIDS, não necessariamente aquelas voltadas
para caminhoneiros.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
109. Na sua opinião, o que deveria ser feito para que caminhoneiros se previnam da AIDS e de
DST?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
56
Conhecimento AIDS
Indique para cada frase abaixo se esta é uma forma de se transmitir o vírus da AIDS (verdadeira,
falsa) ou se você não sabe.
Ter uma relação sexual sem usar a camisinha.
1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
Compartilhar seringa quando se usa droga injetável.
1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
Receber uma transfusão de sangue.
1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
Da mãe para o filho (gravidez/amamentação/parto)
1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
Picada de mosquito.
1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
Compartilhar louça ou talheres.
1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
116. O senhor conhece alguém que tenha o vírus da AIDS?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
117. Se conhece alguém, quem é esta pessoa? MÚLTIPLA RESPOSTA
1. Familiar 2. Amigo 3. Caminhoneiro
4. Vizinho 5. Conhecido 6. Profissional do sexo
7. Não conhece alguém 8. NSA 9. Outra pessoa
119. O senhor já fez o teste ou exame para o vírus da AIDS?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
120. O senhor já fez o teste / exame para vírus de hepatite?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
57
125. O senhor já usou, ou usa, cocaína injetável?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
126. O senhor compartilha, ou já compartilhou, seringas com alguém?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
127. O senhor costuma ter relações sexuais depois de tomar álcool ou algum outro tipo de droga?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
128. O senhor costuma usar camisinha depois de tomar álcool ou algum outro tipo de droga?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
Participação na pesquisa
Para finalizar, a gente quer lhe agradecer e saber sobre a sua participação na pesquisa.
130. O senhor que é caminhoneiro há X tempo e que foi abordado poucas ou nenhuma vez por
alguém para falar de prevenção à AIDS acha que tem alguma coisa que se possa fazer para
melhorar isto? O senhor teria algum comentário, ou sugestão, para acrescentar?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
131. APENAS PARA O ENTREVISTADOR: assinale aqui algum comentário relativo à aplicação
do questionário ou à situação da entrevista.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
58
5.4 ANEXO – INSTRUMENTO FINAL PARA APLICAÇÃO DO
SURVEY
COMO VAI?
PESQUISA UFRGS CEARGS - PROSARE
Identificação do Questionário
2. Local da entrevista
1. Rio Grande Buffon 2. Rio Grande Ongaratto 3. Rio Grande Marinha
4. Gravataí Radar 5. Gravataí Perdigão 6. Canoas Buffon
7. Porto Alegre Garoupa 8. Chuí Aduana
3. Serviço no posto em cuja proximidade a entrevista será feita
1. Restaurante 2. Transportadora 3. Banheiro
4. Bomba de gasolina 5. Borracharia 6. Eletricista
7. Loneiro 8. Portão de entrada 9. Telefone Público
10. Outro _________________________________________
5. Identificação do entrevistador
1. Ana 2. Andréa 3. Daniela 4. Fernando 5. Juliana
6. Maiane 7. Marcos 8. Renata 9. Rodrigo
59
13. Quantas vezes o senhor já foi casado? Se nunca foi casado, 00 (zero) ______________
16. Se tem mais de 01 filho, todos os filhos são com a mesma mãe?
1. Sim (pula para 18) 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
17. Se os filhos não são com a mesma mãe, com quantas mulheres o senhor tem filhos? NSA = 888
__________ MULHERES
60
30. Em relação à sua renda, o senhor poderia nos dizer mais ou menos qual é a sua renda mensal?
R$ _________
35. Qual a rota que o senhor mais fez nos últimos dois anos? Anotar as cidades e estados/países
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
36. Que outras rotas, além desta, o senhor fez nos últimos dois anos? Anotar as cidades e
estados/países
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
37. Quantas viagens o senhor costuma fazer por mês? ______________ VIAGENS
38. Quanto tempo duram, em média, as viagens que o senhor faz? ______________ DIAS
61
44. No Rio Grande do Sul, em que locais o senhor costuma parar por mais tempo? Listar os postos
de gasolina ou locais e municípios respectivos.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
45. O senhor vem de quanto em quanto tempo aqui para este posto / esta fronteira em que estamos?
______________ DIAS
______________ SEMANAS
______________ MESES
______________ Primeira vez aqui
48. Qual foi a última vez em que o senhor esteve aqui neste posto onde estamos?
______________ DIAS
______________ SEMANAS
______________ MESES
______________ Primeira vez aqui
51. Quantos dias o senhor costuma ficar parado, em média, no posto ou na fronteira (aqui)?
___________ DIAS
52. Nestes últimos 6 meses (de setembro até agora), o senhor consultou algum profissional ou
serviço de saúde (médico ou dentista)?
1. Sim 2. Não (pula para 57) 3. NR 4. NS/NL
53. Se consultou, qual era a especialidade do médico?
1. Clínico geral 2. Cardiologista
3. Pneumologista 4. Cirurgião
5. Gastroenterologista 6. Traumatologista/Ortopedista
7. Dentista 8. Psicólogo/Psiquiatra
9. Dermatologista 10. Nutricionista
11. Oftalmologista 12. NR
13. NS/NL 14. NSA
15. Outro _____________________________
62
55. Se já teve problema de saúde nos últimos 6 meses e precisou consultar, em que tipo de serviço
recebeu atendimento?
