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UMA BIBLIOTECA ESCOLAR: práticas de formação docente no Rio de Janeiro,

1927-1935 (1)

DIANA GONÇALVES VIDAL

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"Nós tínhamos aula de biblioteca. Era obrigatório. Tínhamos aula de pesquisa de biblioteca,
pelo menos uma hora por semana. Cada vez era uma matéria que nós tínhamos que fazer
pesquisa. Ou então, íamos quando não tínhamos aula. Nós não ficávamos na sala de aula.
Éramos encaminhadas para a biblioteca, porque senão D. Palmira [a inspetora] não
agüentava. Depois, à medida que o número de alunos do Instituto de Educação foi
aumentando, eles já começaram a não empurrar mais os alunos para a biblioteca como foi a
primeira turma. Porque nós fomos praticamente uma turma de experiência do que eles
chamavam da Escola Nova: preparo do professor para a Escola Nova" (2).
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Ao narrar momentos de sua trajetória como aluna na Escola de Professores, do Instituto de


Educação no Rio de Janeiro, na década de 1930, Helena Silva de Oliveira compõe imagens
de alguns espaços escolares, decompõe tempos e descreve relações pessoais, desenhando
contornos de uma forma escolar constituída por (e constituinte de) práticas de formação
docente instaladas no período. A referência à Escola Nova marca o relato, destacando a
novidade dos procedimentos da escola, ao mesmo tempo que indica o mote das
transformações. Biblioteca escolar e escolanovismo aproximam-se no depoimento de
Helena Oliveira.

Livros, bibliotecas e leitura foram referências particularmente constantes nas narrativas


sobre a formação para o magistério no Instituto de Educação do Distrito Federal (RJ). O
preparo do professor para a Escola Nova, como afirma Helena, parecia indicar a
necessidade da recorrência a impressos. Não apenas as alunas eram empurradas à
biblioteca, como criava-se todo um ambiente favorável à leitura: hora específica para a
atividade inserida no tempo escolar; indicação de impressos nos programas de disciplinas,
trabalhos de seminários e discussão de textos; além de compras freqüentes de livros,
incentivos a professores e professoras, e a alunas, da escola para publicação de escritos,
detalhamento da escrituração bibliotecal, dentre outros.

Esse conjunto de práticas, organizadas em torno de livros e leituras, formam o eixo central
deste artigo, que pretende, a partir do estudo de dois principais documentos (mas não
apenas), o Livro de Aquisições da Biblioteca e o Livro de Freqüência e Consulta,
localizados na biblioteca da Escola de Professores do Instituto de Educação, discutir
estratégias (e perscrutar táticas) de formação docente no Rio de Janeiro, entre 1927 e 1935,
período em que Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira foram administradores da instrução
pública carioca, implementando reformas alicerçadas em princípios escolanovistas.

Estratégias de formação docente: a organização do acervo bibliotecal

No âmbito dos dispositivos para introdução de uma nova prática docente, ou por parte da
administração de Fernando de Azevedo (1927-1930) ou Anísio Teixeira (1931-1935) da
Instrução Pública do Distrito Federal, de forma diferenciada como se colocaram perante os
desafios que tiveram de enfrentar, no anseio de renovação educacional do município
carioca, a constituição de bibliotecas, especificamente de uma biblioteca para auxiliar na
formação de professores, aglutinava discursos de excelência e aprimoramento profissional.

Ao assumir a direção geral da Instrução Pública do Distrito Federal, Fernando de Azevedo,


entre outras coisas, preocupou-se em organizar bibliotecas escolares. A partir de 1928, cada
escola primária carioca ficava obrigada a manter duas bibliotecas: uma para alunos(as) e
outra para professores(as) (3). Os acervos deveriam ser inventariados em livro distribuído
pela Diretoria Geral, aberto, numerado e rubricado pelo inspetor escolar (Decreto n.º 2.940,
de 22/11/1928, Art. 116). Trimestralmente, o responsável pelas bibliotecas, geralmente
um(a) professor(a) da escola, auxiliado por alunos(as), tinha por incumbência efetuar uma
estatística dos livros de preferência do corpo discente, remetendo à diretoria o mapa do
movimento bibliotecal (Idem, Art. 630).

Além de normatizar a constituição das bibliotecas escolares, a administração azevediana


propôs uma organização mais racional da Biblioteca da Escola Normal. Criou o cargo de
bibliotecário, exclusivamente para gerenciar o acervo destinado à formação docente. Sua
competência era assim estabelecida:

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"cuidar da conservação dos livros; organizar o catálogo e revê-lo anualmente, de acordo
com os processos mais modernos, ouvido o diretor; apresentar mensalmente ao diretor um
quadro do movimento da biblioteca; manter ordem e asseio na biblioteca e atender aos
professores, alunos e demais pessoas a quem for franqueada a consulta a livros sob sua
guarda" (Idem, Art. 224).
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A Biblioteca da Escola Normal passava a ter nova ordem. Até a reforma Azevedo, instalara-
se em uma sala, com sete armários, onde era depositados os livros, sem qualquer
organização ou escrituração de registro ou tombo (4). A partir de 1928, o controle de
entrada das obras no acervo começou a ser efetuado pelo Livro de Aquisições da Biblioteca,
e as consultas contabilizadas para efeito estatístico, em Bibliotheca da Escola Normal:
freqüência e consultas, a partir de 1929.

O Livro de Aquisições permanece na biblioteca; no caput, lê-se "Biblioteca do Instituto de


Educação", título curioso, pois a escola só recebeu esta denominação em 1932, quando a
reforma anisiana, congregando o Jardim de Infância, as Escolas Primária, Secundária e
Normal (elevada a ensino de nível superior como Escola de Professores), compôs o
conjunto do Instituto. Provavelmente foi passado a limpo, talvez em busca de um modelo
mais adequado ao registro bibliotecal. As páginas foram escrituradas a par. Continham as
seguintes colunas:

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"data, número de ordem, autor, título das obras, idioma, aquisição (número e data da
compra e preço da obra ou assinatura), permuta estabelecida (com ata e número do
documento) e oferta (nome, data e número do documento)."
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Bibliotheca da Escola Normal: freqüência e consultas de 1929 a 1938, conservou seu


aspecto original. Cada página tinha por cabeçalho "Bibliotheca da Escola Normal.
Frequencia e Consultas durante o mez de. ....... de 19..". A escrituração do movimento
mensal do acervo estava dividida em "classes" e "línguas". No primeiro item,
relacionavam-se, diariamente, o número de leitores e as obras consultadas, classificadas
como "Obras geraes, Philosophia, Religião, Sociologia, Philologia, Sciencias puras,
Sciencias applicadas, Bellas Artes, Literatura e Geog.- Historia". Também diariamente,
discriminavam-se os diferentes idiomas dos livros solicitados: inglês, alemão, francês,
italiano, espanhol, português, latim e grego. Os totais mensais serviam de base para a
elaboração do relatório anual, somatória das finalizações de "classes" e "línguas". A cada
três meses, era apurada a freqüência da biblioteca, em pequenos quadros construídos pela
bibliotecária, no verso das folhas: prática que se manteve até setembro de 1935. A partir de
1930, mensalmente, no verso de cada folha, também eram registradas quantidade de
leitores no estabelecimento e fora dele, jornais e revistas, avulsos e diversos e obras
consultadas, discriminados por número e volume.

