Queiram ouvir agora a nossa emissão da série “No mundo da ciência e da tecnologia”. Na nossa programação de hoje: • Murmansk: algas que eliminam os detritos de petróleo • Experiência “Sombra – Farol”, promovida na Estação Espacial Internacional (fone) Os cientistas de Murmansk deram início, pela primeira vez na história, a uma experiência única. Eles instalaram uma barreira de algas no espaço aquático, pertencente à base petroleira do estaleiro de reparações e carenagem “Nerpa”, que se encontra na península de Cola, no Norte da Rússia. Semelhantes plantações artificiais de filtros biológicos são capazes não somente de deter uma mancha de petróleo, mas, inclusive, neutralizá-la por completo. O nosso correspondente Pavel Kondratiev fala desta invenção simples mas útil. Os cientistas do Instituto de Biologia do Mar de Murmansk estudam as algas durante muitos anos. Os cultores das ciências não param de admirar a vivacidade destas plantas: o litoral, poluído de petróleo, parece uma musse de chocolate, mas as algas se sentem muito bem. Grigori Voskoboinikov, cientista do Instituto de Biologia do Mar de Murmansk, explica este fenômeno. (fone) Existe o termo “musse de chocolate” – uma mescla peculiar de detritos de petróleo que surge quando há uma grande quantidade de mazute. E era nesta mescla, no porto de Murmansk, que as algas fucus viviam. Soube-se que estas algas, capazes de realizar a fotossíntese, proliferam-se e efetuam a síntese de polissacarídeos. Fizemos juntamente com colegas de Moscou e de São Petersburgo uma série de experiências que revelaram a sua capacidade de resistir à poluição por petróleo. A base de um filtro biológico é a simbiose artificial de algas e de bactérias, capazes de oxidar o petróleo. Os cientistas entrançam a laminaria vulgar (espécie de alga castanha) e os fucus (alga marítima de cor escura) nos cabos, sustentados por flutuadores. A seguir, no momento de instalação desta barragem viva, introduzem nas algas as bactérias, cultivadas de antemão nos laboratórios. É assim que se cria um filtro biológico. A experiências demonstraram que durante cinco dias um metro quadrado desta plantação é capaz de neutralizar cem mililitros de petróleo na superfície de água. Agora os espíritos mais lúcidos do Instituto de Biologia do Mar de Murmansk avaliam, juntamente com o Fundo Global Americano, a eficiência deste método de combate aos derrames de petróleo. Os biólogos irão realizar a etapa final de pesquisas em setembro deste ano. (fone) O engenheiro de bordo russo Iuri Malenchenko vai realizar na Estação Internacional Espacial uma experiência interessante, chamada “Sombra – Farol”, cujo objetivo é aperfeiçoar o método de radiossondagem do espaço “bordo da espaçonave – Terra”. Esta experiência é uma parte de preparação para vôos interplanetários. Qualquer radioamador poderá participar desta experiência. O autor da idéia é o cosmonauta Aleksandr Kareli que trabalhou nesta Estação Espacial durante meio – ano. Ele explica: nas cosmonaves que irão futuramente para outros planetas serão instalados motores elétricos a jato de força de empuxo pequena. A nuvem de plasma, que escapa do motor durante o movimento da cosmonave no espaço, pode impedir a passagem de sinal de rádio para a Terra. Por isso, é preciso estudar de antemão o efeito de dispersão de feixe de ondas eletromagnéticas nas formações de plasma, criadas artificialmente, no espaço. Com esta finalidade, na superfície externa da Estação Internacional Espacial será instalado um injetor especial que irá lançar num determinado período um jorro de plasma. Ao mesmo tempo, o radiofarol da estação, que funciona no diapasão de freqüências ultracurtas, deve irradiar sinais de sondagem, que qualquer radioamador em qualquer ponto do globo poderá captar. O jorro de plasma gera parcialmente o efeito de anteparo da antena do radiofarol, criando uma zona de radiosombra, cuja divisa se desloca pela superfície da Terra em conformidade com o movimento da Estação Internacional Espacial. Quando o receptor terrestre fica na zona de radiosombra, verifica-se o desaparecimento do sinal, e quando sai dela, a recepção recomeça. A tarefa de qualquer participante terrestre desta experiência consiste em registrar os momentos de desaparecimento e de reaparecimento do sinal e em mandar esta informação para o centro, indicando, ao mesmo tempo, o seu paradeiro geográfico. No centro todas as informações serão recolhidas e processadas. Mas antes de realizar a experiência “Sombra” com o jorro de plasma, é preciso aperfeiçoar o seu método, em primeiro lugar, o método de transmissão do farol, instalado na Estação Espacial, do código de tempo – único para todos os radioamadores, o que permitirá determinar imediatamente o ponto em que o sinal foi recebido e o tempo da sua recepção. É precisamente disso que o engenheiro de bordo Malenchenko cuida agora.
Acabam de ouvir o nosso programa da série “No mundo da ciência e da