24 de julho de 2006
Setor Farmacêutico
Gilberto Pereira de Souza, CNPI Características
O setor farmacêutico é considerado um setor altamente lucrativo no
mundo e está associado a constantes e pesados investimentos em
pesquisa e desenvolvimento para o lançamento de novos produtos.
Luiz Carlos Cesta, CNPI
O Brasil ocupa a 11ª posição no ranking do mercado farmacêutico
mundial, com um volume de vendas de cerca de 1,6 bilhão de
unidades (caixas) vendidas em 2005 e um faturamento de R$ 22
bilhões (dados para o mercado de vendas às farmácias). Considerando
o valor do faturamento em dólares (US$ 9,2 bilhões), o Brasil é o
segundo maior mercado da América Latina, abaixo apenas do México
(a América Latina representa cerca de 4% do mercado mundial).
Momentum
O mercado de medicamentos genéricos vem apresentando uma
evolução bastante positiva nos últimos anos no Brasil: taxas de
crescimento acima de 20%a.a. nos últimos 5 anos (23,5% no ano
passado). Assim, em 2005, com um volume de vendas de 151,4
milhões de unidades, os genéricos já representaram 11,3% do
mercado brasileiro de medicamentos em volume (cerca de 9,0% do
faturamento), percentuais estes muito abaixo do que se verifica nos
países mais desenvolvidos (cerca de 30% do volume).
Além disto, estima-se que cerca de 50% da população brasileira tem pouco (ou
nenhum) acesso a medicamentos em função da renda disponível e apenas 7% da
população teria acesso irrestrito a qualquer medicamento pela mesma razão. Uma
redução da elevadíssima carga tributária (uma das maiores do mundo), assim como
um aumento da renda média disponível, teria impacto bastante relevante no aumento
de demanda por medicamentos.
Riscos
O mercado de medicamentos é um segmento regulado, com preços controlados pelo
Governo Federal, fato que pode, em determinadas situações, submeter as
companhias a um menor nível de rentabilidade. Este risco é minimizado para os
produtores de genéricos uma vez que para as classes onde exista uma maior
incidência de medicamentos genéricos, os reajustes autorizados de preços tem sido
maiores.
Itaú Corretora 2
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
ALGUNS CONCEITOS
Um medicamento é composto por:
Os medicamentos podem Os medicamentos podem ser classificados segundo vários critérios como emprego
ser classificados como terapêutico, estrutura química, forma de comercialização ou ação farmacológica.
éticos (que necessitam de Pela forma de comercialização os remédios podem ser classificados como:
prescrição médica para a
venda) ou de venda livre Éticos, que são aqueles que necessitam de prescrição médica para a venda;
(OTC). De venda livre (conhecidos mundialmente por OTC – over-the-counter), que
são aqueles que podem ser vendidos sem exigência de prescrição médica.
No Brasil, estes são os únicos medicamentos que podem utilizar-se de
promoções e marketing direto ao consumidor.
Também podem ser Um critério adicional classifica os medicamentos em dois grupos: os protegidos por
classificados como de direito de patente, de marca, e aqueles cujas patentes estão vencidas, os genéricos.
marca ou genéricos. As classificações não são excludentes, ou seja, tanto os remédios éticos como os de
venda livre podem ser de marca ou genéricos.
CARACTERIZAÇÃO
O surgimento da indústria farmacêutica remonta ao século XIX, tendo se
desenvolvido junto ao progresso da medicina. No início de sua história, a maioria dos
medicamentos era de origem natural e eram desenvolvidos a partir de práticas
terapêuticas, sendo sua atividade baseada praticamente nos processos de
separação e purificação de produtos extraídos de plantas e/ou animais.
3 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
Os medicamentos éticos Os medicamentos éticos respondem por cerca de 70% do faturamento do setor.
respondem por cerca de Neste caso, a decisão de compra não está nas mãos do consumidor e sim dos
70% do faturamento do médicos. Desta forma, considerando-se também o caráter de essencialidade do
setor. produto, a indústria de medicamentos éticos tende a apresentar baixa elasticidade
preço-demanda por medicamentos. Também é importante salientar que do ponto de
vista do consumidor, não há como substituir produtos de uma classe terapêutica por
outro, de forma que a concorrência se dá intraclasse. Desta forma, a possibilidade de
competição ocorre pela introdução de uma mercadoria que é substituta próxima de
alguma já produzida, pela mudança real ou aparente de um produto (mudanças de
especificação, melhoria de qualidade) ou pela propaganda.
A indústria farmacêutica é A diferenciação de produtos como padrão de competição exige a busca contínua de
o segmento que mais inovação dos produtos com a finalidade de manter ou ampliar sua participação de
destina recursos para a mercado. Por esse motivo é que a indústria farmacêutica é o segmento que mais
atividade de Pesquisa e destina recursos para a atividade de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): cerca de
Desenvolvimento (P&D): 18% de seu faturamento.
cerca de 18% de seu
faturamento.
Além dos gastos e prazos com P&D, na indústria farmacêutica são exigidos
rigorosos, caros e demorados testes antes da aprovação de um medicamento e sua
colocação no mercado. Esses testes são de natureza pré-clínica (com animais em
laboratório) e, posteriormente, em três fases de testes clínicos para garantir a
segurança e a efetividade do produto. Pode-se considerar também uma quarta fase,
posterior ao lançamento do produto, destinada a identificar efeitos colaterais e
reações adversas não previstas anteriormente.
Os custos médios para A importância dos testes se deve à baixa taxa de sucesso nas inovações
levar um medicamento farmacêuticas: em média, são necessários o estudo e a triagem de um milhão de
inovador ao mercado nos compostos e milhares de moléculas para se obter um único medicamento bem
EUA situam-se na faixa de sucedido. Os custos médios divulgados pela indústria para levar um medicamento
US$ 800 milhões. inovador ao mercado nos EUA situam-se na faixa de US$ 800 milhões, custos esses
que têm crescido em função de exigências regulatórias mais rígidas.
