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OS LUSÍADAS

‰Data da 1ª publicação: 1572

LUÍS VAZ DE CAMÕES ‰Período de elaboração: 1545 – 1570


‰Género literário: epopeia
‰Protagonista: herói colectivo – o Povo Português

‰Fontes históricas: ‰Fontes estético-literárias:


•Duarte Galvão ƒVirgílio, Eneida

OS LUSÍADAS •Rui de Pina


•Fernão Lopes
•Zurara
ƒOvídio, Metamorfoses
ƒHomero, Ilíada e Odisseia
ƒAriosto, Orlando Furioso
•João de Barros
ƒAntónio Ferreira, A Castro
•André de Resende
•Novelas de cavalaria ƒGarcia de Resende, Trovas à
•Narrativas da História Trágico- Morte de D. Inês e Canceiro Geral
marítima

‰Fontes científicas: ‰Fontes religiosas:


•Pedro Nunes, O Tratado da ƒA Bíblia
Sphera
Alcino Nunes Alcino Nunes

LUÍS DE CAMÕES — OS LUSÍADAS


OS LUSÍADAS
• dez cantos;
Contexto histórico-cultural • cantos com um número variável de estrofes (entre 87
(canto VII) e 156 (canto X);
ESTRUTURA • estrofes de oito versos — oitavas;
Situação económico-social: EXTERNA • versos decassílabos heróicos;
- momento pós-descobrimentos • esquema rimático ABABABCC;
- esbanjamento das riquezas obtidas • rima cruzada e emparelhada.
- crises económicas
- surgimento do tribunal do Santo Ofício • Proposição — I, 1 a 3;
- ameaça do monopólio marítimo • Invocação — I, 4 e 5 (Tágides); III, 1 e 2 (Calíope); VII,
- corrupção dos costumes 78 a 87 (Tágides); X, 8 e 9 (Calíope)
• Dedicatória — I, 6 a 18;
• Narração (in medias res) — I, 19 a X, 144 em 4 planos ESTRUTURA
Situação cultural: fundamentais: INTERNA
- desenvolvimento cultural florescente ¾ plano de Viagem — cantos 1, II, V VI, VIII;
- influência clássica e renascentista ¾ plano dos Deuses — cantos 1, II, VI, IX, X;
- apologia do ideal humanista ¾ plano da História de Portugal — cantos III, IV, VIII;
- desenvolvimento científico ¾ plano das Intervenções do Poeta — final dos
Alcino Nunes cantos (geralmente). Alcino Nunes

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LUÍS DE CAMÕES — OS LUSÍADAS Os Lusíadas — Considerações do poeta

Considerações do poeta Limites da condição humana


(I, 105 – 106)
Canto I, 105-106 Os limites da condição humana Denúncia Exaltação
Canto IV, 102-104 A ambição – o Velho do Restelo Grandes dificuldades que o
homem enfrenta: Valentia dos
– A dissimulação – Ser / Parecer
Canto V, 95-99 Menosprezo pelas artes e letras – Adversidades no mar e em Portugueses,
terra
Canto VI, 95-99 A fama e a glória – A fragilidade e a efemeridade
humanas
que, mesmo

Canto VII, 84-86 O exercício do poder pequenos,

Terrível insegurança e vencem os


Canto VIII, 96-99 O poder do ouro
fragilidade maiores desafios
Canto IX, 90-95 Aspiração à imortalidade
Alcino Nunes Alcino Nunes

Os Lusíadas — Considerações do poeta LUÍS DE CAMÕES — OS LUSÍADAS

A ambição – O velho do Restelo O menosprezo pelas Artes e Letras


(canto IV, 102 – 104) (cantos V, 97 – 100; VII, 78 – 83; X, 145)
Denúncia Advertência
Denúncia Advertência
Crítica aos heróis portugueses :
Lançamento de maldição a Os que são – O cultivo das Letras pelos O
quem desafia os limites: heróis da Antiguidade
– Ao inventor da navegação levados pela fama – A rudeza dos heróis embrutecimento
– A Prometeu, cujo fogo portugueses
e pela cobiça – A ingratidão da pátria a quem a
dos espíritos
originou as guerras
celebra
– Aos ambiciosos nunca alcançarão desmotivará
a honra dos futuros cantores
Comparação dos Só o patriotismo e o
verdadeiramente dos feitos
Portugueses com os «puro gosto» motivam
ambiciosos autênticos. o poeta. portugueses.
Alcino Nunes Alcino Nunes

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LUÍS DE CAMÕES — OS LUSÍADAS LUÍS DE CAMÕES — OS LUSÍADAS

A fama e a glória O exercício do poder


(Canto VI, 95 – 99) (Canto VII, 84 – 86)
Denúncia Advertência Denúncia Apologia
• Obstáculos à fama e glória: • Acesso desonesto ao poder:
– inércia
A virtude e a O exercício
– luxo – a ambição
honra como
• Meios para atingi-la: – interesse pessoal correcto do
– coragem únicos meios de – a simulação
– esforço • Mau exercício do poder: poder em
– desprezo das honras e dinheiro aquisição da
– roubo do povo
defesa do bem
experiência e do – pagamento injusto do trabalho

conhecimento – comum e das


Valorização da honra e
da glória alcançadas ideal A ambição egoísta dos leis divinas e
por mérito próprio renascentista detentores de poder humanas
Alcino Nunes Alcino Nunes