1. Médico particular
2. Pronto Socorro SUS
3. Posto de Saúde de cidade de origem
4. Posto de Saúde de outra localidade
5. Ambulatório de hospital
6. Ambulatório de empresa em que trabalha
7. Ambulatório de plano de saúde
8. NR
9. NS/NL
10. NSA
11. Outro ____________________________
57. Durante as suas viagens, o senhor já apresentou algum problema de saúde?
1. Sim 2. Não (pula para 63) 3. NR 4. NS/NL
58. Se sim, qual?
_____________________________________________________________________
59. Se já apresentou problema de saúde durante viagens, o que o senhor fez para resolvê-lo?
1. Procurou serviço de saúde/médico durante a viagem
2. Procurou um serviço de saúde/médico no retorno
3. Procurou uma farmácia/farmacêutico
4. Conversou com colegas/amigos
5. Tomou medicamento por conta própria (pula para 63)
6. Não fez nada (pula para 63)
7. NR
8. NS/NL
9. NSA
10. Outro ____________________________________
61. Se procurou algum serviço de saúde durante uma viagem, em que tipo de serviço foi? (Só para quem
respondeu 1 na questão anterior)
1. Médico particular
2. Pronto Socorro (SUS)
3. Posto de Saúde próximo ao local em que está parado
4. Outro posto de saúde
5. Ambulatório de hospital (SUS)
6. Ambulatório de convênio de empresa onde trabalha
7. Ambulatório de plano de saúde
8. NR
9. NS/NL
10. NSA
11. Outro ____________________________________
63
63. O senhor já doou sangue alguma vez?
1. Sim, doa sangue rotineiramente 2. Sim, já doou algumas 3. Doou sangue apenas uma
vezes vez
4. Nunca doou sangue (pula para 5. NR
65)
68. Se já usou com esposa ou namorada, com que freqüência usa camisinha quando tem relações com
a esposa/noiva/namorada?
1. Nunca 2. Às vezes 3. Sempre 4. NR 5. NS/NL 6. NSA
69. Qual seria o principal motivo para o senhor usar camisinha?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
71. Há quanto tempo foi a sua última relação sexual? ______________ DIAS
64
77. Se usa, ou usava, o senhor usa serviços de profissionais do sexo durante as viagens?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
78. Se usa os serviços, faz uso de camisinha com estas profissionais?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
79. Se usa os serviços, com que freqüência usa camisinha quando se relaciona com profissional do
sexo?
1. Nunca 2. Raramente 3. Frequentemente
4. Quase sempre / Sempre 5. NSA
80. Se usa os serviços, onde o senhor consegue a camisinha quando se relaciona com profissional do
sexo? MULTIPLA RESPOSTA
1. Profissional do sexo 2. Compra na farmácia
3. Bar / Boate / Motel 4. Posto de Saúde
5. Compra no posto de combustível 6. Ganha em campanhas de prevenção
7. Ganha da esposa 8. Com colegas ou amigos
9. NSA 10. Outro _______________________
82. O senhor tem camisinha consigo agora no caminhão?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NS/NL
Informações sobre conhecimento e contato com projetos de prevenção às DST, HIV ou AIDS
Vamos conversar agora sobre HIV e AIDS.
83. Onde, ou através de quem, o senhor ouviu falar de AIDS ou DST? ESPONTÂNEA - NÃO LER
(MÚLTIPLA RESPOSTA)
1. Televisão 2. Rádio
3. Revista para caminhoneiro 4. Jornal
5. Revista feminina ou masculina 6. Médico ou Serviço de Saúde
7. Livro 8. Filme
9. Familiares 10. Amigos
11. Caminhoneiros/Colegas 12. Professor/Escola
13. Posto de combustível 14. Posto de pedágio
15. NR 16. NS/NL
17. NSA 18. Outro __________________
85. O senhor já viu caminhoneiros sendo abordados nas estradas por campanhas de prevenção à
AIDS?
1. Sim 2. Não (pula para 88) 3. NR 4. NS/NL
86. Se já viu campanhas nas estradas, onde foram as campanhas? MÚLTIPLA RESPOSTA
1. Campanha em festa de caminhoneiro 2. Campanha no pedágio
3. Atividade de empresa transportadora 4. Outro _____________
88. Alguém já veio conversar com o senhor sobre prevenção à AIDS?
1. Sim 2. Não (pula para 91) 3. NR 4. NS/NL
65
89. Se já foi contatado, em que locais vieram conversar com o senhor? MÚLTIPLA RESPOSTA
1. Neste posto / fronteira 2. Outro posto / fronteira 3. Pedágio
4. Polícia Rodoviária 5. Casa noturna / Bar / Boate 6. Nunca foi abordado
7. NR 8. NS/NL
9. NSA
10. Outro ___________________________________________________
91. Desde 2004 até agora, alguém veio conversar sobre AIDS ou DST com o senhor AQUI neste
posto / fronteira?