Itaú Corretora 4
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
700
CAGR = (98-05) = 11,2% 602
600 559
497
500 427
390
400 356
331
298
300
200
100
0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
US$ bilhões 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Vendas 298 331 356 390 427 497 559 602
Crescimento 7% 11% 11% 13% 9% 10% 8% 7%
Fonte: IMS / Itaú Corretora
5 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
Em 2005, o mercado norte americano (EUA+Canadá), que responde por 47% das
vendas globais, cresceu 5,2% sobre o ano anterior enquanto Europa experimentou
um crescimento mais acelerado, de 7,1%. Na América Latina, as vendas cresceram
excepcionais 18,5% enquanto o mercado asiático (exceto Japão) e África cresceram
11%. O Japão, segundo maior mercado mundial (o primeiro é o mercado dos EUA) e
que historicamente vinha registrando baixas taxas de crescimento, apresentou em
2005 um crescimento de 6,8%, o maior crescimento anual desde 1991.
América Latina
Ásia, África e 4%
Austrália
8%
Japão
11%
América do Norte
47%
Europa
30%
Apenas 100 laboratórios O mercado farmacêutico é bastante fragmentado: segundo o IMS, há cerca de 10 mil
(1% do total) são fabricantes de produtos farmacêuticos no mundo. Mas esta fragmentação apresenta
responsáveis por 90% de um certo grau de concentração, na medida em que apenas 100 laboratórios (ou seja,
todos os produtos 1% do total) são responsáveis por 90% de todos os produtos destinados ao consumo
destinados ao consumo. humano (os 10 maiores respondem por cerca de 47% do faturamento do setor).
Itaú Corretora 6
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
7 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
Cardiovascular
Outros 20%
31%
Sistema Nervos
Anti-Infecção Central
8% 18%
Respiratório Alimentar
9% 14%
Itaú Corretora 8
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
150 151
CAGR = (98-05) = 12,1%
138
118
100 104
R$ bilhões
94
84
76
68
50
-
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005e
O SUS integra todos os serviços de assistência à saúde e apoio médico prestado por
instituições públicas nas esferas federal, estadual ou municipal, assim como
instituições privadas (entidades sem fins lucrativos e entidades comerciais), que
prestam serviços ao SUS por meio de contratos firmados com órgãos públicos. Este
sistema serve a, aproximadamente, 77% da população brasileira.
9 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
Em 2005, o sistema privado era composto por 3.095 hospitais e cerca de 310.000
leitos. A maioria destes hospitais também faz parte da rede credenciada do SUS,
embora sejam de propriedade de particulares e operados por estes.
6,000
4,000
10%
2,000
- 5%
Reino Unido
Uruguai
Portugal
EUA
Chile
México
Canadá
França
Espanha
Brasil
Argentina
Os gastos de saúde no Brasil (como percentual do PIB) ainda estão muito abaixo dos
gastos observados nos países desenvolvidos e abaixo de gastos observados em
países vizinhos, como Argentina e Uruguai. Observar também que o gasto brasileiro
per capita em saúde é um dos menores da amostra, mostrando ainda um grande
potencial de crescimento.
Notar que o atual grau de gastos de saúde em relação ao PIB nos países
desenvolvidos nem sempre foi tão alto. Tome-se como exemplo o mercado
americano, onde, há cerca de 20 anos, os gastos com saúde em relação ao PIB
eram equivalentes aos gastos brasileiros atuais (7,8% do PIB), o que mostra um
grande potencial de crescimento para o mercado brasileiro.
Itaú Corretora 10
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
18 16,0
15,4 15,9
16 14,6
13,8 13,6 13,7 13,7 13,8
14 12,4
12
10 9,1
7,2
8
6 5,2
4
2
0
1960 1970 1980 1990 1993 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Mil habitantes 1990 1995 2000 2005 CAGR 95-05 2010e 2025e
até 18 anos 63.535 65.074 65.436 65.249 0,0% 66.136 65.874
19-39 anos 50.434 55.438 60.244 64.676 1,7% 67.696 71.041
40-64 anos 26.231 30.533 36.275 43.017 3,9% 49.808 68.421
65 anos ou mais 6.392 7.830 9.326 11.243 4,1% 13.194 21.626
Total 146.593 158.875 171.280 184.184 1,7% 196.834 226.963
Fonte: IPEA / Itaú Corretora
65 anos ou
mais
6%
40-64 anos
23%
até 18 anos
36%
19-39 anos
35%
Fonte: IPEA / Itaú Corretora
11 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
23,000
CAGR = (97-06) = 11.2%
18,000
13,000
8,000
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006*
Apesar da boa evolução Apesar da boa evolução em termos de faturamento, o volume de vendas de
em termos de medicamentos no Brasil apresentou um crescimento bem mais modesto nos últimos
faturamento, o volume de anos. De fato, após sucessivas quedas no volume comercializado durante o período
vendas de medicamentos 1997-2003, o mercado voltou a apresentar um modesto crescimento nos anos mais
no Brasil apresentou um recentes. A queda no volume de vendas guarda forte relação com (i) a queda do
crescimento bem mais poder aquisitivo da população e (ii) o aumento dos preços dos medicamentos
modesto nos últimos verificado no período.
anos.
Mercado Farmacêutico Brasileiro – Vendas em Unidades
2,000
1.854
1.814
1.779
1.698 1.640 1.615 1.652 1.614 1.639
1.498
1,500
1,000
500
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006*
Observa-se então que, apesar da política de controle de preços (vide item Preços), o
mercado brasileiro tem apresentado um crescimento significativo no preço médio
unitário de medicamentos nos últimos anos.
