A última jogada
Introdução
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sua existência. Mas eles teriam agora uma grande oportunidade, de montar
uma operação em larga escala e se redimirem.
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Ardenas. O objetivo final deste ataque era a captura do porto holandês de
Antuérpia, bem como o de dividir as forças britânicas e americanas em duas.
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Mas quando, 48 horas depois, os primeiros panzers do
Generalfeldmarschall von Rundstedt atacaram a fraca linha de defesa dos
infantes americanos, a Luftwaffe, como sempre, esteve ausente. Felizmente
a natureza forneceu um apoio indireto às colunas alemães, já que um
nevoeiro intenso e uma nevasca forte impediu a ação das aeronaves de
reconhecimento aliadas bem como a ação dos caças-bombardeiros,
imobilizados pela pistas congeladas.
Teutonicus e Hermann
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pois uma frente de mau tempo se aproximava. A maioria dos pilotos
conseguiu pousar em Achmer.
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possíveis. Marcos terrestres, sob a forma de fumaça colorida, estariam
disponíveis quando as aeronaves estivessem sobrevoando o território
ocupado pelos alemães; o fronte estaria também identificado por
marcadores na cor verde. Além desses auxílios, cada formação seria
liderada até seu alvo por um Junkers Ju-88 ou por um caça-noturno,
aeronaves acostumadas à navegação noturna. Um outro ponto sempre
lembrado pelos Gruppenkommandeure era a manutenção, a todo custo, do
silêncio rádio. Em todas as reuniões, os pilotos receberam ordens de não
comemorarem o Ano Novo, que não bebessem e que fossem dormir cedo.
Apesar dessas ordens, sabe-se que pelo menos uma Staffel não as
seguiu, comemorando com todo estilo a chegada do Ano Novo. Outros que
também não seguiram as ordens foram o Hauptmann Hanns-Heinz Dudeck,
Kommandeur do IV/JG 27, que juntamente com o Oberst Gustav Rödel
participou de uma festa. Dudeck fora designado Kommandeur do IV/JG 27
dois dias antes, e estava com uma forte gripe, e vetado pelo médico de voar,
mas mesmo assim conseguiu chegar em tempo a Achmer para participar do
ataque, liderando seu Gruppen. No vôo de regresso, após atacar o
aeródromo de Bruxelas-Melsbroek, sua aeronave foi atingida por fogo anti-
aéreo, e derrubada.
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repletas de caças, que com seus motores, limpavam a neve que havia caído na
noite. As luzes de navegação nas pontas das asas brilhavam no escuro,
enquanto cada caça decolava. Aconteceram alguns poucos incidentes na
decolagem.
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formação para atacar Ursel, alvo localizado no meio caminho entre os dois
objetivos principais da Geschwader: Maldeghem e St. Denijs-Western.
Conforme o I e III Gruppen se aproximavam de Maldeghem, as aeronaves
espalhavam-se. Os planos iniciais previam que cada Schwarm realizaria cinco
passagens pelo alvo, mas a confusão foi tanta que os pilotos passaram a
atacar alvos de oportunidade. Maldeghem, base do Grupo Nº 135 da RAF foi
duramente atingida. Onze Spitfires do Esquadrão Nº 485 foram atingidos,
sendo que dois com perda total; dois Spitfires do Esquadrão Nº 349
também o foram.
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Perto de 50 Dora-9 do I/JG26 liderados pelo Major Borris, com
algumas aeronaves do III/JG54 e o trio da Einsatzstaffel JG 104, voaram
diretos para Grimbergen. Mas a Inteligência da Luftwaffe havia falhado em
sua interpretação, pois em vez de encontrarem os cinco esquadrões de
Spitfires do Grupo Nº 132, se depararam com apenas quatro B-17, um
bimotor de ligação e um solitário P-51 Mustang. Irritados, os pilotos
alemães lançaram sua fúria contra as instalações da base, destruindo-a
completamente. A anti-aérea reagiu, derrubando um dos três D-9 do
JG 104, além de outro do 4./JG 26. O piloto desta última aeronave, o
Feldwebel Hartmann, conseguiu saltar de sua aeronave, tornando-se
prisioneiro dos britânicos. Ele estava realizando sua primeira missão de
guerra.
Uma outra perda, ainda mais bizarra acontecida com a força que
atacava Grimbergen, foi a do Leutnant Theo Nibel do 10./JG 54. Após
atacar um bimotor, Nibel saiu da área muito baixo, perseguido pelo fogo
anti-aéreo leve, quando seu motor parou repentinamente. Ele conseguiu
planar sua aeronave e realizar um pouso de barriga a uma distância
considerável do alvo, em Wemmel, a nordeste da capital belga. Mais tarde,
investigadores aliados descobriram que a aeronave de Nibel, não fora
atingida pela anti-aérea, mas que fora derrubado por um rouxinol que entrou
voando no radiador da aeronave, danificando-o.
Focke-Wulf Fw 190 D-9, pilotado pelo Leutnant Theo Nibel, 10./JG 54, após
pousar de barriga sua aeronave em Wemmel.