LUÍS DE CAMÕES — OS LUSÍADAS LUÍS DE CAMÕES — OS LUSÍADAS

O poder do ouro Aspiração à imortalidade


(Canto VIII, 96 – 99) (canto IX, 90 – 95)

Denúncia Advertência Denúncia Advertência


Os problemas provocados Vícios a evitar:
pela ambição do ouro: Sujeição, tanto – o ócio; a cobiça; a ambição; a O caminho da
– traição tirania
– corrupção dos ricos como Ideais a perseguir: virtude como
– censura – aplicação da justiça na paz
– tirania dos pobres, ao – guerra justa meio para
– renúncia ao poder do dinheiro
efeito – desafio dos próprios limites alcançar a

corruptor da imortalidade – o
Condenação da Merecimento de
riqueza fácil riqueza fácil. “verdadeiro valor”
recompensas morais
Alcino Nunes Alcino Nunes

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O recado que trazem é de amigos,
Mas debaxo o veneno vem coberto,
Que os pensamentos eram de inimigos,
LUÍS VAZ DE CAMÕES Segundo foi o engano descoberto.
Oh! Grandes e gravíssimos perigos,
Oh! Caminho de vida nunca certo,
Que, aonde a gente põe sua esperança,
Tenha a vida tão pouca segurança!

OS LUSÍADAS No mar tanta tormenta e tanto dano,


Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra, tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?
Os Lusíadas, canto I, 105 - 106
Alcino Nunes

Oh! Maldito o primeiro que, no mundo, Não cometera o moço miserando


Nas ondas vela pôs em seco lenho! O carro alto do pai, nem o ar vazio Enfim, não houve forte Capitão Às Musas agardeça o nosso Gama
Dino da eterna pena do Profundo, O grande arquitector co filho, dando, Que não fosse também douto e ciente, O muito amor da pátria, que as obriga
Se é justa a justa Lei que sigo e tenho! Um, nome ao mar, e o outro, fama ao rio. Da Lácia, Grega ou Bárbara nação, A dar aos seus, na lira, nome e fama
Nunca juízo algum, alto e profundo, Nenhum cometimento alto e nefando Senão da Portuguesa tão-somente. De toda a ilustre e bélica fadiga;
Nem cítara sonora ou vivo engenho, Por fogo, ferro, água, calma e frio, Sem vergonha o não digo, que a razão Que ele, nem quem, na estirpe, seu se
Te dê por isso fama nem memória, Deixa intentado a humana geração. De algum não ser por versos excelente chama,
Mas contigo se acabe o nome e glória! Mísera sorte! Estranha condição!’ É não se ver prezado o verso e rima, Calíope não tem por tão amiga,
Porque quem não sabe arte, não na Nem as Filhas do Tejo, que deixassem
Trouxe o filho de Jápeto do Céu Os Lusíadas, IV, 102 - 104 estima. As telas de ouro fino e que o cantassem.
O fogo que ajuntou ao peito humano, Por isso, e não por falta de natura, Porque o amor fraterno e puro gosto
Fogo que o mundo em armas acendeu,
Não há também Virgílios nem Homeros; De dar a todo o Lusitano feito
Em mortes, em desonras (grande engano!).
Nem haverá, se este costume dura, Seu louvor, é somente o prosuposto
Quanto melhor nos fora, Prometeu,
Pios Eneias nem Aquiles feros. Das Tágides gentis, e seu respeito.
E quanto para o mundo menos dano,
Mas o pior de tudo é que a ventura Porém não deixe, enfim, de ter desposto
Que a tua estátua ilustre não tivera
Tão ásperos os fez e tão austeros, Ninguém a grandes obras sempre o peito:
Fogo de altos desejos que a movera!
Tão rudos e de engenho tão remisso, Que, por esta ou por outra qualquer via,
Que a muitos lhe dá pouco ou nada disso. Não perderá seu preço e sua valia.