Itaú Corretora 12
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
100
86
80
80 74
70 70 70
67 66 64
60
40
20
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Fonte: Febrafarma
A indústria farmacêutica A indústria farmacêutica brasileira (historicamente concentrada no eixo Rio – São
brasileira produz no Brasil Paulo) produz no Brasil boa parte de todo os medicamentos produzidos no mundo e,
boa parte de todo os nos casos onde isso não ocorre, a oferta desses medicamentos se dá via importação
medicamentos produzidos (dos próprios laboratórios fabricantes ou por intermédio de empresas com as quais
no mundo. esses laboratórios mantenham convênios).
Públicos
Nacionais
4%
23%
Transnacionais
73%
13 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
A nti-Infeccio so s Outro s
6% 11%
Cardio vascular
M uscular 14%
/Ósseo
8%
Sistema
Dermato ló gico s Nervo so Central
9% 14%
Respirató rio
10% A limentar/
Genital/Urinário M etabo lismo
12% 16%
As vendas de
medicamentos no Brasil Norte
também são concentradas 8%
por região, de forma que a Sul
região sudeste responde 15%
por mais de 40% do Sudeste
volume de compras de 42%
medicamentos.
Centro-Oeste
7%
Nordeste
28%
Itaú Corretora 14
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
1T
4T 22,3%
25,6%
2T
26,8%
3T
25,4%
BALANÇA COMERCIAL
Durante a década de 90 o setor de produtos farmacêuticos (medicamentos e
fármacos) sofreu redução generalizada de alíquotas de importação. Do lado de
fármacos, a conseqüência foi o aumento das importações levando a uma redução da
demanda pela produção interna. Do lado de medicamentos, os laboratórios
instalados no país passaram a importar produtos que antes eram produzidos aqui,
em um processo de realocação da produção de especialidades entre as subsidiárias
das multinacionais.
No caso de fármacos, a indústria brasileira não produz grande parte dos chamados
princípios ativos, base para a produção de medicamentos. Estes princípios ativos
são produzidos em unidades globais de grande escala das empresas multinacionais.
O Brasil ainda importa cerca de 80% das necessidades internas de farmoquímicos
(princípios ativos)
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
15 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
A maior parte das importações (mais de 70%) está concentrada nos 11 países sede
dos grandes laboratórios multinacionais.
2,500
2,000
1,500
1,000
500
-
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Do lado oposto, o Mercosul tem se destacado como um dos principais destinos das
exportações brasileiras no último ano. Em 2005, as exportações de medicamentos
para o Mercosul representaram mais de 20% do total das exportações de
medicamentos brasileiros, atingindo US$ 473 milhões. Mesmo perdendo participação
relativa (representavam mais de 45% em 1997) as exportações para o Mercosul vêm
apresentando no período uma taxa média de crescimento de 15%a.a., taxa esta que
se acelerou nos últimos 2 anos, para 30%a.a..
Itaú Corretora 16
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
ASPECTOS REGULATÓRIOS
No Brasil, a fabricação, A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA foi criada pela Lei 9.782 de 26
importação, entrega ao de janeiro de1999. É uma autarquia sob regime especial, ou seja, uma agência
consumo e exposição à reguladora caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus
venda de produtos para a dirigentes durante o período de mandato e autonomia financeira. A gestão da Anvisa
saúde requer prévio é responsabilidade de uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros.
registro do produto na Na estrutura da Administração Pública Federal, a Agência está vinculada ao
ANVISA. Ministério da Saúde, sendo que este relacionamento é regulado por Contrato de
Gestão.
17 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
PREÇOS
Foi estabelecido que os Com a nova política de regulação econômica do mercado farmacêutico, ficou
reajustes de preços do estabelecido que os reajustes de preços do setor serão anuais, ocorrendo o primeiro
setor serão anuais, em março de 2004.
ocorrendo o primeiro em
março de 2004.
O ajuste de preços de medicamentos, está baseado em modelo de teto de preços
calculado com base em um índice, em um fator de produtividade e em um fator de
ajuste de preços relativos intra-setor e entre setores. O índice utilizado é o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística - IBGE. A fórmula do reajuste pode ser observada a
seguir.
VPP = IPCA – X + Y + Z
Onde:
Itaú Corretora 18
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
A parcela intra-setor (fator Z), que será calculado com base no poder de
monopólio, na assimetria de informação e nas barreiras à entrada. É
calculado com base no poder de mercado que é determinado pela
concorrência gerada pela comercialização de genéricos. O objetivo é
promover a concorrência no mercado de medicamentos, contribuindo, assim,
para a redução de preços. A participação em faturamento dos produtos
genéricos no mercado de medicamentos tem sido um indicador importante
para a baixa de preços no setor, pois, ao se aumentar a concorrência, os
ganhos de produtividade são transferidos ao consumidor; e
A parcela entre setores (Fator Y), que será calculada com base na variação
dos custos dos insumos, desde que tais custos não sejam recuperados pelo
aplicação do IPCA
Para efeito da parcela do fator de reajuste, foram definidas então 3 faixas
diferenciadas de medicamentos (Resolução CMED nº 1, de 25 de fevereiro de 2005):
19 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
FRACIONAMENTO
Por exemplo, a empresa que detém o registro de um medicamento cuja caixa maior,
com 28 cápsulas, custe R$ 56,00, e a menor, com 14 cápsulas, custe R$ 29,00,
somente poderá fracionar a caixa que contém 28 cápsulas, pois o preço por unidade
é de R$ 2,00, enquanto que a unidade da caixa menor (com 14 cápsulas) custa R$
2,07. Para fracionar a apresentação cujo preço por unidade não seja o menor, o
fabricante deverá solicitar a redução do preço, adequando-se às exigências da
resolução.
IMPOSTOS
A carga tributária A carga tributária incidente sobre medicamentos no Brasil é uma das maiores do
incidente sobre mundo, de forma que o Brasil (arrecadando cerca de US$ 1 bilhão/ano em impostos
medicamentos no Brasil é no setor) é um dos poucos países do mundo que arrecada mais imposto do que
uma das maiores do gasta no setor.
mundo...