Grosso modo, o acervo em 1928 tinha a característica de depositário da cultura tradicional


brasileira. É interessante perceber a grande quantidade de documentos primários possuídos
pela biblioteca: originais de cartas, mapas e disposições legais da Colônia, séculos XVII e
XVIII. Como exemplo, pode-se citar Correspondências dos Governos Gerais; Patentes,
provisões e alvarás de 1625 a 1631; Ordens e regimentos de 1650 a 1678; Leys régias de
1741 e Informação geral da Capitania de Pernambuco. Manifestava um quase equilíbrio
entre o número de obras em português (53%) e em francês (40%). Como conseqüência
dessa formação bilíngüe, a preocupação com a incorporação de dicionários, na sua maioria
francês-português / português-francês. Demonstrava relativa ênfase na entrada de obras da
área das ciências exatas. Oito por cento dos registros estavam diretamente relacionados
com o campo das matemáticas: Álgebra, Aritmética, Geometria e Cálculo. Química e Física
detinham 4% do total das obras. Ainda constavam do acervo títulos de Astronomia e
Botânica. A formação profissional para o magistério repousava principalmente sobre títulos
de Pedagogia, Sociologia, Higiene, Educação física, Civismo, Moral e História da
Educação. Obras dedicadas à mulher e à família definiam uma tendência à feminização da
docência. No campo da Literatura, o acervo era relativamente pobre. Clássicos nacionais
como Machado de Assis, José de Alencar e Joaquim M. de Macedo só foram incorporados
à biblioteca nos anos 30.

Se Fernando de Azevedo lançou as bases para a organização bibliotecal da educação


carioca, Anísio imprimiu-lhe impulso: criou a Biblioteca Central de Educação (BCE), em
1932, a Biblioteca Infantil, em 1934, e ampliou o acervo da Biblioteca da antiga Escola
Normal.

O conceito de formação docente, proposto pela reforma anisiana, e instalado a partir do


trabalho de M.B. Lourenço Filho na direção geral do Instituto de Educação, influía
decisivamente para a ampliação das consultas e do número de obras da biblioteca escolar. O
sistema de ensino era de seminários. Estavam privilegiadas as atividades de livre-pesquisa,
bibliográfica ou experimental, sobre temas surgidos em sala de aula. A pesquisa era seguida
de discussões e análises sobre o material coletado. O hábito da leitura, da investigação em
fontes secundárias, era estimulado.

Para assegurar-se da freqüência à biblioteca, já no Ciclo Complementar, obrigatório ao


ingresso na Escola de Professores, o diretor da Escola Secundária, Mário de Brito, ficava
responsável por providenciar que fossem fixados, nos horários, tempos destinados à leitura
em bibliotecas pelas alunas (5), o que acabou incidindo num número sempre superior de
consultas no estabelecimento diante da retirada de livros.

Na Escola de Professores, a freqüência intensificava-se, como afirmava Helena Oliveira no


início do artigo. A prioridade da pesquisa bibliográfica como forma de aquisição de
conhecimentos transparecia nos programas editados em 1937 pela revista Arquivos do
Instituto de Educação, publicação criada em 1934 para divulgar trabalhos docentes e
discentes à comunidade escolar do Instituto. Como "processos de trabalho", os(as)
professores(as) indicavam observação, pesquisa, inquérito, seminário, discussão e
experimentação, a título de nota, e acrescentavam dissertação “pelo professor quando
indispensável” (6).

A orientação de Biologia Educacional era exemplar:

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"Será utilizado, como regra, o trabalho individual dos alunos (estudo fora da classe, por
meio de seminários previamente distribuídos, com indicação bibliográfica, ou problemas a
resolver em classe, ou pesquisas, bibliografias e inquéritos especiais) e o trabalho coletivo,
sob forma de discussões em classe. Excepcionalmente, serão utilizadas a dissertação e a
leitura explicada" (FONTENELLE, 1934, p. 298).
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Para disciplinar o estudo, não apenas publicavam-se artigos no Arquivos do Instituto de


Educação como os textos de Lourenço Filho (1934), "Discussão nos trabalhos de
seminário", e de Delgado de Carvalho (1934), "A dissertação, em aula: instruções para o
preparo de dissertações, sobre trechos previamente escolhidos"; como eram as alunas
preparadas pela assistente de Lourenço Filho, Heloísa Marinho, que assim descrevia sua
prática, no período de 1934 a 1938, na longa citação que se segue:

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"Seguindo os ensinamentos do Professor Lourenço Filho, consistia meu trabalho de
assistente na orientação do estudo das alunas. No início do ano, os primeiros esquemas e
resumos [de leitura] eram organizados no quadro-negro, em colaboração com a turma.
Procurava eu limitar o auxílio a perguntas que levantassem dúvidas, deixando o grupo a
iniciativa da correção. As dificuldade serviam, pois, de incentivo ao estudo, na investigação
bibliográfica ou experimental."
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"Só iniciávamos a redação das fichas depois que a aluna tivesse por iniciativa própria
adquirido a capacidade de reconhecer as divisões lógicas do assunto."
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"Demonstrávamos em aula as vantagens de resumos de leitura organizados em fichas. Este
sistema torna possível esclarecer o mesmo assunto por meios de informações colhidas em
variadas fontes, sem o perigo da desorientação intelectual, tão característica dos cadernos,
por nós examinados, para que as estudantes sentissem a necessidade de melhorar os seus
métodos de estudo."
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"Em seguida, realizávamos exercícios de separar em cartões distintos os diversos assuntos
ou subdivisões importantes dos mesmos. A ordenação lógica por categorias facilitava o
acréscimo de novos conhecimentos, emendas e substituições; proporcionava economia do
esforço intelectual, habituando a aluna a sintetizar, nos resumos, os principais aspectos do
assunto, e a escolher a melhor contribuição de cada livro. (...) As alunas, acostumadas a
limitar o estudo às anotações de aulas dos professores, estranhavam a liberdade intelectual.
Apesar das recomendações, as mais tímidas tentavam a cópia. Ao rejeitarmos a transcrição,
procurávamos convencer as estudantes de que a expressão pessoal, embora hesitante e
falha, valia para a aprendizagem mais do que a cópia de trechos perfeitos de autores
célebres."
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"Durante todo o primeiro mês de aulas, trabalhávamos sem notas, empenhando-nos por
desenvolver o gosto do estudo pelo estudo em si. (...) Para assistir as que porventura ainda
encontrassem dificuldades e para facilitar a melhora progressiva, elaboramos a seguinte
chave de correção, em que se assinalavam as principais qualidades de um bom resumo:
unidade, clareza, organização lógica de conteúdo e forma, e necessidade de realizar o
trabalho com esforço próprio e independência intelectual."
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"Em nossa correção assinalávamos, com iniciais, as várias deficiências (...) Por exemplo: ao
encontrar na sua ficha a letra F, verificava se a deficiência estava na linguagem ou na
disposição da forma do resumo. Na maioria dos casos, conseguia descobrir por si o erro,
desenvolvendo capacidade de crítica construtiva" (MARINHO, 1959, p. 1151-116) (grifos
da autora).
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Era necessário, assim, que fosse oferecido às alunas acesso a diversas obras. Em 22 de abril
de 1932, Lourenço Filho remetia a seguinte carta a Anísio Teixeira:

