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ECONOMIA E MERCADO - 1O. MÓDULO

AULA 05

MOEDA

FUNÇÕES DA MOEDA
- MEIO DE TROCA
- UNIDADE DE MEDIDA
- RESERVA DE VALOR

INFLAÇÃO

INFLAÇÃO = AUMENTO GENERALIZADO E CONTÍNUO NO NÍVEL GERAL DE

PREÇOS.

A contrapartida desse aumento de preços é a perda de poder aquisitivo da moeda, ou seja,

uma mesma unidade monetária pode adquirir menos bens e serviços, pois estes estão mais
caros.

TIPOS DE INFLAÇÃO

INFLAÇÃO DE DEMANDA
ocorre por conta de um excesso de demanda em relação à

produção disponível. Ocorre por que, por alguma razão, houve um aumento de demanda
não acompanhado pelo aumento da oferta.

Esse excesso de demanda pode ser ocasionado por expansão monetária (emissão de moeda
e títulos) decorrente da necessidade de financiar o déficit público
as pessoas vêem seus
saldos monetários aumentar e passam a demandar mais, como a oferta é relativamente
rígida a curto prazo, os preços tendem a aumentar.

INFLAÇÃO DE CUSTOS
decorre do aumento de custos das empresas repassados para

preços. Várias podem ser as pressões de custos:

- aumento no preço das matérias primas e de insumos básicos, decorrentes de quebra

de safra agrícola, por exemplo, ou desvalorização cambial, que aumenta o preço da
matéria-prima importada;
- aumentos salariais, via negociações ou política governamental, sem estarem
ancorados em aumento de produtividade do trabalhador;
- elevação das taxas de juros etc.

PONTOS DE ESTRANGULAMENTO
situação na qual a oferta de determinado bem ou

serviço não pode ser ampliada a curto prazo, sendo insuficiente para atender à demanda
existente, limitando a produção de outros setores e provocando elevação no preço destas

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mercadorias e, portanto, elevando os custos dos demais setores que a utilizam (choque de
oferta).

MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO
instrumentos que permitem que os choques de

oferta decorrentes dos pontos de estrangulamento se transformem em processo
inflacionário, isto é, permitem que os choques de oferta sejam repassados para os preços,
fazendo com que a inflação se perpetue.

MECANISMOS DE INDEXAÇÃO
podem ser mecanismos formais ou informais. Esses

mecanismos atrelam os preços do presente à inflação passada. Formalmente, os contratos,
como aluguéis, carnês escolares etc, podem ter cláusulas de indexação, de modo que os
preços de hoje são reajustados de acordo com o que ocorre com os preços do passado.
Assim, paga-se hoje um valor x reajustado pela inflação que ocorreu durante o período.
Esses são os mecanismos formais de indexação que se espalharam na economia brasileira
entre os anos 70 e 90. Também existem os mecanismos informais de indexação, ou seja, as
pessoas aumentam os preços porque os outros também o fizeram.

CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO

- perda da noção de preços relativos, não se sabe mais se os produtos são caros ou
baratos, uma vez que os agentes econômicos terão dificuldade para prever o retorno
dos investimentos, dada a instabilidade de preços no futuro, ocorre efeito negativo
sobre investimentos; EFEITO SOBRE AS EXPECTATIVAS
- a inflação obscurece o valor da moeda nacional e da taxa de câmbio. Pode, inclusive
levar a uma busca da moeda estrangeira como reserva de valor e provocar, portanto
fugas de capitais e perdas para o Balanço de Pagamentos; EFEITO SOBRE O
BALANÇO DE PAGAMENTOS
- uma vez que em uma economia em processo inflacionário os preços estão subindo,
mas nem todos no mesmo ritmo ou ao mesmo tempo, alguns preços, como salários,
não sobem no mesmo ritmo que outros, existe uma tendência de perda para aqueles
que recebem os preços em atraso e um ganho para aqueles que recebem os preços
que estão subindo mais rápido. As pessoas que não têm como se proteger do fato de
que seus rendimentos subam menos que seus gastos, sofrem perda de renda. Esse
problema está ligado ao fato de que parte dos agentes tende a indexar preços para
proteger-se das perdas da inflação; EFEITO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE
RENDA
- outra conseqüência está na perda de arrecadação do governo, decorrente da
defasagem entre o fato gerador e o recolhimento do imposto;
- a inflação aumenta também os custos de transação da economia, ou seja, as pessoas
gastam muito mais tempo pesquisando preços, a elaboração de contratos é muito
mais complicada, as empresa montam estruturas apenas para lidar com o processo
inflacionário, a fim de definir e redefinir preços e comparar com os de fornecedores
e concorrentes.
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INFLAÇÃO NO BRASIL E AS CORRENTES ECONÔMICAS