Sobre o setor farmacêutico incidem os seguintes tributos:
Itaú Corretora 20
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
40%
30%
20%
10%
0%
Milk
Tractors/agricultural
Meat
Rice/beans
Eggs
Books
Medication for
Medication for
Animal rations
Agricultural inputs
Airplanes
Flowers
Magazines
human use
animal use
implements
Fonte: Febrafarma / Itaú Corretora
35%
21%
16% 15%
8%
6% 6% 5% 5% 4% 3%
0% 0% 0%
Reino Unido
Portugal
EUA
Itália
Grécia
Holanda
Japão
Espanha
França
México
Canada
Brasil
Alemanha
Argentina
21 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
14
13
12
11
10
8
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Estima-se que cerca de Este fato agrava a questão do acesso da população a medicamentos. Estima-se que
50% da população cerca de 50% da população brasileira tem pouco (ou nenhum) acesso a
brasileira tem pouco (ou medicamentos em função da renda disponível e apenas 7% da população teria
nenhum) acesso a acesso irrestrito a qualquer medicamento pela mesma razão. Uma redução da carga
medicamentos. tributária, assim como um aumento da renda média disponível, teria impacto
bastante relevante no aumento de demanda por medicamentos.
GENÉRICOS
Ao final de março de 2006 Ao final de março de 2006 já haviam sido registrados na ANVISA 1.847
já haviam sido registrados medicamentos genéricos por 66 laboratórios, conforme podemos observar na tabela
na ANVISA 1.847 a seguir.
medicamentos genéricos
por 66 laboratórios.
Itaú Corretora 22
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
Os laboratórios nacionais Considerando os registros por origem percebemos que os laboratórios nacionais
mantêm uma larga mantêm uma larga vantagem sobre os laboratórios multinacionais, sendo
vantagem sobre os responsáveis por mais de 78% dos registros existentes
laboratórios
multinacionais.
Registro de Genéricos por Origem do Laboratório – Dezembro de 2005
Nacional
78%
Estrangeira
22%
23 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
160 15%
120
10%
80
5%
40
0 0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Unidades % s/ total
Mesmo com este forte crescimento, o mercado brasileiro de genéricos ainda é muito
modesto quando comparado com a participação dos medicamentos genéricos nos
países mais desenvolvidos.
Itaú Corretora 24
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
EMS-SIGMA
Medley PHARMA
26% 23%
Outros
7%
Biosintética
15%
Cristália
2%
Eurofarma
Teuto 11%
Merck Apotex Ranbaxy
2%
Novartis 3% 4% 5%
2%
FITOTERÁPICOS
25 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
Altana Pharma
Herbarium Laboratório Botânico
Marjan
Abbott
Barrenne
Hebron
Aventis Pharma
Ativus
Millet Roux
Virtus
Fonte: Abifisa / Itaú Corretora
Estima-se que 82% da população brasileira utilize produtos a base de ervas. O setor
fitoterápico movimenta anualmente R$ 1 bilhão em toda sua cadeia produtiva, e
emprega mais de 100 mil pessoas no Brasil. Os remédios à base de plantas
medicinais já representam 7% do mercado farmacêutico brasileiro, o que representa
US$ 400 milhões por ano (base 2005, o que representou um crescimento de cerca
de 10% sobre o ano anterior), segundo a Associação Brasileira das Empresas do
Setor Fitoterápico e de Produtos para Promoção da Saúde.
Segundo a Abifisa, os principais benefícios desta nova lei, quando aprovada, serão:
Itaú Corretora 26
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
27 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
O PAPEL DO BNDES
Itaú Corretora 28
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
PROFARMA – P, D & I
O Programa PROFARMA – P, D & I visa atender as seguintes necessidades da
indústria:
29 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
O programa, iniciado em 2004, tem hoje uma carteira de financiamentos que gira em
torno de R$ 800 milhões - entre projetos nos vários estágios do fluxo de aprovações
do banco -, que corresponde a investimentos de R$ 1,3 bilhão. Desse total, R$ 200
milhões são ligados ao PROFARMA – P, D & I.
EMPRESAS
Laboratórios
O Brasil conta atualmente O Brasil conta atualmente com 551 laboratórios (dos quais apenas 42 produzem
com 551 laboratórios (dos genéricos). Segundo a publicação Balanço Anual 2004, os maiores laboratórios
quais apenas 42 atuantes no Brasil são
produzem genéricos).
Maiores Produtores Farmacêuticos Nacionais – base 2004
Não há empresas de capital aberto no Brasil, por enquanto. Mas, apenas a título de
informação, mostramos a seguir como o mercado tem precificado, em termos de
múltiplos, as empresas internacionais deste segmento.
Itaú Corretora 30
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
EV/EBITDA P/L
Empresa 2006 2007 2006 2007
PFIZER INC. 8,2 7,8 11,8 11,4
GLAXOSMITHKLINE PLC 10,0 9,4 16,5 15,7
SANOFI-AVENTIS 9,2 8,4 14,3 13,5
NOVARTIS AG 12,0 10,8 17,1 15,6
JOHNSON & JOHNSON 10,2 9,0 16,5 15,3
MERCK & CO, INC. 7,9 8,1 14,2 14,3
ROCHE HOLDING AG 11,6 9,6 23,1 19,5
ABBOTT LABORATORIES 11,2 10,1 17,0 14,9
Média 10,0 9,2 16,3 15,0
Fonte: Thomson / Itaú Corretora
ACHÉ
O Laboratório Ache, localizado em Guarulhos – São Paulo, foi fundado em 1922 em
Ribeirão Preto. Sua história de crescimento envolveu a aquisição de vários outros
laboratórios ao longo de toda sua história, figurando entre os 10 maiores laboratórios
do país desde 1973.