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"Entre as deficiências de material didático neste Instituto uma das mais impressionantes é a
que revela a Biblioteca do estabelecimento. Basta lembrar que a quase totalidade dos
volumes que possui é de obras editadas antes de 1890. Tendo já pedido a todos os srs.
Professores, tanto da Escola secundária como da Escola de Professores, a relação de livros
que julgassem de leitura ou consulta útil aos alunos, enviarei a V. Exa., assim que tenha em
mão essas listas, um pedido que atenda às maiores deficiências da Biblioteca. No entanto,
como o tempo urge e há possibilidade de adquirir, na praça, algumas obras de real interesse
para a Escola de Professores, tomo a liberdade de junta a este uma relação desses livros
com a indicação das livrarias onde se encontram à venda e indicação de preço, solicitando a
V. Exma., se possível, a sua aquisição imediata" (SILVEIRA, 1992, p. 163).
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Os livros versavam sobre Filosofia (Dewey, Dumonchel, Kofka e Cresson), Sociologia e


Sociologia Educacional (Delgado de Carvalho, Oliveira Viana, Tristão de Ataíde e
Durkheim), Higiene (Afrânio Peixoto e Fontenelle), Teste e Escalas (Isaías Alves e Binet),
Psicologia (Pierón e Claparède), Escola Nova (Lourenço Filho, Fernando de Azevedo,
Abreu de Moura, Ferrière e Corinto Fonseca) e Sistema Educacional Norte-Americano
(Morrison, Judd, Koos, Tryron e Clapp). À exceção de Dumonchel, Abreu de Moura e
Clapp, todos os autores foram incorporados à biblioteca em 1933 e nos anos seguintes.

Se até 1932 a compra de livros não parece ter sido uma prática da biblioteca, os poucos
registros, assinalados como adquiridos, não eram precisos quanto a valor ou data de
aquisição; a partir de 1933, essa prática sofreu alterações, traduzidas por uma intensa
escrituração contábil. Somente nesse ano, despendeu o Instituto 16:899$900, o equivalente
ao salário anual do diretor da escola (7).

Como eram raras as compras nos quatro primeiros anos escriturados, o aumento do acervo
bibliotecal deu-se em virtude de doações. Dessa bibliografia ofertada, a maioria dos títulos
referiam-se a teses defendidas em concursos para preenchimento de vagas da Escola
Normal. Ou seja, material produzido por exigência da Diretoria de Instrução Pública para
aferição de erudição dos candidatos. Os temas para tais monografias eram escolhidos pelos
próprios postulantes e não necessariamente guardavam uma relação entre si.

Em 1933, a formação do acervo assumiu novo perfil: as doações passaram a ser superadas
pelas compras. O registro minucioso de entradas, contendo datas e valores das aquisições,
transmitia a perspectiva de que o conjunto bibliográfico já não mais se assentava
unicamente sobre a iniciativa individual de membros da escola ou da comunidade. Deveria
possuir uma unidade, atinente ao conceito de formação para o magistério. As aquisições
eram direcionadas à inclusão no acervo bibliotecal de obras reputadas de interesse
específico à profissionalização docente. A biblioteca determinava a constituição de seu
acervo (8).

Não só a quantidade de registros cresceu, superando todos os anos anteriores, como a


característica das obras incorporadas diferenciou-se. O conjunto bibliográfico tornou-se
mais ágil e adaptado às publicações do momento. Até então, a biblioteca dispunha de
grande número de obras editadas no século XIX. As novas aquisições datavam das décadas
de 20 e 30 do século XX. A rapidez com que os trabalhos lançados no mercado editorial
eram introduzidos no acervo distinguia-se das práticas bibliotecais passadas.
Obras relacionadas às áreas de Psicologia, Biologia, Filosofia e Literatura Infantil
ocuparam lugar privilegiado nas aquisições. Títulos de Psicologia alcançaram
aproximadamente 8% do total de registros realizados em 1933. Se somados aos livros sobre
testes de inteligência, racionalização do trabalho e orientação profissional chegava a 10%.
Ao lado da preocupação com o estudo da Psicologia aplicada às questões de
ensino/aprendizagem e diferenciada segundo fases do desenvolvimento humano, Psicologia
da Infância e da Adolescência, e às relações do indivíduo com o trabalho produtivo, o
interesse pelo conhecimento biológico da criança e do adolescente despontou como uma
das diretrizes da constituição do acervo. Em 1933, verificou-se a maior compra de livros de
Biologia, desde 1928, somente superada em 1935, quando o acervo, considerando-se os
livros de Biologia e Biologia Educacional, quadruplicou. O conhecimento do corpo do(a)
educando(a) dava às professorandas as pré-condições para a aprendizagem das disciplinas
profissionalizantes Higiene e Puericultura, Psicologia Experimental e Matérias de Ensino e
Primário e Secundário.

Houve, também, um crescimento do acervo com respeito a obras de Filosofia, que se fez
acompanhar de um crescimento da consulta. Se até 1932, anualmente, interessavam-se pelo
tema de cinco a dez alunos(as), a partir de 1933, esse interesse elevou-se vertiginosamente,
atingindo 3.165 consultas em obras filosóficas. Ainda, como acréscimo, em 1933, deu-se
entrada a 86 títulos, 6% do acervo, referentes a princípios e experiências no campo da
Escola Nova. Obras de Ed. Claparède e Ad. Ferrière, em versões francesa ou espanhola,
foram grandemente incorporadas (9). Trabalhos de Dewey, Kilpatrick, Lourenço Filho,
Pierón, Aguayo, Gaupp e Piaget registraram-se pela primeira vez.

A preocupação com a função subsidiadora da biblioteca – aos conhecimentos dados em


classes, deveriam corresponder textos complementares, disponíveis à leitura – fica
explícita, também, no tocante à aquisição de livros de Literatura Infantil. Pela primeira vez,
em 1932, e com ênfase a partir de 1933, a biblioteca incorporou obras dedicadas
exclusivamente a crianças: não literatura para moças, mas histórias infantis, clássicos como
Irmãos Grimm, La Fontaine e Hans Handersen, traduzidos por Thales C. de Andrade e
Arnaldo de Oliveira Barreto, em sua maioria e livros de Monteiro Lobato. Textos que
auxiliavam o trabalho dos cursos de Leitura e Linguagem e Literatura Infantil e a prática
docente das futuras mestras e das professoras do ensino elementar no cumprimento às
disposições da reforma anisiana. Livros que foram largamente utilizados dada a freqüência
com que aparecem como "inutilizado" (10), no Livro de Aquisições.

As obras eram adquiridas no mercado nacional e internacional. Para tanto, parecem ter
contribuído as missões de estudo (11). Estas viagens ao estrangeiro, para aperfeiçoamento
docente, realizadas por solicitação da Diretoria Geral como condição necessária ao
aprimoramento do sistema escolar carioca, traziam como fruto, dentre outros, a
possibilidade de aquisição de um significativo acervo para a biblioteca do Instituto de
Educação.

Lourenço Filho, ao chefiar uma missão aos Estados Unidos, em carta endereçada a Anísio,
dava um exemplo:
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"Para as tarefas privativas de cada um, temos recolhido material abundante e excelente
bibliografia (o livreiro Barnes tem-nos vendido livros em excelentes condições e, por isso,
tenho insistido em carta anterior a V. e Mário de Brito, quanto a possibilidade de remessa
de parte da verba da Bibl. do Instituto, para a compra de livros). Só a vantagem da compra
justificaria o que a Prefeitura me deu a mim, como a ajuda de custo" (grifo do autor) (12).
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Compra efetivada em 1935, quando deu-se entrada, na Biblioteca da Escola de Professores,


de grande número de livros novos e usados (aproximadamente 47% das aquisições),
procedentes dos Estados Unidos da América (13).