CORRENTE CAUSAS PRINCIPAIS POLÍTICAS
ANTIINFLACIONÁRIAS
LIBERAIS OU NEOLIBERAIS Desequilíbrio do setor - ajuste fiscal para
público (o déficit e a dívida reduzir déficit via
pública provocam reformas fiscal,
descontrole monetário, previdenciária e
causando inflação de privatização)
demanda) - controle monetário
(juros e moeda)
- liberalização do
comércio exterior
(abertura comercial)
INERCIALISTAS Indexação generalizada - desindexação (para
(formal e informal) apagar a memória
inflacionária, via
congelamento de
preços, salários e
tarifas ou troca de
moeda)
ESTRUTURALISTAS Conflitos distributivos - controle de preços de
(pressão de margens de oligopólios
lucro, salariais, preços - reformas estruturais
públicos causando inflação
de custos)

PRINCIPAIS ÍNDICES DE PREÇOS DO PAÍS

Índice/ Entidade Período de Coleta Local de Pesquisa Orçamento Utilização

de Preços Familiar em
Salários Mínimos
IPCA/IBGE Mês Completo 11 regiões 1 a 40 s.m. Genérico
INPC/IBGE Mês Completo 11 regiões 1 a 8 s.m. Genérico
IGP/FGV Mês Completo RJ/SP e 10 regiões 1 a 33 s.m. (inclui Contratos
preços por atacado e
construção civil)
IGP-M/ FGV Dias 21 a 20 RJ/SP e 10 regiões 1 a 33 s.m. (inclui Contratos
preços por atacado e
construção civil)
IPC – FIPE Mês Completo Município de SP 1 a 20 s.m. Impostos Estaduais
e Municipais (SP)
ICV/DIEESE Mês Completo Região 1 a 30 s.m. Referência para
Metropolitana de SP acordos salariais
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A IMPORTÂNCIA DA TAXA DE JUROS

A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo. Quando muda a taxa de juros
todos os mercados da economia são afetados. Quando sobe a taxa básica, sobe os custos
para tomadores de fundos, bem como a remuneração dos aplicadores de recursos. Uma alta
dos juros também:
- aumenta o custo de oportunidade de estocar mercadorias, dada a atratividade de
aplicar no mercado financeiro;
- incentiva o ingresso de recursos financeiros de outros países;
- é importante instrumento antiinflacionário, ao controlar o consumo agregado, seja
pelo encarecimento do crédito, seja por estimular aplicações financeiras;
- pode desestimular o investimento produtivo, pois estimula aplicações especulativas
no mercado financeiro;
- aumenta o custo da dívida pública interna.

- Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) = taxa de negociação dos

títulos públicos;
- Spread bancário = diferença entre a taxa de juros que os bancos pagam aos
aplicadores e a que eles cobram dos tomadores de recursos. Cobre riscos, custos
operacionais e margem de lucro dos bancos.

Por que no Brasil os spreads são tão elevados?

- pela elevada taxa de inadimplência

- pela forte concentração do sistema financeiro (poucos bancos dominam a maior
parte do mercado), gerando pouca concorrência e aumento das margens de lucro;
- carga tributária elevada que incide sobre o faturamento dos bancos;
- elevadas reservas compulsórias.

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FUNDAMENTOS DE MACROECONOMIA

A macroeconomia tem o objetivo de analisar como são determinadas as variáveis

econômicas de maneira agregada, com foco em questões de curto prazo como
DESEMPREGO e INFLAÇÃO.

A Política Macroeconômica compreende o conjunto de medidas governamentais

destinadas a influir sobre a marcha da economia no seu conjunto.

AS METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA SÃO:

- Pleno emprego de recursos: desemprego = desperdício de recursos
- Estabilidade de preços: inflação = crescimento contínuo e generalizado do nível de
preços.
- Distribuição de renda socialmente justa
- Crescimento econômico: quando há desemprego e capacidade ociosa, pode-se
aumentar o produto nacional por meio de políticas que estimulem a atividade
produtiva, lembrando que existe um limite que exigirá aumento dos recursos
disponíveis ou avanço tecnológico.

INDICADORES DE CRESCIMENTO
O melhor indicador é a renda per capita, a melhoria da renda per capita mostra que o
aumento da produção tem sido proporcionalmente maior ao aumento da população.
Todavia, deve-se observar melhora conjunta nos indicadores sociais como pobreza,
desemprego, meio ambiente, moradia etc.

CONFLITOS DE OBJETIVOS

Crescimento  Distribuição de Renda

Diminuição do Desemprego  Inflação

ESTRUTURA DA ANÁLISE MACROECONÔMICA

MERCADOS VARIÁVEIS
DETERMINADAS
Mercado de Bens e Serviços Produto Nacional e Nível
PARTE REAL DA Geral de Preços
ECONOMIA Mercado de Trabalho Nível de Emprego
Salários
Mercado Financeiro Taxa de Juros
PARTE MONETÁRIA DA (monetário e títulos) Estoque de Moedas
ECONOMIA Mercado de Divisas Taxa de Câmbio