O Aché possui um portfólio atual de 107 marcas e atua nas mais diversas classes
terapêuticas. As cinco principais marcas em faturamento, no exercício de 2005,
foram Tandrilax (relaxante muscular), Sorine (descongestionante nasal), Artrolive
(anti-reumático), Descongex (descongestionante nasal) e Nisulid (antiinflamatório),
que somados totalizaram mais de 20% do faturamento da companhia. Após a
aquisição da Biosintética, a companhia passou a contar com 240 marcas, incluindo
63 genéricos.
31 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
A divisão EMS, possui uma linha de produtos de mais de 120 medicamentos, dentre
eles Naridrin, Apevitin, EMS Expectorante, Doricin, C-Cálcio, abrangendo classes
terapêuticas como antiinflamatórios, antibióticos, analgésicos, vitaminas, antivirais,
etc. A EMS Linha Consumo (antiga Novamed) compreende uma gama completa de
produtos divididos nas categorias: vitamina C, antigripal, antiácido, contusões e
regulador menstrual. São marcas com grande conhecimento e qualidade no
mercado, como Energil C, Bromil, Gelmax, Bálsamo Bengué e Iodex. São produtos
de automedicação responsável, cuja venda não requer receituário médico e possui
procura espontânea.
A Linha Hospitalar do Grupo EMS Sigma Pharma foi constituída em 1992, iniciando
suas atividades nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em
seu portfólio de produtos estão presentes marcas consagradas no mercado como
Cortizol, Cefalin, Dorilen, Omeprazin, Sigmasporin, dentre outras. Seus principais
produtos são antibióticos, antiinflamatórios, analgésicos, antieméticos, antivirais,
imunossupressores e anti-hemorrágicos em apresentações diversas.
A Nature's Plus foi criada em 1982 com a aquisição das marcas Topz e Salvelox. É
responsável pela linha de produtos para higiene e cuidados pessoais. Seu portfólio é
composto por hastes flexíveis, algodões, compressas de gaze, calicida, curativos,
itens para higiene bucal, linha de fotoproteção e cuidados infantis. São mais de 180
produtos em 8 categorias distintas.
CRISTÁLIA
Fundada em 1972, a Cristália iniciou suas atividades na área de Psiquiatria,
fornecendo medicamentos para clínicas, hospitais e, principalmente, governo. Após
alguns anos, mantendo o foco na área hospitalar, foi iniciada a produção de
anestésicos e adjuvantes. No final da década de 90, a Cristália ingressou em novos
mercados com as Unidades de Negócios Biológica e Varejo. Recentemente, outras
foram criadas: Genéricos, Corporis e Imuno. Atualmente, a Cristália produz
medicamentos voltados para diversas especialidades, entre elas anestesiologia,
algologia (tratamento da dor), psiquiatria, terapia intensiva, infectologia e
dermatologia.
Itaú Corretora 32
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
MEDLEY
A Medley surgiu em 1932, tendo como origem uma empresa familiar do interior do
estado de São Paulo tendo sido uma das pioneiras na fabricação de medicamentos
genéricos, em 1998 e 1999. A empresa tem como um de seus pilares de crescimento
a construção de parcerias com grandes empresas do setor, como, por exemplo, a
realizada com a Abbott, em 1996. Além disso, a empresa foi uma das primeiras a
acreditar no setor de medicamentos genéricos e, desde fevereiro de 2000, vem
lançando um número significativo de produtos por ano, sendo, segundo ela mesma,
a líder no segmento, desde 2002, com 27% de participação de mercado.
A Medley exporta atualmente para o México, onde está presente há mais de dois
anos. A empresa pretende, em meados de 2006, iniciar a exportação para a Europa
e ampliar sua participação na América Latina. O interesse na exportação dos
medicamentos Medley surgiu em 2003. O foco da Medley na área de exportação se
concentra na busca de parceiros locais, que conheçam o mercado de atuação, já que
a Medley fornece todo o aporte do ponto de vista regulatório, logístico, legal,
financeiro e de marketing, mas não atua com presença física. Também iniciou em
abril de 2006 suas exportações para o Peru, o primeiro de uma série de países da
América Latina que estão nos planos comerciais da companhia. De olho no mercado
externo, a Medley prepara um passo ainda maior, a exportação dos medicamentos
genéricos, carro-chefe da empresa, para o mercado europeu. A intenção da
companhia é dobrar a receita com as exportações, atualmente US$ 2,5 milhões, até
o fim de 2007.
Campinas: São mais de 14,8 mil m² de área construída, onde são produzidos
comprimidos, cápsulas, drágeas, líquidos, pomadas e cremes, com
capacidade para mais de 6 milhões de unidades/ mês.
Sumaré: Possuindo 5,4 mil m² de área construída, é destinada à produção de
antibióticos, principalmente injetáveis e conta com a moderna tecnologia de
produção, com capacidade para produzir aproximadamente 3 milhões de
unidades/mês.
Com forte atuação nas áreas de ginecologia, endocrinologia, dermatologia,
gastroenterologia, cardiologia e agora urologia, a Medley tem tradição na parceria
com grandes empresas do setor, como, por exemplo, a realizada com a Abbott, em
1996, para o lançamento do Plenty (sibutramina), medicamento inovador para o
controle da obesidade. Outra parceria de sucesso ocorreu com a Novo Nordisk, que
escolheu a Medley para lançar no Brasil sua linha de produtos para reposição
hormonal: Kliogest, Estrofem, Trisequens e Activelle além do Prandin, um
medicamento de última geração para o diabetes do tipo 2. A aliança com a Isdin,
indústria espanhola líder na área de dermatologia, proporcionou o lançamento no
Brasil de uma linha de fotoprotetores, a linha ISDIN, além dos hidratantes Ureadin,
nova tendência no mercado à base de uréia. Em 2003, em parceria com a
Recordatti, foi lançado o Zanidip, um anti-hipertensivo, com início de ação gradual e
constante que possibilita maior eficácia e segurança. O recente acordo com a Bayer,
para o lançamento do Vivanza, novo medicamento para o tratamento da disfunção
erétil, segue essa estratégia de sucesso e pioneirismo da Medley.