Títulos referentes à Administração Escolar (privilegiando temas como ensino rural e


sistema platoon), Arquitetura Escolar (destacando obras sobre pátios e locais destinados à
Educação física), Curriculum (trazendo contribuições para atividades extracurriculares),
Disciplina, Educação de Adultos, Jardim de Infância e Supervisão foram integrados ao
acervo, denotando a preocupação em adaptar a biblioteca às novas funções do ensino
superior, reforçadas com a criação, em 1935, da Universidade do Distrito Federal - UDF
(na qual a Escola de Professores foi integrada). Conhecimentos das ciências aplicadas à
educação procuraram ser ampliados com a entrada de livros de Biologia e Biologia
Educacional, Filosofia e Filosofia Educacional, História e História da Educação e Educação
Comparada e Sociologia e Sociologia Educacional, oferecendo subsídios aos cursos de
aperfeiçoamento, desenvolvidos pelo instituto, onde eram ministradas disciplinas como
Biologia, Psicologia e Sociologia Educacional, História da Educação e Educação
Comparada, Administração Escolar e Filosofia da Educação.

A Psicologia, nos seus diferentes ramos, Aplicada, Experimental, da Infância, da


Adolescência e Geral, contribuiu com 15% do acréscimo bibliotecal, sendo superada
apenas por obras de Literatura Infantil com, aproximadamente, 18% dos registros. Livros
de apoio ao professorado primário e secundário, tanto na forma de guias ou livros-textos
como de obras especializadas nas diversas disciplinas curriculares, foram largamente
adquiridos. Matemática, Química, Física, Geografia, além de História e Biologia,
significaram um investimento de 40% dos registros, se acrescidos os números referentes a
guias e matérias de ensino, como Leitura e Matemática. Ainda na expectativa de auxiliar do
ensino foram adquiridos vários títulos sobre o tratamento laboratorial de algumas
disciplinas, especificamente Biologia, Química, Física e Psicologia.

Como outra característica das incorporações do acervo em 1935, a entrada de diversos


livros da Biblioteca de Educação da Cia. Melhoramentos de S.Paulo. Autores como
Lourenço Filho, Octavio Domingues, Ad. Ferrière, Pierón, Ed. Claparède, Firmino Proença,
Sampaio Dória, Durkheim, Binet-Simon, Abner de Moura e André Cresson foram
adquiridos (14). Livros que apareceram como indicações de leitura dos programas de
ensino publicados em 1937.

Dos nove programas acompanhados de bibliografia, publicados pela Arquivos do Instituto


de Educação, em 1937, sete indicavam como leitura, obrigatória ou recomendável, Como
pensamos, de John Dewey, e Introdução ao estudo da Escola Nova, de Lourenço Filho.
Com seis citações vinha Educação funcional, de Ed. Claparède, seguido, com cinco
indicações, por Vida e educação, de John Dewey. Na quarta posição, como recomendados,
estavam Educação para uma civilização em mudança, de Kilpatrick; Educação, de
Sampaio Dória, e Educação progressiva, de Anísio Teixeira, indicados por três programas.

Best-sellers confirmados ao avaliarmos a bibliografia de leitura indicada nos resumos de


aula (15). Os livros mais recomendados eram Introdução ao estudo da Escola Nova, de
Lourenço Filho, e Vida e educação, de Dewey, ambos com quatro indicações. Deste último,
especialmente, citava-se o prefácio escrito por Anísio Teixeira, “A pedagogia de Dewey”. A
escola e a psicologia experimental, de Claparède, Educação e Sociologia, de Durkheim,
Sociologia educacional, de Delgado de Carvalho, e Como pensamos, de Dewey, vinham em
segundo lugar; seguidos por Educação para uma civilização em mudança, de Kilpatrick,
Educação funcional, de Claparède, Le dessin infantil, de Luquet, Los reflexos
condicionados, de Pavlov, Noções de psicologia, de Iago Pimentel, e A escola e a formação
da mentalidade popular, de Estevão Pinto, todos com duas recomendações. Muitos dos
autores citados nos programas também vinham indicados nos resumos, como Gaupp,
Gonzalez, Afrânio Peixoto e Maria Reis Campos.

Mais do que referências de curso, alguns desses livros foram provavelmente objetos de uso
interno. Introdução aos estudos da Escola Nova, de Lourenço Filho, apesar de a biblioteca
dispor de quatro exemplares, teve um volume imprestável pela freqüente consulta (16); o
mesmo acontecendo com um dos dois exemplares de Educação progressiva, de Anísio
Teixeira. Educação funcional, de Claparède, e Escola moderna, de Maria Reis Campos,
ambos com dois volumes em acervo, tiveram um exemplar inutilizado possivelmente pelo
uso constante.

A biblioteca, ainda, adquiria obras de professores(as) da escola. Não apenas livros de


Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Delgado de Carvalho e Maria Reis Campos eram
incorporados, como incentivava-se a publicação de textos por professores(as) e alunas, seja
nas páginas do Arquivos do Instituto de Educação, seja com o apoio de editoras, como a
Cia. Melhoramentos de S.Paulo. Fazia parte de uma política de produção literária,
reconhecida como atividade necessária ao aperfeiçoamento do magistério, tanto na ênfase à
pesquisa, concebida como meio de renovação dos conhecimentos do(a) mestre, quanto na
ênfase à produção pedagógica, elaboração de textos de apoio ao exercício docente, que
premiava os(as) professores(as), inclusive, oferecendo vantagens salariais (Decreto n.º
4.489, de 11 de novembro de 1933) (17).

Os trabalhos, entretanto, não eram realizados em cumprimento a determinações


burocráticas da escola. Visavam o público mais amplo do professorado carioca. Por isso,
passavam pelo crivo editorial antes de sua entrada na biblioteca. A experiência educativa,
desenvolvida no Instituto de Educação e relatada por seus professores e professores, foi
mote da edição, em 1935, de Como se ensina a história, de Jônathas Serrano; em 1936, A
escrita na escola primária, de Orminda Marques; e em 1938, Coro Orfeão, de Ceição de
Barros Barreto (18).

As compras, no entanto, pareciam não suprir às necessidades da escola. Reclamava-se da


falta de recursos para a organização de bibliotecas por parte da administração pública, o que
era compensado, no caso do Instituto de Educação, por doações de órgãos públicos, como a
Biblioteca Central de Educação (BCE), intercâmbio com outras bibliotecas de governos e
instituições culturais diversas, doações de particulares e colaboração de docentes da casa
(19).