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- Mercado de Bens e Serviços: agrega todos os bens e serviços produzidos durante

um determinado período. Neste mercado agregado obtém-se o Produto Nacional e a
média de todos os preços praticados, ou seja, o Nível Geral de Preços.
- Mercado de Trabalho: agrega todos os tipos de trabalho existentes na economia,
determinando-se o nível de emprego e a taxa salarial.
- Mercado Monetário: todas as trocas são intermediadas pela moeda, que tem sua
importância na determinação de preços e quantidades produzidas, neste mercado
determinam-se a taxa de juros e a quantidade de moeda necessária para executar as
transações econômicas.
- Mercado de Títulos: em uma economia existem agentes superavitários e agentes
deficitários e existe um mercado onde os agentes superavitários emprestam para os
deficitários. Agregando todos os títulos disponíveis formamos o mercado de títulos
onde determina-se a quantidade de títulos.
- Mercado Cambial: os países realizam transações entre si, para torna-las viáveis a
moeda de um país deve ser convertida na do outro, permitindo calcular o preço
relativo entre diferentes moedas. Há, portanto a necessidade de estudar o mercado
cambial, onde determinam-se as taxas de câmbio.

INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA

- Política Fiscal
- Política Monetária
- Política Cambial
- Política de Rendas

POLÍTICA FISCAL

Atuação do governo referentes aos gastos públicos (política de gastos) e na arrecadação de

tributos (política tributária).

AS RECEITAS PÚBLICAS

As receitas públicas são obtidas basicamente através da arrecadação por meio de impostos.

Impostos são receitas públicas criadas por lei e de cumprimento obrigatório para os sujeitos
contemplados por ela.

OS GASTOS PÚBLICOS
Os gastos públicos são os dispêndios realizados pelo governo da receita obtida com a
arrecadação.

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ORÇAMENTO DO SETOR PÚBLICO = RECEITAS PÚBLICAS – GASTOS

PÚBLICOS
RECEITAS PÚBLICAS > GASTOS PÚBLICOS  SUPERÁVIT ORÇAMENTÁRIO
RECEITAS PÚBLICAS < GASTOS PÚBLICOS  DÉFICIT ORÇAMENTÁRIO

Política Fiscal Expansiva:

RECEITAS PÚBLICAS < GASTOS PÚBLICOS  DÉFICIT ORÇAMENTÁRIO

Impostos  Consumo Privado

Produção e Emprego
Inflação
Gastos Públicos  Demanda Agregada

Política Fiscal Restritiva:

RECEITAS PÚBLICAS > GASTOS PÚBLICOS  SUPERÁVIT ORÇAMENTÁRIO

Impostos  Consumo Privado

Produção e Emprego
Inflação
Gastos Públicos  Demanda Agregada

PRINCIPAIS AÇÕES DO GOVERNO DE POLÍTICA FISCAL

PROGRAMAS DE OBRAS PÚBLICAS:

Os programas de obras públicas brasileiros surgiam com o objetivo principal de dar

trabalho aos desempregados, porém em muitas ocasiões o estudo prévio se mostra
insuficiente e, em outras as obras eram de pouca utilidade pública.
A prática mostra que desde que se começa a considerar a possibilidade de se fazer um
projeto até que de fato se comece a gastar dinheiro nele, pode transcorrer um mínimo de 3
anos. De modo que, se houver recessão, os projetos de obras planejados para combater a
recessão começam a surtir efeito quando a economia já superou a recessão e está em fase de
retomada.

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ALTERAÇÃO DOS IMPOSTOS

Durante uma recessão econômica, outra medida possível para evitar seus efeitos consiste
em reduzir temporariamente alguns impostos. Uma das vantagens desse instrumento é que
quando se modificam os impostos, sua redução estimula os gastos. No entanto a máquina
política pode atrasar essas medidas, transcorrendo tempo excessivo entre a proposta da
mudança e sua aprovação, outro inconveniente é que, uma vez retomado o crescimento, é
difícil e impopular elevar novamente os impostos.

Na atualidade as políticas fiscais tem papel secundário nas políticas estabilizadoras.

POLÍTICA MONETÁRIA

Conjunto de atos do BACEN para controlar a quantidade de dinheiro e a taxa de juros e, em

geral, as condições de crédito.

Política monetária restritiva:

Engloba um conjunto de medidas que tendem a reduzir a quantidade de dinheiro e a

encarecer o empréstimo (eleva a tx de juros)

Política monetária expansiva:

Engloba medidas que tendem a acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e a

baratear os empréstimos (baixar a tx de juros)

Efeitos da política monetária:

Um aumento na oferta monetária fará a tx de juros descer e incidirá positivamente sobre a

demanda agregada, os gastos com consumo aumentarão, pois o indivíduo estará estimulado
a pedir dinheiro emprestado para comprar, o mesmo ocorrendo com o investimento, pois
ficará mais barato financiar seus investimentos.

Efeitos sobre a inflação:

A inflação, segundo os monetaristas, é causada por um aumento excessivo da oferta

monetária. Por isso, o controle do crescimento da oferta monetária é para eles um fator
chave para conter o aumento dos preços.

Efeito sobre a entrada de capitais estrangeiros

A tx de juros elevada incentiva a entrada de capital estrangeiro e desincentiva a fuga de

capitais.
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