John Wesley
II. Entretanto, como o coração dele é 'um Israelita de fato', é verdadeiro para
Deus, então, suas palavras são ajustadas a isto: E não existe fraude alojada em seu
coração, de maneira que existe nenhuma encontrada em seus lábios.
2. Eu não posso ver esse bonito ensaio do Sr. Hutcheson em alguma outra luz
do que como um respeitável, e, no entanto, mais perigoso, ataque sobre toda a
Revelação Cristã: Uma vez que este afirma que o amor de Deus é o alicerce
verdadeiro, ambos do amor ao próximo, e todas as outras virtudes; e, por conseguinte,
coloca isto como 'o primeiro e o grande mandamento', sobre o qual todo o restante
depende, 'Tu deverás amar o Senhor teu Deus com todo teu coração, e com toda tua
mente, e com toda a tua alma, e com todas as tuas forças'. De modo que, de acordo
com a Bíblia, benevolência, ou amor ao próximo é apenas o segundo mandamento. E
supondo-se que as Escrituras sejam de Deus, está muito longe de ser verdade que a
benevolência apenas é ambos fundamento e essência de toda virtude, e que, a própria
benevolência não é virtude, afinal, exceto se brotar do amor de Deus.
3. Ainda assim, não pode ser negado que este escritor tem uma nota, sem
grande importância, em favor do Cristianismo. 'Quem não desejaria', diz ele, 'que a
Revelação Cristã pudesse ser provada ser de Deus'. Considerando que é,
inquestionavelmente, a mais benevolente instituição que alguma vez apareceu no
mundo! Mas este não é, se for considerado totalmente, um outro ataque na mesma raiz
daquela Revelação?
Não é, mais ou menos, dizer: 'Eu desejo que possa; mas, na verdade não pode
ser provado?'.
7. Como pouco é falado sobre ele no contexto, ele parece ter sido um homem
de excelente espírito; não precipitado em crer, e ainda assim, aberto a ser convencido,
e de boa bondade para receber a verdade, de onde quer que ela venha. Então nós
lemos em (João 1:45-46) ' Filipe achou Natanael', (provavelmente pelo que nós
denominados acidente) 'e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés
escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. Disse-lhe Natanael:
Pode vir alguma coisa boa de Nazaré'. Moisés falou, ou os profetas escreveram de
algum profeta que veio de lá? 'Disse-lhe Filipe: Vem, e vê'; e tu serás logo capaz de
julgar por ti mesmo. Natanael aceitou seu conselho, sem ficar para conferir com a
carne e o sangue. (João 1:47) 'Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis
aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. Disse-lhe Natanael', sem dúvida
com suficiente surpresa, 'De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe:
Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira. Natanael
respondeu, e disse-lhe', -- tão logo todo preconceito se fora! 'Rabi, tu és o Filho de
Deus; tu és o Rei de Israel'.
Mas o que está contido na afirmação de nosso Senhor, sobre o caráter dele? 'Em quem
não encontramos dolo'. Pode estar incluído tudo que está contido neste conselho: --
"Ainda permitas que teu coração seja verdadeiro para Deus. Tuas palavras a ele, e tuas
ações a ambos".
1. Nós podemos observar, primeiro, o que está contido em ter nossos corações
verdadeiros para Deus. Isto não implica algo menos do que está incluído naquele
comando gracioso, 'Meu filho, dê-me teu coração?'. Então, nosso coração só é
verdadeiro para Deus, quando nós o damos a ele. Nós damos nosso coração a ele, em
um grau mais profundo, quando buscamos nossa felicidade nele; quando nós não
buscamos gratificar 'o desejo da carne', -- em algum dos prazeres do sentido; nem em
gratificar 'o desejo dos olhos', -- em algum dos prazeres da imaginação, se pelos
objetos grandes, novos ou bonitos, se de natureza ou arte; nem no 'orgulho da vida', --
na 'honra que vem dos homens', em ser amado, estimado e aplaudido por eles; nem
ainda, no que alguns denominam, com igual imprudência e ignorância, da principal
oportunidade, 'o deitar tesouros na terra'. Quando nós buscamos felicidade em
nenhum desses, mas em Deus somente, então, nós, em algum sentido damos nosso
coração a Ele.