Um desses repasses de obras da BCE para a Biblioteca do Instituto de Educação gerou


polêmica e ficou conhecido por meio do inquérito sobre atividades comunistas na escola,
instaurado em 1936, por Lourenço Filho, na sala 206A. Numa curiosa denúncia de complô
para assassinato de Getúlio Vargas, a bibliotecária Margarida Castrioto Pereira Coutinho
Villaça oferecia pistas para percepção da constituição do acervo bibliográfico como um
campo de disputa (20). No seu depoimento, afirmava ter entregue ao investigador n.º 186
livros de literatura comunista que estavam fechados em sua gaveta, não catalogados ou
registrados na biblioteca, dentre eles A inspiradora de Luiz Prestes e Abecedário da nova
Rússia, trazidos pelo professor Júlio César de Mello e Souza, e lhe ter mostrado "uma lista
de livros que vieram remetidos da Biblioteca Central de Educação e na qual figuravam
livros que o diretor do instituto não permitiu ficassem na biblioteca, conforme declaração
em ressalva à parte assinada pelo próprio diretor" (21).

Segundo Clarice Nunes, tais livros eram A nova Rússia, de Henri Barbusse, encaminhado à
escola elementar do Instituto, Em guarda, de Máximo Gorki, A educação na Rússia
Soviética, de S. Fridman e A cultura intelectual da URSS, de W. Posner, todos remetidos à
Biblioteca da Escola de Professores. Pelo Ofício n.º 505, de 25/12/1935, o diretor da BCE,
Armando de Campos, recebia de volta os livros, reputados como inconvenientes por
Lourenço Filho (NUNES, 1991, p. 356).

O inquérito sobre atividades comunistas na escola evidenciava o controle que era exercido
sobre a entrada de obras na biblioteca. O diretor do Instituto avaliava, previamente, os
títulos antes de encaminhá-los à catalogação. A prática de doações informais, como as
efetuadas pelo professor Júlio César de Mello e Souza (22), talvez se constituísse numa
maneira de fugir ao controle bibliográfico exercido pela diretoria, denotando que o conceito
de publicações convenientes ou não à formação para o magistério pudesse divergir entre o
professorado da escola.

Fragmentos de usos: gestos e práticas de leituras

Uma fotografia, colhida em 1933 da sala de leitura da Biblioteca da Escola de Professores,


oferece indícios de algumas práticas de ler. [Arquivos do Instituto de Educação 1 (1), jun.
1934]

A sala ampla era iluminada, naturalmente, por duas grandes janelas de vidro, colocadas na
fachada principal do edifício, dando vistas à rua Mariz e Barros; e, artificialmente, por
luminárias colocadas no teto. Encimando a porta de entrada, um relógio contabilizava o
tempo da leitura. Dispostas ao redor da sala, encostadas nas paredes e parapeitos de janelas,
ou compondo círculo ao redor de pequenas mesas na área central, vinte ou mais poltronas
de madeira. Espaldar alto, inclinado a aproximadamente 60 graus do solo, assento
compondo ângulo de 30 graus com o chão e 90 graus com o espaldar, e dois apoios de
braço, mais ou menos situados na altura média entre ombro e quadril de uma pessoa
sentada. As leitoras, com as costas sobre o espaldar, cabeça ligeiramente inclinada para
frente, antebraços sobre o apoio lateral, segurando livros aproximadamente am ângulo reto
ao tronco e paralelo à cabeça. Pernas unidas, pés tocando o piso. Entre uma poltrona e
outra, de 50 cm a 1 metro de distância. Não havia mesas de escritório para anotações ou
cópias. Apenas mesas baixas para descanso de livros. Mobiliário nada acidental se nos
reportarmos à descrição da prática de estudos da Escola de Professores do Instituto de
Educação, com privilégio à redação das pesquisas escolares sem notas, efetuadas por
Heloísa Marinho (1959, p. 115-116). Cruzando a porta de entrada, à direita, junto à parede
lateral, impedindo o acesso a uma sala contígua, provavelmente local do acervo, um balcão,
onde eram atendidas as solicitações de livros.

Dessa sala, recordava-se Maria Vileta Villas Boas:

----------
"Uma sala imensa com mobiliário confortável. Uma biblioteca rica em livros atualizados
que nós consultávamos para fazer trabalhos. Lembro-me que era uma sala de frente, mas
acho que depois mudou."
----------

Se, como foi demonstrado, o perfil bibliográfico modificou-se a partir de 1933, o caráter da
freqüência à biblioteca também se alterou. Até 1930, a consulta a obras "gerais" superava a
procura de títulos em áreas definidas (23). Apenas Ciências Puras e Filologia espelhavam
uma certa concentração de consultas, muito pequena, se comparada a Obras Gerais. Em
1931, esse quadro pouco se transformou, destacando um crescimento da procura por livros
de Literatura e de Geografia e História. Em 1932, o interesse por romances já superava
todos os demais temas, mas foi só a partir de 1933 que atingiu o patamar em que se
manteve pelos anos seguintes, em torno de 30% das consultas.

O segundo semestre de 1933 também marcou o início da consulta regular à biblioteca como
forma de estudo e pesquisa. A freqüência nos meses de julho a dezembro foi cinco vezes e
meia maior que a verificada no primeiro semestre. Nos anos seguintes, 1934 e 1935, houve
paridade de consulta entre os dois períodos semestrais.

Os livros, provavelmente mais lidos, eram As mulheres de mantilha, com todos os seus três
exemplares inutilizados pelo uso, e Rosa, com dois de seus três exemplares inutilizados,
ambos de Joaquim M. de Macedo; O gaúcho, de José de Alencar, com seus dois volumes
inutilizados; e Poesias, de Olavo Bilac, também com dois dos três exemplares inutilizados
(24).

O livro A lagoa de Donim, de João da Motta Prego, foi o único assinalado: "devido ao
grande uso na biblioteca ficou inutilizado". Para os demais títulos, a bibliotecária restringia-
se em registrar "inutilizado" ou "imprestável". Ainda do mesmo autor, e inutilizado, O
pomar de Adrião.

A explosão da consulta em Literatura foi seguida por explosões similares com respeito à
Filosofia e Sociologia, denotando um envolvimento maior das alunas com temas mais
ligados à formação profissional para o magistério, relação que se manteve constante nos
anos seguintes.

A consulta espelhava a criação de uma nova competência de leitura em língua estrangeira.


Em 1929, 94,7% das obras consultadas eram em português, contra 4,5% em francês e 0,7%
em inglês e 0,1% em espanhol. Em 1935, 89,4% das obras retir5adas eram em português,
6,6% em espanhol, 2,3% em francês e 1,4% em inglês. O espanhol substituía o francês
como segunda língua para as professorandas. Alguns trabalhos de autores norte-americanos,
como Skinner e Dewey, chegavam à biblioteca pela tradução espanhola. Nos anos de 1936
e 1937, o francês cedeu o segundo lugar para o inglês, que não chegou a ameaçar a
supremacia do espanhol. Em 1936, 5,2% das consultas foram de obras em espanhol, 3,3%
em inglês e 2,3% em francês. Em 1937, 6,0% das leituras eram feitas em espanhol, 3,4%
em inglês e 2,6% em francês.

Uma mudança difícil de ser percebida pelas alunas: "O inglês, inicialmente, era mais difícil
de ser conquistado. Compreende? Que ainda o francês era a língua dominante. Era a língua
intelectual, o francês" (25). Mas, incentivada pelos(as) professores(as), nos programas de
ensino publicados em 1937, seis das nove disciplinas editadas indicavam como requisito
para a freqüência ao curso o conhecimento de francês, inglês e espanhol (26), porém, no
conjunto da bibliografia, para 41% de obras recomendadas em português, eram
selecionadas 25% de leituras em inglês, 18%, em francês e 16%, em espanhol. Movimento
apreciado por Lourenço Filho (1937, p. 288), quando discorria sobre a transformação da
Escola Normal em Instituto de Educação: "quebrava-se, decididamente, o velho padrão
francês, de formação do magistério no ramo dos estudos primários".