33 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
Na área de medicamentos sob prescrição (linha Farma), a Medley atua com força
nas áreas de ginecologia, endocrinologia, dermatologia, gastroenterologia e
cardiologia. Os principais produtos da companhia são: Plenty, Prandin, Pyloripac,
Zanidip, Mínima, Activelle, Prevencor, Desonol, além da linha de Fotoprotetores Isdin
e de hidratantes Ureadin.
FARMASA
Fundada há mais de 50 anos, o Farmasa - Laboratório Americano de Farmacoterapia
é um laboratório especializado na fabricação e venda de medicamentos sob
prescrição e OTC (medicamentos isentos de prescrição), com uma linha de 120
produtos. O Farmasa possui em seu portfólio produtos nos seguintes segmentos:
analgésicos, preparações nasais, antigripais, antiinfecciosos, antialérgicos,
ginecológico, cardiovascular e para o aparelho digestivo, entre outros. Em sua linha
estão marcas consolidadas, como Rinosoro, Lisador, Descon, MM Expectorante,
Mioflex A, etc.
Além dos recursos internos para desenvolver novos produtos e ampliar linhas de
medicamentos já existentes, o Farmasa busca constantemente a colaboração de
parceiros, tanto no segmento público quanto no privado, visando expandir sua
capacidade desenvolvimentista. O Farmasa vem aumentando sua participação no
mercado a partir de parcerias com laboratórios nacionais e multinacionais, como
Abbott, Sanofi-Aventis, GE Healthcare, Chattem, Silvestre e Bagó.
Itaú Corretora 34
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
UNIÃO QUÍMICA
Fundada em 1936, a União Química Farmacêutica Nacional S/A atua no mercado
hospitalar e no de varejo com produtos OTC e genéricos, nas linhas oftalmológica e
veterinária.
A Divisão Saúde Animal é a mais nova divisão da União Química que marca sua
entrada no setor veterinário colocando à disposição de veterinários, criadores e
proprietários, uma nova alternativa em produtos de alta qualidade e eficiência.
35 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
EUROFARMA
A Eurofarma Laboratórios foi criada em 1972, sendo atualmente composto por oito
divisões: Produtos de Prescrição Médica, Hospitalar, Oncológicos, OTC’s, Genéricos,
Pearson (divisão de medicamentos veterinários), Euroglass (produção de ampolas e
frascos de vidro) e Themaxis (marca internacional da companhia).
A Unidade Hospitalar tem como missão oferecer aos seus clientes uma ampla gama
de medicamentos freqüentemente utilizados pelos hospitais, com qualidade
assegurada por um preço justo. Através de um portfólio composto de 40
medicamentos injetáveis e 55 apresentações, a Unidade Hospitalar desponta no
mercado como uma das mais respeitadas empresas na fabricação e comercialização
de produtos genéricos, principalmente os antibióticos, que configuram uma das mais
completas linhas do segmento. Sua linha de produtos é composta também de
antiinflamatórios, antiulcerosos e anestésicos, além de outros.
Com uma ampla linha de medicamentos, atualmente uma das maiores do mercado,
a Unidade de Oncologia atende inúmeros tratamentos dos mais variados tipos de
neoplasias, possuindo também medicamentos de suporte ao paciente oncológico,
utilizados para minimizar os efeitos causados pela quimioterapia. Além disso, a
Eurofarma é a única empresa que produz e comercializa medicamentos oncológicos
genéricos no Brasil que, por possuir custos menores, possibilita a extensão do
tratamento a um maior número de pacientes.
Itaú Corretora 36
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
Investimentos
Pesquisa da Febrafarma com 53 empresas de representam quase 80% do segmento
indicou uma intenção de investimento para o ano de 2006 de US$ 962 milhões. Mas,
ao contrário do ocorrido no ano anterior, quando cerca de 66% dos investimentos
previstos eram para a modernização/ampliação de fábricas, a previsão deste ano
indica que o maior investimento será destinado para a área de marketing: US$ 418
milhões, ou 43% do total.
Distribuidores
Existem no Brasil cerca de Existem no Brasil cerca de 1.500 distribuidores de produtos ligados à saúde, dos
1.500 distribuidores de quais aproximadamente 100 são especializados na distribuição de medicamentos.
produtos ligados à saúde, Estes distribuidores respondem por cerca de 80% dos medicamentos distribuídos no
dos quais Brasil e abastecem cerca de 94% das mais de 74 mil farmácias e drogarias
aproximadamente 100 são existentes.
especializados na
distribuição de
medicamentos.
Os 15 maiores Os 15 maiores distribuidores respondem por cerca de 55% do total da distribuição.
distribuidores respondem De acordo com o Conselho Regional de Farmácias, o distribuidor recebe cerca de
por cerca de 55% do total 12% do preço do medicamento.
da distribuição.
Os maiores distribuidores de medicamentos no Brasil são: Audfar Comercial Ltda,
DB Distribuidora Brasil de Medicamentos Ltda, Distribuidores Especializados e
Categorizados, DIMED – Distribuidoras de Medicamentos Ltda, Drogajato, Equipe
Distribuidora de Produtos Farmacêuticos Ltda, Farmed , Gam, Intermed, Martis
Comércio e Serviços de Distribuição SA, Panarello Ltda, Predimar, Profarma,
Reydrogas, Rogê, and Santa Cruz Ltda.
Não há empresas de capital aberto no Brasil, por enquanto. Mas, apenas a título de
informação, mostramos a seguir como o mercado tem precificado, em termos de
múltiplos, as empresas deste segmento.