2. Mas de uma maneira mais apropriada, nós damos nosso coração a Deus.
Quando nós não apenas buscamos, mas encontramos felicidade Nele. Esta felicidade,
indubitavelmente começa, quando nós começamos a conhecê-lo, através do
ensinamento de seu próprio Espírito; quando agrada ao Pai revelar seu Filho em
nossos corações, de modo que nós podemos humildemente dizer, 'Meu Senhor e meu
Deus'; e quando o Filho se agrada de revelar seu Pai em nós, pelo 'Espírito de
adoção, clamando em nossos corações, Aba Pai', e 'testemunhando com nossos
espíritos que somos filhos de Deus'. Então, é que o amor de Deus também é
espalhado largamente em nossos corações'. E, conforme o grau de nosso amor, é o
grau de nossa felicidade.
II
2o. Que é uma mera calúnia junto aos cristãos dizer: 'Eles ensinam aos
homens a fazerem o mal para que o bem sobrevenha'.
3o. Que, se alguém, de fato, faz isto; tanto ensina aos homens a fazerem o mal
para que o bem venha, quanto o fazem por si mesmos; a condenação deles é justa. Isto
é particularmente aplicado a esses que dizem mentiras, com o objetivo de fazer o bem
por meio delas. Segue-se que as mentiras oficiosas, assim como todas as outras, são
uma abominação para o Deus da verdade. Por conseguinte, não existe absurdo, por
mais estranho que possa parecer, no que diz um antigo padre: 'Eu não diria uma
mentira proposital, para salvas as almas do mundo todo'.
5. Os dois grandes meios que a astúcia usa, com o objetivo de ludibriar são a
simulação e a dissimulação. A simulação é parecer sermos o que não somos; a
dissimulação é o não parecer sermos o que verdadeiramente somos; de acordo com
um verso antigo: Quod non est simulo: Dissimuloque quod est. Ambos são
comumente denominados 'distorcer os fatos'. Inumeráveis são as formas que a
simulação impõe com o objetivo de enganar. E quase tantas são usadas pela
dissimulação para o mesmo propósito. Mas um homem de sinceridade as evita, e
sempre aparece exatamente o que ele é.
6. 'Mas suponhamos que nós estamos envolvidos com homens astutos, nós não
podemos usar de silêncio ou reserva, especialmente, se eles fazem perguntas
insidiosas, sem cairmos na imputação de astúcia?'. Sem dúvida, nós podemos: Mais
ainda, nós devemos, em muitas ocasiões, tanto manter completamente silêncio, ou
falarmos com, mais ou menos, reserva, como as circunstâncias possam requerer. Dizer
nada, afinal, é, em muitos casos, consistente com a mais alta sinceridade. E, assim, é
falar com reserva; é dizer apenas uma parte; talvez, uma pequena parte do que nós
sabemos. Mas pretender que isto seja tudo, isto seria o contrário da sinceridade.
7. Uma questão mais difícil do que esta é: "Nós não podemos falar a verdade,
com o objetivo de enganar? Como aquele do passado, que irrompeu em uma
exclamação aplaudindo sua própria ingenuidade: 'Isto eu tomo como minha obra-
prima, para enganá-los, falando a verdade!'". Eu respondo: Um ateu poderia
vangloriar-se disto. Mas um cristão não. Porque, embora isto não seja contrário à
veracidade, ainda assim, é contrário à sinceridade. Por conseguinte, o caminho mais
excelente, se nós julgamos apropriado falar, afinal, é colocarmos fora ambos a
simulação e a dissimulação, e falarmos a verdade nua e crua do nosso coração.
11. Isto, então, é a virtude real, genuína, sólida. Não a verdade apenas, nem a
conformidade para com a verdade. Esta é uma propriedade da virtude real, não a
essência dela. Não amor somente; embora isto chegue perto do ponto: Porque amor,
em um sentido, 'é o cumprimento da lei'. Não: A verdade e amor juntos são a essência
e virtude da santidade. Deus indispensavelmente requer 'a verdade em todas as partes
interiores', influenciando todas as nossas palavras e ações. Sim, a própria verdade,
separada do amor, é nada aos Seus olhos. Mas permita que o amor humilde, gentil,
paciente para com toda a humanidade seja fixado em seu devido alicerce, ou seja, no
amor de Deus, brotando da fé, da convicção completa de que Deus deu seu único
Filho, para morrer por nossos pecados; e, então, tudo irá se explicar naquela grande
conclusão, meritória de ser recebida por todos os homens: 'Nem a circuncisão; nem a
incircuncisão têm proveito algum, a não ser a fé que é operada pelo amor'.
[Editado por George Lyons da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), para
a Wesley Center for Applied Theology.]