A grande quantidade de leituras indicadas acabava gerando um ler acidental: no lugar da


leitura intensiva, a extensiva, de informação, consulta em um grande número de títulos.
Lia-se muito, rápido, obras variadas e livros de vulgarização, de maneira a formar idéias
gerais sobre os domínios considerados. As leituras eram feitas por temas, onde a
singularidade do livro desaparecia e as obras ficavam esquecidas.

----------
"Agora não lembro mais os livros que nós tínhamos para ler, não. Que a gente fazia muita
bobagem... Aquela época da gente levada para chuchu, 18, 17, 18, 19 anos... A gente
pintava o bode... (...) Nós tínhamos obrigatório de ler uma porção de livros. Eu não me
lembro... (...) Tinha prova para ver se sabia ou não. Mas aí funcionava bem, porque tinha
umas que nós... Que eram as convencidas, né? As chamadas cobras, não sei o quê. Aquelas
liam, faziam não sei quê. Quer saber... e discutiam. Mas a gente ouvindo as discussões
delas já dava para arranhar, para não se tirar zero. Tirar o suficiente para ter a note de passar
(27)."
----------

Leituras de alguns livros inteiros também eram realizadas, mas guardando o caráter de
informação. A seleção se fazia pelo prazer.

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"A gente ia lendo. Conforme a gente gostasse, a gente lia. Quando achava muito chato
pulava uma parte. Às vezes o que uma tinha achado chato a outra não achava. Então, a
gente conversava a respeito um pouquinho."
----------

O oral servia de suporte ao lido. A informação assumia completude ao ser enunciada.


Assim, para uma parcela das professorandas, as técnicas da análise textual eram pouco
utilizadas. O escrito nem sempre reforçava a leitura. O reforço, muitas vezes, vinha através
da oralidade.

Leitura intensiva "não dava. Não dava para a gente fazer. (...) Não tinha muito tempo não.
Ainda por cima, eu estava fazendo duas faculdades. Já pensou? Totalmente uma diferente
da outra porque uma era Inglês."

Mas nem sempre o acúmulo de indicações bibliográficas e a falta de tempo respondiam


pelo caráter furtivo da leitura. Eram extensivas, em geral, as leituras acadêmicas,
recomendadas pelas disciplinas. Intensamente, liam-se os livros de literatura. A freqüência
obrigatória à biblioteca propiciava a prática de algumas astúcias.

----------
"Na biblioteca, havia uma pessoa encarregada. Nós tínhamos que dar o nome do livro que
queríamos ler. E ela, então, trazia aquele livro, assinávamos e tínhamos que ler lá. Não
podíamos levar para a casa. Aquele livro era de consulta. Então, como éramos levadas, nós
queríamos às vezes ler algum romance, tínhamos o nosso romance dentro da bolsa. Então,
abríamos o livro que elas nos davam e botávamos o romance no meio, de jeito que a mulher
que tomava conta visse que estávamos lendo. Assim, líamos o romance que queríamos."
----------

Considerações finais

Se tanto Fernando de Azevedo quanto Anísio Teixeira, ao empreenderem as reformas da


educação pública do Rio de Janeiro e ao intervirem na formação para magistério da capital
brasileira nos anos de 1920 e 1930, preocuparam-se em organizar bibliotecas escolares, a
administração anisiana, ampliando as iniciativas azevedianas, delineou estratégias e
conduziu ações que alteraram significativamente a composição do acervo bibliotecal e
modelaram práticas de leitura, especialmente no caso aqui analisado da Escola de
Professores do Instituto de Educação. Articuladas em torno de princípios escolanovistas,
tais estratégias conformaram práticas de formação docente, em que o livro e a biblioteca
assumiram lugar privilegiado nas relações espaciais, temporais e pedagógicas da escola.

Atuaram na disseminação e consolidação de um conjunto referencial bibliográfico como


padrão de excelência partilhado por alunas e professoras cariocas, que por muitos anos
perdurou no discurso pedagógico brasileiro, especialmente porque essas iniciativas se
imbricavam com outras realizadas pelos mesmos educadores, como a criação da coleção
Biblioteca de Educação, em 1927, dirigida por Lourenço Filho para a Cia. Melhoramentos
de S.Paulo (28), que serviu de veículo não só para traduções de obras estrangeiras como
Dewey, Kilpatrick e Clarapède como atuou diretamente na divulgação de experiências
educativas realizadas no interior do instituto, mediante os trabalhos de reformulação dos
livros Testes ABC e Introdução aos Estudos da Escola Nova, ambos de autoria de Lourenço
Filho.

----------
"Dewey, Kilpatrick, Clarapède, Lourenço Filho e muitos mais foram autores (e livros) que
permaneceram na memória das antigas alunas e professoras."
Kilpatrick, Clarapède e Dewey muito... Dewey era...
D. Nem um título específico lhe vem à mente...
M. De livro? Ué, Vida e educação, do Dewey. Kilpatrick, ducação para uma civilização em
mudança. (...) (29)
Nós tivemos Lourenço Filho. Tanto assim que nós... Ele escreveu um livro Introdução a
Escola Nova. Mas nós éramos o... nós tínhamos que ler Dewey, traduzido, John Dewey.
Kilpatrick. Nós tínhamos que aprender as teorias de Kilpatrick. Fora as teorias dos alemães
sobre educação. Nós éramos aplicadas, por isso é que tínhamos a Biblioteca (30).
----------

Objetos culturais que saíram das estantes da Biblioteca da Escola e passaram a compor uma
biblioteca pessoal de professoras e professorandas na cidade do Rio de Janeiro (e em muitas
outras cidades brasileiras).

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"As livrarias, para corresponder à lei da procura, expunham em suas vitrinas e balcões mais
centrais as últimas novidades recebidas. Decroly, Ferrière, Clarapède, Piaget, Pierón,
Kerschensteiner, Kilpatrick, Dewey, Gates chegavam até os professores, no original ou em
versão nacional ou espanhola. Introdução a Escola Nova, Testes ABC, de Lourenço Filho;
Escola Progressiva, Em Marcha para a Democracia, de Anísio Teixeira; Para Novos Fins,
Novos Meios, de Fernando de Azevedo, foram os best-sellers, do momento. Não havia
professor que não os possuísse, não procurasse, em suas páginas, informações para as suas
dúvidas, e sugestões e recursos técnicos para o seu trabalho" (SILVEIRA, 1956, p. 76).
----------

Conduziram, ainda essas estratégias, à instalação de prescrições de leitura que, em que


pesem as táticas expostas no item anterior, modelaram maneiras de apropriação do lido e
constituíram corporeidades. Maria Violeta Vilas Boas exemplifica entretecendo à
experiência como aluna o trabalho de professora.