Os acontecimentos em Evère
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contra Evère, teve êxitos. Assim que o aeródromo apareceu no horizonte, a
forte formação composta de centenas de Bf 109 e de Fw 190, largou seus
tanques subalares. Exatamente às 09:20, a Schwärne líder mergulhou para
atacar. O lado leste do aeródromo estava lotado com 60 Spitfires do Grupo
canadense Nº 127. O perímetro oeste acomodava uma coleção variada de
B-17, Austers, Ansons, de um C-47 VIP e do Beechcraft particular do
Príncipe Berhnard. A única pista estava completamente congelada, e os
caças da patrulha da manhã, ainda não haviam decolado, aguardando o
descongelamento da mesma. Finalmente, às 09:00 horas, dois elementos de
Spitfires decolaram.
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de cinco Gruppen, quatro do JG 27 equipados com Bf 109 G e K, e uma do
IV/JG 54 com Fw 190, num total de aproximadamente 90 aeronaves. Voando
inicialmente na direção oeste rumo a Spakenburg, o primeiro ponto de
navegação, eles também foram atacados pela anti-aérea alemã, com baixas:
duas aeronaves foram derrubadas antes de atingirem Utrecht e uma
terceira, um Bf 109-K4, pilotado pelo Leutnant Wiese, o Staffelkapitän do
2./JG 27, que caiu na zona do front, ao lado do Rio Waal. Após alcançar
Spakenburg, a formação tomou rumo sul, quando uma parte das aeronaves,
comandadas pelo Hauptmann Clade do III/JG 27, se separou do grupo
principal para atacar um aeródromo à leste de Breda. Na realidade, esse
aeródromo, denominado Gilze-Rijen, deveria ser alvo do Jagdgeschwader 3.
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uma: o mais velho dos Typhoon do Esquadrão Nº 266. A JG 77, foi a
unidade que menos sofreu perdas em toda a operação, com apenas um caça
perdido.
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pequena curva no último momento, de modo a atacarem pela direção
sudoeste, a menos previsível de todas. Exatamente às 09:20, o céu sobre
Eindhoven ficou repleto de caças alemães mergulhando sobre seus alvos.
Num curto espaço de tempo, o devastador ataque que durou apenas 22
minutos, o aeródromo estava devastado. Prédios em ruínas, os hangares e o
cassino dos tripulantes em frangalhos. Nenhuma janela ficou intacta.
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Um Bf 109G-14 do IV./JG 53, preparando-se para decolar.
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Destroços do Bf 109G-14/AS (WNr. 784993 - "13 Branco") do Unteroffizier
Herbert Maxis, que colidiu com o aparelho do Oberleutnant Otto Benz (ambos
da 13./JG 53). Maxis acabou sendo capturado e morto por civis da região.
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Trond, ocupado pelos P-47 dos Grupos de Caça Nº 48 e 404. Os três
Gruppen que compunham a JG 2, agruparam-se sobre Koblenz, na
confluência dos rios Reno e Mosela, antes de dirigirem-se para noroeste,
passando entre Aachen e Liége. Ao sul de Aachen, 50 Fw 190F-8, aeronaves
especiais de ataque ao solo, juntar-se-iam a eles, algumas inclusive armadas
com foguetes, pertencentes a Schlachtgeschwader 4, comandada pelo
Oberst Alfred Druschel. Entretanto, antes que encontrassem a força
principal, a SG 4 perdeu quatro de suas aeronaves para o fogo anti-aérea
aliado, inclusive a pilotada pelo Geschwaderkommodore, que nunca foi
encontrada.
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Se os resultados obtidos pela JG 2 tiveram um alto custo, não
podemos dizer absolutamente nada da JG 4, contra Le Culot. Os três
Gruppen liderados pelo Major Gerhard Michalski, se agrupou sobre Bingen,
no lado direito do Reno, dirigindo-se então para oeste atravessando
Hunsrück, cruzando o Rio Mosela em direção as montanhas Eifel. Às 08:40,
quando o Sol nasceu, eles ainda estava no rumo correto, mas os 40 minutos
seguintes apresentaram a dissolução total da Geschwader. Às 09:20, hora
prevista para o ataque, eles estavam completamente espalhados aos quatro
ventos. Nenhuma aeronave conseguiu atacar Le Culot. Algumas Schwärme
juntaram-se a outras unidades, possivelmente ao JG 2 e 11. Outras
desistiram completamente de encontrar o alvo previsto e atacaram posições
americanas ao redor de Bastogne. Alguns foram abatidos pela anti-aérea,
aliada ou alemã, sobre o fluido fronte das Ardenas.
FW 190 A-8/R2 W.Nr 681 497 'Branco 11 + -' do Gefr. Walter Wagner,
5.(Sturm)/J.G.4
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Melsbroek, apenas para se juntarem erradamente com as do JG 27 e
perderem cinco pilotos. Em St, Trond, o Fw 190 do Gefreiter Walter
Wagner foi atingido pela anti-aérea, ferindo-o, mas em vez de retornar a
sua base sobrevoando território hostil, ele resolveu pousar sua aeronave na
base que acabara de atacar. Sua chegada foi muito bem recebida pelo
pessoal do Grupo de Caça Nº 404, que transformou o Focke-Wulf numa
propriedade particular, pintando-o de um vermelho brilhante. Wagner foi
um dos seis pilotos do JG 4 capturados pelos americanos. No total a unidade
teve 17 pilotos mortos.
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P-47 do Grupo de Caça Nº 366, que haviam acabado de decolar e chamavam
a atenção dos alemães para sua presença.
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