EXCERTO
“O desenvolvimento includente requer uma estratégia tridimensional: a
consolidação e expansão do núcleo modernizador, condição para o
crescimento sustentado, deve ser suplementada pela identificação de todas
as oportunidades de crescimento puxado pelo emprego e pela promoção de
instrumentos de ação direta sobre o bem-estar das populações, sob a forma
de redes públicas de serviços de base, educação, saúde, saneamento e
habitação que, diga-se de passagem, são geradoras de numerosos
empregos. A sua importância deve-se ao fato de que estes serviços
permitem a efetivação dos direitos humanos fundamentais. O
desenvolvimento, em última instância, consiste precisamente na
universalização destes direitos.”
ÍNTEGRA
O país precisa recuperar o atraso sofrido nos últimos vinte anos em que diz
respeito ao crescimento da produtividade do trabalho. Não esqueçamos que
esta constitui, em última estância, a base do progresso econômico. Os
dados sobre a produtividade e a média global do país são dificilmente
comparáveis de um país a outro, mas segundo um estudo recente da OIT,
de 1982 a 2001 a produtividade por hora trabalhada no Brasil ficou
estagnada crescendo a 0,2% ao ano, ante a uma média mundial de 1,5%
na década dos anos 80 e 1,9% na década dos anos 90.
Mas como fazer com que as empreiteiras passem, cada vez mais, a sub-
contratar os serviços de cooperativas de trabalho e dar a essas
cooperativas um espaço maior nos trabalhos de infra-estrutura e de
manutenção nessa área?
Uma outra consideração mais prática: entre o que estamos discutindo hoje
nesta sala e o momento em que vamos implementar estas idéias vai
transcorrer um lapso de tempo (eu não sei se de 1 ano, de 2 anos, de 3
anos), ou seja: estamos discutindo hoje coisas que serão realizadas numa
época em que as restrições macro-econômicas esperemos, serão menores
do que são hoje. Portanto, não nos censuremos por este argumento de
restrição macro-econômica.