----------
"E eu trabalhava na biblioteca, fazendo... desenvolvendo a leitura. As crianças do Grupo
Escolar sabiam como ler. Nós fazíamos sessões, discutindo com eles como e que fazia a
leitura, depois botava cada um com o seu livro. Depois, eles vinham... vinham contar ou
fazer fichinhas. Entendeu?
D. Como é que era esse trabalho?
M. Era mais ou menos assim. Eu me acostumei a trabalhar com ficha, até hoje eu não vou
para uma palestra que eu não prepare um roteiro. Geralmente, eu não mexo. Mas é que na
hora que eu sento para fazer o roteiro, com uma introdução, um desenvolvimento e uma
conclusão, eu arrumo na minha cabeça... Eu aprendi isso com Delgado de Carvalho.
Arrumo na minha cabeça o que eu vou dizer. Eu acho que a maior prova de
desconsideração que você pode dar ao público, é você chegar lá e improvisar" (31).
----------

Enfim, desenharam contornos de uma forma escolar que, ao mesmo tempo que produzia
próprios da formação docente nos anos 30 no Rio de Janeiro, atinentes a preceitos
escolanovistas, instalava práticas culturais que extravasavam os muros da escola, seja pela
modelação do exercício docente de Maria Violeta, seja pelo referencial à Escola Nova
tecido na fala de Helena Oliveira, seja pelo crescimento do mercado editorial brasileiro de
livros pedagógicos. Imersas e produtoras de uma cultura escolar no interior da Escola de
Professores, essas estratégias entrecruzaram-se a outras práticas (táticas) sociais e culturais
instauradas na sociedade carioca (e brasileira). O gosto pelos romances e a difusão das
leituras comunistas proibidas foram apenas alguns exemplos.

Notas

(1) Este artigo é resultado parcial do projeto FINEP/USP "Impressos, Leituras e Instituições
Escolares no Brasil", desenvolvido no Centro de memória da Educação (CME), Faculdade
de Educação/USP. Reúne aspectos dos capítulos IV e V da tese Vidal, 1995. Outros
resultados são o Repertório de fontes sobre as reformas de Instrução Pública no Distrito
Federal (1927-1935), disponível no CME, e o Banco de dados A formação de professores
no Instituto de Educação do Rio de Janeiro (1920-1930), acessível na página do CME
(http://www.fe.usp.br/laboratorios/cmemoria).

(2) Entrevista realizada com Helena Silva de Oliveira, em 8 de julho de 1994. Helena
Oliveira estudou no Instituto de Educação de outubro de 1930 a dezembro de 1936.

(3) A Coleção Malta, do Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro, oferece


testemunhos da implantação de bibliotecas escolares na administração Azevedo, dentre
outras nas escolas Pereira Passos (p. 68 / e. 15, f 57.560) e Uruguai (p. 64, e. 23, f 53.833).

(4) Assim avaliavam as funcionárias da Biblioteca do Instituto um texto sem data ou autor
que me foi entregue no primeiro contato com a bibliotecária, então em exercício na escola,
Waldete Souza Silva.

(5) "O diretor providenciará afim de que, pelo menos para o ciclo complementar, sejam
fixados nos horários tempos destinados à leitura na Biblioteca, pelos alunos". (Decreto n.º
5.000, de 11/7/34, Art. 70).

(6) Indicações, como essas, acompanhavam os programas de Música e Canto Orfeônico;


Educação Física, Recreação e Jogos; Psicologia Educacional; Sociologia Educacional;
Biologia Educacional e História da Educação; Filosofia da Educação; Leitura e Linguagem;
Prática de Ensino; Cálculo; Ciências Naturais e Literatura Infantil. Apenas Estudos Sociais
e Desenho e Artes Industriais não explicitavam seus processos de trabalho. (Arquivos do
Instituto de Educação, Distrito Federal, 1 (3): 295-359, mar.1937).

(7) Segundo a Tabela de Vencimentos, Decreto n.º 3.810, de 19/03/1932.


(8) Fato, entretanto, que não se consolidou após a saída de Anísio Teixeira do
Departamento de Educação. Novamente, em 1936, o acervo da Biblioteca voltaria a crescer
por doações.

(9) Em 1933, 11 obras de Clarapède e 11 de Ferrière.

(10) Há diferentes maneiras e razões de se inutilizar um livro. Não se tomar o dado


inutilizado diretamente como decorrente de manuseio constante de um objeto. As más
condições de conservação do acervo, deixando os livros expostos à umidade ou a outras
agentes agressores, são situações nada incomuns para as bibliotecas brasileiras. No entanto,
se o dado (inutilizado) deve ser problematizado (e a falta do objeto, já destruído, impede a
averiguação) não deve ser excluído da análise. Por isso, procurou-se, associar a informação
a outras referências documentais ao longo do estudo.

(11) Outras aquisições foram realizadas no exterior sem recurso às viagens de estudo. A
relação de livros e revistas, por vezes, era elaborada por Lourenço Filho, outras vezes por
Antônio Carneiro Leão. Apurado o valor da compra e os gastos com o transporte por navio,
eram feitas as remessas de dinheiro às livrarias estrangeiras que, tão logo recebiam o
pagamento, enviavam os pedidos. Aquisições de livros no exterior nesses moldes parecem
ter sido um procedimento ordinário na década de 30. Livreiros, estabelecidos no Brasil,
reclamavam do comércio direto com outros países por parte de compradores brasileiros,
apontando-o como uma das causas da difícil situação das livrarias: "Porque os livreiros não
gozam, por exemplo, das mesmas vantagens do particular? Se o particular encomenda no
estrangeiro qualquer obra de ciência, (ou mesmo de literatura), retira-a do 'Coli-Posteaux'
sem quaisquer taxas ou dificuldades. O livreiro, não". Depoimento de Vicente Buffoni,
proprietário da livraria Buffoni, colhido por inquérito, realizado em 21 de novembro de
1938. A indústria do livro. FM/Relatórios. Chp.SIPS. Arquivo Filinto Muller.
CPDOC/FGV.

(12) Atc 29.11.1/ c/ 15, p. 4. CPDOC/FGV.

(13) Instituto de Educação. Biblioteca. "Relação dos livros e publicações, sobre educação e
disciplinas diversas, adquiridos pelo Diretor do Instituto, em março de 1935, nos Estados
Unidos, com utilização da segunda, terceira e quarta prestações da verba 12, Material, 4. do
Orçamento Municipal, de 1934, num total de 15:000$000 (Quinze contos de réis). Ainda
com essa importância, foram adquiridas outras publicações, a serem recebidas, bem como
assinadas revistas técnicas". (LF/Inst. Educ. II, Fot. 500 e seg. CPDOC/FGC).

(14) Os títulos eram: Introdução ao estudo da Escola Nova, de Lourenço Filho (1930);
Hereditariedade em face da educação, de Octávio Domingues (1929); A lei biogenética e a
escola activa, de Ad. Ferrière (1929)*; Psychologia experimental, de Henri Piéron (1927)*;
A escola e a psichologia experimental, de Ed. Clarapède (1928)*; Como se ensina
geographia, de Firmino Proença (1929); Educação moral e educação econômica, de
Sampaio Dória (1928)*; Educação e Sociologia, de Durkheim (1928); Testes, de Binet-
Simon (1929); Os centros de interesse na escola, de Abner de Moura (1930); A situação
actual dos problemas philosophicos, de André Cresson (1930)*. Todas as obras marcadas
com * foram prefaciadas por Lourenço Filho.
(15) Os resumos, na maioria, referiam-se a cursos preparados por Lourenço Filho e Anísio
Teixeira para a Escola de Professores.

(16) O trabalho de Lourenço Filho era lembrado como leitura obrigatória: "Tinha um livro,
Introdução à Escola Nova, que nós éramos obrigadas a ler que era do Lourenço Filho".
(Entrevista com Helena da Silva Oliveira, em 23 de setembro de 1994.)