37 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
EV/EBITDA P/L
Empresa 2006 2007 2006 2007
CARDINAL HEALTH, INC. 11,3 10,1 20,7 18,0
MCKESSON CORPORATION 8,2 7,6 16,9 15,0
AMERISOURCEBERGEN CORPORATION 10,4 9,3 20,3 18,0
CELESIO AG 9,6 8,7 13,9 12,4
ALLIANCE UNICHEM PLC 11,9 10,7 15,8 14,2
Média 10,3 9,3 17,5 15,5
Fonte: Thomson / Itaú Corretora
Farmácias / Drogarias
Em dezembro de 2005 Segundo o Conselho Federal de Farmácias, em dezembro de 2005 existiam 74.189
existiam 74.189 farmácias farmácias registradas no Brasil, um número assustadoramente grande.
registradas no Brasil, um Considerando a população de 184 milhões de habitantes, estamos analisando um
número segmento que apresenta a maior concentração de farmácias/habitante do mundo: 1
assustadoramente grande. farmácia para cada 2.480 habitantes
Centro-Oeste
Sul
9%
Norte 19%
4%
Nordeste
21%
Sudeste
47%
Fonte: Conselhor Federal de Farmácia / Itaú Corretora
As farmácias têm adotado o formato de drogarias para diminuir sua dependência dos
produtos farmacêuticos e aumentar sua rentabilidade em função da comercialização
de produtos ligados a cuidados pessoais, notadamente perfumes e cosméticos.
Muitas delas têm criado associações, fato que acaba por criar algumas redes
virtuais.
Itaú Corretora 38
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
1,150
1,000
767
720
658 645
Não há empresas de capital aberto no Brasil, por enquanto. Mas, apenas a título de
informação, mostramos a seguir como o mercado tem precificado, em termos de
múltiplos, as empresas deste segmento.
EV/EBITDA P/L
Empresa 2006 2007 2006 2007
WALGREEN CO 12,8 11,0 24,9 21,5
CVS CORPORATION 8,5 6,9 18,2 15,1
RITE AID CORPORATION 7,8 7,4 64,8 47,4
CAREMARK RX, INC. 11,0 9,3 21,0 18,0
Média 10,0 8,7 32,2 25,5
Fonte: Thomson / Itaú Corretora
39 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
CONCLUSÃO
O Brasil ainda representa Contando com uma população de mais de 180 milhões de habitantes, o Brasil ainda
um forte potencial de representa um forte potencial de crescimento para a indústria farmacêutica. Primeiro
crescimento para a porque ainda apresenta cerca de 50% desta população com deficiências graves de
indústria farmacêutica. acesso a medicamentos e serviços de saúde. Segundo, porque esta população está
envelhecendo e demandará cada vez mais este tipo de produto e/ou serviço.
O mercado de genéricos e O mercado de genéricos e fitoterápicos têm crescido muito fortemente nos últimos
fitoterápicos têm crescido anos. Em cinco anos de existência os genéricos já tomaram cerca de 10% do
muito fortemente nos mercado, com taxas de crescimento acima de 20%a.a.. E, comparativamente aos
últimos anos. mercados mais desenvolvidos, os genéricos ainda tem muito espaço a ocupar. A
expiração de patentes nos próximos anos e a provável inclusão do segmento do
mercado de contraceptivos e hormônios aos genéricos deverão garantir um
crescimento significativo deste mercado nos próximos anos.
Acreditamos que, Este crescente mercado ainda é bastante pulverizado em todos os seus níveis:
seguindo a tendência produtores, distribuidores e farmácias. Acreditamos que, seguindo a tendência
internacional, este setor internacional, este setor deverá passar por um grande processo de consolidação nos
deverá passar por um próximos anos. Além disto, o crescimento do mercado e o aumento da concorrência
grande processo de tem levado os laboratórios nacionais a um maior nível de investimentos em P&D.
consolidação nos
próximos anos.
Atualmente a única forma de financiamento para este processo resume-se às linhas
de financiamento do BNDES. Acreditamos que as grandes empresas do setor
poderão recorrer ao mercado de capitais (como já declarado por alguns agentes)
para obter uma nova fonte de recursos para capitanear esse processo.
Trata-se portanto de uma Trata-se portanto de uma potencial alternativa de investimentos futura que aliaria
potencial alternativa de forte perspectivas de crescimento com bom nível de lucratividade. A partir de agora
investimentos futura que estaremos acompanhando o desenvolvimento deste processo e as potenciais
aliaria forte perspectivas alternativas de investimento.
de crescimento com bom
nível de lucratividade.
Itaú Corretora 40
The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006
Outperformer Retorno total projetado pela Itaú Corretora Em 25 de julho de 2006 Fonte: Itaú Corretora
10% maior que a projeção de retorno total da 49% 30%
(Compra) Itaú Corretora para o Índice IBOVESPA 1. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas atuaram como
Retorno total projetado pela Itaú Corretora administradores ou co-administradores de uma oferta pública para
Market Performer entre + 10% e -10% que a projeção de retorno as empresas analisadas neste relatório nos últimos 12 (doze)
30% 19% meses, pelo qual receberam remuneração.
(Manutenção) total da Itaú Corretora para o Índice
IBOVESPA
2. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas mantinham
Underperformer Retorno total projetado pela Itaú Corretora mercado para as empresas analisadas neste relatório na data da
10% menor que a projeção de retorno total da 21% 13% divulgação deste relatório.
(Venda) Itaú Corretora para o Índice IBOVESPA
3. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas atuaram na
qualidade de subscritores de títulos emitidos pelas empresas
1. Percentual de empresas no universo de cobertura da Itaú Corretora de Valores analisadas neste relatório nos últimos 5 (cinco) anos.