1. Sim 2. Não (pula para 94) 3. NR
4. NS/NL
92. Se foi abordado neste local, lembra o nome do grupo, instituição ou projeto que conversou com o
senhor?
1. Sim 2. Não 3. NR 4. NSA
93. Se foi abordado, qual o nome do projeto ou grupo?
____________________________________________________________
94. Desde 2004 até agora, alguém veio conversar sobre AIDS ou DST com o senhor em algum
OUTRO posto / fronteira (que não este onde estamos agora)?
1. Sim 2. Não (se jamais foi abordado – conferir 91 – pula para 103) 3. NR 4. NS/NL
95. Se houve abordagem em outro local, lembra ONDE e QUEM foi?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
96. Algum destes grupos ou projetos que falaram com o senhor sobre AIDS - ESTIMULADA: LER
(MÚLTIPLA RESPOSTA)
1. Deram informações sobre como se pega HIV/AIDS
2. Deram informações sobre como se prevenir da AIDS
3. Deram informações sobre exames
4. Realizaram algum teste ou exame Qual? ____________________
5. Entregaram material informativo (folheto)
6. Distribuiram camisinha
7. Distribuiram kit de redução de danos (seringa)
8. Encaminharam para consulta médica
9. NSA
10. Outro __________________________________
99. Se já foi abordado alguma vez, quantas vezes foi abordado nos últimos 2 anos? ______________
100. Se já foi abordado, estas abordagens ajudaram o senhor a aprender mais sobre AIDS ou DST?
1. Sim 2. Não (pula para 103) 3. NR 4. NS/NL 5. NSA
66
101. Se já foi abordado, o senhor pode nos dizer que diferença isto fez no seu dia-a-dia:
ESTIMULADA - LER
1. Ganhou maior conhecimento
2. Passou a usar camisinha
3. Se já usava camisinha, começou a usar "sempre"
4. Procurou algum serviço de saúde
5. Buscou maiores informações sobre AIDS ou DST
6. Repassou para alguém informações sobre AIDS ou DST
7. NSA
8. Mudou algum outro comportamento Qual? ______________________
103. Se já foi aos postos Ongaratto ou Buffon de Rio Grande, já viu um container no pátio do posto?
1. Sim, já viu um container
2. Já foi ao posto, mas não viu container (pula para 108)
3. Nunca foi a estes postos (pula para 108)
4. NR
5. NS/NL
104. Se já viu container nos postos de Rio Grande, foi até o container ou procurou alguém que
trabalhava no container?
1. Procurou o container
2. Não foi até o container pois já tinha sido abordado (pula para 108)
3. Não se interessou por ir ao container (pula para 108)
4. NR
5. NS/NL
6. NSA
105. Se procurou o container ou pessoas a ele vinculadas, por que foi até o serviço?
1. Queria pegar camisinha 2. Queria maiores informações
3. Queria fazer algum tipo de exame 4. NR
5. NS/NL 6. NSA
7. Outro __________________________
108. Qual foi a campanha ou abordagem que o senhor achou mais marcante? Por quê?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Indicar ao entrevistado que ele pode mencionar qualquer campanha de AIDS, não necessariamente aquelas voltadas
para caminhoneiros.
67
109. Na sua opinião, o que deveria ser feito para que caminhoneiros se previnam da AIDS e de
DST?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Conhecimento AIDS
Para cada frase que eu vou dizer agora, diga se esta é uma forma de se transmitir o vírus da AIDS,
falando Verdadeiro ou Falso.
110. Ter uma relação sexual sem usar a camisinha. ................ 1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
111. Compartilhar seringa quando se usa droga injetável. ..... 1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
112. Fazer uma doação de sangue com material descartável... 1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
113. Da mãe para o filho (gravidez/parto/amamentação) ........ 1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
114. Picada de mosquito. ............................................................. 1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
115. Compartilhar louça, talheres ou chimarrão. ..................... 1. Verdadeiro 2. Falso 3. Não Sabe
68
124. Se usa alguma coisa para ficar acordado, o que o senhor costuma tomar para ficar acordado?
MÚLTIPLA RESPOSTA ESTIMULADA - LER
1. Rebite (anfetaminas) 2. Cafeína (café, chimarrão, coca-cola)
3. Guaraná em pó 4. Energético (red-bull, bad-boy)
5. Cheirar cocaína 6. NSA
7. Outro __________________________________
130. O senhor que é caminhoneiro há X tempo e que foi abordado poucas ou nenhuma vez por
alguém para falar de prevenção à AIDS acha que tem alguma coisa que se possa fazer para
melhorar isto? O senhor teria algum comentário, ou sugestão, para acrescentar?
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131. APENAS PARA O ENTREVISTADOR: assinale aqui algum comentário relativo à aplicação do
questionário ou à situação da entrevista. Se houve alguma informação não contemplada, por exemplo, o
motorista viaja em comboio, dependendo da carga, registre aqui. Use o verso, se necessário.
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