(17) No Art. 4º dispunha que o vencimento dos(as) professores(as), por doze horas de
trabalho semanal obrigatório, seria de treze contos e duzentos mil réis, acrescido, de dois
em dois anos, de um conto e oitocentos mil réis, até perfazer dezesseis contos e oitocentos
mil réis anuais, àqueles docentes que satisfizessem as condições do Art. 6º do mesmo
decreto, que destacava: "II. Condições de aperfeiçoamento cultural e técnico: a) publicação
de trabalho de uso recomendável aos diversos cursos do Instituto, julgado conveniente ao
ensino e aprovado pelo Conselho Técnico do estabelecimento; ou b) publicação de obras de
cultura geral, julgadas de mérito pelo mesmo Conselho".

(18) Os livros de Marques e Barreto publicados pela Cia Melhoramentos de S.Paulo,


indicando uma ação coordenada entre Anísio Teixeira, na organização de leis do ensino que
premiassem e a produção docente, e de Lourenço Filho que facilitava sua edição na coleção
Biblioteca da Educação. Sobre o Instituto de Educação do Distrito Federal como escola
laboratório de experiências de ensino que foram disseminadas, através de impressos, no
Brasil, ver VIDAL, 1995.

(19) Anísio Teixeira abriu mão das vantagens salariais relativas ao cargo de professor
contratado de Filosofia da Educação da Escola de Professores, enquanto permanecesse no
exercício das funções de Diretor, em prol da aquisição de livros. (Ofício n. 485 da Diretoria
Geral de Instrução Pública, mencionado em carta de Lourenço Filho, datada de 13/05/1932,
cfe. NUNES, 1991, p. 354).

(20) Outras interpretações sobre o episódio poderiam ser construídas, interrogando-se de


que maneira a instalação do inquérito teria permitido práticas de intimidação docente e
discente, num período em que se estreitava a malha de controle das escolas, prenunciando o
Estado Novo.

(21) Arquivo CPDOC/FGV, LF/Inst. Educ., Pasta XII. Documento datado de 22/05/1936.
Como resultado do inquérito o afastamento da bibliotecária, por decisão de Affonse Penna
Jr. (Instituto de Educação. Relatório relativo ao ano de 1936, p. 15. Fot. 529 e seg. LF/Inst.
Educ. II CPDOC/FGV).

(22) Júlio César de Mello e Souza já havia doado algumas obras para a Biblioteca da Escola
de Professores. Entre 1933 e 1934, entregou 9 volumes: diversos títulos, todos de autoria de
Malba Tahan, seu pseudônimo. (Conforme levantamento realizado no Livro de Aquisições
da Biblioteca).

(23) Em Bibliotheca da Escola normal: frequência e consultas, de 1929 a 1938, não há


qualquer indicação que elucide a divisão temática das consultas, o que restringe a análise a
uma abordagem quantitativa.
(24) Autores modernistas não constam do acerco da biblioteca no período estudado.

(25) Entrevista realizada com Iva Waisberg Bonow, em 2 de fevereiro de 1995, no Rio de
Janeiro. Iva foi aluna da primeira turma da Escola de Professores do Instituto de Educação.
Formou-se em 1934.

(26) As disciplinas eram Leitura e linguagem, Literatura Infantil, Estudos Sociais,


Psicologia Educacional, Música e Canto Orfeônico e Filosofia da Educação, tendo esta
última substituído o espanhol pelo italiano. Arquivos do Instituto de Educação, 1 (3): 301-
344, mar. 1937.

(27) Entrevista realizada com Helena Silva de Oliveira, em 23 de setembro de 1994. As


próximas citações foram extraídas da mesma entrevista.

(28) Outras coleções criadas no período foram: Coleção Pedagógica, em 1929, organizada
por Paulo maranhão para a F. Briguiet & Cia., e a Biblioteca Pedagógica Brasileira, em
1931, administrada por Fernando de Azevedo para a Cia. Editoria Nacional.

(29) Entrevista realizada com Maria Violeta Coutinho Villas Boas, em 26 de setembro de
1994. Maria Violeta foi aluna da primeira turma da Escola de Professores do Instituto de
Educação. Formou-se em 1934.

(30) Entrevista realizada com Helena Silva de Oliveira, em 8 de julho de 1994.

(31) Entrevista realizada com Maria Violeta Coutinho Villas Boas, em 26 de setembro de
1994.

Referências

BARRETO, Anna Olga Lessa de Barros. Contribuição para a história da escola pública
primária do Distrito Federal, no período do Estado Novo (1937-1945). Rio de Janeiro:
Departamento de Educação/PUC-RJ, 1985. (Dissertação de Mestrado).

DELGADO DE CARVALHO. "A dissertação em sala de aula". Arquivos do Instituto de


Educação. Distrito Federal, 1 (1), p. 105-108, jun. 1934.

FONTENELLE, J.P. "Biologia Educacional". Arquivos do Instituto de Educação. Distrito


Federal: 1 (3), p. 295-300, mar. 1937.

LOURENÇO FILHO, Manuel Bergstrom. "A discussão nos trabalhos de seminário".


Arquivos do Instituto de Educação. Distrito Federal: 1 (1), p. 109-120, jun. 1934.

LOURENÇO FILHO, Manuel Bergstrom. "Psicologia Educacional". Arquivos do Instituto


de Educação. Distrito Federal: 1 (3), p. 301-306, mar. 1937.
MARINHO, Heloísa. "Lourenço Filho e o ensino da Psicologia". In: Um educador
brasileiro: Lourenço Filho. Livro Jubilar da Associação Brasileira de Educação. São Paulo:
Melhoramentos, 1959, p. 113-123.

NUNES, Clarice. Anísio Teixeira: a poesia da ação. Rio de Janeiro: Departamento de


Educação/PUC-RJ, 1991. (Tese de Doutoramento).

SILVEIRA, Elisabete Cristina Cruvello da. O surgimento da disciplina Educação


Comparada no Instituto de Educação em 1932: a sutileza de seu projeto. Niterói:
Faculdade de Educação/UFF, 1992. (Dissertação de Mestrado).

SILVEIRA, Juracy. Leitura na escola primária. 2. ed. Rio de Janeiro: Conquista, 1960.

VIDAL, Diana G. O exercício disciplinado do olhar: livros, leituras e práticas de


formação docente (Instituto de Educação, 1932-1937). São Paulo: Faculdade de Educação-
USP, 1995. (Tese de Doutoramento).

Diana Gonçalves Vidal


______________________________

VIDAL, Diana Gonçalves. Uma biblioteca escolar: práticas de formação docente no Rio de
Janeiro, 1927–1935. ExtraLibris, 2005. Disponível em:
<http://academica.extralibris.info/historia/uma_biblioteca_escolar_por_dia.html>. Acesso
em: 03 out. 2005.

Original: VIDAL, Diana Gonçalves. Uma biblioteca escolar: práticas de formação docente
no Rio de Janeiro, 1927–1935. In: CARVALHO, Marta Maria Chagas de; ______________
(Org.). Biblioteca e formação docente: percursos de leitura (1902-1935). Belo
Horizonte/São Paulo: Autêntica/Centro de Memória da Educação-FEUSP, FINEP, 2000.
p.11-36.

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