S.A.dentro desta categoria de classificação. 4. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas detêm em
2. Percentual de empresas dentro desta categoria de classificação para as quais foram usufruto, direta ou indiretamente, 1% (um por cento) ou mais de
prestados serviços de banco de investimentos nos últimos 12 (doze) meses, ou que qualquer classe de ações ordinárias emitidas pelas empresas
serão prestados durante os próximos 3 (três) meses. analisadas neste relatório no final do mês anterior a data de
3. As classificações de COMPRA, MANUTENÇÃO e VENDA de curto prazo refletem o juízo divulgação.
do analista sobre o desempenho da ação em relação ao desempenho do universo de 5. De acordo com a política de conformidade da Itaú Corretora de
cobertura da Itaú Corretora S.A. no curto prazo. Uma recomendação atual de curto prazo Valores S.A., o(s) analista(s) de investimento e quaisquer dos
será válida até que o analista altere sua classificação, como resultado de quaisquer membros de seu núcleo famíliar não detêm posições em títulos
notícias ou simplesmente em função de uma alteração na cotação da ação (não existe emitidos pelas empresas analisadas neste relatório em sua(s)
um horizonte de tempo pré-determinado). carteira(s) de investimentos pessoal(is) e não estão pessoalmente
envolvidos na aquisição, venda ou negociação de tais títulos no
mercado. Adicionalmente, o(s) analista(s) de investimento e
quaisquer dos membros de seu núcleo famíliar não atuam como
administrador, diretor ou membro do conselho consultivo das
empresas analisadas neste relatório.
6. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas receberam
remuneração por serviços de banco de investimento prestados às
empresas analisadas neste relatório nos últimos 12 (doze) meses,
e esperam receber ou pretendem buscar remuneração por
serviços de banco de investimento prestados às empresas
analisadas neste relatório nos próximos 3 (três) meses.
41 Itaú Corretora
24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico
1. Este relatório foi elaborado pela Itaú Corretora de Valores S.A., uma subsidiária do Banco Itaú S.A. Este relatório está sendo distribuído (i) nos Estados Unidos da
América pela Itaú Securities Inc., uma empresa membro da NASD e SIPC; e (ii) no Reino Unido e na Europa pelo Banco Itaú Europa S.A., Agência de Londres,
autorizada pelo Banco de Portugal e regulamentada pela Financial Services Authority para certos tipos de negócios de investimento no Reino Unido. Este relatório
tem como único propósito fornecer informações, e não constitui ou deve ser interpretado como uma oferta ou solicitação de compra ou venda de qualquer
instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócios específica, qualquer que seja a jurisdição. Embora as informações contidas neste
relatório sejam consideradas confiáveis na data da divulgação deste relatório e tenham sido obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis, a Itaú Corretora de
Valores S.A., Itaú Securities Inc. e o Banco Itaú Europa S.A., Agência de Londres não declaram ou garantem, de forma expressa ou implícita, a integridade,
confiabilidade ou exatidão de tais informações. Este relatório não é uma declaração completa ou resumo dos valores mobiliários, mercados ou desdobramentos
aqui abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem o atual julgamento do analista de investimento responsável pelo conteúdo
do relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. As cotações e disponibilidades dos instrumentos financeiros são
meramente indicativas e sujeitas a alterações sem aviso prévio. A Itaú Corretora de Valores S.A. não está obrigada a atualizar, modificar ou corrigir este relatório e
informar ao leitor a tais alterações, com exceção do encerramento da cobertura das empresas analisadas neste relatório.
2. O analista de investimento responsável pela elaboração deste relatório garante que as opiniões expressas neste relatório refletem de forma precisa suas visões e
opiniões pessoais a respeito de todo e qualquer emitente analisado neste relatório ou seus títulos e foram produzidas com independência e autonomia, incluindo
no que se refere a Itaú Corretora de Valores S.A. Uma vez que as opiniões pessoais dos analistas de investimento podem ser divergentes entre si, a Itaú Corretora
de Valores S.A. e suas empresas afiliadas podem ter publicado ou vir a publicar outros relatórios que não apresentem uniformidade e/ou que cheguem a diferentes
conclusões em relação às informações fornecidas neste relatório.
3. A remuneração do analista de investimento é determinada com base no total de receitas da Itaú Corretora de Valores S.A., uma parcela da qual é gerada através
da prestação de serviços de banco de investimento. Assim como todos os funcionários da Itaú Corretora de Valores S.A. e suas empresas afiliadas, a
remuneração dos analistas de investimento é influenciada pelo resultado geral desta(s) companhia(s), razão pela qual a remuneração de um analista de
investimento pode ser considerada como relacionada indiretamente a este relatório. Entretanto, o analista de investimento responsável pela elaboração deste
relatório garante que nenhuma parcela de sua remuneração esteve, está ou estará, direta ou indiretamente, relacionada a quaisquer recomendações ou opiniões
específicas contidas neste relatório ou atrelada à precificação de quaisquer dos valores mobiliários emitidos pela Companhia. Adicionalmente, o analista de
investimento declara que não mantém vínculo com qualquer pessoa natural que atue no âmbito da Companhia e que não recebe remuneração por serviços
prestados ou apresentam relações comerciais com a Companhia, ou pessoa natural ou jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o
interesse da Companhia.
4. Os instrumentos financeiros discutidos neste relatório podem não ser adequados para todos os investidores. Este relatório não leva em consideração os objetivos
de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer indivíduo em particular. Os investidores devem obter orientação financeira em
caráter individual, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento baseada nas informações contidas neste relatório.
Caso um instrumento financeiro seja expresso em uma moeda que não a do investidor, uma alteração nas taxas de câmbio podem impactar adversamente o preço
ou valor do instrumento financeiro, assim como a rentabilidade obtida com o mesmo, e o leitor deste relatório assume quaisquer riscos de câmbio. A rentabilidade
dos instrumentos financeiros pode apresentar variações, e seu preço ou valor podem, direta ou indiretamente, subir ou cair. Os desempenhos anteriores não são
necessariamente indicativos de resultados futuros, e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste relatório em relação aos
desempenhos futuros. A Itaú Corretora de Valores S.A. se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a
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