Os Lusíadas, canto V, 97 - 100

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Por meio destes hórridos perigos, E com forçar o rosto, que se enfia,
Destes trabalhos graves e temores, A parecer seguro, ledo, inteiro,
Alcançam os que são de fama amigos Pera o pelouro ardente que assovia Nem creiais, Ninfas, não, que fama desse Nem quem acha que é justo e que é dereito
As honras imortais e graus maiores: E leva a perna ou braço ao companheiro. A quem ao bem comum e do seu Rei Guardar-se a lei do Rei severamente,
Não encostados sempre nos antigos Destarte o peito um calo honroso cria, Antepuser seu próprio interesse, E não acha que é justo e bom respeito
Troncos nobres de seus antecessores; Desprezador das honras e dinheiro, Immigo da divina e humana Lei. Que se pague o suor da servil gente;
Não nos leitos dourados, entre os finos Das honras e dinheiro que a ventura Nenhum ambicioso, que quisesse Nem quem sempre, com pouco experto
Animais de Moscóvia zebelinos; Forjou, e não vertude justa e dura. Subir a grandes cargos, cantarei, peito,
Não cos manjares novos e esquisitos, Destarte se esclarece o entendimento, Só por poder com torpes exercícios Razões aprende, e cuida que é prudente,
Não cos passeios moles e ouciosos, Que experiências fazem repousado, Usar mais largamente de seus vícios; Pera taxar, com mão rapace e escassa,
Não cos vários deleites e infinitos, E fica vendo, como de alto assento, Os trabalhos alheios que não passai.
Que afeminam os peitos generosos, O baxo trato humano embaraçado. Nenhum que use de seu poder bastante
Não cos nunca vencidos appetitos, Este, onde tiver força o regimento Pera servir a seu desejo feio, Os Lusíadas, VII, 84 – 86
Que a Fortuna tem sempre tão mimosos, Direito e não de affeitos ocupado, E que, por comprazer ao vulgo errante,
Que não sofre a nenhum que o passo mude Subirá (como deve) a ilustre mando, Se muda em mais figuras que Proteio.
Pera alfua obra heróica de virtude; Contra vontade sua, e não rogando. Nem, Camenas, também cuideis que cante
Mas com buscar, co seu forçoso braço, Quem, com hábito honesto e grave, veio,
As honras que ele chame próprias suas; Os Lusíadas, VII, 84 – 86 Por contentar o Rei, no ofício novo,
Vigiando e vestindo o forjado aço, A despir e roubar o pobre povo!
Sofrendo tempestades e ondas cruas,
Vencendo os torpes frios no regaço
Do Sul, e regiões de abrigo nuas,
Engolindo o corrupto mantimento
Temperado com um árduo sofrimento;

Que as imortalidades que fingia E ponde na cobiça um freio duro,


A antiguidade, que os Ilustres ama, E na ambição também, que indignamente
Nas naus estar se deixa, vagaroso, Este rende munidas fortalezas; Lá no estelante Olimpo, a quem subia Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
Até ver o que o tempo lhe descobre; Faz tredoros e falsos os amigos; Sobre as asas ínclitas da Fama, Vício da tirania infame e urgente
Que não se fia já do cobiçoso Este a mais nobres faz fazer vilezas, Por obras valerosas que fazia, Porque essas honras vãs, esse ouro puro,
Regedor, corrompido e pouco nobre. E entrega Capitães aos inimigos; Pelo trabalho imenso que se chama Verdadeiro valor não dão à gente.
Veja agora o juízo curioso Este corrompe virginais purezas, Caminho da virtude, alto e fragoso, Milhor é merecê-los sem os ter,
Sem temer de honra ou fama alguns Mas, no fim, doce, alegre e deleitoso: Que possuí-los sem os merecer.
Quanto no rico, assi como no pobre,
Pode o vil interesse e sede immiga perigos; Não eram senão prémios que reparte, Ou dai na paz as leis iguais, constantes,
Do dinheiro, que a tudo nos obriga. Este deprava às vezes as ciências, Por feitos imortais e soberanos, Que aos grandes não dem o dos pequenos,
Os juízos cegando e as consciências; O mundo cos varões que esforço e arte Ou vos vesti nas armas rutilantes,
A Polidoro mata o Rei Treício, Contra a Lei dos immigos Sarracenos:
Este interpreta mais que sutilmente Divinos os fizeram, sendo humanos;
Só por ficar senhor do grão tesouro; Que Júpiter, Mercúrio, Febo e Marte, Fareis os Reinos grandes e possantes,
Entra, pelo fortíssimo edifício, Os textos; este faz e desfaz leis; E todos tereis mais e nenhum menos:
Eneias e Quirino e os dous Tebanos,
Com a filha de Acriso a chuva de ouro; Este causa os perjúrios entre a gente Possuireis riquezas merecidas,
Ceres, Palas e Juno com Diana,
Pode tanto em Tarpeia avaro vício, E mil vezes tiranos torna os Reis. Com as honras que ilustram tanto as vidas.
Todos foram de fraca carne humana.
Que, a troco do metal luzente e louro, Até os que só a Deus omnipotente
Mas a Fama, trombeta de obras tais, E fareis claro o Rei que tanto amais,
Entrega aos inimigos a alta torre, Se dedicam, mil vezes ouvireis
Lhe deu no mundo nomes tão estranhos Agora cos conselhos bem cuidados,
Do qual quase afogada em pago morre. Que corrompe este encantador, e ilude;
De Deuses, Semideuses, Imortais, Agora co as espadas, que imortais
Mas não sem cor, contudo, de virtude.
lndígetes, Heróicos e de Magnos Vos farão, como os vossos já passados.
Por isso, ó vós que as famas estimais, Impossibilidades não façais,
Os Lusíadas, VIII, 96 – 99 Que quem quis, sempre pôde; e numerados
Se quiserdes no mundo ser tamanhos,
Despertai já do sono do ócio ignavo, Sereis entre os Heróis esclarecidos
Que o ânimo, de livre, faz escravo. E nesta Ilha de Vénus recebidos.
Os Lusíadas, IX, 90 – 95

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